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Newsletter

Com o apoio da

Edição n.º 14

Junho de 2014

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LUSO 2014

PARSUK Xperience

Questionário PARSUK

PARSUKianos

@ Bath, UK

on the spotlight

Editoriais

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o ler o meu editorial na primeira newsletter, em Novembro, relembro­me de quais eram os nossos principais objectivos ao começar o mandato: o LUSO, o GraPE e o PARSUK Xperience. Sinto­ me satisfeito ao olhar em retrospectiva e ver o que conseguimos atingir. O LUSO contou com uma comissão organizadora incansável que fez de tudo para levar a bom porto o nosso principal evento. Gostaria de salientar o elenco de oradores invejável que tenta quebrar a hegemonia da ciência nos eventos da PARSUK e abrir portas para a cultura e empreendedorismo. Isto vai de encontro às novas características dos membros da PARSUK que, de um início muito ligado aos estudantes das áreas biológicas, começa a expandir­se para cobrir todas as áreas do conhecimento através dos seus mais de 850 membros. O GraPE – fórum de Graduados Portugueses no Estrangeiro cumpriu a sua missão muito para além do evento. As direcções da PARSUK, PAPS (EUA), AGraFr (França) e mais recentemente ASPPA (Alemanha), têm comunicado de forma consistente e existe agora um melhor conhecimento mútuo sobre as actividades realizadas e uma melhor compreensão das diferentes realidades que a diáspora científica enfrenta em cada país. Em termos práticos este aproximar resultou na elaboração de um parecer conjunto aquando do corte nas bolsas de pós­graduação por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia e na

assinatura de um memorando de entendimento para a realização do GraPE no próximo ano contando pela primeira vez com a ASPPA, para além da PARSUK, PAPS e AGRAFr. O PARSUK Xperience foi uma herança com uma grande responsabilidade depois do grande impacto da primeira edição. O Xperience começa a ser visto como uma das grandes iniciativas da PARSUK e essa dimensão fez­se sentir nesta segunda edição em que recebemos a candidatura de 14 projectos e mais de 200 alunos. Felizmente conseguimos patrocínios que nos permitiram atribuir duas bolsas o que resultou num balanço final de quase o triplo do número de projectos, o quádruplo do número de alunos e o dobro do número de bolsas. Sentimo­nos satisfeitos com os resultados alcançados especialmente depois das muitas candidaturas, currículos e cartas de recomendação lidos, das horas a discutir parâmetros de avaliação, e do contacto mais pessoal das entrevistas finais. Finalmente, atrevo­me a deixar uma nota para o futuro. A PARSUK deverá cada vez mais assumir que a sua missão é tripartida: i) Representar e facilitar o contacto entre os seus membros – através de eventos como o LUSO, embaixadores locais e representação dos interesses dos membros junto a órgãos de soberania. ii) Interagir e estar disponível para a comunidade portuguesa no Reino Unido – apoiando causas e organizações como a Native

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Scientist e promovendo um contacto mais próximo com a comunidade portuguesa no Reino Unido. O galardão atribuído à PARSUK na gala do jornal "As Notícias" é um claro sinal de reconhecimento e de crença no trabalho da nossa associação por parte da comunidade. iii) Ter um sentimento de missão para com Portugal – como são um perfeito exemplo o GraPE e o PARSUK Xperience. Neste que é o meu último editorial como

C

hega ao fim mais um mandato PARSUK. Este ano quisemos ir mais longe, continuando e expandindo muitos dos projectos iniciados pela direcção anterior. Organizámos, mais uma vez, dois encontros anuais. O GraPE ganhou uma nova identidade, mudando­se para o Porto em Dezembro e acolhendo na organização mais uma associação de portugueses no estrangeiro, a AGRAFr. Já o nosso encontro anual no Reino Unido, o LUSO, realiza­se este sábado em Bath, pela primeira vez e acolherá personalidades de renome do mundo artístico, académico e científico, como já é habitual. Por outro lado, tentámos aproximar­nos mais dos nossos membros (já somos quase 900!) e perceber quem são e o que pensam, através de um inquérito cujos resultados são apresentados nesta newsletter. O resultado deste inquérito também nos ajudou a formular uma tomada de posição conjunta com a PAPS e a AGRAFr, em relação à diminuição do número de bolsas de doutoramento atribuídas pela FCT. À medida que a PARSUK aumenta de dimensão, é importante para nós não perdermos o contacto com o que os nossos membros realmente pensam, para que vos possamos representar da melhor forma.

