II Simpósio Brasileiro de Recursos Naturais do Semiárido – SBRNS “Convivência com o Semiárido: Certezas e Incertezas” Quixadá - Ceará, Brasil 27 a 29 de maio de 2015 doi: 10.18068/IISBRNS2015.biod398

ISSN: 2359–2028

SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Caesalpinia pulcherrima (L.) COM ÁGUA QUENTE E ÁCIDO SULFÚRICO Geilson Rodrigues do Nascimento1, Maria Luciana da Silva Mesquita1, Francisco José Carvalho Moreira2, Maria Catiana de Vasconcelos1, Luis Gonzaga Pinheiro Neto2 1

Graguando(a)s em Irrigação e Drenagem, IFCE- Campus de Sobral, [email protected] / ,[email protected] / [email protected] 2 Engºs. Agrônomos, Professores do Eixo de Recursos Naturais, IFCE- Campus de Sobral, [email protected] / [email protected]

RESUMO: A quebra de dormência de sementes é extremamente importante no que diz respeito à aceleração do processo germinativo, considerando que algumas sementes mesmo em condições favoráveis necessitam de técnicas de quebra de dormência. O experimento foi conduzido em ambiente telado (sombrite 50% de luz), numa área localizada no Instituto Federal do Ceará – Campus Sobral, o experimento foi realizado com sementes de flamboyanzinho (Caesalpinia pulcherrima), utilizou-se dois tipos de quebra de dormência, água quente a 80 ºC por (10, 20, 30 e 40 minutos),e ácido sulfúrico, com emissão (10, 15, 20 e 25 minutos). As variáveis analisadas foram altura da planta (AP), numero de folhas (NF), comprimento da raiz (CR) e Peso seco (PS). PALAVRAS–CHAVE: Dormência, flamboyanzinho, Caesalpinia pulcherrima

OVERCOMING SEEDS OF DORMANCY (Caesalpinia pulcherrima L.) WITH WATER HOT AND SULPHUR ACID ABSTRACT: The seed dormancy breaking is extremely important with regard to the acceleration of germination, considering that some of the seeds even in favorable conditions require dormancy breaking techniques. The experiment was conducted in a greenhouse environment (50% shade of light), an area located at the Federal Institute of Ceará - Campus Sobral, the climate of the study area is hot and semi-arid Tropical thus being made with flamboyanzinho (i) was performed two types of dormancy breaking, with hot water at 80 °C for (10, 20, 30 and 40 minutes), and sulfuric acid. by immersion in concentrated (10, 15, 20 and 25 minutes). The variables analyzed were plant height (AP), number of leaves (NF), root length (CR) and dry weight (PS). KEYWORDS: Numbness, flamboyanzinho, Caesalpinia pulcherrima

