Disp. e Tradução: Rachael Revisora Inicial: Marcia Revisora Final: Rachael Formatação: Rachael Logo/Arte: Dyllan

Um gerente do estoque de cavalos na turnê de rodeio, o rude vaqueiro Jed Hastings está num beco sem saída. Ele precisa de um novo assistente para ontem. E introduz o verde-como-oinferno Booker West. Booker passara a infância sonhando fazer parte do rodeio. Ele não tem qualquer experiência no trabalho com cavalos, mas Jed não tem opções, e dá ao novato uma chance. Inocente sobre o mundo e secretamente gay, Booker trabalha como o diabo para esconder sua atração por Jed. Ele não quer ser apenas um aspirante-a-cowboy com uma paixão; Ele quer aprender com Jed. Booker anseia por seu respeito, amizade e confiança. Para Jed, ele sabe que um jovem potro ansioso como Booker vai trabalhar até seu último nervo, mas descobre que tem uma paciência infinita com o cara. Ele também é possessivo sobre Booker. E embora dormir em um beliche juntos possa criar intimidades, isso não explica nem de longe as fantasias sexuais explícitas de Jed, nem seu desejo crescente por outro homem. Quando a vida altera os eventos e envia Jed e Booker bobinando, uma noite de paixão crua entre os homens finalmente explode. Mas, à luz do dia, Booker vai poder ajudar Jed a aceitar seu amor? Ou será que esta atração desenterrada vai enviar Jed para um lugar escuro do qual ele não pode mais se recuperar?

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Dedicação Este é para Kris G. Suas belas fotos dos rodeios trouxeram Jed e Booker à vida. Obrigada por compartilhar suas imagens comigo. — CD

Revisoras Comentam...

Marcia: Não é difícil dizer que o livro é lindo, quem conhece as histórias da autora sabe o que quero dizer, o difícil mesmo é explicar o tamanho dessa beleza, por isso, não vou nem tentar!!!! Jed é um cowboy durão, que ama incondicionalmente sua família. Booker um aspirante a cowboy, que só quer uma oportunidade de mostrar seu valor. Jed lhe dá essa oportunidade, e daí tudo começa... Boa leitura.

Rachael: Como sempre a Cameron nos traz uma história crua, com uma gama enorme de sentimentos que precisam ser resolvidos. Jed é um cowboy experiente que está farto de seu colega de equipe e num ímpeto de audácia contrata Brooker, um menino inexperiente, mas que tem uma sede de aprender. A amizade começa com a divisão do dia a dia, os anos se passam e Brooker se vê apaixonado por Jed. É um amor não correspondido, até que um acidente muda tudo. Quando se vê a beira de perder Brooker, Jed começa a reparar que ele é mais que um amigo. Mas para ter ele em sua vida não é simples. Jed ama sua família, não pode escolher entre ela e seu querido Potro. O que ele faz? O desespero bate profundamente. Jed conseguirá abrir mão de um amor por outro?

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Parte Um O Garanhão e o Potro

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Capítulo Um Filho da puta. Rosnando em um tom áspero que fez um jovem vaqueiro olhar para cima de uma baia há uns vinte metros de distância, Jed Hastings foi em direção à saída do estábulo improvisado como se o próprio inferno girasse ao redor de suas botas de cowboy desgastadas. O rodeio tinha terminado, havia chegado a hora de cuidar dos cavalos e carregá-los nos reboques, e aquele imprestável do caralho do Blake não se encontrava em lugar nenhum. Nem um pouco malditamente surpreso, Jed cavou o celular do bolso e discou o número de seu patrão. Se o homem mais uma vez se recusasse a demitir Blake, Jed jurava por tudo que é santo que desistiria naquele momento e procuraria um novo trabalho. Não é como se o filho da puta me paga o suficiente para fazer o trabalho de um homem, quanto mais de dois. No momento em que um desinteressado “Alô” chegou ao ouvido de Jed, ele vomitou como uma broca batendo num reservatório de óleo. “Aquele imbecil deve estar lá fora fodendo uma das sobras de groupies que os cavaleiros não quiseram, porque ele certo como o inferno não está aqui comigo, e não atende minhas ligações.” Jed compassou na frente das portas largas do estábulo, olhando sujo para alguém que teve a coragem de lhe atirar um olhar descontente. “Se não despedir sua bunda neste instante, você não terá ninguém para dirigir metade de seu estoque para o próximo evento, porque eu vou estar fora.” Um suspiro ressoou pelo telefone. “Seja razoável,” Cliff respondeu. “Não posso me livrar dele. Quem diabo vai dirigir o reboque de viagem, enquanto você e eu dirigimos o estoque?” “Eu não me importo.” “Você não me deu tempo suficiente para encontrar um substituto.” Fodido bastardo comedor de merda. Cada molécula no braço de Jed ansiava por socar alguma coisa. Empregando suprema vontade, ele encostou o punho contra seu lado e compassou em uma vala de terra ao invés. “Eu tenho lhe dito para se livrar desse idiota inútil por dois

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meses. Não me venha com essa merda. Você já teve tempo de sobra para contratar outra pessoa.” Jed falou abertamente com Cliff, sabendo que Cliff não gostava dele mais do que ele gostava de Cliff, mas até que Cliff descarregasse esta operação de estoque no rodeio, eles precisavam um do outro — com Cliff precisando de Jed mais do que Jed precisava de Cliff. “Você nem sequer menciona que está procurando alguém novo, a menos que eu toque no assunto.” “Confie em mim,” Cliff respondeu. “Todos que deixaram um pedido fazem Blake parecer um vencedor.” Jed bufou e revirou os olhos. “Isso é besteira. Eu poderia jogar uma porra de um níquel e encontrar alguém melhor do que Blake.” “Sinta-se livre para tentar.” A resposta de Cliff, a primeira assim, fez Jed se endireitar. “Se você encontrar alguém que faça este trabalho pelo que estou pagando Blake, então ele será história.” A imagem do jovem cowboy rondando os estábulos relampejou como uma imagem 3-D na frente dos olhos de Jed. Ele tinha visto o garoto pescando ao redor todo o fim de semana, e sabia o que aquilo significava. Sim. Jed girou sobre os calcanhares e voltou para os animais. Sério, garoto. Por favor, não seja um idiota. “Já está feito,” Jed assegurou a Cliff. “Pegue o telefone em dez minutos e esteja pronto para dizer a Blake que ele está desempregado.” Jed não esperou por Cliff se despedir. Ele reentrou no celeiro temporário dos cavalos e imediatamente se concentrou no jovem cowboy. O garoto ainda se misturava com os animais, dessa vez acariciando o flanco de uma égua malhada. Após uma inspeção mais minuciosa, Jed catalogou o cabelo escuro saindo pelas bordas do Stetson branco imaculado do jovem, o comprimento do material preto quase chegando aos ombros. Uma camisa azul e jeans escuro cobria um corpo mais alto e mais esguio do que da maioria dos cowboys que procuravam montar em touros ou cavalos broncos1, e suas botas pareciam novíssimas-em-folhas também. Ele é apenas um groupie.

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Bronco é um termo usado no Estados Unidos, no norte do México e Canadá para se referir a um destreinado cavalo ou um habitualmente fanfarrão. Pode se referir a um cavalo selvagem que vive em estado selvagem toda a sua vida, mas também é

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Bemmm, merda. Tão rápido quanto Jed esvaziou, ele se animou de volta. A égua que o garoto olhava dançou na baia, mas o cara sussurrou para ela e a acalmou como se tivesse cuidado de cavalos a vida toda — e era danado de bom na tarefa. Então, talvez, o garoto fosse apenas um fanático por rodeio, mas tinha desenvolvido certa habilidade em algum lugar, ou talvez apenas possuísse um dom natural. Jed se aproximou, detendo os sentidos agora com mais precisão sobre o jovem. Com um segundo olhar, ele descobriu se o cowboy era um groupie, ele estava aqui pelos animais, e não pelos homens e mulheres que os montavam. E isso é exatamente o que preciso. Movendo-se para o lado do cowboy, Jed perguntou, “O quão mal você quer um trabalho com os cavalos?” O cara se virou, com a mão estampada no peito. “Céus.” Ele caiu contra a baia. “Você me assustou.” Jed arqueou uma sobrancelha. “Você me viu há poucos minutos. Eu amaldiçoei alto o suficiente para chamar sua atenção.” O jovem olhou em direção às portas abertas. Quando voltou seu foco para Jed, vermelho rastejava por seu rosto. “Eu também o vi sair. E não o ouvi voltando.” “Eu não estava sendo especialmente silencioso.” Quando o garoto cresceu ainda mais vermelho, Jed percebeu que ele era tímido, e então Jed mediu sua voz para um murmúrio. “Acho que você estava ligado nos animais mais do que qualquer outra coisa por aqui e nem percebeu.” O rosto anguloso do cara suavizou, e uma nova luz saturou o verde em seus olhos. “Eles são lindos.” Ele esfregou o nariz da égua, mais uma vez, e ela relinchou para ele como se ele não fosse um estranho para ela. Quase hipnotizado, Jed estudou a facilidade entre este estranho e o cavalo. “Você já trabalhou com animais?” O cara sacudiu a cabeça. “Você já trabalhou em algum emprego?”

usado para se referir a cavalos domésticos ainda não totalmente capacitados para selar, e, portanto, propensos a um comportamento imprevisível, especialmente resistindo. O termo também se refere aos cavalos utilizados em rodeio.

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“Fast-food oficialmente.” Com um dar de ombros, o aspirante de cowboy enfiou as mãos nos bolsos e se balançou sobre os calcanhares das botas. “Mas já passeei com cachorros, cortei gramas, e coisas do gênero desde que tinha doze anos.” “Por quanto tempo você tem seu trabalho de fast-food?” “Por dois anos. Comecei quando eu tinha dezesseis anos.” “Então você é confiável.” Jed poderia trabalhar com verde, mas ansioso por um aprendiz. “Você tem família? Namorada?” Lombadas e possíveis descarrilamentos voaram com rapidez e furiosamente pelos pensamentos de Jed. “Qualquer um que apontaria as armas se você não estivesse por perto todos os dias? Você está se preparando para começar a faculdade?” “Tenho uma irmã, mas ela ficaria bem sem mim. Cherise — essa é minha irmã — é mais velha do que eu.” O garoto inclinou os ombros em um desleixo ainda mais profundo e acrescentou baixinho, “Não tenho namorada, e faculdade não vai acontecer para mim por agora.” “Estar dentro e fora da estrada o tempo todo, longe de casa, não vai te deixar com saudades?” Jed pressionou. Inferno, ele tinha que fazer. Não queria que o primeiro empregado de sua escolha caísse fora em um mês, e provasse que Cliff estava certo. “Você se oporia de viver em um trailer de viagem apertado comigo, um cara que você não conhece?” “Por que você está me fazendo todas essas perguntas?” O garoto estreitou o olhar, mas não se esquivou. Ele até mesmo se empurrou mais reto, Jed notou. Jed deixou seu olhar deslizar para o cavalo cutucando o ombro do jovem como se tivessem sido amigos a vida inteira, e depois olhou de volta nos olhos sérios do cowboy. “Você está rondando porque quer um emprego, não é?” Ele foi direto ao ponto. “Você quer estar perto dos rodeios e dos animais, e meu palpite é que você não liga muito em como. Estou certo?” “Sim.” Relaxando-se novamente, o cara adicionou, “Mas não tenho nenhuma experiência com cavalos ou touros, então ninguém vai me dar uma oportunidade. Eu quero uma, porém. Quero uma mais que qualquer coisa.” Excelente. De repente animado e cheio de nova adrenalina, Jed gritou e estendeu a mão. “Você acaba de encontrar sua oportunidade. O nome é Jed Hastings.” Jed envolveu a mão do

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garoto na sua e gostou como o inferno do aperto forte que recebeu em troca. “Sou responsável por oito destes cavalos, e você acabou de conseguir um emprego como meu assistente.” “Sério?” Vertentes gêmeas de emoção e incredulidade vieram através das palavras do jovem, e seu olhar cresceu mais largo do que qualquer outro que Jed já tinha visto. “Você tá falando sério?” Jed riu. “A programação de viagem é implacável e o salário é uma merda, mas você consegue ficar perto dos rodeios e me ajudar a cuidar de alguns dos melhores broncos nesta turnê.” Jed ofereceu um sorriso raro e genuíno. “O que você acha disso?” “É tão incrível.” O cara agarrou a mão de Jed com as dele e balançou com vigor. “Obrigado, senhor.” “Tenho vinte e sete anos do caralho.” Jed atirou no garoto uma sobrancelha exagerada. “Não me chame de senhor. Guarde isso para Cliff. Ele é seu chefe oficial, e ele come esse tipo de merda.” “Desculpe. Vou fazer.” Concordando, o cara ajeitou e bateu as rugas inexistentes em sua camisa. “Obrigado mais uma vez.” “Qual é seu nome?” Jed imaginou que deveria começar a pensar nele como algo que não fosse o garoto, ou aspirante a cowboy, ou cara. “Booker.” O jovem Booker tinha um sorriso de um quilômetro de largara que puxou outro sorriso de Jed. “Booker West.” “Bem, certo, Booker. Pode me chamar de Jed. Trabalhe nesse show como se achasse que eu poderia te demitir todos os dias, e vamos nos dar muito bem.” “Eu posso fazer isso.” Depois de se mover em um círculo lento, claramente absorvendo a sequência do rodeio em toda uma nova luz, Booker finalmente olhou para Jed mais uma vez. “O que você quer que eu faça primeiro?” “Primeiro;” Jed compartilhou com leveza em seu tom, “eu vou procurar um pedido enquanto faço um telefonema. Enquanto isso, eu quero que você vá para casa, diga a sua irmã que está partindo e que provavelmente não vai vê-la por um longo tempo, e faça uma mala com

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roupas que você possa se sujar. E não se esqueça de ligar para seu chefe no conjunto de fast-food. Diga a ele que você não vai mais poder virar hambúrgueres para ele.” “Então você quer que eu volte aqui e o ajude com os cavalos?” De alguma forma, Booker tinha um maldito ressalto em sua voz, um que combinava com o jeito que ele se ergueu na ponta dos pés. “Exatamente.” Jed deu a Booker as palavras que ele queria ouvir — sem mencionar as que Jed precisava dizer. “Você começa esta noite.” Booker agarrou a mão de Jed pela terceira vez e balançou com o que parecia ser todo seu corpo. “Obrigada, Jed. Sério. Você não vai se arrepender. Eu juro. Quero este trabalho mais do que qualquer coisa.” Controlando suas expectativas, Jed se lembrou de seu primeiro trabalho em rancho e rodeio e ficou sério. “Diga-me isso daqui a um mês, quando sentir como se suas costas nunca vão parar de doer, e mal poder conseguir uma meia noite de um bom sono passando em uma cama em um trailer, e sentir falta de sua irmã mais do que imagina. Passe por um período de experiência de trinta dias, e então eu me deixo acreditar que você vai dar certo.” Booker ainda sorriu tão largo que parecia que poderia partir a cara aberta. “Eu ainda vou dizer a mesma coisa em um mês. E em um ano. Eu prometo.” “Seu período de experiência começa esta noite.” Jed empurrou a cabeça em direção à entrada do edifício. “Vamos.” Booker começou a andar para trás em direção às portas, sua atenção ainda presa em Jed. “Eu volto em menos de uma hora! Não faça nada sem mim. Eu quero aprender tudo.” Então ele se virou, decolou em uma curta corrida, e bombeou o punho no ar, antes de desaparecer. Rindo, incapaz de se conter, Jed balançou a cabeça. Verde. Verde. Verde. Jed mal conseguia se lembrar de quando tinha experimentado tal entusiasmo contagiante em seu trabalho. Ele amava os animais, mas Cliff o havia frustrado tanto no ano passado — e Blake só tinha agravado esse sentimento — que Jed não conseguia se lembrar da última vez que sentira uma alegria pura e desenfreada por cuidar e preparar os cavalos para seu trabalho.

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Jed foi até onde sua linha de cavalos tinha sido alojada e parou na frente de seu bronco mais resistente e mais proficiente. “Se ele der certo, talvez seja bom para todos nós.” Seus murmúrios suaves derivaram para os ouvidos de seu cavalo favorito. “O que você acha Moisés?” Jed esfregou o nariz do animal. “Tenho certeza de que o jovem Sr. West fez suas rondas e te elogiou uma ou duas vezes neste fim de semana. Você acha que vai gostar de tê-lo por perto?” Moisés relinchou e patinou seu casco contra o feno. “Sim.” Jed deixou seu olhar vagar para onde havia notado pela primeira vez Booker nos estábulos improvisados duas noites atrás. “Eu também.” Cristo, ele nunca poderia ter imaginado que um momento de contato visual teria sido suficiente para fazê-lo se sentir confiante em oferecer a um estranho — um garoto — um trabalho. Depois de mais uma batidinha firme no flanco de Moisés, Jed saiu para os reboques dos cavalos. Precisava encontrar esse pedido. Se Booker West desse certo — inferno, ele poderia não ser um cowboy ainda, mas já tinha o nome em prática — Jed queria tudo legal e oficial. De jeito nenhum Cliff ia ferrar com ele de novo com outro idiota dessa vez. Se Booker passasse pelo período de experiência, Jed queria o garoto com ele por um longo, bem longo tempo.

***** Doze horas depois, em um estábulo temporário totalmente novo, Booker West gemeu e ergueu os braços para os céus. Ele virou sua parte superior para a esquerda, depois à direita, e fez seu melhor para trabalhar os espasmos repetidos percorrendo os músculos em partes de seu corpo que ele nunca pensou existiam, e muito menos os sentira. Através do sossego do edifício, a voz profunda de Jed ressoou por todos os cantos vazios. “Vê o que eu disse sobre este trabalho quebrar suas costas?” Booker se empurrou ereto. Seu centro tencionou e gritou de dor, e ele estremeceu. Atirando seu foco à sua esquerda, em Jed uma meia dúzia de baias abaixo. O homem tinha o

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cotovelo apoiado no cabo de um ancinho, e o conhecimento da condição física de Booker coloria seu profundo olhar de ardósia. Rangendo os dentes, Booker forçou sua coluna em uma linha dura. “Estou dolorido.” Ele não podia exatamente negar o movimento mais duro de seu corpo, então ele não viu o ponto em mentir. “Mas vou ficar bem. Não vou desistir de você.” Jed examinou Booker, apertando os lábios, mas também acenando. “Se você diz.” Apontando com a ponta do ancinho, ele acrescentou, “Termine de espalhar as aparas nestas baias, enquanto eu busco o primeiro cavalo.” “Estará feito antes de você voltar.” Booker não esperou por um ok antes de voltar ao trabalho. Booker não tinha certeza, mas pensou ter ouvido Jed murmurar, “Certo, garoto,” e rir baixinho quando saiu do celeiro cavernoso. O que seja. Booker corou, mas disse a si mesmo que não se importava. Ia terminar de revestir as baias com as aparas e peletes, e o faria corretamente em tempo recorde. Quando Jed voltasse, ele ia ver, e saberia que Booker estava falando sério sobre manter este trabalho. Na metade de um dia, a vida de Booker tinha mudado completamente. Ele falara com sua irmã sobre o novo trabalho — do qual ela expressara seus temores por Booker ir para a estrada com um estranho que poderia ser um serial killer por tudo que ele sabia. Uma vez que dissera a Cherise que confiava em seu intestino, ele então ligou para seu antigo chefe para se desculpar por não dar a devida notificação sobre deixar o trabalho. O cara entendia o amor de Booker pelo rodeio e lhe desejara sorte. Finalmente Booker empacotara uma mochila mais rápido do que já fizera em sua vida e partira de volta para o rodeio e Jed Hastings, receoso de que o homem pudesse mudar de ideia sobre oferecer a um garoto este trabalho. Nessas muitas horas atrás, Booker tinha corrido para esse outro estábulo, e Jed estava exatamente onde Booker o havia deixado. Graças a Deus. Com uma eficiência incrível Jed lhe apresentara aos cavalos e lhe dado instruções simples sobre como deixar os animais prontos para viajar. Os dois então tinham com sucesso acomodado os cavalos e prontos a caminho de outra cidade e um novo rodeio. Booker tinha se encontrado brevemente com Cliff quando o homem

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mais velho subira ao volante do caminhão puxando um reboque de cavalos, mas tinha sido apenas isso. Do contrário, o chefe de Booker parecia ser Jed. No instante em que Booker se moveu para começar a cobrir o chão de terra, Jed entrou com um dos cavalos no estábulo. Droga. “Sinto muito.” Booker arrastou mais rápido, nivelando a forragem, e então se apressando para a baia final. “Eu disse que teria tudo pronto, e nem cheguei lá.” Jed enviou a Booker um olhar de soslaio. “Relaxe,” ele ordenou enquanto levava um animal preto enorme para a baia mais distante. “Você é como um pequeno potro ansioso tentando fugir da sombra da mamãe muito rápido. Você está indo bem. Realmente tem feito mais do que eu pensei que faria.” Jed de repente ofereceu um sorriso completo, algo que derivou em seus olhos. “Você até está me fazendo esquecer que aquele idiota do Blake já existiu.” “Desculpe.” Booker apertou a boca fechada, mas, em seguida, gaguejou, “Quero dizer, obrigada. É só, você murmurou alguma coisa quando saiu, e eu pensei que estivesse me desafiando a estar à altura do que prometi que poderia fazer. Então, quando não fiz, eu pensei que você poderia pensar que eu era apenas um grande falador ou algo assim.” “Esta é apenas a maneira como eu falo.” Jed compartilhou outro sorriso torto que fez a barriga de Booker tremer. Depois de fechar e trancar a baia, Jed deu ao cavalo — Assassin’s Bullet2, Jed o havia chamado mais cedo — uma boa pancada na arcada. “Passo a maior parte do meu tempo falando com os cavalos. Eles não parecem se importar com o que eu tenho a dizer ou como eu digo.” “Eu não me importo também,” Booker respondeu. E que Deus o ajude, mas ele achava que jamais se cansaria de ouvir Jed. A voz do homem, tão profunda e granulada, entrava por sua pele e tocava com movimentos irregulares o interior de seu corpo. “Eu gosto de ouvir o que você tem a dizer.” Fogo rápido queimou direto até as pontas de suas orelhas, e ele gaguejou, “Quero dizer, tudo isso me ajuda a aprender, sabe. É por isso.” “Você vai realmente se acostumar comigo,” Jed disse, não perdendo o ritmo, “porque me disseram que eu falo durante o sono, e você vai estar apenas cerca de um metro e meio acima de 2

Bala Assassina.

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mim no trailer. Uma vez que tivermos os cavalos estabelecidos, vamos poder descansar por algumas horas, e vamos testar essa sua afirmação.” A parte inferior das costas de Booker escolheu esse momento para apertar em um punho de tensão. Enquanto ele pressionava a ponta dos dedos em sua espinha, honestidade se derramou de dentro. “Uma vez que eu bater nesse beliche, não acredito que vou ouvir nem um canhão mesmo se ele disparar perto da porta.” Mesmo enquanto Booker massageava as costas, seus braços tremiam de tensão também. “E se o fizer, eu, provavelmente, vou colocar o travesseiro sobre meus ouvidos e arriscar a explosão.” Jed estudou Booker, até aonde ele continuava a trabalhar as torções fora das costas. Seus lábios apertaram e seus olhos escureceram com clara empatia. “Já estive onde você está. Sei o que está sentindo agora.” Lançando sua atenção para as portas abertas do estábulo, para a luz da manhã, Jed entortou o dedo para Booker. “Vamos buscar o resto dos cavalos e alimentá-los, aí você vai poder experimentar esse beliche.” Quando Jed começou a andar, ele ergueu os braços para o céu, gemendo enquanto se esticava. “Estou cansado como o inferno também.” Booker saltou para seguir Jed tão rápido que tropeçou. Jed continuou a andar e a levantar os braços para o céu. Enquanto o fazia, Booker tentou não observar a forma como o gesto levantava sua camisa e revelava uma cintura esbelta e exponha como as nádegas tensas do cara se moldavam perfeitamente dentro de um par de jeans desgastados. Falhando miseravelmente. Maldito seja.

***** Uma articulação cascuda de “Merda do caralho” e o cheiro de bacon defumado lentamente arrastou Booker do sono dos mortos. Piscando a crosta dos olhos, ele rolou — e metade do seu corpo encontrou nada além do nada.

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Começando a cair, Booker guinchou, “Oh merda.” Com tudo dentro, ele se lançou de volta na outra direção. Seu ombro bateu na parede do trailer, fazendo-o torcer, mas pelo menos ele desembarcou totalmente no colchão fino e sua bunda não bateu direto no chão. “Cuidado.” O alerta de Jed, com o tom cheio de profunda ressonância, encheu o trailer. Booker olhou para a outra metade do pequeno interior e encontrou Jed, sem camisa. Oh, meu Deus. Booker o encarou, e sua boca ficou seca. Amarrado com músculos rasgados, vestindo apenas um jeans, Jed estava no pequeno fogão, fazendo o café da manhã. Tufos do cabelo castanho-claro do homem estavam esticados, úmidos, em desordem, fazendo Booker pensar que Jed tinha tomado banho recentemente e usara uma toalha para secar o cabelo. “Esse beliche é fino como o inferno,” Jed advertiu. “Leva alguns dias para acostumar.” “Eu estou bem.” Booker se forçou a bambear para a posição sentada, como um daqueles brinquedos infláveis que esmurrados não ficam para baixo, e no processo bateu a cabeça no teto. Deus do céu. Seu crânio formigou com alfinetadas de dor, mas todos os músculos ao longo de seus ombros e costas apertaram também, lutando para liderar quem doía mais. Booker forçou um sorriso na voz. “Estou acordado. Vou estar pronto para o trabalho em cinco minutos.” Depois de fugir para a beirada do beliche, ele agarrou uma saliência na parede que oferecia um degrau. No segundo em que Booker ficou ereto e colocou peso sobre o pé, os músculos de sua coxa e quadril gritaram em protesto. Sua perna imediatamente cedeu debaixo dele, e ele derrapou fora do pequeno degrau direto para o chão duro, uma bagunça de partes do corpo debilitado. “Merda, cara.” Jed atravessou o pequeno espaço e caiu de joelhos perto dele. “Olha pra você.” Ele passou o braço em suas costas e o ajudou a ficar de pé. “Eu só estava brincando antes, mas você realmente é como um cavalo recém-nascido. Talvez eu tenha que começar a chamá-lo de Pequeno Potro.” Depois de ajudar Booker a ficar ereto, Jed manteve as mãos travadas firmemente em seus cotovelos. “Encontre suas pernas.” Jed o segurou e o observou atentamente. “Você está bem?”

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Ao invés de confortá-lo, a sombra de preocupação girando nos olhos de Jed abriu um buraco enorme de medo e encheu o estômago de Booker de pavor. Não. Não. Não. Suas coxas e panturrilhas tremiam como o inferno, mas Booker ainda assim se livrou do aperto de Jed e endureceu a espinha. “Eu estou bem.” Dor monstruosa, diferente de tudo que já tinha sentido antes, fez transpiração surgir ao longo de seu lábio superior e couro cabeludo — onde certamente Jed podia ver — mas ele manteve o queixo erguido de qualquer maneira. Tinha que fazer. “E não sou pequeno,” ele desafiou, mantendo sua posição na frente de Jed. “Sou mais alto que você.” Com um olhar para cima, pouco mais que um centímetro, Jed bufou. “Só um pouco. E você tem todos os braços e pernas finas” — ele cutucou o braço magro de Booker — “assim, nas formas mais importantes, você ainda é menor do que eu.” Booker se ergueu ainda mais alto. “Dê-me um par de meses fazendo este trabalho então, e aí eu vou ter tantos músculos quanto você. Mas você ainda vai ter a mesma altura” — Booker ergueu a sobrancelha e tentou fazer-se parecer como se estivesse olhando para alguém um pé menor que ele, ao invés de apenas um centímetro — “não importa o que faça.” Balançando a cabeça, rindo, Jed caminhou de volta para o fogão e a fritar seu bacon. “Que é quando vou trocar de chamá-lo Pequeno Potro para apenas Potro.” Quando Jed tirou o bacon da panela, ele olhou para o lado de Booker, luz brilhando em seu olhar com manchas de lascas. “Mas tenho a sensação de que você vai ser sempre um pouco desengonçado e desajeitado. Aposto que você tropeça muito em seus pés, huh?” Estudando este grande homem maravilhoso de uns quinze passos longe, Booker engoliu com dificuldade. Seu estômago caiu para seus pés também. Então, muito suavemente, ele murmurou, “Vou fazê-lo esquecer de que um dia me viu como um potro, Jed Hastings, nem que seja a última coisa que eu faça.” “Mas isso provável não vai acontecer hoje,” Jed respondeu. Um sorriso tingindo seu tom, porém; Booker jurava que ouviu. “Vá tomar um banho.” Usando a espátula, Jed apontou a porta estreita um pé atrás de onde Booker estava. “Não é muito, mas funciona, e se você for dentro e fora em menos de cinco minutos, você terá água quente o tempo todo.”

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“Estarei de volta em quatro.” “Não era um desafio, Potro.” Jed enviou outro olhar de soslaio na direção de Booker. “Era apenas uma informação.” O peito de Booker martelou em resposta, e ele não pôde conter um enorme sorriso. “Você já deixou o ‘pequeno’. Estou a meio caminho de casa.” “É seu primeiro dia completo, Potro.” Uma secura do nível Deserto-de-Saara cobriu a resposta de Jed. “Estou sendo agradável. Que é a única razão pela qual você está tendo este café da manhã extravagante,” ele acrescentou ao pegar um par de ovos de uma caixa. “Este é meu único gesto de boas-vindas. Da próxima vez que quiser ter bacon e ovos, você pode fazer o seu próprio ou encontrar uma lanchonete local e pagá-los para servi-lo.” “Entendi.” Seus dedões descalços se enrolaram no tapete áspero do corredor, e Booker não conseguiu se mover ou frear seu sorriso largo-de-milha. Ele tinha um cowboy de verdade bem à sua frente, fazendo o café da manhã, provocando-o, e prometendo trabalhar ao seu lado para lhe ensinar tudo sobre ser uma parte do mundo do rodeio. E bom Deus, ainda por cima, estava tão em forma como nada que Booker já tinha visto. Muito melhor, no momento, ele não estava usando uma camisa. Booker não conseguia parar sua atenção de deslizar pela linha das costas de Jed até onde seu jeans pendurava baixo em seus quadris. O mergulho na base de sua espinha, tão perto da fenda escondida de sua bunda, fazendo suas palmas suarem. Ele nunca tinha tocado nas costas ou bunda de um homem, mas as pontas de seus dedos coçavam para fazer exatamente isso agora. Ele simplesmente sabia que a pele de Jed seria quente e macia. “Bem?” Jed balançou a espátula novamente. O movimento, e sua voz, rasgando Booker de seus pensamentos fantasiosos, e o lembrando de onde estava. “Entre lá e termine já. Tem tanta gordura espirrando em mim que vou ter que tomar outro banho também antes de começarmos o dia.” Ele amaldiçoou quando ao fritar o ovo ele estalou e espirrou óleo em seu antebraço. Booker estalou em atenção. “Vou ser rápido.” Sem outra palavra se abaixou no minúsculo banheiro/chuveiro. Booker tinha se demorado, e sabia disso. Se não fosse cuidadoso,

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Jed notaria e pensaria que sua cobiça não era normal. Ele não podia deixar Jed descobrir seu segredo. Ele não pode saber que sou gay. No meio do penúltimo ano Booker tinha chegado a um lugar onde não podia mais ignorar que olhava para os garotos muito mais do que as garotas, e que cada sonho molhado apresentava grandes cowboys com corpos duros e músculos ondulados — com Booker ali, nu, junto com eles. Ele não fizera nada sobre seu crescente interesse pelo mesmo sexo; Não tinha nenhuma intenção de ter seu rabo espancado diariamente na escola. Além disso, não tinha conhecido nenhum garoto na escola que o tivesse mexido o suficiente para arriscar a descoberta ou uma possível surra. Booker poderia já ter terminado o segundo grau agora, mas certo como o inferno não pretendia tomar sua primeira chance com um homem duro como Jed. Grosseiramente sexy ou não, ainda que por algum milagre o homem fosse secretamente gay também, Jed era seu ingresso no circuito dos rodeios. Este mundo — os animais, os vaqueiros, as constantes viagens para novos lugares, à camaradagem de estar perto de pessoas com as mesmas paixões, e inferno, até mesmo os cheiros — tinha estrelado em seus sonhos e fantasias por muito mais tempo do que qualquer cara sexy. E agora, por causa de Jed, ele tinha a oportunidade de fazer esses sonhos febris — seus sonhos de rodeios — se tornarem realidade. Para Booker, todo o resto, incluindo os homens, ficava em segundo lugar. Nem mesmo sua atração imediata por seu chefe cowboy sexy poderia derrubar seu desejo por uma vida nos rodeios. Nada importava mais para Booker do que ter sucesso em seu trabalho e se tornar um verdadeiro membro da comunidade dos rodeios. Ele não falharia.

***** Quando Booker saltou do segundo reboque de cavalos, Jed olhou para cima de aspirar ao interior da caminhonete — o veículo que usavam para transportar o trailer. Duas semanas do

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período experimental de Booker, e Jed não podia mais detectar o menor estremecimento ou careta em seu jovem estagiário. Booker não tinha conseguido nenhum músculo real ainda, mas seu corpo tinha claramente se acostumado ao trabalho físico extenuante. Ele não parecia ter uma única dor mais. Jed sorriu ironicamente. Pequeno bastardo de sorte. Só então Booker se juntou a Jed no caminhão. “Ambos os reboques dos cavalos estão lavados e limpos,” ele compartilhou, saltando em suas botas de cowboy — um par de sapatos agora quebrados e sujos, nem um pouco de brilho deixado sobre eles. “Devo ir encontrar Cliff?” “Você não precisa se preocupar em passar pela inspeção de Cliff,” Jed lembrou a seu jovem empregado. “Você precisa se preocupar com a minha.” “Você, Sr. Hastings, chefe,” Booker respondeu, com o tom tão leve quanto à dança jogando em seus olhos de grama, “poderia perfeitamente comer um bife grelhado em qualquer superfície de qualquer um desses reboques. Ambos parecem praticamente novos.” Jed não duvidava. Uma coisa que ele tinha aprendido rapidamente sobre Booker West: O garoto fazia tudo no calibre. Ainda assim, Jed respondeu, “Vou verificar assim que terminar aqui,” e então retornou à sua aspiração. Esgueirando-se pela porta aberta, Booker roçou os ombros com Jed. “Você precisa de ajuda?” Ele alcançou através do assento para pegar um saco de supermercado cheio de lixo. Jesus. Depois de apertar o botão Off de novo, Jed envolveu as mãos nos ombros de Booker — já um pouco mais apertados e mais espessos afinal — e o encaminhou para longe do caminhão. “Eu estou bem. Faça uma pausa.” “Você tem certeza?” “Vá em frente.” Jed deixou seu olhar vagar para os edifícios que abrigavam os animais, sabendo que Booker o seguiria. O cara adorava os animais — todos eles. “Verifique os cavalos. Dê uma olhada ao redor. Familiarize-se com o local.” O olhar de Booker se arregalou. “Sério? Eu não me importo em ajudá-lo.”

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Jed suspirou e apontou para os estábulos improvisados. “Vá. Se quiser me ajudar, leve o lixo com você.” Ele empurrou a cabeça em direção à parte de trás do caminhão. “Pegue os sacos lá no volante, e então pode tirar um tempo livre. Volte em uma hora.” Mais rápido do que um herói de quadrinhos, Booker voou para a parte de trás da picape e empacotou os sacos nos braços. “Tenho meu telefone se precisar de mim,” ele gritou enquanto girava em um círculo. “Tchau!” Dois corpos saíram por trás de outro trailer então, direto na linha de corrida de Booker. Jed gritou; “Potro! Cuidado!” Mas Booker correu de cara com as duas outras pessoas — uma mulher proprietária do touro provê; Marcy, e seu sobrinho, Tim — enviando sacos de lixo voando pelo ar. Booker rapidamente recuperou os sacos de lixo, desculpando-se profusamente enquanto o fazia, e de alguma forma conseguindo enviar um clarão para Jed ao mesmo tempo. Jed caiu na risada. Ele não conseguiu evitar. A visão de Booker — bom Deus, Jed nunca tinha visto olhos estalarem com tanta irritação enquanto a pele incendiava com um vermelho tão profundo — o divertindo até seu núcleo. Com exceção de um ego ferido, Booker parecia bem. Ele, com Tim agora ao seu lado, foram em direção à área do lixo, os dois jovens ficando cada vez menores quanto mais distantes chegavam. Recuperando o fôlego de tanto rir, Jed disse; “Está tudo bem, Marcy?” Quando a mulher de cabelos escuros se moveu para seu lado. “Já me choquei com animais maiores e bem piores do que Booker.” Plantando as mãos nos quadris, a mulher miúda e rechonchuda olhou para Jed com um olhar empesteado. “Por que você não o chama pelo seu verdadeiro nome?” Jed podia ver Booker ao longe, parado mais uma vez por outro trabalhador no circuito. Com os braços apenas meio cheios agora — Tim tinha tomado parte da carga — Booker respondia ao que fosse que o vaqueiro lhe dissera com tantos gestos largos com seu braço livre que animava todo seu corpo.

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Ao responder a Marcy, Jed ainda não conseguia parar de rir. “Eu o chamo de Potro exatamente por causa de coisas tipo essa que aconteceu agora. Ele ficou tão excitado que não conseguia se concentrar, e acabou se enroscando em você. Ele não superou o apelido ainda. Quando o fizer, eu paro.” “Você age como um osso tão duro de roer, às vezes,” Marcy resmungou, “mas vai mantêlo, e todo mundo sabe disso. Ele trabalha malditamente mais duro do que quaisquer três caras que você poderia pegar neste lugar juntos. Por que ainda o está fazendo suar por um período de experiência? Booker é um garoto doce. Livre-o do perigo e lhe diga que ele tem o emprego.” Eita. Jed revirou os olhos. “Quando um mês tiver passado, ele e eu vamos conversar, e ele provavelmente vai conseguir o trole. É bom estar com fome de algo, às vezes.” “Se você provocá-lo muito, ele não vai saber que é querido, e outra pessoa pode lhe fazer uma oferta melhor.” “Ele é meu.” Jed latiu sua resposta com a precisão de uma bala de um franco-atirador, e sem nenhuma pitada de provocação ou amizade em seu tom. Merda. “Nem sequer pense em invadir meu território.” “É melhor deixar Booker saber rápido,” Marcy respondeu; ainda amável como o inferno. “Se não o fizer, alguém pode manifestar seu interesse, e isso pode parecer mais atraente para Booker do que o que você e Cliff têm usando a mesa.” Calor branco atravessou Jed, e ele trancou seu corpo rígido. “Você está procurando fazer algo que vai acabar com nossa amizade, Marcy?” Marcy permaneceu tão agradável e aberta quanto Jed jamais vira. “Vejo um empregado que alguém aqui mataria para ter, e então estou apenas oferecendo um conselho amigável de alguém que tem o ouvido no chão. Faça com ele o que quiser.” Ela apertou seu antebraço cheio de tensão. “Até mais tarde, doçura. Tenho um marido para perseguir.” Quando Marcy se afastou, Jed ainda podia ver Booker, dessa vez conversando com um rosto diferente nesta multidão familiar. O garoto não podia dar mais do que dez passos, sem alguém acenando para ele ou o agarrando para uma conversa rápida.

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Jed esquadrinhou o grupo crescente de trabalho e moagem na área — todos eles proprietários ou empregados, todos ligados ao rodeio, a maior parte dos quais Jed reconhecia como colegas se não exatamente amigos. Estudando-os através de uma nova lente, Jed pensou que todos agora pareciam um predador caçando seu cara. Filhos da puta. Ele tinha sido o único com a perspicácia para ver o potencial de um empregado de alto-nível em um garoto verde como Booker. Ele tinha sido o único disposto a colocar sua reputação na reta, a fim de contratar Booker e lhe dar uma chance. Só agora, uns meros quatorzes dias depois, Booker parecia uma estrela com a ameaça de brilhar com um milhão de watts de potência, e de repente todo mundo queria que sua luz brilhasse em suas comitivas. De jeito nenhum. Booker não abandonaria o navio, de qualquer maneira. Mais do que um grande trabalhador, ele possuía lealdade; Jed tinha percebido isso no jovem desde o início. Ele não se deixaria seduzir por apetrechos maiores, com mais alguns dólares e promessas vazias. Booker tinha caráter, uma característica que não podia ser comprada. Ainda assim, sem se preocupar em trancar nada, Jed começou a andar no meio da multidão. Algo em seu intestino, que ele não conseguia definir, empurrou suas pernas em direção a Booker e o farol magnético que parecia atrair tudo para sua esfera. Quando Jed o alcançou, Booker só tinha o sobrinho de Marcy ao seu lado mais uma vez. Lançando apenas um olhar para Tim, ele se deteve sobre Booker e pronunciou áspero como o inferno, “O período de experiência está feito. Você está contratado. Não me desaponte.” Booker tropeçou, e olhou boquiaberto. Finalmente, ele sussurrou; “Obrigada. Não vou.” Com um aceno rígido, Jed se virou e foi embora tão rápido quanto veio. Do contrário ele poderia ter ficado, rasgado os sacos de lixo das mãos de Tim, e ajudado Booker ele mesmo. O desejo de manter o jovem ao seu lado, sob sua tutela e influência, montou quente e duro dentro dele. No entanto, por mais que quisesse Booker em seu emprego, ele não tinha gostado dos sentimentos de possessividade que se apossaram dele quando Marcy ameaçou tomá-lo. Jed cuidava de si mesmo, e não contava com ninguém além da família. Nunca.

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Porra. Mas você quase começou uma briga com um amigo por causa desse garoto. Isso não é normal. Talvez Jed devesse deixar Booker para Marcy agora e encontrar alguém novo para tomar seu lugar. Nem pensar. Um punho tenso apertou o peito de Jed. Ele forçosamente o ignorou e seguiu em frente. Booker ia se adaptar. Jed também. Eles encontrariam uma rotina, e tudo ficaria bem.

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Capítulo Dois Booker estava no último degrau do cercado da propriedade degradada de Cliff, esperando e observando, sem fôlego, enquanto Jed — tão bonito em jeans, botas, Stetson, e uma jaqueta jeans forrada com lã de carneiro — liderava um animado e jovem cavalo do celeiro para o curral. Este cavalo tinha linhagem de prestígio, e Cliff tinha comprado o animal — Destiny — com esperança de atrair os compradores para dar mais uma olhada em sua operação. De acordo com Jed, aos cinco anos de idade o bucker3 tinha o espírito de um vencedor em seus olhos e a paixão para ganhar um lugar na turnê. Oito meses e meio se passaram desde que ele assinara como assistente de Jed. Para Booker, cada dia que ia e vinha — onde tinha que viver; comer, e respirar a vida com Jed e estes belos cavalos — ele tinha experimentado o significado da felicidade. Certo, ele tinha um inferno de uma paixão por Jed, e acordava no rescaldo pegajoso dos sonhos mais molhados sobre o homem do que queria admitir, mas ele não ia desistir de seu tempo passado neste mundo nem por um milhão de dólares ou sua escolha do gay mais atraente e elegível da Terra. Nenhum deles seria Jed. Vento amargo e frio varreu a paisagem quase estéril de Wyoming, atravessando a camisa abotoada de flanela de Booker, e a lã do moletom com capuz. Ele estremeceu, mas tão gelado quanto à temperatura estava para um dia no início de abril, o sol da tarde brilhava alto e claro acima, devastador em seu brilho, e colocava uma corrente de calor no ar frio. O dia não poderia ter sido mais bonito nem se um estúdio de Hollywood o tivesse criado; Nuvens de tempestade permaneciam ao longe, quase fora de vista. Ao invés de liderar Destiny para o curral, Jed guiou o animal para uma rampa. Booker imediatamente ficou reto; Seu coração começando a bombear para fora endorfinas em um ritmo furioso. Ele virou a cabeça para a esquerda e direita, procurando Cliff ou um de seus dois outros 3

Cavalos usados para montar.

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empregados do rancho de meio-período. Ninguém à vista. A respiração de Booker diminuiu, tornando-se uma coisa tangível, e pela primeira vez não tinha nada a ver com a proximidade de Jed. Ele vai? Booker se situou em atenção, parecendo-se muito como um animal ansioso, mas não ousou ter esperança de que Jed fosse chamá-lo mais. Será que finalmente vai acontecer? Uma vez que o cavalo entrou na rampa, Jed fechou o portão atrás dele. E subiu os degraus de metal atrás do compartimento. Do outro lado do cercado, ele olhou para Booker. “Venha.” A textura áspera maravilhosa de sua voz atravessou o ar fresco e cortou seu caminho pela carne de Booker. Jed não sorria, e nada em seu tom soava acolhedor, mas Deus, ele entortou o dedo, e Booker saltou a grade e começou a correr como se estivesse amarrado ao dígito de Jed por uma corda invisível. Quando Booker chegou ao seu lado, Jed murmurou, “Suba,” e se deslocou um pouco para direita. “Se vai trabalhar estes animais comigo, você tem que estar disposto a sofrer um tombo de suas costas de vez em quando também.” Booker pulou na rampa tão rápido que ficou surpreso ter ficado com as botas. “Sério?” Olhando de um lado para outro do cavalo para Jed, ambos tão malditamente vivos com força mal contida e energia, Booker apertou as mãos em torno do degrau superior para parar-se de agarrar ambos. Mas inferno, ele não conseguia parar de sorrir. “Você vai a sério me deixar testá-lo?” Com um aceno rápido, Jed lhe entregou um conjunto de luvas de equitação. “Você está pronto. Todos os outros te aceitam em suas costas para exercício.” Ele arqueou uma sobrancelha na direção de Booker, e sua boca se levantou na borda só um pouquinho, fazendo-o parecer totalmente mau. “Eu parei de ter pesadelos que você vai quebrar o pescoço. Mais importante; Você aprendeu muito, e presta atenção ao que eu digo para fazer, então você ganhou uma chance de me ajudar a treinar.” Ouvir que Jed sonhava com ele — de qualquer forma — fez calor correr pela nuca de Booker. Ele olhou para baixo e se ocupou em tirar suas luvas antes de uma queimadura cobrir seu rosto. “Eu não vou desapontá-lo.” “No momento eu só quero ver como Destiny reage com alguém nas costas. Ele foi vendido como um bucker sem-sela, mas Cliff não está certo qual seção é a certa para ele.”

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Apertando a regulação da cinta de couro acolchoada sobre a cernelha do animal, Jed preparou Destiny para um passeio. “O quão bom você se sente sobre suas pernas e núcleo?” Jed ajeitou sua metade superior, e olhou para Booker mais de cima para baixo. “Acha que pode se segurar em pelo para essa primeira tentativa?” Rubor esquecido, Booker se eriçou e cerrou os dentes. “Sou mais forte do que pareço. Posso lidar com este cavalo. Tim me deixou subir nas costas de Crescendo e Time Bomb na semana passada, depois que a competição terminou. Eu sei o que fazer.” Jed arqueou a sobrancelha novamente, erguendo-a mais alta dessa vez. “Oh, sim?” Ele cruzou os braços contra o peito, parecendo um Deus desordenado, de pé no alto de seu poleiro de cowboy. “Você guardou isso de mim, é? Como se saiu?” Booker imitou a posição exata de Jed e até projetou seu queixo. “Fiquei em ambos durante todos os oito segundos.” Em resposta, Jed pulou da traseira da rampa e a circulou para entrar no curral. Quando fez, ele riu e respondeu, “Bem, que tal isso? Acho que amanhã vou ouvir que Cliff está te colocando no comando.” Bolhas aéreas de vertigem apareceram e borbulharam na barriga de Booker. “Pode ser.” Ele observou Jed de sua posição agora superior nos degraus e bebeu na rara provocação alegre do homem. “Preste atenção em suas costas, Hastings. Estou vindo para seu trabalho.” “Vou ter certeza de dormir com um olho aberto a partir de agora.” Jed não sorriu, mas dane-se se uma luz extra não centelhou em seus olhos. Através do portão, ele acariciou o flanco de Destiny, acalmando o animal, enquanto encarava Booker. “Vá em frente e coloque esse colete antes de subir a rampa.” Assentindo que ouvira, Booker vestiu o colete de Kevlar e confortavelmente prendeu os fechos de Velcro. Depois de confirmar os laços nas luvas também, ele tomou uma respiração profunda e calmante. E, então, subiu na grade e estabeleceu seu peso alto e adiante nas costas de Destiny. O cavalo dançou, bufou, e jogou a cabeça para trás, mas sem pausa Booker apertou as coxas e ajustou as botas contra os flancos do animal. Ele conhecia o peso de um animal entre suas

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coxas agora, e entendia o temperamento o bastante para sentir o entusiasmo em Destiny, em vez de medo ou ansiedade. Uma vez que tinha se situado confortavelmente, com a cinta de couro em volta da mão, ele olhou para cima e encontrou o olhar inflexível de Jed. “Ele se sente bem.” Booker falou em um tom abafado, em reverência ao animal magnífico abaixo dele. “Ele é alto e largo o suficiente para os grandes cavaleiros.” Deslocando-se para frete um pouco mais, ele apertou suavemente as coxas no alto do flanco do animal e terminou, “Mas ele ainda parece compacto o suficiente para ter um bom poder de resistir e a velocidade necessária para o trabalho em pelo.” Um raio de luz brilhou nos olhos de Jed. “Bom. Eu concordo.” Finalmente ele deu a Booker um sorriso rápido, mas verdadeiro. “Vamos transformá-lo em um cowboy em plenodireito e linhagem profissional ainda.” Booker comeu a atenção e palavras positivas de Jed como uma besta faminta. Incapaz de desviar o olhar, ele compartilhou suavemente, “Eu quero ser tão bom quanto você, Jed.” Dureza imediata aplainou os lábios de Jed. “Sonhe maior, Potro.” Tão rápido quanto, ele piscou, e foi como se esse lampejo de trevas não tivesse existido. “Ok.” Erguendo a trava do portão, Jed ficou sério de uma maneira diferente, e todos os poros em seu ser emanavam uma autoridade tranquila. Ele olhou para Booker, o foco firme como uma rocha. “Você está pronto?” Verificando seu agarre uma última vez, Booker assentiu e focou tudo nele sobre o cavalo. “Abra o portão.” Em resposta, Jed abriu o portão largamente. Em um tiro Destiny corcoveou fora da rampa, puxando Booker em suas costas, e trilhou direto para o centro do cercado. Destiny chicoteou em um círculo, resistindo ao mesmo tempo, e Booker gritou quando seu assento escapou de debaixo dele. Trabalhando rápido, ele conseguiu manter o aperto na correia de couro, mas em uma mudança rápida de movimento, o cavalo chutou as pernas traseiras para o alto, bom demais para Booker combater, e o jogou para frente com castigado poder. Seus dedos deslizaram do couro; Ele apertou os músculos das coxas com tudo nele e tentou se segurar de outro modo. Destiny

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arrancou em outra direção, entretanto, antes que ele pudesse realinhar o centro de seu peso com as costas do cavalo, e o animal continuou a se inclinar em um círculo apertado e estonteante. Castigando com sua força, Destiny chutou para frente e para trás com pinotes de tirorápido, empurrando Booker como uma boneca de pano, e assim, o atirou de suas costas. Lançado para o alto, enquanto girava, Booker virou a cabeça à esquerda e à direita, tentando desesperadamente se concentrar no chão, mas o mundo zumbia através dele em um borrão. Tão rápido quanto Destiny o enviara voando, a gravidade o atirou de volta, e ele caiu de costas no quadrado de terra batida. A aterrissagem brutal trovejou através de seu corpo, castigando seus órgãos, músculos e ossos, e bateu o ar fora de seus pulmões. Porra. A cabeça de Booker também bateu no chão; Ele engasgou, lutando para obter oxigênio em seus pulmões ardentes. Pontos negros e pipocos brilhantes de luz encheram sua vista. Nuvens escuras de repente bateram palmas fortemente em cima dele, agitando a Terra, e uma linha irregular de branco atravessou o céu cinzento. Booker piscou, e piscou, e piscou, mas o céu continuava a turvar como se zangado e vivo. Seu corpo pulsava e sua cabeça latejava. Em uma névoa, ele perguntou, “Eu estou morto?” Uma nuvem afunilada acima dele parecia um braço gigante com uma mão estendida para a Terra, direto para ele. Seu coração começou a bater mais rápido, e ele guinchou, “Acho que o céu está se abrindo e Deus está vindo para mim.” Só então, o rosto de Jed apareceu como se através de uma lente olho-de-peixe. Jed se agachou; Com um meio-sorriso, ele colocou a mão no colete de Kevlar, sobre a barriga de Booker. “Os especialistas chamam isso de uma tempestade rapidamente em movimento. Você deve conhecê-la como o clima. Não se preocupe Potro. A queda não te matou. Deus não está tentando pegá-lo. Você ainda está bem vivo.” Exalando um pouco mais fácil, Booker murmurou; “Bom. Não quero morrer antes de fazer sexo.” “Sim.” Voltando-se de pé, Jed riu. “Isso seria uma pena.” “O quê?” E então a neblina turvando seu cérebro passou. Oh, meu Deus. Eu acabei de dizer a ele que sou virgem. Booker fechou os olhos e rezou para o chão se abrir, arrastá-lo e salvá-lo.

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Apenas quando uma gota gorda de água fria caiu no centro de sua testa, ele abriu os olhos e encontrou Jed ainda de pé acima dele, a trela do cavalo em sua mão. Com o trabalho do animal feito com sucesso, Destiny estava tranquilo como o inferno, um passo atrás de Jed. Droga. “Esquece o que eu disse.” Uma segunda e terceira gota de chuva pingou em seu rosto. “Minha cabeça estava fora de foco com a queda.” Jed mordeu o lábio, e Booker jurava que o homem tinha sufocado uma gargalhada. Ainda assim, Jed disse; “Esquecido. Vamos. Levante-se.” Depois de um olhar para o céu turvo cinzento, ele estendeu a mão livre. “Faça-o rápido. Estamos prestes a ser atingidos por um inferno de um aguaceiro.” Com o corpo gemendo e protestando, Booker se ergueu e agarrou a mão de Jed. Que o puxou forte e rápido; E ele voou de pé, sem ter que fazer nem um pouco de esforço. Mal conseguindo se orientar, antes de poder ver claramente de novo, Booker saltou quando o estrondo ensurdecedor de um trovão estalou acima do rancho. Um dilúvio de chuva de repente caiu em cortinas de água sobre ele e Jed. O tiro de um relâmpago chiou logo abaixo a uns cem metros na frente deles e, temporariamente, iluminou o céu escuro. Booker saltou em resposta, e Jed agarrou seu pescoço e o puxou para perto. Colocando a boca direto em sua orelha ele gritou, “Pegue Destiny! Leve-o para o celeiro!” Ele colocou a trela na mão de Booker e fechou seus dedos em torno do couro. Jed estava tão perto, e ainda assim Booker mal podia ouvir as ordens do homem acima da intensidade e loucura da tempestade espontânea. Gritando em sua orelha, Jed acrescentou, “Vou recolher o equipamento e estarei logo atrás de você!” Como se Booker fosse um dos cavalos, Jed bateu em seu traseiro e apontou para o celeiro. “Vá!” O choque de Jed espancar sua bunda, e outro golpe assustador do trovão sacudindo o céu, chutou Booker totalmente em movimento. Em lugar de tentar controlar Destiny com o laço fino da trela, ele subiu nas costas do animal, agarrando-o com as coxas e enrolando os braços em seu pescoço. Colocando a boca perto da orelha do cavalo, ele arrulhou em voz alta, “Vamos, menino.” Usando o mínimo no cinto em volta do pescoço e patas dianteiras de Destiny, e uma

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pressão gentil em suas botas, ele guiou o animal de frente para o celeiro. “Você sabe aonde ir para ficar seco.” Trabalhando as botas e o aparelhamento, Booker gritou; “Hee-ya!” Sem um segundo de hesitação, o animal se arremessou através do cercado, pulou a cerca, e correu direto para o estábulo. Booker travou cada músculo que podia controlar firmemente contra o corpo de Destiny e se segurou para o passeio. Chuva ímpia o golpeava e atacava tudo à vista, mas este cavalo tinha a inteligência clara, manteve-se tranquilo e correu com a velocidade do campeão de corridas que ele deveria ter sido; se não fosse por seu amor em resistir. Jed tinha deixado às portas do celeiro abertas, graças a Deus. Destiny galopou direto para dentro do edifício e empinou em uma parada. Com dois movimentos rápidos, Booker saltou do cavalo e enfiou a palma na trava irritante da porta de uma baia, frenético para deixar Destiny seguro em sua baia e poder ir ajudar Jed com o equipamento e arreios que tinham estado trabalhado no cercado o dia todo. A trava finalmente escorregou de sua casa. Booker abriu a porta apenas o suficiente para guiar o cavalo para dentro, e então a fechou e trancou novamente. Então — cadê você, cadê você, cadê você? — Booker correu de volta para fora na tempestade torrencial gelada, onde agora não podia ver um pé diante de seu nariz. Ele começou a correr cegamente de qualquer maneira, na direção do curral. Meia dúzia de passos lá fora, piscando desesperadamente a água dos olhos, Booker oophs quando bateu morto numa parede sólida de músculos, com tanta força que seus dentes tiritaram. Recuperando-se rapidamente, sem se importar com outra dor física acrescentada à lista, Booker se empurrou cara-a-cara com Jed, desesperado para ver e senti-lo, saber se ele estava bem. “Jed!” Com a mesma rapidez, Jed rosnou e empurrou toda a frente de seu corpo contra Booker, como um aríete programado para arrasar tudo em seu caminho. “Coloque seu rabo de volta no celeiro antes de nós dois sermos atingidos por um raio!” Antes de concordar, Booker arreganhou os dentes de volta para Jed. Arrancou a sela de suas mãos, liberando o homem para obter um melhor controle na miríade de coisas que ele tinha sobre os ombros e debaixo dos braços.