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em, custa a acreditar que já passou um ano desde que assumimos as rédeas da PARSUK! Parece que ainda foi ontem que, após um excelente LUSO em Cambridge, a nossa lista foi aprovada na Assembleia Geral para representar os interesses dos nossos associados por um ano. Para ser completamente franco convosco, eu não sabia ao certo no que é que me tinha metido... A maioria dos nossos associados são estudantes de

presidente, gostava de vos dizer que me sinto satisfeito com o alcançado pela PARSUK durante este último ano e que é com saudade que deixarei o cargo. Sou obrigado também a deixar uma nota de profundo agradecimento à Joana, Manuel, Joel, Ana, José, Nuno, Roberto e Mário porque a direcção da PARSUK é, acima de tudo, uma grande equipa. Ivo Timóteo Comissão executiva PARSUK 2013­14 (Presidente)

Reforçámos ainda a ligação com a comunidade académica Portuguesa, ao lançarmos mais um programa PARSUK Xperience que ultrapassou todas as nossas expectativas. Este ano tivemos 14 projectos a concurso, mais de 200 candidaturas de alunos portugueses e conseguimos financiamento da empresa StabVida e da Fundação Calouste Gulbenkian, o que nos permitiu darmos duas bolsas a alunos excepcionais. Não posso terminar sem agradecer a todos os membros da Comissão Executiva PARSUK 2013­ 2014 pelo excelente trabalho desenvolvido este ano. A PARSUK é, como sabem, uma instituição sem fins lucrativos e é gerida por investigadores e estudantes de doutoramento que dedicam o seu pouco tempo livre a esta causa. Numa altura em que a emigração qualificada tem vindo a aumentar, associações como a PARSUK são essenciais para manter a ligação dos portugueses cá fora ao seu país. Desejo boa sorte à nova direcção, a ser eleita brevemente em assembleia geral, para carregar este testemunho no próximo ano! Joana Flores Comissão executiva PARSUK 2013­14 (Vice­Presidente)

doutoramento ou investigadores para quem a existência de tempo livre “para lá do laboratório” é um luxo. Associar­se à comissão executiva de uma associação com a dimensão da PARSUK, que recentemente passou a barreira dos 800 membros, pode parecer um suicídio no que diz respeito à nossa ocupação principal (pelo menos para o respectivo orientador/chefe), mas é necessário ver para além disso.

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E despedimo­nos com a mesma foto com que começámos!

Para começar, há a questão da reciprocidade. Todos nós já beneficiámos de algum modo do trabalho dos voluntários desta associação (e das societies locais), na medida em que alargámos a nossa rede de contactos, partilhámos experiências e opiniões. Temos algo em comum: quisemos sair da nossa zona de conforto e procurar novas oportunidades e experiências num país diferente. E por vezes é bom podermos falar na nossa língua materna e rirmo­nos um pouco dos estranhos costumes deste país que nos acolheu... eventos como o LUSO são perfeitos para isso! Por outro lado, enveredando agora por motivos mais egoístas, há a questão do nosso próprio desenvolvimento como indivíduos repletos das chamadas “soft skills”: liderança, gestão (do tempo, sobretudo!), colaboração, compromisso, responsabilidade, todas aquelas palavras que soam bem num currículo mas que, sem estarem associadas a verdadeiras experiências em que estas sejam realmente postas em prática, não passam de palavras ocas! Posso afirmar com alguma confiança que durante o nosso mandato estas skills foram definitivamente postas à prova: desde colaborar com pessoas que me eram desconhecidas até formarmos a lista (quantas vezes é que isso não acontece no mundo “real”?), até ter deadlines apertadas que colidiam com outros aspectos do meu trabalho, houve de tudo! Mas conseguimos levar a coisa a bom porto, como se costuma dizer, entre a

