Auto da Barca do Inferno 98ª Produção

Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente

7 tentativas | 2 portas para entrar no paraíso Se Gil Vicente é reconhecidamente o fundador da dramaturgia portuguesa é, também, pela natureza das suas funções e antes do tempo, o primeiro encenador português, no conceito moderno do termo. Na passagem para a renascença ia implícita na ideia de autor, a ideia de realização verbal e plástica. E Gil Vicente era, segundo alguns, “diretor de espetáculos e contra regra das festas da Corte”. Tal significa que trabalhou com elementos não-verbais do teatro. É factual que essa função implicava a organização de eventos. A maioria da sua produção dramática foi realizada a “pedido” para ser apresentada em honra daquele Rei ou daquela Rainha, ou à Corte, por alturas específicas, normalmente festivas (nascimentos, batizados, casamentos). Foi com ele e por força da natureza peripatética da Corte nesses tempos que, de algum modo e por força do seu experimento, o lugar cénico (espaço de representação) foi sofrendo alterações que (muito embora correspondessem ao desenvolvimento dum processo mais global e histórico), acabaram por ter uma influência fundamental no crescimento do nosso Teatro, na passagem da Idade Média para o Renascimento. Pois, para lá da natureza da escrita dramática de Vicente, clara, concisa, quase diria radical, na sua enunciação temática. Prenhe de sentidos e arguta na crítica. E sempre mais aperfeiçoada à medida do desenvolvimento da sua Obra. O “fazer teatral” foi introduzindo a cada passo, novos e mais ousados elementos na escrita, como se a pena e os temas a abordar se soltassem na experimentação e surgissem no tablado de modo cada vez mais livre. Foi, talvez, por isso, que nalgumas obras surgem personagens (quase sempre desempenhadas por si mesmo, ou por outro actor na função de narrador) a deixar dito, que “e acaba em breve, porque não houve espaço para mais” ou “ não foi mais porque foi pedido muito tarde”.

2

Estamos em Gil Vicente, num terreno do humano, num ambiente e espaço de Corte. Ora, essa natureza espacial obrigava e obriga ao aprofundamento de uma prática teatral. Implica uma relação específica e particular com os atores. E Gil Vicente foi, o que se chama hoje, diretor de companhia, no sentido mais fundo da artesania teatral. Ele cria e recria o texto “no palco” com o seu grupo. Desenvolve uma estética. Busca uma linguagem teatral, articulada entre a Palavra, o modo de a Dizer e o Corpo do ator (gesto). E assim recria e inventa o “espaço de representação”. O facto de ele ter sido um criador de eventos na e da Corte, terá sido de primordial importância para a fixação do texto teatral, entendido aqui como uma forma mais global (digamos caneva da commedia dell’arte: a palavra, o jogo plástico dos atores, os elementos cénicos), mas sobretudo, numa perspetiva de futuro (isto é, do que nos chegou da sua obra), para a compreensão sobre a modernidade e contemporaneidade dessa mesma Obra. Daí a importância das didascálias e das notas introdutórias justificativas dos Autos. A sumária descrição dos elementos cénicos são hoje o material mais nobre para a compreensão plena da sua Obra Teatral (não fixada, nem canonizada) num contexto amplo de modernidade. Sinto, nesta volta a Gil Vicente, uma força que emana do jogo de palavras, da teatralidade que subjaz ao corpo dos atores. Uma energia que puxa para a liberdade de criação, liberta pela palavra e pelo corpo. Há uma teatralidade na Palavra Vicentina. E isso implica um ritmo próprio, um tempo único e um espaço (digo aqui dimensão do mesmo, distância entre elementos cénicos fundamentais, entre os atores). E a procura criativa sobre esta conjugação de Unidades gera, em si mesmo, um léxico que é preciso descobrir em Gil Vicente. Há cada vez mais para “Descobrir” e muito para “Compreender” na Obra e no Autor. E se é verdade que Gil Vicente, tal como Dante, se deleitava mais em condenar do que em salvar, é verdade que a mais significativa da “chamada Trilogia das Barcas” é exatamente a do Inferno, o que não deixa de ser ainda mais estimulante. E se os Autos eram representados na Corte por alturas Festivas: Casamentos, batizados… como “entender” este Auto de Cadáveres? Rui Madeira

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sinopse Será que a maledicência, o orgulho, a usura, a concupiscência, a venalidade, a petulância, o fundamentalismo, a inveja, a mesquinhez, o falso moralismo cristão… têm entrada direta no Paraíso? Ou terão de passar pelo Purgatório? Ou vão diretamente para o Inferno? E a pé, de pulo ou voo? Aliás, onde fica e como designamos o Lugar onde estamos? E que paraíso buscamos? Uma revisão da CTB, em demanda da modernidade sobre o texto Vicentino e o prazer do jogo teatral. Um espetáculo sobre a nossa memória identitária. Rui Madeira