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Sabendo que Jed estava por perto e bem, Booker se virou e correu de volta para o celeiro, para a segurança e cobertura. Ele tropeçou para a sala de arreios em uma onda de adrenalina, retornou a sela para seu devido lugar, e então correu de volta para Destiny, sabendo que tinha deixado o animal com o equipamento preso ao corpo. Ainda respirando pesadamente, Booker se forçou a parar. Seu sangue zumbia, e ele não queria que sua energia frenética se transferisse para o animal e o levasse a chutar ou empinar em um espaço limitado. Uma vez que a sensação vibrando em Booker abrandou, quando já não podia sentir o zumbido irradiando através de sua pele, ele entrou na baia. Destiny, mais tranquilo do que ele ou Jed tinham estado, mal reconheceu sua presença. Booker removeu o arreio facilmente, acariciando o pescoço do animal enquanto sussurrava seu louvor e apreço, e finalmente o deixou para descansar. No caminho de volta de Booker para a sala de arreios, ele passou por Jed, onde o homem já verificava os outros animais. Sem olhar para cima, Jed lhe disse, “Há uma toalha no banheiro e uma camisa extra minha na primeira gaveta do armário de arquivo.” Quando Jed se moveu para verificar o próximo cavalo, Booker notou que ele já usava uma camiseta limpa e seca agora. “Não é muito,” Jed adicionou, “mas você pode ficar com ela. Vai ajudar um pouco até que possamos voltar para o trailer e nos trocar.” Uma comichão engraçado despertou na barriga de Booker e de forma rápida se envolveu ao redor de seu pênis. Ele teve que enrolar os dedos em seus lados para se impedir de acariciar os dedos pela longa linha das costas fortes de Jed. E murmurou; “Obrigada,” tropeçando para a sala de arreios antes que tivesse uma ereção na frente de Jed e completasse sua humilhação do dia. Depois de guardar o equipamento, Booker rapidamente se despiu de suas três camadas superiores, secando o peito, braços e costas antes que o frio pudesse atacar sua carne, e vestiu a velha camisa de flanela de Jed. O cheiro limpo e convidativo do amaciante de roupas encheu seu nariz. Ele sorriu; Como sempre fazia quando via um frasco de amaciante no cesto de roupas sujas de Jed. Pensar num cowboy durão como Jed dando o passo para se certificar de que suas roupas estariam macias contra sua pele, causava muita agitação na barriga de Booker.

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Enquanto abotoava a camisa, ele tentou não ler nada no fato de que Jed tinha lhe dado à camisa de mangas compridas, enquanto ficava com a camiseta. Ele realmente tentou, mas não conseguiu parar sua mente de ir para lá. Estava esmagado duramente por este homem; Assim, sempre observava seus pequenos atos de bondade. Uma voz em sua cabeça sussurrou que Jed tinha deixado à camisa mais pesada, porque Booker ainda não tinha tanta massa muscular quanto ele, e então Jed tinha lhe presenteado com o material mais grosso para ajudá-lo a se manter quente. Porra de pensamento idiota. Em um esforço de arrastar seus pensamentos de volta para a realidade, Booker se beliscou forte o suficiente para fazê-lo estremecer. Pare de ler razões românticas no que Jed provavelmente não pensou além de colocar a primeira camisa que pegou. Apressando-se e silenciosamente se ordenando a frear seus sentimentos, para que Jed não os percebesse, Booker se endireitou, ergueu a cabeça bem alta, e saiu para o centro do celeiro — onde prontamente se concentrou em Jed e comeu as linhas fortes e gloriosas do corpo do homem com o olhar. Merda. Jed olhou para cima, e Booker murmurou; “Obrigada pela camisa.” Esfregando as mãos na frente do vestuário, como se estivesse focado apenas no pedaço seco de roupa e não no declive demasiadamente-sexy das costas de Jed que levava à sua bunda. Fazendo uma careta, Jed esfregou o tecido molhado agarrado a suas coxas. “Da próxima vez eu vou me lembrar de deixar um jeans lá também.” Booker sentia como se tivesse uma segunda pele fria e úmida ligada à sua metade inferior, mas ainda disse, “Está tudo bem.” Com as meias espremendo em suas botas, Booker se moveu ao longo das baias sombreadas, encontrando animais calmos e tranquilos ao longo da linha. Quando chegou à baia mais perto da entrada, ele estendeu a mão e acariciou o focinho de Assassin’s Bullet. “Todos parecem estar bem.” Ele olhou para Jed, onde o homem estava na frente da porta do celeiro parcialmente aberta, o olhar intenso no lençol de chuva e brilho dos relâmpagos atacando implacavelmente a terra. “Sim?”

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“Estão todos bem.” Embora respondesse; Jed não tirou o foco da tempestade furiosa lá fora. “Na primavera passada, eu consertei os poucos vazamentos que tínhamos no teto, então todos estão bem e secos. Todos com quatro pernas, de qualquer maneira.” Booker sorriu. Não conseguindo segurar a bolha de prazer por dentro. Os resmungos de Jed o divertiam. Logo em seguida um trovão explodiu, e Jed pulou cerca de uma milha longe da porta. O barulho ensurdecedor enchendo o ar e sacudindo o chão sob seus pés. Um raio iluminou o céu escuro em rajadas rápidas, como uma luz estroboscópica, antes do trovão chocar novamente, enviando o mundo fora do celeiro em um silêncio quase negro. O coração de Booker disparou; Embora ele estivesse seguro no celeiro, a tempestade vibrava através dele. Seis passos longe dele, Jed passou a mão através das linhas duras da boca. Ele, então, se aproximou da porta, e um breve flash de luz expôs um rosto ausente de cor. Até ao exalar o homem parecia instável. “Droga, está ruim lá fora hoje.” Jed parecia que falava através de uma lixa. O homem parecia perto de vomitar. “Parece que já é meia-noite.” Então — puta merda — ele saiu para os golpes da chuva. Mas que diabos? Seu estômago balançou em sua garganta, Booker saltou para Jed e o puxou de volta para o celeiro. “O que pensa que está fazendo?” Jed parecia meio em transe. Usando o punho da camisa, ele enxugou a chuva do rosto de Jed, preocupação controlando suas ações. “Qual é o problema?” Colocando as costas da mão em sua testa, Booker franziu a testa. Suas juntas não ficaram muito quentes nem muito frias. “Você se sente bem, mas não parece bem.” Jed se afastou de Booker e lhe enviou um clarão duro. “Não é nada. Estou sentindo falta de uma tarde de trabalho. Não gosto disso. É tudo.” Besteira. Melhor que oito meses de partilhar um trailer com Jed tinha feito mais do que aumentar o vocabulário de palavrões de Booker. Dezenas de outras lembranças se moveram com grande velocidade por sua mente. Três noites em particular — em que ele discretamente ouvira Jed perambular como um animal enjaulado — apitou alto acima do resto da linha de tempo.

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Booker se moveu na frente de Jed, bloqueando sua linha de visão para fora, e pareceu insignificante para os olhos do homem. “Você não dorme bem quando tem tempestades. Nem sequer tente negar. Eu ouço você quando a chuva e o trovão te acordam.” Jed virou a cabeça, mas Booker se moveu com ele e acrescentou, “Já notei que você não volta a dormir até que tudo se acalme novamente.” Enrolando as mãos em punhos, Jed trancou os dentes. “Se meu ritmo tem o poder de mantê-lo acordado, então não estou te trabalhando duro o suficiente.” Booker rebateu, “É um trailer pequeno.” Jed se moveu até a cara de Booker, quase nariz-com-nariz. “Eu te disse isso, quando foi contratado.” O mercúrio em seu olhar relampejou com pura ferocidade. “Se não gosta, você pode ir embora.” Não sentindo nem um pouco do frio que chicoteava suas costas, Booker correspondeu sua altura e tamanho contra a de Jed e se inclinou ainda mais. “Não estou reclamando. Estou apenas fazendo uma observação.” Ele cutucou Jed no peito com cada palavra que pronunciava. “Você. Não. Gosta. Dessas. Tempestades.” Mais rápido do que as chamas dos relâmpagos lá fora, Jed enrolou a mão na de Booker com força castigada e a puxou longe de seu peito. Segurando seus dedos presos no ar, ele falou através de lábios que mal se moviam. “Toque-me com o dedo desse jeito de novo, e eu vou quebrá-lo.” Depois de esmagar os dígitos de Booker mais uma vez, ele o empurrou para longe e caminhou até a porta aberta, dando-lhe as costas. O quê? Booker segurou a mão latejante contra o estômago, mas as feridas ao seu orgulho e ego o enfraqueceram muito mais do que seus dedos abusados. Dor atravessou seu núcleo, embora ele soubesse que não tinha o direito de estar chateado. O que diabos eu estava pensando, empurrando Jed como fiz? Jed estava a alguns passos, rígido, e a visão cortou Booker até o núcleo. Ele sussurrou, “Sinto muito. Ultrapassei uma linha. Talvez você não ache que me conhece bem o suficiente ainda para compartilhar seus segredos e medos comigo. Talvez você não acredite que eu levaria para o túmulo qualquer coisa pessoal que um amigo me diga. Seja

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qual for o caso, eu não tive a intenção de encurralá-lo e deixá-lo desconfortável.” Cada grama de Booker estava sendo empurrada por ele, empurrando-o em direção a Jed, mas dessa vez ele lutou contra seu coração, usando um pouco de bom senso, e deu um passo decidido para mais fundo no celeiro. “Vou para a parte de trás e lhe dar um pouco de espaço.” Com isso Booker se virou e foi em direção à sala de arreios tão rápido quanto podia, longe de milhares de perguntas que ele não seria capaz de suprimir se ficasse perto de Jed.

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Capítulo Três Merda. “Espere!” Sem pausa, Jed saltou e agarrou Booker antes que ele desse mais do que alguns passos. Jesus Cristo do caralho. Jed amaldiçoou seu tratamento selvagem com Booker, um jovem cujo único crime era uma curiosidade sem fim por tudo ao seu redor, inclusive Jed. Mas, inferno, quanto mais Jed tentava ter paciência e gentileza, cada vez que virava, ele se via comportando-se muito grosseiramente ou pisando em seus sentimentos. Booker não tinha praticamente nenhuma da experiência de vida que Jed tinha, e seu entusiasmo natural de aprender tudo que podia; o tempo todo, todos os dias, muitas vezes raspava contra a natureza privada e tranquila de Jed. Às vezes, o interesse de Booker o levava a perguntas que faziam as penugens no pescoço de Jed subir, mas ele tentava se lembrar de que o cara nunca faria mal a ninguém. “Volte.” Jed puxou Booker de volta para a porta. Mesmo enquanto mantinha um olho no tempo feio lá fora, ele olhou para a mão de Booker e estremeceu. Abruptamente, ele soltou seu braço e recuou para mais perto da entrada do celeiro. “Eu não tive a intenção de ameaçá-lo. Peço desculpas por tratá-lo do jeito que fiz.” Timidamente, Booker se aproximou o suficiente para olhar para fora também. “Não, tudo bem.” Cruzando os braços, ele inclinou o ombro na porta de correr e observou a tempestade caindo lá fora. “Nós não nos conhecemos há nem sequer um ano” — sua voz era suave como Jed jamais tinha ouvido — “e aqui estou eu te fazendo todos os tipos de perguntas pessoais. Não é meu lugar.” “Sinos do inferno, Potro.” Jed se esforçou para arejar, mesmo quando sua boca ficou terrivelmente seca. “Não é grande coisa. Eu só não gosto de tempestades. É isso.”

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“Por quê? Não —” Endireitando-se, Booker levantou as mãos em sinal de rendição. “Esquece. Não tenho nada que te perguntar sobre esse tipo de coisa.” Ele se deslocou de volta, fixando o ombro contra a madeira, olhando para a chuva. “Podemos esperar isso parar calmamente.” Aceitação visivelmente cobriu Booker, mas seu próprio silêncio atingiu Jed como nada menos que um soco no estômago. Ele sentia como se tivesse chutado Booker, lhe ordenando que ficasse no seu canto e mantivesse a boca fechada. Frio escorreu por suas costas. Frieza rastejando em sua carne, algo que não tinha nada a ver com as roupas úmidas e tudo a ver com o fato de que, embora Booker permanecesse de pé no mesmo lugar, ele parecia estar em um túnel escuro, indo cada vez mais distante de Jed. “Merda.” Um fogo terrível cobriu o gelo lambendo a parte de trás de seu pescoço. Ele vai desaparecer na escuridão num segundo se eu não agarrá-lo. Antes que pudesse pensar em sua idiotice, ele revelou, “Se eu vou mantê-lo acordado algumas noites, então eu acho que você tem o direito às informações. Pergunte.” Booker virou a cabeça, e a superfície vítrea de iluminação verde brilhante em seus olhos cortou com precisão até o núcleo de Jed. “Ok.” Em vez de lançar perguntas em Jed em rápida sucessão, ele, porém, se abaixou para o chão e olhou para Jed. “Tudo que você quiser me dizer, eu quero ouvir.” Suor brotou nas costas de Jed sob sua camiseta molhada. Sua pulsação bateu muito mais rápido em seu pescoço também, mas ele se forçou a deslizar pela baia atrás dele de qualquer maneira. Sentando-se perpendicular a Booker, ele fez contato visual por um segundo; Seu coração batendo a uma velocidade ainda maior, então ele rasgou o olhar para o lençol de chuva cascateando do céu lá fora. Foda-se. Apenas faça. Depois de tomar um fôlego, Jed disse apressadamente, “Era uma tempestade pior do que esta na noite em que um delegado veio até nossa casa, acordou a mim, minha mãe e meu irmão, para nos dizer que meu pai tinha morrido. Meu pai estava bêbado. Ele voltava para casa na chuva e bateu o carro num poste de luz. Eu tinha oito anos. Eu me lembro da maneira como o delegado se apoiou na campainha pelo que parecia uma eternidade, e como o

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som me rasgou do sono. Mas isso não importa.” Jed deu de ombros, mas Cristo, muita tensão amarrava seus ombros e costas. Ele se sentiu nu, e não gostava disso. “Meu pai não era bom para minha mãe, e foi um alívio. Estávamos bem melhor sem ele.” “Oh, Jed.” O tom de Booker não poderia ter sido mais baixo. “Eu sinto tanto.” Uma chama de calor perfurou Jed — porra nenhuma de piedade, homem — e o levou a enfrentar Booker sem se encolher. “Não sinta.” Ele erradicou qualquer pedaço de suavidade ou doçura — fraqueza — de sua voz, e silenciosamente desafiou Booker a manter a piedade dele. “Quando meu irmão e eu ficamos mais velhos, nós descobrimos através de fofocas que meu pai enganava minha mãe praticamente o tempo todo que estiveram juntos. Ele oficialmente nunca a deixou, mas nunca estava casa, e sempre escolhia outras mulheres acima de sua própria esposa e filhos. Ele era um bêbado ruim e um grosseirão. Lyle e eu finalmente entendemos o quanto ele devia ter envergonhado nossa mãe, mas ela o encobria o tempo todo e sempre agia como se tudo estivesse bem.” Com uma nova luz nele, Booker disse, “Oh, ok. É por isso que você não bebe muito.” Um rubor atravessou o rosto de Booker, e ele baixou seu foco para onde alisava seu jeans. “Eu notei que você nunca toma mais que dois.” Muito envergonhado — Cristo, eu o coloquei em todos os tipos de situações estranhas, sem sequer perceber — Jed arrastou os dedos pelo cabelo, empurrando o chapéu, e descansou o rosto contra as costas da mão. “Dois é meu limite.” Droga, ele devia a Booker cada pedaço de explicação que conseguisse cuspir. Eles viviam juntos, por Cristo. “Meu irmão e eu aceitamos há muito tempo que temos demais do sangue de nosso pai em nós, e se quiséssemos combater com sucesso esses genes, deveríamos fazer alguns planos e cumpri-los.” Cutucando a tendência fatalista dentro dele, Jed riu e acrescentou, “Inferno, só tivemos que nos embriagar uma vez em uma festa na escola, para descobrirmos que precisávamos manter um controle apertado sobre nós mesmos no que se referia às bebidas.” Movendo-se de lado para uma posição que enquadrava Jed de frente, Booker cruzou os braços sobre os joelhos curvados e colocou o queixo sobre os antebraços; Calor e interesse bemvindos e abertos exalavam de todos os traços e poros em seu corpo. “Eu falei com Lyle no

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telefone uma vez que me pediu para atender seu celular para você. Ele parece um cara legal.” Booker animou-se um pouco mais direto. “Você mencionou que ele era mais velho, mas não acho que você já tenha dito o quanto.” “Não muito. Um par de anos.” “Cherise é bem mais velha do que eu,” Booker compartilhou muito facilmente. “Ela tinha quinze anos quando minha mãe me teve. Cherise sempre foi independente e uma cavadora… Felizmente para mim. Ela já estava trabalhando, indo para a escola, e vivendo por conta própria quando tinha dezessete anos. Fui morar com ela quando eu tinha cinco anos.” Circulando os braços vem volta das pernas dobradas, como se segurando a si mesmo, Booker olhou para cima e encontrou o olhar de Jed. “Nossa diferença de idade fazia parecer mais como estar com outro pai, em vez de com uma irmã, que era um pouco estranho, mas meio que bom também.” “Isso é surpreendente.” Nunca chegando há conhecer alguém muito bem, Jed se inclinou, sugado pela facilidade de Booker em compartilhar sua vida. “Você normalmente não ouve muito sobre casais colocando uma lacuna tão grande de idade entre ter dois filhos.” “Nós não temos o mesmo pai.” Booker não vacilou quando compartilhou. “O pai dela vive em Chicago. Ele e minha mãe se divorciaram quando Cherise era jovem. Não conheço o meu pai.” Tão rápido quanto tinha sido constante, vermelhidão de repente cortou sombriamente através das maçãs de seu rosto angular. “Só sei que ele é do mundo dos rodeios. Minha mãe ficou com ele enquanto seguia uma das excursões.” Jed se empurrou ereto e se fixou ainda mais duro em Booker. “Espere um segundo. É por isso que assinou comigo? Está esperando topar com seu pai?” “Não!” Seu olhar foi tão largo quanto o de Jed tinha ido, e ele se endireitou também. “Nem perto. Eu juro. Minha mãe não me disse nada sobre ele. Vejo agora, com tantos tipos diferentes de pessoas que compõem o rodeio, que ele poderia ter sido qualquer um.” Por um segundo, Booker relampejou um sorriso envolvente e estranhamente jovial. “Por alguns minutos, quando eu era mais jovem, eu pensei e esperei que ele pudesse ser um dos cavaleiros. Mas quando comecei a estudar este mundo, eu parei de fazer essa suposição.” Com um dar de

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ombros, seu sorriso ficou envergonhado. “Inferno, ele mais do que provável seria alguém como nós, ou até mesmo outro fã que circulava como ela tinha feito, ao invés de um cavaleiro.” Ficando quente em nome de Booker, Jed rosnou, “Por que diabos sua mãe não lhe disse quem era seu pai?” “Talvez ela não soubesse.” Booker deu de ombros muito mais facilmente do que Jed jamais poderia ter feito. “Você já viu alguns dos groupies e o que eles fazem, só para sentir que estão ligados a um rodeio. Ela era um deles. Existem milhares só nesta turnê que poderia ser meu pai, sem mencionar as outras turnês. Qualquer um é possível, e infinita é a forma como muitos pensam ou se tornam obcecados. Eu parei de me perguntar quem era meu pai há muito tempo.” Carrancudo, Jed afundou as costas contra a baia mais uma vez. “Então, por que você está tão ansioso para se juntar ao rodeio?” “Para conhecer melhor minha mãe,” Booker revelou, e isso provocou um brilho fascinante em seus olhos. “Não estou bravo com ela, e não a julgo — não muito, de qualquer maneira.” Desdobrando-se de repente, ele se levantou e foi em um passo de pernas longas até uma baia uma dúzia de passos longe. Quando chegou acima das ripas e esfregou a testa negra como tinta de Moisés, seu tom caiu para algo com uma qualidade de sonho. “Eu não posso definir claramente o que me empurra para este mundo tão completamente, mas acho que meu interesse estava mais em tentar absorver tudo ao meu redor para poder entender melhor essa atração pelos rodeios. Eu queria descobrir o que o tornava tão poderoso que minha mãe escolhia segui-lo e aos cowboys acima de todo o resto… Até mesmo seus próprios filhos.” Booker olhou por cima do ombro para Jed, que jurava que o brilho dentro do homem irradiava pra caralho para fora de seus poros. “Quando minha mãe voltava para casa,” Booker continuou, “ela sempre tinha grandes histórias, e me fascinava com as descrições maiores-que-a-vida dos animais e homens da turnê. Ela me sugava, e sempre que partia, eu me cercava com qualquer coisa que pudesse me lembrar dela e dessas histórias. Antes que eu percebesse” — Booker enfiou as mãos nos bolsos — “eu já tinha uma fascinação por esse mundo que era tão grande quanto o dela.”

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“Não, nunca tão grande quanto o dela.” Sem analisar, paixão se elevou a partir do núcleo de Jed e infundiu as palavras vomitando de sua boca. “Você não me parece o tipo de cara que deixaria seu filho para trás para que você pudesse sair por aí vagabundeando para viver sua fantasia. Você é muito atencioso, Potro” — a garganta de Jed arranhou com nova rugosidade — “e eu não acredito que haja um único osso egoísta em seu corpo.” Booker curvou os ombros ainda mais, mas corou e sorriu. “Obrigado.” “Eu não sei como você não se ressente o inferno fora de sua mãe, entretanto.” Uma vez que Jed tinha descoberto tudo sobre seu pai, se o homem vivesse, ele nunca teria lhe dado uma segunda chance. “Ela lhe devia informações sobre seu pai. Você tinha o direito de encontrá-lo.” Booker veio de volta para a porta aberta, enchendo metade do espaço com sua armação. Parado lá, de frente para a chuva, ele parecia maior e mais forte do que Jed tinha notado antes. Sólido e jovem, mas com linhas fortes — um pouco como Destiny. “Talvez eu devesse tê-la odiado,” Booker respondeu, ainda de costas para Jed, “mas nunca fiz. Acho que talvez seja porque eu tinha Cherise. Ela era tão boa para mim, e, naturalmente, preencheu o papel que minha mãe deveria. Cherise me deu segurança e uma casa, mas minha mãe abriu um mundo para mim, mesmo de longe, e acabou me fazendo sentir como se eu tivesse o rodeio em meu sangue também. Eu não a conhecia muito bem, além de seu amor pelos rodeios, mas ainda assim fiquei triste quando ela morreu.” Sua voz baixou, quase se perdendo na sinfonia da tempestade. “Depois que ela morreu, eu senti falta de suas histórias de cowboy tanto quanto dela.” Atraído para o lado de Booker, Jed se moveu até que ficou ombro-a-ombro com o homem, olhando a tempestade também. “Então, você decidiu criar suas próprias histórias.” Uma risada suave escapou de Booker e brevemente aqueceu o ar gelado. “A essa altura eu já sentia um verdadeiro puxão em mim que precisava ser respondido. Quando você me encontrou com os cavalos naquela noite, eu já estava procurando alimentar algo em mim, tanto quanto tentando encontrar um caminho de me conectar a ela.” Inveja esfaqueou através de Jed com a precisão de um bisturi. Espirros de chuva lavaram seu rosto e roupas, mas ele abraçou a umidade e o frio; Ambos tão estreitamente alinhados que

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ele privadamente muitas vezes sentia por dentro. “Eu não senti falta de meu pai depois que ele morreu.” A confissão escapou; Mais recortada e crua do que Jed já havia exposto para outra alma. “Eu o odiava. E quanto mais eu descobria, mais eu odiava que tivesse seu sangue em mim. Eu ainda desejo que não estivesse lá. É fraco, e todos os dias eu tenho que lutar para não sucumbir ao que ele era.” “Eu não vejo isso,” Booker argumentou, muito mais apaixonadamente do que Jed merecia. “Não vejo você como um homem que tem dificuldades de controlar seus impulsos.” “Eu os mantenho em controle, e tento não pensar neles, a menos que eu precise.” Cru como o inferno, Jed continuou masoquistamente descascar mais camadas para este homem. “Mais do que odiá-lo, eu me ressinto que sua morte tenha forçado minha mãe a desistir da vida que ela queria. Ela teve que trabalhar em dois empregos para cuidar de mim e Lyle. De muitas maneiras, que a maioria das pessoas não podia ver; sua morte a transformou em um zumbi.” “Sinto muito.” Booker tocou seu braço, e ele saltou. O contato fazendo o coração de Jed martelar em sua garganta. Então, claramente inconsciente do efeito, Booker esfregou seu braço de cima a baixo, aquecendo e despertando sua carne terrivelmente nessa área, como se chegasse sob sua pele e acariciasse sua alma. Booker murmurou, “Você viu e descobriu coisas que crianças não deveriam saber.” Jed se afastou de Booker, desesperado por espaço para respirar. E esfregou o braço, distraído no quão quente sua pele se sentia, mas ainda pairando parcialmente preso ao passado. “Minha mãe tinha uma imagem da vida que ela queria, e era uma mulher doce e amável que a merecia. Todos ao nosso redor sempre dizia isso. Ela era muito ativa em sua igreja, e queria um bom marido, e uma casa, e filhos. Ela queria ser uma mãe PTA4, e ter uma casa aonde todas as crianças do bairro pudessem vir para brincar.” “Ela pensou que tivesse, e talvez sim — por mais ou menos um minuto. Mas meu pai não era fiel, e principalmente nunca estava sóbrio, ou até mesmo por perto muito. Mas lá estava minha mãe, ainda tentando ter a imagem que ela queria, e ainda fazendo todas aquelas coisas para tornar a vida agradável, e saudável, mas era tudo uma mentira.” 4

São pais que coordenam atividades extracurriculares e ajudam em atividades educacionais.

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“Quando meu pai morreu, minha mãe foi para a igreja, ainda mais, e trabalhou ainda mais para continuar sendo uma boa mãe, tentando criar esta imagem brilhante de meu pai que era uma mentira total. Então, você acrescenta a isso que ela tinha que trabalhar em dois empregos para ter certeza de que manteríamos a casa. Ela se recusava a mudar.” Um relâmpago iluminou o celeiro inteiro por um instante então, cegando com seu brilho, e esmurrou Jed de volta para onde estava — e que ele tinha uma audiência atenta. Torcendo, Jed terminou rapidamente, “Minha mãe não queria vender a casa; Ela não queria desarraigar eu e Lyle e perturbar nossas vidas mais do que já estávamos.” “Isso é um monte de pratos para uma pessoa rodar e mantê-los no ar.” “Ela o fez, entretanto.” Mais cuidadoso agora, Jed se manteve focado, e o tom apenas sociável. “Ela trabalhou até os ossos e nos deu tudo que podia gerir.” Uma lembrança mais feliz o atingiu, e ele até se encontrou sorrindo para Booker. “Eu era à sombra da minha mãe quase o tempo todo antes de meu pai morrer. Então, depois que ela teve que começar a trabalhar, eu fazia questão de ficar com ela como cola durante às vezes em que estava em casa… Pelo menos até que fiz doze ou treze anos, quando certas coisas que ela não teria aprovado se tornaram fundamentais em meus dias.” “Ahh.” Um brilho de compreensão iluminou o olhar de Booker. “Entendi.” “No modo de pensar dela, Deus definitivamente não estaria satisfeito comigo masturbando quase o tempo todo como um adolescente.” Espontaneamente, o pensamento de um longo telefonema com Lyle esta manhã puxou a vivacidade rápida de Jed e o teve franzindo a testa. “Minha mãe e seu Deus não estão satisfeitos com um monte de coisas nestes dias.” Apoiando-se contra a porta do celeiro, Booker cruzou as pernas na altura dos tornozelos e inclinou a cabeça de lado. “Como assim?” “Minha mãe é muito tradicional. Na igreja onde cresci, falavam muito mais sobre o pecado e ‘Cristo te ferir'” — Jed fez figuras de aspas com os dedos — “do que falar de um Deus amoroso. Eu acho que ela ficou ainda mais definida em seu caminho, quando meu pai morreu. Então, você tem meu irmão, que passou por um monte de mulheres e não levou nada a sério. Desnecessário dizer que minha mãe não aprovava os caminhos libertinos de Lyle. Mas, então” —

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Jed estalou os dedos, levando um som por todo o celeiro — “logo na época em que te conheci, Lyle conheceu esta mulher, Meg. E como se um interruptor acendesse por dentro, ele se tornou um novo homem. Eu nunca ouvi tanta devoção em um homem por sua mulher. Lyle quer Meg. Ele a quer muito, e a quer para sempre, mas agora está recebendo recusas dela e desaprovação de minha mãe.” Booker empacou e fez uma careta. “O quê? Parece exatamente o tipo de relação séria que sua mãe queria para Lyle.” Jed ergueu as mãos para o céu. “Obrigada! Você pensaria isso, não é? Mas, para nossa surpresa, ao que parece, há algumas outras coisas que minha mãe desaprova mais do que Lyle dormir por aí.” Na pergunta feita no erguer de sobrancelha de Booker, Jed explicou, “Meg é doze anos mais velha que Lyle.” “E daí?” “Eu concordo. Mas, além disso, e Lyle não me deu todos os detalhes, parece que Meg esteve em um casamento difícil por muito tempo. E teve algumas coisas ruins acontecendo com ela, que, como resultado, ela não pode ter filhos.” O rosto de Booker caiu. “Isso é tão triste. Então, Meg não pode ter filhos, mas sua mãe quer netos. Certo?” Um gosto ruim encheu a boca de Jed, e ele fez uma careta. “Minha mãe acredita que uma esposa deve ser capaz de dar a seu marido filhos. Meg sabe que minha mãe pensa assim. Ela sabe o quanto Lyle é próximo e ama nossa mãe, e então, Meg também acha que, no fundo, Lyle deve sentir o mesmo.” “Eles poderiam adotar.” “Isso é exatamente o que Lyle disse. Ele quer filhos, e disse que ficaria feliz em adotar ou até nutrir uma criança. Agora, porém, ele não consegue convencer Meg disso.” Frustração e uma sensação de impotência teve Jed amaldiçoando baixinho. “E você pode apostar que minha mãe está provavelmente esperando que ele nunca faça.” Suspirando, Booker enfiou os dedos pelo cabelo e coçou o pescoço. “Que trapalhada. Sinto pena de seu irmão.”

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“Sim. Mas Lyle não vai desistir de Meg. Ele está meio que…” Jed compassou e procurou cegamente pelas palavras corretas para dizer. “Inferno, eu não sei como ele está, mas posso ouvir sua mudança só de falar com ele ao telefone. Ele tem essa reverência por Meg, como se ela fosse boa demais para seu toque, mas sempre que começa a soltar sua frustração sobre as coisas que minha mãe está dizendo, e o que esses julgamentos estão fazendo com a cabeça de Meg, ele tem esse rosnado possessivo em sua voz também.” “Isso é bom. Lyle deve ter a mulher que ele quer como sua esposa acima de todos os outros. Certo?” Booker torceu o rosto, e isso o fez parecer mais jovem do que seus dezenove anos. “Não é isso o que diz a Bíblia, ou algo assim?” Jed deu de ombros. “Acho que sim, ou algo parecido, mas não a leio há muito tempo. Só sei o quão difícil deve ser para Lyle agora, e odeio não ter as respostas para ele. Eu deveria ser capaz de ajudá-lo, e gostaria de poder ajudar minha mãe também. Nossa mãe sacrificou tanto para nos dar um bom lar e uma boa vida depois que nosso pai morreu. Inferno, ela tentou cobrir sua ausência e fazer nossa casa se sentir segura e especial antes dele morrer. Lyle e eu nunca nos esquecemos disso, e ela sempre teve nosso respeito. Ela ainda trabalha mais do que deveria, mesmo comigo e Lyle a ajudando financeiramente sempre que podemos. Mas eu não sei.” Vindo parar na frente de Booker, Jed se encontrou aquecido pela luz no olhar deste homem. “Meg já está sob a pele de Lyle, sabia?” Estudando Booker à sua frente, Jed ouviu em sua cabeça o desejo angustiante no tom de Lyle hoje cedo, e o interior de sua boca virou algodão. Áspero, mentalmente entre dois lugares, Jed murmurou, “Acho que deve ser malditamente difícil alguém conseguir tirar uma pessoa uma vez que ela está dentro de você. Acho que a ideia é que ela está destinada a ficar presa lá para sempre.” Com seus traços tão abertos e fáceis, Booker respondeu baixinho, “Eu desejo sorte a Lyle. Você é gente boa. Tenho certeza que Meg é também. Tenho que acreditar que vai dar tudo certo.” Espontaneamente, Jed deu um sorriso rápido. “Lyle é um cara que sabe como cavar. Se Lyle já não estiver sob a pele de Meg também, ele vai chegar lá. Ele tem esse jeito sobre ele que é tipo um cachorrão que você acha que vai ser muito problema, mas quando ele está lá naquela

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tempestade, numa noite escura, você percebe que o quer ao seu lado. Um dia, Meg vai perceber o que vai ter com meu irmão, e jamais vai deixá-lo ir.” Booker tocou o braço de Jed e sorriu de volta. “Espero que sim, para todos vocês.” Com cascalho ainda preso na garganta, Jed lutou contra um desejo estranho de enrolar os braços na cintura de Booker e penetrar na luz ilimitada deste homem. Ao invés, ele se virou para a chuva atenuando. “Vai acontecer. Só espero que isso não quebre o espírito da minha mãe quando fizer.” Inclinando-se no pequeno espaço entre eles, Booker bateu seu ombro no de Jed, instigando outra conexão. “Você ama muito sua mãe. Posso ouvir em sua voz.” Jed esfregou o ombro, desconfortável com o formigamento aquecendo sua pele. Forçando-se a se concentrar e responder a Booker. Era importante. Crucialmente assim. “Tenho orgulho do sangue de minha mãe correndo através de mim. Sua metade da linhagem é a única chance de sucesso que eu tenho.” Booker bateu novamente e sorriu. “Então, deve ser um sangue bom, porque ninguém trabalha mais duro ou apresenta um resultado melhor em uma turnê com seu estoque do que você.” “Estoque e empresa de Cliff,” Jed corrigiu, com o comentário puxando um meio-sorriso e uma risada dele também. “Eu apenas ajo como se fosse minha.” “Talvez seja um dia.” “Não.” Agachando-se espontaneamente, Jed alcançou a porta e correu os dedos pela Terra encharcada. Cristo, ele amava o esmagar da terra encharcada entre os dedos. Ele respirou o ar revigorado e o deixou encher seu interior com doçura, o cheiro pungente dos cavalos invadindo seu nariz também. “Eu aceitaria a terra e os cavalos num piscar de olhos,” Jed confessou, “mas não quero chegar os oitenta e ainda estar correndo com um estoque em turnês.” “Eu sei.” Logo em seguida, Booker guinchou e correu passando por Jed, para o final da tempestade minguante, e gritou. Ele girou em um círculo e levantou as mãos para o céu vasto.

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“Mas isso é um inferno de um monte de diversão com todo esse movimento ao redor agora!” O sorriso dividiu seu rosto escancarado e o fez parecer ainda mais inocente. “Você não acha?” “Jesus, Potro.” Jed tentou soar severo, mas mordeu o lábio para abafar um sorriso lutando para sair. “Você ainda parece uma criança no Natal todos os dias. Algum dia esse verde tem que sair de você.” Com olhos brilhantes, Booker sacudiu a cabeça. “Espero que nunca faça. Quero acordar todos os dias e aprender algo novo de você.” Jed foi em frente e deixou-se sorrir. “Sim, tudo bem.” Então Booker coçou o rosto, e quando ele notou a marca vermelha cortando suas juntas, seu estômago caiu para as botas. “Ei.” O comportamento anterior de Jed o inundou, e ele mal conseguiu segurar o contato visual. “Eu não te machuquei antes, não é?” Ele apontou para a mão ferida de Booker. “Seus dedos estão bem?” “O quê?” Confusão mapeou os traços jovens de Booker. “Oh, isso?” Ele mal levantou a mão o suficiente para reconhecê-lo. “Tudo bem. Esquece. Eu já machuquei pior quando a bati contra a parede do trailer ao rolar na cama.” Jed baixou a cabeça. Ele começaria a se odiar se continuasse olhando para a mão ferida de Booker. Não posso acreditar que fiz isso com ele. “Peço desculpas de qualquer maneira.” Fazendo uma meia-volta, Jed colocou seu foco de volta no trabalho. Onde deveria estar sempre. “Como não podemos voltar ao curral, vamos em frente e dar ao estábulo a limpeza completa que está precisando.” Ele então entrou no celeiro, determinado a recuperar a ordem pelo dia de hoje. Sob sua pele. Inúmeras vezes, Jed tentou dizer a si mesmo que não podia se relacionar com a frase de Lyle desta manhã. Quando não respirou facilmente novamente até Booker entrar no estábulo ao seu lado, a felicidade do homem iluminando o celeiro mais do que as luzes do teto, Jed adicionou mentiroso a suas culpas. Porra.

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Ele já tinha responsabilidades o suficiente. Não precisava adicionar o bem-estar e felicidade de Booker West à lista.

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Capítulo Quatro Excitação e antecipação zumbiam através de Booker, e não importava o quanto silenciosamente dizia a si mesmo para se acalmar, ele não conseguia. Jed nem sequer disse nada o dia todo. A lógica continuava tentando forçar-se no estado de espírito alegre de Booker. Ele vai simplesmente pensar que este é um jantar normal. Pela terceira vez, Booker desembrulhou o papel alumínio cobrindo as batatas assadas, enfiando um garfo em cada uma para testar sua suavidade — perfeitamente cozidas — e então reembalou-as e as colocou no miniforno para mantê-las aquecidas. Uma verificação rápida nos feijões verdes no fogão confirmou que precisavam de mais alguns minutos para amolecer. Finalmente Booker espetou os bifes embalados no balcão e sorriu quando seu dedo afundou na carne macia e descongelada. A frigideira, manteiga e temperos já colocados no ponto. Impaciente, ele pegou a frigideira, mas com a mesma rapidez a deixou de volta no balcão e se sentou à mesa. Jed tinha levado Moisés para um pouco de exercício, e se ele deixasse o cavalo fazer do seu jeito, facilmente poderia chegar tarde para o jantar. Booker não queria que Jed voltasse para casa para bifes frios e secos. O entardecer, junto com a neve caindo lá fora, rapidamente sombreou a frente dianteira do trailer. Booker estendeu a mão, apertou o interruptor de luz sobre a mesa, e nada aconteceu. Merda. Uma busca no armazenamento sob o assento não mostrou uma lâmpada de substituição. Maravilha. Eles iam comer metade no escuro. Espera. Um tremor quente ondulou na barriga de Booker. Talvez uma das lanternas de emergência esta noite não seja tão ruim. Booker não queria definir nenhum tipo de cena de sedução — ele sabia que nenhuma quantidade de boa comida ou iluminação ambiente jamais faria Jed o olhar de modo romântico

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— mas, por apenas uma noite, Booker podia se dar um pouco de fantasia, desde que ele mantivesse o jantar totalmente inocente. É meu aniversário. Booker nem sequer se importava que Jed não tivesse se lembrado do dia. O único presente que ele queria era mais tempo com Jed.

***** Cortinas geladas de neve se arremessavam do céu e atacavam Jed como cacos gelados de vidro. Ondas gigantes de nuvens escuras deixavam um silêncio sombrio sobre a paisagem de Wyoming, fazendo parecer meia-noite, em vez de seis horas. Seu casaco forrado de lã não fazia nada para impedir a entrada da neve e do gelo caindo do céu. Ele não deveria ter levado Moisés em uma corrida tão longa, mas porra, o cavalo ansiava pelo exercício vigoroso. A verdade era; talvez Jed precisasse da liberdade e liberação que veio com a corrida rápida também. Uma semana atrás, quando Jed estivera cansado demais para se masturbar no chuveiro, embora seu pau doesse como o inferno, ele percebera que não fazia sexo há meses. Pior, ele trabalhava até tal estado de exaustão — na estrada, descarregando os cavalos, se preparando para as viagens, carregando os cavalos de volta para cima, viajando para a próxima cidade, conseguindo ocasionalmente uma semana aqui e lá no rancho, dia após dia — que nem sequer sentira a falta de sexo em sua vida. E o coitado do Booker. Jed fazia jus ao homem por ainda ser virgem. O cara tinha construído um inferno de um trabalho de resistência, mas ainda chegava ao seu ponto de ruptura antes de Jed. Não obstante, ele continuava a trabalhar ao seu lado, segurando seu peso, até que cada trabalho estivesse feito. À noite, o garoto geralmente caía na cama mais duro do que ele. Dezoito meses trabalhando juntos, e Jed não podia se lembrar de Booker jamais sair para um encontro. O cara muitas vezes saía com grandes grupos, mas sempre voltava para casa com a multidão no final da noite.

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Talvez eu devesse tê-lo convidado para sair comigo e meu encontro hoje à noite. Tenho certeza Molly teria uma amiga que gostaria de ter vindo junto. Jed amaldiçoou sua falta de previsão. Tarde demais agora. Dando os últimos passos para o trailer, Jed puxou a maçaneta até a armação irritadiça liberar e deixá-lo entrar. Merda, que bom sair da neve. Uma vez dentro, ele tirou o casaco, deixandoo no chão, e foi até o pequeno armário que guardava suas roupas. Assim que Jed tirou uma pilha pré-dobrada que tinha tudo que precisava — camisa, jeans, cueca e meias — a voz suave de Booker flutuou pelo pequeno trailer. “Você está se movendo rápido.” Jed se virou, com a camisa desabotoada até a metade, e encontrou Booker sentado à mesa nas sombras. “Merda, Potro.” O aumento da frequência cardíaca de Jed rapidamente caiu, e ele voltou a descascar suas roupas. “Você me assustou.” Booker apontou para a armação sobre a mesa. “A luz aqui queimou. Não temos uma substituta disponível.” Ele deslizou fora do assento da cabine e deu um passo para a área da cozinha, erguendo uma panela pequena no fogão. “Café?” Ar frio lavou sobre o torso nu de Jed, provocando arrepios. Estremecendo, ele assentiu para o lado de Booker. “Seria ótimo. Obrigada.” Sentando na cama e se curvando para arrancar as botas molhadas. Botas removidas, ele tirou as meias, e então começou a abrir o cinto e a calça. No momento em que Jed baixou o zíper, Booker alcançou através do pequeno espaço e lhe entregou uma caneca com café quente fumegante e escuro. Enquanto Jed inalava o aroma rico e deixava o calor aquecer seu rosto, Booker arqueou uma sobrancelha para ele. “Eu te disse que ia nevar.” Sem perder tempo, Jed, jeans pendurado abaixo da cintura, saltou de pé. Depois de engolir um trago do líquido quente e amargo fumegante, ele atirou em seu jovem companheiro de quarto um tipo. “Bem;” — Booker levantou as mãos em sinal de rendição, mas sorriu como uma criança enquanto o fazia — “Eu te disse. Mais de uma vez.”

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O sorriso de Booker teve a pele de Jed aquecendo rapidamente. Enquanto se empurrava fora da calça e cueca, ele rosnou, “Eu não preciso de um sermão de alguém que ainda tem um bom bocado de verde atrás das orelhas. Você me disse para levar a capa impermeável para me manter seco, e eu não fiz. Fim da história.” Outra onda de ar gelado atingiu Jed e se afundou em sua carne nua, até os ossos. “Porra, cara. Está frio aqui.” Depois de procurar entre suas coisas uma toalha para secar a umidade, ele amaldiçoou quando não encontrou. “Eu nem sequer tenho tempo para um banho para me aquecer. Tenho um encontro em Basin esta noite. Que não é muito perto” — ele pegou o relógio em cima da cama, viu o adiantado da hora, e praguejou novamente — “e eu já estou atrasado.” Booker passou por Jed, alcançando em seu próprio armário, e lhe entregou uma toalha branca macia. “Use esta.” Em dois passos, ele se colocou de volta à mesa nas sombras. “Obrigada.” Com algumas batidas rápidas, Jed se secou de cima a baixo, jogou a toalha úmida na cama, e começou a vestir as roupas limpas. “O que vai fazer esta noite?” “Não muito.” De onde se sentava; Booker deu de ombros. “Ficar por aqui.” O coração de Jed torceu com um estranho puxão, e ele franziu o cenho para seu jovem empregado. “Você faz muito isso.” Booker rebateu suavemente, “Assim como você.” “Justo.” Jed não podia argumentar com a verdade. Se ele e Booker não tivessem se tornado a máquina bem-lubrificada que, trabalhava-comia-assistia-um-programa-de-TV-edormia, talvez tivesse percebido mais cedo que seis meses tinham se passado sem que ele levasse uma mulher para a cama. Eu sei disso agora, porém, e preciso foder alguém. Mal. No segundo em que o pensamento atingiu Jed, ele olhou para o olhar sempre-curioso de Booker. Droga. De repente, ciente de sua nudez, Jed sentiu seu pênis contrair, e um calafrio percorreu toda a distância de sua espinha. Jesus. Ele então deu um passo para as sombras na extremidade oposta do trailer para acabar de se vestir. Booker continuou à mesa, graças a Deus. O que foi isso? Ainda perturbado pelo pulsar inesperado em seu pênis, mas agora completamente vestido, Jed pegou a carteira tão rápido

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quanto podia, mal abrindo a gaveta onde a guardava. E então se empacotou em seu casaco seco e pesado de tempo-resistente, e olhou para Booker. “Tchau. Já estou saindo.” Booker lhe ofereceu um pequeno aceno. “Divirta-se.” Um nó desconfortável se enrolou no intestino de Jed. Por alguma razão, ele não conseguiu olhar nos olhos de Booker. “Obrigada. Vejo você pela manhã.” Com isso, sentindo-se como se tivesse um espectro montando quente em suas costas, observando e julgando cada movimento dele, Jed conseguiu o inferno fora de Dodge.

***** NO MOMENTO EM QUE O som do caminhão parou de atingir os ouvidos de Booker, ele exalou, afundou, e começou a respirar novamente. Porque, sob aquela pequena mesa, Booker estava duro como uma pedra. Ele é tão malditamente bonito que dói olhar para ele. A princípio, quando Jed invadira o trailer e imediatamente começara a falar sobre se trocar para um encontro, rejeição fatiou Booker rapidamente. Ele realmente esqueceu meu aniversário. O dia todo ele dissera a si mesmo que Jed tinha, e que estava tudo bem, mas em algum lugar escondido por dentro, ele deve ter se agarrado a um grão de esperança de que Jed entraria no trailer esta noite e alegremente lhe daria um feliz aniversário. Mas não acontecera, e, por uma fração de segundo, Booker tinha ficado entorpecido em face da indiferença de Jed. Então, rapidamente, Jed começara a tirar as roupas — toda ela, claramente sem pensar em Booker sentado tão perto — e ele se perdera para todo o resto, exceto a visão masculina deslumbrante. Oh Deus. Booker estremeceu onde estava sentado. Sua ereção presa contra o jeans, exigindo liberdade, como vinha fazendo há muito tempo. Ele já vira fotos de homens nus em sua vida. Inferno, até mesmo assistira pornôs gays algumas vezes na época da escola. Mas sagrada

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misericórdia e tudo divino, ele nunca tinha visto nada, pois nunca tinha conseguido mais do que um vislumbre rápido de Jed totalmente nu, até esta noite. Ele é magnífico. Booker não deveria ter olhado. Não deveria ter se aproveitado de Jed estar com pressa. Enquanto o homem trocava de roupa, ele, obviamente, não dera qualquer pensamento à tão livremente se despir na sua frente. Em circunstâncias normais, Jed se despia até a cueca, e então entrava no banheiro para tomar banho. Quando terminava, ele saía de toalha, e vestia uma cueca limpa antes que Booker pudesse lhe dar mais do que um olhar furtivo. Mas não esta noite. Booker deveria ter dito algo; Deveria ter desviado o olhar, mas, inferno santo, ele não tinha conseguido descascar o olhar de algo que fantasiara ver quase a partir do momento em que conhecera este cowboy incrível, áspero, e único: Jed, despindo-se na sua frente tão facilmente, como se fossem um casal, em vez de apenas companheiros de quarto. Jed muitas vezes se movia dentro do trailer sem camisa. E homem, Booker estudava seus braços grossos, costas e peito cônicos, mais largos do que era saudável para sua sanidade. Ele roubava pequenos olhares para a curva da bunda de Jed quando podia, e tivera sonhos molhados sobre os flashs rápidos que pegara do pênis do homem. Mais tarde, porém, ele sempre se sentia como se tivesse se aproveitado de Jed, e odiava a si mesmo por seu comportamento. Ele deveria se controlar melhor. Mas, esta noite, quando Jed tinha tão naturalmente tirado a roupa, Booker não tinha sido capaz de desviar o olhar. A cada centímetro de pele revelada, seus batimentos cardíacos chutaram mais rápidos, e seu corpo acordara com um sobressalto. Deus, como isso mexera seu corpo. Jed tinha uma bunda perfeita, firme, arredondada só um pouquinho. E, bom Senhor, o pau de Jed tinha mais do que o comprimento suficiente para fazer Booker tragar densamente e sua passagem pulsar com necessidade. Ele podia imaginar aquele pau deslizando por sua garganta ou afundando profundamente em seu rabo disposto. Oh, sim. Booker esfregou seu eixo através do jeans, tão necessitado de alívio. E então, quando Jed usara sua toalha para se secar… Porra. Booker gemeu onde estava sentado; A ponta de seu pênis empurrou no cós de sua calça, e suas bolas rolaram dolorosamente em seu saco. Eu preciso. Preciso tão malditamente ruim.

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Antes de sequer perceber que fizera o movimento, Booker se aproximou da cama de Jed, e pegou a toalha. Incapaz de superar os ditames de seu corpo chorando, Booker ergueu a toalha até o rosto e inalou profundamente. Cavalo, e homem, e chuva, e terra, todos se misturavam e fizeram cócegas em seu nariz. Cada cheiro, tão intimamente uma parte de Jed, penetrando poderosamente no corpo de Booker, infectando seu sangue. Odiando-se, mas sem a força de vontade para suprimir seus desejos mais, Booker abriu as calças, empurrando-a junto com a cueca até as coxas, e libertando sua ereção. Ar frio percorreu sua bunda e pau nus, mas a fatia de frio não fazendo nada para diminuir a corrida de sangue para seu eixo esticado. Ele imaginou Jed de joelhos, separando os lábios, e o convidando ao abrigo de sua boca quente e cavernosa. Ali onde estava ele bombeou os quadris, fora de seu controle, e uma pérola gorda de présemem encheu sua fenda. Mordendo a ponta do lábio, ele gemeu baixo em seu intestino, e começou a acariciar seu pênis. Oh, foda-se, sim. Cada terminação nervosa em seu pau imediatamente enviou ondas de choque através de seu sistema e incendiou sua pele. Além de seu pau, sua carne clamava por mais contato, e suas bolas incharam com uma dor doce entre suas pernas. Ele puxou mais forte e mais rápido em seu eixo, passando a toalha pelo rosto, e dando a seu corpo o que precisava. Dentro de meia dúzia de puxões em seu comprimento rígido, sua pele aqueceu de cima a baixo, e suor escorreu por seu pescoço. Sem perder uma batida, Booker soltou a toalha, puxou a camisa sobre a cabeça, e a jogou de lado. Ele imediatamente pegou a toalha novamente e começou a esfregar o material úmido por todo seu peito e barriga, faminto por conseguir o máximo do cheiro de Jed nele quanto pudesse. A fragrância pungente de terra e animais — o cheiro de Jed — se afundando mais em seu nariz, se infiltrando em seus poros e se tornando uma parte de seu próprio ser. Cada vez que Booker esfregava a toalha em sua pele, era como se sua carne se esfregasse contra Jed; Seus corpos se fundindo mais intricadamente, e eles se tornando um. A conexão com Jed empurrou nos desejos mais básicos de Booker e brincou com sua sanidade, mas seu corpo ansiava por lançamento com tal aguda necessidade que ele já não mais

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se importava. Booker jurava que Jed se levantou, indo para trás dele, e enrolou sua grande armação ao redor dele, cobrindo-o com tudo nele, em todos os sentidos. Calor queimou através de sua pele — Jed queimou através dele — e Booker gritou e arqueou os quadris ainda com mais força, bombeando o pênis no aperto firme de seu punho tão rápido quanto podia. Com cada arraste completo que Booker colocava em seu pênis, explosão após explosão de intenso prazer disparava dentro dele, mas ele não conseguia ultrapassar a barreira ao esquecimento do orgasmo. Continuando a manipular grosseiramente seu eixo, ele também raspou a toalha pelo peito com menos cuidado e fez seus mamilos torcerem e enriçarem com aguda sensibilidade. Ainda assim suas bolas não liberaram sua semente e o deixou gozar. “Por favor…” Booker apertou a testa na armação das camas de beliche. Movendo a mão numa velocidade ridícula entre o pênis muito-sensibilizado e em suas bolas, puxando ambos sem cuidados. Contorcendo-se ali de pé, ele lutou por cada fôlego doloroso, cada ingestão apertando seus pulmões. “Jed, Jed… Ajude-me.” Alcançando entre as pernas, ele provocou impiedosamente sua mácula e implorou asperamente, “Ajude-me gozar.” Ar quente acariciou sua nuca, e então, foi como se alguém beliscasse sua orelha. A voz de Jed, clara como o dia, fez uma leve cócega em sua cabeça. Deixe-me senti-lo, Potro. Jed pressionou seu corpo quente e nu contra as costas de Booker. Leve-me para dentro. Concordando, certo de que Jed o queria tão desesperadamente quanto ele queria Jed, Booker empurrou a mão ainda mais longe entre suas coxas e mergulhou o dedo em seu cu. Oh, foda-se. Foda-se, Jed. Porra. Dor abrasadora cercou o buraco virgem de Booker, mas ele não se importou. Ele jurava que Jed lambeu seu pescoço, balançou os quadris contra o final de seu rabo, e sombriamente comandou que ele se abrisse para o resto de seu pau. Sim, Jed. O que você quiser. Sim. O túnel de Booker apertou ao redor da invasão e arrastou mais do comprimento em seu reto. Suor vazou por sua pele, e cada terminação nervosa em seu corpo eriçou; confusa com a dor que Booker torcia em prazer na sua mente. Ainda assim, preenchido pela presença de Jed, ele empurrou o dedo mais fundo em seu canal latejante e deu a Jed o que ele tão claramente queria. Contra sua orelha, dentro de sua cabeça, Jed o perseguia com confissões de seu desejo.