organização de vários eventos até à atribuição de duas bolsas para alunos portugueses realizarem estágios de Verão no Reino Unido ­ PARSUK Xperience. Confesso que quando me fizeram o convite para integrar uma lista candidata à comissão executiva, há precisamente um ano atrás, fiquei reticente, especialmente considerando alguns dos motivos referidos anteriormente. Mas isso só tornou o resultado final ainda mais valioso, aumentando o meu skillset no processo (este vai ser o último estrangeirismo que incluo, prometo!!). Daí que vos faça o convite para serem proactivos e integrarem uma lista para o próximo ano – vai dar trabalho (mas o que é que na vida que valha a pena não o dá?), mas o que lucram em termos de desenvolvimento pessoal irá compensar e retribuir o que vocês investirão. Manuel Marques Comissão executiva PARSUK 2013­14 (Tesoureiro))

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LUSO 2014 ­ Bath, UK

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LUSO 2014 vai reunir estudantes e qual a cientista portuguesa Elvira Fortunato irá falar investigadores portugueses no Reino Unido e do seu percurso profissional. O Embaixador de decorrerá no próximo dia 21 de Junho, em Bath. O Portugal no Reino Unido, João de Vallera, encerrará encontro irá realizar­se no Old Theatre Royal, o o evento, à semelhança de edições anteriores. Todas primeiro teatro real em Inglaterra construído fora de as informações relativas ao programa e uma breve Londres, situado no coração da cidade. biografia dos oradores estão disponíveis no website Luis de Camões serviu de inspiração à criação do evento. do programa do LUSO 2014, denominado O LUSO contará também com contribuições dos “Engenho e Arte”. Para este LUSO, a ciência participantes sob a forma de “flash talks” onde continuará a ter grande destaque mas também serão projectos inovadores sem fins lucrativos poderão debatidos temas como a arte, a cultura e o ser divulgados durante os coffee­breaks. Assim que empreendedorismo. O LUSO 2014 estará dividido terminarem as sessões no Old Theatre Royal, terá em três sessões: “O Ensino Superior e Investigação lugar uma recepção para networking com bebidas portuguesas num mundo global”; “A promoção na Victoria Art Gallery, onde se espera que internacional da Cultura e Arte portuguesas” e participantes e oradores possam socializar num “Empreendedorismo – como podem as empresas contexto mais informal. portuguesas competir?”. Para discutir estes temas, As inscrições estão abertas até ao dia 20 de as sessões contarão com o seguinte leque de Junho, por isso não percam a oportunidade de oradores: Nuno Crato (Ministro da Educação e participar neste evento. Para informações Ciência), Miguel Seabra (Presidente da Fundação actualizadas, visitem o nosso website ou as nossas para a Ciência e Tecnologia), António Cruz Serra páginas do Facebook, Linkedin e Twitter. Também (actual reitor da Universidade de Lisboa), João podem contactar a Comissão Organizadora através Pedro de Magalhães (líder do grupo de Integrative do nosso email com qualquer questão que possam Genomics of Ageing na Universidade de Liverpool), ter. Mais informamos que está disponível um Ruben Alves (director do filme “A Gaiola serviço de carpooling, no qual se poderão inscrever Dourada”), Nuno Camarneiro (cientista, escritor e através do site. vencedor do Prémio Leya 2012), Cristina Rodrigues Esperamos por vocês em Bath, no dia 21 de (artista, designer e arquitecta em Manchester), Junho. Sandra Correia (directora e designer da Pelcor), A comissão organizadora do LUSO 2014 Carlos Coelho (co­ fundador e actual Contactos presidente da Ivity http://www.parsuk.pt/luso2014/ Brand Corp) e Cristina [email protected] Fonseca (co­fundadora da Talkdesk). Terá https://www.facebook.com/Luso2014emBath ainda lugar a sessão @luso2014 “Percurso de Vida”, na Página 4 de 12

