WWW.PROFVAGNER.COM.BR  Ordens Missionárias – Penetraram no vale do rio E. M. CIENTISTA MÁRIO KRÖEFF Amazonas para a coleta das “Drogas do Sertão”, com mão-de-obra indígena. ALUNO: ________________________ Litoral Nordestino  Ocupação dos franceses após 1567 – Segunda tentativa N. ___TURMA: _______8° ANO - 2015 de ocupar o Brasil fundando uma colônia no Maranhão (França Equinocial – 1621). 1° BIMESTRE - 8°- HISTÓRIA  Índios bravios – Tinham boas relações com franceses e atacavam os luso-espanhóis pelos maus tratos e EXPANSÃO DAS FRONTEIRAS DA COLÔNIA perseguições.  Formas de ocupação – Criação de fortes pelo litoral para 1) O Tratado de Tordesilhas (1494) e o Tratado de Madri combater os indígenas e expulsar os franceses. A partir (1750) destes fortes surgiram as cidades de João Pessoa (PB), A expansão da fronteira colonial pelos colonos Natal (RN), Fortaleza (CE), etc. portugueses ao longo dos anos provocou um conflito entre  Sertão do Nordeste esses e colonos espanhóis, de modo que as coroas  Pressão sobre a pecuária – Crescimento da produção tiveram que fazer um acordo para uma nova fronteira agrícola fez "pressão" sobre a pecuária. Conflitos fizeram colonial. o rei de Portugal proibir a criação de gado no litoral. Os Abaixo iremos apontar os fatos que levaram à fazendeiros começaram a migrar para o interior do ocupação do interior do Brasil, nas áreas de Portugal e da Nordeste. Espanha, expandindo a fronteira colonial portuguesa.  Resistência nos sertões – Alguns quilombos do interior do Tratado de Tordesilhas - 1494 Nordeste e a presença de tribos indígenas causaram resistência à penetração e ocupação dos colonos para a criação de gado.  As fazendas de gado foram sendo construídas no interior em duas áreas distintas:  Sertões de Dentro – Partem da Bahia, seguindo o Rio São Francisco terminando no Maranhão.  Sertões de Fora – Partem de Fortaleza, passando pela Paraíba até o Piauí. 2) Expansão Bandeirante (Sudeste/Centro-oeste)  

Tratado de Madri - 1750

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   1) Ocupação do Norte/Nordeste

 Região Norte Presença estrangeira na foz do Amazonas – Esta  presença faz o governo espanhol dividir a colônia em 1621 para ocupar esta região mais rapidamente, fundando a capital em Belém. 

 São Vicente Declínio da Capitania. Estreita faixa de terra; solo menos produtivo; distância da Metrópole; deslocamento populacional devido crescimento agrícola no interior (grande planície) e concentração de tribos indígenas. São Paulo de Piratininga (1554) – surgiu a partir de colégio jesuíta; centro irradiador das expedições.  Bandeiras de Preação Busca inicial do indígena era para abastecer as necessidades da lavoura local. Na dominação holandesa, as regiões fora de sua dominação ficaram sem abastecimento de escravos, recorrendo à compra de índios escravizados pelos bandeirantes. Surge grande conflito entre bandeirantes e jesuítas, surgindo o caso do bota fora dos padres.  Bandeiras de Prospecção Existindo desde o início da colonização (ex: Pero Lobo 1531), ocorria também nas bandeiras de preação. Troca de tronco do Tietê-Paraná pelo Paraíba do SulSerra da Mantiqueira. Bartolomeu Bueno Siqueira (1694) e Borba Gato (1700) encontram as primeiras jazidas de ouro. Guerra dos Emboabas - Disputa pela posse das minas / Paulistas perdem e penetram Mato Grosso e Goiás.  Sertanismo de Contrato Contrato de bandeirantes para combater índios, caçar escravos e destruir quilombos.