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Booker moveu o dedo dentro de sua bunda, mas em sua mente, através de cada poro de seu corpo, o pênis quente de Jed escorregava fodidamente suave em seu canal. Booker manipulou o dígito dentro de seu túnel fumegante de novo, e de novo, e de novo. Sim, Jed. Fodame. Foda-me gostoso. Logo a queimadura dentro de sua passagem inflamou para um inferno elétrico de prazer chocante. Booker enfiou outro dedo em seu túnel estreito e virgem, forçando uma reivindicação mais espessa em seu corpo, clamando por Jed. Jed parecia cercá-lo em todos os lugares, e sua voz arenosa e sedutora consumia a mente de Booker. Lá vai você. Com o rosto enterrado em seu cabelo, a respiração quente abanando os fios, Jed o cobriu como um animal dominante e dono de seu rabo. Não pare. Dê-me tudo. Tocandoo por toda parte, Jed abriu a mão grande em sua barriga nua e foi direto para seu pênis rígido e dolorido. Goze para mim, Potro. Eu quero tudo. “Sim.” Mordendo o lábio, tentando protelar o lançamento por mais alguns instantes, Booker cobriu o pau com a toalha. “Eu preciso gozar para você.” Em seguida um choque atravessou Booker, batendo direto em seu núcleo. Em cada poro de seu ser, ele sentiu o pau de Jed em seu cu e a grande mão quente do homem puxando seu eixo. Oh, sim. Booker choramingou e acariciou a toalha ao longo de seu pau mais uma vez. As palavras de Jed; goza para mim, percorreu Booker, perfurando-o com a mais doce necessidade, aceitação e amor que ele já conhecera, e o atirou fora do precipício para o abismo. Ele gritou. Em sua mente, seu grito cru de lançamento se misturando com o carinho pedregoso de Jed. Ele socou os quadris na toalha como um pistão. A cada linha de ejaculação que despejava no material, ele rugia o nome de Jed, e sua passagem apertava repetidamente ao redor do eixo enterrado de Jed. Booker jorrou, e jorrou, e jorrou, encharcando o tecido com sua semente. No rescaldo, seus quadris continuaram a pulsar, e ele derramou pequenos cuspes de sêmen pelo que pareceu uma eternidade. Eventualmente, porém, seu orgasmo minguou, e o pênis de Jed deslizou de seu buraco. Booker abriu os olhos, situando-se em seus arredores, e humilhação imediata o inundou. Ele estava em seu trailer, com o rabo e pau de fora, na frente da cama bagunçada de Jed, com um cu tenro — por seus próprios dedos — e uma toalha cheia de esperma na mão.

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Feliz aniversário para mim. Uma dor aguda bateu em seu peito, e sua alma caiu para o tapete puído. Qual é o seu problema, idiota? De acordar esta manhã todo tagarela, com o maior sorriso no rosto, certo de que fazer vinte anos fosse o começo de grandes coisas novas para ele, para este momento patético agora? Ele deveria estar grato e satisfeito, ainda que este desejo que se edificava no fundo de seu núcleo por Jed não diminuísse. Booker tinha uma vida boa. Jed confiava nele com os animais. E ontem mesmo Cliff os assegurara que não venderia os cavalos individualmente, que ia esperar o tempo que levasse para alguém comprar o equipamento como um todo. Ele tinha segurança no emprego, e o tinha com um show que amava. E mais, ele tinha em Jed alguém disposto não só a lhe ensinar tudo que sabia, mas que se dobrava como um danado de bom companheiro de beliche na maioria das vezes. Caramba, ele nem sequer se importava de pegar as camisas, e meias, e toalhas de Jed frequentemente espalhadas pelo chão. Booker não só o considerava um chefe, ou um companheiro de quarto mais. Jed tinha se tornado um bom amigo. Mas é só isso. Jed é só um amigo. Apenas um amigo. Fazendo careta, Booker enfiou a toalha manchada de porra em uma pequena caixa que servia como seu cesto; Não suportando olhar para a evidência do quão profundamente tinha caído em mais uma de suas fantasias. Com a toalha escondida, ele puxou a calça e cueca para cima, vestindo a camisa de novo tão rápido quanto possível, e se atirou no pequeno sofá. Precisava lembrar-se mais atentamente que ele e Jed compartilhavam apenas amizade. Ele queria algo mais com Jed, tanto que seu corpo inteiro doía por isso, mas precisava se lembrar de que querer e realidade não era a mesma coisa. Também precisava se lembrar da lição de hoje, enfiá-la em sua cabeça, e plantá-la lá para sempre: Jed tinha se trocado rapidamente esta noite, e sem cuidado, não para poder ficar com Booker, mas para poder sair e viver isso… Com uma mulher. Jed não era gay, e precisava parar de agir como se compartilhar um trailer com o homem significava que estavam brincando de casinha de verdade. Eles eram apenas colegas de quarto. Jed nunca ia compartilhar sua cama.

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Mais que isso, Jed nunca ia se importar tão profundamente com ele do jeito que ele tão desastrosamente já fazia por Jed. Seu espírito se afundou no tapete barato, Booker escavou mais profundamente no sofá desconfortável e ligou a TV. Hoje não tinha sido tão especial, afinal. Quanto mais cedo o dia no calendário virasse para o outro, mais rápido ele poderia esquecer seus sonhos e encarar a realidade — onde ninguém achava que ele era nada especial. Quanto mais cedo ele esquecesse seus sonhos dele e Jed se apaixonarem, melhor.

***** Booker cochilava no sofá, lutando para ficar acordado. No momento em que os murmúrios na TV deslizaram para um ruído de fundo, um estrondo esmagado balançou através do reboque. Booker se empurrou de pé, o coração na garganta, mais uma vez completamente acordado. Um segundo depois, Jed, maior que a vida e empacotado o suficiente para parecer o Pé Grande, entrou no trailer. “Droga de porta.” Ele a bateu com tanta força que ela se abriu, sacudindo a estrutura antiga, mais uma vez. “Um dia desses Cliff vai ter que se desfazer de um pouco de seu muito dinheiro para tornar este lugar habitável novamente, ou eu simplesmente poderia chutar sua bunda em vez da porta.” De onde estava sentado, Booker limpou os olhos. Com o olhar, ele seguiu Jed para a parte traseira do trailer. Que parou em seu segundo armário de armazenamento. Confuso, Booker clicou no guia sobre a TV para checar de novo as horas. Sete e cinquenta e quatro iluminava o canto da tela, e ele se virou de volta para Jed. “O que está fazendo de volta tão cedo?” Ele se virou de joelhos, separando as persianas, e espiou a escuridão coberta de branco lá fora. “Eles fecharam algumas estradas?” Depois de cavar no fundo do armário, Jed se virou e veio até Booker. Sua boca, dura como o inferno, combinando com a varredura de mercúrio escurecendo seu olhar. “Você deveria

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ter dito alguma coisa e agido como se fosse seu aniversário hoje.” Lançando um pequeno pacote, brilhantemente embrulhado em Booker, ele murmurou, “Abra.” Booker agarrou o artigo voando em seu caminho no ar. Mesmo enquanto o fazia, seu coração martelava de forma irregular, sua garganta ficou seca, e uma ameaça assustadora de lágrimas empurrou a parte de trás de seus olhos. Ele lembrou. Exalando com cuidado, Booker tocou o pequeno pacote, testando para sentir seu realismo, mas olhando para Jed. “Não entendo.” Pouco mais de uma hora atrás, este homem tinha voado para fora do trailer no encalço de um encontro. “Você voltou.” Jed descascou seu pesado casaco e chapéu, jogando ambos na cama de baixo, franzindo o cenho para Booker o tempo todo. “Você pensou que todo mundo esqueceu seu aniversário.” “Não.” Booker sacudiu a cabeça, mas não conseguiu parar de tocar o papel enrugado embrulhando o pequeno presente em seu colo. Isso não podia realmente ser real — e para ele. Ele murmurou, “Minha irmã me ligou esta manhã.” Jed se sentou na beirada da cama de frente para Booker. Espalhando as pernas, ele juntou as mãos entre os joelhos e arqueou uma sobrancelha pontiaguda. “Então você apenas pensou que eu esqueci.” Booker empinou, e sua boca se abriu. “Eu não... Quero dizer, você não... Nós não...” Merda. Qualquer coisa que Booker dissesse ia revelar o quão importante este momento — Jed se lembrar de seu aniversário — era para ele. “Não sei. Eu acho.” “Eu me esqueci,” Jed admitiu, “hoje. Mas não antes. Não sou um idiota completo.” A cada segundo que Jed olhava para Booker, sua boca se diluía para uma linha mais pálida. A forma penetrante como ele o encarava indo direto através dele e invadindo sua alma. “Seu pequeno filho da puta.” Jed se levantou e compassou para frente do trailer. “Você ia deixar o dia todo passar sem um presente, ou um bolo, ou uma refeição especial, ou alguém cantando uma canção idiota para você.” Seu tom mergulhou mais áspero do que o habitual, mas quando ele se voltou, um sorriso perversamente selvagem levantava os cantos de sua boca. “Quase escorregou, mas com algumas horas de sobra, eu me lembrei.”

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Certo que seu coração estava terrivelmente exposto agora, Booker ainda segurava o presente como se fosse uma pilha de ouro. “Obrigada.” A arruinada refeição especial de Booker não importava mais. Ele lembrou e voltou. Cruzando os braços, Jed se recostou contra a pia. “Você nem sequer o abriu para ver se gosta dele ainda.” Não importa. Booker não tinha falado sobre o presente. Obrigado por lembrar — porra, ele mal conseguia respirar através do punho apertando seu peito — e por voltar. Com distância entre eles, Jed o cutucou com um pequeno empurrão do ombro. “Vá em frente.” Então, muito cuidadosamente, Booker deslizou o dedo sob as extremidades do papel e puxou a fita para trás, tendo certeza de não rasgar o design. Tão idiota quanto sabia que o gesto seria para sua saúde mental, ele ainda sabia que ia dobrar a embalagem e mantê-la segura em algum lugar como uma lembrança do primeiro presente que Jed já lhe dera. No ano passado, quando se passaram o Natal e aniversário de Booker, eles ainda não se conheciam muito bem, então, Booker não sentira falta de um presente ou cartão de Jed pessoalmente. Este ano, porém, ele os considerava amigos e pensara que seria diferente. E talvez fosse. Talvez no mais secreto de seu coração, ele tivesse razão. Eles eram amigos de verdade agora, não apenas colegas de quarto mais. Depois de cuidar da fita, Booker desdobrou o papel aberto. Assentado no centro do interior branco, por si só, estava um bracelete de couro marrom escuro. A pulseira de couro era cortada em uma linha limpa e pura, e tinha cordas adicionais de couro para fixação. Uma placa estreita e prateada estava fixada no centro do couro, onde tinha números e uma estrela gravada no metal. Entupido, Booker correu a ponta dos dedos através do couro e metal frio, e foi de alguma forma, como se ele estivesse tocando Jed. Limpando a garganta, ele piscou de volta mais lágrimas antes que pudessem cair, e olhou para o homem mais maravilhoso que Deus tinha certamente uma vez criado. “É lindo.” Em lugar de apertar a pulseira contra o coração, Booker segurou o couro com firmeza em suas garras. “Obrigada.”

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De onde estava Jed finalmente sorriu — só um pouco. “Tive isso feito quando estávamos no Kansas um tempo atrás, no festival da cidade. Não é nada sofisticado” — ele se apressou para se ajoelhar aos pés de Booker e arrancar sua mão aberta — “mas à data gravada no metal é do primeiro dia em que você começou a trabalhar no rodeio.” Passando a tira ao redor, Jed virou a pulseira com a pequena placa de frente para Booker. “Conseguir um trabalho no rodeio era importante para você, então pensei que poderia gostar de algo para comemorar a época.” Dando um aceno rápido, aos arrancos, Booker engoliu através de mais espessura em sua garganta. “É. Eu faço.” Ele olhou para cima, e com Jed tão perto, teve dificuldade de encontrar sua voz. “Obrigada.” Jed baixou a cabeça. “De nada.” Um momento de silêncio se esticou entre eles, onde Jed não piscou ou desviou o olhar mais do que Booker fez. Jed esfregou a mão no peito. Em resposta, como se Jed o tivesse tocado, os mamilos de Booker endureceram sob sua camisa de moletom pior do que quando ele tinha esfregado a toalha em sua pele tão pouco tempo atrás. De repente, sentindo como se Jed pudesse ver direto em seu crânio e ler todos os seus pensamentos, Booker desviou o olhar para a pulseira. Fazendo seu melhor para cobrir o calor correndo para seu rosto, ele deitou a pulseira aberta sobre a perna e colocou o pulso em cima da correia de couro. Usando a outra mão, ele dobrou o comprimento extra através do pulso e tentou laçar as tiras de fixação ao redor uma da outra para criar um nó. Uma das tiras de couro sempre escapava antes dele conseguir apertar o nó, entretanto, o que só o afobava mais e deixava sua mão ainda menos instável. Jed, de repente, colocou a mão em seu pulso, e Booker saltou. “Aqui.” Com voz baixa, Jed disse, “Deixe-me amarrá-la para você.” Antes de laçar as tiras de couro juntas, Jed pastou dois dedos calejados pelo interior do pulso de Booker e, oh, tão suavemente acariciou a pele sensível lá. Booker mordeu o lábio para abafar um ofego. Quando Jed usou os dedos para criar um espaço, ele explicou, “Vou deixar um pouco de espaço para o crescimento.” Ele então amarrou as tiras de couro e prendeu a pulseira em seu pulso. “Pronto.” Ele deu ao braço de Booker um bom e sólido aperto, e então se empurrou de volta para se sentar na beirada da cama. “Isso não vai há lugar nenhum.”

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Encontrando Jed nas sombras, Booker respondeu baixinho, “eu a amei.” Ele esfregou o couro contra a calça e desejou que fosse sua pele nua. “É verdadeiramente linda.” Jed cavou sob uma pilha de roupas aos pés da cama e retirou uma caixa festivamente embrulhada. “Tenho este também.” Antes de entregar a Booker o pacote, ele compartilhou, “Eu os vi na loja a última vez que estive na cidade. Não me lembro de ter visto nenhum deles em sua coleção aqui.” Borbulhando com uma estranha mistura de timidez e vertigem, Booker pegou o presente de Jed. “Você fez muito.” Dessa vez, muito excitado, ele rasgou o papel sem cuidado e desembrulhou um conjunto de colecionador incrível de filmes de faroestes clássico. Booker olhou para Jed, os olhos arregalados, mal conseguindo ficar parado. “Antigos preto e branco. Não vi nenhum desses.” Ele rasgou a embalagem, jogando-a de lado, e desdobrou o vale do álbum de DVDs. “Obrigada.” Um bom minuto se passou, em que Booker foleou cada “página” de filmes. Ele, então, começou de volta pela parte de trás para verificar cada título novamente, cada um, um novo tesouro para desfrutar e descobrir. Ele quase puxou um do suporte de plástico, mas depois parou abruptamente. Jed riu e disse, “Vá em frente e tire um. Posso ver que está coçando para fazê-lo.” Booker se atirou de pé, mas com a mesma rapidez parou no lugar. “Tem certeza?” Jed tinha provocado Booker mais de uma vez sobre seu amor por estes filmes e séries de TV — todos os quais o especialista Jed lhe assegurara não retratava a vida real de um cowboy. Com um ano e meio de trabalho nos rodeios em seu currículo agora, Booker não podia discutir com a avaliação de Jed, mas também não conseguia fazer-se quebrar seu vício de infância por estes filmes. Booker mordeu o lábio. “Eu posso esperar.” “Não. Vá em frente.” Jed até mesmo se levantou da cama e se jogou em uma das extremidades do sofá — o único lugar no trailer onde se podia ter uma vista desobstruída da televisão. “Eu provavelmente vou me arrepender daqui a um mês, quando já os tiver visto mais de uma dúzia de vezes, mas não tenho nada melhor para fazer esta noite, e é seu aniversário,

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então, vá em frente.” Acomodando-se, Jed esticou as pernas através da passagem para usar a cama como apoio para seus pés e coçou os dedos pelo cabelo, bagunçando a coisa castanho-clara. No meio do caminho para a TV, Booker, com o coração martelando contra seu esterno, perguntou, “E seu encontro?” “Eu cancelei.” O rosto de Jed não mudou para algo selvagem — como parecia quando entrou no trailer — assim Booker começou a respirar novamente. “Não estava tão entusiasmado com a longa viagem ou a boa chance de ser pego nesta neve de qualquer maneira. Isso pode esperar.” Depois de carregar o filme, Booker se virou e parou na geladeira. “Você quer uma de suas cervejas?” “Vou tomar uma.” Jed soltou a fivela do cinto, e então gemeu enquanto se movia e puxava o couro das fivelas da calça. Ele soltou o botão, deixou o cinto cair no chão, e acrescentou, “Sirva-se também.” Rapidamente, Booker rasgou o olhar de Jed afrouxando seu jeans. Pare de cobiçá-lo. Pegou duas cervejas da geladeira e atirou uma para Jed, enquanto simultaneamente se sentava na extremidade oposta do sofá — deixando o máximo de espaço entre ele e Jed quanto podia. Menos que um minuto depois, quando o filme começou, Booker ficou todo suave por dentro, e qualquer rigidez em seu corpo deslizou para longe. Quando o título do filme apareceu na tela, um homem bonito cavalgou para a câmara, sonhador e maravilhoso. O final perfeito da noite de Booker se estabeleceu em seu coração e mais uma vez o fez sentir que tudo era possível. Em uma mão ele agarrou a cerveja, na outra o conjunto de caixa de Westerns. Sem olhar para trás em Jed — não querendo perder nem um segundo do filme — Booker disse, “Obrigada mais uma vez. Tudo que você me deu é perfeito.” “De nada.” De uma pequena distância, seu tom resmungão, Jed ordenou, “Agora se cale e assista ao filme, ou vou tomá-los de volta.” Booker não disse nem mais uma palavra, mas quando olhou para a TV, ele sorria de orelha a orelha. Muito sutilmente, ele também colocou o cotovelo no braço do sofá, apoiou o queixo na mão, e deixou sua nova pulseira roçar suavemente contra o rosto. Se deixasse a

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fantasia escapar só um pouco mais, no lugar da pulseira, ele podia sentir o roçar de um beijo suave de Jed acariciando sua pele. Tão bom. Booker obedeceu e não disse nada em voz alta, mas em seu coração as palavras dispararam; Obrigado por se lembrar de meu aniversário e por voltar para casa.

***** Frio gelado penetrou nos ossos de Jed, e ele acordou com um sobressalto. Uma tela azul enchia a TV. Apenas a televisão e uma luz suave por cima da porta iluminava o trailer. Com o corpo cheio de cãibras, Jed gemeu, e seus músculos gritaram para ele se esticar e mover. As almofadas duras do sofá agrediam sua espinha e bunda — mas algo ainda mais sólido se agarrava ao lado direito de seu corpo: Booker. Adormecido. Preso firmemente a ele. Em uma corrida de imagens, a noite anterior inundou seu cérebro confuso. Aniversário do potro. Os filmes. Três deles, um-atrás-do-outro. Claramente os dois estavam se enganando quando disseram que conseguiriam ficar acordados para o terceiro. Jed olhou para Booker, a cabeça do homem aninhada contra sua barriga. Em vez de empurrar o cara longe, Jed lutou contra um formigamento nos braços, um que o empurrava para arrastá-lo ainda mais perto e segurá-lo pelo que restava da noite. Todo o dia de ontem, Booker esteve mais quieto do que o habitual. Seu entusiasmo pelo trabalho estivera apenas em cerca de seis, quando normalmente aumentava para pelo menos doze até a hora do almoço apenas. Jed tinha notado, mas não se preocupara em questionar por que. Não posso fodidamente acreditar que quase esqueci seu aniversário. Jed franziu o cenho na escuridão. Não posso malditamente acreditar que ele me deixou. Meia hora em seu carro para Basin ontem à noite, a data de ontem tinha relampejado como um obstáculo à sua frente — tão grande e perturbador que ele quase batera o caminhão. Um momento depois o fato de que era o aniversário de Booker atingiu seu intestino e disparou através de seu núcleo. Furioso com si mesmo pelo esquecimento, e puto com Booker por não

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soltar pelo menos uma boa dica durante o dia, Jed tinha ligado para seu encontro e se desculpado por cancelar antes de sequer perceber que tinha pegado o celular. Ele não podia deixar aquele cara doce passar todo o dia e noite sem que alguém reconhecesse seu dia especial. E inferno, Jed já tinha um par de presentes à espera, embrulhados e tudo, para Booker abrir. Ainda no sofá, trocando a perna só um pouquinho, ele estremeceu quando o canto pontudo da caixa de DVD atolou em seu joelho. Booker ainda se agarrava a ela, mesmo quando em algum momento tinha sucumbido à exaustão, tombado para o lado, e se aconchegado à perna e estômago de Jed. Cílios escuros polvilhavam sob seus olhos, cada pestana espetada longa o suficiente para criar sombras através de seu rosto. Atraído para tocar, sentir por si mesmo, Jed escovou as costas dos dedos contra a maçã do rosto de Booker, hipnotizado pelos ângulos cortados e, ao mesmo tempo, hipnotizado pela suavidade da pele orvalhada. Ele é tão único e fascinante, às vezes eu nem posso acreditar que ele é real. Ao longo dos últimos dezoito meses, Booker desenvolvera um inferno de um corpo duro; Através de uma ética de trabalho incansável, ele ganhara o respeito até mesmo dos bastardos mais duros na turnê do rodeio. Ao mesmo tempo, o cara ainda possuía tal gentileza e doçura em seu comportamento atencioso, que quase parecia… Suave, às vezes. Jed teve um momento difícil para descascá-lo e aceitar que ele tinha a espinha dorsal para este tipo do trabalho. Sem parar para pensar, Jed correu a mão pelo lado do corpo de Booker, catalogando cada músculo firme, de pouco abaixo de sua axila até o meio de sua coxa. Ele malditamente não parece nem um pouquinho suave agora. Jed moveu Booker mais completamente em cima dele, deslocandoo para cima até a cabeça descansar em seu ombro, e então pastou a palma pela linha forte e magra de suas costas. Jesus. Jed pressionou a ponta dos dedos na parte superior de suas costas, ombros e braços, e encontrou apenas a dureza de aço. Seus ombros são quase tão largos quanto os meus agora. Booker se aconchegou contra Jed, e enterrou o rosto no lado de seu pescoço. Oh, inferno. Sim. O homem emanava calor do corpo em loucas ondas fortes, e rapidamente empurrou o frio persistente do núcleo de Jed. O aroma sedutor de pipoca amanteigada se agarrava à pele quente do homem — que tinha comido um saco de microondas inteiro da coisa durante o segundo filme

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— mas abaixo disso, uma fragrância limpa de oceano, sabonete e xampu agradava o ar. Jed enrolou o braço no baixo de suas costas, ancorando o homem para ele, e enterrou o nariz em seu cabelo. Explosão após explosão de um perfume fresco que sempre parecia se agarrar à Booker explodiu nas narinas de Jed e serpenteou para sua corrente sanguínea. Ele respirou a essência natural do homem novamente, e essas serpentearam tentáculos se movendo mais profundamente dentro dele e acordando seu pênis com uma sacudida poderosa. Jesus, sim. Jed espalhou as pernas, fazendo um lugar para Booker, e começou a se afundar mais profundamente no sofá. Correu a mão pela fornalha de sua espinha e segurou o traseiro do homem. Porra, ele tinha um rabo apertado, e a curva cabia em sua mão perfeitamente. Seu pau pressionou com uma dureza deliciosa na parte baixa da barriga de Booker. Se pudesse rolá-lo mais um pouco, ele poderia deslizar o pênis entre as nádegas firmes e perfeitas do homem. Jed gemeu, balançando-se sob o peso maravilhoso, e alisou a mão na parte de trás de seu jeans. Puta merda, sim. Ele tinha a pele suave e quente em todos os lugares. Jed começou a alisar os dedos no vinco de Booker, e seu pau engrossou ainda mais. Epa. Tão rápido quanto tinha ido relaxado, ele endureceu mais tenso que um tambor. Que porra é essa? O que diabos eu estou fazendo? Ele ostentava um quase tesão, tinha a mão no meio da parte de trás da calça de Booker, e estava fantasiando sobre como trabalhar seu pau na fenda do homem. Que porra há de errado comigo? Jed puxou a mão fora da calça de Booker e fechou os olhos. Por favor, não acorde. Por favor, não acorde. Jed ficou perfeitamente imóvel, o coração acelerado, e contou até cem antes de ter coragem de abrir os olhos. Booker permanecia pacífico em cima dele, agarrado a ele, profundamente adormecido. Obrigada, Deus. Medo de detectar o zumbido quente em suas veias, Jed se moveu com cuidado. Com movimentos enérgicos, ele escorregou fora de debaixo de Booker e colocou uma almofada nos braços do homem para que ele continuasse a segurar. No momento em que Jed se desembaraçou, Booker estremeceu, fugindo mais alto no sofá — para onde Jed tinha acabado de sentar — e se enrolou em uma bola apertada. Amaldiçoando baixinho, Jed estendeu a mão e puxou um travesseiro e dois cobertores de cima do beliche. Depois de abrir cada cobertor, ele os espalhou em cima de Booker, enfiando um

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lado nas almofadas do sofá para que suas costas não ficassem muito frias enquanto ele dormia. Então, prendendo o fôlego, ele delicadamente ergueu o corpo superior de Booker, deslizou o travesseiro sob sua cabeça, e tentou acomodá-la para que ele não acordasse com um torcicolo. Jed acidentalmente roçou o dorso da mão no rosto e cabeça de Booker. Cristo, este é o cabelo mais malditamente sedoso que eu já senti. Ele puxou tão rápido quanto tinha tocado. Quando ele silenciosamente se repreendeu por ter tais pensamentos sobre um amigo, Booker franziu o rosto e piscou os olhos abertos. Verde suave e musgoso colidiu com Jed. A cada piscadela pesada, Booker disse com voz lenta e arrastada, “Obrigada, Jed. Eu amo tudo que você me deu.” Incapaz de resistir — Cristo, o que ele está fazendo comigo esta noite? — Jed passou os dedos através dos brilhantes cabelos escuros de Booker, mais uma vez. “De nada, Potro.” Ele sorriu para o jovem inocente, que o fazia sentir como se não pudesse fazer nada de errado. “Ainda é noite, entretanto. Volte a dormir.” Fechando os olhos, Booker cumpriu imediatamente. Quanto a Jed, fez uma meia-volta e começou a compassar o comprimento do trailer apertado, desesperado para trabalhar um novo zumbido fora de seu corpo. O que diabos há de errado comigo? Jed andou, e andou, e andou; Sua mente e corpo um amontoado de confusão. Racionalmente, ele disse a si mesmo que tinha acordado em uma noite fria com um corpo quente, e enquanto ainda grogue, o sexo do corpo — que era Booker — não tinha se registrado plenamente em seu cérebro embaçado pelo sono. Jed respondera ao calor do corpo, calor e conforto, não especificamente a Booker. Mas, inferno, porém, mesmo enquanto dizia isso a si mesmo, cada vez que olhava para Booker, ele queria se ajoelhar ao lado do cara e tocá-lo novamente. Respostas satisfatórias iludiram Jed, e eventualmente, exausto fisicamente, ele desistiu e subiu na cama. Puxou as cobertas para o alto, mas o sono não veio. O peso fantasma de Booker se agarrava a ele — aquele peso maravilhoso em cima dele — não deixava seu corpo. Jed virou de lado, mas ainda assim não conseguiu apagar a impressão de Booker aconchegado tão intimamente contra ele. Não estou entendendo.

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Mais do que a sensação física remanescente, Jed não conseguia afastar o quanto ele tinha gostado do calor e segurança de Booker pressionado contra ele. Droga. Ele esfregou as mãos no cabelo. Estou tendo um curto-circuito. Isso é tudo. Ele não tinha um encontro há muito tempo. E isso o estava enlouquecendo, ele precisava transar. O sexo corrigiria tudo. Eu deveria ter seguido em frente com aquele encontro ontem à noite, e nada disso teria acontecido. Imediatamente Jed ergueu o olhar para o homem dormindo à sua frente, e seu corpo e mente rejeitou tal pensamento. Mesmo no sono, Booker estampava o mais suave, e mais feliz pequeno sorriso. Ele tinha sua pulseira no pulso, e ainda tinha sua caixa de filmes situada perto. Incapaz de desviar o olhar, Jed bebeu na visão de Booker tão pacífico, e sorriu também, atraído por sua alegria. Não importava que estranheza fosse essa que acabara de acontecer, Jed tinha tomado a decisão certa de voltar para casa esta noite. Nada importava mais do que fazer Booker feliz em seu aniversário. Com a pulseira e filmes, Jed tinha certeza que alcançara esse objetivo. Ainda hoje, ele e Booker voltariam ao trabalho, apenas mais um dia normal, e em poucos dias Jed programaria outro encontro e cuidaria do desejo sexual persistente agindo tão ferozmente dentro dele. Uma vez que o fizesse, tudo voltaria ao normal. Iria. Jed estava certo disso.

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Capítulo Cinco Jed riu e gritou isso para o céu cheio de sol brilhante. Com o celular em seu ouvido, ele disse; “Isso é ótimo, Lyle. Parabéns. Você só me diz a data, e eu estarei lá.” Meg finalmente tinha dito sim a uma das mil propostas de Lyle, e o homem queria ter sua noiva no altar o mais rápido possível. “Estou muito feliz por vocês dois.” “Passe-me um e-mail com sua agenda de viagens,” Lyle replicou. “Meg e eu sabemos como é difícil para se afastar, e por isso vamos nos certificar de escolher um fim de semana que você esteja estacionado lá em Wyoming, em vez de na estrada.” Vertiginoso pra caralho em nome de seu irmão, Jed apressou o passo e mudou para uma corrida. “Vou fazer isso assim que chegar ao trailer. Estou indo para lá agora.” “Obrigado.” Lyle fez uma pausa por um segundo mais básico, e então, pelo telefone, ele piou como um cowboy no pódio do vencedor. “Porra, Jed! Eu vou me casar!” Jed exclamou também. “Inferno sim, você vai!” Sorrindo tão largo que suas bochechas doíam, Jed se sentia emocionado enquanto colocava tudo para fora. “Não poderia ter acontecido com uma garota e um cara mais legais, irmão. Eu sei que você e Meg serão muito felizes juntos.” “Obrigado, Jed. Significa muito que você vai estar aqui para ser meu padrinho. Eu não gostaria de fazer isso sem você.” “Eu vou sempre te apoiar,” Jed prometeu. “Você sabe disso. Somos uma família.” “Eu sei.” Uma maldição baixa veio através do telefone então, e acima do som de uma grande peça de maquinaria disparando, Lyle disse, “Merda, tenho que ir.” O cara estava, provavelmente, no trabalho, perto de uma plataforma de petróleo. “Eu te amo.” Jed riu e revirou os olhos. “Eu também te amo, cara. Tchau.” Com o espírito elevado, Jed parou perto da parte traseira do reboque e sorriu ainda mais. Música country derivou até ele. Além disso, o som metálico estridente e alegre de Booker seguindo a melodia bem acima do rádio agredia o bonito ar da tarde. Sinos dos infernos, o cara

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não podia acompanhar uma nota, nem se ele a colocasse em um alforje e o jogasse sobre o ombro para dar uma volta. Hora de divertir um pouco. Depois de colocar o celular de volta na capa, Jed se esgueirou até a parte traseira do trailer, abraçou sua armação, e na ponta dos pés circulo a frente. Ouvindo a gritaria esganiçada de Booker, Jed calculou a colocação do cara em direção à traseira do veículo. Terra úmida de sabão se esmagou sob as botas de Jed, e o conhecimento de que Booker tinha tomado para si a lavagem do trailer colocou uma estrela de ouro extra em seu dia. Booker poderia não ser capaz de cantar uma merda, mas dane-se se Jed não tinha escolhido um inferno de um ótimo funcionário. Há pouco mais de dois anos trabalhando juntos, e Jed podia contar nos dedos de uma mão o número de vezes que Booker tinha feito um erro de julgamento que fosse ruim em vez de bom. E mesmo quando fez errado, o cara estava tomando a iniciativa, num esforço de ajudar e aprender; E Jed nunca poderia ficar bravo com ele por estar ansioso para dar uma mão. Jed espiou em torno da frente do reboque e viu Booker esfregando o lado com um esfregão de cabo longo. Oh Jesus. Jed riu baixinho. Booker usava um par de jeans que ele havia cortado na altura dos joelhos e ainda calçava as botas de cowboy, mas tinha optado por tirar a camisa. Que visão tola. Baldes da água ensaboada e a mangueira de spray se espalhavam pelo chão, e o plano simples de Jed de gritar boo se evoluiu para acompanhar seu estado de espírito alegre. No segundo em que Booker se deslocou só um pouquinho, virando de costas para ele, Jed correu e pegou a mangueira. Gritando, “Você vai se afogar, Potro!” Jed puxou o gatilho do bico e borrifou água nas costas de Booker. Em um tiro Booker gritou e girou, esgrimindo o esfregão como uma espada. Não desperdiçando nem um segundo, Jed deu outro grito de guerra e o acertou com água mais fria, dessa vez em seu peito e estômago. Booker o amaldiçoou até o inferno, mas sorriu como um homem selvagem e atacou também, usando o esfregão numa tentativa de derrubar a mangueira de sua mão.

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Jed atingiu Booker de lado uma fração de segundo antes do esfregão de metal quase bater em seu pulso. Enquanto Jed circulava Booker, borrifando seu braço e ombros, ele riu e zombou do outro homem sobre sua péssima pontaria. Com um grito de guerra de sua autoria, Booker jogou o esfregão de lado, pegou um balde cheio de água e sabão, e atirou o conteúdo em toda a frente de Jed. Água gelada e borbulhante encharcou Jed, toda a frente de sua camisa e jeans, e ele gritou e berrou por sangue. Muito rápido, porém, Booker agarrou outro balde da água suja e o jogou todo em Jed, encharcando seu lado e costas tanto quanto a frente. Oh, inferno, não. Renunciando à mangueira, Jed simulou latir, “Você vai pagar por isso, seu puto!” E investiu com força total em Booker. Atingindo baixo, ele colocou o ombro em seu intestino, agarrou em torno de suas pernas, e bateu com ele no chão encharcado. Booker fez um oophs quando seu traseiro atingiu a terra, mas ele se recuperou como uma mola em espiral e capotou Jed em seu quadril e lado. Booker envolveu Jed e empurrou contra ele, tentando levá-lo de costas — oh, porra — mas Jed grunhiu e se esforçou para obter um aperto melhor em Booker. Que empurrava contra ele, com a cabeça enfiada quase debaixo de sua axila, mas Jed tencionou seus músculos e resistiu ao impulso final que ia colocá-lo de costas. Tentando ganhar vantagem, se agarrou a Booker, mas a carne do homem, escorregadia de água e sabão, e quente o suficiente para derreter a manteiga, não o deixava obter um aperto sólido. Rindo, Booker murmurou, “Você vai perder, Hastings.” Ele cavou fundo na barriga de Jed com o ombro e pura força, finalmente o batendo de costas. Antes que a cabeça de Jed pudesse bater na grama enlameada, ele gritou, “Nunca!” E trancou as mãos sob a bunda de Booker, encontrando um aperto em seu jeans molhado, e subindo com um grito de vitória. Jogou Booker sobre seu traseiro e o alfinetou no chão com todo seu peso de uma vez por todas. Em cima de Booker, os pulmões queimando com cada fôlego que sugava, Jed olhou o brilho iluminando os olhos de Booker, e não pôde deixar de sorrir também. “Pronto.” Um pedaço

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de grama se agarrava à bochecha de Booker, e Jed a soprou suavemente, flutuando-a longe. “Eu ganhei.” De rosto corado, Booker respirava pesadamente, e cada inalação e expiração movia o corpo de Jed com o dele. “Sou aquele por baixo, então acho que você ganhou.” Ele disse com voz estrangulada e o estômago pulsando contra Jed. “Eu me rendo a você.” Mergulhando a cabeça, Jed enrolou as mãos em punhos, e — oh Cristo, caralho, fodido inferno, não, — ele apertava a bunda de Booker. Ele nem sequer tinha percebido que ainda segurava as nádegas do homem. Ele congelou, escavando no traseiro de Booker. Que ofegou e sacudiu debaixo dele, e o movimento empurrou Jed de volta para onde estava — e quem ele estava segurando tão intimamente. Jesus. Jed saltou fora de Booker e pousou no chão mole. Assim é melhor. Ele podia respirar agora. Seguramente no chão, com pelo menos uns sólidos três pés de distância entre ele e Booker, Jed forçou uma risada. Cristo, ele tinha que fazer, ou poderia ficar duro. Olhando para Booker, analisando o cara, Jed estalou; “Você parece ridículo.” Ele se concentrou na roupa boba que Booker usava, e manteve o olhar longe do que era de repente pele demais nua. “Os cowboys não usam jeans cortado com botas.” Booker rolou a cabeça para o lado e arqueou uma sobrancelha. “Quando eu acordar e já estiver mais quente do que a superfície do sol aqui fora, eu faço, sendo o jeito cowboy ou não.” Booker alcançou em cima dele, levantou a mangueira por um momento, e murmurou, “Salva as minhas roupas de trabalho quando eu sofrer ataques furtivos também.” Ele sorriu embora, em sua maneira fácil de Booker, e Jed não pôde controlar seu sorriso em troca. “Eu não pretendia emboscá-lo,” Jed explicou; ainda deitado na grama molhada, “mas quando te vi; você era um alvo muito fácil para resistir.” Booker olhou abertamente para Jed. “E, para alguém que está coberto de água suja, você agora está sorrindo muito maior do que já te vi fazer.” Ligando as mãos contra o estômago nu, Booker manteve a cabeça virada e seu foco brilhante para Jed. “O que aconteceu que te deixou com tanto bom humor?”

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Sentindo-se como se estivesse flutuando nas nuvens, sem pensar duas vezes, Jed compartilhou os detalhes de seu telefonema com Lyle. Ele não só disse a Booker das notícias de Meg aceitar a proposta de Lyle, mas do acordo de ser o padrinho, como também de Lyle explicar que sua mãe tinha vindo para o lado de Meg, e aceitava o casamento também. No momento em que Jed terminou, Booker exclamou; “Jed, cara. Isso é tão maravilhoso. Parabéns.” Ele rolou meio de lado e estendeu a mão pelo espaço entre eles. “Estou tão feliz por sua família.” Jed apertou a mão de Booker, inexplicavelmente aquecido pela benevolência e interesse do cara por sua família. “Eu também. Vai ser uma viagem rápida até o Texas para o casamento. Eu não quero ficar fora todo o fim de semana.” Dezenas de suas responsabilidades diárias correram por seus pensamentos numa velocidade vertiginosa, mas ele estudou o jovem diante dele, e a adrenalina habitual cravando dentro dele permaneceu dormente hoje, só por saber que tinha Booker nas premissas. “Enquanto eu estiver fora,” Jed disse, com o tom mais sombrio agora, “eu quero você no comando dos animais. Vou dizer isso a Cliff eu mesmo e ter certeza de que ele entende e concorda.” Booker se atirou de joelhos como uma caixa-surpresa, e seus olhos quase assumiram todo o seu rosto. “Sério? Você acha que estou pronto? Você confia em mim para assumir enquanto estiver fora?” Registrando a seriedade de Booker, avaliando o homem que ele havia se tornado, Jed sentiu a verdade de sua resposta subir através de seu núcleo, sólida e segura. “Eu confio em você para cuidar destes animais mais do que em qualquer homem nesta propriedade. Até mais do que Cliff.” Jed segurou o olhar de Booker e suavemente confessou, “Eu não me sentiria confortável em ir a este casamento se não o tivesse aqui para cuidar e tomar conta enquanto estou fora.” Booker se lançou de pé, compassou uma meia distância, e olhou para o céu. “Oh Deus. Uau.” Sua voz arranhada, e ele esfregou o rosto. Depois de um minuto, ele se virou e veio de volta para Jed. “Obrigado, Jed. Não vou desapontá-lo.” Foda-se. Apanhado na emoção visível de Booker, Jed, sua voz raspada com aspereza também, disse, “Eu sei que você não vai. Agora me ajude aqui, porra.” Ele ergueu o braço no ar.

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“Quero deixar este trailer lavado rápido, antes que eu me esqueça de passar o e-mail para Lyle com a programação.” Booker apertou a mão em volta do antebraço de Jed e o puxou de pé. “Você não precisa me ajudar. Este é um dia de celebração.” Booker pegou o esfregão e apontou para a porta fechada do trailer. “Vá em frente e envie o que precisa enviar, e se dê uma pausa de cinco minutos. Eu mesmo termino com isso aqui.” Jed lutou com o esfregão fora da mão de Booker. “Não. Este é um trabalho de dois homens. Eu vou ajudar. Além disso” — ele olhou para si mesmo, e fez uma careta — “já estou bom e encharcado para o trabalho.” Antes que Jed empurrasse o esfregão ensaboado pelo lado do trailer, porém, a razão para seu bom humor saturou seu ser mais uma vez, e ele olhou para seu companheiro e parceiro de crime por ajuda. “Mas quando terminarmos o trabalho por hoje, ainda que você pense que pode me irritar, me lembre de passar o e-mail a meu irmão. Não me deixe esquecer. Ok?” Recarregando um segundo balde, Booker olhou para cima e sorriu. “Sem problema. Farei.” Com um novo pano embebido em água e sabão, ele começou a limpar o lado do veículo com longos arcos varridos. “Vamos acabar com isso tão rápido que você terá tempo para matar, antes dos cavalos ficarem com fome para o jantar. Aí então, você pode fazer isso.” Jed riu enquanto começava a limpar o trailer. Ele não conseguia evitar; Booker frequentemente trazia bom humor e alto astral onde quer que fosse. Jed abriu a boca para insultálo sobre sua tolice na escolha do guarda-roupa novamente, mas quando deslizou o olhar de suas costas nuas tonificadas até suas nádegas, as mãos de Jed de repente formigaram com vida, zumbindo com a lembrança de segurar aquela bunda firme e arredondada. Pela segunda vez, pelo amor de Deus. De onde estava Jed apertou o cabo do esfregão, enrolando as mãos do mesmo jeito que tinha feito quando agarrou Booker. Oh merda. Seu pau contraiu e ergueu só um pouquinho. Estalando os lábios fechados e silenciosamente banindo qualquer provocação adicional com seu companheiro de quarto, Jed rasgou o olhar de Booker e voltou ao trabalho.

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***** Booker, deitado no sofá, tentava ler um romance que tinha comprado meses atrás, mas cada vez que colocava seu foco na página, resmungos de dentro do banheiro puxava sua atenção para a porta entreaberta. Dessa vez, Jed rosnou, “Jesus Cristo do caralho,” e chutou a porta o resto do caminho aberta. Saindo, usando um terno cinza pela metade, ele esticou um pedaço de pano atado de cor prateada em direção de Booker. “Por que ela tinha que escolher um terno tão extravagante e gravata complicada?” Booker mordeu o lábio para abafar a gargalhada. O terno alugado de Jed para o casamento havia chegado pelo correio um mês atrás — com instruções para experimentá-lo e levá-lo a um alfaiate local para quaisquer ajustes imediatamente. Ao invés, Jed o havia enfiado na caixa em um armário, ficando loucamente ocupado com o trabalho, e tendo apenas esta noite para arrastar o rabo no banheiro, tomar banho e experimentá-lo. Com o casamento organizado em um recorde de dez semanas, Jed tinha que pegar um avião nas primeiras horas da manhã para uma cerimônia que aconteceria em menos de quarenta e oito horas. Puxando as duas extremidades do tecido prateado, Jed foi de volta para o banheiro, exclamando, “Eu estava tentando seguir as instruções, mas continuo me ferrando, e agora está todo amarrado, e não consigo fazer essa coisa maldita parecer com a imagem por nada!” Nos calcanhares de Jed, Booker saltou do sofá e correu para o banheiro. “Opa, ei.” Booker tomou a gravata de suas mãos. “Não faça isso. Se destruí-la, você vai possui-la para sempre.” “Que diabo é isso?” Jed encarou o objeto tipo-cachecol como se fosse o Monstro do Lago Ness ou Pé Grande. “Lyle disse que seria um casamento simples. Por que estou com este paletó longo” — ele bateu no paletó e jaleco mais curto — “e com essa coisa estúpida no lugar de uma gravata?”

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“Simples, não significa que Meg não se preocupa com como todo mundo parece.” Booker se recostou no batente da porta, pegando o olhar de Jed pelo espelho sobre a pequena pia. “E como você sabe que não foi Lyle quem escolheu estes ternos?” Conectados pelo espelho, Jed atirou em Booker o revirar de olhos mais exagerado que ele já vira. “Porque eu conheço meu irmão, e ele nunca me torturaria assim. Veja isso.” Jed agarrou um pedaço de papel da beirada da pia e o sacudiu. “Que diabos de instruções são estas, afinal? Elas são piores do que aquelas de mobília.” Mais uma vez, Booker engoliu uma risada. “Posso?” Ele estendeu sua mão. Com um resmungado, “Fique à vontade,” Jed lhe entregou a folha de papel. Booker esquadrinhou as instruções simples escritas-e-desenhadas. Todas as imagens caíram nos conformes em sua mente, criando uma imagem final que fazia sentido, mais ou menos como os animais de origami que ele adorava fazer quando criança. Booker catalogou cada desenho novamente. “Ok, isso não parece muito terrível. É um traje de vestir de dia, e a gravata é um lenço, mas basicamente funciona do mesmo jeito que uma gravata.” “Fácil para você dizer,” Jed bufou. “Não é você que tem que usá-la.” “Vamos lá, agora.” Booker entrou no banheiro e bateu o ombro de Jed com o dele. “É para o casamento de seu irmão, algo que você quer que aconteça para ele, porque ele ama Meg, e isso vai fazê-los felizes. Certo?” O rosto de Jed corou, e ele torceu a boca em uma carranca dura. “Tudo bem, certo. Sim, eu quero que eles sejam felizes, e isso é por eles, não por mim. Você fez seu ponto. Vou tentar entender essa coisa esta noite. Lyle não precisa de mim pedindo ajuda neste fim de semana. Ele deve ser o único a se apoiar em mim.” Oh, inferno. O corpo inteiro de Booker chorou por abraçar Jed e lhe prometer que tudo ficaria bem. Ao invés, ele sugeriu, “Abotoe toda a camisa, e levante o colarinho. Vou ver se posso ajudá-lo a conseguir isso no jeito esta noite.” Jed fez outra careta, mas murmurou um acordo também. E começou a ajeitar a camisa corretamente, enquanto Booker tirava os nós da gravata. Uma vez Jed pronto, e a gravata lisa de

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novo, Booker se apertou na frente da pia, na frente de Jed. De repente, tão perto — oh Deus, suas barrigas e virilhas se tocavam — que uma labareda de calor despertou seu eixo e saco. Fios de cabelo secando se enrolava no pescoço de Jed, o homem cheirava a hortelã e loção pós-barba, e, oh, muito naturalmente Booker começou a se inclinar, visando lamber uma gota de água agarrada à têmpora do homem. Merda. No último instante, esperançosamente antes de se entregar, Booker puxou longe e ficou de pé atrás de Jed. Ainda em um ajuste apertado, mas pelo menos podia esconder qualquer excitação de vista. Forçando-se a colocar sua total atenção na garganta de Jed e sua camisa abotoada, e ignorar a vulnerabilidade doce de Jed, seu corpo sexy, e rosto bonito — tudo isso junto o agitando em lugares muito mais profundos do que seu pau. Apenas o ajude. Deixe de lado sua atração por cinco minutos e seja um amigo. De cima do ombro de Jed, Booker encontrou seu olhar no espelho e lhe ofereceu um sorriso encorajador. “Acho que é melhor se eu ficar aqui e trabalhar atrás de você.” Ele passou o a gravata em volta do pescoço de Jed. “Desse jeito você pode assistir no espelho e ver o que tem que fazer quando chegar a hora.” Com um aceno afiado, Jed pigarreou. “Tudo bem.” Ele mudou para uma postura militar à vontade. “Vá em frente.” Firmando-se, acenando também, Booker alcançou por cima dos ombros de Jed, segurando cada extremidade da gravata, e começou. Olhando entre as instruções, enquanto movia as mãos e o material, pela imagem que refletia com Jed no espelho, ele trabalhou o tecido no padrão formal dado à gravata, um de acordo com a instrução que Lyle e Meg queriam. A cada toque do tecido, ele roçava um dedo ou dois contra a garganta, pescoço ou tórax de Jed. Arrepios de calor infundiam em sua carne, mas ele se lembrou de seu lugar como amigo e forçosamente ignorou o calor inegável lambendo a ponta de seus dedos. Também manteve o olhar focado em suas mãos trabalhando a gravata, e longe de vagar para encontrar o olhar de Jed no espelho. Não se atrevendo a se perder nos olhos deste homem agora. Não enquanto estava tão perto de seu traseiro.

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Com a última torção do material — que neste momento parecia uma bagunça — Booker cavou na caixa de roupas no banheiro. “Espere um segundo…” Ele procurou através do tecido e na parte inferior encontrou uma pequena caixa preta. “Sim, aqui está.” Depois de voltar para Jed, ele alcançou sobre seus ombros mais uma vez, assegurou os comprimentos da gravata com o alfinete correspondente incluído, e terminou seu trabalho. “Pronto.” Ele alisou o tecido, e a bela imagem diante dele despertou novas vibrações em sua barriga. “É só ajustar o colete para esconder as pontas” — Booker saltou de volta para ficar na porta — “e vai estar perfeito.” Em silêncio, Jed se estudou no espelho, aparentemente com uma sensação de choque satisfeito. Ele lentamente abotoou o colete, ajustou a gravata, e cuidou de consertar o colarinho. Uma vez terminado, ainda de frente, ele disse, “Obrigado,” em um tom abafado, texturizado. Booker mal conseguiu dizer, “Você parece bem legal, Jed,” através da secura na boca. Bom Deus. Incapaz de controlar seu interesse, ele comeu Jed com o olhar. Com uma leve transformação, apenas uma mudança de roupas, um bom barbear, e o cabelo penteado, Jed tinha se transformado do cowboy de seus sonhos para um membro bonito e polido da aristocracia britânica histórica. Embora Jed nunca tivesse colocado os pés numa loja de aluguel, o terno lhe ajustava como uma luva, e ele exalava uma sensualidade sofisticada que serpenteava em torno dos desejos de Booker quase tão profundamente quanto sua natureza de cowboy áspera falava com sua alma. Atraído por este homem complexo, Booker se moveu para ficar atrás dele novamente. Alcançando por cima de seus ombros uma última vez, ajustou a gravata sob o colarinho do paletó. Tanto quanto disse a si mesmo para não fazê-lo, ele ergueu a cabeça e encontrou o olhar quente de Jed no espelho. “Eu sei que vai ser um belo casamento.” Seu coração bombeou uma batida extra, e ele rapidamente enrolou as mãos em seus lados, do contrário poderia envolver os braços na cintura de Jed e puxá-lo de volta em um abraço muito-familiar. Booker se retirou para a segurança da porta e forçou a um otimista, “Estou tão feliz que você vai poder ir para estar com seu irmão e visitar sua mãe.” Jed empalideceu, e seus lábios torceram em uma linha apertada. “Não sei. Eu posso ter concordado com essa coisa de padrinho antes de pensar em todas as suas funções para este dia.”

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Ele passou por Booker para a área da cozinha e pegou um copo de água. Depois de tomar um gole, ele o apontou em sua direção. “Agora, se você pudesse reescrever meu discurso para mim, e então se levantar na frente de todas aquelas pessoas e recitá-lo, eu estaria bem.” Mais uma vez, a visão de Jed tão aparentemente perdido perfurou uma faca em seu peito. “Não posso escrevê-lo para você. Eu não seria capaz de replicar o que está em seu coração. Mas posso ouvir o que tem preparado” — ele deslizou dentro da cabine para um lado da mesa — “e ficaria feliz em oferecer meus pensamentos e dar uma mão para aprimorá-lo, se quiser.” Jed se virou e empurrou-se no assento do outro lado da mesa. “Sério? Você fala melhor do que ninguém que eu sei, e todo mundo adora quando você conta histórias.” Sincera energia frenética encheu a voz de Jed. “Você seria honesto sobre o que quer que eu diga, ainda que seja merda, e me ajuda a apresentar algo melhor?” Oh inferno, cara. Uma onda de calor percorreu Booker da cabeça aos pés, aquecendo-o até seu núcleo. “Farei o que quiser,” ele compartilhado baixinho. “Eu ficaria honrado em ouvi-lo.” Jed sorriu rápido e largo. “Ok. Eu não tenho nada escrito.” Suas bochechas de repente cortaram vermelhas. “Eu apenas o estive pensando em minha cabeça inúmeras vezes e resolvendo como fazê-lo.” Deus tenha misericórdia, como Booker queria tomar a mão do homem e dar um apertar. “Tudo bem,” ele disse ao invés, sentando-se em suas mãos. “Comece quando estiver pronto.” “Ok.” Jed exalou, e depois respirou fundo. “Então aqui vai.” Quando começou, Jed gaguejou e tropeçou em suas palavras terrivelmente. Ao mesmo tempo, falou com tal graça humilde; E tão visivelmente sincero em suas palavras de amor sobre Lyle e sua mãe, e sobre Meg ser uma adição bem-vinda a sua pequena família unida. E a cada doce palavra murmurada que Jed falava, Booker ouvia atentamente e caía de alguma forma, um pouco mais duro e mais profundo por seu companheiro e chefe, que também se tornara seu melhor amigo.

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Depois de sair do chuveiro, Jed enrolou uma toalha na cintura e entrou no quarto de hotel. A hora, só um pouco depois das nove, ele gemeu, esticou os braços em direção ao teto, e bocejou mais do que tinha em anos. Bom Cristo, ele trabalhava regularmente muito mais tempo, dias mais árduos do que hoje, mas seus braços e pernas se sentiam tão danadamente pesados agora que ele poderia cair na cama e dormir até que tivesse que levantar para pegar seu voo amanhã à tarde. Gente demais ao redor hoje. Aproximando-se da cama, ele puxou as camadas de forragem, atirou-se sobre o colchão, e esfregou as mãos pelo cabelo recém-lavado. Gente demais que eu não conhecia bem o suficiente para conversar ou sair. Jed não exatamente podia se pendurar com Lyle a noite toda; Seu irmão, na forma de sua nova noiva, compreensivelmente tinha uma melhor companhia para manter após o casamento. Meg estivera tão bonita e gentil quanto Jed se lembrava das duas vezes anteriores que se encontraram, e sua mãe tinha lhe compartilhado uma bela história sobre sua nova nora durante a recepção. Infelizmente, Odete também tinha lhe confiado suas preocupações sobre a falta de Cristo e igreja na vida de Meg. Quando Jed a lembrou de que ele e Lyle não exatamente iam à igreja muito mais também, Odete expressara uma decepção e desgosto igual em seus filhos sobre o rumo desses acontecimentos, mas não pressionara. Jed mais tarde vira sua mãe e Meg, as cabeças juntas, e tinham estado ambas sorrindo, assim ele tomara isso como um sinal de que Odete havia escolhido abraçar o dia e se divertir com o mais novo membro de sua família. Falando nisso… Jed se esticou para alcançar o telefone no criado-mudo e rediscar o último número que havia chamado. Quando Booker atendeu, ele disse; “Como foi o casamento?” Quase ao mesmo tempo em que Jed perguntou, “Como estão indo os cavalos?” A risada melódica de Booker vibrou pelo telefone, e Jed reprimiu um sorriso automático. “Seus bebês estão muito bem,” Booker lhe disse. “Eles sentem sua falta terrivelmente, tenho certeza disso, mas estão sobrevivendo comigo e Chuck, e Rocky cuidando deles.”