PARSUK Xperience 2014

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concurso do PARSUK Xperience 2014 chegou finalmente ao fim e culminou com a atribuição de duas bolsas PARSUK­Xperience. Os vencedores foram a Joana Tavares Ferreira da Silva da Universidade Nova de Lisboa, que irá realizar o projecto "Investigation of hypoxia­ mediated cell invasion using 3D cancer cell models" sob a orientação da Doutora Isabel Pires da Universidade de Hull (Inglaterra) e o Rui Pedro Pereira Nunes do Instituto Superior Técnico que irá realizar o projecto “Targeting multi­subunit complexes with peptidic chemical probes” sob a orientação da Teresa Cardote da Universidade de Dundee (Escócia). Esta segunda edição foi novamente um êxito que se reflectiu em 212 candidaturas de estudantes de licenciatura e mestrado, pertencentes a mais de 20 instituições do ensino superior em Portugal. O número de projectos a concurso quase triplicou relativamente à primeira edição, totalizando 14 projectos de investigação em distintos domínios científicos e sediados em 11 instituições diferentes no Reino Unido (a lista com todos os projectos a concurso pode ser consultada em http://parsuk.pt/site/blog/2014/02/20/parsuk­ xperience­2014/). Este ano, o PARSUK Xperience contou com o apoio de duas entidades externas que se associaram a este projecto. Uma das bolsas foi totalmente financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian (http://www.gulbenkian.pt) e a outra bolsa foi apoiada parcialmente pela empresa de biotecnologia

STAB Vida (http://www.stabvida.com/). A comissão da PARSUK agradece este apoio fundamental e o voto de confiança da Fundação Calouste Gulbenkian e da empresa STAB Vida a esta iniciativa. O elevado número de candidaturas contribuiu para um processo de selecção altamente competitivo que teve a participação conjunta de toda a comissão executiva da PARSUK. Estamos confiantes que fizemos a melhor escolha, mas foi com imensa pena que não conseguimos atribuir mais bolsas, principalmente face à grande qualidade das candidaturas a concurso. Da nossa parte, fica o compromisso de nos continuarmos a dedicar para cativar ainda mais entidades externas para se associarem a este projecto que tanto acarinhamos, de forma a que no futuro possamos aumentar ainda mais o número de bolsas Xperience. Despedimo­nos felicitando os dois candidatos vencedores e respectivos orientadores, e desejando a maior sorte a todos para o futuro. Não poderíamos, no entanto, deixar de agradecer a todos os outros orientadores que propuseram projectos sem os quais não seria possível realizar esta iniciativa. Gostaríamos finalmente, de deixar uma palavra de encorajamento a todos os estudantes que se candidataram este ano. Para o ano o Xperience estará de volta para uma 3ª edição. Até lá, fiquem atentos! Joel Alves Comissão executiva PARSUK 2013­14

Fundação Calouste Gulbenkian: “A Fundacão Calouste Gulbenkian reconhece que a diáspora portuguesa pode ter um papel muito relevante na motivação, apoio à formação e capacitação dos jovens portugueses”. STAB Vida: “É com enorme prazer que nos associamos à iniciativa PARSUK Xperience 2014. Congratulamos os candidatos vencedores, assim como todo o órgão corporativo PARSUK pela excelência deste projecto. A STAB Vida orgulha­se em poder contribuir na criação de sinergias cada vez mais sólidas entre Portugal e UK, e acima de tudo em alavancar os nossos tão merecidos e talentosos investigadores portugueses”. Orfeu Flores (CEO STAB VIDA)

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Questionário PARSUK: política da ciência em Portugal