© Paulo Nogueira

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ficha artística autor Gil Vicente encenação Rui Madeira elenco Alexandre Sá, André Laires, Carlos Feio, Jaime Soares, Rogério Boane, Solange Sá, Thamara Thaís figurinos Sílvia Alves desenho de luz Fred Rompante espaço cénico Rui Madeira desenho de som Pedro Pinto fotografia Manuel Correia, Paulo Nogueira grafismo Carlos Sampaio

informação sobre o espetáculo duração do espetáculo 75 minutos sem intervalo classificação etária maiores de 6 anos sessão da tarde/manhã para escolas e sessão da noite para público em geral

condições cachet para 1 representação 2.000 € cachet para 2 representações no mesmo dia 2.500 € acrescido de despesas de alimentação e transporte (de cenário e das pessoas) e de alojamento (se necessário) número de pessoas a deslocar 11 serão necessários no local mais 2 técnicos para a montagem

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equipa encenador Rui Madeira elenco Alexandre Sá, André Laires, Carlos Feio, Jaime Soares, Rogério Boane, Solange Sá, Thamara Thaís técnico de som e vídeo João Chelo técnico de operação de luz Vicente Magalhães diretor de montagem Fernando Gomes

rider técnico espaço de representação mínimo 10 m de largura x 8 m de profundidade x 6 m de altura tempo necessário para montagem 8 horas (no dia anterior ao do espetáculo) tempo necessário para desmontagem 2 horas (após o final do espetáculo) o transporte de cenário e equipamento técnico é feito em carrinha de caixa alta com 3,60m comprimento e 2,10m altura

© Paulo Nogueira

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material de luz, som e vídeo necessário 

7 projetores Fresnel 1kw



9 projetores Pc 1 kw



9 projetores Pc 650w



1 projetor Fresnel 500w



3 projetores recorte 1 kw



6 projetores recorte 650w



1 mesa de luz com 48 canais, e 2k



1 projetor vídeo



1 leitor de DVD



1 mesa de vídeo (a CTB transportará a sua)



1 leitor de CD



1 mesa de som compatível com a sala



2 colunas para som ambiente adequado ao local do espectáculo

material de cenografia necessário no local 

1 motorizada (poderá ser diferente da da imagem)

informação adicional 

blogue de Auto da Barca do Inferno http://ctb-autodabarcadoinferno.blogspot.pt/

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fotografia técnica cenografia

motorizada de dois lugares

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desenho de luz

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comentários do público escolar "Adorei!! Os atores interagiram muito bem e fizeram-se compreender. QUERO REPETIR!!" Adriana, 9º ano "Adorei!! Foi muito fixe, muito divertido. Assim ficámos a entender melhor o texto. Os actores eram espetaculares. Valeu a pena!" Ângela , 9º ano "Adorei a peça. Gostei muito do Diabo. Era muito divertido e muito cómico. Valeu a pena!" Andreia, 9º ano "Adorei a peça. Foi muito divertido e acho que todos os atores estiveram espetaculares. Valeu mesmo a pena." Patrícia, 9º ano

© Paulo Nogueira

"Adorei a peça desde as personagens até ao cenário. Adorei o ator que fazia o papel de Diabo. É um grande ator e muito cómico." Cátia Silva, 9º ano "Eu gostei muito da peça. Foi divertida e sinto-me mais preparado para o teste." Tiago, 9º ano "Gostei muito… espero por uma repetição e gostei, especialmente, do Parvo" Miguel, 9ºB "Adorei!!! Não há mais nada a dizer… Adorei todos os atores principalmente o Parvo… O teatro ganhou mais uma fã!!” Carina, 9º ano “Adorei a experiência. Estar do outro lado é… nem sei descrever. Estava muito nervosa, com muito medo e não sabia como ia correr. Correu muito bem e os atores foram muito simpáticos, explicaram-me como é representar. Vou querer repetir!" Daniela, 9º ano (aluna que participou na representação da peça)

10

dossier de imprensa Órgão de Comunicação

Data

Câmara Municipal de Braga (1)

12/10/07

11

Órgão de Comunicação

Data

Correio do Minho (1)

12/10/07

12

Órgão de Comunicação

Data

Correio do Minho (2)

12/10/07

13

Órgão de Comunicação

Data

Correio do Minho (3)

12/10/07

14

Órgão de Comunicação

Data

Correio do Minho (1)

09/11/07

15

Órgão de Comunicação

Data

Correio do Minho (2)

09/11/07

16

Órgão de Comunicação

Data

Correio do Minho (3)

09/11/07

17

contatos CTB – Companhia de Teatro de Braga Avenida da Liberdade, 697 4710-251 Braga tel. 253 217 167 [email protected] www.ctb.pt

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