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR Sacramento (que iria para a Espanha) pelas fazendas e Domingos Jorge Velho – bandeirante sertanista que povoas dos Sete Povos das Missões (que iria para comandou a destruição do Quilombo de Palmares. Portugal). Os Sete Povos das Missões foi obra dos índios  Guerra dos Bárbaros – os sertanistas de contrato Guaranis, convertidos e guiados pelos Jesuítas também destruíram uniões de tribos indígenas como a espanhóis, que alegaram aquela área não ser da coroa Confederação dos Cariris no Rio Grande do Norte. espanhola. Houve resistência na entrega e o ataque de um exército em conjunto portugueses e espanhóis, 3) Ocupação do Sul provocando as Guerras Guaraníticas, destruindo os povoados e matando milhares de índios. Estas guerras  Colônia de Sacramento (1680) acabaram atrapalhando o acordo e Portugal não entregou  O governador do Rio de Janeiro, junto com Sacramento. comerciantes e apoio do Rei de Portugal, com o intuito de lucrar com o comércio (contrabando) na região do Rio da Prata (que por acordo de Tordesilhas seria da Espanha, mas por falta de definições cartográficas precisas ficava em discussão), fundou uma colônia na margem do Rio da Prata, no lado oposto a cidade de Buenos Aires. Esta cidade fica no atual Uruguai.  Após União Ibérica esta colônia será pivô de disputas territoriais entre Portugal e Espanha.  A pecuária  Destruição das missões na região a partir de 1628 fez o gado se espalhar e reproduzir.  A caça do gado para abastecer a colônia e posterior criação ajudam a povoar a região.  Casais açorianos  Após o Tratado de Madri (1750), a coroa envia casais das ilhas dos Açores para a região dos Sete Povos das Missões. Tratado do Pardo (1761)  Portugal e Espanha novamente se viam em pólos opostos 4) Tratados de Limites no apoio à Inglaterra e França durante a Guerra dos Sete Anos. O Marques de Pombal assinou este tratado anulando as disposições fronteiriças anteriores. Estes tratados tentavam acabar com os conflitos Tratado de Santo Ildefonso (1777) entre Portugal de Espanha. Todas as vezes que havia um conflito entre as coroas, os colonos espanhóis de Buenos  Marques de Pombal foi demitido e a diplomacia portuguesa ficou vulnerável; Os espanhóis invadiram o Aires invadiam a Colônia de Sacramento. Em seguida Rio Grande do Sul e a ilha de Santa Catarina. Este acordo vinha um acordo de paz e a devolução de Sacramento. deixou Portugal sem Os Sete Povos das Missões e a Em 1750, com o Tratado de Madri, pensou-se que o Colônia de Sacramento em troca da saída dos espanhóis problema iria terminar, mas ainda levou 51 anos para a do território colonial português. solução. Segue abaixo os tratados. Tratado de Badajoz (1801)  Portugal e Espanha se envolveram na “guerra das Tratado de Lisboa (1681) laranjas”. Portugal perdeu a região de Olivença. Durante  Tratado entre Espanha e Portugal com o arbitramento esta guerra, os gaúchos dominaram os Sete Povos. Neste da Inglaterra e França, onde os espanhóis, que novo tratado, Portugal recebeu definitivamente os Sete invadiram a Colônia de Sacramento, deveriam Povos da Missão e a Espanha ficou com a Colônia de devolvê-la a Portugal. Sacramento. Tratado de Utrech (1713/1715) Comparação entre a Colônia de Sacramento e Sete Povos  Assinado após a guerra de sucessão espanhola para Portugal (Habsburgo x Bourbon). No de 1713, Portugal recebeu da França a garantia do controle da região do rio  Sacramento – Era mais lucrativo para a Inglaterra, já que era um ponto de distribuição de suas manufaturas, de Oiapoque, no Amapá. No Segundo (1715), a os modo quem mais se beneficiavam eram os ingleses. portugueses recebiam a posse da colônia de  Sete Povos – Era uma boa área para Portugal, pois era Sacramento. uma região com rica para a produção de erva-mate e Tratado de Madri (1750) criação de gado.  Após longo desentendimento entre Portugal e Espanha nas fronteiras do Sul (um deles era a ação ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA DOS ESCRAVOS NA da colônia de Montevidéu que isolava Sacramento), COLÔNIA as coroas tentaram resolver o conflito com a criação de uma nova linha de Fronteira, baseada no Uti Possidetis, ou seja, tinha a posse quem usava (ideia Tráfico Negreiro A escravidão já existia na África, entre os povos e do colono nascido no Brasil, Alexandre de Gusmão). tribos, antes da chegada do europeu no século XV. A Esse novo tratado aboliu oficialmente o Tratado de diferença era que a escravidão fazia parte da cultura africana, Tordesilhas. Um dos itens era a troca da colônia de 