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o passado mês de Fevereiro, a PARSUK elaborou um inquérito com o intuito de conhecer melhor a situação profissional dos seus membros, bem como as suas opiniões sobre a actual política de Ciência e as suas perspectivas de regresso a Portugal. O inquérito teve lugar entre os dias 15 e 21 de Fevereiro de 2014 e contou com a participação de 105 membros, correspondentes a cerca de 14% do total de membros efectivos da PARSUK à data. Os principais resultados deste inquérito serão apresentados ao longo das próximas páginas. Perfil dos inquiridos A grande maioria dos inquiridos tem entre 25 e 35 anos de idade, sendo que mais de 95% tem idades compreendidas entre 21 e 45 anos. Como esperado, quase todos os inquiridos têm qualificação superior, cerca de metade com o grau de Doutor, 42% com o grau de Mestre e 6% com o grau de Licenciatura. Metade dos inquiridos é estudante: 46% de doutoramento, 4% a tirar licenciatura ou mestrado. As restantes actividades profissionais são claramente dominadas por investigadores (40% dos inquiridos), estando os restantes divididos entre outras posições na Academia e distintas actividades profissionais não académicas, nomeadamente trabalhadores por conta de outrem. Apenas um inquirido se encontrava desempregado aquando da elaboração do inquérito. Procurámos também conhecer a localização geográfica dos inquiridos. O inquérito contou com a participação de membros PARSUK um pouco por todo o território do Reino Unido sendo Londres, Cambridge e Oxford as cidades mais representadas. Estes resultados estão em conformidade com a forte presença da PARSUK nestes três polos, juntamente com outras comunidades de dimensão significativa no Norte de Inglaterra (principalmente Manchester e Liverpool) e na Escócia.

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Perspectivas de regresso a Portugal O aumento da emigração qualificada nos últimos anos é uma das preocupações principais da comunidade científica Portuguesa e da Sociedade Portuguesa em geral. No seguimento do Fórum GraPE (organizado em Dezembro de 2013 pela PARSUK, PAPS e AGRAFr), cujo tema foi ‘Migrações científicas: ir e voltar”, este inquérito procurou saber também quais os motivos que levaram os nossos membros a sair do país e quais as suas perspectivas de regresso. Curiosamente quase dois terços dos inquiridos saíram de Portugal há mais de 3 anos (39% há mais de 6 anos. Entre os factores preponderantes na decisão de emigrar, a qualidade e prestígio da instituição britânica onde trabalham/estudam é transversal a todos os inquiridos. No entanto é interessante verificar que, se há mais de 6 anos atrás o principal motivo apontado para sair do país era a procura de uma nova experiência, a falta de oportunidades em Portugal é apontada como a principal razão entre aqueles que saíram de Portugal há menos de 1 ano. Quando questionados sobre a possibilidade de um dia regressar a Portugal apenas um quarto dos inquiridos manifesta não ter intenção de voltar. Mais de metade dos inquiridos planeia regressar a Portugal mas apenas a longo prazo, principalmente

devido à falta de oportunidades e de apoio em Portugal. Relações familiares e de amizade bem como a vontade de dar um contributo ao seu país são razões apontadas por muitos dos que um dia desejam regressar. Já a falta de oportunidades em Portugal é o principal motivo para permanecer fora do país, seguido de melhores condições laborais oferecidas no Reino Unido e de razões familiares. Política de Ciência Finalmente o inquérito procurou conhecer a opinião dos nossos membros relativamente à actual política de Ciência em Portugal e em particular relativamente aos recentes cortes na atribuição de bolsas individuais de doutoramento e pós­ doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Os resultados mostram que os inquiridos que trabalham em investigação têm fontes de financiamento diversificadas, sendo que as mais comuns são a FCT e as instituições britânicas (Research Councils e Trusts). Quando questionados sobre se concordam com os cortes nas bolsas individuais da FCT verificados este ano, mais de três quartos dos participantes referem que discordam desta medida. É importante notar também que mais de 10% dos inquiridos considera não ter conhecimento suficiente sobre este assunto

