Leitura fruição: desejo e desafio na sala de aula Fabiana Bigaton Tonin– IFSP/capivari–
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I Encontro de Professores de Línguas e Tecnologias - EPLITEC 29 de maio de 2015
Introdução - Prática da leitura fruição: prática privilegiada e sistemática; - Ler por prazer: “atrair” a atenção dos alunos; construir práticas de leituras (mais) significativas no ambiente escolar; - Romper com cânones e expectativas já sedimentadas e, por vezes, esvaziadas; - Escola: espaço de diálogo e de autonomia (e não só de imposição); - Professora: modelo de leitora – escolhas, modo de ler, posturas, comentários.
Fundamentação teórica - História cultural (Chartier) – análise dos suportes; influências que “conduzem” às leituras escolhidas (amigos, família, mercado, escola); análise de práticas e gestos de leitura; - Bakhtin – “diálogo” entre jovens e livros; atos de enunciação – “respostas”; - História Oral – Alessandro Portelli; Janaína Amado – construção da subjetividade e da história de leitura e de leitor; valorização das experiências particulares (narrativas significativas para se pensar práticas de leitura e trabalho com a literatura em sala de aula).
Objetivos - Aproximar os alunos da literatura, despertar e reforçar o hábito de leitura; - Fazer do ambiente escolar um cenário para manifestar escolhas, gostos e para dialogar sobre leituras (canônicas e não canônicas); - Estimular autonomia; - Consolidar apreciação estética e crítica das obras escolhidas; - Ampliar repertório de leituras e repertório cultural dos alunos.
Metodologia -
rodas de conversa; exposição dialogada; leituras partilhadas; pesquisa bibliográfica; observações (anotações em caderno de campo); entrevistas semiestruturadas (em processo).
Resultados - diversidade de escolhas; - boa disposição dos alunos para ler as obras escolhidas; - desvelamento das percepções dos alunos sobre escola, leituras obrigatórias e leituras “esperadas”; - reconhecimento do espaço e poder de escolha dos alunos; - delineamento de perfis de leitores e leituras – possibilidade de trabalhos mais específicos e que contemplem expectativas dos alunos; - ressignificação das práticas de leitura.
Conclusão Como se trata de um trabalho em processo, as conclusões estão “em curso”. Até o momento, notam-se o espanto de alguns alunos, a desconfiança em relação à proposta, bem como a boa aceitação e a surpresa positiva de muitos ao verem contemplados, pela escola, gostos e preferências “não-canônicas”. Portanto, percebe-se que é possível a escola contemplar as escolhas dos alunos, tornando-as caminhos para apreciação de obras canônicas e, sobretudo, oportunidades de diálogo e de aproximação entre os alunos e saberes em construção.
Referências Bibliográficas
ABREU, Márcia. Cultura letrada – literatura e leitura. São Paulo: Editora Unesp, 2006. AMADO, Janaína B. O Grande Mentiroso: Tradição, Veracidade e Imaginação em História Oral. História. São Paulo: v. 14, p.125-136, 1995. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. _______________. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2009. CHARTIER, Roger. Práticas de Leitura. São Paulo: Estação Liberdade, 1996. _________________. História Cultural – entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 1996. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 2007. PORTELLI. Alessandro. História Oral como gênero. In Projeto História. n.22. São Paulo: EDUC, pp.9-36, 2001,