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Jed se deslocou para ficar mais confortável. “Sim, tudo bem. Eu estava certo de que estariam bem, mas nunca me acostumo a ficar longe deles. Mesmo que só por alguns dias, então me dê um desconto.” “Eu sei. Eu só estava brincando. Ei” — a voz de Booker se animou — “como estão as coisas por aí? Como foi o casamento?” Repetindo as partes mais importantes do dia, Jed sorriu quando toda a tensão e letargia drenaram de seu corpo. “Tudo se passou sem problemas. Todos foram ótimos e estavam felizes por estar lá. E, graças a você” — sem pensar, ele esfregou o pescoço e peito — “minha gravata ficou boa. As pessoas pareceram gostar da minha fala também. Obrigado por toda a ajuda.” Memórias da noite passada lavaram através dele, e um calor acolhedor se estabeleceu em suas entranhas e ossos. “Se eu não te disse antes” — sua voz caiu para um murmúrio — “eu apreciei tudo que você fez.” “Eu foi apenas uma orelha.” Booker falou muito mais suavemente também. “Sua fala estava ótima para começar, mas se eu fui de alguma ajuda, foi um prazer.” Com o telefone agarrado na orelha, Jed rolou de lado, deixando a toalha úmida cair longe do corpo. “Eu gostaria que você tivesse estado aqui.” Puxou o lençol branco limpo e fresco, a sensação divina em sua carne quente, e o acomodou sobre a pele nua. “Fiquei menos nervoso quando tinha apenas você como meu público no trailer.” “Tenho certeza de que você foi ótimo.” Um chiado distintamente familiar chegou ao ouvidos de Jed, e ele soube que Booker tinha sentado bem no meio do sofá. “Aposto que teve cada mulher na recepção implorando para ter uma dança com você.” Montando uma cadeira dura por quatro horas durante a recepção discreta encheu a mente de Jed, e ele bufou. “Não exatamente, mas ainda que tivesse, não era realmente esse tipo de noite. Era mais família e amigos do que tentar se envolver com alguém para a noite.” “Então você está voando solo, enquanto estiver por aí?” “Sim.” Jed voltou a pensar quantas vezes Booker viera à sua mente hoje — particularmente, toda vez que via uma jovem específica usando coral — e sorriu. “Mas você teria

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se divertido se estivesse aqui. Meg é mentora de uma garota que acabou de começar a faculdade, e ela teria sido uma boa companhia para você.” “Só começou a faculdade?” Booker cuspiu e associou um palavrão à escolha. “De jeito nenhum. Isso é muito jovem para mim.” Jed pulou para uma posição sentada e latiu com riso. “Oh, meu Deus, cara. Ela tem dezoito anos, e você ainda está há meses de sequer fazer vinte e um.” “Eu me sinto mais velho que isso,” Booker se defendeu com tom firme. “Em minha cabeça, alguém na faculdade parece jovem demais para mim.” Huh. Jed caiu de costas na cama e jogou o braço livre sobre a cabeça. “Sim, acho que faz sentido.” Não o tendo visualizado como uma criança por um bom tempo, Jed podia ver-se como uma parte enorme da razão pela qual tinha a ver com a maturidade que Booker se conduzia e se comportava. “Com a vida que levamos, eu deveria ter imaginado que você se sentiria mais adulto do que a maioria das pessoas na sua idade. Ainda assim,” — Jed riu, mas se transformou em um gemido — “teria sido bom se pelo menos um de nós tivesse estado em uma situação de ter conseguido algo esta noite.” Booker riu também. “Suponho que sim, mas tenho certeza que Lyle e Meg estarão fazendo o suficiente para celebrar por todo mundo. Deixe-os ter a noite toda só pra eles. Estou bastante feliz em casa no trailer com um filme.” Jed gemeu, mas sorriu também. “Mãe Santíssima, homem, escolha qualquer um que você queira e o assista feliz e em paz.” Jed nem sequer precisou de um segundo inteiro para evocar a imagem de Booker confortavelmente instalado no sofá, uma lata de refrigerante e batatas fritas de churrasco ao seu lado, com a cabeça inclinada para trás contra o encosto do banco, assistindo à TV. “Desfrute de seu filme, e eu te vejo amanhã à noite.” “Vou fazer uma lasanha assada amanhã,” Booker compartilhou, mencionando a refeição favorita de Jed, “e posso te dar um relatório sobre os cavalos enquanto comemos.” Só de pensar no molho de tomate picante e espesso, e na mistura de queijos com salsicha deu água na boca de Jed. “Vou esperar ansiosamente. Boa noite, Potro.”

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“Boa noite,” Booker disse de volta. “Estou feliz que você tenha estado com sua família neste fim de semana, Jed. Falo com você logo,” e desligou. Jed terminou a chamada e jogou o telefone de lado, mas não pôde deixar de pensar sobre a amiga de Meg e em como Booker — se tivesse escolhido um caminho diferente — teria sido um bom partido para ela. Jed não exatamente tinha visto Booker rasgando pelos bares enquanto eles estavam em turnê, e espontaneamente, a confissão de alguns anos atrás — “Não quero morrer antes de fazer sexo” — encheu sua mente. Mais uma vez ele se perguntou se o cara ainda mantinha sua condição virginal. A jovem no casamento era esbelta e de pernas bonitas, e com a altura de Booker, e a forma como sua construção tinha se preenchido, eles teriam se encaixado bem junto. Jed podia ver uma dança lenta na recepção facilmente se tornar um encontro, para, finalmente, uma noite, pegos juntos em lençóis suados e bagunçados enquanto descobriam o corpo um do outro. A garota da faculdade — que Meg havia apresentado como Tessa — provavelmente teria dado a Booker uma noite que ele nunca esqueceria. Jed podia visualizá-los neste mesmo hotel, talvez um quarto acima, e podia ouvir o gemido de Booker quando Tessa beijasse o caminho através de seu peito nu e barriga plana, sacudindo a língua contra sua pele aquecida e amando a maneira como sua transpiração provava em sua língua. Quando as imagens vívidas de Booker e Tessa na cama encheram sua mente e tocaram todos os seus sentidos, ele estendeu a mão para seu pau, acariciou o comprimento já semirrígido, e gemeu. Tessa se abaixaria sobre Booker, esfregando sua pele contra o inferno liso de seu corpo, e correndo as mãos por seu cabelo espesso e escuro. Booker ondularia embaixo dela, gemendo enquanto erguia os quadris e bombeava o eixo contra sua barriga. Nu em sua cama de hotel, enquanto suas bolas puxavam e rolavam com uma bondade deliciosa em seu saco, Jed começou a respirar mais pesado e esfregar mais forte em seu pênis agora completamente ereto. Imagem após imagem de corpos nus encaixados voava por sua mente, e ele mordeu de volta um gemido quando pérolas espessas de pré-semem cobriram sua fenda e rolaram por seu eixo, fornecendo toda a lubrificação que precisava para sua punheta.

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Nas visões de Jed, Booker correu as mãos cicatrizadas-pelo-trabalho de cima a baixo das costas e bunda de Tessa, acariciando sua pele com longas varreduras dos dedos grossos. Ao mesmo tempo, Jed soltou seu pau e esfregou as próprias mãos calejadas pelo peito, barriga e até mesmo de cima a baixo de suas coxas e a curva externa de suas nádegas, faminto por repetir as sensações ásperas e sentir tudo tão intensamente e real quanto pudesse criar. Jed jurou que podia ouvir os gemidos de necessidade de Booker e Tessa, direto em seu ouvido. Os sons apaixonados de tal desejo intenso o fazendo ranger os dentes e chicotear a mão com mais força e mais rápido de cima a baixo em seu pênis supersensibilizado. Oh foda-se, sim. Ele roubou mais pré-semem da ponta de seu pau e engoliu um grito quando impiedosamente provocou seu eixo e bolas. Em seguida, em seu devaneio, Booker rolou a jovem de costas, preparando o terreno para a primeira fusão de seus corpos. Sem pensar, até agora se deixando ir, Jed abriu as coxas também, criando um espaço para Booker se deitar, como Tessa tinha feito em sua mente. Booker desceu em cima de Tessa, esmagado seu corpo no dela. Jed corcoveou e grunhiu quando carne dura e escaldante estremeceu e pulsou quente contra sua barriga, tão certo quanto fez Tessa. Em sua cama, Jed gemeu, “Por favor,” e se contorceu contra a armação grande e dura em cima dele. Seu pau estava duro como granito e seu corpo doía; desesperado para alcançar o lançamento. Booker gemeu também, e o som áspero e sexy torceu seu caminho através do interior de Jed, agarrando com um aperto firme em seu pênis. Booker moeu-se contra Jed, praticamente fundindo sua pele em chamas juntas, e esfregou a ereção rudemente contra seu comprimento. Imediatamente Jed clamou e se agarrou a Booker com toda sua força. Músculos de aço encontraram dureza implacável, um emaranhado de braços e pernas, uma fornalha de fogo compartilhado engolindo o quarto em chamas. Jed fechou as pernas em torno das coxas de Booker e erraticamente se empurrou para cima em toda parte, numa tentativa faminta de alcançar mais do calor cobrindo seu amigo. Em retorno, Booker trabalhou todo seu peso contra Jed como uma besta, deslizando o pênis contra ele de novo e de novo, como se pretendesse lhe arrastar um orgasmo tão violentamente quanto pudesse.

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Um arrepio de frio de repente fatiou as costas de Jed, e ele tentou se afastar. Mas o resplendor no olhar quente de floresta de Booker puxou uma corda profunda em seu núcleo, com muito mais poder do que qualquer coisa que ele pudesse lutar e vencer. Booker balançou mais forte e mais rápido em cima dele, triturando seus pênis juntos, exigindo tudo, e não desviando o olhar. Então — oh Cristo — Booker mergulhou a cabeça, e um tremor balançou através de Jed com força suficiente para sacudir seus ossos. Booker sorriu aquele sorriso doce, mas de alguma forma assustadoramente feroz também, e roçou a língua novamente na ponta de seu nariz. É isso mesmo. Ele pegou os braços de Jed, prendendo-os na cama, e sussurrou, Solte-se. E rodou os quadris com uma dureza insana e deliciosa entre as coxas abertas de Jed, deixando seus pênis em chamas. Você já sabe que é meu. Não! Pânico gelou através de Jed em um tiro frio. Ele gritou; Um grito ensurdecedor em sua cabeça, mas era tarde demais. Booker desceu, cortando a boca através da sua, e roubou seu protesto com um beijo profundo e reivindicador. E no momento em que fez, Jed clamou mais alto e mais cru do que já tinha, arqueando o corpo inteiro fora da cama, e descarregando um orgasmo que o atingiu afiado, e duro, e longo. Ele bombeou os quadris incontrolavelmente, e jato após jato de semente leitosa e quente pulverizou seu estômago e salpicou seu peito, encharcando-o com seu lançamento. Jed permaneceu tenso como um arco, seu pênis disparando esperma eternamente, fora de seu controle, mas, eventualmente, a tensão drenou fora dele, e ele caiu para trás na cama. Assim que bateu no colchão, ele puxou o lençol sobre o corpo nu, seus instintos gritando que ele tinha uma audiência. Jed arremessou o olhar à esquerda e direita, procurando, certo de que Booker estaria lá, em algum lugar. Mas apenas o vazio e cantos escuros permaneciam com ele no quarto. Não havia um Booker nu, ou mesmo uma Tessa nua no que dizia respeito a esse assunto. Cobrindo o rosto com as mãos, Jed praguejou rápido e ferozmente, perguntando-se o que diabo tinha acabado de acontecer. O cheiro de seu esperma enchia o quarto, e seu coração ainda batia forte e rápido. Muito da presença de Booker permanecia na cama também, e todas eram lembranças frias e inegáveis de que Jed tinha acabado de se masturbar e gozar com pensamentos

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sobre outro homem. Não só outro homem. Jed riu; Um som algo de fatalista e irregular cortando através do quarto. Seu companheiro de quarto, empregado, e uma das poucas pessoas que você chama um amigo de confiança. Por que estes pensamentos fugazes e descontroladamente sexuais sobre Booker continuavam a surgir em sua mente? E, mais perturbador, por que diabos ele tinha tomado essa fantasia sobre Booker e Tessa e se colocado no papel de Tessa, em vez do de Booker? Por que tinha se agarrado tão firmemente a Booker, indo tão longe a ponto de abrir as coxas, acolhendo outro homem contra ele, quando, tão facilmente e mais naturalmente, ele poderia ter trazido Tessa à vida e a colocado debaixo dele nesta mesma cama? Porque você não conhece Tessa. Mais do que isso, ela era muito jovem, e provavelmente teria se sentido ainda mais errado se imaginar fazendo sexo com ela do que com outro cara. Racionalizando, usando o argumento mais lógico que podia evocar, o ajudou a começar a respirar mais fácil. Ele realmente não tinha o direito de pensar em namoradas ou parceiras sexuais para Booker, de qualquer maneira. A inadequação de tais pensamentos provavelmente tinha ativado o papel que ele desempenhou na fantasia também. Uma fantasia incrivelmente poderosa, sexualmente explícita, e altamente emocional. Jed rosnou e rolou de lado. Mas, ainda assim, em última instância, era apenas um sonho. Ele alcançou e desligou a lâmpada, lançando o quarto em total escuridão. Nada disso foi real. Jed fechou os olhos, mas insinuações de segurar Booker uma vez antes, de verdade — na noite de seu aniversário — fez comichão em sua psique, lembrando-o que não era a primeira vez que Booker o deixara duro. Você está começando a ficar muito confinado com ele. A proximidade está mexendo com sua cabeça. Jed estremeceu quando seu pau saciado tentou agitar em vigilância, mais uma vez. É hora de sair e transar com mais frequência. Muito mais frequência. E talvez Jed precisasse começar a pensar mais seriamente em se mudar novamente para outra turnê de rodeio, longe de Booker, quando Cliff finalmente vendesse sua operação. Jed fez uma careta, e seu intestino torceu doente, mas ele sabia que estava certo.

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Não podia deixar essas fantasias continuarem. Ainda que significasse se afastar de Booker para sempre.

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Capítulo Seis “Então é isso.” Cliff terminou sua explicação e sugou o ar totalmente fora dos pulmões de Jed. “Assim que obtivermos a papelada feita, o Sprawling Ride será o proprietário de toda a operação. Os cavalos, os veículos, e a terra.” “O Sprawling Ride?” O quê? Como um peixe, Jed abria e fechava a boca, como se a ação repetida de alguma forma lhe trouxesse mais oxigênio e clareasse a névoa confusa nublando sua cabeça. “O Sprawling Ride. Sério?” Braços cruzados contra o peito, Cliff balançou sobre os calcanhares de suas botas. “Sim. Só levou três anos, mas eu sabia que alguém acabaria por ver o valor de minha operação.” Jed olhou para Cliff, mas tanto barulho e desordem confundiam sua cabeça que ele poderia muito bem estar falado com um alienígena de cinco cabeças. “B-b—” Jesus. Ele não conseguia se concentrar, mas ainda precisava de informações. “O SR já é tão grande. O que eles querem com a gente?” “Eles gostaram de nossa linhagem. Quem não ia querer Destiny hoje em dia?” O jovem cavalo tinha provado ser um vencedor, e o orgulho pessoal de Cliff em seu discernimento por comprar um cavalo tão fabuloso soprava o homem como um pavão. “Eles estavam procurando umas terras em nossa área de Wyoming também.” Centenas de dias e noites repletas de rotina e ordem começaram a romper uma barreira dentro da cabeça e Jed e se desintegrar no chão. Adrenalina disparou forte dentro dele, mas ele ficou frio ao invés de quente. “E quanto a Potro?” Sua garganta se fechou, muito dolorosamente para falar. E eu? “A SR disse que vai encontrar um lugar para Booker na organização. Você também, se quiser.” O telefone de Cliff tocou então, e ele ergueu um dedo para Jed. “Tenho que atender.” Nos olhos do homem, Jed pôde ver que Cliff já havia se transferido para seu próximo empreendimento. “Quero essa coisa feita antes que alguém tenha uma mudança de opinião.”

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Cliff se foi, presumivelmente para fechar seu negócio, e Jed cambaleou. A Sprawling Ride. A ideia de que um empreendimento tão estruturado quanto a SR aceitasse os termos de Cliff nunca tinha passado pela cabeça de Jed. Ele sinceramente nunca pensara que alguém fosse aceitar as convicções elevadas de Cliff do valor de sua organização. Eu realmente nunca pensei que as coisas fossem mudar. Novos chefes. Novo pessoal. Novas maneiras de fazer as coisas. Talvez até mesmo novas condições de vida. Jed não poderia ter Booker como um companheiro mais. Exatamente o que você vem dizendo a si mesmo que precisava há bastante tempo. Em seguida, bem ali, nuvens nebulosas na cabeça de Jed escureceram e o cercaram, nublando sua visão. Mudanças estavam por vir, Jed gostando da escolha de Cliff ou não. Mais negridão encheu sua visão, e ele agarrou a cabeça. Não. Não. Não. Jed não tinha dúvidas de que Booker se adaptaria a trabalhar para a Sprawling Ride; O cara podia ver a lado positivo de tudo e agarrar um novo desafio com entusiasmo. Jed sabia por si só, porém — oh merda, não, não, — que as coisas seriam diferentes. De repente, todo mundo ao redor de Jed se tornou pontos distantes, e o mundo se fechou em torno dele. Parecia como se um tornado negro girasse, e girasse, e girasse, se encolhendo e se aproximando a cada volta ciclônica, chegando mais perto a quase sufocá-lo. Gritando por dentro, cada respiração uma tarefa, Jed decolou em uma corrida morta pela salvação. Ele precisava de uma bebida. Rápido.

***** No cintilar final do pôr-do-sol, Booker percorreu os caminhos de terra entre os currais externos dos animais, se desculpando com o pessoal ocasional disperso ainda limpando as baias improvisadas. Pelo caminho, ele perguntou várias vezes se alguém tinha visto Jed, mas cada um balançava a cabeça ou lhe dava um não e continuava suas tarefas. Booker tinha verificado as

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baias abrigando seus cavalos primeiro, pensando que talvez Jed tivesse ido visitar Moisés, mas todos os animais já estavam acomodados para a noite, com nada de Jed nas proximidades. Conforme seguia seu caminho até o último labirinto de metal para uma pastagem toda aberta, do outro lado, ele manteve os olhos bem abertos, procurando pelo Stetson cinza de Jed — uma cor muito mais rara do que o mar de chapéus brancos, beges e pretos, na multidão crescente. Um punhado de tendas armadas enchiam as extremidades do pasto, assentadas para servir como uma linha de comida temporária pelos moradores locais. Esta pequena cidade no Missouri tinha um grande lote de terras para oferecer para os rodeios, mas não tinha números suficientes de restaurantes na cidade para servir todas as pessoas que vieram junto com o show. O cheiro ácido da fumaça de churrasco e carne grelhada flutuou através do ar e provocou o nariz de Booker, lembrando-o de que não tinha comido desde o café da manhã. Seu estômago roncou, mas ele tinha coisas mais importantes para fazer do que encher a barriga agora. Tenho que encontrar Jed. Booker queria saltar e bater um alto cinco a todos por quem passava, mas conseguiu conter-se e manter sua atenção focada em encontrar seu alvo. Eu tenho que lhe dar a boa notícia. Booker se aproximou das barracas, e de repente uma gargalhada rouca cortou o ar da noite a partir de sua esquerda, e um calafrio digno de calor se espalhou por seu sangue. Jed. Booker girou. Retomando o passo, abrindo caminho através da multidão de pessoas, que se deslocava em direção a este distinto e maravilhoso som. Jed não ria muito, mas era gracioso quando o fazia — quando era genuíno e de seu intestino — a onda de alegria que o som trazia penetrava no ser de Booker e enfraquecia seus joelhos. Booker alcançou a extremidade da barraca, chegando a uma distância de tocar as costas fortes de Jed, a tempo de ouvi-lo compartilhar com Marcy e quatro de sua equipe, “Você diz que é cativante porque é uma boa mulher, mas juro por Deus que se eu tiver que ouvir mais um daqueles malditos filmes de cowboy idiotas, tocando ao fundo enquanto estou tentando relaxar, há uma boa chance de eu lançar uma das minhas botas direto na TV.”

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O quê? Uma punhalada de dor cauterizou através do meio de Booker. Ele parou seco em suas trilhas. Jed continuou, cortando-o ainda mais, e lágrimas rapidamente saltaram aos seus olhos. Ele queria fugir, mas seus pés pareciam blocos de concreto, e ele não conseguia se mover. Jed acenou um copo de plástico na frente dele, derramando um pouco do líquido de cor âmbar na mão, mas não perdeu o ritmo. “Nunca conheci alguém que pudesse trabalhar tão malditamente duro fazendo um verdadeiro trabalho de rodeio, e ainda ser tão fodidamente verde, e ingênuo, e apaixonado por esses filmes idiotas, e pelo modo como eles retratam nossas vidas.” Com a voz tão alta quanto Booker jamais tinha ouvido em um ambiente lotado assim, Jed bateu no braço de Marcy e continuou, “O garoto assistiu um filme na noite passada, e falou muito seriamente sobre vir do nada a possuir um grande rancho ele mesmo um dia — como o personagem principal do filme tinha feito — eu tive que ir ao banheiro para não revirar os olhos para ele e rir. Ele é ridículo com essa merda.” Oh Deus. Booker cobriu a boca para abafar um soluço, desesperado para estrangular a dor explodindo em seu peito. Ele acha que eu sou uma piada. Marcy olhou para Jed. Quando fez, seu olhar se ergueu para trás dele, direto em Booker. Imediatamente todo seu rosto se suavizou, e ela deu um passo em sua direção. “Oh, querido.” Jed se virou. No momento em que avistou Booker, ele sacudiu como se alguém lhe tivesse batido, e toda a cor drenou de seu rosto. “Potro, eu —” “Não.” Encontrando as pernas novamente, Booker deu um passo rápido para trás, e depois outro, e outro. “Eu estou bem. Está tudo bem.” Deus, Booker não podia se deixar parar de piscar; Se o fizesse, as lágrimas começariam a cair aos montes. “Eu preciso ir.” Com isso, ele se virou e decolou em uma corrida na direção de onde tinha acabado de vir. Todos os pensamentos sobre a boa notícia que acabara de ouvir — Cliff finalizando o negócio para a venda da companhia — tinha voado de sua mente.

*****

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JED ASSISTIU BOOKER comer a grama sob seus pés numa velocidade vertiginosa. Porra. Ele atirou a cerveja contra um poste da barraca, de repente doente como o inferno por dentro. E não tinha nada a ver com o álcool. Se possuísse a flexibilidade, ele chutaria seu próprio rabo. Com a visão se fechando, e o mundo ao seu redor escurecendo rapidamente novamente, Jed disparou fora da barraca. Tudo mais fugindo de sua mente, ele correu atrás de Booker. Que corria com o foco e a precisão de um cavalo de corrida privilegiado; E o peito de Jed apreendeu enquanto tentava alcançá-lo. “Potro!” Quanto mais Jed corria, mais a multidão parecia se espessar ao seu redor como se cercado por todas as pessoas que trabalhavam no rodeio. Logo ele não podia mais ver Booker à sua frente. “Potro!” Então, em um flash rápido, ele avistou um corpo alto e magro em uma camisa xadrez, jeans, e um sujo chapéu de cowboy branco. O homem se agachou em um armazém eviscerado servindo como armazenamento para ração e feno. “Espere!” Jed se moveu rápido, quente na trilha de Booker. “Vai devagar!” Jed entrou no edifício. E imediatamente se concentrou em Booker quase do outro lado da enorme estrutura, onde outro conjunto de portas abertas levava em direção aos trailers. “Potro!” De um lugar profundo em seus ossos, Jed encontrou outra marcha e bateu as pernas debaixo dele mais rápido do que jamais tinha feito em sua vida. “Não ouse se mover!” Girando em cento e oitenta graus, Booker atirou o braço para cima e apontou o dedo médio na direção de Jed. “Foda-se!” Ele tropeçou quando se virou para correr novamente. Eu te peguei. Com esse pequeno deslize da parte de Booker, Jed se arremessou para ele e agarrou seu braço. Booker amaldiçoou e arrancou contra seu aperto, mas Jed lutou contra sua força de chicote. “Pare!” Lançando-o em um semicírculo e finalmente conseguindo batê-lo contra uma parede de alimentos embalados de uns três metros de altura. Booker arreganhou os dentes como um urso bravo e encurralado, mas umidade ainda brilhava em seus olhos. Jesus. A umidade umedecendo aquele olhar verde que Jed tinha vindo a conhecer tão bem, comeu através dele como ácido, rasgando um buraco em seu meio. Com uma nova onda de força, Booker empurrou Jed novamente. Mas com a mesma rapidez, ainda cheio de adrenalina, Jed o empurrou de volta. Batendo-o nos sacos de ração e o

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prendendo lá. “Espere.” Dor apertada constringia o peito de Jed, tornando difícil respirar e falar, mas ele não se deixaria parar agora. “Escute. Ouça-me. Por favor.” Fazendo um sacrifício, ele confessou, “Sinto muito. Ok? Eu estava bebendo, e estava agindo como um idiota.” Booker virou a cabeça e, com uma expressão vazia em seus olhos, olhou em direção às portas abertas à sua esquerda. “Você não precisava vir atrás de mim. Você tem permissão para falar o que pensa e dizer o que quiser.” Cada palavra, dita com tanta monotonia, perfurou Jed no coração. “Você acha que sou ridículo e que sou uma piada, e tirar sarro de mim o faz dar grandes risadas.” Booker deu de ombros. “Bom pra você.” “Vamos, Potro.” Quente agora, Jed cuspiu, “Você realmente não acredita que penso assim de você. Mas no caso de não ter mais certeza, eu não faço.” “Você fez exatamente isso há pouco.” Com o olhar ainda longe, piscando como louco, Booker sacudiu a cabeça. “Não tente me enganar. Eu ouvi tudo.” De boca aberta, a mente girando, Jed finalmente respondeu, “Eu-eu… Merda, cara, eu estava falando sem pensar. Eu faço isso quando bebo demais. Eu não deveria ter aceitado uma quarta cerveja. Inferno, eu não deveria ter me comprado a terceira. Eu sei melhor. Não é uma desculpa, mas eu sei como fico quando passo meu limite, e eu passei esta noite.” Booker virou a cabeça para encarar Jed. De repente, seu olhar era largo e carinhoso, e interessado no que Jed tinha a dizer. Oh porra, isso é brilho aberto demais para se ver. Odiando-se, mas incapaz de enfrentar o escrutínio de Booker, Jed se afastou, caminhou até as portas abertas, e se concentrou nas filas de reboques espalhados pelo terreno. Esta vida — a única que conhecia como adulto — o cercava por todos os lados, até onde o olho podia ver, e o cortava com o mais doce e mais insondável amor que ele já conhecera. Aromas maravilhosos e ricos de aveia e cevada forrageira, feno e aparas de madeira encheram suas narinas. Esses aromas pungentes falavam com sua alma. E agora se foi. Pressão se construiu atrás de seus olhos, e cada músculo em seu corpo apertou com uma tensão terrível, tangível, que lhe tirou o fôlego. Booker se moveu para seu lado. “Jed?” Ele não o tocou, mas seu calor natural alcançou todo o ar entre eles, girando em volta do corpo inteiro de Jed, e o fazendo tremer. Em um tom mais suave, ele perguntou; “Você está bem?”

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O vapor que Jed construíra enquanto corria atrás de Booker, vazou dele sobre o chão coberto com aparas de madeira. Ainda aprisionado em sua cabeça, porém, ele não conseguia olhar para Booker; E não conseguia se afastar dele também. “Quando eu bebo mais do que meu limite” — uma grosa enchia seu tom — “eu fico um idiota. E ajo como você acabou de ver lá atrás.” Booker entrou na sua frente, e então se moveu até capturar seu olhar. “Você disse que tomou mais de dois?” Jed assentiu bruscamente, e Booker franziu o cenho. “Não entendo. Você nunca comete um deslize.” Através de uma mandíbula cerrada, o pomo de Adão convulsionando, Jed admitiu, “Esta noite eu fiz.” Booker enrugou a testa. “Mas por quê?” Palavras, confissões, muito da alma de Jed, se assentou atrás de sua garganta, mas ele não conseguia afrouxar a mandíbula e deixar as sentenças se derramarem livres. Ele sentia como se estivesse segurando sua vida por um único dedo, e esse dígito estava ficando suado e escorregadio como o inferno. E sempre que olhava para Booker — inferno, sempre que apenas pensava em Booker com relação à sua vida cotidiana, a importância de sua presença — uma queimadura lenta de calor e pânico cortava agitada dentro dele e o mandava girando para lugares ruins e escuros que ele não queria examinar. Jed esfregou o suor da parte de trás de seu pescoço. Ele se virou; Enquanto tentava reunir os pensamentos frenéticos lutando em sua cabeça, e viu a luz do dia na forma dos animais nas baias do outro lado deste armazém eviscerado. Sem olhar para trás, Jed começou a se afastar. “Preciso verificar os cavalos.” Booker se moveu como um raio. “Não, você não vai.” Ele agarrou o braço de Jed, seu aperto como uma braçadeira ardente, e o puxou para perto. Fogos de artifício explodiam em seu olhar. Jesus, Jed queria correr, mas não conseguia desviar o olhar. Laser-focado agora, Booker disse em um tom duro, “Eu acabei de pegá-lo se divertindo pra caramba sendo o centro das atenções às minhas custas, então, se você quer que eu lave a memória disso do meu cérebro, eu acho que mereço algumas palavras de você.”

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Olhando em direção às vigas por respostas, Jed ligou as mãos atrás do pescoço e suspirou. Cansado como o inferno, ele balançou a cabeça. “Não importa. O que está feito, está feito.” Booker puxou o braço de Jed e, como um mestre das marionetes, atraiu seu olhar para ele. “O que está feito? Você precisa falar comigo.” Booker enfiou as mãos nos bolsos traseiros da calça e inclinou a cabeça. “Eu não sei o que diabos você está tentando dizer.” Porra. Jed esfregou o rosto com as mãos. “Cliff me disse que tem um comprador firme no local para a operação.” “Então você sabe?” Um sorriso dividiu o rosto de Booker, e ele saltou onde estava. “Era isso que eu estava vindo te dizer. Ouvi Cliff falando e pensei que ia surpreendê-lo. Não é ótimo?” Jed exalou e tentou manter a calma. Foda-se, porém. Ele coçava por outra cerveja. “Para você e para os animais, sim, a venda é uma coisa maravilhosa.” “E para você,” Booker acrescentou depressa. “Não para mim.” Examinando o olhar sério de Booker, Jed desejou poder se apunhalar no peito em vez de estourar a bolha otimista circulando constantemente este jovem sincero. Jed engoliu em seco, procurando umidade. “Vou procurar outra operação menor que esteja precisando de alguém para entrar e estar no comando.” “O quê? Sair?” Booker deu um passo atrás, e seu rosto ficou pálido. “Por quê?” “Porque,” Jed explicou, com a voz subindo insanamente alta, “A Sprawling Ride é um negócio sério. Eles são um empreendimento forte, e já têm seu pessoal encarregado. Eles vão colocar nossos animais em sua organização, e nós em trabalhos mais baixos da escala. Se eu ficar, não vou ter a responsabilidade que tenho agora. Não terei o controle sobre como eu cuido de nossos cavalos do jeito que eu faço agora. Não terei a palavra final. Eu seria apenas mais um empregado de baixo nível.” “Acho que eu estava bebendo tanto porque estava tentando não pensar nisso, por que… Por que…” — Eu não só terei que deixar os cavalos, eu terei que deixá-lo também — “Porque eu não gosto de pensar em ter que encontrar um novo trabalho, com um novo rodeio e um novo chefe, e

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começar tudo de novo.” Nem mesmo remotamente verdade. Droga. Por que ficar longe deste maldito homem incomodava Jed tanto quanto ficar longe dos cavalos fazia? Com voz alta e firme, Booker disse, “Você não tem que sair. Você não sabe o que a SR fará. Não com certeza.” “Eu sei!” O argumento deixou a boca de Jed em um grito, mais alto do que ele pretendia. Um par de vaqueiros passando pela entrada ao longe se virou para encará-los, interesse visível em seus olhares. Jed lhes mostrou o dedo, mas se inclinou e baixou a voz. “A SR não vai precisar de mim na posição que eu tenho agora, e eu me conheço bem o suficiente para saber que não poderia voltar atrás para um papel menor. Eu sei que sempre reclamei de Cliff, e que temos rezado por um dono melhor há anos, mas a verdade é que Cliff me deu liberdade e me deixou fazer o que eu quisesse com os cavalos. Não posso voltar a ter que reportar a alguém acima de mim.” Jed sufocou só de colocar a declaração para fora e quase rosnou enquanto acrescentava, “Ninguém conhece estes animais melhor do que eu.” Booker agarrou seu antebraço e sussurrou com força, “É o que a SR vai valorizar em você. Eu sei.” “Eu não.” Sacudindo a cabeça, Booker abriu os braços. “Eu não te entendo. Você está reagindo e tomando decisões sem ter quaisquer fatos reais.” Jed olhou por cima do ombro de Booker. Outro grupo entrou no edifício, e ele baixou a voz ainda mais. “Eu sei que esta operação é muito boa. Eu sei que isso está escrito na parede.” O trio se aproximou, e Jed rosnou e olhou. Ele não ia tolerar uma audiência, e dane-se se ele se importava que outras pessoas tivesse todo o direito a este espaço. Jed abriu a boca, pronto para dizer ao grupo para dar o fora. Antes da ameaça passar por seus lábios, Booker bateu o ombro direito contra o seu esquerdo e ordenou, “Vamos caminhar,” em um tom que não admitia discussão. “Você precisa de ar fresco de qualquer maneira.” Ele segurou o olhar de Jed por um momento penetrante, claramente, e abertamente o desafiando a ignorá-lo e fazer uma cena. Então, sem uma palavra, e sem olhar para trás, ele saiu do armazém, na direção dos trailers.

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Sem um pensamento consciente, Jed o seguiu; Tão inexplicavelmente atraído por seu espírito e luz. As outras pessoas no edifício se apagando de sua mente, Jed o alcançou rapidamente e caiu no passo ao seu lado. “Obrigado por não começar nada lá atrás.” Booker se bateu contra Jed novamente, mais brincalhão dessa vez, e lhe ofereceu um meio-sorriso. “Termine o que estava dizendo. Posso ver em seu rosto que há muita coisa girando em sua cabeça ainda.” “Jesus, Potro.” Outro suspiro exausto escapou, e ele se sentiu inadequado por levar seu peso a esta amizade. Embora fosse quase uma década mais velho que Booker, ele sabia que não chegava nem perto do homem que Booker se tornara. “Eu não sei o que se passa comigo.” Enquanto caminhavam pelas filas de reboques, Jed torturou seu cérebro por uma maneira de explicar seu comportamento. Porra, ele, porém, não queria que este homem pensasse que estava dando desculpas. “Cliff tem tentado vender este equipamento há tanto tempo que eu acho que nunca pensei que alguém além de nós jamais fosse ver o valor de nosso estoque. Eu não achei que alguém fosse cair na conversa doce de Cliff pela venda e lhe dar o que ele achava que merecia para que pudesse se mandar. Mas finalmente aconteceu, e é com uma companhia que não precisa do que eu tenho à mesa.” A mandíbula de Jed flexionou descontroladamente, mas ele a firmou novamente, “Você chegou e ouviu a maneira de merda que eu lidei com a informação.” Booker vacilou, e Jed sabia que o jovem estava revivendo aquele momento ouvi-lo tirando sarro dele. Merda. Hora de colocar o homem para cima, imbecil. Parando em frente ao seu trailer porcaria, ele acenou e indicou para que Booker se sentasse na escada. Quando o homem fez, ele se ajoelhou à sua frente. Cristo, Booker era um livro aberto; Ele admitia tudo e todos através da clareza e sinceridade em seus olhos. Ele admitira Jed, inúmeras vezes, e Jed o reembolsara cagando em todos os seus sonhos mais secretos na frente de todos que conheciam. Mordendo uma maldição — destinada apenas a si mesmo — Jed olhou para Booker e se odiou ainda mais pelas falhas fatais em sua personalidade, que fazia dele um grande babaca às vezes.

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Em troca, Booker o estudou com essa luz insustentável em seus olhos — porra, ele irradiava fé e esperança — que Jed se sentiu ainda mais inadequado para corrigir o que havia quebrado. “Droga, Potro,” Jed finalmente disse em um tom despojado. “Eu realmente sinto muito por ter ferido seus sentimentos. Mas você deve saber que quando brinco sobre seus filmes e seu entusiasmo por tudo relacionado a cowboy, eu não estou falando sério. Não de verdade.” Booker ficou lá sentado quieto e silencioso. O queixo tremendo só um pouquinho, sem parar de cutucar um pequeno rasgo na bainha de sua camisa xadrez. Arrastando a sola de sua bota de cowboy — botas sujas e desgastadas agora, mostrando o verdadeiro cowboy que ele se tornara — de um lado para o outro, de um lado para o outro, contra o chão todo marcado. Cada pequeno tique que ele não conseguia esconder, se tornando uma pequena faca fatiando a carne de Jed uma e outra vez, até que ele logo se sentia como se estivesse sangrando por toda parte, e se perguntou se os cortes alguma vez criariam uma crosta e curariam. Quando Booker mordeu a ponta do lábio inferior, parecendo tão malditamente perto de chorar, Jed se atirou de pé, incapaz de suportar a dor e nervosismo que havia colocado no coração do homem. “Vamos lá, Potro.” Jed o puxou de pé também e gritou, “Grite comigo! Esmurre-me! Chame-me de todos os nomes da lista. Faça algo.” Agarrando sua mão, Jed tentou fazer o cara bater em seu rosto. “Por favor.” De repente, engrenado com vida, Booker fechou o cerco no espaço de Jed. Assumiu o controle de seu braço, forçando-o em seu lado, e o segurou lá enquanto um novo fogo esmeralda brilhava em seu olhar. “Você estava zombando de mim, idiota. Doeu como o inferno; E Deus, foi embaraçoso. Mas, pior que isso,” — sua voz engatou e virou cascalho — “foi que eu sempre pensei que tudo que te dizia em nosso trailer era em confiança.” Booker socou a porta do trailer, e seu tom cresceu mais duro e mais cortante a cada acusação que atirava no rosto de Jed. “Eu pensei que tínhamos uma confiança implícita entre nós. Pensei que tinha ganhado essa confiança de você ao longo do tempo que estivemos juntos. Com certeza eu nunca disse nada a ninguém do que você me disse atrás daquela porta. Só que agora, eu te ouvi, não só dizendo às outras pessoas

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alguns dos pensamentos mais pessoais que eu já tive; coisas que confiei a você, sobre coisas que eu sonho e desejo, mas você estava zombando de mim e fazendo piadas enquanto o fazia.” Com a mesma rapidez que tinha subido, a raiva de Booker esvaziou, e ele escorregou de volta a parecer muito menor do que seus sólidos um metro e oitenta e três centímetros de altura. Ele deslizou a mão pelo antebraço de Jed, até sua mão, e apertou seus dedos de uma maneira que parecia quase infantil. “Foi humilhante, Jed. Você me humilhou.” Booker levantou o queixo, mas Cristo, não parecia firme. Nem sua voz. “Você… Você… Você podia muito bem ter me virado e me batido na frente deles, esperando que todos rissem do quão dominante você é sobre mim.” Porra, Potro. Não. Implorando com todo seu ser, Jed trocou seu aperto. Agarrando a mão de Booker ainda mais forte do ele tinha segurando a sua, desesperado além do que podia compreender para fazer este homem acreditar nele de novo. “Eu fui o único a parecer um imbecil. Não você. E Marcy nunca riu de você. Foram apenas os novos caras que ela tem trabalhando para ela. Se te conhecessem, eles teriam atirado punhais em mim tão duro quanto Marcy fez. Todos gostam e respeitam você. Inferno, eles gostam de você muito mais do que gostam de mim.” Com o rosto manchado de vermelhas, Booker respondeu, “Eu não me importo nem um pouco com eles. Eu apenas nunca soube que você pensava que eu era uma pessoa tão boba.” “Eu não penso.” O voto, falado tão brutalmente, rasgou as entranhas de Jed na saída. “Eu juro. Sim, seus filmes me dão nos nervos às vezes, mas eu sei que há pelo menos uma dúzia de coisas que eu faço que te faça querer gritar comigo também. É um espaço apertado.” Ainda segurando sua mão, Jed o arrastou pelos três degraus, destrancou a porta e a abriu. “Olhe para isso.” Olhando o lugar com novos olhos, ele acenou com o braço para o trailer apertado e atravancado. “Olha o quão malditamente pequeno isso é.” Inclinando-se contra o batente da porta, Jed virou a cabeça, e seu coração apertou quando encontrou o olhar de Booker. “Só porque seus filmes e programas de TV me irritam, às vezes, não significa que eu acho que qualquer coisa que você diz, ou ama, ou acredita, é uma piada. E eu não acho que você é uma piada também. Nada poderia estar mais longe da verdade.”

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Booker franziu a testa, e carmesim manchou sua pele mais uma vez. “Então por que você fez parecer que você acha, perto de todas aquelas pessoas? Você fez parecer que você acha que eu sou um carrapato irritante em suas costas que você não consegue alcançar para arrancar.” “Eu não sei por que eu te alvejei.” Ao mesmo tempo, o pensamento, Porque eu não quero que isso desse tanto quando eu tiver que deixá-lo, inundou o cérebro de Jed. Foda-se. Jed se retirou para as sombras do trailer, e sua mão escorregou fora do aperto de Booker. Por que diabos ele estava segurando Booker tão firmemente, de qualquer maneira? Ele apertou a mão livre contra o estômago em um punho, mas um frio que não sentia há muito tempo rastejou por seus dedos, subiu por seu braço, e correu em linhas longas e crepitantes por todo seu corpo. Booker puxou Jed de volta para ele, instando-o a olhar para ele. “Alguma outra coisa veio a você primeiro.” Ele estudou Jed muito de perto para seu conforto, e suas sobrancelhas se juntaram. “Eu vi o flash disso em seus olhos. Eu sei que fiz.” Outra verdade atingiu Jed duro, e ele cuspiu, “Porque há um DNA em mim que não pode ser mudado, caramba. Tudo bem? babaca, idiota, irresponsável, um DNA egoísta que sempre existiu.” Imagens de uma cadeira vazia na cabeceira da mesa da cozinha, onde seu pai deveria estar, bateu através de Jed, golpeando-o com lembranças que ele desprezava. “Na maior parte eu consigo administrar esse gene de merda que me empurra para beber quando eu sei que não deveria, mas às vezes é mais forte do que eu.” “Pare de dizer coisas desse tipo sobre si mesmo.” Em um piscar de olhos, suavidade suplantou todas as linhas duras que temporariamente cauterizaram as feições de Booker, e o feixe familiar de calor e luz sempre emanando de dentro dele retornou. “Você fala como se pensasse que você está danificado ou quebrado de uma forma que é fatal, mas não é verdade. Posso ver uma dureza em você algumas vezes, mas, ao mesmo tempo, ninguém tem sido mais gentil ou mais paciente comigo do que você.” Booker arqueou uma sobrancelha e sorriu. Ele até mesmo riu e invisivelmente puxou Jed de volta para sua esfera acolhedora. “Caramba, eu tenho te perseguido com mais perguntas sobre ser um cowboy do que a maioria dos homens iria tolerar. Mas quando o persigo você raramente

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se irrita comigo, e mesmo quando faz você nunca diz. Você até parece gostar das conversas na maior parte das vezes, é por isso que fiquei magoado e não entendi o que o ouvi dizendo sobre mim antes.” “As notícias de Cliff me surpreenderam,” Jed admitiu. “E eu não gosto de surpresas.” Jesus. Ele havia derramado tantos segredos para este homem ao longo dos últimos três anos. Tinha feito tantas admissões e pedidos de perdão hoje, que poderia muito bem estar sentado em um confessionário com seu padre. “Acontece que eu não lido com surpresas muito bem. E por mais que os cavalos e você precisam que esta mudança aconteça, e isso vai ser bom, eu acho que não gostei quando não fui o responsável por fazer essas mudanças. Eu lidei com isso bebendo, e a bebida me fez dizer coisas que eu não deveria.” Instável como o inferno, a garganta cheia de algodão, Jed encontrou o olhar de Booker de frente e deixou algumas das paredes dentro dele cair por um momento. Ele tirou o Stetson, segurando a borda em um aperto esmagador, e esperou que este homem pudesse ver dentro de sua alma mais secreta. “Eu sinto muito, Potro. Eu realmente sinto. Eu nunca o machucaria intencionalmente. Por nada neste mundo.” Ele estendeu a mão — seu pedido de perdão e outra chance. Jed esperou. E, foda-se, ele não entendia essa necessidade debilitante dentro dele, mas nunca tinha rezado tanto para alguém tomar sua mão.

***** PORRA, JED. Booker ficou lá, o coração partido ao meio — por todas as coisas dolorosas no interior de Jed que ele claramente acreditava mapeavam quem ele era. Atitude inteligente ou não, Booker agiu com seu intestino e fechou a mão ao redor da de Jed. “Eu acredito em você, e eu te perdoo.” Jed agarrou sua mão firmemente, e tão poderosamente o aperto correu toda a distância até seus dedões dos pés. Com seu aperto de mão, algumas das nuvens de tempestade se

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afastaram do olhar de Jed, e a tensão se soltou de sua grande armação. Booker disse a si mesmo para não colocar muito em seu perdão ser responsável por elevar o humor de Jed, mas Deus, como ele queria ser assim tão importante para este homem. “Obrigada, Potro.” Jed balançou sua mão na força quente da dele. “Apenas...” A garganta de Jed convulsionou visivelmente, e ele finalmente conseguiu pronunciar, “Obrigada.” Abruptamente ele pigarreou e retirou a mão. Saiu e compassou uma boa distância. Sem enfrentar Booker, ele disse, “Eu não mereço seu perdão, mas vou aceitá-lo de qualquer maneira.” Um arranhão terrível texturizava sua voz, o som cortando através de Booker também. “Mais um sinal de que eu não sou o cara mais honrado.” Porra, Jed. Novamente. Este homem — este às vezes difícil, às vezes engraçado, às vezes triste, às vezes um homem cáustico — fez Booker doer por envolvê-lo num aperto seguro e nunca mais soltá-lo. Sem sequer tentar, Jed fez Booker sentir todas essas coisas, enquanto, ao mesmo tempo, o cara emanava níveis ensurdecedores de gritos silenciosos para ficar longe, bem longe. De onde estava nos degraus, com Jed ainda de costas para ele, Booker estendeu a mão e fingiu esfregar a palma de cima a baixo na linha implacável de suas costas. “Você não tem um bom conceito de si mesmo, mas a verdade é que eu não conheço ninguém que se importa mais com os cavalos ou com o que faz para ganhar a vida do que você.” Jed tremeu. “O que não faz de mim um bom homem.” “O que não faz de você um ruim também.” Booker olhou para este indivíduo solitário de pé entre um mar de reboques, sem espaço para se virar e respirar, e a cena não pareceu se encaixar naturalmente. “Aqui está à coisa que eu não entendo.” Booker pensou adiante para onde seu comentário levaria e riu de si mesmo. “E sim, aqui vamos nós. É mais uma pergunta para você.” Finalmente Jed se virou. Algo escuro e assombrado deslizou de volta para seus olhos, mas ele vestiu um sorriso indulgente também. “Vá em frente.” “Bem, eu já te ouvi manifestar interesse na liberdade de possuir sua própria terra também. Você não fala muito sobre isso, mas quando faz, fica com um olhar que me faz pensar que você quer seu próprio lugar como o inferno. Este problema que você está tendo com o

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Sprawling Ride ser seu chefe confirma o quanto você quer ser aquele no comando sempre. No entanto, você estava fazendo uma piada sobre eu possuir meu próprio lugar antes, quando, na verdade, eu acho que esse desejo em você pode ser mais forte do que até mesmo está em mim.” Booker estudou Jed e repassou mentalmente o que tinha ouvido em um ângulo totalmente novo. “Era como se você estivesse zombando de si mesmo, tanto quanto de mim.” Jed endureceu, e Booker pôde ver novas linhas cauterizando-se em seu rosto já duro. “Bem?” “Não sei. Talvez eu estivesse.” Jed caminhou de volta para Booker, mas não tinha aquele passo poderoso que ele sempre achava tão sexy e impossível de ignorar. “Talvez eu precisasse ouvir aqueles caras rirem de algo tão absurdo, a fim de frear meus próprios desejos também.” Com o intestino torcendo, Booker agarrou a mão de Jed. “Não diga isso.” Tão rápido quanto tinha tomado sua mão, ele percebeu o que tinha feito. Murmurando uma desculpa, ele levou e trancou as mãos atrás das costas, mas teve que acrescentar, “Eu prefiro ter você me zoando na frente de todo mundo todos os dias do que você parar de acreditar que pode ser dono de sua própria terra um dia.” Num piscar de olhos Jed se concentrou em Booker, e sua boca diluiu para quase nada. “Eu não faria. Nunca mais.” Ele ergueu a mão, e os dedos vieram, oh tão perto, de roçar o rosto de Booker. De repente, ele deixou a mão cair de volta para seu lado. “Você está bem?” Sua voz soava como se sua garganta estivesse cheia de lixa. “Nós estamos bem?” “Você realmente vai sair quando a SR assumir o controle?” Booker não pôde suprimir a carência agarrando sua alma. Eu não posso te perder. Eu não vou. Longo e alto, Jed exalou, sussurrando no ar entre eles. “Cristo, Potro. Eu não sei.” Selvageria segurava cativo o olhar de Jed, e ele coçou o cabelo em ainda mais desordem. “Eu não vejo como posso ficar por mais do que alguns meses, talvez um ano. Só vou ficar o tempo que for preciso para estabelecer os animais com um novo dono e ter certeza de que eles estão sendo tratados direito. Assim que eu, eventualmente, tomar uma decisão, você será o primeiro saber.”

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Booker não sabia todo um inferno de um monte, mas tinha vivido com Jed e se preocupara com ele por tempo suficiente para praticamente provar quando o temor sangrou fora dele. Ele está com medo, e não quer que ninguém saiba. Booker pulou do topo da escada e forçou um salto em seu degrau. “Tudo bem.” Jed precisava de frivolidade, e Booker sabia como ser um líder na classe. “Vamos nos focar na SR gostar de nós e de nossos animais o suficiente para fazê-los querer nos manter por perto, e te dar uma posição ainda mais elevada.” Então, muito intenso, Jed murmurou, “Não estou preocupado com você, Potro. O Sprawling Ride vai amá-lo.” Booker sorriu uma milha de largura, radiante por dentro, nem um pouco falsificado. “Você acha?” Jed assentiu. “Eu sei disso.” Com o tom rouco e abafado, ele puxou suavemente no laço enrolado no cinto de Booker. “Eles seriam tolos se não o fizesse.” Booker ficou sem fôlego e sussurrou; “Obrigada.” Onde Jed segurava a corda, a ponta de seus dedos roçou a coxa de Booker tão, tão suavemente. Ele, provavelmente, nem sequer percebia que ainda estava segurando a corda, mas — oh minha Nossa, sim — Booker podia muito bem não estar com o jeans. Onde Jed o tocava, os músculos de sua coxa pulsavam, e os pelos escondidos em sua perna se eriçaram. Jed se aproximou, e arranhou a ponta cega do dígito contra o grão da calça de Booker, quase nenhum contato, mas consciência serpenteou por sua coxa interna e queimou ao redor de seu pênis e bolas como se ele tivesse coberto sua virilha e a esfregado vigorosamente. Oh Deus. As bolas de Booker puxaram em seu saco, e seu pau cutucou com deliciosa antecipação contra seu jeans. No momento em que ele começou a balançar no toque de Jed, a realidade o atingiu, e ele rasgou-se longe. Droga. Pare. Ele não é para você. Silenciosamente dominando seu pênis para voltar a dormir, Booker cobriu pulando os degraus para a porta aberta. Jed seguiu, quase no rabo de Booker. Ele parou no último degrau, mas lançou o chapéu no balcão lá dentro.

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Ralhando com seu pênis, Booker perguntou; “Você está com fome? Quer voltar para as barracas e comer?” Com apenas um olhar na direção da linha de alimentos, Jed empalideceu. “Não tenho mais muito apetite.” Alcançando, precisando de leveza para si mesmo, tanto quanto para Jed, Booker forçou uma risada. “Você prefere assistir um filme?” Na entrada, Jed levantou e apoiou as mãos no batente da porta. “Você está pensando em me matar com um desses filmes antes de eu ir, não é?” Ele perguntou, com voz grossa e sexy. Booker engoliu em seco, mas isso não ajudou a fazer sua boca funcionar. Ele sacudiu a cabeça ao invés. Jed permaneceu onde estava, sua presença grande e sexy o oprimindo. Seu aroma o infectando. Sem pensar no movimento, ele se aproximou de Jed. As fivelas de seus cintos quase tinindo juntas, e seu pênis empinou como um bronco indisciplinado. Merda. Booker saltou para o lado e se jogou no sofá. Tão casualmente quanto pôde, ele arrumou um travesseiro contra o estômago, mas baixo o suficiente para que também cobrisse parte de seu colo. Jed o seguiu, e Booker rapidamente lhe disse, “Você pode escolher o filme. Não tem que ser o que eu quero. Estou bem com qualquer coisa.” “Claro que está.” Jed sorriu. Então, o homem foi até a TV, dando a Booker uma visão perfeita do jeans aconchegado em sua bunda perfeita e apertada. A camiseta desbotada abraçava seus ombros largos e costas fortes como uma segunda pele também. Booker encarou. Que Deus o ajudasse, ele encarou e ficou faminto. Não tendo nenhuma força de vontade de desviar o olhar. E foi quando o atingiu. Talvez ele não devesse lutar com Jed o deixando tão duro. A cada dia que passava; Com cada novo detalhe que descobriam um sobre o outro, eles cresciam mais perto, e sua amizade se aprofundava. Mas no final para Booker, a cada conversa que tinham; Seu apego à Jed crescia mais forte. Sua atração e desejos atingiam níveis dolorosamente excitantes, e ele se encontrava emocionalmente enredado a este homem complicado, tanto quanto fisicamente atraído por ele.

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Booker mais do que queria Jed sexualmente. Seus sentimentos por este homem tinham evoluído bem além de uma paixão. Ele se importava. Profundamente. Além do que jamais havia sentido por qualquer outra pessoa neste mundo. Eu acho que posso estar apaixonado por ele. O estômago de Booker atou, e ele sentiu náuseas. Oh Deus, eu não posso estar. Eu não posso. Se Booker e Jed continuassem morando juntos e crescendo mais íntimos, ele acabaria cometendo um deslize, fazendo um movimento catastrófico e agressivo para reivindicar Jed, e se expondo de uma maneira que ele nunca seria capaz de se recuperar. Não. Por favor. Pela primeira vez, Booker não achou que alguém lá em cima estivesse ouvindo sua oração. Em seguida, Jed se sentou ao seu lado, tão perto, e Booker estremeceu. Ele cortejava desastre, e sabia disso. Mas ainda assim, ele ficou.