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para ter uma opinião definitiva. O número de inquiridos nesta situação é ainda maior quando questionados sobre as políticas científicas em geral do actual Governo, com mais de 32% a alegar que não possuem conhecimento suficiente. Também neste aspecto se registou uma maioria de respostas negativas, com cerca de 58% dos inquiridos a discordar da actual política de Ciência em Portugal. Os inquiridos manifestam­se bastante preocupados com o desinvestimento em Ciência que se tem verificado nos últimos anos. Entre os motivos referidos destacam­se ainda a falta de uma estratégia a longo prazo para a Ciência, falta de transparência, precariedade das carreiras científicas, inexistência de incentivos ao regresso a Portugal e insuficiente investimento privado. Conclusões Este inquérito permitiu conhecer melhor os nossos membros, as suas opiniões e perspectivas futuras. A Comissão Executiva da PARSUK ficou muito satisfeita com a elevada participação no inquérito e agradece a todos aqueles que aceitaram responder às questões colocadas. Os resultados confirmam que a grande maioria dos membros PARSUK são estudantes de doutoramento ou investigadores pós­doutorados com idades bastante jovens. Por um lado, estes resultados são expectáveis já que são estas as fases profissionais em que a emigração para o Reino Unido é mais frequente. Por outro lado a PARSUK entende que deverá fazer um esforço maior para integrar e fazer chegar a sua mensagem a um grupo mais extenso de pessoas, incluindo estudantes de licenciatura e mestrado bem como professores e investigadores mais estabelecidos. É também interessante verificar que parece existir uma forte vontade dos estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido de regressar a Portugal e contribuir positivamente para o desenvolvimento do País, embora a maioria não considere viável um regresso a curto prazo. Este fenómeno, discutido também na última edição do Fórum GraPE, revela que Portugal tem uma geração altamente qualificada e com motivação para contribuir para o país, o que reforça a necessidade de implementar políticas que incentivem esse contributo. Os resultados do inquérito confirmam também as preocupações da PARSUK com os recentes Página 8 de 12

cortes orçamentais em Ciência, que já tinham sido instituições responsáveis sempre que necessário. abordadas no comunicado emitido no passado mês de Janeiro, em conjunto com a PAPS e a AGRAFr. Joana Flores e José Reis A PARSUK continuará a acompanhar esta situação Comissão executiva PARSUK 2013­14 e transmitir as preocupações dos estudantes e investigadores portugueses no Reino Unido às

“Horizon 2020: what’s in there for (young) researchers?”

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o passado dia 5 de Abril o embaixador PARSUK em Cambridge, Tiago Brandão Rodrigues, organizou uma sessão de esclarecimento sobre o novo programa quadro europeu de investigação e inovação, intitulada "Horizon 2020: What's in there for (young) researchers?". Esta sessão, com o Doutor David Pina da Comissão Europeia, teve lugar na Graduate Union da Universidade de Cambridge e contou com a presença de 35 estudantes e investigadores. A sessão consistiu numa pequena apresentação onde se discutiram as linhas gerais do programa quadro, nomeadamente as condições de atribuição dos diferentes tipos de bolsa (Marie Curie, ERC) seguida de um período para questões por parte de vários membros da assistência. A PARSUK aproveita para agradecer ao Dr. David Pina a disponibilidade para partilhar connosco o seu conhecimento nesta matéria. Joana Flores Comissão executiva PARSUK 2013­14