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR onde o escravo era inserido, de alguma forma, na  Dentre os sudaneses destacava-se os muçulmanos da sociedade. Havia várias formas de escravidão: por Guiné. guerra, por dívida, etc. A convivência com os escravos era  Muitos eram de tribos inimigas na África. Essa falta de diferente entre as culturas. Muitos viviam na sociedade, união e entendimento dificultava as alianças para a luta. constituindo até família. O modelo de escravidão Dificuldades do Cotidiano implantado pelo europeu na África, mudou totalmente o  Chegando na América alguns morriam de tristeza ou sentido anterior. O escravo passou a ser apenas um melancolia, chamada de Banzo. objeto a ser caçado e depois comercializado, sem  Os castigos físicos mais comuns eram: nenhum direito, não sendo tratado como um ser humano.  Tronco (em pé: para o chicote; deitado: para prender O Tráfico Negreiro fez parte da Economia da Coroa pelas pernas). portuguesa e da economia colonial por três séculos,  Bacalhau: chicote de couro cru (às vezes passavam sal sendo somente no século XIX visto com maus olhos pelos nas feridas, o que piorava). europeus por causa das ideias iluministas que defendiam  Viramundo: Instrumento de ferro que prendia mãos e pés os direitos humanos. Dentre os fatos sobre escravidão juntos. moderna podemos destacar:  Gargalhadeira: colar de ferro com hastes em forma de  A escravidão africana foi autorizada por Bula do Papa gancho. desde 1454, pois a Igreja Católica era aliada ao Rei,  Máscara de Flandres: que não deixava o escravo colocar que era aliado aos comerciantes. nada na boca.  Havia três tipos de Tráfico Negreiro: O Assiento,  Havia muitos conflitos culturais que os escravos tinham cedido pela coroa; O Particular; e O das Cia que superar, pois eram submetidos a uma nova cultura Privilegiadas de Comércio. que lhe era imposta, tendo que:  Os Sobas (chefes africanos), faziam guerra para  Comer uma comida que não era de seu costume. capturar negros de outras tribos para negociar com os  Vestir roupas que não estavam acostumados. portugueses.  Aprender a língua local.  Nos Tumbeiros (Navios Negreiros), de 10 a 30% dos  Eram batizados pela Igreja Católica e recebia um novo escravos morriam; às vezes chegava a 50% na nome e por esse nome era chamado pelos seus travessia do Oceano Atlântico para chegar à América, donos. seja por doença, má alimentação, revoltas a bordo, Os escravos resistiam da forma que podiam, sendo que a etc. resiliência era a forma mais comum de resistência. Para  Os navios vinham lotados de escravos acorrentados, muitos africanos, morrer não era a solução, e sim esperar a que comiam e faziam suas necessidades no local, ou melhor oportunidade de fugir, ou sobreviver a toda aquela seja, péssimas condições de viagem. crueldade, aprendendo a viver uma nova realidade cruel. A  A “moeda colonial para trocar o escravo era a escravidão nunca foi aceita pelos escravos, e a prova disso cachaça, fumo, arma, etc”. era que nas fazendas havia a senzala, que era uma espécie de prisão onde dormiam os escravos, e a sua porta gradeada Condições , cotidiano e resistência dos escravos nunca ficava aberta. A vida dos escravos no Brasil colonial e imperial O escravo rural e o escravo urbano era muito ruim. Assim que chegavam, eles eram tratados As primeiras levas de escravos foram para a “engorda” (como se fossem animais para engordar predominantemente rural. Ficavam em senzalas e eram e ser vendido) nas casas próprias para isso. Depois vigiadas pelo feitor durante as horas trabalhadas no campo. comercializados nas praças das cidades. Os três Os senhores das fazendas coloniais quase não tinham contato principais portos de recebimento de escravos no Brasil com os escravos, pois os feitores eram os vigias e foram Recife (PE), Salvador (BA), e Rio de Janeiro (RJ). O intermediários dos escravos, e que aplicavam as torturas e Rio, por exemplo, foi o principal porto de entrada de castigos. Conforme surgem as cidades e as necessidades escravos e mercadorias para as regiões das Minas urbanas, os escravos vão sendo inseridos nas vilas pelos Gerais. A base da mão-de-obra no Brasil era os escravos. colonos portugueses. Como, em geral, as famílias que viviam Os trabalhos manuais eram vistos com preconceito nas cidades tinham poucos escravos (eram escravos porque era chamado trabalho de escravo. Os Escravos domésticos), eles não eram vigiados pelos feitores. Com o eram marcados pelos seus donos para facilitar a tempo esses escravos passaram a andar “livres” pelas ruas identificação caso fugisse. Eram perseguidos pelos das cidades trabalhando para seu dono. militares e pelos Capitães do Mato quando fugiam. Os Volta e meia o escravo urbano fugia, mas era castigos corporais eram a forma de inibir a sua vontade de capturado porque não tinha muita opção de lugar para viver. fugir, mas impedia as tentativas de fuga. A alimentação Para evitar confusão, era proibido ao escravo andar de sapato básica era feita com carne salgada (charque), feijão com (qualquer calçado, exceto se junto do seu senhor que o as partes da carne que seus senhores não comiam (daí calçou) e circular pela cidade após as 18:00, pois a iluminação surgiu a feijoada). As roupas eram feitas com tecido de pública era pouquíssima ou nenhuma. Muitos escravos da algodão cru. Dormiam em no chão de terra batido ou cidade eram chamados de Escravo de Ganho, pois eles esteiras de palha. Dentre as condições dos escravos que vendiam coisas como uma espécie de “camelô” e davam o viam para o Brasil podemos citar: lucro para seus donos. Alguns donos estipulavam o valor por Falta de união pela origem dia. Se passasse o escravo ficava com a sobra de dinheiro.  Boa parte que vinha para o Brasil pertencia Depois de muitos anos alguns compravam a sua carta de basicamente a dois grupos étnicos africanos: Bantos e alforria. Sudaneses. As Formas de Resistência WWW.PROFVAGNER.COM.BR