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Parte Dois Na Barriga da Besta

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Capítulo Sete Estercando o número dezenove de vinte baias, Booker limpou o suor da testa antes que pudesse cair e arder seus olhos. Não tinha conseguido encontrar uma bandana no Airstream esta manhã — dez meses no novo trailer e ainda não se acostumara ao novo layout — e Jed não tinha sido de muita ajuda também. Mas, inferno, não estava reclamando. Pelo menos ele e Jed ainda compartilhavam um trailer. Quando a Sprawling Ride assumira, Booker não tinha certeza de nada — nem de seu papel dentro desta nova organização, e nem do poder de permanência de Jed. Jed estivera certo quanto à sua função na companhia. Ele não tinha conseguido um trabalho com a SR que tivesse uma melhor utilização de seus conhecimentos e habilidades. Com pensamentos de Jed, seu peito inchou com uma dor familiar. Desde a aquisição, de uma forma que não conseguia definir claramente, sua relação com Jed havia mudado. Seus sentimentos por ele continuavam a crescer diariamente, mas, nos últimos meses, Jed começara a se afastar, e Booker não entendia por quê. Ao mesmo tempo, Jed parecia mais solitário do que nunca. A solidão do homem o chamava, empurrando-o para colocar uma reivindicação sobre Jed e fazê-lo entender que eles podiam se apoiar um no outro em todos os sentidos, se simplesmente Jed concordasse em ficar para sempre. Não, esta não é a resposta. Jed não me quer desse jeito. Uma pontada o atingiu no intestino, aprofundando sua necessidade de pleno contato com Jed. Pare com isso. Ultimamente, Jed falava cada vez mais sobre partir, e Booker precisava descobrir como seguir em frente quando ele saísse de uma vez por todas. Tensão puxou em seus músculos das costas, e Booker gemeu onde estava. Tinha limpado uma fila interminável de baias, e se sentia como a merda que havia empilhado em um carrinho de mão atrás dele. Assim que começou a estercar a baia final, Jed — sua sombra, seu cheiro, sua essência tão familiar para Booker — entrou no celeiro, cavalo a reboque.

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Endireitando-se enquanto Jed passava, Booker respirou profundamente, e estremeceu quando seus ombros se tocaram ao Jed passar por ele. Desde o dia em que a SR tomara posse, Jed trabalhava como uma besta, talvez para provar seu valor para si mesmo, ou talvez em um esforço de fazer a SR ver todo seu potencial e o valor que ele poderia ter para eles, se lhes dessem um papel de liderança. Se Booker considerava Jed um burro-de-carga antes, recentemente o homem havia alcançado níveis Hercúleos de dureza. Seu corpo se tornara ainda mais eficiente e implacável; Músculos firmes como o inferno e pele quente que se enrolava à sua volta, carne e músculos que Booker tinha visto centenas de vezes, mas que ainda tinha o poder de deixá-lo sem fôlego e seu coração martelando sempre que se aproximava de Jed, vestido ou não. Enquanto Jed acomodava o cavalo em sua morada temporária, Booker comeu o homem com os olhos, incapaz de se comandar eficazmente a desviar o olhar. A forma de trabalhar de Jed, sua economia de movimentos, a maneira como ele acalmava seus animais, baixando sua voz profunda e arenosa, tudo se afundava em Booker e intensificava seu desejo por Jed a níveis quase insuportáveis. Deus, eu o quero. Com um gemido, Booker enrolou a mão na porta da baia. Mas, em sua mente, ele se aproximava por trás de Jed, envolvia a mão no ombro espesso do homem, e então o surpreendia com um beijo na nuca. Em sua fantasia, Jed pulava um pouco, mas, então, murmurava um Ei lá, Potro, e cutucava a bunda para trás para aconchegar contra seu pau. Jed, então, brincaria sobre ele estar tão faminto de novo tão rápido, depois de ter montado duro a bunda de Jed no trailer apenas uma hora atrás. Mas Jed também tomaria sua mão e o puxaria para a baia para um pouco de jogo no feno. Onde estava; Booker respirou rápido, suas bolas e pênis contraindo em seu jeans, doendo por ação. Ele agarrou a fivela do cinto. No exato momento em que Jed olhou para cima e trancou nele. Oh merda. Fome crua tinha um aperto em seu coração e pau, e seu desejo tinha que estar estampado em cada fibra de seu ser, direto para Jed. Eu não posso deixá-lo ver. Como se fosse um animal sob o cheiro de sua presa, Jed estreitou seu olhar, e Booker se moveu velozmente. Agarrou o carrinho de mão e empurrou o dispositivo vacilante para fora do edifício industrial, em direção à área do composto de adubo, sentindo-se como se tivesse cães

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raivosos tentando derrubá-lo e rasgá-lo em pedaços. Continue andando. Continue andando. Apenas continue se movendo e você vai ficar bem. Após despejar o estrume no galpão de compostagem fechado, Booker, arrastando agora, indiferentemente empurrava o carrinho de volta para o estábulo improvisado de porteindustrial. Passando por uma dúzia de rostos familiares, sorrindo ou balançando a cabeça, quando solicitado, mas a vida que tinha desejado e adorado por tantos anos, agora, por vezes, se sentia como se o estivesse prendendo em um estrangulamento. Ao mesmo tempo, ele sabia que nunca se afastaria. Jed me possui, se ele sabe ou não. “Ei, doçura.” O sotaque familiar de Marcy o empurrou fora de sua espiral fatalista. Ele olhou para cima e encontrou a mulher maternal com um walkie-talkie no cinto e uma prancheta na mão. Jed não estava à vista. Marcy perguntou, “Como a tarde está te tratando?” Sem pensar, Booker franziu a testa e respondeu, “Como um animal de estimação fiel que eu não mereço.” Por trás, uma voz familiar, Tim, encheu o ar. “O que diabos isso quer dizer, Potro?” Booker se virou rápido. “Não” — ele agarrou a camisa de Tim e o empurrou — “me chame assim. Eu não vou avisá-lo de novo.” Tim levantou as mãos em seus lados. “Sim, tudo bem.” Sem se mexer, ele olhou abaixo de seu nariz para a mão de Booker torcida no tecido xadrez cobrindo seu peito, e então fez contato visual de novo. “Solte-me embora, ou eu vou amassar sua camisa também.” Como se estivesse saindo de um transe cheio-de-raiva, Booker sacudiu a cabeça, soltou Tim, e deu um enorme passo atrás. “Merda. Sinto muito.” Sabendo que precisava limpar a cabeça de Jed, Booker ainda não conseguia tirar o homem de sua mente. “É só que...” Porra. Ele estava se perdendo, e não sabia se ele poderia colocar todas as peças juntas completamente o suficiente para voltar à pessoa que sempre tinha sido. Sua pele estava vermelho quente, mas ele forçou-se a erguer o queixo e enfrentar o rosto de Tim. “Peço desculpas por agarrá-lo, mas não gosto quando as pessoas me chamam assim. Ok?”

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Tim parecia que queria que um buraco negro o sugasse para o céu também. “Sim. Eu disse que tudo bem. Não vai acontecer de novo.” Booker entreabriu os lábios para responder, mas Marcy o bateu com o soco. “Antes de enfiar a bota na boca de novo, Tim, siga em frente e diga a seu tio que estamos prontos para ele começar a trazer os animais. E então fique para ajudá-lo a fazê-lo.” Baixando a cabeça, Tim murmurou, “Sim, senhora,” e saiu do edifício. Frio ainda agarrando sua barriga, Booker gritou, “Tim!” Quando seu amigo se virou, ele enfiou as mãos nos bolsos e se curvou. “Eu realmente sinto muito por agarrá-lo assim. Vou te comprar uma cerveja mais tarde para compensar. Eu realmente peço desculpas.” Por mais um instante, Tim manteve a cabeça parcialmente abaixada. Então, ele a empurrou de volta para cima e sorriu de uma forma que o fazia parecer com aproximadamente quatorze anos. “Parece bom, cara. Estamos legal. Mais tarde.” Depois de virar e acenar, ele correu para longe. Sozinha mais uma vez, Marcy apertou o braço de Booker. “Você está bem, doçura?” Aberta preocupação enchia seu olhar. “A maneira como acabou de estalar não é você. E quando entrou antes, você parecia um pouco perdido.” “Venho me sentindo assim um bocado de vezes ultimamente.” “Você ainda está pensando que poderia estar pronto para uma mudança?” De muitas formas, Booker tinha encontrado sua mãe na turnê de rodeio. Só não a sua biológica. Particularmente no ano passado, Booker tinha confiado em Marcy cada vez mais sobre sua inquietude, seus sonhos — menos seus sentimentos por Jed — e sua incerteza sobre a direção de seu futuro. Booker admitiu, “Eu não sei por quanto tempo mais eu posso fazer isso.” Não dito, ele terminou, se Jed não estiver do meu lado. A cada dia que passava, onde Jed falava mais e mais sobre deixar a excursão, Seus pensamentos de um futuro longe do rodeio se expandiam e se enraizavam em seu núcleo. Um evento de alguns meses atrás — um dos muitos convites que Jed havia passado recentemente — picou no cérebro de Booker e reanimou seu coração. “Estive pensando sobre

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aquele jantar que você me convidou para ir com Caleb Hawkins.” Sem mencionar: Seu choque e alegria ao conhecer um casal gay bem sucedido e feliz, Caleb e seu companheiro Jake, neste ambiente hipermacho. “Eu realmente gostei de ouvir sobre o que o irmão e companheiro de Caleb estão fazendo com a reabilitação de cavalos abusados.” Marcy deu à Booker um pequeno aperto. “Eu posso vê-lo se acomodar, possuindo um pedaço de terra, e administrando um bando de cavalos.” Ela o olhou de cima a baixo. Depois de um momento, acrescentou suavemente, “Se você quiser a verdade, eu vejo um rancho como um ajuste melhor para sua personalidade do que uma vida na turnê.” O coração de Booker apertou. “Eu também.” Se apenas Jed quisesse e aceitasse o mesmo. Mesmo apenas como amigos. “Caleb mencionou que tinha terras para o sul, que ele não está usando. Você acha que ele estaria aberto a vendê-las?” Novos planos, novas oportunidades, nova esperança encheu Booker com uma segunda explosão de energia. “Você acha que Caleb estaria aberto a ter uma reunião comigo? Será que ele me apresentaria a Cain e seu companheiro? Eu adoraria estudar seus cérebros e obter mais informações sobre o que eles fazem.” “Ei, ei.” Sorrindo, Marcy ergueu a prancheta como um escudo. “Isso é um monte de perguntas, querido. Demais para eu responder.” Um brilho iluminou seus olhos embora, e ela se ergueu na ponta dos pés enquanto acrescentava, “Eu poderia dar um telefonema para Caleb e ver se ele estaria aberto a conversar com você.” Booker saltou como se tivesse molas agarradas a suas botas. “Você faria realmente?” Ele se atirou em Marcy e envolveu os braços em volta dela em um abraço apertado. “Obrigada.” Quando abraçou a mulher, ele balançou os dois lado a lado. “Você é a melhor.” Marcy puxou para trás, segurou o rosto de Booker, e o olhou com tanta alegria em seus olhos quanto Booker imaginou que sua própria mãe teria feito, se ela tivesse desempenhado um papel mais importante em sua vida. “Querido, é meu prazer absoluto ajudá-lo.” Depois de consultar sua prancheta, ela disse, “Deixe-me passar por este rodeio sem castrar ninguém em minha equipe, e assim que estivermos na estrada novamente, eu farei essa chamada para você.” “Eu posso lidar com isso.”

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Andando de costas, ela lhe disse, “Estou indo verificar meus pequenos touros agora. Espero que eles estejam trabalhando. Se não…” Ela fez movimentos de corte, como tesoura, enquanto saía do edifício. Rindo, Booker acenou. Flutuante de como tudo saía agora, ele se virou para voltar ao trabalho — e quase deu de cara com Jed. O homem levava outro cavalo para a instalação. “Jed.” Mais uma vez, ele devorou o homem rígido com o olhar. Cada linha tensa e inflexível, que tornava Jed quem ele era e encharcava em Booker como a coisa mais duramente linda que ele já vira. “Oi.” Sua voz saiu mais rouca do que ele já ouvira. Com o olhar penetrante, Jed murmurou uma saudação em troca, seu tom malditamente áspero. Merda do caralho. Espessura apertou a garganta de Booker, e o resto de seu corpo se sentiu como se labaredas de sol irrompessem por dentro e o despertasse com vida nova. Se ficasse aqui mais um segundo, ele certamente cresceria visivelmente duro. “Vou pegar outro cavalo.” Ele se esgueirou em volta de Jed sem outro piscar de contato com os olhos. “Vou ajudá-lo. Eu já volto.” Mais uma vez, ele se afastou rápido. A cada dia que passava, Booker achava cada vez mais difícil manter tudo que ele sentia por Jed escondido. Com o peito torcendo ainda mais apertado, cheio de desejo quase insuperável, Booker espremeu através disso e voltou ao trabalho.

***** BOOKER SE AFASTOU do estábulo improvisado com tanta pressa e com tal propósito que não viu Jed estudar suas costas, fixamente, o olhar mortal.

*****

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Mais tarde naquela noite, de volta ao trailer, Jed olhou para Booker pela centésima vez desde o fim do seu dia de trabalho e se perguntou como diabos ele já se considerara seu melhor amigo. Quando pensou de volta sobre o que ouvira hoje, uma nova e desconfortável angustia pesou em seu peito. Sente-se como traição. Jed estremeceu, e a toalha em volta de sua cintura caiu no chão do trailer. De jeito nenhum. Acabado o banho — sempre um companheiro atencioso, Booker tinha lhe deixado bastante água quente — Jed pegou roupas limpas em um armário de cima. De pé entre as duas camas individuais na parte traseira do trailer, ele rapidamente vestiu cueca, jeans e uma camisa xadrez desbotada, e então se sentou na beirada da cama para calçar as meias e botas. Enquanto executava essas tarefas sem sentido, Jed se encontrou olhando na direção de Booker novamente, onde o homem de cabelos escuros estava na área da cozinha, bebericando um refrigerante. Ele vinha trabalhando na mesma lata desde o momento em que Jed voltara para casa quase meia hora atrás. Booker olhava pela única janela que não tinha a sombra desenhada, e seus olhos estavam vidrados, como se ele estivesse um milhão de milhas de distância. Ele pode estar. Pode estar sonhando com algo que você não ouviu passar por seus lábios em quase um ano. Jed fez uma careta; Ele pegou seu reflexo implacável em um armário espelhado e fez outra careta. Ele claramente não tem a confiança e a fé em você como costumava. Hoje provou isso. Novamente, um aperto estranho contraiu seu peito, malditamente quase sufocante em sua pressão. Dessa vez, náuseas rolaram em sua barriga também. Jed não gostou dessa porra nem um pouco. Incapaz de conter a bolha dentro, Jed revelou, “Por que diabos você não me disse o quão perto estava de comprar terras?” Booker levantou a cabeça. E segurou seu olhar em Jed, que avançou emitindo fumaça pelas ventas, movendo-se até que estavam quase nariz-com-nariz. “Você não mencionou comprar terras e partir nem uma vez. Nem nunca.” Jed ainda podia ouvir a conversa de Booker e Marcy tocando em sua cabeça, e seu estômago contraiu como se o otário o socasse tudo de novo. Dor cortava as bordas irregulares em suas palavras, mudando a inflexão de perguntas para acusações. “Por que você não me disse que estava partindo para tocar de cowboy em sua própria

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propriedade? Por que você corre para Marcy para derramar todas essas suas quimeras com ela, e não comigo?” Empinando, Booker olhou para Jed como se ele tivesse enlouquecido. “O que diabos você está dizendo?” “Você me ouviu.” Mostrando os dentes, Jed cutucou Booker no ombro com força. “Por que porra você foi vomitar toda essa merda sobre possuir terras para Marcy, quando você sempre disse coisas assim para mim?” Estilhaços de luz de repente explodiram nos olhos de Booker. “Por que diabos você acha? Escute a si mesmo, e me faça essa pergunta de novo.” Abertamente desafiador Booker arqueou uma sobrancelha escura. “Vá em frente.” “Que porra é essa que você está falando?” Jed tinha tanto fogo em seu tom quanto Booker tinha gelo. “Eu estou fazendo uma pergunta legítima.” “Você não me fez uma pergunta,” Booker cuspiu. “Você me acusou de não te dizer algo, colocando-a para mim como uma pergunta, e fez isso da forma mais condenável possível.” “Não, eu não fiz.” Jed jogou as mãos no ar, pronto para soprar o telhado deste lugar. “Eu só quero saber por que você disse a ela todas essas coisas, em vez de mim.” “Porque você parou de perguntar!” Explodindo do nada, Booker empurrou Jed através do trailer, enviando-o para bater na porta, e sacudiu as paredes com seu grito. “Depois que você zombou de mim, nós paramos de conversar assim!” Vermelho manchou seu rosto, e seus olhos viraram lascas duras de esmeralda. “Tudo que você fala agora é sobre partir — sozinho, não comigo.” Booker torceu a mão na camisa de Jed, e o agarre sólido, direto contra seu coração, queimou sua pele sob o material e o deixou sem fôlego. “Eu não pensei que você desse uma merda para o que eu estava pensando em fazer mais, e você com certeza parou de me dizer qualquer coisa específica e pessoal sobre você, então eu parei de confiar em você.” Jed sugou o ar, sentindo como se Booker tivesse enfiado uma lâmina de esfolar em seu intestino. “Seu filho da puta maldito;” Ele proferiu. “Como ousa dizer que eu parei de compartilhar com você. Eu te digo tudo. Coisas que nunca pensei em contar para outra alma; Eu disse a você.”

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“Mas nem uma palavra sobre seus planos para o futuro,” Booker disse. “E nada mais importa para mim.” Não importa? Nada disso importa? Jed cambaleou e se dobrou como se Booker tivesse torcido a faca, empurrando fundo, através de seu estômago e em sua espinha. Seu filho da puta sem coração. Uma névoa negra de morte pairou como uma nuvem de cogumelo gigante dentro de Jed, aniquilando o frio antes que o mergulho nessa temperatura pudesse se apoderar dele e matá-lo ali mesmo. Com a visão num mar de vermelho, Jed agarrou Booker pelo pescoço e o jogou sobre o sofá estreito, de costas. Caindo agachado, bem em cima dele, Jed o segurou no lugar com uma mão pressionada contra sua garganta. “Eu, porra, te falei sobre meu medo de tempestades e sobre o DNA deficiente que tenho por causa do meu pai, seu idiota.” Vulcões de lava encrustavam cada frase que ele proferia. “Eu nunca disse a ninguém essa merda antes.” Cristo, ele se sentia despojado pra caralho só de lembrar aquela tarde cheia de tempestade, quando dissera a Booker sobre seu pai, sem mencionar mil outras confidências que dera a este homem nos anos que se seguiram. “Você não quer malditamente dizer que eu nunca te disse coisas importantes sobre mim.” Booker rosnou, “Mas você não me dá seu futuro.” “Porque eu não tenho um.” Com essas palavras, cortando-se demasiadamente aberto para este homem, mais uma vez, Jed se afastou e se retirou para o outro lado do trailer, o mais longe de Booker quanto ele podia conseguir. “Do que você está falando?” Num piscar de olhos, Booker saltou de pé e correu para Jed. “Jed —” Parando, os olhos não mais frios, mas agora largos e muito brilhantes, ele pressionou a mão contra a boca, como se pudesse engolir seus comentários de volta para dentro. “Perdoe-me. O que eu disse foi estúpido. Eu sinto muito.” Então, sentindo-se muito exposto, Jed atacou, “Sim, você sente pra caralho, Booker.” Booker se encolheu, mas Jed não se sentiu nem um pingo superior, ou melhor. Eu não posso estar perto dele agora, porra, ou eu poderia matá-lo. Jed pegou a carteira de cima do balcão e se dirigiu para a porta.

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“Espere.” Booker se lançou para Jed. “Onde você está indo?” Evitando suas mãos, Jed disse, “eu preciso fazer sexo.” Ele chutou a porta aberta e desceu os degraus. “Não sei se volto.” Neste momento, Jed se assolava com muitas emoções voláteis sacudindo dentro dele. Ele precisava colocar alguma distância séria entre ele e qualquer coisa que tivesse a ver com Booker West. Se não o fizesse, ele poderia colocar as mãos no homem e não soltar até que o cara estivesse morto. Jed tropeçou. Sentindo-se totalmente abalado, mas se endireitou e continuou andando. Afastando-se da única pessoa que uma vez tinha confiado o suficiente para considerar um verdadeiro amigo.

***** ELE FINALMENTE ME CHAMOU de Booker. E ele odiou. Seu rosto ardia como se o soco tivesse sido atirado em seu rosto. Booker nunca queria que este nome passasse pelos lábios de Jed novamente. Ele nunca se sentira mais separado de Jed do que naquele momento. Booker olhou através da porta aberta para o espaço desocupado onde Jed esteve antes. Se pudesse, ele se bateria pela próxima semana, como castigo por colocar dor nos olhos de Jed. E isso era o que tinha sido demasiado: Dor. Dor real que Booker sabia tinha percorrido toda a distância até o coração ferozmente protegido de Jed. Merda. Booker bateu o punho na parede, desejando que fosse seu próprio rosto. Quando Jed fizera sua acusação inicial, todos os tipos de emoções se romperam em Booker — inclusive, por um breve instante, esperança. Por uma fração de segundo, ele pensou que ciúme alimentava suas palavras duras. Talvez Jed sentisse algo mais do que amizade por ele, e talvez quisesse que eles permanecessem juntos como uma equipe. Mas, na verdade, tinha sido apenas sobre orgulho.

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Jed não estava com ciúmes da amizade de Booker com Marcy. E com certeza não queria Booker do jeito que Booker o queria. Ele só queria toma-lá-dá-cá. Jed lhe dera seus segredos, e claramente se sentiu como um idiota quando descobriu que Booker não lhe dera todo o seu de volta. Mas quando Jed ficou furioso e precisava extravasar suas emoções, ele não quis foder Booker, que era exatamente o que Booker queria, mesmo no meio da briga. Não, Jed queria liberar essas paixões com uma mulher. Porque Jed não era gay. Mas talvez seja hora de eu provar que eu sou. Incapaz de olhar para si mesmo no reflexo do armário, ele pegou a chave. Ele sofria também. Ele doía por Jed por tanto tempo, e teve que trabalhar duplamente duro para manter isso escondido de seu olhar vigilante. E se encontrar o esquecimento em uma mulher era bom o suficiente para Jed, então Booker não deveria se sentir mal por encontrar o mesmo em um homem. Isso foi o que Booker disse a si mesmo, enquanto marchava na noite úmida em busca de um groupie para foder. Exatamente como Jed.

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Capítulo Oito Amaldiçoando baixinho, Jed se empurrou fora da mulher no quarto de motel mal iluminado e enfiou seu pau de volta na calça. Raiva fervente cozinhava dentro dele, e todo seu corpo vibrava com o comando de bater os punhos contra as paredes até rasgar este quarto para o chão. Ele pra caralho odiou tudo e todos, e suas mãos tremiam enquanto empurrava os braços na camisa e tentava abotoá-la. Emoções quase incontroláveis rodavam dentro dele — tal como vinha fermentado por horas — e ele não conseguia fazer a tempestade parar. “Está tudo bem, sabe.” Uma voz feminina rouca — a mulher dissera que seu nome era Jill — encheu o ar enjoativamente perfumado. “Você está muito tenso. Talvez você deva tomar uma bebida. Sente-se por um minuto, e vamos tentar novamente.” Olhando de sua visão periférica, o rosto em chamas com sua humilhação, Jed deu à bela loira na cama um breve olhar. “Você não quer tentar me embebedar. Confie em mim.” Jed já tivera suas duas bebidas limites horas atrás. Ele não precisava que essa mulher o visse puto até o rabo, amargo, como também impotente. Cristo. “Mantenha o quarto toda a noite. Está pago.” Ele puxou o Stetson cinza sobre os olhos e se dirigiu para a porta. “Preciso ir.” “Espere.” Uma ressonância gutural e sexy encheu a voz de Jill — uma qualidade em uma mulher que, outrora, por si só, podia deixar Jed duro, mas, esta noite, não tinha feito nada para agitar seu pênis. “Venha se sentar na cama comigo.” Ela bateu de leve na cama bagunçada. “Podemos conversar.” Fervendo por dentro, mas incapaz de direcioná-lo para seu pau, Jed rosnou sua frustração. “Não preciso de conversa.” Da cama, Jill murmurou, “Sim, mas você não conseguiu fazer a coisa que realmente precisa, então…” Apertando os olhos fechados, Jed esmagou a maçaneta da porta com os dedos.

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Uma vez que sua garganta relaxou o suficiente para falar, Jed disse; “Boa noite,” e abriu a porta, deixando a noite estrelada e versos suaves de música country do bar no caminho entrar no quarto silencioso. Jill correu pelo quarto, segurando um lençol na frente do corpo nu, e agarrou o braço de Jed antes que ele pudesse sair. “Sinto muito. Eu deveria ter segurado minha língua agora.” A pena só fortaleceu o veneno correndo através de sua corrente sanguínea. “Por quê? É a verdade.” Muito disso por aí esta noite. Com esse pensamento, o portão dentro de Jed se abriu uma fração mais, e visões de Booker o inundaram. Quando a memória do desligamento de Booker de sua amizade o sufocou, ele ferveu ainda mais quente. E bufou quando estudou a adorável Jill. A visão dela — e o conhecimento de que não pôde fazer acontecer com ela — torceu a faca mais profunda em seu corpo. “Você é uma mulher bonita com uma personalidade assassina e um corpo quente louco, e eu não consegui ficar duro o suficiente para te foder. Verdade simples, dita com honestidade.” Deus sabia que honestidade tinha conduzido tudo que Jed dissera esta noite; Nenhuma necessidade de parar agora. “Eu. Não. Consegui. Te. Foder.” Cada palavra era um prego que Jed martelava em seu intestino. “Ponto.” Jill ainda segurava o lençol contra os seios. “Isso acontece com muito mais caras do que você imagina.” Com dentes cerrados, Jed relampejou um duro e afiado meio-sorriso. “Mas nunca aconteceu comigo. Mas ei, aproveite o quarto. Chame alguns amigos. Faça uma festa. Eu vou tomar aquela bebida, depois de tudo.” Jed saiu antes que Jill, uma mulher que ele nem sabia que existia cinco horas atrás, pudesse dizer outra palavra e abrisse a porta para que ele despejasse sua alma. Ele nunca tinha feito isso. Com ninguém. Conforme caminhava para o bar, uma voz em sua cabeça sussurrou; Você fez com Potro. Jed fez uma careta e ordenou ao idiota em seu cérebro que calasse a boca.

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Olhos fechados, com o rosto enterrado na curva do pescoço e ombro masculino, Booker esfregou seu pau mais e mais forte contra o homem debaixo dele. Mais e mais rápido, a torção de prazer rasgou por seu pênis, puxou suas bolas, e percorrer sua espinha. Empurrando-se de cabeça no lançamento, Booker mordeu o pescoço do homem, o movimento enchendo o grito que ele precisava levar de volta para dentro de seu corpo, escondido, onde deveria permanecer. Um choque de calor atravessou seu Booker, e uma fração de segundo depois ele enfiou os quadris contra seu parceiro e ejaculou na barriga do homem. Ohhh porra… Jed. O nome que Booker não podia deixar escapar de seus lábios, ainda soou em sua mente. Uma imagem do homem duro morava lá também, como sempre fez. O desejo sem limites por Jed esmagando sua alma tanto quanto ter um orgasmo enquanto se esfregava contra outro homem disparou euforia por seu ser. Debaixo de Booker, o homem loiro — Ellis, ele disse que era seu nome — se contorceu contra ele, ainda claramente lutando para encontrar sua liberação. Merda. Já se odiando, desejando que nunca tivesse entrado neste quarto de motel bolorento, Booker manteve o rosto curvado, escondido, mas enfiou a mão entre seus corpos e envolveu o pau de Ellis em um aperto avarento. Apenas um aperto no eixo fez Ellis sacudir. Implacável em suas ações, Booker agressivamente abriu caminho para baixo, espalmou as bolas inchadas do homem, deu-lhes um puxão, e depois bombeou seu pau. O eixo já estava escorregadio com pré-semem. Com três golpes duros no pênis, Ellis exalou ofegante e se derramou nos dedos de Booker. Segundos depois do orgasmo de Ellis, com o homem ainda tremendo, Booker saiu da cama. Afastando-se, assim que seus pés calçados com as botas bateram no chão, ele puxou o jeans de acima dos joelhos, abotoou e ajeitou o cinto de volta. Chegando aos pés da cama, rapidamente ele pegou a camiseta e trabalhou o algodão macio sobre a cabeça tão rápido quanto podia. Eu tenho que sair daqui. Agora. Booker correu para a saída. “O-obrigado. Você foi ótimo.” Inferno santo, sua primeira experiência homossexual, e não conseguia sequer fazer contato visual com o cara. “Não se apresse. Eu paguei por duas horas. Você não tem que correr.”

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“Você tem medo de foder ou algo assim?” Ellis perguntou, e a pergunta tão crua finalmente fez Booker zerar no homem ainda deitado na cama. “Eu tenho preservativos, e estou limpo de qualquer maneira.” Olhando para o loiro compactado e em forma, Booker tentou falar duas vezes antes de conseguir finalmente estalar, “Não é isso. Eu tenho que ir.” “Quando você me pegou, eu meio que pensei que teria um pouco mais.” Ellis arqueou a sobrancelha. “Você nem sequer me beijou.” Inferno não. Booker estremeceu. Ele havia cedido a essa pancada e esmerilado, numa tentativa de se igualar com Jed, mas não podia fazer-se beijar este homem. Eu pensei que podia fingir, mas ele não é Jed. Culpa imediatamente esmurrou sua garganta. “Booker?” Ellis quebrou o silêncio. Quando não respondeu imediatamente, ele acrescentou, “É este o seu nome, certo? Booker?” O homem questionando seu nome — depois de terem acabado de esfregar seus pênis um contra o outro, pelo amor de Deus — bateu Booker totalmente de volta para o momento e realidade. “Sim, desculpe. O que aconteceu aqui esta noite… Peço desculpas se te fiz pensar que seria algo mais.” Empurrando-se contra a cabeceira, Ellis puxou um joelho, mostrando todo o seu negócio, claramente confortável com sua nudez e sexualidade. “Se é por que você é virgem e com medo, você pode foder. Eu curto ter um pau em minha bunda também.” Puta merda. A imagem, com a voz masculina ligada, agitou o eixo de Booker. Ele não podia negar seu desejo físico pelos homens. Mas o visual diante dele, uma beleza masculina compacta e esbelta, em vez de musculosa e alta, estava toda errada da imagem crua e sexy que sempre vivia em sua mente e alma. Ele esfriou mais uma vez. “Nós dois gozamos.” Booker deu de ombros, sem explicações — ou pelo menos alguma que estivesse disposto a compartilhar. “Sinto muito se não aconteceu do jeito que queria.” “Eu gostei muito. É por isso que quero mais.” Ellis sorriu então, tão grande e real que qualquer homem gay de valor alegando ser tal; Cairia direto na cama e alegremente perfuraria o rabo apertado borbulhante que ele oferecia de boa vontade.

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Booker só disse, “Desculpe. Adeus.” Então, antes que o olhar castanho doce e penetrante de Ellis pudesse injetar ainda mais autoaversão em sua corrente sanguínea, Booker conseguiu o inferno fora do quarto de motel. Descendo a escada de concreto tão rápido quanto suas pernas podiam levá-lo, e então trocando para algo prestes a uma corrida enquanto atravessava o estacionamento e se dirigia para a rua principal da cidade, o tempo todo sentindo como se tivesse mil mustangs selvagens se lançando sobre suas costas, todos os quais iriam pisoteá-lo se ele não encontrasse um lugar seguro para se agachar e se esconder. Tremores cheios de culpa atravessavam seu sistema, fazendo-o suar e estremecer. Sabendo que quando chegasse ao trailer precisaria de um banho, mas que não seria capaz de se olhar no espelho acima da pia quando se despisse. Oh Deus. Por que eu fiz isto? Embora ele e Ellis pudessem não ter estado juntos naquele quarto de motel por mais de dez minutos, o cheiro do cara ainda se agarrava em sua pele. Cada molécula de feromônios de Ellis que se prendia em sua carne gritava traição para qualquer um que se preocupasse em ouvir. Então, muito irracionalmente, Booker soube com certeza que se deparasse com Jed direto neste segundo, ele detectaria outro homem em Booker e saberia que Booker não tinha sido fiel a ele no verdadeiro sentido da palavra. Não importava que Jed nunca tivesse lhe pedido fidelidade; Só importava que seus sentimentos lhe dissessem que ele deveria ser fiel a Jed, e que ter ignorado essa voz colocaria marcas negras em sua alma. Mas ele não te quer desse jeito, e nem faz ideia de que você quer. Mesmo quando esse pensamento encheu o coração de Booker com dor esmagadora, ele esfregou as mãos contra o jeans, desesperado para tirar o esperma de Ellis de seus dedos. Incapaz de conter o tumulto de sentimentos, um soluço irrompeu, dando voz à dor silenciosa que se inflamava a tanto tempo dentro dele. Eu não posso continuar fazendo isso. Booker sacudiu a cabeça, negação percorrendo seu sistema e o deixando frio. Mas para fazer isso parar, você teria que deixar Jed, se afastar para sempre.

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Gritando “Não!” Enquanto corria, seu coração partiu na simples ideia de sair do lado de Jed — mesmo com a briga que tiveram esta noite — Booker correu pela estrada, inconsciente de para onde corria. Cego para qualquer coisa além de sua dor, Booker se moveu sem pensar. E na escuridão, na estrada improvisada que levava aos reboques, um caminhão derrapou no caminho de terra. Antes que Booker pudesse processar a presença do veículo, ele se chocou contra ele e o mandou voando pelo ar. Dor atravessou o lado de Booker. Uma explosão de fogo balançou seu corpo, tanto que ele não pôde sequer abrir os lábios para gritar. Escuridão se abateu sobre ele, ferindo todo seu ser, e o arrastando para um mundo de breu. Onde está você, Jed?

***** Duas cervejas adicionais agora nele, gritando acima da música alta e multidão barulhenta, Jed agarrou o punho no touro mecânico e jogou a outra mão no ar, o gesto afugentando o balanço da máquina. Cada empurrão do touro o girava ao redor e transformava o bar e sua multidão em um borrão listrado de cor e luz. Com outro grito, ele acolheu a desorientação e vertigem que tornava mais difícil pensar ou se concentrar. “Acione isso no alto!” Jed enviou a ordem através do ar para o funcionário controlando a velocidade de torção da máquina. “Venho fazendo essa merda minha vida inteira! Dê-me um desafio!” O cara na caixa gritou, “É pra já, idiota!” Antes de Jed poder gritar, “Filho da puta!” Em retorno, o touro mecânico arrancou na direção oposta com velocidade incrível e rasgante. Agarrando-se quando a máquina chicoteou seu corpo para frente, e depois para o lado, e para frente novamente. Com os dedos brancos contra o metal escuro do punho, ele lutou contra o impulso de cada turno, empurrando em todas

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as direções, embora uma parte sóbria de seu cérebro soubesse que precisava se mover com o animal e não contra ele. De alguma maneira, porém, ele conseguiu se agarrar, e a multidão subiu em um rugido. Sorrindo, sentindo-se malditamente bem pela primeira vez esta noite, Jed puxou o chapéu da cabeça e o acenou no ar, gritando o tempo todo. De repente, a hidráulica sob a armação do touro disparou a extremidade traseira do dispositivo em direção ao teto. Em um piscar de olhos, o touro mecânico arremessou Jed pelo ar. Ele navegou em um arco através do curral e aterrissou com um baque, batendo contra a esteira de vinil almofadada que cobria cada centímetro quadrado do ringue de montaria. Porra. Fazendo uma careta, dando-se um punhado de segundos para limpar o zumbido na cabeça, Jed descascou o rosto fora do tatame bege pegajoso, levantou-se com a ajuda dos degraus do curral, e apontou no cowboy controlando o touro. Com o lábio rasgando para trás em um rosnado, Jed agarrou o Stetson da esteira, instalou-o sobre a cabeça, e disse em um tom cortante, “Vamos fazê-lo novamente.” “Entre na fila, amigo,” o cara respondeu. “Assim como todos os outros.” Filho da puta. Calor novo atravessou Jed, e ele cerrou os punhos. O formigamento para bater em alguma coisa se originou em suas mãos e rapidamente varreu por seus braços. Um estrondo profundo reverberou de seu núcleo, e ele começou a se mover em direção ao imbecil. “Jed! Jed!” Marcy, um grito agudo em seu tom, atravessou o alarido de todos os outros no bar. “Jed! Pare!” Alguém tentou agarrar seu braço, mas ele empurrou a pessoa longe. Marcy gritou, “É Booker —” Entrando em erupção com um som similar a um leão enfurecido, Jed se virou e enfiou o dedo na cara de Marcy. “Agora não, Marcy.” Foda-se. Olhar para ela cavava cada palavra amarga que tinha trocado com Booker, e ele já enfrentava uma corda tênue em seu controle. “Só posso lidar com um idiota de cada vez.” Batendo sua mão longe, Marcy inverteu os papéis e se debruçou nos degraus do curral para entrar na cara de Jed. “Ele sofreu um acidente!” Sóbria como um ataque cardíaco, ela agarrou sua mão e apertou. “Booker foi atingido por um caminhão. Ainda agora.”

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Potro? Ferido? Todas as endorfinas e adrenalina de montar o touro momentos atrás sangraram pelas extremidades de Jed e o deixaram gelado. “O quê?” De jeito nenhum. Ele tropeçou, suas pernas nem um pouco firmes. Com um aceno, Marcy compartilhou, “Estava escuro. O cara não viu Booker a tempo para frear. Seu amigo reconheceu Booker e tentou chamá-lo. Peguei seu telefone quando tocou.” Ela entregou o celular para ele. Cristo, Jed não conseguia sequer se lembrar de tê-lo deixado na mesa. Marcy empalideceu enquanto acrescentava, “Ele disse que parece bem ruim, Jed.” Jed podia ouvir as palavras saindo da boca de Marcy, mas quando elas tentavam afundar além do nível mais básico de compreensão, seu cérebro não conseguia processar tais informações como verdadeiras. “O quê?” Ele repetiu, abrindo, mas, em seguida, fechando a boca quando tentou formar palavras diferentes. “O quê?” Marcy apertou sua mão fria mais uma vez. “É aqui perto, querido. Mais acima.” Pegando seu braço, ela o guiou sobre as barras do curral. “Vou levá-lo até lá agora.” Sua mente ainda rechaçando as informações dadas com gritos silenciosos de negação — Potro não está ferido, porra nenhuma! — Jed se deixou ser conduzido para fora do bar barulhento.

***** Minutos depois Jed não esperou Marcy parar o carro antes de chutar a porta do lado do passageiro aberta, atira-se para fora, e partir em uma corrida. O piscar de luzes de uma ambulância e carro da polícia iluminavam um grupo de curiosos, alternando com tons de vermelho e azul e lançando as pessoas em luz grotesca, fazendo com que a realidade da situação batesse através de Jed com a força e velocidade de um furacão descontrolado. Potro. Empurrando sua passagem pela multidão, um rugido de negação ficou preso em sua garganta quando o homem mole e ensanguentado ligado a uma maca entrou em vista. Não! “Potro!” Algo entre um coaxar e um grito alegou o controle de Jed, mas ele continuou se movendo. Cristo, a quantidade de sangue saturando o corpo de Booker — um paramédico já

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havia rasgado metade de suas roupas — cortes iguais aos talhos abertos dentro de Jed, fazendo-o sentir como se estivesse sangrando sobre o lençol branco, tanto quanto Booker estava. Dois paramédicos ergueram Booker — Cristo, ele parece tão quieto — para a ambulância no momento em que Jed alcançou o veículo. “Espere.” Jed agarrou a maçaneta e içou-se antes que a segunda porta pudesse se fechar. Quando um paramédico corpulento o bloqueou de fazer algo mais do que ficar um pé atrás sobre o degrau, Jed rosnou, “Deixe-me entrar.” Poucos centímetros o separavam de chegar à Booker; Tinha que tocá-lo para se certificar de que ele ainda estava vivo. Os pelos de Jed arrepiaram, e com outro grunhido, ele empurrou contra o homem maior. “Eu sou seu amigo. Eu vou com ele.” “Senhor.” O cara se manteve firme. “Volte. Você não pode entrar no veículo.” “Mas você precisa de alguém para autorizar a cirurgia ou tratamento para ele,” Jed argumentou, mesmo quando o paramédico o empurrou com sucesso para o chão. “Este sou eu.” Ele agarrou a maçaneta da porta para puxar-se de volta. “Eu sou seu contato. Eu sou o listado para dar o consentimento.” “Então siga em seu carro e esteja lá quando for necessário,” o cara disse quando o motor acelerou. “Você não pode vir na ambulância. Não é permitido. Discutindo comigo só está nos atrasando.” “Mas —” Um policial veio ficar à esquerda de Jed, mas Marcy o agarrou pela direita e assumiu o controle. “Sim, tudo bem. Vocês vão. Cuidem de nosso amigo. Eu vou levar este aqui para o hospital.” O paramédico olhou e falou direto com Marcy. “Estamos levando-o para Jefferson County. O hospital local não está equipado para lidar com isso. Ok?” Com os dedos ainda cavados no braço de Jed, Marcy o puxou para ainda mais longe. “Sim. Vá. Vá.” Ela acenou. O paramédico bateu a porta, e a ambulância se afastou antes que Jed pudesse articular outro protesto.

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Jed entreabriu os lábios para avançar em Marcy por interferir — ele malditamente bem poderia ter se metido naquela ambulância com Booker — quando ouviu alguém dizer, “Eu juro que não o vi. Essa estrada é longa e escura como breu à noite. De repente, ele estava bem na minha frente, tão perto que eu não tive tempo de desviar o suficiente para não atingi-lo.” O significado nessas frases se chocou contra Jed. Em um instante uma onda de escuridão consumiu cada parte de seu corpo e alma. Ele avançou através de uma justificação e se lançou no dono daquela voz miserável, agarrando-o e batendo ambos no carro. Ele enrolou a mão na camisa do cara e o bateu contra o veículo. “Seu filho da puta.” Jed tinha o próprio inferno trabalhando com ele. Alguém o agarrou por trás e o puxou, mas ele continuou a sussurrar violentamente, mesmo quando outros o arrancaram com sucesso para longe. “Você fez isso com ele. Você feriu Potro.” O cara — um garoto, na verdade — já branco como fantasma, ficou cinza pálido. “Eu não o vi rápido o suficiente. Eu não estava bebendo. Eu não estava no telefone com ninguém. Foi um acidente. Eu juro. Nós pedimos ajuda o mais rápido que podíamos.” As narinas chamejando, mal conseguindo uma respiração limpa, Jed rosnou. Cristo, tanto sangue cobria Booker em cima daquela maca; A incapacidade de Jed de sarar Booker imediatamente ele mesmo, o fez tremer de raiva impotente. “Se ele morrer,” Jed ameaçou, “eu vou te caçar e colocar em uma cova ao lado dele. Eu juro por Deus que vou.” Com tom abafado, Marcy disse; “Jed,” e puxou forte em seu braço. “Pare.” “Senhor.” Um policial uniformizado entrou na linha de visão de Jed. “Você quer tomar um fôlego e ir embora, ou eu tenho que prendê-lo esta noite?” “Você não precisa prendê-lo,” Marcy respondeu por Jed. “Ele só está chateado. Ele não quis dizer isso.” “Eu quis.” Jed olhou direto para a pessoa que machucou Booker e se divertiu em imaginá-lo tão sangrento quanto, por suas mãos. “E eu vou.”

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“Ele não vai.” Dessa vez, Marcy segurou Jed em torno da cintura e o forçou a dar outro passo longe da situação. “O cara que foi atingido é seu melhor amigo. Ele está meio bêbado, e está assustado. Isso é tudo.” O oficial bloqueou o garoto da visão de Jed. “Vá embora, senhor. Agora.” Ele então mudou seu foco para Marcy. “Mantenha o controle sobre ele, ou terei que deixá-lo sóbrio durante a noite na prisão.” Marcy assentiu. “Vamos, Jed. Precisamos ir para o pronto-socorro.” Ela entrou na frente de Jed, sacudiu-o, e o fez encontrar seu olhar pálido impassível. “Booker precisa de você ao seu lado, não lutando esta batalha e se colocando na prisão.” Potro. Mais uma vez, a imagem de um Booker quebrado e ensanguentado encheu sua mente, e a estabilidade deixou seu corpo. Sob uma nova e sufocante constrição em sua garganta, Jed perdeu a voz também. Apenas capaz de acenar agora, ele deixou Marcy ajudá-lo até o carro. Espere Potro. Se o pior acontecesse e a última lembrança de Booker de Jed fosse uma briga entre eles, que quase viera a golpes físicos, Jed nunca se perdoaria. Espere cara. Fechando os olhos, Jed recostou a cabeça contra a janela lateral do passageiro e começou a conversar com seu único amigo real. Eu estou indo. Eu estarei aí logo.

***** Na calada da noite, só Deus sabia que horas eram; Jed se sentou ao lado de Booker. Marcy, e sua incrível capacidade de fazer alguém ver seu lado da razão, tinha convencido a equipe do hospital de final de noite para deixar Jed ficar na sala de recuperação com Booker, enquanto o homem inconsciente se recuperava dos efeitos da cirurgia. Uma pequena luz acima da cama lançava um feixe ovalado sobre o corpo de Booker, destacando um homem enfaixado e não mais sangrento, mas ainda muito quebrado. O lado esquerdo de seu corpo claramente tinha tomado o impacto do caminhão. Arranhões longos e feios riscavam esse lado de seu rosto. Os médicos tinham engessado seu braço da mão até acima

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do cotovelo — três fraturas nos ossos. Gazes cobrindo seu torso, lá para proteger as lacerações de infecção, o fazia parecer meio com uma múmia. Ele também tinha quatro costelas quebradas, uma das quais os médicos informaram a Jed e Marcy quase havia perfurado um pulmão. O contato com a para-choque do caminhão fizera um corte profundo em sua coxa, dezenas de pontos foram necessários para tapar a ferida. Jed só podia ser grato que o metal não tivesse cortado a artéria principal da perna de Booker; Apenas uma pequena mudança na forma como ele estava em relação ao caminhão, o impacto poderia ter terminado de forma bem diferente, com Booker sangrando naquela estrada de terra, sem ninguém que se importava com ele ao seu lado. Cristo. Pressão quente empurrou atrás dos olhos de Jed, forçando as lágrimas que ele manteve com sucesso escondidas dentro por horas. Mapeando os ferimentos de Booker uma e outra vez, cada vez se repetindo como o mero acaso permitira que ele enganasse a morte, derrubava a parede de tijolos que Jed tinha erguido em torno de si mesmo, a fim de passar horas à espera em uma sala de emergência. Sem saber o que estava acontecendo a Booker atrás de portas fechadas, ele havia empregado sua força de vontade para além do que jamais pensara que possuísse, contando com um controle interno que, de alguma maneira, o impediu de quebrar todas as portas entre ele e Booker, com uma demanda para fazer a cirurgia ele mesmo. Eu cuido dele. Ninguém mais sabe o que ele precisa, senão eu. Apertando os olhos fechados, espremendo de volta o fluxo de lágrimas com pura determinação, ele se curvou e enterrou o rosto contra a cama ao lado do braço engessado de Booker. Por favor, fique bem. Jed enrolou a mão contra o baixo ventre de seu amigo, um dos poucos locais não cobertos com bandagens, e absorveu a sensação de carne e sangue quente sob sua palma, algo que penetrou de outra maneira e levou para casa que Booker ainda estava vivo. A verdade era que, por mais que Jed dissesse a si mesmo que era a pessoa com mais conhecimento e superioridade, e que era o responsável por sua parceria de duas pessoas, era Booker quem realmente o mantinha são. Era Booker realmente quem cuidava dele em uma miríade de formas, todas as quais tinham melhorado sua vida, quase a partir do momento em que se conheceram. Booker o havia atraído a ser mais social. Quando um humor negro o atingia, Booker raramente o deixava se esconder. Ele tinha um jeito de fazer Jed sorrir, por vezes, nas

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mais tolas ou simples pequenas formas. No final de um dia de trabalho, Booker, às vezes, entrava no trailer e lhe atirava um pacote de carne seca — o lanche criminoso favorito de Jed — apenas por isso. Ou Jed ocasionalmente acordava de manhã, sabendo que era sua vez de limpar o trailer, apenas para encontrá-lo cheirando a limões, porque Booker tinha cuidado disso ele mesmo. Booker o fazia se sentir… Humano. Ele fazia com que Jed se deparasse como humano e acessível às pessoas ao seu redor, com quem tinham que interagir todos os dias. Rouco como o inferno, Jed sussurrou, “Você não pode morrer.” Com o rosto ainda enterrado, ele empurrou a mão através da carne quente e firme de Booker e agarrou a cintura do homem, segurando apertado. “De alguma forma eu costumava fazer isso, mas não sei como eu conseguiria viver mais sem você. Ninguém me quer por perto. Isso é certo.” Uma bolha de riso empurrou muco do nariz de Jed. Limpando-o no lençol, ele compartilhou, “Porra, eu não quero estar perto de mim, não se eu caísse de volta a ser aquele outro cara. Aquele…” Raias de medo gritaram através de Jed, apertando sua garganta como se lhe dando uma ordem para recuar, mas as rachaduras na parede já haviam se tornado buracos, muito danificados para reparar. “Aaquele... Aquele idiota solitário que eu era sem você, antes de você se enfiar dentro daquele trailer comigo, fazendo tudo melhor. Se você me deixar, porra, Potro” — cada palavra arranhava através de Jed como se composta de cacos de vidro — “eu vou te odiar para sempre.” Foi então que dedos roçaram sua testa — oh foda-se, Potro — o toque tão suave que sacudiu um tremor através de Jed. Então, Booker enterrou a mão em seu cabelo e apertou. Jed virou a cabeça para o lado, assim que Booker sussurrou, “Ei. Shh. Shh.” Ferrugem secava sua voz, e seus olhos pareciam brilhantes demais, mas, Cristo, a visão de Booker acordado arrancou um soluço de Jed. “Eu sou feito de um material mais resistente que isso. Você deveria saber.” Suas pálpebras tremularam, e ele tossiu, mas seu olhar de puro verde limpou quando ele disse arenoso, “Foi você quem me fez. Eu sou forte por causa de você.” Palidez demais e muitas contusões ainda cobriam Booker, e muitas ataduras e ossos quebrados ainda agrediam a psique de Jed onde quer que ele olhe, tanto que ele ainda não podia acreditar que a vida brilhando nos olhos de Booker era real.

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“Não me deixe,” Jed implorou, com a voz tão áspera quanto ele jamais ouvira, mas fora de seu controle. “Não morra.” Com a mão ainda emaranhada no cabelo de Jed, Booker fechou os dedos em um punho e o puxou para perto. “Nunca.” Com essa promessa, mais claridade brilhou nos olhos de Booker. “Eu nunca poderia deixá-lo.” “Bom.” Jed balançou a cabeça, o movimento agitado. Ele bateu na umidade riscando seu rosto. “Bom.” Booker piscou; mais pesadamente dessa vez, e um segundo depois seus olhos se fecharam. “Vou dormir. Dói.” Todo seu rosto comprimiu, e um pequeno gemido escapou. “Tão cansado.” Jed prometeu, “Eu estarei aqui quando você acordar.” Ele manteve um aperto segurando Booker em torno do meio também. Um inferno de uma bagunça, de uma maneira diferente de Booker, Jed se afundou para o lado da cama de hospital de Booker e se preparou para uma longa noite.

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Capítulo Nove Quando Booker se aproximou do trailer, ele exalou — quase regular e fácil — e era como se cinquenta quilos se erguessem de seus ombros. Estou de volta. Logo em seguida, um formigamento em seu cotovelo, algo que o fez querer rasgar sua pele para aliviar a coceira infernal, o teve fazendo uma careta para o gesso ainda cobrindo seu braço. Mais ou menos. Quase duas semanas se passaram desde o acidente, e hoje os médicos oficialmente lhe deram o ok para sair. Ou melhor, Booker tinha basicamente lhes dito que estava saindo; Ele não deixaria o rodeio se mudar para a próxima cidade sem ele. A equipe médica tinha lhe palestrado sobre os prós e contras para o próximo mês de seus cuidados, e então o liberado. Agora, quando destrancou o trailer e entrou, seu suspiro se aprofundou para um gemido. Estou em casa. Os cheiros limpos e lavados de sabonete e xampu enchiam o interior da cabine — marcas de Jed — e Booker soube que o homem tinha tomado banho recentemente, provavelmente, minutos atrás. Jed não estava em lugar nenhum do trailer, porém; Booker sentiu o vazio imediatamente, e seu peito doeu mesmo quando entendeu por que Jed não estava por perto. O dia de trabalho havia começado. Booker não estava tecnicamente programado para voltar a trabalhar por mais algumas semanas, mas ele queria passear e testar seus limites; Ele queria saber o que poderia fazer durante esta fase de sua recuperação. Seus patrões lhe deram o ok para vagar ao redor, descobrir coisas — com bom senso, eles advertiram — e então voltar a eles com suas descobertas. Lesão ou não, Booker não tinha nenhuma intenção de cair para o nível de empregado inútil. Mas, inferno, ainda que fosse o tipo de pessoa que não dava a mínima para isso, ele estivera malditamente entediado sentado em uma cama de hospital por doze dias sem nada para fazer. Especialmente sem a visita de Jed. Booker fez uma careta enquanto mancava até o quarto, mas determinadamente ignorou a punhalada mais profunda e mais dolorosa em seu núcleo, uma dor constante, que se espalhava

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através dele toda vez que pensava no abandono de Jed com ele depois daquela primeira noite em recuperação. Ele não vira o homem desde então. Mas, merda do caralho, sensações fantasmas de escovar os dedos pelo cabelo surpreendentemente sedoso de Jed ainda vivia em suas mãos, e ele nunca seria capaz de apagar a imagem de Jed despedaçado, ou de ouvir sua voz quebrada quando ele pensou que Booker ia morrer. Ele se importa. Ele se importa de uma maneira que alcançou em sua alma. Naquele momento, ele mostrou. Desde então, o homem se tornara um ilusionista, desaparecendo com sucesso completamente da vida de Booker. Por apenas uma noite, porém, enquanto atolado na dor física mais profunda que já sofrera, Jed permaneceu com ele, segurando-o, orando por ele, e Booker nunca se sentira mais seguro ou mais em paz em sua vida. Então, a luz do dia tinha chegado, varrendo Jed para fora junto com a escuridão. Mas por aquela uma noite, ele foi meu salva-vidas. Eu acho que fui o dele também. Com um gemido, Booker usou a mão boa para coçar através do cabelo. Ele não tinha nenhuma pista do que pensar sobre mais nada, muito menos sobre Jed e seu comportamento confuso. Portanto, não pense nele. O trabalho é o que mais importa agora. Foque-se em provar que ainda pode ser útil. Usando um lado, Booker estendeu a mão para os armários acima da cama. Se ele tinha a intenção de funcionar sem assistência, precisava começar a praticar imediatamente.

***** MERDA. SE JED ficasse mais distraído, ele poderia se esquecer de se vestir de manhã. Hoje ele tinha saído para o trabalho sem o relógio ou uma bandana. Ontem ele tinha trabalhado por mais de uma hora antes de perceber que não estava com seu Stetson. E ele nunca se esquecera de seu chapéu. Nunca.