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PARSUKianos on the spotlight: Cristina Rodrigues Cristina Rodrigues é uma artista, designer e arquitecta Portuguesa, natural do Porto. Actualmente, vive em Manchester, onde tem o seu estúdio de arte no famoso Hope Mill. Para além do estúdio em Manchester, Cristina Rodrigues tem o seu novo estúdio no CCR ­ Centro Cultural Raiano em Idanha­a­Nova, onde tem vindo a desenvolver as suas exposições internacionais de maior dimensão. A artista e arquitecta é também Professora convidada na MMU ­ Manchester Metropolitan University, no departamento de arquitectura, e na ZUT ­ Zhengzhou University of Technology, na China. Cristina Rodrigues é ainda doutoranda em Art & Design na Manchester School of Art. 1. Qual é o seu percurso académico e profissional? Licenciei­me em arquitectura na Universidade Lusíada e mais tarde fiz um Mestrado em História Medieval e do Renascimento na FLUP ­ Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Actualmente encontro­me a concluir o PhD em Art & Design na MSA – Manchester School of Art, da Manchester Metropolitan University. Em 2007 fundei o meu atelier de arquitectura e design onde me foco em projectos de arquitectura de pequena escala como moradias, lojas, e outros espaços. Mais recentemente concluí a Incubadora de Indústrias Criativas de Idanha­a­Velha, que é um espaço que pretende albergar jovens designers, artistas e arquitectos num open space onde se pretende estimular o co­working e a investigação em Art & Design. Na área da investigação, neste momento dirijo o projecto de investigação DfD ­ Design for

Desertification apoiado e premiado pelo PARCNorthWest e pelo Arts and Hummanities Research Council e que tem como parceiros o Município de Idanha­a­Nova, o Centro Cultural Raiano e o Unesco Geopark Naturtejo. Em 2013, este projecto foi seleccionado pela University Alliance para ser apresentado ao Governo Inglês como um bom exemplo de Design­Led Research. Como artista recentemente realizei a exposição “O Meu País Através dos Teus Olhos” no Museu Nacional de Arqueologia, Mosteiro dos Jerónimos, de Setembro de 2013 a Janeiro de 2014 e a exposição “A Casa” na Zweigstelle Berlin, de Fevereiro a Abril de 2014. Também tive exposições no MUDE, Museu do Design e da Moda em Lisboa, para o CAPC, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e para o Palácio das Artes ­ Fábrica de Talentos, no Porto. Em 2013 fui convidada para expor uma instalação denominada “O Mural do Povo” no GDMOA ­ Guangdong Museum of Art, na China.

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Actualmente, encontro­me a preparar uma grande exposição intitulada “Women From My Country” para a Manchester Cathedral, que terá lugar de 3 de Julho a 21 de Setembro de 2014. Esta exposição foi premiada pelo Arts Council of England. A exposição está a ser produzida em parceria com o Município de Idanha­a­Nova e a Fábrica de Rendas Portuense. 2. Por que motivo decidiu vir para o Reino Unido e qual a maior limitação que sentiu quando chegou a este país? O que me trouxe para o Reino Unido foram essencialmente motivos de cariz pessoal. Como já conhecia bem Manchester e o facto de uma boa parte dos clientes do meu atelier de arquitectura serem britânicos, fez com que já conhecesse bem a cultura britânica, o que facilitou a minha inserção nesta sociedade. Uma vez que também não esperava nada em particular, confesso que não senti grandes limitações quando cá cheguei. Deixei todas as possibilidades em aberto e segui aquelas que iam mais de encontro aos meus objectivos. Exemplo disso foi o trabalho de investigação desenvolvido com o projecto DfD – Design for Desertification, que cresceu muito mais do que o esperado, e mais recentemente a criação do meu atelier de arte no Hope Mill em Manchester. 3. A Cristina é conhecida por ser artista, curadora e fotógrafa, mas a sua formação inicial foi em arquitectura. Qual a influência dessa formação inicial na sua carreira actual?