Biodiversidade

INTRODUÇÃO Popularmente conhecida como maravilha, flamboyanzinho e flor-do-paraíso a Caesalpinia pulcherrima (L.) Sw. (Fabaceae: Caesalpinioidea), é um arbusto lenhoso, originária da América Central, ereta, medindo de 3 a 4 metros de altura (LORENZI; SOUZA, 2008). A espécie tolera bem o calor e a estiagem (GILMAN; WATSON, 2003), podendo ser utilizada como cerca viva e quebra ventos, bem como na arborização de cidades, em virtude do baixo porte e diversidade de suas inflorescências (OLIVEIRA et al., 2010). A germinação da semente é o processo no qual o eixo embrionário retoma seu crescimento antes paralisado, dando origem a uma nova planta. Porém, a germinação é afetada pela atuação de diversos fatores destacando-se principalmente luz, temperatura, disponibilidade de água, oxigênio e substrato, cada um, atuando de maneira específica (CARDOSO, 2004). A maioria das sementes das espécies florestais germina quando são colocadas em condições ambientais favoráveis, porém quando a germinação não ocorre nessas condições às sementes são consideradas dormentes (OLIVEIRA et al., 2010). A impermeabilidade do tegumento à água é um tipo de dormência bastante comum em sementes das famílias Leguminosae, Solanaceae, Malvaceae, Chenopodiaceae, Geraniaceae, Convolvulaceae e Liliaceae (Villiers, 1972). De acordo com Rolston (1978), de 260 espécies de leguminosas examinadas, cerca de 85% apresentavam sementes com tegumento total ou parcialmente impermeável à água. Esse tipo de dormência pode ser superado através da escarificação, termo que se refere a qualquer tratamento que resulte na ruptura ou no enfraquecimento do tegumento, permitindo a passagem de água e dando início ao processo de germinação (MAYER; POLJAKOFF-MAYBER, 1989). Sob condições naturais a escarificação pode se dar pelo aquecimento úmido ou seco do solo, a temperaturas alternadas, o que permitiria a entrada de água para o interior da semente. Esse processo pode ocorrer, também, pela ação de ácidos, quando da ingestão das sementes por animais dispersores, além da ação dos microorganismos do solo (VAZQUEZ-YANES; OROZCO-SEGOVIA, 1993). Portanto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar um melhor tratamento para a superação da quebra da dormência, buscando assim a abreviação do tempo de germinação destas sementes. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE – Campus Sobral, sob coordenadas geográficas (03°40’ S e 40°14’ W). O clima da cidade é tropical quente semiárido com pluviometria média de 854 mm, temperatura média

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de 30 ºC e a altitude de 70 metros (FUNCEME, 2011), no período de Dezembro de 2014 á janeiro de 2015. As sementes da cultura de mini flamboyant (Caesalpinia pulcherrima), foram colocadas pra germinar sobre dois tratamentos diferentes, água quente a 80 °C por minutos diferentes sendo eles: 10, 20, 30 e 40 minutos, e ácido sulfúrico (H2SO4) por 10, 15, 20 e 25 minutos. Em seguida foram lavadas com água corrente e transportadas para o telado agrícola e feita à semeadura nas bandejas de isopor. A irrigação foi mantida diariamente. O início da primeira contagem de germinação ocorreu no quinto dia após a semeadura e cessou aos vinte e um dias. No vigésimo segundo dia, todas as amostras geminadas foram tiradas para a avaliação no laboratório de Fitossanidade, no qual foi avaliado o comprimento da raiz, altura, número de folhas e peso seco, e em seguida tabuladas em planilha do Microsoft Excel®. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como se pode observar na Tabela 1 apresenta o resumo da análise de variância de percentagem de germinação (%), tempo médio de germinação (TMG), altura da planta (AP), número de folhas (NF), comprimento da raiz (RZ), peso seco da planta (PSP). Da semente de coronha em função da imersão em água a 80ºC por (10, 20, 30 e 40) minutos, na imersão em H2SO4 concentrado por (10, 15, 20 e 25 minutos). Observa-se que para a variável percentagem de germinação (%), tempo médio de germinação (TMG), altura da planta (AP), número de folhas (NF), comprimento da raiz (CR) e peso seco da planta (PSP) analisado houve diferença significativa pelo teste de “F” a 1% de probabilidade. Na Figura 2A as plantas que obtiveram a maior a altura foram as escarificadas com o H2SO4 com acido sulfúrico no tempo de 10 minutos teve melhor desempenho germinativo. Mantendo a mesma significância na 2B, nos números de folhas por plantas. Na Figura 3A, As sementes escarificadas com ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado por 10 minutos proporcionaram maior comprimento da raiz. A plântula de miniflamboyant provenientes de sementes submetidas à escarificação com ácido sulfúrico por 10 minutos aparenta o maior de peso seco da planta Figura 3B. Desta forma, os tratamentos prégerminativos com ácido sulfúrico mostraram-se mais eficazes, pois promoveram a germinação e estimularam o maior acumulo de massa seca das plântulas de miniflamboyant. As sementes tratadas com ácido sulfúrico apresentaram superação da dormência progressiva na medida em que se aumentou o tempo de exposição ao ácido sulfúrico até 30 minutos, sendo que após este período, houve redução na porcentagem de germinação das sementes. A exposição das sementes ao ácido sulfúrico por tempo superior ao necessário para superar a sua dormência, além da degradação do tegumento, pode determinar redução na