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Amaldiçoando, Jed caminhou para o trailer. Quando a porta se fechou atrás dele, ele olhou para cima, e o fôlego vazou direto de seu corpo. Porra. Booker estava no quarto, usando apenas uma cueca. Gaze ainda cercava sua coxa esquerda, também seu torso, e um gesso escuro envolvia todo seu braço esquerdo. Mas essas lembranças dos ferimentos de Booker não foi o que deixou sua boca seca. Não, Jed só viu os ombros mais largos do que eles seguramente já foram antes, bíceps e antebraço forte, um peito e barriga lisa, e coxas musculosas. A pele de Booker estava mais pálida que a de Jed, mas de alguma forma perfeita. Merda do caralho. Quando Booker tinha preenchido tão completamente que não só ultrapassara o físico de Jed, mas de quase todos os outros trabalhadores e cavaleiros na turnê do rodeio também? Quando ele se tornou tão bonito? A pergunta bateu através de Jed, esmurrando-o direto no peito. Ele é um cara, porra. Mesmo enquanto esse pensamento penetrava na cabeça de Jed, lembranças das poucas fantasias que ele teve sobre Booker o atacaram, e ele não conseguiu desviar o olhar. Uma pequena voz, uma que vinha se elevando em sua cabeça por semanas, sussurrou; Meu Potro. Enrijecendo, Jed enfiou o punho contra o balcão. Não. Não meu. Ele perfurou os dedos contra a superfície, duro, até que o mantra se enraizou em seu cérebro. Booker olhou para cima, e um pequeno sorriso ergueu o canto de sua boca. “Oi.” A qualidade rouca em seu tom percorreu Jed como um incêndio, lambendo através de sua corrente sanguínea. Jed rangeu os dentes e silenciosamente lutou contra o calor enchendo seu corpo. Então, o rosto de Booker se comprimiu. A cor fugiu de sob os arranhões ainda se curando, e ele tropeçou para se sentar na beirada da cama. Pensamentos confusos e amorosos esquecidos, Jed correu para Booker e se ajoelhou na frente dele. Sua memória vívida de acordar apenas uma hora atrás e pensar, Ele vai estar em casa em dois dias — uma contagem regressiva que ele vinha jogando em sua mente todos os dias desde o acidente de Booker — inundou seu cérebro. “O que você está fazendo aqui?” Cristo, tão perto, Jed absorveu todos e cada um dos danos do homem como tinha feito na noite do acidente. Um medo terrível havia tomado o

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controle de seu corpo e alma no hospital aquela noite; E arranhava agora para sair novamente. Não. Empurrando-se longe do quarto tão rápido quanto correra para Booker, Jed foi até a pequena geladeira do trailer. “Você ainda deveria estar no hospital.” Ele pegou uma garrafa de água. “Você não está pronto ou forte o suficiente para começar a trabalhar de novo.” Booker ficou de pé, mas sua mandíbula apertou visivelmente com o esforço. “Eu não precisava estar naquele lugar mais. Eu tinha que sair.” Jed lhe entregou a garrafa de água. “Mas você não está pronto para trabalhar.” Lascas de gelo brilharam nos olhos de Booker. “Eu estou pronto.” Seu tom, mais duro e mais firme do que Jed jamais ouvira, sentiu como um bofetão no rosto. “Este é o lugar aonde vou me curar melhor. Este é o lugar onde pertenço.” Sua boca puxou para uma linha fina e pálida. “Com o rodeio. A escolha é minha, e só minha. Eu sei o que é melhor para mim.” A finalidade curta no tom de Booker — algo que dizia que Jed não era bem-vindo a expressar sua opinião — abriu um buraco em seu núcleo. Ele se afastou do homem. “Ok.” A necessidade súbita de se ocupar teve Jed revirando armários e sua única gaveta. “Só voltei para pegar meu relógio e bandana de qualquer maneira. Vou pegá-los e sair de seu caminho.” Depois de vasculhar a gaveta estreita, Jed voltou para procurar uma bandana. Caralho, por que não podiam manter o controle de onde colocavam a pequena pilha de lenços? Não tendo sorte em seus armários pessoais, Jed se moveu pelo resto do trailer e começou a verificar outros cantos e recantos. Movendo-se de forma rápida e furiosamente, sem astúcia, mas ele não conseguia comandar suas mãos e mente a desacelerar. Deus, Potro poderia muito bem ter me empurrado para fora do quarto. Jed corou, podia fodidamente sentir seu rosto queimando, e odiou. Eu preciso sair daqui. Procura pela bandana abandonada, Jed se dirigiu para a porta. Assim que a abriu, de sua visão periférica, ele pegou Booker tombado de lado sobre a cama enquanto lutava com um par de calças de moletom. Porcaria. Ainda se sentindo chutado nas bolas, Jed se segurou firme de qualquer maneira e perguntou, “Você precisa de alguma ajuda?”

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Rígido por outra fração de segundo — Jed tinha certeza que Booker teria lhe dado um soco, se ele estivesse em uma curta distância — Booker então estourou o balão sufocando o trailer, rindo e revirando os olhos. “Eu poderia aceitar alguma ajuda, mas preciso me familiarizar fazendo coisas como esta eu mesmo. Não posso passar o próximo mês te chamando toda vez que precisar urinar ou se eu quiser tomar um banho e não conseguir tirar minhas roupas. Eu não vou me sentir como se eu mesmo estivesse fazendo neste arranjo” — ele lutou o resto do caminho em seu moletom e depois pegou os sapatos plataforma da cama — “mas é o que posso administrar sozinho, então não tenho muita escolha.” Jogando os sapatos no chão aos seus pés, ele deu de ombros. “Pelo menos até eu pegar um pouco mais de prática com este gesso.” Com as mãos atadas, mas as pernas o empurrando para se mover em direção à Booker, Jed apertou os dedos em volta da maçaneta com uma ordem silenciosa de ficar onde estava. “Tudo bem, então.” E até conseguiu colocar o pé fora da porta. Cristo, ele tinha, ou iria correr para Booker e forçar sua ajuda ao homem. Ele não conseguia suportar ver o cara lutando ou com dor; Foi o que o manteve longe do hospital por onze longos dias. “Tenho que voltar ao trabalho.” “Jed?” Booker chamou. A maneira suave que ele disse seu nome roçou contra a pele de Jed como a mais gentil carícia. Merda. Limpando a garganta, Jed enfiou a cabeça de volta no trailer. “Sim?” “Obrigada pela oferta.” Booker sorriu, foi algo tímido e doce, e seus olhos brilharam; exatamente da forma que tinham na noite em que Jed lhe oferecera um emprego. “Eu aprecio isso.” Jed só conseguiu murmurar, “Eu te vejo lá fora.” E então andou o inferno longe, a porta batendo atrás dele em sua retirada precipitada. Droga. Booker fodidamente precisava tratar de melhorar logo. Ver o homem ferido, vivendo com as constantes lembranças do quão eviscerado se sentiu ao vê-lo sangrento e quebrado, ver sua luta apenas para vestir suas roupas… E tudo mais, eram essas coisas que continuavam jogando Jed fora de sintonia, o que continuava intensificando estes pensamentos e sentimentos inadequados por seu melhor amigo. Uma vez que Booker se curasse, tudo voltaria

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ao normal. Jed ficaria na turnê, e Booker faria também. Eles iriam conseguir sua antiga vida de volta. Eles iriam. Eles tinham que fazê-lo. Por favor.

***** Deitado no escuro, em um moletom cortado e nada mais, Booker amaldiçoou, limpou o suor da testa, e rosnou para a merda geral de sua vida. O gesso o impedia de fazer muito trabalho com os animais, e ele sentia falta de trabalhar com eles mais do que imaginara possível. Para tornar-se útil, Booker havia falado com o encarregado em lhe ensinar mais da burocracia envolvida na gestão de um negócio. Ele procurara aprender sobre outra camada da operação, mas a separação e a falta de camaradagem com os outros trabalhadores arrastava sua energia mais a cada dia. Então, ele voltara para casa para descobrir que o ar condicionado tinha escolhido esta noite para parar de funcionar. Era um inferno de um verão quente, e sem brisa lá fora, sua decisão de abrir as janelas não fez muita diferença. Para superar isso, seu braço coçava como um filho da puta sob o gesso, e nada que fizera para aliviar a irritação, fazia isso parar. A vontade de bater o braço engessado na parede do trailer inflamava logo abaixo da superfície, enfraquecendo sua força de vontade de resistir a um ato tão destrutivo. Booker não sabia quanto tempo mais poderia suportar a constante sensação de cócegas contra sua pele escondida — a sensação semelhante a insetos dançando ao longo de seu braço sob o gesso — e temia que fosse em breve sucumbir e arrancar o gesso fora ele mesmo. Essas são todas desculpas, e você sabe disso. Booker rosnou para a verdade, algo em sua cabeça, que ele não podia fugir ou ignorar. Uma coisa, e apenas uma coisa o mantinha acordado nas horas mais escuras e silenciosas da noite: Jed não está aqui, e eu não consigo dormir até senti-lo no trailer e saber que ele está bem. Por duas semanas seguidas, desde o dia em que Booker voltara para casa do hospital, Jed jantava fora do trailer e depois não tropeçava para casa até bem depois da meia-noite. Jed nunca mais voltara a beber. Booker conhecia todas as suas peculiaridades e tiques

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o suficiente para perceber que o cara não estava fora virando mais do que seu limite de duas bebidas, o que deixava apenas outra razão para um homem como Jed, alguém não muito social, ficar fora até tão tarde: Uma mulher. Ou, mais provavelmente, mulheres, como uma diferente a cada noite. Se Jed tivesse começado a sair com alguém em particular, Booker teria ouvido sobre isso por fofocas no rodeio. Pensamentos de Jed fodendo inúmeras mulheres, e vindo a aceitar que quase nunca via ou falava com ele mais, fez mais do que apenas doer o coração de Booker. Seu corpo inteiro doía com a perda da amizade e proximidade que compartilhara com Jed por tanto tempo. Com um gemido, odiando-se por sua fraqueza, Booker tentou rolar de lado, mas praguejou quando o empecilho do gesso o impediu de se enrolar em uma bola do jeito que queria. E, merda do caralho, a lembrança do gesso chutou a coceira no braço em alta velocidade, arremessando-o de volta ao desejo de poder arrancar o braço fora do corpo. Qualquer coisa para parar essa coceira irritante. Qualquer coisa para fazê-lo se sentir normal novamente. Nesse momento, o som da maçaneta girando travou Booker em uma linha rígida. Não que isso importasse, todas as luzes estavam apagadas, e só a lua e as estrelas iluminavam a cabine. Ainda assim, ele se segurou quieto como morto de qualquer maneira. Tanto quanto queria Jed por perto, ele não sabia mais o que dizer para o homem. A facilidade com que tinham lidado um com o outro por anos não existia mais. Formais melhor descrevia como eles interagiam um com o outro agora. Quando Jed atravessou o trailer — Booker pôde ver o esboço de seu corpo — e parou entre as camas, Booker exalou, e a tensão deixou seu corpo. Pelo menos ele está em casa. Jed tirou a camisa. Quando ele levantou os braços, suas juntas bateram no teto. O homem amaldiçoou baixinho com o impacto e depois, mais alto, murmurou, “Porra, está quente e pegajoso aqui.” Booker tentou não forçar os olhos, mas a necessidade faminta de conseguir um vislumbre da sombra de Jed tirando o cinto anulou seu bom senso. Deus, Booker não conseguia manter seu olhar longe da silhueta em perfil do estômago plano do homem e da linha sexy de sua espinha.

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Quando Jed desabotoou o jeans e desceu o zíper, Booker revelou; “O ar não está funcionando,” incapaz de manter a boca rebelde fechada. “É por isso que está tão abafado aqui.” “Merda.” Jed se virou e caiu sentado na beirada da cama. “Sinto muito, cara.” Ele levantou a cabeça, e Booker imaginou que ele apertava os olhos para ver nas sombras profundas. “Eu não queria te acordar.” “Você não fez. O calor não me deixa dormir.” Não é uma mentira, apenas não uma verdade completa. Jed ergueu um pé para o joelho e com um grunhido, tirou a bota. “Maravilha.” “Eu vou verificar para resolvê-lo logo.” “Obrigado.” Com a segunda bota tinindo quando bateu no chão, Jed se deslocou e se esticou na cama. “Boa noite.” “Boa noite.” Silêncio espesso assumiu o trailer. Booker respirou, trabalhando para relaxar os músculos o suficiente para dormir, mas Jed se manteve mudando na cama, cada movimento uma distração. Jed murmurou algo indecifrável, dobrou o braço sob a cabeça, e finalmente suspirou. No automático Booker tentou fazer o mesmo. Só que quando ele foi dobrar o braço esquerdo, o gesso não deixou. O deslocamento atraiu sua atenção inteiramente para seu braço imóvel — e a coceira que disparava linhas gritando ao longo do membro quebrado. Foda-se. Booker fugiu mais acima na cama, direto até a parede, e apertou o gesso contra a superfície dura. Uma vez que tinha se imprensado, ele tentou mexer o braço dentro do gesso, desesperado para arranhar sua carne contra o interior, e criar algum tipo de contato que pudesse aliviar a coceira irritante. Ele pressionou cada vez mais forte. Quando não funcionou, ele enfiou os dedos dentro da parte superior do gesso, tanto quanto pôde, mas as cócegas leves e incessantes contra sua pele escondida só cresceram. Ontem ele tinha perdido a vara de plástico que empurrava dentro do gesso para cuidar da coceira, e não tinha conseguido encontrar mais nada que funcionasse. Este trailer em particular não tinha um armário, de modo que eles não tinham cabides, e nada mais com uma forma longa e fina viera à sua mente.

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Lágrimas, umidade cheia de frustração, empurraram com força contra a parte de trás de seus olhos, precisando cair. Visões de cortar uma serra através dos músculos de seu ombro encheram sua cabeça mais uma vez. “Merda, eu preciso de uma faca.” Uma faca de manteiga poderia funcionar. Booker lutou para se sentar. “Eu vou cortar essa porra, se isso não funcionar. Juro por Deus.” Muito rápido; Jed se arremessou para uma posição ajoelhada no chão entre as camas. “Potro, você está bem, cara?” Sua grande armação bloqueando Booker de levantar. “O que está errado?” Exalando alto, Booker caiu de volta contra a cama e cobriu o rosto com a mão boa. “É o gesso. Meu braço não para de coçar, e está me deixando louco.” Deus, ele agora apenas tentava respirar uniformemente. Mais um minuto sem obter o controle de si mesmo e ia começar a choramingar como um bebê. “Eu perdi minha vara, e não temos mais nada que eu possa enfiar lá para fazer a coceira parar.” Sua voz cresceu alta com tensão. “Eu quero arrancar meu braço. Fico me imaginando rasgando-o fora do meu ombro, mas nem isso ajuda.” Um soluço ficou preso em sua garganta, e ele mal conseguiu empurrá-lo de volta em seu intestino. “Desculpe. Estou sendo um bebê.” Jed sussurrou com seu modo maravilhosamente áspero, “Ok, ok. Shh. Acalme-se.” Rolando contra o lado da cama no chão, Jed não parou até encarar Booker, seu ombro apertado contra o colchão. Um toque de luz de fora lançando os ângulos contundentes de seu rosto em relevo áspero. “Onde coça?” Um suspiro exasperado encheu Booker. “Em todos os lugares.” Ele gemeu quando outra onda de leves formigamentos atacou seu braço contundido. Mordendo o lábio, lutando contra o desejo interior de se machucar, a fim de entrar no gesso, ele acrescentou, “Mas é pior ao redor de meu pulso e antebraço.” “Ok.” Jed pegou seu braço bom e o puxou longe de seu rosto. O contato, depois de não ter muito por duas semanas, balançou através de Booker. Que ficou tenso imediatamente; O calor rasgando através de suas veias e acordando seu pênis.

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Claramente inconsciente; Jed descansou o antebraço de Booker em cima do dele. Segurando frouxamente em seu cotovelo, com a palma para cima, ele usou a outra mão para arranhar suavemente sobre sua pele com as unhas mastigadas. “Relaxe e tente sentir isso em seu outro braço.” Ele esfregou os dedos ásperos contra o pulso e antebraço de Booker novamente. Esticando o pescoço, Booker puxou o braço. “O que está fazendo?” Jed o puxou de volta e manteve seu braço prisioneiro. “Meu irmão quebrou o braço uma vez, quando éramos crianças.” Ele voltou a traçar linhas longas da mão até seu cotovelo. “A enfermeira disse a minha mãe para coçar seu outro braço, e que, acredite ou não, às vezes ajudava. Minha mãe trabalhava em dois empregos na época, assim, fui eu quem teve que fazer a coceira para Lyle.” Rindo — Booker pôde visualizar o sorriso de Jed naquela risada — Jed apertou seu braço. “Mas você tem que relaxar o suficiente para deixar sua imaginação sentir a coçada em seu outro braço, debaixo do gesso.” Booker não sabia como diabos ele deveria ir todo Zen numa situação como esta, mas mesmo assim murmurou; “Ok.” Pelo menos Jed estava falando com ele novamente. O pequeno gesto o fez sentir como se tivessem retornado brevemente aos amigos que costumavam ser. Booker não seria capaz de relaxar os nervos vibrando através dele enquanto Jed o tocava, mas fingiria, apenas para manter esta camaradagem renovada entre eles. Então — oh porra — Jed cutucou os dedos grossos e maravilhosos abaixo da linha de sua pulseira, a distância toda em volta de seu pulso, e um pop de euforia lavou pelo interior de Booker. Por uma fração de segundo, ele podia jurar que Jed tinha coçado sob seu gesso. “Merda, Jed…” Todo fingimento esquecido, Booker sussurrou, “Faça isso mais alto,” quando a coceira trabalhou em um novo local. Jed imediatamente obedeceu, e Booker derreteu na cama quando a coceira se afastou. “Está funcionando. Não pare.” Nesta proximidade, as estrelas e a luz de fora brilhando com luminosidade suficiente para iluminar o rosto de Jed. “Fale comigo,” Booker implorou. “Continue me distraindo.” Desesperado, ele sabia de uma coisa que tinha prioridade sobre tudo mais na vida de Jed. E Booker — ao contrário das coisas nocivas que dissera a Jed sobre nunca compartilhar informações pessoais — sabia exatamente o que era. “Como sua mãe está indo?” Ele estava ciente

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de que Jed ligava para sua mãe, pelo menos, três vezes por semana para verificar a mulher. “A última vez que você me disse, ela estava se preparando para ir à meio-período no banco.” Por apenas um instante, mesmo com as sombras, Booker pôde ver o clarão de luz chamejar nos olhos de Jed. Ele entendeu que o homem se lembrava da briga que tiveram tão recentemente. Ele cavou os dedos mais fundos em seu braço, mas Booker não estremeceu ou registrou a dor — pelo menos não a sua. Merda do caralho. Ele tinha estragado tudo, e sabia disso. “Por favor, Jed,” Booker implorou baixinho. “Eu quero saber.” Jed agarrou seu braço, os dedos cavando em seu cotovelo. Então, algo pareceu clicar, e ele começou a acariciar a pele de Booker mais uma vez. “Minha mãe é engraçada às vezes,” Ele finalmente disse, com um sorriso audível em sua voz. “Ela é difícil de entender. Depois de entrar a tempo parcial, ela diz que não sabe o que fazer com todo esse tempo extra. E está pensando que pode querer voltar por mais horas.” “Ela está em um hábito de trabalho de tempo integral,” Booker respondeu. “Acho que deve ser difícil ir de tantas horas preenchidas ganhando um salário para, de repente, só trabalhar a metade ou até menos da metade disso.” “Sim.” Jed deu de ombros. “Ela está fazendo muito mais em sua igreja para preencher as horas livres. Eu sei que ela ama seu tempo com o ministério, mas não sei…” Conforme a voz de Jed parava, ele arranhou mais fundo no braço de Booker. Quando começou novamente, o arco de seu movimento foi muito mais alto; Ele começou um arranhão constante por todo seu braço, do pulso até o ombro, cada fatia de contato quente e digno de arrepio. “Eu só quero que ela tenha esse tempo livre para si mesma. Ela merece, sabe?” Sua voz aguda com paixão e convicção. “Lyle e eu somos capazes de poupar o suficiente agora, onde ela não precisa de trabalho a tempo integral para ter uma vida boa. Eu gostaria que ela relaxasse e se divertisse.” Alimentando-se do humor de Jed, precisando se acalmar, Booker envolveu a mão em seu antebraço e lhe deu um aperto gentil. “A necessidade de trabalhar está arraigada nela agora.” Booker segurou, continuando a acariciar o braço de Jed do mesmo modo que ele fazia com o seu. “Pode demorar um pouco, mas tenho certeza que ela vai mudar. E ela certamente aprecia o que vocês dois fazem por ela.”

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“Suponho que sim.” “E que tal Lyle?” Booker perguntou, impulsionado pelo desejo de sentir a leveza em Jed novamente. “Ele está bem? Está sendo um marido digno de seu valor?” Jed se deslocou, e finalmente sorriu do jeito que Booker desejava ver. “Lyle adora estar casado… Até a última vez que falei com ele de qualquer maneira.” Luz suficiente filtrava através das janelas abertas para mostrar o brilho refletindo a verdadeira felicidade por seu irmão nos olhos de Jed. “Quando falei com ele na semana passada, eu não acho que já o ouvi mais feliz. Meg parecia muito bem quando pegou o telefone também.” Booker sorriu de volta, não conseguindo freá-lo. “Que bom. Fico feliz pelos dois.” Desviando o olhar para a janela acima da cabeceira de suas camas, Jed murmurou, “Eu também.” Eles caíram em um trecho de silêncio então. Enquanto olhava pela janela, Jed continuava a arranhar ao longo de seu braço. Para Booker, o homem parecia um milhão de quilômetros longe — ou talvez, entretanto, apenas algumas centenas que levavam para chegar ao Texas, onde sua mãe e irmão viviam. Sempre, porém, ele manteve a raspagem maravilhosa dos dedos ásperos de cima a baixo no braço de Booker. Inferno santo, sim. Booker perdeu-se na sensação daqueles dedos incrivelmente grossos deslizando sobre cada centímetro de sua pele, como se mapeando sua carne para a memória. Ele nunca se sentiu tão querido por outra pessoa em sua vida. Incapaz de desviar o olhar de Jed, Booker suspirou. Instalou-se mais profundamente na cama e abriu as coxas, afundando-se na atração doce em seu saco. Jed de repente piscou e olhou para Booker, que se esticou de volta para cima. Porcaria. Ele não podia se deixar ficar muito confortável; A descoberta de sua atração pelo homem estava a um tesão longe. “Está funcionando?” Jed perguntou, olhando para onde seus dedos ainda se moviam ao longo do braço de Booker. “Seu braço está se sentindo melhor?” Booker assentiu. “Sim. Não sinto como se fosse perder o juízo mais.” Jed deslizou os dedos fora de seu braço, e Booker desabafou, “Não pare, entretanto. Por favor?” Merda. Isso soou como implorando. Ele deixara esse apelo escapar muito facilmente. Seu filtro não estava

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plenamente em vigor agora. “Se você não se importar,” ele adicionou. “É tão gostoso, e tenho medo que a necessidade de coçar volte com força total.” Depois de puxar a perna para cima em uma posição dobrada, Jed se reinstalou contra o lado da cama e voltou a esfregar o braço de Booker. “Como está sua perna?” Ele olhou por cima do ombro, para a coxa de Booker. “Notei que você ainda manca um pouco, mas o dano real já está todo curado?” Agradeça a Deus pelas sombras. E, pela bênção que ele ainda não havia alcançado madeira-cheia. Jed certamente teria visto uma ereção e descoberto por que Booker tinha uma. Respirando um pouco mais fácil, e ainda carente de manter esta conexão com Jed indo, Booker silenciosamente desafiou a si mesmo a se concentrar em sua conversa com Jed e não na excitação crescente dele. É só ficar frio. “A perna está boa. Os pontos já se foram. Ainda está vermelho, e há uma cicatriz, mas não é tão ruim. O médico fez um bom trabalho ao costurá-lo. Minhas costelas estão doloridas às vezes, mas na maior parte do tempo eu nem sequer penso nelas mais.” Recordando sua primeira visão de si mesmo na manhã que despertou no hospital um mês atrás, Booker enviou para cima outra oração silenciosa de agradecimento por sua vida. “Eu tive sorte, e sei disso.” Jed rosnou, e o som foi similar a um urso cutucado. Ele arranhou fundo até seu ombro e além para a parte de trás de seu pescoço. “Teria tido mais sorte se aquele idiota não tivesse batido em você em primeiro lugar.” “Você sabe como me sinto.” Esta tinha sido uma das poucas conversas reais que eles compartilharam desde a liberação de Booker do hospital. Acontecera pela manhã após seu retorno para o trailer. “Foi tanto minha culpa quanto dele. Eu não estava prestando atenção para onde estava indo. Eu tinha —” Booker estalou a boca fechada bem na hora. Bom inferno, ele quase admitira ter esperma de outro homem em suas mãos, e que entre seus sentimentos de traição e culpa entrara na frente daquele caminhão sem nem perceber. “De qualquer maneira, estou feliz que eles não apresentaram queixas. Eu não ia querer aquele garoto indo para a prisão por minha causa.”

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“O imbecil teria ido para a prisão por causa de si mesmo. Porque ele não estava sendo um motorista defensivo.” O toque de um animal vivia na voz de Jed. Ele rolou de joelhos e arranhou através de seu ombro com batidas ásperas e gloriosas dos dedos. “Não teria sido por sua causa.” Um ruído áspero escapou de Jed, e ele fechou os punhos contra seu braço. “Você não... Ele, porra, poderia ter te matado.” Com o peito terrivelmente atado, Booker se atirou reto, precisando chegar mais perto de Jed. Deslizando para onde Jed se ajoelhava, ele prendeu o homem entre as coxas abertas. “Mas ele não fez.” Com a mão boa, Booker agarrou um tufo de cabelo de Jed e inclinou sua cabeça para trás até que pudesse ver claramente os olhos brilhantes e cheios de tempestade do homem. “Eu ainda estou vivo.” Jed agarrou seu antebraço, o aperto tão poderoso quanto nada que Booker já tivesse experimentado. “Eu sei. Mas durante algum tempo lá, eu não sabia com certeza, e isso…” Jed sacudiu a cabeça, e por um longo momento ele não parecia capaz de falar. “Eu-eu… Você parecia morto. Naquela maca, eu pensei que você estivesse morto.” A visão de Jed lutando tão terrivelmente quebrou direto na alma de Booker. “Eu sei.” Ele tomou a mão de Jed e a apertou plana, logo abaixo de seu coração. “Mas estou bem agora.” Booker guiou a mão por suas costelas curadas, forçando o contato tangível entre seus corpos. “Vê? Eu estou bem.” Jed puxou a mão. “Não minta para mim. Isso são apenas as costelas. E elas ainda nem estão totalmente curadas. Aposto que se eu as apertasse um pouco mais, provavelmente ainda doeria um inferno de um lote.” Com um bufo irônico, ele acenou com a mão em seu braço engessado. “O gesso está te deixando maluco, e sua marcha ainda não é boa, e você mal consegue trabalhar com os animais. Você não voltou ao jeito que era antes.” Jed desceu para o chão para se recostar na cama, e sua voz baixou para um murmúrio. “As coisas não são como antes.” Booker estreitou o olhar. As sombras o impedindo de ter uma visão clara de Jed, então ele deslizou até o espaço estreito entre suas camas também. Abrindo as pernas em cada lado de Jed. No momento em que fez, Jed arrebatou seu foco do chão, e Booker perdeu o fôlego. A

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mistura estranha de perda e fogo nos olhos do homem dizia um conto que ia além do medo por sua recuperação. A ficha caiu para Booker. Claro. Porra. “Você quer dizer que nós não voltamos para o modo que éramos antes.” Jed empinou, embora ele não tivesse para onde ir. Booker pressionou de qualquer maneira. “Isso é sobre a briga que tivemos, tanto quanto meu acidente. Inferno, isso é mesmo sobre mais do que minhas lesões ou recuperação.” “Não.” De alguma forma, Jed conseguiu quase empurrar para o lado da cama, em seu esforço de recuar. “Eu não me importo com isso.” Por cada pedaço de espaço que Jed tentava colocar entre eles, seu medo rolava fora dele em grandes ondas e colidia direto contra Booker. Cada lavagem de emoção de Jed se enraizava profundamente no núcleo de Booker e segurava firmemente. Merda do caralho. Booker algemou a mão no pescoço do homem e o obrigou a manter a cabeça erguida. Jed precisava ver a verdade que emanava de sua alma. “Eu me importo,” Booker rebateu, com o tom ríspido. “Eu me importo por que ferrei com você. Eu me importo por que te fiz pensar que as conversas que compartilhamos não foram importantes. Isso foi errado, e não é verdade. Eu nunca deveria ter dito o que disse quando tivemos essa briga, porque a verdade é que, eu me lembro do que você me disse sobre seu pai, e como ele morreu. Eu me lembro daquele dia, e me lembro de todos os outros também. Eu sei o quão difícil foi para você falar sobre isso. Eu não faço pouco caso de nada pessoal que você escolheu me contar, e eu me lembro de tudo.” Com cada pedaço de seu coração em exibição, Booker confessou asperamente, “eu entesouro cada palavra que você fala comigo, Jed. Nunca me esqueço de nada.” Jed balançou a cabeça, como se não se importasse, mas, ao mesmo tempo, ele soltou, “Você não sabe o quanto me machucou aquele dia.” Sua voz estava tão fodidamente irregular, e seus olhos estavam tão malditamente molhados para Booker testemunhar. A confissão de Jed atravessou seu coração como vidro estilhaçado. “Sinto muito, cara.” Ainda balançando a cabeça, Jed olhou para o teto. “Não deveria ter doído tanto.” “Eu sinto pra caralho,” Booker repetiu, sua voz crua como o inferno também. “Você nem sequer sabe o quanto.” Ele agarrou a mão de Jed e a segurou contra o coração. “Aqui.” A batida

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dentro de seu peito golpeava com tal poder que Jed não poderia negá-la. Foda-se, Booker podia senti-la na mão de Jed, na sua própria. “Você tem que poder sentir essa batida dentro de mim e saber que estou dizendo a verdade.” Jed baixou seu foco para onde ele tinha a mão no peito de Booker. Encarando, ele segurou lá, a palma sobre seu coração. O calor de seu corpo, apenas através de sua mão, penetrando no sistema de Booker. Não deveria ser possível, mas Booker jurava que podia sentir o corpo inteiro de Jed pressionado contra o dele, seu peso e forma se estendendo em cima dele em uma cama, cobrindo-o da cabeça aos pés, tudo através de sua grande mão contra o peito de Booker. Puta merda. A cada segundo que eles permaneciam em contato, a frequência cardíaca de Booker acelerava, e sua respiração mudava para profunda e difícil. Booker agarrou o pulso de Jed, o músculo e osso sólido e poderoso, e uma palpitação profunda percorreu sua corrente sanguínea até suas bolas e pênis. Enquanto Jed olhava para sua mão sobre Booker, ele grosseiramente raspou a palma sobre seu peito, e Booker mordeu o lábio para abafar um grito. Jed abriu os dedos. Quando fez, o polegar roçou seu mamilo. O pênis de Booker saltou em resposta, como se a lasca de contato tivesse esfregado a ponta de seu pau. Jed o tocou novamente, e ele não conseguiu controlar a batida irregular em seu peito ou as chamas inflamando sob sua carne. Cada toque sussurrado de Jed trazendo seu corpo à vida de uma maneira que ele nunca sentira antes. Conforme Jed tocava Booker, seu peito levantava. Booker podia ver a elevação e queda, uma onda que crescia a cada deslizamento da grande mão através de seu torso. Por favor. Por favor. Por favor. Booker rezou por controle sobre seu corpo e ações. Não importava como este momento tinha começado, ele queria que nunca acabasse. Toque-me para sempre. Como se Jed pudesse ouvir seu apelo silencioso, ele deslizou a mão mais baixa, através de seu abdômen, e pegou uma gota de suor na ponta do dedo. Oh meu, meu… Porra. Então ele espalhou a gota do líquido ao redor de seu mamilo, fazendo o disco torcer com prazer. Em resposta imediata, Booker sugou o ar e estremeceu sob o toque; Ele não conseguiu evitar.

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Jed de repente puxou a mão. “Merda.” Com um movimento rápido, ele se arremessou de pé e saiu da área do quarto, nem uma vez olhando Booker nos olhos. “Está abafado pra caralho neste lugar.” Ele, então, amarrou um rosário de maldições ao fim de sua declaração. “Vou tomar um banho para tirar o suor.” Ele avançou para o pequeno banheiro e bateu a porta, desaparecendo em questão de segundos antes que Booker pudesse dizer uma palavra. Oh meu Deus. Booker provavelmente não conseguiria separar os lábios para chamá-lo de volta de qualquer maneira. Ele ainda podia sentir a mão de Jed nele. A maneira como Jed tinha acariciado sua carne inundou sua mente. Jesus, Jed. Com apenas essa pequena interação entre ele e Jed, Booker tinha crescido insuportavelmente duro. O chuveiro ligou no banheiro, e Booker imaginou Jed de pé nu sob o fluxo de água. Ele visualizou a água correndo em regatos pelo corpo rígido e bronzeado, e um pequeno e carente gemido deslizou de seus lábios. Agora que tinha experimentado a carícia de Jed, suas fantasias explodiam com um novo nível de detalhes. Incapaz de ignorar suas necessidades, incapaz de se importar o suficiente que Jed tomava banho com apenas uma porta fina entre eles, Booker se empurrou de volta para a cama e enfiou a mão em seu moletom para libertar seu pênis. Com seu eixo rígido como o inferno, ele acariciou ao longo do comprimento espesso e instantaneamente estremeceu com um tipo diferente de prazer. Dessa vez, com a memória fresca da mão de Jed em seu peito e barriga, ele sabia exatamente como a mão se sentiria acariciando seu pênis e bolas. Booker pensou em como Jed tinha movido a mão para baixo, sobre seu estômago. Mas dessa vez, ele imaginou que Jed não parava. Ele imaginou Jed empurrando ainda mais baixo, deslizando a mão sob seu moletom, e esfregando seu pau da raiz até a ponta. Na escuridão, Booker gemeu, e separou as coxas mais largas para alcançar suas bolas e brincar com sua fenda. Ele acariciou e esfregou seu pau, lambuzando pré-semem de sua fenda até seu buraco, só para provocar o anel de músculo. Ele pulsava em todos os lugares, e suas bolas rolavam pesadas em seu saco, mas ele não se importou. Em sua mente, cada vez que ele puxava em seu comprimento sensibilizado, ou jogava com suas bolas, ou brincava com seu buraco, era na verdade as mãos ásperas de Jed o manipulando; E nada jamais se sentiu melhor.

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Booker derreteu na cama, a mão em volta de seu pênis, e gemeu de novo quando sucumbiu à completa felicidade.

***** NO PEQUENO chuveiro, com o pênis esticado tão duro que pressionava por si só totalmente contra seu estômago, Jed permaneceu sob o fluxo de água e ordenou a si mesmo a não gozar. Não toque em si mesmo. Não se atreva a se masturbar pensando nele. Não de novo. Ele tinha as mãos apoiadas contra a parede do box, os dedos enrolados contra os azulejos, por pura vontade de manter as mãos longe de seu pênis esticado. Não toque. Não toque. Não toque. O pau de Jed nunca esteve tão fodidamente duro, porém, e seu corpo tremia com sua necessidade de atingir a liberação. Mas Jed não podia deixar-se fazê-lo. Podia. Não. Ele sabia o que o tinha deixado tão malditamente ereto, e sabia o que ia imaginar, e como ia responder se começasse a acariciar seu pênis. Potro. E como é a sensação de ter minhas mãos nele. Com esse pensamento enchendo seu cérebro, Jed empurrou os quadris, e seu pau engrossou ainda mais. O spray do chuveiro espirrou em suas costas, mas a temperatura tépida não fez nada para diminuir o sangue pulsando em seu eixo. A água poderia cair para gelada — e seria logo — mas ele não nutria ilusões de que a mudança de temperatura faria sua ereção ir embora. A sensação do corpo quente e firme de Booker vivia em suas mãos e dedos agora, e nenhuma quantidade de negação poderia cobrir a verdade: tocar Booker, e cheirá-lo de perto, compartilhando o que sentiu como o mesmo fôlego, o excitara sexualmente mais do que qualquer outra coisa ou pessoa em sua vida. Merda. Jed gemeu. Você não pode querer seu melhor amigo. Pressionando a cabeça contra a parede do chuveiro, Jed olhou para baixo, e a visão de seu eixo densamente venoso grudado em sua barriga lhe disse o contrário. Não. Não foi tocar o corpo de Potro que fez isso. Foi um acaso. Ele

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estava chateado. Você estava chateado. Um surto de emoção entre nós fez isso acontecer. Você se importa com ele. Isso é tudo. Você não está atraído por ele. Racionalização após racionalização do por que ele tinha ficado tão duro o bombardeou, mas nenhuma delas aliviou a vibração em seu corpo ou fez seu pênis encolher nem um pouco. Ele doía. Ele precisava. E dentro das terminações nervosas em suas palmas, Jed ainda podia sentir o calafrio que rolara através do estômago de Booker quando ele tocara o homem. Naquele momento, Booker tinha respondido ao contato entre eles. Ele me queria também. Jed gemeu, cheio de fome, e estendeu a mão para tomar seu pênis. No último segundo, pouco antes de puxar a si mesmo, ele rasgou a mão longe. Não. Você não pode deixar-se pensar em Potro dessa forma. Não é certo. Em seguida, porém, o som da voz de Booker cortou pela noite, e nada mais importava. Booker clamou de fora da porta do banheiro, algo despojado e animalesco, um som tão profundamente cheio de liberação que se arrastou um estremecimento de corpo-inteiro em Jed e o atirou para o abismo também. “Ohhh porra… Potro… Potro!” Sem nem mesmo tocar seu pau, Jed bombeou os quadris de forma irregular. A necessidade suprimida rasgando através dele, arrancando seu orgasmo direto para fora de seu corpo. Com um grito áspero, sem poder segurar nada de volta para dentro, Jed chorou o nome de Booker, mais uma vez, e atirou sua semente quente, pulverizando a parede do chuveiro com seu lançamento. Por todo caminho através de seu gozo, Jed viu-se empurrando seu pênis na bunda de acolhedora de Booker por trás, e perdendo-se no calor doce do homem. Não. Na sequência, uma vez que o último tremor diminuiu, Jed deslizou pelo pequeno box até o chão. Ele não podia querer Booker. Ele não podia querer qualquer outro homem. Ele não era gay. Se cedesse a estes pensamentos estranhos e sexuais sobre Booker, ele não só perderia sua posição entre seus irmãos de rodeio — a única vida que já conhecera — ele perderia sua mãe e irmão também. Eu não posso deixar isso acontecer. Eu não vou.

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Mais uma vez, pensamentos de se afastar de Booker e esta organização de rodeio em particular para sempre encheram sua mente. Enquanto fazia planos, ele enterrou o rosto nas mãos e começou a tremer. Ele não saiu do banheiro até ter certeza de que Booker estava dormindo, e uma decisão sobre seu futuro tinha sido tomada de uma vez por todas.

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Capítulo Dez Tendo dormido inquieto, Booker acordou na manhã seguinte com o som do alarme. Rolou a cabeça no travesseiro, olhou para a cama de Jed, e suspirou. É claro que ele já se foi. Booker deveria saber. Jed tinha fixado residência no banheiro à noite passada. Inferno, talvez nem sequer tivesse saído do pequeno cômodo. Jed tinha se agachado no chuveiro por tanto tempo que vencera sua vontade de manter os olhos abertos. Booker não podia exatamente dizer que ficara surpreso. Seus ouvidos ainda tocavam com o som de seu grito no chuveiro ontem à noite. Não importa o que Jed pudesse tentar alegar mais tarde, ele não ia convencê-lo de que seu grito de conclusão não acontecera devido ao próprio lançamento de Booker. Ele gozou porque eu fiz. Com quatro anos de compartilhar um pequeno espaço, Booker tinha ouvido Jed se masturbar mais de uma vez, então ele sabia como o homem soava quando se perdia no prazer sexual. Ele gozou ontem à noite. Eu não tenho que vê-lo para saber a verdade. A pergunta é: Ele realmente gozou por minha causa? A barriga de Booker vibrou com asas tentativas de esperança. Ao mesmo tempo, precaução lhe disse que talvez a reação de Jed tenha sido uma coisa de uma vez. Às vezes, as respostas sexuais acontecem fora do controle da pessoa. Talvez isso realmente não signifique nada. Mas talvez, só talvez, signifique. As asas batendo em seu estômago chutaram para prorrogação e o fez saltar fora da cama. Com a mesma rapidez, precaução e bom senso apareceram, e Booker desinflou. O ar no trailer na noite passada tinha sido íntimo; Eles tiveram um momento de renovada proximidade. Jed tinha revelado seus medos sobre Booker morrer. Tudo isso junto poderia ter criado um único momento que brevemente se tornara estranhamente sexual. Uma resposta física não fazia a orientação sexual de uma pessoa. Booker tinha beijado garotas suficientes na escola — e conseguido um pau duro como resultado — para saber a verdade nisso. Jed poderia ter desaparecido esta manhã

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porque estava envergonhado e não queria admitir sua estranha excitação, de uma única vez com outro homem. Revirando os olhos, Booker murmurou, “E você vai acabar ficando louco indo de um lado para o outro, se não falar com ele e descobrir a verdade.” Nenhum momento como o agora para fazê-lo. Booker ia encontrar um jeito de ter uma discussão com Jed, sem doar-se primeiro. Ele não podia arriscar tudo, não se Jed não sentisse o mesmo. Com nova vida zumbindo dentro dele, Booker correu para o banheiro para se preparar para o trabalho. Talvez, só talvez, hoje seria o começo de uma nova vida com Jed.

***** Recém-banhado e vestido, Booker saiu do trailer e vagou em direção à área reservada aos animais. Ele tinha alguns minutos antes de ter que começar a alimentar, higienizar e preparar os cavalos para o trabalho de hoje — tudo que ele podia fazer agora razoavelmente bem enquanto ainda usava o gesso. No rodeio um cavalo tinha um trabalho: Resistir um cowboy fora de suas costas em menos de oito segundos. Os animais adoravam o trabalho e eram muito bem tratados, mais que os cavaleiros. Erguendo a cabeça, Booker deixou o sol aquecer seu rosto, o tempo todo sabendo que em duas a três horas ia amaldiçoar o calor opressivo que vinha com o dito sol. Por enquanto, porém, o ar estava fresco e seco, e ele lhe dava boas-vindas enquanto durasse. Em poucos minutos ele entraria no estábulo temporário, e sabia que todos os seus sentidos iriam a laser e o apontaria em direção a Jed. Eles sempre faziam. Booker já podia imaginar Jed, vestido com jeans confortável e desbotado e uma camisa xadrez de botão, acariciando o flanco de Moisés e sussurrando seu bom dia ao cavalo. Ou ele já poderia ter se movido para Kazi, um grande cavalo castanho castrando que tivera uma invencibilidade no tour desta temporada. A verdade era que, Booker podia imaginar Jed falando ou acalmando qualquer

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um dos cavalos; era parte da rotina não escrita do homem. Ele tratava os cavalos do modo como Booker imaginava que um pai faria com seus filhos — beijando ou acariciando cada um de manhã antes de colocar uma tigela de cereal na frente deles e os enviar para a escola. É uma das razões por que me importo com ele tão malditamente tanto e não consigo parar. Booker sorriu, só para si mesmo. Ele colocou a mão contra o coração, exatamente onde Jed tinha posto ontem à noite. Deus, ele ainda podia sentir a palma áspera e quente de Jed acariciando sua carne aquecida. Muitas vezes, quando Booker se deparava com Jed durante seu doce ritual matutino, ele escorregava em um mundo de fantasia, onde o estábulo era menor, e os cavalos pertenciam a ele e Jed, e eles viviam juntos em um rancho, apenas os dois, e cuidavam dos animais que tanto amavam. Jesus de Deus, ali onde Booker estava neste segundo, seu peito doeu com desejo de que essa mesma imagem se transformasse e se tornasse a vida real. Apenas nós dois, em algum lugar em uma pequena casa, com os cavalos, sempre juntos. Ao invés, neste instante, Tim entrou em passo ao lado de Booker. “Bom dia, Book.” Sua voz puxou Booker de volta à realidade. Tim enfiou as mãos nos bolsos, e um tufo de cabelo vermelho caiu em sua testa sardenta. “Merda, cara.” Tim bateu no ombro de Booker. “Sinto muito de ouvir que Jed está partindo.” Que porra é essa? Booker tropeçou. Seu coração caiu com uma queda de morte para seus pés, e ele quase não conseguiu respirar. Jed está partindo? Que porra é essa que Tim está dizendo? “Você sabe se está tudo bem com a família de Jed?” Tim continuou. “Tia Marcy disse ter certeza que ele sabe que estamos aqui, se ele precisar de ajuda ou algo assim.” Porra. O quê? “O que…” Booker estalou a boca fechada. Droga. Ele não conseguia se orientar. Sua cabeça girava como na primeira vez em que sua irmã o levara no passeio da chávena no carnaval da igreja. Esfregando a tensão amarrando sua testa em nós, Booker olhou de soslaio para Tim. “Quando você ouviu isso?” “Alguns minutos atrás.” Tim apontou o polegar em direção ao celeiro improvisado ao longe. “Tia Marcy disse algo sobre parar Jed para lhe perguntar sobre ajudá-la na próxima

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semana em Junction Creek, mas ele lhe disse que esta seria sua última semana com o rodeio, por isso não poderia fazer. Então meu tio chamou minha tia no walkie-talkie, aí ela não teve a chance de perguntar sobre sua família ou qualquer coisa.” Com um dar de ombros, Tim terminou, “Ela me disse que se eu te visse, era para te perguntar se você sabia de algo sobre ele precisar de ajuda ou algo assim.” Cambaleando, com seu intestino revirando o café da manhã rápido de torrada e suco de laranja rançoso, Booker balbuciou, “Eu-eu… Eu não posso dizer.” O instinto de encobrir Jed — e uma pilha crescente de emoções tumultuadas girando por dentro — guiou sua resposta. “Não cabe a mim falar por ele. Você sabe o que quero dizer?” Tim levantou as mãos em sinal de rendição. “Claro. Sim. Respeito total, cara. Preciso ir de qualquer maneira. Vejo você mais tarde.” Ele começou a voltar na direção de onde tinha acabado de vir. “Legal?” “Sim.” Booker forçou-se a sorrir para seu amigo, mas quase não teve sucesso, e seu aceno foi indiferente na melhor das hipóteses. “Mais tarde.” Que porra é essa? No momento em que Tim arredondou algumas cercas, fora da vista de Booker, ele trocou de quase choramingar e amassar de joelhos, para rosnar e se apressar em direção ao estábulo temporário. Aquele covarde de merda, filho da puta. Vai se foder, Jed. O imbecil tocou outro homem, ficou duro — ele tinha que ter, tão duro quanto tinha feito Booker — e tinha que fugir correndo como resultado? Esta decisão de sair do rodeio tinha tudo a ver com o que acontecera na noite passada, e nada a ver com sua família, e Booker sabia disso. Filho. Da. Puta. Jed preferia correr a enfrentar o que sentiu por Booker naqueles poucos instantes preciosos na escuridão. Uma pena. Booker estava cansado de jogos e de dançar em torno de seus sentimentos para si. Jed teria que enfrentá-lo, e o faria agora. Booker invadiu a instalação do alojamento cavernoso para os animais, sujeira, feno e lascas de madeira chutavam sob suas botas de vaqueiro. A iluminação suave do alto criando dezenas de halos no espaço sombreado. Como se tivesse um chip de direção embutido por dentro, ele imediatamente avistou Jed. Mãe Santíssima. Como sempre, na primeira visão dele,

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Booker sugou um suspiro. Assim como imaginara, Jed usava jeans e uma camisa xadrez. Cada peça de roupa, tendo sido lavada um milhão de vezes, abraçava seu corpo apenas o suficiente para mostrar sua armação rasgada e musculosa, mas não tanto que parecesse que ele era um modelo jogando o jogo de cowboy. Este homem era impressionante no negócio real. O negócio real, que pediu sua demissão para poder ficar longe do que aconteceu entre nós ontem à noite. A temperatura de Booker subiu mais uma vez, e nem um pouco como resultado da sensualidade de Jed dessa vez. Logo em seguida, Jed ergueu os olhos e se concentrou em Booker também. Do outro lado do edifício, seu olhar bateu com o início de uma tempestade infernal. Sua mandíbula quadrada cerrou com tensão visível. Ao mesmo tempo, o homem esfregou a mão sobre o peito, como se agitado, mas seu corpo inteiro estremeceu também. Pela primeira vez Booker o olhou de volta sem medo. Ele podia visualizar o algodão xadrez azul desnudado do corpo do Jed, e podia imaginar-se tocando o peito duro do homem em lugar do contrário. As pupilas de Jed chamejaram como se ele pudesse ler a mente do Booker. Em um tiro ele se virou. De jeito nenhum. Não dessa vez. Assim que Booker deu um passo adiante, alguém o agarrou por trás. Booker girou, quase rosnando, mas seu chefe estava diante dele, e decoro o fez selar os lábios. “Booker,” Roger disse, seu tom conciso. “Tenho tentado chamá-lo por vinte minutos. Ligue seu maldito telefone.” Olhando para baixo em seu cinto, Booker tirou o telefone do suporte e amaldiçoou. “Desculpe chefe. Devo ter batido o botão de desligar quando o coloquei no estojo.” Depois de ligar o celular, ele o colocou de volta na cintura. “Não estou atrasado, estou? O que está acontecendo?” A carranca de Roger escorregou para uma careta. “Angie está fora da conta.” Ele mencionou sua esposa. “Ela vomitou a noite toda. Preciso que você supervisione tudo que ela faz neste fim de semana. Ela disse que esteve te mostrando os passos, e você pode fazê-lo. Diga-me

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honestamente.” Roger ergueu a sobrancelha, e cruzou os braços sobre o peito musculoso. “Você pode?” As borboletas em estômago de Booker mudaram para a dança, e ele se levantou mais reto. “Sim, absolutamente. Eu posso fazer isso.” Ele passou de carrancudo para radiante e se sentido com cerca de três metros de altura. “Obrigado por me perguntar.” “Você é meu homem.” Roger bateu em seu ombro forte o suficiente para balançá-lo para o lado. “Angie disse que está bem o suficiente para atender ao telefone, se você tiver alguma pergunta; Então você não está voando totalmente sozinho. E você também pode me chamar se precisar” — Roger lhe entregou a prancheta — “mas não me incomode. Já tenho merda o suficiente para supervisionar. Preciso ser capaz de contar com você.” “Você pode. Estive fazendo muitas perguntas, e Angie esteve me mostrado as coisas por muito mais tempo do que desde que saí do hospital. Eu posso entrar em cena, sem problemas.” “Então vamos.” Roger não esperou que Booker começasse a sair do celeiro. “Tenho cinco minutos para te explicar tudo que vou precisar de você hoje, e o relógio já está correndo.” “Sim, senhor.” Com um olhar por cima do ombro, ele encontrou Jed há uns oito metros ao longe. Seus olhares se chocaram e se prenderam por uma fração de segundo — tempo suficiente para um arco de fogo incendiar entre eles e fazê-lo sentir como se tivessem se tocado. Jed desviou o olhar e lhe deu as costas. Está tudo bem, bebê. Booker se permitiu usar o carinho com este homem pela primeira vez — ainda que fosse só em sua cabeça. Ele sorriu quando o fez. Esconda-se por agora. Eu estou vindo para você, porém. Você não pode me evitar para sempre. Com esse voto, dito silenciosamente para as costas fortes de Jed, Booker saiu rapidamente do celeiro ao lado do seu chefe para começar o trabalho.

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Um dia inteiro de trabalho sob seu cinto — onde ele provavelmente se deu uma úlcera em sua constante preocupação silenciosa de que iria foder com tudo e custar à companhia um contrato — Booker se arrastou pelos degraus para o trailer. O último do sol poente desceu sob o horizonte em suas costas, mas ele não conseguiu reunir energia suficiente para virar e apreciar a vista. Ele queria um banho, ele queria uma comida que não tivesse que cozinhar para comer, e ele queria uma cama, nessa ordem. Booker abriu a porta, entrou e ouviu Jed dizer, “Eu estarei lá em quinze minutos, Marcy, eu prometo. Não comece a festa sem mim.” Falando em seu celular, Jed fez uma pausa, riu, e então acrescentou; “Eu sei que sou, mas também sei que você gosta de começar cedo. Já estou a caminho. Tchau.” Uma vez que terminou a chamada, Jed levantou a cabeça, viu Booker, e ficou rígido. Como se rapidamente chutado por um cavalo, Jed de repente se moveu, parando um momento para pegar a carteira em cima do balcão antes de se dirigir para a porta onde Booker estava. “Estou saindo.” A visão de Jed tão limpo e fresco, e arrumado — embora ele só usasse jeans e camisa de botão normal — apertou duro contra a bandagem metafórica que Booker tinha pregado em seu coração partido hoje. Arremessado de volta para o soco no intestino que experimentara quando Tim lhe dissera sobre Jed partir, Booker aqueceu de dentro para fora mais rápido e mais quente do que um trem-bala. Mais uma vez cru como o inferno, além de fervendo por ter que reprimir a raiva, ira, e mágoa por quase doze horas seguidas, ele rasgou a bandagem fora do dilúvio, sem cuidado para o que a fundação vulnerável pudesse expor quando nada para cobri-lo permanecia. Movendo-se em direção à área da cozinha, ele soltou a prancheta, walkie-talkie, e celular sobre a mesa, onde tudo caiu com um ruído alto e deslizou por toda a superfície lisa até o chão. “Ah, é?” Booker se voltou para Jed. “Saindo, é?” Ele ergueu os braços como se estivesse sem noção. “O que exatamente está acontecendo esta noite, Jed? Você está indo se encontrar com Marcy para uma festa de despedida ou algo assim?” Não pense nem por um segundo que você tem

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escondido o fato de que você está fugindo, seu bastardo. “Você está indo ter uma última cerveja com a multidão antes de pegar a estrada para sempre?” Perdendo a cor, Jed esfregou as mãos na calça de cor-índigo. Ele entreabriu os lábios, mas depois fechou a boca. Finalmente, ele disse, “Você, obviamente, já ouviu que estou saindo. Marcy convidou quem quisesse vir tomar umas cervejas com a gente esta noite para nos encontrar no Jake.” Com um dar de ombros, Jed cruzou os braços contra o peito. “Você pode vir se quiser.” “Oh, é mesmo?” A tundra congelada não tinha nada sobre a secura fria no tom de Booker. Embora não pudesse se ver em um espelho, ele tinha a sensação de que seu olhar era tão gelado quanto. “Nossa, obrigada. Sou convidado? Fui apenas seu melhor amigo por quatro fodidos anos, mas você não pôde sequer dizer na minha cara que está saindo do rodeio. Eu tive que ouvir isso o dia todo por outras pessoas, todos me fazendo perguntas sobre você, e o tempo todo me sentindo como um maldito idiota, porque você não me disse merda nenhuma.” Com a máscara deslizando rapidamente, Booker expôs todos os nervos para que Jed visse. Não conseguindo manter mais nada escondido, e a aspereza em sua voz certamente mostrava isso. “Eu tive que descobrir que você estava partindo por outras pessoas do caralho, Jed. Você nem sequer me deu o respeito de me dizer você mesmo primeiro.” Jed deu de ombros novamente, o movimento ainda mais entrecortado do que o primeiro. “Sinto muito. Eu estava conversando com Roger, esta manhã, e fiz uma escolha. Aconteceu. O que isso importa, afinal? Você está procurando algo diferente também.” “Depois do meu acidente, eu pensei que nós dois tínhamos mudado de ideia sobre sair,” Booker cuspiu. “Mas sabe o quê? Isso realmente não importa. Trata-se de você decidir ir embora, de um modo geral. Trata-se de você sair neste fim de semana entre todos os fins de semana.” Booker olhou Jed de cima a baixo, as sobrancelhas arqueadas tão altas quanto poderiam estar. “Momento terrivelmente conveniente, não acha?” “O que diabos isso significa?” Jed rebateu; O tempo todo ainda agarrado direto contra a porta. Ele poderia muito bem ter sido colado ao metal. “Tenho falado sobre partir desde antes da SR comprar esta operação.”