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR Dentre as formas de resistência podemos citar: exploração promovida pelos senhores coloniais. Vários  Suicídios, abortos, assassinatos, fugas eram estouros de insurreição escravos ocorreram entre 1807 e constantes. Houve também quilombos e insurreições. 1835. Conhecida como a Revolta dos Malês, essas rebeliões  A perda do escravo era prejuízo para seu dono, que eram liderados pelos negros da etnia Hauçá, sendo nem sempre exagerava nos maus tratos. totalmente abafada somente quando o Brasil já era As Dificuldades de organização entre os escravos: independente. Uma das teorias sobre a sua derrota é que houve denúncias por ciúmes de mulheres dos grupos  Falta de comunicação entre os engenhos – dificultava revoltosos. A última grande revolta foi em 1835, durante o período regencial (1831 a 1840). Esta revolta, porém, não tem uma organização de negros de outras fazendas.  Mistura de etnias rivais – tribos que eram rivais na somente ligações políticas com o período regencial, ou seja, África são colocados juntos para dificultar o não era uma luta pela falta do imperador no trono, mas sim com a luta dos negros contra a escravidão. entrosamento.  Diferença na distribuição dos trabalhos - o escravo A Cultura Os africanos eram forçados a abandonar a religião de doméstico tinha medo de voltar para a lavoura, raiz (o que quase nunca era conseguido). A Igreja proibia os denunciando qualquer tentativa de rebelião.  Alforria como forma de dominação – o escravo escravos de rezarem para seus orixás. Para enganar os alforriado vivia em torno do seu antigo dono, e senhores e os religiosos, os escravos usaram do sincretismo religioso, ou seja, eles faziam altares e colocavam imagens denunciava complôs por medo de perder a liberdade. católicas, mas rezavam para seus orixás. A música brasileira foi influenciada pelos instrumentos de percussão (tambores e Os Quilombos atabaques) africanos, assim como a sua forma de bater, O Quilombo – Era a mais forte forma de resistência à dando origem ao samba, por exemplo. A língua portuguesa no escravidão no Brasil. Era um povoado localizado bem Brasil também recebeu contribuição de palavras africanas, longe das cidades, em lugar escondido, onde viviam os assim como a forma de se falar, com a nasalização, uso de escravos que fugiam. Nesses povoados havia uma sons que os portugueses não pronunciavam como o “nhem”, o liderança escolhida entre os quilombolas. A produção era, “nhê”, o “nhô”, “eim”, etc., ficando nossa pronúncia com mais em geral, de gêneros alimentícios, e o que sobrava eram melodias, mais aberta do que a língua de Portugal. A comercializado secretamente nas cidades a fim do miscigenação deu ao Brasileiro uma cor mais morena. A quilombo conseguir armas e mantimentos manufaturados. comida recebeu a criação e influência africana, como a Havia na região de Minas Gerais Quilombos que feijoada, que era comida de escravo e virou prato típico sobreviviam da pequena mineração de ouro (minas nacional. abandonadas). A ECONOMIA DO BRASIL COLONIAL O surgimento dos Quilombos Em geral, após uma revolta na fazenda, os negros matavam seus senhores e fugiam para a floresta e formava uma comunidade. A 1 O Extrativismo Vegetal coroa portuguesa considerava quilombo refúgio com mais Extração do Pau-Brasil de 5 negros. Quilombo dos Palmares (Serra da Barriga - Alagoas) – Também chamada de Ibirapitinga pelos indígenas, a Maior e mais famoso do Brasil, surgiu nos fins do séc. madeira servia para tingir tecidos na cor vermelha. O consumo XVI. Cresceu a partir da invasão holandesa em de tecido vermelho aumentou na Europa a partir de Paris, que Pernambuco (1630). Foram várias expedições para já influenciava a cultura européia. A cor vermelha só era combatê-lo, inclusive as primeiras foram holandesas. O usada por cardeais durante a idade Média. Com a Idade primeiro líder, Ganga Zumba, foi convidado a fazer um Moderna, o enfraquecimento do poder de controle cultural da acordo de paz e aceitou, se transferindo para a Bahia. Igreja e o aumento da liberdade de consumo da burguesia, Mais tarde acabou sendo assassinado. Zumbi e seus algumas coisas começaram a mudar na Europa. companheiros não aceitaram e continuaram em Palmares. Em 1503, Fernão de Noronha e um grupo de cristãosO bandeirante e sertanista de contrato Domingos Jorge novos receberam o monopólio em troca do tributo anual de Velho foi contratado para combater Palmares. Com muito 400 cruzados e 6 navios carregados para a coroa, além da custo e quase derrota, Jorge Velho derrotou os palmarinos proteção da colônia. A ilha, que recebe o seu nome um pouco em 1695. Zumbi, que fugiu ferido, acabou sendo traído por alterado (Fernando de Noronha), foi a primeira Capitania do um companheiro em troca de liberdade e foi assassinado. Brasil, mas depois virou apenas ilha de Pernambuco. A A Insurreição escrava extração de pau Brasil foi a primeira forma de exploração Houve na História do Brasil uma rebelião urbana econômica do Brasil. A mão-de-obra para a extração da escrava organizada em forma de motim que pretendia madeira era a indígena através do escambo. Trocavam a matar a população branca e mulata (que apoiava os madeira por pequenos produtos com baixo valor como pentes, brancos), a fim de acabar com a exploração da anzóis, espelhos, etc., para os europeus, mas com alto valor escravidão. Em Salvador havia grande quantidade de para os índios. escravos de ganho, que viviam em situação sócioA produção era nômade e predatória, pois a maioria econômica precária. Parte desses eram escravos das Feitorias não era permanente, não causando o muçulmanos que foram introduzidos em Salvador. Faziam povoamento da colônia. Em 1513 a coroa liberou a extração parte de uma etnia de negros islamizados, que tinha um do Pau Brasil para qualquer colono em troca da viquésima elevado grau de cultura, pois liam e escreviam em árabe, (imposto de 20% sobre a carga). Em 1605 a coroa criou o e a religião lhes deu uma visão bastante politizada. Estes Regimento do Pau Brasil para impedir a extrema exploração negros começaram a se organizar contra a escravidão e predatória e a extinção da madeira na colônia. WWW.PROFVAGNER.COM.BR