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Biodiversidade

porcentagem de germinação devido aos danos causados como a ruptura de células essenciais, podendo ainda provocar injúrias mecânicas, favorecendo a deterioração (LOPES et al., 1998).

Tabela 1. Resumo da análise, apresentando os Quadrados Médios da variância de variância para as variáveis percentagem de germinação (Ger%), tempo médio de germinação (TMG), altura da planta (AP), número de folhas (NF), comprimento da raiz (CR) e peso seco da planta (PSP), da cultura da miniflamboyant (Caesalpinia pulcherrima) referente à quebra de dormência de sementes. IFCE – Campus Sobral. Sobral-CE, 2015.

A

Tratamentos

B

Tratamentos

Figura 1. Em (A) valores médios de percentagem de germinação (B) tempo médio de germinação (TMG) de plantas de miniflamboyant em função da imersão em água a 80 ºC por (10, 20, 30 e 40 min) e imersão em H2SO4 concentrado por (10, 15, 20 e 25 min.). IFCECampus Sobral, Sobral-CE. 2015.

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B

Altura da Pl. (cm)

-1

N°de Folhas (fl. Pl. )

A

Tratamentos

Tratamentos

Figura 2. (A) resultados da altura da planta e em 2B avaliação de números de folhas por plantas. IFCE - Campus Sobral, Sobral-CE. 2015.

A

Tratamentos

B

Tratamentos

Figura 3. Em (A) valores médios de comprimento da raiz (CR) e em (B) valores médios peso seco das plantas (PSP) de plantas de miniflamboyant em função da imersão em água a 80 ºC por (10, 20, 30 e 40 min) e imersão em H2SO4 concentrado por (10,15 20 e 40 min.). IFCE Campus Sobral, Sobral-CE. 2015.

CONCLUSÕES As sementes escarificadas com ácido sulfúrico por 10 minutos apresentam melhor desempenho germinativo para as sementes de C. pulcherrima.

REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, S.K .; MÉTODS PARUEÇÃO DARMÊNCI ESMTD CARDOSO, V.J.M. Germinação de Sementes. In: KERBAUY, G.B. 2004. Fisiologia Vegetal. Editora Guanabara Koogan. São Paulo - SP. p. 386-407. FUNCEME. Disponível em: http://www.funceme.br/index.php/areas. Acesso em: 14 de set. de 2011. GHEYI, H. R.; FAGERIA, N. K. Efeito dos sais sobre as plantas. In: Manejo e controle da salinidade na agricultura irrigada. Campina Grande, PB: UFPB p.125-131, 1997.

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Biodiversidade

GILMAN, E. F.; WATSON, D. G. Caesalpinia pulcherrima Dwarf Poinciana. USDA Forest Service Fact Sheet ST-107, 2003. 3 p. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2013. LORENZI, H.; SOUZA, H. M. de; TORRES, M. A. V.; BACHER, L. B. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2003. 368 p. MAYER, A.M.; POLJAKOFF-MAYBER, A. The germination of seeds. 4.ed. Great Britain: Pergamon Press, 1989. 270p. OLIVEIRA, L. M.; BRUNO, R. L. A.; GONÇALVES, E.P.; LIMA JÚNIOR, A. R. Tratamentos pré-germinativos em sementes de Cesalpinia pulcherrima (L.) Sw. Leguminosae. Revista Caatinga, Mossoró, v. 23, n. 1, p.71-76, 2010.

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