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“Mas é tudo o que sempre foi. Falar, falar, falar, falar, falar, falar. Você nunca fez sequer o menor movimento para fazer algo sobre isso. Até hoje.” “Sim,” Jed rosnou, “até hoje.” Afastando-se da porta, ele abriu os braços e chegou bem na cara de Booker. “Hoje eu decidi fazê-lo. Sou um homem livre. Esse é meu direito.” A excessiva proximidade de Jed, junto com a mistura de sua pele recém-lavada e almíscar natural, cercou Booker e eficazmente o prendeu contra o balcão. Seu coração chutou em uma velocidade ainda mais alta. Sua boca ficou seca também, mas ele forçou-se a manter o queixo erguido e ir cara-a-cara com este homem que ele queria mais do que a própria vida. “Você está saindo por causa de ontem à noite.” As pupilas de Jed chamejaram. Por entre dentes, ele respondeu suavemente, “O que sobre ontem à noite, Booker?” “Você sabe malditamente bem do que estou falando. Não aja como um bobo cego comigo.” Inferno santo, Booker se sentia malditamente perigoso agora. “Não se atreva.” “O quê? Você conseguiu uma grande chance por um dia, e está me ameaçando agora?” Antes que Booker pudesse abrir a boca para responder, Jed revirou os olhos. “Sabe o quê? Não importa.” Ele se virou e voltou para a porta. “Não tenho que ouvir essa merda.” Depois de girar a maçaneta, ele chutou a porta aberta com a bota. “Preciso ir. As pessoas estão me esperando.” É agora ou nunca. Booker tremeu, mas empurrou-se ereto de qualquer maneira, longe do balcão. Sem volta. Assim que Jed deu um passo para sair, Booker acusou, “Você estava duro quando correu para se esconder no chuveiro ontem à noite.” No degrau, Jed enrijeceu a um ponto morto. Booker respirou fundo e engoliu através da secura repentina na boca. “Eu ouvi quando você gozou lá no chuveiro. Você se perdeu lá logo depois que eu gritei aqui quando gozei.” Rígido feito uma pedra, sem olhar para trás, Jed apertou a maçaneta com tal poder que toda sua mão ficou branca. “Eu não sei do que você está falando,” ele articulou em tom baixo. Exalando instavelmente, Booker foi mais longe sobre esse fio apertado, de vez. “Já que você não vai admitir isso, eu o farei.” Respire. Apenas respire. “Eu fiquei duro por sua causa, Jed.

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Por causa do quão atraído eu me sinto por você.” Com tal secura governando sua boca, sua voz quase não tinha som, mas ele não se deixou mais saltar de volta para a borda e segurança. Metade de uma vida com este homem não era mais suficiente. “Eu sou gay. Você precisa saber disso.” Ainda de costas para Booker, Jed sacudiu a cabeça e sussurrou asperamente, “Não. Você não é.” Trêmulo como o inferno, Booker forçou-se a levantar a cabeça ainda mais alta. “Eu sou.” Com essa admissão, força se infundiu em sua voz e postura. “Mas mais do que apenas lhe dar essa informação sobre mim, depois de tanto tempo trabalhando tão duro para escondê-la de você, você precisa saber que cada resposta que tive ontem à noite, o quão malditamente duro eu estava, e o quão poderosamente eu me perdi quando gozei… Foi tudo por causa de você. É mais do que apenas atração sexual. Eu respondi daquele jeito ontem à noite por causa de como você estava comigo. Por causa de como você se importava. Por causa de como você me tocou. Quando eu gozei por todo o meu estômago, foi porque minha cabeça estava cheia de pensamentos sobre você.” Jed não falou, e não enfrentou Booker. Ele parecia como se tivesse congelado. Atordoado — não se acovarde agora — Booker continuou. “Acho que você estava pensando em mim quando clamou no chuveiro ontem à noite também.” Virando-se abruptamente, Jed rosnou. A porta bateu atrás dele, e ele finalmente fez contato visual com Booker. Merda. O olhar de Jed, plano e frio, gelou Booker até os ossos. “Você está fodidamente louco.” Trevas de mau agouro giravam em torno de Jed como um escudo, desafiando Booker a contradizê-lo. “Você precisa parar com essa merda do caralho agora.” Neste momento, com Jed perdido para ele de qualquer maneira, Booker ousou tudo. Ele se aproximou direto para a tempestade circulando Jed, e capturou o olhar volátil do homem. “Se a razão de você ter gozado no chuveiro a noite passada não foi grande coisa, você não estaria deixando o rodeio em dois dias. Sua contagem de tempo te denuncia.”

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Todo o ser de Jed estalou com riscos de raio, e ele cuspiu, “Eu poderia ter mais dois dias com todo mundo, mas se você continuar nessa linha de conversa de merda; Eu vou estar oficialmente acabado com você neste maldito minuto.” “Você está fugindo.” Cristo, Booker precisava encontrar uma maneira de atravessar a armadura de Jed. “Nós dois sabemos por que. Naquele momento, quando você clamou, você me queria tanto quanto eu queria você, quando fiz o mesmo.” “Não foi nada disso, mas você porra, nunca pode deixar as mais malditas pequenas coisas irem.” “Não é verdade.” Com apenas um pé de espaço entre eles, Booker respirou em tudo que tornava Jed, Jed. Ele deixou o cheiro do homem, sua virilidade, e até mesmo o escudo protetor dele abastecer seu sangue. E então, falou a verdade na cara de Jed, sem uma lasca de hesitação. “Não havia nada de pequeno no que aconteceu entre nós ontem à noite. Você sabe disso, e eu sei disso. Você sentiu algo, até além de apenas ficar fisicamente excitado, e eu também. Nós ficamos verdadeiramente íntimos ontem à noite, em quase todos os sentidos, e isso foi à coisa mais real que já me aconteceu na vida.” Com cada palavra que Booker falava, Jed sacudia a cabeça, mas ele continuou assentindo diante da negação de Jed e se manteve firme. “O que aconteceu muda tudo, Jed. Se você pode fingir que não, bem na minha cara, então você é um mentiroso.” Jed se fechou de cima a baixo, e então ficou todo vermelho. Por apenas uma fração de segundo, ele estendeu a mão para Booker, mas depois se virou e jurou; “Idiota. Estamos fodidamente acabados por aqui.” Ele colocou a mão na porta novamente. “Eu não volto esta noite, e vou encontrar outro lugar para dormir amanhã à noite também.” Droga. Usando todas as armas disponíveis, Booker disse; “Você é um covarde.” Como uma serpente provocada, Jed se desenrolou, girou novamente, e agarrou um punhado da camisa de Booker. Empurrando-o contra o balcão e o apertando para frente com todo seu peso, forçando-o a se curvar contra a fórmica em suas costas. “Diga isso de novo.” Os lábios de Jed puxaram e ele mostrou os dentes. “Eu te desafio.” Com o coração na garganta, o olhar preso em Jed, Booker disse, “Covarde.”

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Um rugido feroz escapou de Jed, tão profundo e alto que sacudiu o trailer. Ele arrancou Booker do balcão, arrastou e o jogou em cima da mesa. A parte de trás de sua cabeça e o braço engessado bateu na superfície, e Booker clamou quando alfinetadas de dor explodiram em seu crânio. Sem parar, Jed puxou Booker para ele. Usando as mãos em sua camisa para segurá-lo suspenso um pé acima da mesa. Com cada fôlego que Jed tomava suas narinas chamejavam, e seus corpos pressionavam juntos. O peito de Booker batia como um filho da puta; e seu sangue corria tão rápido que nublava sua audição. Ele olhou para Jed corajosamente, porém, sem medo, e bebeu em cada linha bonita e dura deste homem inflexível. Desesperadamente necessitado, ele baixou seu olhar para a boca de Jed — tão dura e sexy. Booker lambeu a ponta do lábio, e o fôlego de Jed imediatamente ficou preso. Os lábios do homem se separaram, e sua respiração aqueceu o ar já úmido entre eles. Jed procurou seu rosto, e o escrutínio tocou Booker toda à distância até suas tripas. Ambos respiravam pesadamente, como um, e, de repente, suas barrigas pulsaram em uníssono. Oh Deus. O pau de Booker se mexeu, fora de seu controle, contra o de Jed. Que sobressaltou, e num piscar de olhos um cume espesso pressionou forte contra sua coxa também. Oh por favor, sim. Booker gemeu, e seu pau pulsou e inchou mais, tão poderosamente quanto seu coração martelando contra sua camisa. Implorando com os olhos, Booker tocou o rosto de Jed com a ponta dos dedos engessados. “Jed…” Com fogo de prata em seu olhar, Jed mergulhou a cabeça, tão perto que apenas uma folha de papel teria se encaixado entre seus lábios. Incapaz de controlar sua resposta, Booker gemeu. Ergueu os quadris para um contato mais pleno com Jed e esfregou suas ereções juntas. Jed corcoveou, mas, de repente, jurou contra tudo que é santo. Em dois movimentos rápidos jogou Booker sobre a mesa e correu todo o trailer para a segurança da porta. Apontando, Jed disse com crueldade suave, “Essa porra de gesso salvou sua vida.” Ele limpou o rosto com um golpe rápido e áspero. “Se você pudesse me bater de volta e tornar isso uma briga justa, nós estaríamos rolando no chão agora.”

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Rancor enchia a voz de Jed, mas quando Booker se sentou na beirada da mesa, ele se deteve no tremor das mãos do homem. “Ou você teria me beijado.” Booker assentiu quando Jed estreitou um olhar de fogo nele. “Sim, Jed. Eu vi seus olhos. Eu senti a maneira como você estava respirando. Você queria me beijar tanto quanto você queria me bater.” A própria excitação de Booker o impeliu a deixar seu olhar viajar para o sul na forma claramente definida do pau de Jed através de sua calça. “Ou talvez” — Booker se prendeu em Jed, mais uma vez — “de pé entre minhas pernas, pressionando contra mim como você estava, fez você perceber que quer foder comigo também.” “Você não sabe merda nenhuma sobre o que eu quero;” Jed rosnou. Ele foi para a porta novamente, atirando em Booker o dedo ao longo do caminho. “Estamos Acabados!” “Nem mesmo perto!” Booker gritou de volta. Sem se virar, Jed chutou a porta aberta. “Sim, estamos!” Com isso, ele saltou os dois degraus até o chão de terra, gritando, “Para sempre, filho da puta!” E bateu a porta com tanta força que todo o reboque balançou. Booker saltou da mesa e correr pelo trailer. E abriu a porta. Jed se afastava cada vez mais, movendo-se como se tivesse cães de caça do inferno mordendo em seus calcanhares, e nem uma vez ele olhou para trás para ver se Booker o observava ou o seguia. Porra. Porra. Porra. Deixando a porta se fechar por si mesma, Booker bateu a testa contra a lateral de um armário. Jed sentia algo por ele, algo que era mais profundo do que amizade. Sem dúvida, Booker agora sabia que era verdade. Cada movimento que Jed tinha feito hoje e ontem à noite apontava em direção a esse fato. A verdade dos sentimentos de Jed, porém, não traduzia significar que o homem estava pronto para enfrentar sua atração por outro homem ou, mais profundamente, capaz de alguma vez chegar a um lugar onde ele poderia agir sobre esses sentimentos. A decisão de Jed de entregar sua demissão hoje provava que ele não estava pronto para possuir ou aprofundar seus sentimentos por Booker. De qualquer modo. Porra. Porra. Porra. Novamente.

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Booker se virou e bateu o gesso contra a parede, amaldiçoado uma tempestade de merda, e depois fez de novo. Não dava uma merda se danificasse todo o bom trabalho do gesso feito em seu braço. Sentia-se como se Jed tivesse cortado um buraco em seu intestino, e queria sentir a dor em todos os lugares. Booker sempre imaginara que nada poderia ser pior do que querer alguém que pudesse nunca querê-lo de volta. Ele estava errado. Saber que Jed o queria de volta, mas que se recusava a reconhecer ou agir sobre seus desejos, torcia a faca ainda mais funda em seu núcleo. Ele se sentia como um cavalo de corrida com uma cenoura pendurada constantemente na frente de seu rosto, sempre fora de seu alcance. Eu, porra, preciso partir para um mestre que me alimente. Mais do que amaldiçoar Jed, porém, Booker se amaldiçoou. Ele odiava a si mesmo, porque sabia que não ia há lugar nenhum. “Porra.” Booker esmurrou o punho engessado na parede novamente.

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Capítulo Onze Bombando por todo o bar, alto o suficiente para vibrar através do corpo de uma pessoa, a batalha final de violinos chicoteou com um esticado frenesi estridente, e a canção country acelerada chegou a um fim abrupto. No tempo com a música, Jed girou sua parceira de dança em seu corpo, e então a mergulhou quando a música parou. Todos no bar lotado aplaudiram a banda. Quando Jed puxou a bela ruiva de pé, ele riu alto. Jenn bateu palmas e riu, e sua pele de porcelana brilhava com uma tonalidade rosada, como resultado das duas danças movimentadas que tinham compartilhado. Voando alto, com suas duas cervejas se esbaldando de-trás-pra-frente aquecendo sua barriga, Jed deixa a música encher sua mente e corpo. Quando o som suave de uma música lenta encheu o bar obscurecido, ele puxou Jenn para ele. Ela sorriu, mas se afastou no momento em que alguém bateu no ombro de Jed. Mark, um colega de trabalho na turnê, disse, “Obrigada, amigo, mas esta canção é praticamente meu ritmo. Vou levar minha namorada de volta agora,” e gentilmente puxou a mulher em seus braços. “Encontre sua própria namorada para as lentas.” Jenn sorriu para Jed por cima do ombro de seu namorado. “Obrigada, Jed. Eu me diverti.” A jovem acenou para ele, mas as estrelas em seus olhos brilharam apenas quando ela olhou para Mark. Jed caiu de volta para a Terra. Foda-se. Ela não é minha. Jed se afastou, abrindo caminho pela multidão de dançarinos balançando tão estreitamente juntos, e foi de volta para os festeiros reunidos em volta de duas mesas. Precisava encontrar outra parceira de dança e perder-se no movimento e música novamente. Cada segundo que ficava fora da pista de dança, cada minuto que não preenchia seus pensamentos com uma doce mulher girando em seus braços, outra pessoa enchia sua mente — este maior, e masculino, e bonito em sua própria maneira especial, cujo, cantos e recantos, parecia se encaixar a ele perfeitamente. Cristo, eles certamente tinham se encaixado algumas

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horas atrás, quando Jed tinha tão facilmente preenchido o espaço entre as coxas magras e musculosas de Booker, e pressionado seu pênis contra um crescimento igualmente quente e duro. Oh foda-se, sim. Jed gemeu, bem ali no bar, e seu pau se contorceu contra seu jeans. Não! Ele não queria outro homem. Ele era reto. Ele só tinha que se concentrar. Ele precisava tirar aquele filho da puta do Booker de sua cabeça, e rápido. Jed rodeou as mesas lotadas e tomou a mão da linda loira Alison na sua. “Vamos, Ali.” Ele arrastou a mulher voluptuosa de seu assento. “Ouvi você falando sobre o quanto gosta de dançar. Vamos fazer disso uma competição esta noite e mostrar a eles como se faz.” Ao lado de Alison, o cavaleiro bronco Harlan se levantou e colocou a mão no braço de Jed. “Ei.” Seu tom foi curto e cortante, e seu olhar de chocolate escureceu. “Não acho que ela está no clima hoje, Jed.” Cavaleiro figurão, idiota. Com um grunhido em erupção, Jed estufou o peito e se segurou firme. “Por que você não deixa Ali responder por si mesma?” Harlan passou por Ali, no espaço pessoal de Jed. “Ela poderia responder, se você realmente tivesse lhe pedido para dançar. Mas você não fez. Você apenas assumir que ela faria e a arrastou de sua cadeira.” “Vai se foder, cara.” Jed se inclinou e bateu contra o peito de Harlan, indiferente que o homem tivesse três centímetros de altura e provavelmente uns vinte e dois quilos acima dele. “Eu não arrastei ninguém a lugar nenhum. Por que você até está aqui, Harlan?” Com seu sangue bombeando numa velocidade feroz, Jed zombou enquanto olhava o gigante de cabelos escuros de cima a baixo. “Eu nem gosto de você. Nós nem somos amigos.” Tim e Marcy ficaram de pé. Marcy acaloradamente sussurrou; “Jed, pare,” enquanto Tim murmurava, “Vá com calma.” Harlan balançou a cabeça. “Essa é de primeira, cara. Realmente de primeira.” Franzindo a testa para Jed, ele deu um passo medido para longe, como se Jed tivesse uma doença. “Até o momento, eu estupidamente pensei que éramos amigos.” “Besteira,” Jed cuspiu de volta. Sinais de alerta zumbiram e piscaram em sua cabeça, mas um motor inflamável teve o controle de tudo dentro dele e o empurrou a todo vapor. “Você está

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aqui porque viu Ali sentada à mesa.” Tomando nota da mão protetora que Harlan tinha nas costas de Ali, Jed vomitou todos os seus pensamentos, sem se preocupar em embelezar ou colorir suas palavras ou tom. “Você veio, porque você porra, sabe que quer Ali para si mesmo. Por que você não vai em frente e urina um círculo ao redor dela e estaca sua reivindicação? Pelo menos assim a garota vai saber onde você está. Você faz mais para confundi-la do que eu jamais poderia. Eu só quero dançar, então é isso que estou pedindo para fazer.” O olhar de Harlan escureceu com cada palavra pronunciava, mas Jed apenas se ergueu mais ereto, incapaz de comandar sua boca a fechar. “Você se senta ao lado dela e fecha a cara, quando tudo que você realmente quer fazer é espalhar seu op —” Os olhos de Harlan num flash ficaram negros como a noite. Ele sussurrou; “Bastardo,” em um tom mortal e de repente rugiu na cara de Jed. Rápido como o inferno, Harlan bateu seu grande punho direto no queixo de Jed, sem sequer checar seu golpe, e Jed saiu cambaleando para trás em outra mesa. Fogo quente de dor atropelou por sua pele e queixo, mas ele ignorou. Gritando de volta para Harlan, Jed saltou da mesa para o homem maior e o atacou. Quando seus corpos se chocaram, ele grunhiu com a força do contato, mas mergulhou com cada gota de energia nele e levou o homem para o chão. Em cima de Harlan, Jed agarrou sua camisa, puxou-o para cima, e esmagou o punho no rosto do homem. O som estalado estourou euforia por seu corpo, lhe dando outra onda de força. Mas, quando ele foi esmurrá-lo de novo, Harlan o rolou de costas e enfiou o joelho em seu intestino com todos os seus cento e treze quilos de músculos atrás do golpe, e Jed soprou quando o fôlego voou de seu corpo. Filho da puta. Seco e tossindo, Jed jogou o braço para cima e conseguiu bloquear um soco vindo direto em sua boca. Com pura adrenalina abastecendo seu sangue, ele encontrou sua voz e gritou no topo de seus pulmões, usando qualquer coisa que pudesse se dar poder extra. Ele subiu para dar uma cabeçada em Harlan, mas Harlan voou para trás, longe dele. Jed subiu novamente, mas seus braços foram agarrados em ambos os lados, segurando-o no lugar, e foi quando ele percebeu que dois outros homens tinham agarrado Harlan também.

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Empurrando seu caminho através do grupo de curiosos, um cowboy de cabelos grisalhos amaldiçoou as mães de ambos, Jed e Harlan, e apontou para todos no círculo. “Todos vocês que estavam bebendo juntos, acertem suas contas e deem o fora daqui agora, ou vou ter todos vocês presos.” O dono do bar, um cavaleiro aposentado, bateu a mão contra a mesa forte o suficiente para balançar cada copo de cerveja assentado em cima disso. Ele olhou para a matriarca não oficial do grupo. “Marcy, você normalmente tem melhor controle desses rapazes. Estou desapontado com você.” Respirando pesadamente, Jed viu Marcy rapidamente entrar entre ele e Harlan. Ela colocou seu foco totalmente no dono do bar. “Peço desculpas,” Marcy disse ao homem mais velho. “Você me informe sobre os danos, e vamos ter certeza que será coberto.” Ela, então, se virou lentamente e olhou para todos em seu grupo. “Vamos lá, pessoal. Foi curta” — ela olhou para Jed — “mas todos nós já tivemos o suficiente. É hora de encerrar a noite.” Não. Porra nenhuma. A noite não podia acabar ainda. Sugando por ar, ainda extremamente quente, Jed puxou contra os dois grandes sujeitos segurando seus braços. “Eu não vou a lugar nenhum.” Ele deslizou sua atenção para Harlan. “Eu só estava fodidamente defen —” Marcy girou e apertou a mão contra sua boca. “Pare de falar agora mesmo. É de seu interesse deixar o vento da noite refrescá-lo.” Ela suavizou a pressão em sua boca. Mais que isso, quando ela o olhou, algo suplicante, talvez até piedoso, encheu seus olhos. “Você me entende, querido?” Por uma fração de segundo, Marcy nadou na frente de Jed, e ele se viu olhando para sua pequena e exausta mãe — decepção e tristeza enchendo seu olhar aguado de oceano. Não, Mãe. Por favor. Suas pernas cambalearam, e ele assentiu enquanto o olhar dela esmagava completamente seu coração. Jed se deixou conduzir para fora. Uma vez que o ar fresco o atingiu, sua mente limpou, e Marcy reapareceu ao seu lado. Quando o grupo se reuniu no estacionamento, ele voltou sua

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atenção para Ali. De cabeça baixa, a jovem caminhava alguns passos à frente, e o estômago de Jed torceu doente. Porra. Apressando os passos, Jed puxou a manga da blusa de Ali. Ela saltou enquanto se virava para olhar para ele, e Jed se odiou por até mesmo ter nascido. Ele não queria que as mulheres tivessem medo dele. E certamente não esta garota doce e inocente. “Sinto muito.” Jed segurou a mão de Ali em um aperto frouxo. “Eu não deveria ter falado sobre você do jeito que fiz. Não há desculpas para meu comportamento. Foi desrespeitoso, e peço desculpas.” Ali, tão coração mole, ofereceu a Jed um pequeno sorriso. “Obrigada.” “Eu realmente sinto muito,” ele disse novamente. Com outro aceno de Ali, algo que Jed tomou como perdão, ele se inclinou para beijar o rosto da garota. Antes que pudesse, Harlan interveio e o bloqueou. “Modere-se, Hastings.” O homem segurou o corpo inteiro tenso, como se pronto para a batalha novamente. “Você é um idiota quando bebe.” Filho da puta, idiota. As brasas de endorfinas se apagando dentro dele arderam como um fogo de graxa; e ele abriu os braços, de volta na cara de Harlan. “Que porra é essa? Eu só ia beijar seu rosto.” O resto do comentário de Harlan se arrebatou para Jed, e o calor em ebulição dentro dele explodiu em um fogo do inferno. “E eu não estou bêbado! Eu só tomei duas cervejas de merda, seu filho da puta!” Batendo seu braço longe de Ali, Harlan abriu os braços também e bloqueou Jed de seu grupo de amigos. “Então eu acho que você sempre foi um idiota, e eu é que nunca vi isso.” Com todos os pelos subindo, em estado de alerta para outro ataque, Jed empurrou de volta e bateu no peito do homem muito maior. “Podemos começar essa merda de novo, agora mesmo, idiota. Você dá o primeiro chute. Eu te desafio.” Harlan mostrou os dentes e levantou o braço para enviar outro soco em direção a Jed. Oh sim, vamos continuar essa porra. Com energia cinética acendendo cada terminação nervosa em seu sistema, bombeando-o até o nível-dez de energia, Jed ergueu um braço para se proteger do golpe, enquanto, ao mesmo tempo, começou a levar o outro para a mandíbula de Harlan. Antes que qualquer um deles pudesse esmagar o punho um no outro, menor, e mais esguio, Tim se

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empurrou entre eles e gritou para que parassem. Jed puxou o punho para trás bem a tempo de apenas roçar a ponta do nariz de Tim — assim como Harlan, que por pouco não acertou a parte de trás da cabeça de Tim — e evitando esmurrar o crânio do jovem. De rosto vermelho, Tim virou a cabeça para trás e para frente, em cada virada encarando Jed e Harlan. “Vocês não vão mais brigar esta noite. Nenhum de vocês. É estúpido.” Marcy entrou e puxou Tim fora da linha de fogo. “Bem dito, garoto.” Ela lhe deu um abraço de um braço só. “Vá em frente, Harlan. Ali, certifique-se de que ele chegue onde precisa ir. E o resto de vocês também.” A mulher enxotou a multidão. “Tim e eu vamos levar Jed para casa.” Quando o grupo murmurou seus boas-noites e começou a vagar em grupos menores em direção a seus reboques e quartos de motel, uma imagem de Booker passou diante dos olhos de Jed, e suas entranhas começaram a apertar. “Ei, a noite ainda não acabou! Não temos que ir para casa.” “Você não vai para outro bar.” Marcy ligou o braço no de Jed e o arrastou na direção de seus reboques. “Não no humor que está agora. A festa já acabou.” Cavando em suas botas de cowboy, Jed puxou contra a retenção de Marcy. “Eu vou fazer o que diabos eu quiser, mulher.” “O quê?” Enquanto Marcy continuava a puxá-lo — com Tim do seu outro lado — ela arqueou as sobrancelhas para Jed e lhe deu o olho do fedor. “Se eu não deixá-lo ir, você vai me bater também?” A picada de Marcy cravou direto em seu intestino, cortando em seu núcleo. “Que inferno?” Toda a luta drenou fora dele, e ele se deixou levar pela rua de duas pistas até um caminho de grama pisoteada, na direção de onde os reboques do rodeio estavam todos estacionados. “Você acha que posso ir tão longe para realmente bater numa mulher? Bater em você?” Suspirando, Marcy trocou de puxar o braço de Jed para esfregá-lo, e então tomou sua mão. “Não, eu não acho, querido. Mas se ouvir isso o acalmou, acho que você precisava. Você

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viu.” Passeando agora, com a mão junto com a de Jed, ela inalou e olhou para a noite clara e estrelada. “O ar da noite vai lhe fazer um mundo de bem. Você vai ver.” Ao longe, no final de uma fila dupla de reboques e campistas, uma luz ainda brilhava em um trailer que Jed conhecia como a palma da mão. Potro está lá. Esperando por mim. Não importava o quanto eles brigavam ou a feiúra das coisas que, às vezes, diziam um ao outro, Jed nunca duvidara que Booker sempre o esperasse voltar para casa. Casa que com seu olhar de alguma forma vê em minha alma. Casa com um corpo duro-como-o-inferno, e impressionante, e que agora me tenta para tocá-lo e explorá-lo cada vez estamos perto um do outro. Não. Não. Não. A voz na mente de Jed disse que não, mas a cada passo que dava, seu coração batia mais e mais rápido, e sua cabeça começou a nadar. Uma batalha ferozmente combativa entre a excitação, e medo, e atração, e temor tomou conta de seus membros e órgãos. Era como se punhos gigantes o perfurassem por dentro — o vencedor irrelevante, já que todos estavam certos de matá-lo. Marcy o guiou até o trailer, porém, e Jed a deixou fazê-lo. Cristo, eu juro que já posso pra caralho cheirá-lo, e senti-lo. A cada passo que dava, seu coração se alojava mais alto em sua garganta. Menos de cem metros longe, o trailer pareceu encolher, como se advertindo Jed que, se entrasse, não haveria um centímetro de espaço sobrando entre ele e Booker, e que o contato completo e quente entre seus corpos seria inevitável. Eles se pressionariam um contra o outro, e com a temperatura subindo cá fora, e o ar condicionado quebrado lá dentro, suas roupas bateriam no chão em segundos. Suas carnes nuas suadas e escorregadias se esfregariam e se agarrariam a cada movimento que fizessem. E Cristo, eles não seriam capazes de evitar seus lábios pastando um contra o outro. Apenas o menor suspiro para respirar permitiria que suas línguas se esfregassem juntas. A partir de então um beijo profundo e carente consumiria a ambos. Foda-se, sim, Potro. Beije-me mais duro. Prevendo-se nesse reboque totalmente agora, Jed sentiu Booker envolvê-lo em uma fortaleza e puxá-lo, afundando a língua profundamente em sua boca, possuindo-o com um beijo. Jed gemeu quando sendo reivindicado por Booker o fez sentir mais querido do que jamais se sentiu em sua vida. Nunca pare de me abraçar, Potro. Por favor. Jed se deixou consumir por Booker e gemeu novamente.

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De repente, como um tiro de canhão ao longe, uma voz feminina penetrou em seus ouvidos. A mulher perguntou, “Você está bem, querido?” E bateu o corpo de Jed de volta à realidade. Merda. Suas bolas já estavam inchadas em seu saco, e seu eixo já pressionava contra seu jeans, e ele nem sequer tinha visto Booker ainda. Estas fantasias sexuais tinham tomando tanto de sua vida que ele não conseguia sequer bloqueá-las nem mesmo quando estava perto de outras pessoas. Como diabos ele conseguiria colocar os pés naquele trailer e esconder seus sentimentos? Você não vai. Jed tropeçou. Você o quer demais. Com o reboque há poucos passos de distância, Jed colocou um aperto de morte na mão de Marcy. “Eu sei que eu agi como um idiota com Harlan, mas estou bem sóbrio.” Ele bateu a mão no ombro de Tim também. “Podemos ir a outro bar e ainda ter uma boa noite.” Dando um passo atrás, ele tentou puxá-los com ele. “Só nós três.” “Querido, eu acho que você já teve toda a diversão que poderia suportar por uma noite.” Não se movendo nem um centímetro, Marcy segurou seu rosto, e o beijo frio da rejeição se injetou direto em seus ossos. “E seu rosto vai provar isso quando olhar no espelho de manhã.” Ela tocou seu queixo e maçã do rosto, e uma pontada de desconforto o fez recuar. “Você vai ficar com uma boa contusão.” A dor em seu rosto não era um problema, Jed apertou a mão de Marcy novamente. “Mas—” À sua esquerda, a porta do trailer se abriu. Seu apelo caiu morto quando Booker saiu. O cabelo do homem estava gloriosamente desgrenhado, ele estava sem camisa, o gesso preto estava arranhado até as alturas dos céus, e o moletom cortado que ele usava para dormir toda noite cobria suas pernas até as coxas. Foda-se. Jed bebeu na visão. Ninguém — especialmente um homem — não deveria parecer tão sexy em um moletom esfarrapado e com corte irregular. A luz amarela acima da porta lançava Booker em um brilho suave e colocava um resplendor em seus olhos. “Está tudo bem?” Booker esvoaçou seu foco de Marcy para Tim, mas, então, estabeleceu seu olhar sério e sincero em Jed e suavizou sua voz para um murmúrio. “Achei que você não estaria de volta esta noite.”

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O pensamento doce de enrolar os braços em volta de Booker e enterrar o rosto contra a pele quente do homem teve Jed se movendo em direção a seu companheiro de quarto, sem nenhum pensamento por trás da reação instintiva. No último segundo, logo antes de subir aqueles poucos degraus, ele se lembrou de onde estava e quem ele era — e que ele não era gay. Em vez de saltar os degraus e cair nos braços de Booker, Jed se apertou por toda parte, preparado para mergulhar em uma briga mais uma vez. “Vá rastejar de volta debaixo das cobertas e durma.” Ele atirou um dedo para Booker. “Nós já estabelecemos que o que quer que aconteça esta noite não era de sua maldita conta.” Booker se encolheu — exatamente como Jed tinha a intenção de fazer com a ofensa. Em vez de se alegrar, Jed morreu por dentro na visão, sentindo-se pior do que a merda presa em suas botas. Então, Booker perguntou; “O quanto você bebeu?” E cada grama dentro de Jed se endireitou até o final. Booker acrescentou, “Você se embriagou e entrou em uma briga?” “Não é da sua maldita conta, idiota!” Dessa vez Jed saltou os dois degraus. Movendo-se tão rápido que forçou Booker a dar uma meia dúzia de passos para o trailer. “Você seu fodido quer ir nisso novamente também?” Antes que Booker pudesse responder, Marcy gritou; “Booker, querido. Você vai ficar bem com isso?” Booker olhou direto para Jed, seus olhos ridiculamente brilhantes, mas disse a Marcy, “Sim. Eu o tenho.” Jed rosnou, “Não, você não tem.” Ele malditamente não precisava de uma babá. “Eu o tenho,” Booker disse novamente, bloqueado em Jed. A cada piscada que Booker não dava, ele de alguma forma chegava mais fundo na alma de Jed e lia a verdade tão facilmente quanto uma manchete de primeira página. “Obrigado, pessoal. Eu cuido dele a partir daqui.” “Grite se precisar de alguma coisa,” Tim adicionou. “Nós ficaremos bem.” A confiança fácil no tom de Booker, e o modo fixo e certo que ele o mantinha preso com seu foco, arrancou um calafrio através de Jed. “Nós sempre ficamos.” Marcy e Tim murmuraram suas despedidas e deixaram Booker e Jed sozinhos.

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Merda. A cada segundo que ficava tão perto de Booker, com ele o avaliando tão completamente, Jed achava cada vez mais difícil respirar claramente. O cheiro de Booker, algo fresco e limpo, e ainda pungente almiscarado ao mesmo tempo, girava em torno dele e o sufocava em seu aperto. Eu preciso ir embora. Eu não posso estar aqui. De pé na porta aberta, porém, ele não conseguia fazer suas pernas se moverem. Booker não tinha o mesmo problema. Ele se aproximou, deixando poucos centímetros entre eles, e colocou seus corpos, oh tão perto, enquanto passava por Jed para fechar a porta. Menos de um centímetro separava seus rostos. Jed arremessou seu olhar pelas feições de Booker, e percebeu que sabia de cor cada sarda perdida, cada linha que plissava os cantos de seus olhos, como também os parênteses fracos ao redor de sua boca. Ele avaliou que o lábio superior de Booker de alguma forma se tornara tão exuberante quanto o inferior. Nem tinha que baixar o olhar para saber que Booker tinha uma marca de nascença marrom em forma de trapézio de dois centímetros logo abaixo e à esquerda do umbigo, ou que a marca de mordida em seu osso do quadril era de onde um Doberman o havia mordido quando ele tinha quinze anos. Cristo. Eu conheço seu rosto e corpo melhor do que conheço o meu. Booker também examinou Jed, parecendo estudá-lo, e por um flash Jed teve o pensamento de que gostaria que fosse mais bonito, e menos duro e áspero em torno das bordas. Eu quero que ele ache que sou tão sexy quanto eu sei que ele é. Porra. Incapaz de se mover, Jed ficou congelado sob o escrutínio do Booker, e gotas de suor escorreram por sua espinha. Booker se inclinou; apenas um fio de cabelo longe, e Jed sugou uma respiração instável. Então, com um leve aperto da boca, ele abruptamente recuou e se afastou. Jed exalou e afundou, mas, ao mesmo tempo, uma torção doce de necessidade puxou forte em seu núcleo. Ele não conseguia parar de olhar para Booker, onde agora estava na pia, ou afastar o pensamento de que mesmo com o gesso, ele ainda era quase um espécime perfeito de homem. Merda. Enquanto isso, Booker pegou dois panos dobrados no balcão. “Vou molhar alguns panos de prato para você.” O homem manobrou bem os panos, mesmo tendo pleno uso de apenas uma mão; Ele manteve o gesso seco e fez tudo parecer fácil pra caralho. “Seu lábio inferior está

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sangrando, e seu queixo e face estão ficando vermelhos.” Booker encarou Jed, e quatro anos de completo conhecimento das peculiaridades e falhas de Jed viviam em seus olhos. “Alguém te bateu danado de bem. Mais de uma vez. Isso não parece nada com você.” Saindo do estupor — porra, como ele faz isso comigo? — Jed se moveu como se um cavalo o tivesse chutado na bunda. Filho da puta. “Você não sabe de merda nenhuma, e eu posso cuidar de mim mesmo.” Ele limpou a boca com o dorso da mão e saiu com uma mancha de sangue. “Você não é meu guardião.” “Talvez não,” Booker rebateu, “mas está parecendo mais e mais que você precisa de um.” Avançando pelo comprimento do trailer, Jed vaiou com riso para encobrir a câimbra de pânico o consumindo todo. “Olha quem fala.” Enquanto passava por Booker em seu passo para outra direção, ele deu um olhar de soslaio para o gesso cobrindo seu braço. “Não era eu no hospital um mês atrás, e que ainda está usando um gesso.” “Muito justo.” Booker segurou seu tom firme. Dessa vez, porém, quando Jed se moveu para passar por ele novamente, Booker entrou em seu caminho e o parou frio. Toalha molhada na mão, ele zerou num contato visual perturbador e penetrante com Jed mais uma vez. “Poderíamos os dois usar um pouco de TLC5. Mas neste momento é mais você que precisa de mim.” Com isso, rápido como um raio, antes que Jed pudesse sequer pensar em se afastar, Booker pressionou o pano na maçã de seu rosto e queixo machucado. No primeiro contato, o pau de Jed despertou e se contorceu com prazer. Não. Por favor. Ondas mais profundas de pânico queimaram e o contaminaram, e ele empinou. “Tire suas mãos de mim.” Ele rasgou o pano da mão de Booker. “Eu posso cuidar de mim mesmo.” Segurando seu chão, Booker fechou o espaço entre eles tão rápido quanto Jed reagiu; Fogos de artifício iluminando seus olhos. “O quê? Então, agora não temos mais nenhuma amizade entre nós? Nada?” Booker encurralou Jed entre a porta fechada e o lado de um armário, e com isso eficazmente encolheu o trailer para um pequeno triângulo de espaço. “Não posso mais te ajudar quando alguém tão claramente te ferrou?”

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Tender Love and Care – Momento de carinho e cuidado.

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Um profundo resmungo, algo enraizado na autopreservação, abriu caminho através de Jed e esmurrou o ar espesso. “Eu dei algumas pancadas também. Não sou nenhum covarde que tem medo de atacar de volta.” O sorriso mais suave agraciou a boca luxuriante de Booker. “Eu sei que você não é, cara durão. Aqui.” Enquanto dobrava a toalha pequena, ele se inclinou para Jed. “Deixe-me, pelo menos, tirar o sangue de seu rosto.” Mantendo contato visual com Jed, movendo-se quase timidamente, Booker pastou suavemente o pano contra seu queixo. Quando ele roçou o pano sobre sua pele, o tecido puxou sua boca, e Booker raspou o dedo contra a pele dentro de seu lábio inferior. Jed ofegou. Ali onde estava, perto pra caralho de Booker, ele rangeu os dentes quando seu pau engrossou ainda mais. Na frente de Jed, as narinas de Booker chamejaram. E o pano caiu no chão entre eles. Booker se moveu para limpar o sangue de sua boca, mas, dessa vez usou a ponta áspera de seu polegar, e Jed estremeceu mais uma vez. Então — oh Cristo, sim — Booker lambeu a mancha de sangue em seu polegar, tomando-o dentro dele, e Jed gemeu e se atirou para o pleno e pessoal naquele mesmo local. No segundo em que aquele som necessitado deixou os lábios de Jed, o olhar de Booker se ergueu do polegar para seus olhos. Em um olhar, sem véu ou cortinas existindo, Booker expôs um oceano de piscina verde com crua e não filtrada necessidade e desejo. Então — merda do caralho — Booker segurou seu rosto, e o calor da palma carimbou uma marca em sua pele. Incapaz de desviar o olhar ou se mover, Jed choramingou, e se aninhou na mão de Booker, como se ele fosse o mestre, e Jed seu fiel animal de estimação. Com a respiração visivelmente acelerada, Booker adorou Jed com os olhos; Onde não havia nenhuma dúvida na fome em seu olhar escuro, e Jed de repente se sentiu como o homem mais importante do mundo. Ainda segurando o contato visual, em um tom despojado, Booker confessou; “Você é tudo para mim, Jed,” que demoliu direto sobre o que restava do muro entre eles. A pulsação de Jed chutou rápido para níveis de ataque cardíaco. Ele articulou; “Merda, Potro,” num tom de maldição áspera. Vozes em sua cabeça gritaram para que ele fugisse rápido,

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antes que este homem o consumisse de corpo e alma e rasgasse seu mundo fora do eixo, mas ele não conseguia desviar o olhar. E novamente sussurrou; “Merda, Potro,” extasiado com o homem. Aspirando, Jed colocou a mão contra o peito de Booker, sobre seu coração, e se maravilhou com a batida certa e rápida, com a pura luz brilhando de dentro deste homem maravilhoso — alguém que sempre teve suas costas. Booker pegou seu pulso e guiou sua mão pelo peito e pescoço, onde Jed naturalmente segurou e o puxou para perto. “Eu sei,” Booker respondeu. Tão perto, ele algemou a mão em sua nuca também e pressionou suas testas juntas. Respirando pesadamente, ele confessou, “Eu te amo, Jed. Eu sempre amei.” Então, depois de fazer uma pausar pelo segundo mais cru, ele roçou a boca contra Jed, suave pra caralho, e com força em seu tom acrescentou, “E sempre amarei.” Perdido neste homem, autopreservação sumindo, Jed gemeu e sussurrou asperamente, “Você é tudo para mim também.” Então, sucumbindo aos seus desejos mais básicos e mais proibidos, ele esmagou a boca contra a de Booker, ansiando por esta conexão mais do que precisava de sua vida. Imediatamente, Booker apertou a mão em seu pescoço. Clamando com um ruído inumano que flechou direto no intestino e pênis de Jed. E esmagando a boca na de Jed tão duro quanto Jed fazia na dele, primitivo e sem sutileza, quase como se nenhum dos homens tivesse beijado outra alma antes. Por favor, Potro. Mais duro, por favor. Bombas cheias de necessidade explodiram dentro de Jed, uma após a outra. Ele não conseguia parar de esfregar os lábios contra a de Booker, com movimentos ásperos e rápidos, ou cavar os dedos em seu pescoço e ombro — seus instintos o levando a se imprimir em Booker de todas as maneiras possíveis. Encurralando Jed ainda mais, Booker colocou a mão engessada em seu quadril e enrolou os dedos no jeans, conseguindo aperto suficiente para puxá-lo totalmente contra ele. Como se não existisse jeans, seu pau duro e quente pressionou contra o pau já ereto de Jed. Com a primeira moagem de seus pênis, de modo áspero, duro e cru, ambos ofegaram. Porra, sim. No momento em que Booker entreabriu os lábios, Jed gemeu baixinho, e um segundo nível de necessidade correu por seu sistema. Ele lambeu seu caminho na boca de Booker, faminto por um gosto mais profundo. Hortelã quente explodiu em sua língua. Com outro gemido, ele

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entrou de novo. Dessa vez, Booker emaranhou a língua com a de Jed também. Puxando contra ele, claramente lhe dando tudo que tinha em seu beijo. Ele mergulhou a língua na boca de Jed, com investidas mais suaves que sugeriam algo mais cru, só para puxar o contato longe. Precisando desta conexão tão mal, Jed rosnou e mordeu sua boca exuberante em retorno, picando e inchando os lábios do homem mais do que já estavam. Booker mordiscou Jed de volta, mas, então, lambeu na ferroada que havia criado. Ele recuou; apenas um fio de cabelo, e colocou a testa na de Jed mais uma vez. Capturando o olhar de Jed no borrão do dele. Os olhos do homem faiscavam com os mais ricos verdes de uma floresta, e cada fôlego que ele tomava fazia seu peito subir e descer em grandes ondas. Segurando-se no lugar, Booker correu a mão pelo peito e estômago de Jed. Abrindo os botões de sua camisa no caminho, separando o tecido, e revelando uma linha de pele da garganta até seu jeans de cintura-baixa. Nunca desviando o olhar, ele deslizou a mão mais baixa e cobriu o pênis furioso de Jed, — foda-se, sim — que precisava daquela mão nele tanto que estremeceu. Através do jeans, Booker esfregou a mão ao longo do comprimento do pênis endurecido e apertou suavemente no eixo. Jed ofegou e corcoveou; Booker deslizou mais baixo, segurando suas bolas, e o ofego de Jed se aprofundou para um gemido. Abertamente, com aparente reverência, ele acariciou o pau de Jed. Lambendo seu nariz ao mesmo tempo, e foi como se ele tivesse sacudido a língua através da ponta de seu eixo. Merda. Jed vazou uma linha de présemem que manchou seu jeans. Booker, com voz rouca como o diabo, disse, “Você está tão duro.” Ele apertou, e Jed pulsou em sua mão capaz. Com os olhos brilhando ainda mais, ele lambeu a boca sensibilizada de Jed. “Eu quero te fazer gozar, Jed.” Deslizando os dedos pelo comprimento do pênis, ele o provocou com o mais leve toque maldito, e roçou os lábios contra os dele de novo. “Aposto que você fica ainda mais bonito quando goza.” Enquanto dizia isso, ele suavemente beliscou a ponta do pau de Jed por cima da calça — oh foda-se, sim, aí, bem aí — e Jed estremeceu de cima a baixo. Com alguns toques simples, Booker puxou Jed completamente sob a maré de necessidade. O ruído mais cru escapou dele, Jed choramingou, “Faça-o,” e baixou as mãos para rasgar a fivela do cinto. “Toque-me. Por favor.”

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Um som elementar irrompeu de Booker também, e ele selou a boca na de Jed num beijo quente e ardente de posse. E saqueou sua boca com agressão básica, como se pudesse nunca mais ter a chance de beijá-lo novamente, e Jed acolheu a tomada. Booker lançou a boa mão na mistura de conseguir seu cinto e calça desfeita, e a ânsia quente em seus movimentos disparou um zumbido louco direto em sua corrente sanguínea. Vivendo em um lugar sem restrições, com emoção honesta, algo que Jed nunca havia experimentado com ninguém em uma situação sexual, ele desajeitadamente mordeu a boca de Booker e enfiou a língua através dos lábios do homem. Todo o tempo seus dedos pareciam estranhos e desajeitados, tão grandes, grossos e inflexíveis quanto o tronco de uma árvore, enquanto lutava para conseguir o cinto e calça abertos. Precisando pra caralho das mãos de Booker nele, pele com pele, agora, ou ele sabia com certeza que poderia morrer. Contra a boca de Jed, Booker sussurrou, “Shh, shh, shh,” e segurou suas mãos trêmulas. “Deixe-me fazer isso.” Com uma mão, e apenas uma pequena ajuda dos dedos parcialmente engessados, ele trabalhou o cinto, botão e zíper livres. Sem esperar nem um segundo, ele disse, “Eu preciso senti-lo também,” e enfiou a mão dentro do jeans e cueca de Jed. Oh, merda. Sim. Calor imediato cercou seu pênis, e Jed gemeu e inchou ridiculamente na mão de Booker. Que segurou seu olhar, e quando fez, ele acariciou toda a distância da cabeça espessa do eixo, ao longo do comprimento, e arrastou mais semente precoce do corpo de Jed. Sem parar, ainda observando Jed tão fodidamente de perto, ele deslizou a mão mais abaixo, envolvendo seu saco em um aperto quente, e dando às suas bolas um rolo e puxão firme. Booker repetiu o movimento, e Jed gemeu; algo arenoso e fora de controle. Rapidamente, sêmen encheu suas bolas e o empurrou em direção ao precipício que lhe traria o lançamento. Cada bocado de pastagem de contato de Booker o atirava de supersensível a fio exposto ao vivo — uma bola de sensação que saltava com cada toque deste homem sexy. Booker emplastrou a testa na de Jed. Esfregando a mão de cima a baixo em seu pênis com acelerada velocidade, e enquanto o fazia seu fôlego foi ficando mais pesado, e seus olhos escureceram em cor. De repente, ele ordenou, “Empurre seu jeans para baixo,” e machucou os lábios de Jed com outro beijo áspero. “Quero ver minha mão em seu pau.”

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Em uma resposta rápida, Jed empinou e gemeu. “Porra.” Com o olhar piscando fogo, Booker lambeu através de seus lábios entreabertos de novo. “Eu sei.” Já um escravo deste homem, Jed colocou as mãos em sua cintura, cumprindo por instinto, antes que um pensamento consciente tivesse a chance de entrar em sua mente. Ele não conseguia negar ou desviar o olhar do recém-revelado e também básico desejo vivendo nos olhos de Booker. O poder dessa paixão aberta — virada em direção a Jed — desencadeando uma necessidade gutural nele por uma conexão completa e honesta, sem barreiras entre eles, e que Deus os salvasse se eles perecessem juntos nessa explosão. Com mãos trêmulas, ele empurrou o jeans e cueca até o meio das coxas e expôs a mais bela imagem erótica que ele já vira em sua vida: A mão bronzeada e cicatrizada-pelo-trabalho de Booker, enrolada em torno da base de seu pênis totalmente ereto. Desenfreado, Jed murmurou, “Jesus, Potro,” enquanto outra pérola espessa de présemem vazava de sua fenda. “Merda.” Olhando para cima por um instante, Booker sorriu daquele jeito único que Jed sabia era só para ele. “Eu sei.” Ele correu a mão por cima do pênis, recolheu a gota de pré-semem, e a lambuzou em torno da cabeça, para profundo gemido e prazer de Jed. “Você é incrível.” Booker raspou os lábios contra os dele. E então sacudiu apenas a ponta da língua dentro, o movimento certamente projetado para atormentá-lo ao lhe dar apenas um toque do céu profundo. “Solte-se na minha frente, pela primeira vez.” Ele deslizou a mão pelo pênis, seguiu em frente, e agarrou suas bolas. Contra seus lábios, ele sussurrou, “Eu sonhei com isso para sempre. Deixe-me, finalmente, vê-lo gozar.” Booker esfregou a ponta dos dedos para trás em seu saco e apertou. O movimento simples sacudiu um choque elétrico através do meio de Jed, do fundo do canal de sua bunda por todo o caminho até a ponta de seu pênis, e o catapultou de cabeça através de uma parede de tijolos para um mar furioso onde o desejo e necessidade por este homem — Potro, sempre tem sido Potro — saturou as águas turbulentas. Jed agarrou um punhado de seu cabelo e esmagou suas bocas com um beijo escaldante e implacável. Nenhuma sugestão de manter uma imagem ou se esconder existia em Jed mais. Ele

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comeu seu caminho na boca de Booker sem qualquer cuidado com o dano que pudesse deixar em seu rastro. Gemendo em resposta, Booker o beijou de volta também ferozmente. Ao mesmo tempo, envolveu a mão calejada em volta do eixo ardente e começou a masturbá-lo da raiz até a ponta, com puxões cheios e plenos. Prazer imediato e profundo lambeu através do pênis de Jed, e ele empurrou os quadris adiante, implorando pelo toque de Booker. “Sim… Porra…” Redemoinhos gloriosos de lançamento já atormentavam cada nervo supersensível em seu pau e bolas, e ele sabia que se perderia no toque incrível deste homem em questão de segundos. Frenético, Jed empurrou a mão entre seus corpos e cobriu a de Booker com a sua. “Mais forte.” Forçando-o a um puxão brutal em seu pênis, Jed clamou quando Booker puxou em seu pau com um aperto ainda mais forte. Ele segurou Booker para ele com uma mão em seu pescoço e ordenou, “Não tenha medo de ser áspero.” Com a testa contra a de Jed, Booker assentiu. Respirando pesadamente, ele se prendeu em Jed, e começou a chicotear a mão de cima a baixo em seu pau, usando um agarre viciosamente apertado. Linhas gritando de dor e prazer atravessou o corpo de Jed. A dor alimentando o prazer com delícias ímpias, e ele esmagou os dedos na parte de trás do pescoço de Booker enquanto lutava contra o ataque iminente de lançamento. A punheta inexperiente, por essa mão masculina forte pra caralho, lambeu profundamente uma sensação quente e proibida através do sistema de Jed, encontrando lugares dentro dele que ninguém nunca chegara antes. Pânico e medo renovados giraram dentro de Jed, perfurando-o por dentro, e lutando para roubá-lo dessa corrida gloriosa em direção ao lançamento. Booker puxou suas bolas e provocou seu buraco com uma escovada rápida e firme dos dedos, atormentando-o de mais outra forma antes de rasgar o caminho de volta até seu pênis com um aperto de morte. O aperto castigado arrancou um grunhido cheio de prazer de Jed, e quando sua liberação empurrou contra sua necessidade de manter algum nível de controle, ele articulou asperamente, “Não.” Rolando a cabeça contra o armário e fechando os olhos. Booker imediatamente parou a mão em seu pau, e Jed gemeu com a perda.