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR As drogas do sertão As etapas da produção açucareira eram: a plantação, A Floresta Amazônica tinha uma riqueza vegetal a colheita da cana, a moagem da cana para fazer o caldo ( a em se interior. Sementes e frutos eram extraídos pelos garapa - caldo-de-cana), a casa da fornalha (ferver a garapa), indígenas que viviam nas missões religiosas ou que eram a casa de purgar (esfriamento do caldo dentro do molde “pãoescravizados pelos colonos. Vendidos no mercado de-açúcar), a separação do açúcar (o açúcar claro – o que europeu, tinha boa procura: o gengibre, a canela, a ficava por cima da forma; o açúcar mascavo – o mais escuro, baunilha,o guaraná, a castanha-do-pará, a pimenta, o que ficava no fundo da forma) e por fim embalar em caixas de cacau, etc., que eram retirado da região norte, madeira forrados com folhas de bananeira. principalmente no Amazonas, mas também na região da Havia três tipos de engenhos (moinhos): O Real, mata dos cocais entre o Pará e o Maranhão. Esta movido à moinho d’água; o Trapiche, com força animal; o produção extrativista deu origem a ocupação do vale do portátil, com força humana (escravo). Este último era mais rio Amazonas, que ficava além da linha de Tordesilhas, usado para o caldo de cana ou para fazer pouca cachaça. promovendo a futuro ganho de território colonial por 3 Pecuária Portugal. A necessidade do gado se deu com o aumento do 2 A Economia Açucareira número de fazendas no litoral nordestino ao longo do século O Açúcar foi a base econômica para o início da XVI. Conforme Caio Prado Júnior, ao fim do século, já havia colonização do Brasil em 1534. A escolha do produto e da fazendas especializadas em criação bovina. O gado era forma de produzir não foi por acaso. Os motivos foram: utilizado para transporte, alimentação, tração animal nos O capital – A Metrópole (Portugal) estava sem dinheiro moinhos e produção de utensílio de couro. Com o crescimento então passou o Passa o custo e o risco para o particular da produção, começou a disputar terras ao longo do litoral em troca de benefícios para quem viesse plantar cana. com a cana de açúcar. Por pressão dos fazendeiros foi O produto – A cana-de-açúcar tinha grande mercado proibida no litoral pela coroa, que quis reservar as terras do consumidor que era a Europa, pois antes do açúcar da litoral com produção para exportação. Isso marcou o início da cana adoçava-se com mel, que não é tão eficiente; O separação da produção. A produção era extensiva e Brasil tinha um bom solo e bom clima para esse tipo de itinerante, ou seja, criação necessitava de grandes pastos produto, pois a cana cresce bem em clima tropical; Os para se alimentar e reproduzir, de modo que os fazendeiros portugueses já conheciam a técnica da produção de circulavam com o gado, conduzindo-os por grandes pastos. A açúcar porque já o produziam nas Ilhas do Atlântico condução do gado era feita por boiadeiros que incluía o dono (Açores e Cabo Verde). Nessas ilhas foram implantadas o da fazenda e a mão-de-obra utilizada era tanto livre quanto a sistema de Capitanias Hereditárias (usado depois no escrava. Eram poucos escravos porque era uma atividade que Brasil). não necessitava que muitos trabalhadores como na produção A mão-de-obra – Foi a Escrava, que era lucrativa naquele de açúcar, por exemplo. As fazendas eram rústicas, assim momento; A Escravidão africana se deu pelo lucrativo como as casas, os móveis e a vida dos donos das fazendas. Tráfico Negreiro. A Metrópole tinha pouca população, nem 4 Tabaco sempre interessada em vir para o Brasil e a Coroa tinha o O Tabaco era conhecido por longa data entre os “medo” do risco do colono fazer produção autônoma e indígenas da América. Foi introduzido na Europa e, apesar abandonar a lavoura. das críticas da Igreja pelo costume, se espalhou, virou moda, “Plantation” e ganhou grande mercado consumidor. Era produzida O modelo implantado no Brasil foi parecido com o principalmente na Bahia, Sergipe e Alagoas em sistema mesmo posteriormente implantado pelos ingleses na parecido com a plantation, mas com fazendas de média e ou América do Norte. Era um sistema de produção voltada de pequena extensão, com a base da produção com mão-depara o mercado externo no qual tinha três características obra familiar e escrava. Foi um dos produtos de maior principais: O latifúndio (grande propriedade de terra), a importância na Economia colonial e Imperial. Ficava no topo monocultura (produzir um só produto dentro da mesma da pauta de exportação, em segundo, terceiro ou quarto propriedade) e a mão-de-obra escrava. Além do trabalho produto, de acordo com a época. do que registram os escravo, tinha a mão-de-obra livre especializada, feitor, historiadores tradicionais. Era basicamente dividido em dois ferreiro, etc. produtos: o tabaco fino ia para a Europa, porém o mercado Tipos de fazendas de açúcar principal era para escambo de escravos na África, que Engenho era o nome dado a uma fazenda utilizava o tabaco mais bruto. Para mostrar a importância do produtora de açúcar. O engenho propriamente dito é a Tabaco na economia do Brasil, a posterior bandeira do Brasil máquina que mói a cana, mas chamava de Engenho a Império tinha dois ramos ao lado do símbolo armilar da Coroa fazenda toda. Era básico em um Engenho: a casa grande, Imperial: um ramo era o café e o outro o tabaco. a senzala, a casa do moinho, a casa de purgar, o galpão, 5 Algodão a capela (nem todas tinham, mas tinha oratório dentro da O algodão já era conhecido pelos indígenas que casa), a plantação de cana, a horta, o celeiro, e a floresta faziam utensílios como redes de dormir. Planado a partir do (reserva de madeira). séc. XVII na região do Pará, se espalhou pelo interior da Havia alguns tipos diferentes de fazendas: Os colônia, chegando até o Paraná. Com a administração do Engenhos tradicionais, que com 50 escravos eram Marques de Pombal em Portugal, a Cia de Com. do Pará e considerados de porte médio; Fazendas obrigadas: Maranhão financiou a produção. O objetivo principal era espécie de meeiro, pois o fazendeiro só tinha escravo; abastecer o mercado interno como roupa para escravos, metade da produção ficava para o real dono da fazenda; redes, roupas de baixo, etc. A exportação era fraca porque a As fazendas livres produziam cana, mas não possuíam produção das 13 Colônias inglesa (EUA) era poderosa engenhos. Negociavam a matéria-prima com os Senhores concorrente. Com a guerra de independência dos EUA entre de Engenho. 1774 e 1783, no final do século XVIII, a exportação do WWW.PROFVAGNER.COM.BR