objectos há muito esquecidos e abandonados, objectos caseiros tradicionais que são trazidos de volta à vida e lançados para a ribalta do contemporâneo, rearranjados em explosões de cor. De igual modo, tento celebrar o papel da mulher na sociedade, em geral, e o da mulher emigrante portuguesa em particular. Nas minhas exposições conto histórias dessas mulheres e das suas comunidades uma vez que estas mulheres são guardiãs da cultura tradicional, carregam a herança das suas culturas, que partilham com as gerações mais novas, garantindo assim a sua continuidade. Como emigrantes, as mulheres carregam essa herança além­fronteiras e partilham­na com os seus filhos, que nasceram numa nova cultura e fazem parte dela. Gradualmente essas mulheres integram­ se na comunidade anfitriã e a herança que carregam e partilham será ela própria tocada e envolvida por esta nova cultura. 5. A Cristina tem sido uma embaixadora da cultura portuguesa dentro e fora do nosso país, especialmente no Reino Unido. Qual a imagem que a cultura portuguesa tem cá fora e como tem sido a sua aceitação pelo público estrangeiro, em particular no que diz respeito às suas obras? Na maioria dos casos penso que existe um grande desconhecimento da cultura portuguesa, o que deixa espaço para construir esta imagem de uma forma positiva. As minhas obras têm sido aclamadas pelo público no Reino Unido, assim como noutros países por onde tenho passado, como por exemplo a Alemanha e a China. As pessoas ficam muito surpreendidas com o trabalho e até agora os comentários têm sido muito positivos. Acredito que o meu trabalho artístico tem permitido levar novas imagens e histórias de Portugal pelo mundo.

A arquitectura permitiu­me desenvolver o contacto com o lugar. Foi quando iniciei a minha carreira como arquitecta que o meu interesse pelo mundo rural e a memória destes lugares se despertou. Deste modo, tentei que os meus projectos de arquitectura estabelecessem um diálogo com o passado 6. Quais são as suas 3 peças de que se mais representando o tempo presente e as sociedades que orgulha e mais prazer lhe deram a fazer? experienciei. É complicado pedir a um artista e autor para 4. Como é que descreve o tipo de arte e o género nomear quais as suas 3 peças preferidas. No das peças que produz? entanto, as que têm sido mais aclamadas pelo público são sem dúvida “A MANTA, Ouro & O meu trabalho artístico é originalmente inspirado Prata”; “A RAINHA” e as “MOURAS pelo declínio das comunidades rurais e a VESTIDAS”. subsequente perda de tradições locais. Desta forma, nas minhas criações artísticas pretendo dar vida a 7. Qual o momento que considera o ponto alto Página 11 de 12

Algumas das peças de Cristina Rodrigues:

da sua carreira artística? Até aqui a exposição mais complexa que desenvolvi foi “O Meu País Através dos Teus Olhos” que esteve no Museu Nacional de Arqueologia, no Mosteiro dos Jerónimos. Por este motivo foi particularmente desafiante executar e desenvolver esta exposição. 8. Onde podemos ver o seu trabalho? Quais as próximas exposições agendadas? É possível visitar o seu atelier?

"A MANTA, Ouro & Prata"

É possível visitar os meus dois ateliers, tanto em Manchester no Hope Mill, como em Portugal no CCR – Centro Cultural Raiano, em Idanha­a­Nova. As visitas devem ser agendadas por e­mail, através do meu website. A minha próxima exposição terá lugar na Manchester Cathedral de 3 de Julho a 21 de Setembro de 2014. Esta exposição é composta por três grandes instalações: “A MANTA”, “A RAINHA” e uma peça que vai ser exposta pela primeira vez intitulada “ENLIGTHENMENT”.

"MOURA VESTIDA"

Entrevista conduzida por Mário Pereira Comissão executiva PARSUK 2013­14

"A RAINHA"

A artista Cristina Rodrigues é ainda uma das oradoras convidadas do LUSO 2014 em Bath, onde poderão ter a oportunidade de ouvir falar mais do seu trabalho. Podem também seguir todas as exposições e outras novidades no seu website e redes sociais: http://www.cristinarodrigues.co.uk @CR_Architects

http://www.facebook.com/cristinarodriguesartist

Ficha Técnica Edição

Ana Rebocho

Contribuições

Ivo Timóteo

Manuel Marques

Ivo Timóteo

Joana Flores

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Joel Alves

José Reis

Manuel Marques

Mário Pereira

newsletter-Jun2014.pdf

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