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR algodão colonial aumentou, mas depois do produção pela escassez na metade do século XVIII, o rei restabelecimento americano, voltou a cair. passou a cobrar 100 arrobas de ouro anuais (1750), que dava 6 Tráfico Negreiro em torno de 250 quilos de ouro por ano. Isso foi implantado A escravidão africana era autorizada por bula pelo Marquês de Pombal que estava fazendo uma política de Papal desde 1454. Havia três tipos de Tráfico Negreiro: O modernização na metrópole, e necessitava de dinheiro. Como Assiento, cedido pela coroa; O Particular; O das Cia o ouro estava escasso e as dívidas dos mineradores alta, o Privilegiadas de Comércio. Os Sobas (chefes africanos), governo de Portugal acusou a falta de pagamento dos faziam guerra para capturar negros de outras tribos para impostos por causa do contrabando de ouro. Assim negociar com os portugueses. Nos Tumbeiros (Navios determinou que, caso a região não pagasse as 100 arrobas Negreiros), de 10 a 30% dos escravos morriam; às vezes seria decretado a Derrama (1765), que era a cobrança dos chegava a 50%. O escravo era trocado por cachaça, impostos atrasados de modo forçado, incluindo perda de bens fumo, arma, etc. particulares e domésticos. Dentre as formas de extração do ouro tinham três 7 Mineração formas básicas: as Lavras de Aluvião, que eram retirados nos Desde do início da colonização do Brasil, o rei de rios com a bateia (prato de metal) para o ouro de aluvião (ouro Portugal incentivava a formação de expedições para o em pó depositado no fundo dos rios pelas chuvas). O nível interior em busca de minas de ouro (As Entradas). Com o dos rios tinha que ser baixoo, ou baixado por represas. O tempo, o particular que cuidou de fazer esta constante Sistema de Catas que consistia em “lavar” o morro para a procura de ouro. Os Bandeirantes Paulistas, desde do fim retirada o ouro em pó e cascalho que se depositava em um do século XVI (em torno de 1590), buscavam riquezas a lago no sopé do morro. E a Perfuração de Minas, que foi o partir de São Paulo de Piratininga. Encontravam minas menos usado pela dificuldade e falta de técnicas. com reduzido ouro, o qual tinham que registrar na Além do ouro, descobriu-se em Minas Gerai uma Fazenda Real e pagar 20% da extração (o quinto). Um grande fonte de diamantes (1729) em uma região que ficou século mais tarde, Seguindo o Rio Paraíba do Sul e posteriormente conhecido como Distrito Diamantino. A região atravessando a serra da Mantiqueira, os Bandeirantes que mais tinha diamante foi nomeada Tijuco (atual cidade de Paulistas encontraram grande concentração de ouro, o Diamantina), era lamacenta e encontraram primeiramente que gerou conflitos entre os colonos portugueses e os ouro, e posteriormente grande quantidade de diamantes. O Bandeirantes, que não aceitavam a presença de Tijuco virou distrito e uma área sem liberdades para coibir estranhos nas minas (Guerra dos Emboabas). Houve uma contrabando, porém sempre houve. Os contratadores eram corrida tanto interna (gente da própria colônia indo para as responsáveis pela produção – ex: Contratador João minas) quanto externa (portugueses) indo para a região Fernandes (1739). Mais tarde o governo português tirou a das Minas Gerais. Esse rápido povoamento gerou responsabilidade desses contratadores e criaram um órgão problemas na questão de alimentação da região, pois ela ligado ao governo, a Real Extração (1771). não produzia alimento suficiente para tanta gente, A sociedade mineradora era formada de contrastes, causando grande fome nos anos iniciais. pois havia gente muito rica, porém, a ilusão do ouro atraía A fim de organizar a Administração das Minas, o muitos homens livres que acabavam na extrema miséria, rei de Portugal elaborou um documento chamado fazendo a cidade de Ouro Preto (atual Vila Rica), a capital dos Intendência das Minas (1702), que era responsável pela mendigos. Os filhos de ricos iam estudar na Europa fazer administração da exploração, distribuição das datas (lotes medicina ou direito. As mulheres criadas para o casamento ou do rio que dava direito aos mineradores com escravos a convento. As diversas Ordens Religiosas disputavam quem extrair o ouro) e fiscalização do pagamento do quinto real eram as mais ricas, disputando nas belas Igrejas construídas (20%). Com o aumento do contrabando, que, por ou nas grandes festas religiosas. O Barroco era o estilo exemplo, era feito dentro de Santos do Pau Oco (colocava arquitetônico de Minas Gerais. o ouro em pó dentro do santo), o rei de Portugal Como conseqüência da mineração na região Centrodeterminou a implantação da Casa de Fundição (1719), Sul da Colônia tivemos algumas mudanças na sociedade proibindo-se a circulação de ouro em pó fora da região mineradora, na política e na economia interna. A mineração das minas. O quinto era cobrado após a fundição. Estas promoveu um aumento de urbanização, pois nas Minas Gerais determinações foram responsáveis pela revolta de Vila surgiram núcleos urbanos que controlava a vida social da Rica de 1720. A mão-de-obra escrava era a base da região. Diferente do Nordeste açucareiro que o campo extração de ouro e diamantes em Minas Gerais. (fazendeiros) controlava as cidades. A criação de mercado O Quinto Real (20%) era o imposto mais antigo da interno mais expressivo, pois as necessidades da região colônia sobre metais preciosos e pedras. Esse durou por mineradora fizeram surgir um mercado interno, atraindo muitos anos na mineração. Cada lote de mina pagava o produtos e serviços. A expansão do trabalho livre-assalariado, quinto. Como Minas era uma região com muita riqueza, o pois parte da mão-de-obra era livre nas minas e nos núcleos rei tentava tirar o máximo proveito. Assim, o rei cobrava o urbanos, principalmente nos serviços especializados. Uma Direito de Entrada, que era uma imposto real cobrado a maior mobilidade social, havia pequenos mineradores toda mercadoria que entrava na região das minas, o que conseguiram fazer riquezas e escravos conseguiram comprar aumentava ainda mais o seu preço. Com o aumento da alforria. Nem de longe havia maior igualdade social e essa produção, a coroa resolveu cobrar mais impostos. Passou sociedade era mais democrática que a sociedade rural do a fazer pelo número de escravos (Sistema de Captação - litoral. 1735) em cada data (lote) de extração (per capita), mas também todos os que tinham escravos em seu negócio. 8 Outras atividades econômicas (2a Metade do século XVIII) Com a crítica dos mineradores o sistema caiu e voltou a A economia do Brasil colonial era mais diversa que cobrança anual do Quinto (20%). Com a queda da muitos achavam. Não se limitava a ouro, açúcar, algodão... O WWW.PROFVAGNER.COM.BR

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR governo de Portugal, após 1750 e a crescente queda na  Condições para a Revolução Industrial extração de ouro, buscou incentivar a diversidade  Para iniciar a Revolução Industrial, um país precisa reunir econômica na Colônia. Isso se até a saída de Pombal, algumas condições para iniciar o processo. Na metade do momento em que a coroa portuguesa abandonou essa Século XVIII, a Inglaterra reunia estas qualidades política de incentivo. Como diversificação tem: propiciando o seu pioneirismo.  Construção naval: Incentivo oficial na Bahia e  O Capital Maranhão devido o comércio de cabotagem.  A Inglaterra conseguiu uma acumulação primitiva de  Pesca da Baleia: concessão oficial entre a região capital através inicialmente de sua rede de corsários e da Bahia e Santa Catarina; além da carne, o óleo posteriormente através do tráfico de escravos, comércio era utilizado para iluminação e construção civil. colonial e principalmente de tratados vantajosos como o  Produção de Salitre: utilizado para fábrica de de Methuen de 1703 com Portugal, que levou grande pólvora; Explorado na Bahia e em Minas Gerais; o parte do ouro de Minas Gerais para cobrir o déficit. mineral abastecia fábricas no Rio de Janeiro, em  A Mão-de-obra Minas e era exportado para Europa.  Vem dos artesãos que não conseguem mais sobreviver  Produção de erva-mate: explorada pelas missões com a sua produção devido o aumento da concorrência, jesuíticas no Paraná e exportadas para Buenos vem expulsa da região rural devido a autorização dos Aires e Montevidéu. cercamentos, onde as terras públicas e de uso coletivo passou a ser usado para a criação de ovelhas para a A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL produção de lã para as manufaturas.  As Máquinas 1) O que foi a Revolução Industrial  Foi introduzida no processo produtivo no século XVIII, sendo o grande símbolo da Revolução Industrial. As Uma idéia conceitual invenções surgiram na Inglaterra a partir das  Um prolongado processo de transformações na área necessidades da produção. produtiva que afeta a sociedade como um todo e  Os Mercados transfere a supremacia do capital comercial para o  Era a própria razão da existência de suas manufaturas e industrial. comércio, aumentado conforme sua população ia  A transformação crescendo e o número de colônias se tornava cada vez  A transformação não foi apenas a introdução de maior (Ex: Guerra 7 anos, Canadá, Índia e Flórida). Além máquinas na produção e a substituição da forma de de se lançar às colônias dos outros, como no caso do forma de energia. Houve também uma mudança no comércio no Rio da Prata feito através de Portugal. campo econômico, político e social.  A Matéria-prima  Conseguido através do comércio colonial como o Algodão 2) Artesanato, manufatura, maquinofatura dos EUA e matéria-prima da Índia. Em seu território a Inglaterra também possuía jazida de carvão e ferro  Artesanato necessário para sua industrialização.  A primeira forma de produção, onde o artesão possuía os meios de produção independentes: instalações, 4) Mecanização da produção ferramentas e matéria-prima. Sozinho, em família ou em Corporações de Ofício, realizava todas as etapas  Início da Revolução Industrial de produção, desde a preparação da matéria prima  Pouco se comenta mas a revolução industrial começou no até o acabamento final. campo, uma vez que se necessitava do curso dos rios  Manufatura para movimentar as máquinas movidas por força  Foi um resultado da ampliação do consumo, onde o hidráulicas. artesão recebia do comerciante a matéria-prima e,  O processo de mecanização começou na indústria têxtil trabalhando em suas casas, recebia salário. As do algodão, fiação e tecelagem. As invenções foram ferramentas eram do artesão e de funcionavam com resultados de problemas concretos colocados para movimentos manuais como os teares. Posteriormente, homens práticos, nascendo dentro das necessidades o comerciante foi reunindo ferramentas e artesãos em sociais. pequenas fábricas, dividindo o processo produtivo, onde o trabalhador não controlava mais os meios de  Lançadeira Volante (1733) produção.  Criado por John Kay, foi adaptado aos velhos teares  Maquinofatura manuais. Faziam tecidos maiores que a largura dos  Foi a separação definitiva do dos meios de produção braços do artesão, aumentando a capacidade de tecer, o do trabalho. O trabalhador perde seu poder criativo, que fez faltar fios, que era feita na roca de fiar acionada pois só realizava apenas uma etapa da produção se com um pedal. tornando alienada. Seu ritmo de trabalho estava  Spinning Jenny (1767) submetido ao regime da máquina.  Criado por James Hargreaves, tinha uma roca com vários fusos e permitia a um só artesão fiar de 8 a 80 fios de uma 3) O pioneirismo inglês só vez, mas os fios eram muito finos e quebradiços.  Water Frame (1769)  Criado por Richard Arkwright, esta fiadeira era econômica por ser movido a água, mas seus fios eram muito grossos. WWW.PROFVAGNER.COM.BR

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WWW.PROFVAGNER.COM.BR Mule (1779) fugir dos problemas através da bebida. O alcoolismo se tornou uma “epidemia” nos centros urbanos ingleses. A spinning jenny e a water frame foram combinadas por Samuel Crompton em uma única máquina, cujos fios eram finos e resistentes., aumentando a 7) Primeiras organizações e movimento dos trabalhadores capacidade de produção e criando um novo  Trade Unions. desequilíbrio na produção.  Máquina a vapor (1781/82)  Antecessor dos futuros sindicatos, surgiu a partir de associações de trabalhadores mais especializados como  Aperfeiçoada com a introdução do motor rotativo por os penteadores de lãs. Posteriormente as associações James Watt, foi introduzida como forma de energia começaram a ter um caráter reivindicatório, obtendo-se de nas máquinas, substituindo por completo outras forma gradual a proibição do trabalho infantil, limitação ao formas de energia (humana, dos rios, etc) e dando trabalho feminino e o direito de greve. mobilidade as fábricas.  Movimento Ludista.  Tear a Vapor (1785)  Criado por Edmond Cartwright, o tear mecânico  Foi uma reação espontânea por causa da fome e as condições de vida causada pelos baixos salários. Os equilibrou novamente a relação entre a fiação trabalhadores e seu líder, Ned Ludmann, invadiam as (produção de fios) e a tecelagem (produção de fábricas e quebravam as máquinas, achando que elas tecidos) dando um novo impulso a Revolução causavam o mal social. Industrial.  Movimento Cartista. Em 1838 os operários fizeram uma petição exigindo, entre 5) Os períodos da Revolução Industrial outras, coisas melhores salários e direito de voto. Estas reivindicações estavam em uma carta enviada ao Parlamento  De 1750 a 1850  Chamado também de 1° Revolução Industrial, tem Inglês. Era através de cartas que o movimento difundia as como palco principal a Inglaterra, preponderando a suas reivindicações. Devido os interesses da burguesia produção de bens de consumo, a energia a vapor a industrial que controlava o parlamento, conseguiram apenas algumas modificações. partir do carvão mineral e a utilização do ferro.  De 1850 a 1900  Período de difusão da Revolução Industrial pelo mundo, onde se intensificou a concorrência. Também chamado de 2° Revolução Industrial devido a substituição do ferro pelo o aço e por surgir novas fontes de energia como a hidroelétrica e os derivados do petróleo, nascendo o motor a explosão.  De 1900 aos dias atuais  Surgiu conglomerados industriais, produção em série e consumo de massas. Houve aperfeiçoamento das técnicas de produção, avanço da indústria química e eletrônica, da engenharia genética e da mecatrônica.  

6) Implicações sociais da Industrialização  

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Lei dos pobres. No início da Revolução Industrial, devido a necessidade de mão-de-obra, a antiga lei dos pobres, criada para ajudá-los, foi reeditada e passou a não permitir mendigos e vagabundos na rua, que eram presos ou enviados para as fábricas. Concentração fabril. Desenvolve os centros urbanos abrigando enorme massa de trabalhadores. Posteriormente surgem áreas industriais como a de Manchester, no Norte da Inglaterra. Condições de trabalho. Os trabalhadores se submetiam a ao ritmo das máquinas, vivendo em alojamentos com péssimas condições de higiene, sem garantias contra acidentes de trabalho e sofrendo concorrência com trabalho infantil e feminino. Desqualificação do trabalho e crise social. A mecanização tornava desqualificada a mão-de-obra e tendia a reduzir os salários. Além da baixa dos rendimentos salariais, havia o desemprego gerado por paradas nas fábricas. Os trabalhadores procuravam WWW.PROFVAGNER.COM.BR

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Depois de muitos anos alguns compravam a sua carta de. alforria. As Formas de Resistência. Page 3 of 8. APOSTILA HISTORIA 8° ANO - 1° Bim - 2015.pdf.

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