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“Não, bebê, não faça isso.” Booker esfregou o nariz e boca contra seu rosto e queixo. “Olhe para mim.” Gesso frio raspou contra o rosto de Jed. Usando a mão engessada, Booker o puxou de volta para encará-lo. E quando Jed olhou; Um olhar caloroso, belo e confiante, junto com um sorriso gentil, o esperava. Booker acariciou de cima a baixo do pênis rígido e mergulhou até massagear as bolas transbordantes. Enquanto fazia, ele roçou os lábios contra os de Jed, e tão fodidamente suave disse, “Você é todo o meu mundo, Jed. Eu estaria perdido sem você,” e o beijou com dolorida ternura novamente. Sacudindo a cabeça, Jed exclamou guturalmente, “Não!” Quando uma bolha de dor insuportável explodiu dentro dele. Mas mesmo enquanto lutava contra os sentimentos destrutivos, ele se agarrou a Booker com um beijo desesperado e de roubar-a-alma de qualquer maneira, e explodiu sua liberação sob o hábil toque de amor do homem. Jed bombeou o pênis através do aperto firme dos dedos de Booker, fodendo a mão do homem, e rangeu os dentes quando gozou num jorro precipitado. Sêmen quente correu através de seu eixo com velocidade arrepiante, e ele gritou palavrões incoerentes enquanto esguichava um alto e espesso arco de esperma entre seu corpo e o de Booker. Estremecendo de cima a baixo, de novo e de novo, quando o orgasmo assumiu um controle brutal sobre ele. Ohhhh, pooora. Jed olhou abaixo e viu Booker bombeando seu pau, a grande mão do homem enrolada fortemente em seu pau venoso, puxando cada gota de semente que ele tinha para dar; A visão o excitou tanto que ele corcoveou e derramou ainda mais ejaculação para este homem. Antes que o último tremor atravessasse o corpo de Jed, enquanto ele ainda voava mais alto do que um avião nas nuvens, Booker murmurou, “Ohhhh merda, Jed. Eu preciso gozar também.” Ele esfregou a mão nas linhas leitosas de ejaculação cobrindo a barriga de Jed, revestiu a palma com o material, e então enfiou a mão na frente do moletom. Com um movimento da mão escondida, o homem sacudiu na frente de Jed. Merda do caralho. Jed observou Booker deslizar a mão de cima a baixo em seu pau, o moletom fino nenhuma barreira para o que ele fazia, e começou a suar tudo de novo. Booker gemeu e revirou os quadris, e Jed amaldiçoou, com ciúmes dessa camada de material que escondia o ato de sua

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vista. Esse pau é meu. Chocantemente, o canal e buraco de Jed espremeram no acompanhamento. Um pico rápido de medo esfaqueou através dele, ainda assim, ele não conseguia rasgar seu olhar longe de Booker. Calor visível impregnava a pele nua de Booker, de seu rosto corado até a carne cobrindo os ossos de seu quadril — a única coisa que impedia o moletom de cair em uma poça no chão. A cada pequeno detalhe que Jed catalogava, dos mamilos de cor ferrugem do tamanho de um níquel, os músculos rasgados do abdômen tenso, a cintura fina, as pernas esguias e levemente peludas, até os pés grandes e feios, seu pau, de alguma maneira, começou a se contorcer e inchar novamente. Ele queria aquele corpo, ansiava por cada centímetro dele, e nada mais dentro dele o acautelava para ir devagar ou se conter. À sua frente, Booker trabalhava a mão dentro de seu moletom gemendo, e Jed soltou um som cheio de posse. Sem conscientemente se comandar a fazê-lo, ele estendeu a mão e puxou o moletom cortado por suas pernas, mostrando cada centímetro do homem. Booker estremeceu, e atirou seu olhar para Jed, mas continuou a puxar seu pênis esticado. Inferno santo. Jed engoliu em seco na visão diante de seus olhos. Booker não chegava a ter seu comprimento, mas boa foda, seu pênis era o mais grosso do caralho que ele já vira. Tinha uma cor vermelha e uma cabeça de cogumelo gorda e definida, que deu água na boca de Jed. Era uma coisa de pura beleza, e Jed começou a puxar seu próprio pênis no tempo com cada arraste que Booker colocava no dele. Enquanto se masturbava, Booker segurou o olhar de Jed, e seu corpo inteiro revirou e se moveu com cada curso de sua mão. “Jed…” Booker mordeu o lábio, e novas linhas marcaram seu rosto duro, provando o quão dolorosamente excitado ele estava e o quanto lutava para se fazer gozar. “Eu preciso de você.” Cada palavra soava ofegante, como se rasgada de sua própria alma. “Por favor.” Com o coração partido, Jed puxou Booker para ele enquanto um grunhido danado de áspero rasgava de suas cordas vocais. “Use-me.” Ele serpenteou o braço em volta da cintura de Booker e acomodou o homem contra sua perna. “Esfregue seu pau em minha coxa.” Arremessando o braço no pescoço de Jed, Booker mergulhou para outro beijo quente. Ao mesmo tempo, começou a moer o pênis contra sua perna nua. Cada soco dos quadris do homem

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emperrava o pau com força contra sua coxa, e a sensação atirou Jed direto para a estratosfera. Era como se um polo de lava-quente forjado com aço apunhalasse repetidamente em sua carne, marcando sua pele, tentando cavar o caminho em seu corpo, e Jed se gloriou por qualquer dano que Booker pudesse fazer a sua carne. Eu quero que ele force seu caminho para dentro. O pensamento arrastou um grito ininteligível de negação fora dele, mas ele empurrou as mãos pelas costas nuas de Booker de qualquer maneira, agarrando sua bunda, e forçou uma moagem ainda mais áspera do pau do homem contra sua perna. Booker ofegou, e afundou os dedos no crânio de Jed, agarrando com todo o seu poder. Mantendo o contato visual, ele montou sua perna, mais e mais áspero, seu fôlego cada vez mais difícil com cada deslizamento do pênis sobre o granito duro da coxa de Jed. Perdendo-se no desejo aberto deste homem, Jed guiou Booker com velocidade sempre crescente e cavou seus dedos em suas nádegas escorregadias de suor, em busca de uma melhor aderência. Ao invés, ele deslizou os dedos entre as bochechas tensas e arredondadas, e pastou o dedo médio sobre o buraco fortemente-apertado de Booker. Com o primeiro toque em seu broto, Booker ficou rígido como uma flecha. Suas pupilas dilataram, mas ele alcançou atrás e bateu a mão sobre a de Jed. “Toque-o. Brinque com ele.” E esmagou os dedos na parte de trás da mão de Jed. “Provoque meu buraco.” Cada linha em seu belo rosto se esticou com necessidade. “Por favor.” Incapaz de romper com o domínio intenso e brilhante do olhar de Booker, Jed assentiu, e esfregou a ponta calejada do dedo sobre o pequeno anel de músculo. Booker estremeceu contra ele, e o pequeno arrepio trabalhou como um choque elétrico através de Jed — um que foi direto para seu pênis. Duro e dolorido, mais uma vez, ele esfregou de um lado para o outro sobre o buraco de Booker, uma, duas, três vezes. Booker gemeu em resposta, e seus movimentos ficaram espasmódicos. Ele moeu o pênis esticado contra sua perna, mas ao mesmo tempo, o arco em suas costas manteve seu rabo erguido em oferta, silenciosamente pedindo mais toque em sua bunda. Fascinado e tão malditamente excitado, só de ver a necessidade sexual se desvendar em Booker, Jed fez o melhor para duplicar seu prazer. Ele deslizou a mão pela fenda de sua bunda e puxou o homem duro contra a coxa. Então, quando ergueu Booker, para lhe dar o atrito na

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frente, ele colocou a ponta do dedo médio direto sobre o cu do homem e pressionou contra o buraco sensibilizado. Imediatamente Booker gemeu e soltou todo seu peso no toque concentrado. Saltando tão fodidamente rápido e com tal poder que Jed atravessou o bloqueio do músculo, e seu dedo escorregou para dentro do ardente túnel apertado e úmido do rabo do homem. Booker gritou, mas ainda assim se dirigiu mais duro sobre o dígito enterrado de Jed. Que gemeu — oh merda, isso é insano — e seu pau se levantou para ereção completa. Aquecida-comoo-inferno a passagem de Booker consumiu seu dígito da ponta até a base. Cristo, ele nunca tinha estado dentro de nada que se sentisse tão perfeito quanto o rabo de Booker. Na outra ponta, Booker fez um som rouco, algo que parecia arrancado de seu núcleo. Ele começou a empurrar os quadris e colocar fricção em seu pau. O canal de sua bunda cerrando contra o dedo de Jed, claramente fora de seu controle. Um segundo depois, Booker entreabriu os lábios, como se não conseguisse respirar, e convulsões profundas balançaram através dele. Um instante depois, ele se derramou entre a prisão de seu estômago e a coxa de Jed. Jed, segurando o dedo todo enterrado dentro de sua bunda, não conseguia parar de olhar o homem enquanto ele gozava. É incrível pra caralho. Booker sacudiu de novo e de novo, e cada vez que fazia despejava outra linha quente de porra na pele de Jed. Que estremeceu na marcação básica de seu corpo. O canal traseiro de Booker apertava em volta de seu dígito repetidamente, como se estivesse tentando puxar esperma do apêndice. Com cada onda de orgasmo, e com cada tremor de prazer o atravessando, Booker expunha mais vulnerabilidade. E a cada segundo que Jed ficava preso a ele, sua necessidade de se perder completamente neste homem crescia. Já, tão rápido, seu pau se esticava contra sua barriga, tão rígido com necessidade que ele temia que um toque pudesse quebrá-lo ao meio. Jed doía por Booker tanto que arrancou a mão do homem de seu pescoço e a empurrou sobre seu pênis. “Ajude-me a gozar novamente.” Ele embrulhou os dedos de Booker ao redor de seu pau e o guiou para acariciar seu eixo. Desejo agressivo ainda o consumindo por inteiro, Jed puxou o dedo do cu fumegante de Booker, correu a mão aquecida pelas costas do homem e agarrou seu cabelo para arrastá-lo para outro beijo. Antes que Jed pudesse roubar outro gosto daqueles lábios vermelhos e inchados,

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Booker puxou no comprimento total de seu pênis, da raiz até a ponta, e um estremecimento misturado com um gemido encheu sua garganta. “Porra, cara.” Jed revirou os quadris no contato insanamente gostoso. “Você tem mãos incríveis.” Com o olhar trancado em Jed, Booker brincou com os dedos sobre a fenda de seu pênis e até raspou a unha curta na abertura. Oh Cristo, sim. Jed gemeu e implorou por mais. Bombeando fora outra gota gorda de pré-semem, toda a prova necessária para mostrar sua excitação, ele tentou forçar a mão de Booker de cima a baixo em seu pênis duro feito pedra de novo. Ao invés, Booker manteve o aperto em seu eixo, recuou, e deu um passo atrás. “Venha comigo.” Com uma mão em seu pau, ele o levou para a entrada do quarto. Um tremor sacudiu a mão de Booker, e sua voz tremeu também, mas mesmo assim ele o soltou, rastejou em seu colchão — com a bunda firme e gloriosa virada para Jed — e alcançou no criado-mudo entre as camas individuais com a mão boa. “Você pode ter mais do que apenas minha mão, Jed.” Da gaveta, Booker tirou uma caixa de preservativos — preservativos de Jed — e um frasco de lubrificante que Jed frequentemente usava quando se masturbava. Olhando por cima do ombro, Booker se fixou em Jed, e a luz em seus olhos expôs o vasto mar de amor infinito e vulnerável em sua alma. “Foda-me ao invés.” Tremores ainda seguravam cativa a voz de Booker, mas seu olhar permanecia fiel, e o coração de Jed balançou. “Foda-me.” Ele enterrou o lado do rosto e ombro na forragem totalmente branca. O braço engessado descansando desajeitadamente longe do corpo, e com a outra ele alcançou atrás para puxar uma nádega de lado, revelando seu buraquinho rosado escuro e pulsante. “Foda-me para sempre.” Os lençóis e travesseiros abafando sua voz. “Por favor.” Merda do caralho, Potro. Desde o momento que Jed tinha entrado neste trailer, ele sabia que estava perdido para este homem. Seu coração doía, e seu pênis se enfurecia para acasalar. Sem hesitar, o instinto em pleno controle, Jed saltou sobre a cama e cobriu Booker por trás. No primeiro contato, Booker ofegou e estremeceu, mas depois se aconchegou contra Jed e gemeu.

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Jesus. Enterrando o nariz em seu espesso cabelo preto como tinta, Jed deu uma fugada no cheiro único de Booker, e cada molécula em seu ser gritou para ele que este lugar, esta pessoa, Booker, estava em casa. Sem dizer uma única palavra, Jed esfregou o pênis na divisão da bunda doce de Booker e agarrou o lubrificante.

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Capítulo Doze Na sequência tranquila do que Booker acabara de oferecer a Jed — não só sua bunda, mas também sua alma — ele prendeu o fôlego e esperou que Jed fizesse uma escolha. Ele tinha se esfolado aberto a partir do momento que cruzaram seus caminhos mais cedo esta noite, emocionalmente e fisicamente, o tempo todo sabendo que, se Jed o rejeitasse, seria o fim de sua relação. Depois desta noite, depois das coisas que ele tinha dito e das coisas que os dois tinham revelado através daqueles beijos e punhetas, não haveria nenhum jeito de que pudessem voltar a serem apenas amigos. É tudo ou nada agora. Com um apelo sangrando por todos os poros de seu ser, Booker virou para trás e revelou seu buraco tremendo para Jed. “Foda-me para sempre.” Cavando o rosto na forragem áspera de algodão, Booker raspou sua garganta crua com sua necessidade. “Por favor.” Calor súbito o cercou, e Jed o cobriu completamente. Oh merda. Merda. Booker endureceu. Medo lavou através dele, mas, em seguida, o suor pungente de Jed e o cheiro nítido de seu shampoo serpentearam seu sistema, marcando seu sangue com lembretes de que este era Jed, o homem que ele amava, e que nunca iria machucá-lo. Jed fará tudo certo. Com certeza revestindo seu ser, Booker mordeu o lábio e balançou de volta contra o peso maravilhoso e sólido do homem incrível atrás dele. Porra, sim. Silencioso como a noite lá fora, Jed enterrou o rosto em seu cabelo. Ele lambeu seu couro cabeludo, o movimento tão animalesco e primitivo que Booker gemeu e forçou os quadris para trás contra ele novamente. O longo pau de Jed deslizou entre suas nádegas, e a sensação do comprimento quente e duro se esfregando de cima a baixo em sua fenda transformou o som suave que escapava dele em um profundo gemido. Jed correu a língua de seu cabelo para trás de sua orelha. Em um murmúrio, ele disse, “Você é tão sexy,” e exalou hálito quente contra seu pescoço. Com outra bombada suave dos

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quadris, Jed se endireitou. O movimento mudando seu pênis dentro do vinco da bunda de Booker novamente, atormentando tanto sua pele pouco-tocada quanto seu buraco hipersensível. “Eu não posso acreditar que demorei quatro anos para ver isso.” Com os dedões dos pés enrolando na cama, sua passagem traseira cerrando com danado poder, Booker soltou sua nádega e alcançou atrás para agarrar o quadril de Jed. “Foda-me, Jed.” Usando o braço engessado, ele se empurrou para cima o melhor que pôde e olhou por cima do ombro, trancando-se em Jed. Booker viu Jed rasgar um pacote de preservativo, rolar a proteção sobre seu pau duro longo-como-o-inferno, e então espremer o lubrificante fino e claro ao longo do eixo. Enquanto Jed se preparava, um calafrio atravessou Booker. “Eu sonhei em como você se sentiria dentro de mim desde o dia em que nos conhecemos,” Booker admitiu. Jed levantou seu olhar de carvão para encontrar Booker. Perdido na tempestade lavando o olhar de Jed, Booker cravou os dedos em sua perna e expôs a última gota de sua necessidade. “Eu te quero tanto. Não me faça esperar mais.” Com um grito áspero, Jed desceu em Booker e reivindicou sua boca com um beijo machucado. Tão rápido quanto ele forçou o caminho através de seus lábios e tomou posse de sua boca, Jed bateu os quadris adiante e dirigiu o pênis direto para a bunda inexperiente de Booker. Um grito gutural atravessou Booker, direto na boca de Jed, que o balançou até seu núcleo. Jed soltou um ruído primal também, mas o som foi algo cheio de prazer, não dor. Ele mordeu o lábio inferior de Booker, rosto e ombro, e então se endireitou e agarrou seus quadris, metendo seu comprimento toda a distância no corpo de Booker novamente. Oh Deus. Por favor. Dor inflamou com calor escaldante por todo o canal de Booker, mas ele cerrou os dentes e sacudiu a cabeça, lutando contra a dor enquanto transpiração frisava e rolava por sua pele como chuva em uma tempestade de verão. Ele não se importava. Sabia que o prazer acabaria por seguir essa terrível queimadura ardente inicial. Mas ainda que não viesse, ele ainda tinha Jed dentro dele, e agora ele não precisava de nada mais do que isso.

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Baixando a cabeça, Booker gemeu e perseverou. Jed flechou seu buraco mais uma vez, ele gemeu e cerrou a mandíbula quando dor aguda arou sua passagem. Jed bateu em sua porta traseira de novo, mas dessa vez, por sua própria vontade, seu canal espremeu e depois vibrou ao redor do pênis de Jed. Um arrepio de calor rolou através de Booker, e os primeiros tentáculos de prazer fugaz lamberam através de sua bunda. Jed empurrou o caminho em seu corpo mais uma vez, e Booker grunhiu quando seu pau endureceu em resposta e se levantou contra sua barriga. Oh sim. Booker gemeu e levantou a bunda ainda mais para o pênis de Jed. Tão bom. Finalmente. Jed arranhou seu caminho em cima das costas de Booker, enterrou os dedos em seu cabelo, e puxou seu rosto fora do esconderijo. Resplendor de prata possuía o olhar de Jed. Com seu pau enterrado no cu de Booker até a raiz, cada traço duro no rosto do homem se destacava em relevo gritante. “Estou te machucando?” Jed esfregou a palma de lixa-áspera por suas nádegas, quase como tentativa de uma carícia suave. Booker tremeu na esteira do contato raspado. Seus músculos anais apertaram em torno da invasão de Jed, bom pra caralho, mas a sobrancelha de Jed arqueou, e ele franziu a testa. “Porra.” Seus lábios afinaram para nada, e ele começou a retirar o pênis do corpo de Booker. “Estou te machucando.” “Não!” Booker se empurrou para trás e, quando se empalou totalmente no pênis de Jed, ele mordeu de volta outro grito. Uma segunda fatia profunda de arrepio digno-de-alegria serpenteou por sua calha. “Não pare.” Booker se atolou de volta na ereção dura de Jed, de forma rápida e desajeita uma segunda e terceira vez, e o atrito quente criou novos tentáculos de sensação deliciosa de cima a baixo em sua passagem. Com o pau de Jed cravado dentro dele, Booker ondulou a bunda em um movimento circular, desesperado para manter ele e Jed conectados. A tração esticando sua entrada e túnel arrastando outro gemido do ponto baixo em seu intestino. Ele baixou a cabeça contra o colchão e se trabalhou fora no pau de Jed. “Está começando a se sentir tão malditamente incrível.” Seu canal traseiro se alargou e ordenhou o comprimento de Jed com intensidade aguda, fazendo seu pênis engrossar e se erguer mais duro contra seu estômago, como se ele também pudesse sentir a adrenalina de prazer de estar dentro de um rabo apertado. Merda do caralho, sim.

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Cedendo ao pulsar em seu eixo, Booker se inclinou e começou a acariciar seu pênis totalmente ereto. “Já estou tão perto de novo.” Em conjunto, ele bombeou o pênis em sua mão e trabalhou sua bunda no pênis longo e maravilhoso de Jed. Sua passagem anal começou a inchar e comprimir mais com cada curso, massageando o pau de Jed, e suas bolas cresceram dolorosas em seu saco. Com voz cascuda, ele apertou cada músculo em seu reto e articulou densamente; “Não tire. Eu quero que seu pau me sinta quando eu gozar.” “Merda do caralho, Potro.” Com uma torção implacável dos quadris, Jed bateu seu pênis toda à distância no rabo de Booker e assumiu a tarefa de dominar seu corpo. “As coisas que você me diz.” Admiração crua afirmava seu tom. Jed torceu a mão em seu cabelo, segurando-o firmemente no lugar, e dirigiu seu comprimento em Booker de novo e de novo, para repetidos gritos de alegria dele. “Você é tão fodidamente quente e apertado.” Ele bateu fundo e moeu a pele contra seu buraco esticado. “Potro... Potro…” Amando a nova aspereza deste nível de foda, e a ferroada de Jed puxando seu cabelo, Booker estremeceu de cima a baixo. “Nunca pare de me chamar assim.” Ele se agarrou à cama com a mão engessada, enquanto puxava e apertava seu pênis e bolas duras e muito-inchadas. “Eu fico mais duro a cada vez que você diz.” Jed se jogou em cima de Booker e o cobriu como um garanhão no cio. Respirando pesadamente contra sua orelha, ele rasgou sua mão longe de seu pênis e a plantou de volta na cama. “Não coloque seu peso no gesso.” E enrolou a mão no eixo de Booker. “Deixe-me fazer isso para você.” Assim, ele deslizou o pênis dentro do cu de Booker, tão malditamente bom, e simultaneamente começou a acariciar seu pau. Com a primeira sensação da mão grosseiramente talhada de Jed em seu pau, linhas instantâneas de sobrecarregada alegria formou um arco entre seu pênis e reto, e sua bunda agarrou o pênis de Jed com espasmos rápidos e afiados. “Ohhh, porra…” Incapaz de controlar seu corpo, Booker empurrou os quadris para trás e para frente em um padrão frenético, faminto por Jed em ambas as extremidades. “Eu não me importo com o gesso.” Ele agarrou a cama da melhor maneira possível e se ancorou no lugar para Jed continuar batendo.

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Mantendo-se firme, acolhendo cada punhalada do pênis de Jed em seu canal, Booker se deleitou com a fusão de seus corpos. O cheiro de suor e porra já engrossava o ar úmido no trailer, e os sons de fôlego pesado, batidas de pele quando seus corpos se uniam, e o chiado da cama com a força deste acasalamento, enchia cada centímetro quadrado do espaço pequeno. O canal de Booker crescia mais e mais tenro cada vez que Jed o recheava até a borda, mas ele apenas gemia e esticava a bunda para mais. Jed manteve um delicioso e raspado golpear em cada centímetro de seu pênis, todos com apelos de Booker para mais. Em resposta, Jed escavou a mão abaixo e puxou em seu saco cheio de esperma, e Booker sugou pelo ar e estremeceu. “Eu não me importo com o quanto meu braço ou bunda doam amanhã,” ele confessou quando seu antebraço e cotovelo escondidos no gesso foram ficando cada vez mais doloridos com o peso e tensão que colocava sobre eles. “Eu só me importo com você dentro de mim, me fodendo, até nós dois gozarmos.” Num flash Jed laçou o meio de Booker com os braços e o puxou de joelhos. Correu as mãos por seu peito até a garganta, guiando-a para virar sua cabeça, e então arremessou a língua através de seus lábios entreabertos. “É por isso que estou aqui.” Fios de luz deslumbrante atravessaram o olhar de Jed. Ele mergulhou para outro beijo e, ao mesmo tempo, forçou o pênis furioso de Booker em seu aperto firme. “Para cuidar de você.” Ele arrastou a mão pelo comprimento com força perfeita, segurando o próprio pênis enterrado em seu rabo, e pastou os lábios sobre os de Booker com um danado de um beijo suave. Ohhhh, porra. O prazer físico que Jed desafogava nele com a mão e pênis, junto com as palavras doce-como-o-inferno e sugestão de um sorriso o jogou de ponta-cabeça em direção ao abismo. Booker corcoveou em seu agarre. Seu canal traseiro apertou como um punho em torno do pau de Jed; E ele se afundou contra o homem atrás dele, gemendo, “Jed… Jed… por favor.” De repente, algo escondido dentro dele lutou contra gozar tão poderosamente na frente desta pessoa que ele amava e admirava tanto. E se eu parecer estúpido? E se eu disser algo que não posso trazer de volta? Booker cavou os dedos no antebraço grosso de Jed, e ficou tenso contra o corpo grande e sólido de um homem que o segurava tão completamente em seus braços. “Eu não posso —”

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Com o olhar fodidamente cheio de luz, Jed mordeu seus lábios fechados e o calou. Ele arrastou a ponta dos dedos ao longo de seu pênis e sussurrou, “Deixe-me sentir você gozar, Potro.” Então puxou em seu pau. Forte. Booker clamou, caindo sob o comando de Jed. Orgasmo o percorreu, e ele esmurrou os quadris adiante, o pênis apontando para o norte na direção de Jed, gritando seu nome. Booker atirou jato após jato após jato de ejaculação no ar. Durante todo o tempo suas paredes anais se abatendo sobre o pênis embutido nele como um torno, sabendo que usaria a marca do pau de Jed em sua bunda por semanas. Sua semente quente e leitosa choveu sobre o braço e mão de Jed. No momento em que fez, ele mordeu Booker, e uma sacudida de energia balançou através de sua armação. Um som, algo parecido a um animal ferido uivando em dor, passou entre seus dentes cerrados. Jed apertou o peito e pênis de Booker, agarrando-se como se ele fosse seu bote salva-vidas em um mar revolto, e se derramou em sua bunda. O preservativo o protegeu de sentir a umidade da semente de Jed — fazendo-o choramingar com o desejo silencioso de que pudesse sentir Jed cru dentro dele — mas o calor do esperma ainda aqueceu sua bunda, e a intimidade dessa sensação arrastou outro arrepio através de seu corpo. Oh Deus. Tão fodidamente perfeito. Era como se os dois fossem gozar para sempre. Mas, eventualmente, no rescaldo, eles se seguraram extremamente quietos, com Booker preso deliciosamente na força dos braços de Jed. Cada um exalando como se estivesse saindo de um transe, ao mesmo tempo. As pernas de Booker tremeram, e seus músculos cederam. Ele chiou quando caiu para frente, no travesseiro e forragem. Jed caiu em cima dele, e Booker murmurou, “Desculpe por isso.” Seu rosto incendiando com calor novamente por uma razão totalmente diferente de orgasmo e sexo. Jed murmurou algo indecifrável, e depois se moveu apenas o suficiente para seu pau escorregar do buraco tenro de Booker. Estatelando-se em uma pilha metade em cima e metade fora do corpo de bruços de Booker, sem dizer mais nada. Booker alcançou atrás, deslizou os dedos por seu vinco, e silvou quando esfregou seu buraco abusado até que se fechasse direito

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novamente. Jed esfregou o rosto em seu ombro, e então Booker jurou quando ouviu um suave e muito distinto zzzzz. Filho da puta. Misturado com uma risada, Booker gemeu no travesseiro. Ele adormeceu. Ele está roncando. Jed sempre teve um diabo de um tempo para se acomodar para a noite, e Booker agora sabia por que nada que ele já tivesse sugerido ou feito tinha ajudado o homem a dormir mais rápido do que uma hora depois de ir para a cama. Eu nunca lhe ofereci sexo. Booker se deslocou de lado e sorriu para si mesmo. Se eu soubesse, poderia ter curado sua insônia desde o início. Depois de se dar trinta segundos para estudar o belo rosto duro de Jed, onde nem uma pitada dos traços do homem pareceu suavizar, mesmo com o sono e sexo — Deus, bebê, você é algo de se ver — Booker se mexeu para a parte inferior da cama de solteiro e se ajoelhou no chão perto de suas pernas. Ele tirou primeiro as botas do homem, depois as meias, e por último o jeans e cueca o resto do caminho fora de suas pernas. Então puxou a bainha da camisa também, virando a roupa do avesso quando a arrastou suavemente do corpo morto-para-o-mundo, tudo sem o homem agitar sequer um músculo. Uma vez que jogou as roupas sujas em uma caixa aos pés da cama de Jed, ele o rolou apenas um pouco e prendeu o fôlego quando tirou o preservativo usado do pênis amolecido do homem. De olhos fechados, Jed coçou o nariz. Resmungou um pouco e se deslocou mais de costas, e mesmo com tudo isso, permaneceu dormindo. Movendo-se com passos cuidadosos até o banheiro — Booker nunca tinha estado tão consciente de sua bunda — ele jogou fora o preservativo, limpou-se com um pano úmido, e então pegou outra toalha limpa e úmida para fazer o mesmo em Jed. Com uma batidinha do tecido molhado sobre seu eixo, Jed gemeu e segurou as bolas, mas ainda não acordou. Booker não pôde deixar de sorrir e balançar a cabeça. Fez mais uma viagem através do trailer para desligar a luz, e então rastejou na cama ao lado de Jed, de frente para ele. Ainda bem que podia descansar em seu braço bom. Um fulgor da lua brilhava através da janela acima das camas, lançando Jed parcialmente em um halo suave, e destacando os tons quentes de trigo em seu cabelo castanho claro. Com um fio para fechar a distância entre eles, Booker escovou uma

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mecha de cabelo para o lado e deixou os lábios vir descansar em sua testa. “Boa noite, homem doce,” ele sussurrou finalmente, e depois deu um beijo em seus lábios entreabertos.

***** Com um céu de meia-noite o pressionando, sem estrelas ou lua para guiar seu caminho, Jed correu da pequena casa de fazenda, gritando por seu Potro. O homem deveria estar em casa, esperando por ele, mas quando retornou, todas as janelas e portas estavam abertas, e nem uma alma respirava em sua casa aconchegante. Ao longe, as portas do celeiro pareciam como se alguém as tivesse deixado abertas. Quando correu para o edifício pintado de vermelho-e-branco, ele gritou por Potro novamente. Atravessando as portas, ele puxou a primeira baia aberta, apenas para encontrá-la vazia, não só sem seu cavalo, mas todo o feno, água e ração também. Pânico e medo atravessou sua espinha, mas ele forçou as pernas a dar um passo, depois outro, até alcançar a segunda porta da baia. Arrancando-a aberta também, e encontrando o mesmo vazio, uma concha cavernosa como na primeira. Ele verificou a terceira, adiante, e a quinta, e então as três finais, mas a cada buraco sem alma que encontrava, outra faca rasgava em seu peito e o deixava uma carcaça sangrenta em um lugar que apenas cinco horas atrás, antes de sair para comprar novas rações, ele acreditava segurava o coração e alma de toda sua vida. Quando tropeçou para a entrada do celeiro na escuridão, ele caiu de joelhos. Como um leão, ele rugiu para que seu coração voltasse, mas, ao invés, na sua frente, as portas do celeiro bateram fechadas. Potro. Em resposta, uma mão invisível o esmurrou no intestino. Quando as últimas gotas de sangue escorreram de seu corpo e agruparam na terra abaixo, ele se enrolou em uma bola, sem nenhum cuidado mais se vivia ou morria. De volta ao trailer, Jed se sacudiu acordado e se atirou ereto nas sombras estreladas do quarto. Onde você está? Com um coaxar rouco capturando sua garganta, Jed tremeu quando frio ondulou toda a distância através de seu corpo coberto de suor. O coração batendo como um filho

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da puta, ele correu as mãos por toda parte do peito e barriga, em busca de feridas abertas. Seu corpo estava intacto. Nenhum sangue estava lá. Ainda assim, seus batimentos cardíacos aceleraram e bateram de forma irregular em vez de diminuir para taxas normais. Potro. O que aconteceu com você, Potro? Jed rolou, e quando seu foco pousou sobre um Booker dormindo pacificamente, um soluço áspero torceu fora e cortou o ar da noite úmida. Ver Booker não foi suficiente para acalmar a onda de pânico atravessando seu sistema e congelando seu sangue. Jed, com mão trêmula, alcançou para tocar a barriga de Booker. O calor provocou seus dedos e enviou pequenas pulsações elétricas formigando por seu braço. Um chiado suave, cheio de alívio, constringiu sua garganta, mas o pânico vibrando dentro dele não diminuiu. Correndo as mãos pelo peito de Booker, absorvendo a sensação de sua carne quente, ele descansou a palma sobre a batida fixa e forte de seu coração. Precisando de mais — eu não confio em minhas mãos cicatrizadas — Jed subiu em Booker, pressionando a boca no peito firme do homem, e sentiu sua pulsação através dos lábios. Colocando o ouvido para ouvir o próximo batimento cardíaco, o baque forte e rítmico ecoou como a queda de um oceano em sua cabeça. Oh merda. Escavando em Booker, faminto pela força de vida do homem, Jed escondeu o rosto em seu pescoço e enfiou as mãos sob as costas do homem para agarrá-lo com todo seu poder. Ele está bem. Booker remexeu sob Jed, e enfiou os dedos em seu cabelo. “Ei, ei.” Booker deu um beijo suave em sua orelha e enrolou o braço engessado em sua cintura. “Qual é o problema? Você está bem?” O sono engrossando sua voz a transformou em algo gutural e cheio de sexo. “Fale comigo, bebê.” O tom retumbou através de Jed e despertou seu corpo. Ignorando o pedido, Jed gemeu quando seu pau contraiu para a vida e pastou contra o comprimento de Booker. Nova fome balançou através dele, mas, ao mesmo tempo, imagem após imagem da escuridão sombria e solidão abjeta de seu pesadelo continuava a assombrar sua psique e envenenar seu sangue. Uma imagem não tendo a força para dominar qualquer uma das outras, e todas reivindicando o controle total. A pura emoção volátil o dirigindo adiante como uma vingança, com um canto laçando seus pensamentos: Eu preciso, eu preciso, eu preciso.

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Empurrado para a ação a partir de dentro por algo que não se sentia nem remotamente humano, Jed esticou todo seu corpo contra Booker, gloriando-se em sua nudez compartilhada, e freneticamente beijou o caminho por sua mandíbula barbada. Sombra de cinco horas irritava seus lábios, e com um grunhido ele lambeu entre os cabelos curtos e grossos, até alcançar seus lábios, amando a raspadura espinhosa contra a língua. Governado por uma necessidade voraz e desesperada, Jed reivindicou sua boca com beijo contundido, ávido para acasalar mais uma vez. Booker choramingou. Entreabrindo os lábios, e Jed afundou a língua dentro com batidas e lambidas profundas. Quando isso não foi suficiente, ele então reivindicou voltando-se para algo semelhante a uma batalha. Ele precisava deixar uma parte tão grande de si mesmo na carne de Booker que o homem nunca poderia abraçar uma vida sem Jed ao seu lado. Não. Por favor, não. Não vá. Picos de adrenalina dispararam fora do coração de Jed, contaminando seu suprimento de sangue, e enviando mais linhas gritando de dor debilitante através de cada canto de seu sistema. Conduzido a apaziguar e acalmar sua necessidade opressiva, Jed emaranhou a língua com a de Booker uma última vez, e então mordeu o lábio e queixo do homem, mas mal se permitiu saborear ou degustar antes de se mover mais baixo e beijar o caminho até a coluna forte de sua garganta. Por favor — Jed afundou os dedos na cintura tensa de Booker, marcando sua carne — nunca me deixe na escuridão novamente. Empurrando-se ainda mais abaixo, ele lambeu toda a parte superior do peito de Booker, da ponta de um ombro esculpido toda a distância até o outro. Suor explodiu um sabor salgado em sua língua e arrastou fora um gemido áspero. Tão fodidamente bom. Com apenas esse pequeno gosto, no valor de um terremoto de prazer retumbou em Jed, direto para seu pênis, e fez seu eixo pulsar e suas bolas engrossarem com porra. Ele moeu o pênis contra a coxa de Booker e mordeu o peitoral do homem ao mesmo tempo. Em resposta, Booker gemeu e rolou seu corpo duro em uma onda de contorção. Seu prazer — algo que Jed tinha sido responsável por criar — o estimulou a sacudir de leve a língua sobre o mamilo enrugado do homem uma, duas, três vezes, e então mordiscar a pequena ponta eriçada com os lábios enrolados ao redor dos dentes.

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Com um grito estrangulado, Booker corcoveou os quadris, a mão ainda emaranhada nos cabelos de Jed. Ele moeu a ereção em sua barriga, e cada vai-e-vem deslizando seu eixo na carne de Jed deixava uma mancha de ejaculação precoce em sua esteira. Ciúme instantâneo se criou em Jed, disparando fogo através de seu núcleo. Ele queria aquele pré-semem em sua língua, em sua bunda, em algum lugar dentro de seu corpo — em qualquer lugar onde ele não tivesse que laválo ou devolvê-lo de alguma forma. Das brasas carbonizadas, restos do sonho terrível chamejaram de volta à vida, inflamando para um inferno feroz; E a necessidade primitiva de uma reivindicação completa sobre Booker colheu Jed mais uma vez. Escorregando para um lugar de instinto, ele raspou os dedos pelas laterais talhadas de seu corpo musculoso, cavando os dígitos nas coxas firmes do homem, e então mordeu e lambeu caminho abaixo até a linha central do músculo-rasgado de seu abdômen, direto para seu pau ingurgitado. Ohhh foda. Sem hesitar, Jed enterrou o nariz no ninho espesso de pele escura na base do eixo e respirou profundamente. Booker gemeu; “Siiiiimmm,” e esfregou sua carne nua contra a forragem. Segurando o topo da cabeça de Jed, ele ergueu os quadris para seu rosto, claramente oferecendo seu pau e bolas para a tomada. O prazer aberto e necessidade do homem só dirigindo Jed mais duro. Cada elemento do cheiro natural de Booker — suor, almíscar, e inferno, talco de bebê também — serpenteavam por seu corpo e marcavam seu núcleo. Não é suficiente. Tentáculos de despojada necessidade agarraram e reviraram seu interior, cicatrizando cada órgão e músculo, infectando seus poros com desejo e medo desesperado. Eu preciso de tudo. O corpo inteiro de Jed gritava suas demandas, os gritos tão altos em sua cabeça que ele não podia ignorá-los. Não queria ignorá-los. Sua mente gritava a mesma coisa também: Eu preciso de seu pau. Sem pensar em outra coisa senão apaziguar a loucura furiosa dentro dele, Jed acariciou a base do pênis gordo de Booker. Um eixo cheio de calor abrasador se esfregou contra sua bochecha e mandíbula, a sensação tão chocantemente deliciosa que atraiu um grunhido dele. Só aquele leve contato, porém, não era suficiente. Jed precisava de mais. Eu preciso de tudo.

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Com uma última pastagem do polo quente de Booker em seu rosto, Jed beijou o caminho para a parte inferior do eixo, até a raiz, e então lambeu o comprimento do pênis, direto para a cabeça de cogumelo atordoante que tanto o fascinara mais cedo esta noite. Uma fenda profunda e raivosa atravessava a ponta, uma visão, de alguma maneira insana, mais quente do que qualquer coisa que Jed já vira em sua vida. Quando uma pérola leitosa de sementes precoces se formou na abertura, ele soltou um som arenoso e cheio de posse, e se abateu sobre o corte glorioso do pênis de Booker. No segundo em que Jed tomou a cabeça espessa do pênis através dos lábios, um grito brutal encheu o trailer vaporoso. Booker sacudiu e bateu os quadris para o ar. Torcendo a mão no cabelo de Jed e puxando como o inferno no couro cabeludo, mas Jed não se importou. Não precisava que Booker o segurasse em posição; Ele não ia a lugar nenhum. Tinha a ponta ardente do pau em sua boca, vazando pré-semem em um fluxo contínuo, e se deleitava no derrame da essência salgada da porra do homem cobrindo sua língua. Amando a espessura quente do eixo empurrando contra suas bochechas e o céu da boca também, ele gemeu quando rodou a língua em torno da cabeça lisa. Louco pra caralho. Jed não sabia o que diabos ele deveria fazer para tornar isso bom para Booker, mas a necessidade inexorável de conectar seus corpos em todos os sentidos possíveis o levou a chupar a parte superior do eixo espesso com cada grama de poder em suas bochechas. Ele virou a cabeça para trás e para frente, trabalhando a língua em torno da glande, mas depois voltou a chupar tanto do eixo aveludado e rígido quanto podia sem engasgar. Subindo e descendo em um terço superior do comprimento que ele foi, balançando a cabeça, enchendo e esvaziando a boca repetidamente com o pênis. Acima dele, Booker mordeu o lábio — parecendo tentar segurar um grito — mas um ruído estrangulado ainda escapou. Booker bateu o braço engessado contra a parede do trailer, tão forte que balançou a porta solta do armário acima da cama. A resposta carnal, como também o sabor salgado e cortante do pênis do homem, alimentou os desejos de Jed e o deixou pedra-dura. Então, rapidamente, ele doía pela sensação e gosto de Booker empurrando o pau toda à distância até sua garganta, carimbando e se derramando tão profundamente dentro dele quanto fosse possível. Ele ansiava mais de Booker

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tão malditamente tanto que abriu a mandíbula mais larga para conseguir mais do comprimento através dos lábios. Quando não podia mentalmente dominar sua ânsia de vômito e levá-lo mais fundo, ele rosnou em torno da parte superior do eixo do homem e se conformou em enrolar a mão na porção inferior e masturbá-lo no tempo com seu boquete. De suas próprias experiências, Jed sabia que perdia a cabeça sempre que alguém brincava com suas bolas, então, ele envolveu a outra mão em volta do saco liso e provocou as bolas. Na cabeceira da cama, Booker silvou e se empurrou até os cotovelos, o gesso nenhum impedimento. “Porra, porra…” Os olhos vidrados e cheios de luxúria, ele brilhava com transpiração. Lutando para respirar como se tivesse acabado de chegar do trabalhar com os broncos o dia todo sob o sol escaldante e quente de agosto. “Ohhhh foda-se. Jed, Jed…” E revirando os quadris sem descanso, como se não pudesse se fazer permanecer imóvel. Amarrado a Jed através de seu olhar excessivamente brilhante, ele disse por entre dentes, “Você é tão fodidamente bom.” Linhas tensas e cheias de necessidade marcaram sua boca e endureceram seu belo rosto. “Merda do caralho, bebê. Eu não posso aguentar muito mais.” Com a barriga estremecendo a cada fôlego irregular que sugava, ele desajeitadamente bombeou o pênis na boca de Jed. “Você vai me fazer gozar.” Impulsionado por paixões furiosas que não conseguia aquietar, Jed gemeu ao redor da boca cheia do pau de Booker. Com a fome por este homem alimentando suas ações, ele tentou novamente apaziguar sua alma, empurrando mais do pênis em sua boca e garganta. Chupar apenas uma porção do pau deste homem não era suficiente. Ele ansiava por mais de Booker tão malditamente tanto; Doía para que este homem tomasse plena posse dele — qualquer coisa para diminuir a escuridão gritante ainda se aproximando, ameaçando consumi-lo por inteiro. Jed se agarrou à forragem, e dentro dos lençóis no canto um pacote de preservativo cutucou sua palma. Uma pulsação latejante imediatamente veio à vida em sua bunda, e ele soube que apenas uma coisa teria a chance de aquietar o caos dentro dele. Eu preciso de Potro toda a distância dentro de mim. Sem nenhum indício de tremor em sua mão, Jed agarrou o pacote e o abriu. Eu não me importo como.

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Sem uma palavra, mais rápido do que já colocara a proteção em si mesmo, Jed rolou a borracha sobre o pênis de Booker, em seguida, agarrou o lubrificante e liberalmente espirrou uma tonelada do líquido claro sobre a área. Com sua necessidade superando as nuvens negras estrangulando sua alma, ele subiu em Booker, montando seu pênis glorioso, e baixou seu peso até que a ponta grossa e encapada beijou seu cu latejante. Oh porra. Porra. Ele sugou um fôlego sibilante, e esfregou seu buraco com mais força contra a cabecinha. Mas a cada impulso que fazia contra o pênis de Booker, sua passagem e entrada espremiam em sinal de protesto. Não. Ele não podia deixar seu corpo segurá-lo. Apertando a mandíbula, ele ignorou os regatos frios de suor escorrendo em suas costas e empurrou abaixo no comprimento de Booker de novo. Eu preciso tanto disso. Jed enfiou seu broto sobre o pênis novamente, mas não conseguiu fazer sua bunda sucumbir ao pênis de Booker. Com cada terminação nervosa em seu corpo dançando uma melodia na velocidade de luz, ele expeliu um fôlego agitado e empurrou seu buraco palpitante abaixo sobre a cabeça de cogumelo mais uma vez. Booker de repente se ergueu a meio caminho ereto e agarrou sua coxa. “Jed, respire, bebê.” Ele se deslocou para enrolar a mão em seu pescoço e inclinou sua cabeça, exigindo um contato visual. “Devagar, querido. Vamos conversar por um minuto.” Feito talos de grama, cada lâmina brilhando com aberta preocupação, coloria o olhar de Booker. “Temos a noite toda para foder.” Jed entreabriu os lábios, mas nada saiu. Sacudindo a cabeça, ele finalmente sussurrou, “Sem tempo,” enquanto fios invisíveis e ainda intermináveis de fachas negras circulavam seu corpo, sufocando-o em seu aperto. “Por favor…” Ele alcançou atrás e segurou a ereção de Booker apontando ao norte, direto contra seu buraco pulsando. Tensão encheu a armação de Booker; Ele raspou os dedos pelo peito de Jed até pressionar a palma contra seu coração. “Espere.” Jed cobriu a mão de Booker com a dele, enquanto seu sangue corria através de seu corpo, a dança frenética em seu interior rápida demais para acompanhar. “Eu-eu não posso.” Com isso, ele perfurou todo seu peso abaixo com um impulso implacável, direto sobre a ereção. Dessa vez, o pênis de Booker violou sua entrada virgem, e Jed se empalou com sucesso no eixo rígido.

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Com um som nada perto de humano, Jed rugiu trailer abaixo. Nunca tendo experimentado sequer o mindinho ou a ponta do dedo em seu cu antes, ele ficou tenso como um tambor enquanto vivia a dor brutal de ter algo enfiado profundamente em seu reto. Oh porra. Oh merda. Merda do caralho. Antes que Jed pudesse assimilar, Booker gritou também. Agarrando sua coxa com a força das garras de um falcão, Booker corcoveou os quadris para cima e, de alguma forma, bateu o pênis ainda mais fundo no buraco agredido de Jed. Dor incandescente atravessou sua passagem, espalhando-se por todas as terminações nervosas ao longo de seu corpo e roubando seu fôlego. Oh foda-se. Oh foda-se. Oh foda-se. Jed sentia como se tivesse um taco de beisebol quente e pulsante enfiado em seu cu, esticando seu buraco mais longe do que a natureza seguramente destinava que fosse. A dor foi perto do insuportável, mas ainda não conseguia superar as cordas afiadas-como-navalhas de escuridão ofuscante se enrolando em volta dele com laços mais e mais apertados, cada uma ameaçando cortar sua carne e rasgar sua alma. Pare. Jed lutou contra a negra opressão dentro dele. Vá embora. Sem se importar se rasgaria a bunda separada e deixaria seu corpo em frangalhos, Jed cavou os dedos no peito de Booker, agarrando a carne do homem forte o suficiente para quebrar a pele, e começou um passeio castigado no pênis grosso. Ele ergueu seu peso, e então se esfaqueou de volta sobre o eixo rígido, forçando o corpo do homem dentro dele, e engasgando com um grito incoerente de boas-vindas quando o pau de Booker encheu sua passagem. Cada molécula em seu reto gritava de dor, mas ele não conseguia desacelerar ou parar. Com cada pancada viciosa de seu corpo abaixo sobre o pênis, uma dor ardente explodia em sua bunda, e ainda assim ele continuava a empurrar seu corpo para Booker com força maior. A dor ainda não possuía energia suficiente para afastar o tornado negro e furacão preparando porções cataclísmicas dentro dele, então Jed moeu sua entrada lesada contra os pelos púbicos de Booker, frenético para instigar ainda mais desconforto. Quanto mais ele pudesse fazer essa união de seus corpos dolorosa, mais ela afastaria o poder das trevas de esculpir pedaços de sua alma. Arranhando o peito de Booker, Jed socou seu rabo abaixo repetidamente, sempre levando o pênis em sua passagem até a raiz. Embaixo dele, Booker grunhiu, e Jed jurou que o

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pênis do homem engrossou para o tamanho de um tronco de árvore e empurrou sem piedade contra as paredes de seu canal. Linha após linha de fogo de dor terrível atravessou seu túnel, consumindo todo seu reto. Foda-se. Porra, sim. É disso que eu preciso. Jed ergueu para o contato visual, ainda faminto por conexão tanto quanto o aterrorizava. Booker se prendeu a ele de volta, seu olhar totalmente cheio de luz sincera. Quando ele olhou para este homem, uma ondulação chocante de profundo prazer concentrado rolou através de seu canal. Por conta própria seu corpo espremeu com uma deliciosa pressão em torno da ereção enterrada. Oh foda, sim. Não. Pânico novo o percorreu, e ele balançou-se de um lado para o outro com movimentos de pistão-rápido no eixo invadindo sua bunda, instigando um atrito mais rápido e mais quente entre sua calha e o pau de Booker. Mas, em vez de mais dor explodindo em seu canal, choques elétricos cheios de calafrios deliciosos arquearam ao longo de suas paredes anais e crepitaram ainda mais longe para seu pênis e bolas. Um grito áspero de negação fatiou seu interior, rasgando-o em pedaços. Não! Não pode ser bom. Frenético, ele bateu-se para cima e para baixo no pau de Booker com velocidade implacável, enquanto estapeava seu pênis e puxava com força em suas bolas — qualquer coisa para trazer de volta a dor. Como um raio em resposta Booker empinou ereto. Embrulhou o braço engessado na cintura de Jed e o forçou a parar de se mover, mas ao mesmo tempo usou o agarre para manter seus corpos fundidos. “Jed. Jed.” Ferocidade apaixonada segurava seu tom. Com a mão boa, ele agarrou o pulso de Jed e o forçou a parar de abusar de seu pênis e testículos. “Bebê, pare.” “Não.” Pânico e medo de uma escuridão reemergir viviam na frente e centro de Jed, e ele sacudiu a cabeça. “Foda-me mais duro.” Desesperado em seu esforço de balançar os quadris e levá-los a se mover novamente, Jed expôs cada pedacinho de sua fraqueza. Fitando o olhar demasiadamente gentil de Booker, ele implorou, “Faça-me sangrar.” Com olhos embaçados, Booker segurou a parte de trás da cabeça de Jed e o puxou perto o suficiente para suas bocas se tocarem. “Não, não, não.” Roçando os lábios com suavidade primorosa contra os dele. “Shh. Não, querido. Não.”

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Cada fôlego irregular que Jed sugava apreendia seus pulmões com frio gelado. “Por favor, Potro.” Além de desesperado, Jed expôs ainda mais do buraco negro em sua alma. “Eu preciso que isso machuque.” Booker balançou a cabeça, e cada vez, seus lábios roçavam ternamente contra os de Jed. “Não, você não quer. Confie em mim. Solte-se e deixe ser bom.” Ele balançou os quadris suavemente embaixo dele, apenas o suficiente para criar um bom deslizamento de seu pênis dentro da bunda de Jed. Jed choramingou quando um fio desenrolou deliciosas sensações espiralando de cima a baixo em seu canal traseiro. “O que eu vou me lembrar desta noite é o quão incrível e louco você se sentiu dentro de mim, me fodendo pela primeira vez.” Booker se moveu com precisão constante e maravilhosa na passagem de Jed e suavemente lambeu através de seus lábios para sacudir suas línguas juntas. “Eu vou me lembrar das grandes partes cruas, por toda a vida. O pouco de dor no começo já é uma névoa nebulosa.” Ele esfregou os dedos pelo peito de Jed, algemando a mão em seu pescoço e o segurando perto. “São as coisas boas que perduram e têm poder, querido. As más vão embora.” “Não…” Dedos machados de tinta de pressentimento negro cresceram mais e mais abrangentes em torno de Jed, agarrando seu coração e apertando. Se ele não esmagasse a escuridão com debilitante dor rápida, ele certamente morreria esta noite. Lutando contra o domínio de Booker, Jed esmagou duramente em seu pau novamente e tentou atolar seu canal tenro com força contundente contra o pau embutido. “Foda-me duro.” Ele tentou empurrar os quadris para o lado e esticar sua entrada abusada ainda mais. “Rasgue minha bunda com seu pau.” Em dois movimentos rápidos, Booker apertou o braço engessado em volta da cintura de Jed, colocando fim aos empurrões de sua parte inferior do corpo, e agarrou um punhado de seu cabelo. “Olhe para mim, Jed.” Booker o segurou refém com seu olhar fixo, e a intensidade e certeza dentro fez Jed trepidar. “Se você simplesmente deixar ir,” Booker disse, com um firme voto em seu tom, “o prazer vai consumi-lo e afastar todo o resto. Você acreditou em mim quatro

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anos atrás, e valeu a pena. Acredite em mim novamente agora. Não lute contra o que seu corpo quer.” Booker soltou seu cabelo, deslizou a mão por suas costas, e segurou sua bunda com o mais leve toque, digno de um calafrio. “Renda-se, bebê, e tudo de ruim será levado.” Um som miserável cheio de horrorizante necessidade atravessou Jed até seu próprio ser, e ele chamuscou a boca para Booker com um beijo cheio de desejo cru assustador. Booker gritou na boca de Jed em troca, e agarrou suas costas e bunda com uma fortaleza possessiva diferente de tudo que Jed já tinha experimentado em sua vida. Booker o beijou da mesma forma, como se não só tivesse todo o direito de enfiar a língua em sua boca, mas também como se pretendesse colocar sua marca dentro de modo que qualquer outro que ousasse beijá-lo saberia que Booker tinha estado lá primeiro e possuía sua boca — do mesmo modo que seu pênis possuía sua bunda. O pensamento de pertencer a alguém — de pertencer a Booker — sacudiu um tremor através de Jed e fez sua passagem grampear em torno do pau enterrado do homem. Booker imediatamente ofegou contra seus lábios, e bombeou os quadris para cima para fazer valer uma nova reivindicação da bunda de Jed. Quando ele fatiou a faca quente de seu pênis em sua passagem, Jed gemeu em sua boca. Com um segundo impulso, um profundo e duradouro prazer despertou ainda mais fundo em seu túnel estremecido. Jed se afundou sobre o colo de Booker, faminto por sentir cada centímetro deste homem enfiado toda a distância em sua bunda. Embaixo dele, contra ele, Booker estremeceu, e labaredas de sol encheram seu olhar. Ele lambeu a boca de Jed, sacudindo com sugestões atormentadoras de seu gosto, só para recuar. Com cada ondulação suave dos quadris, seu eixo se movia com pura beleza na passagem de Jed. Nem uma vez desviando o olhar dos olhos de Jed. Usando as duas mãos o melhor que pôde, Booker esfregou tudo de cima a baixo em suas costas e nádegas, pastando os dedos e fundindo as mãos em todos os lugares. Cada leve toque das mãos deste homem em seu corpo despertando outra camada de desejo e vulnerabilidade em Jed, mas dessa vez ele acolheu o acasalamento e alegria de braços abertos. Com maior força e velocidade, ele se balançou no incrível pau grosso empalando seu rabo, beijando Booker de novo e de novo, afundando a língua em sua boca no tempo com cada deslizamento profundo do pau maravilhoso do homem em seu corpo.

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Ofegando, Booker agarrou Jed. Raspando seus lábios com suavidade de tirar o fôlego, e estilhaços de vidro do mar cortaram seu olhar sem pestanejar. De repente, ele suplicou roucamente, “Por favor. Você se sente tão bom.” Direito então, Jed apertou os músculos da bunda em torno do eixo enterrado, e o grito de prazer de Booker encheu o trailer. Mesmo quando ele cavou os dedos no baixo de suas costas, claramente tentando deter as ações de seu corpo, Booker falhou e enfiou seu pau duro no reto de Jed. “Eu não consigo me parar mais” — forças arenosas assumiram a voz de Booker — “mas eu vou odiar nós dois para sempre se te machucar.” Com seu coração quebrando direto ao meio, Jed escovou a boca através das bochechas e nariz de Booker. “Não lute comigo.” Jed entreabriu os lábios, sugando o ar úmido quando se deteve em cima de Booker e montou o pau rígido do homem com completos arrastes de cima a baixo. “Você se sente tão fodidamente bem agora, Potro,” ele confessou. As cordas invisíveis de escuridão ainda giravam ao redor de Jed, insultando-o com solidão infinita, mas dessa vez o rolo apertado de agudo prazer cegante percorrendo seu pau, bolas e bunda, e até mesmo esgueirando seu caminho por sua espinha para serpentear em seu coração gritou mais alto do que o pânico e afogou a escuridão. Jed dirigiu seu rabo abaixo sobre o pênis de Booker, tomando o homem até o cabo, e gemeu com alegria quando seu próprio pau se levantou para rigidez completa. “Sinta-me.” Jed puxou a mão de Booker sobre seu pau, forçando o homem a tocar sua ereção fortemente venosa, e gritou quando mergulhou seu canal flamejante sobre o comprimento espesso. “É somente bom agora, e isso é louco pra caralho.” Engasgado pela emoção e paixão, Jed fundiu a testa contra a de Booker e perdeu-se nos belos olhos do homem de cabelos de corvo. “Assim como você me jurou que seria.” Booker subiu para Jed, reivindicando-o até a raiz. Então tomou sua boca com um beijo mordido também, sussurrando uma palavra que soava como “Bebê”, enquanto o tomava com um beijo de mestre, algo cheio de desejo básico que cortava seus lábios e boca. O beijo de Booker não sentia mais belo do que a matéria-prima em fúria através de Jed agora. O fato de que os dois

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estavam espiralando em direção a uma queda livre juntos alimentando Jed com outro nível de calor e necessidade. De repente Booker empurrou o pênis impiedosamente no corpo de Jed, lhe dando exatamente a foda fora de controle que ele desejara e implorara minutos atrás. Um prazer quetudo-consome queimou seu caminho através de sua passagem e corrente sanguínea, não a dor que ele sentira tão certo que precisava para sobreviver. Em um padrão paralelo castigado e maravilhoso, Booker esfaqueou os quadris para cima para tomar a bunda de Jed, que, ao mesmo tempo, se abatia sobre ele. Cada fusão de seus corpos dirigindo o pênis de Booker fodidamente profundo no rabo de Jed. O ritmo implacável e temerário atravessou Jed, rasgando sua passagem escancarada, mas sem dor agora. Ele gemeu do baixo de suas entranhas enquanto seu corpo tanto cerrava quanto relaxava para aceitar Booker dentro dele. Que agora o tomava sem um pingo de gentileza, mas também o beijava como se Jed fosse todo o seu mundo, e puxava seu pau, como se nada já tivesse lhe dado mais prazer. A combinação de duro e suave a partir deste homem complexo — alguém que conhecia sua alma no mais ínfimo detalhe — ferindo a bola de elástico crescendo em seu núcleo mais e mais, arremessando-o rapidamente em direção a seu ponto de ruptura. Em face de uma foda tão poderosa e pessoal, Jed gemeu baixinho. A cada batida que sua bunda tomava, ele cavava os dedos nas costas fortes de Booker, tudo enquanto implorava guturalmente por mais. Booker esmagou a boca contra a dele em resposta, e chicoteou a mão de cima a baixo em sua ereção ardente — beijando-o, masturbando-o e fodendo-o ao mesmo tempo. Incapaz de ficar quieto, Jed se empurrava de cima a baixo, de um lado para o outro, e para os lados em um padrão insano e desajeitado, desesperado para satisfazer todas as necessidades arranhando dentro dele de uma vez, mas incapaz de combater o ataque não filtrado de prazer físico que Booker usava selvagemente em seu pênis e bunda. Booker o fodia com a maestria agressiva de um homem que entendia seus desejos mais secretos e sabia como usá-los ao máximo. Logo Jed se agarrou a Booker como um homem faria em uma única tábua de madeira nas águas agitadas de um oceano infinito e revolto.

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“Por favor.” Jed segurou Booker, vivendo no olhar quente e brilhante do homem. “Diga…” Parando no meio, ele gemeu quando Booker encheu seu canal até a raiz. E dirigiu sua passagem de forma irregular sobre o polo enfiado em seu rabo, um escravo completo do prazer encontrado neste tipo de tomada agora, mas ainda olhando nos olhos de Booker. “Diga o que você disse antes.” Jed cavou os dedos nos músculos-amarrados de suas costas e pressionou os lábios nos do homem em um beijo adesivo. “Ajude-me a gozar.” Os olhos dançando com luxúria e luz, Booker segurou o rosto de Jed em suas mãos. “Meu teimoso e sexy Jed.” Enquanto Booker o segurava, o gesso arranhava seu rosto e mandíbula, mas Jed só sentia o roçar suave dos polegares contra as extremidades de sua boca, não o arranhão áspero do gesso. “Você é a única coisa que eu preciso nesta vida para sobreviver.” Pouco antes de seus lábios se tocarem, Booker enfiou a boa mão entre eles, fechando o pau de Jed em um aperto firme, e começou a golpear seu eixo novamente. “Eu te amo.” Focado em Jed, Booker mergulhou a língua através de seus lábios e a sacudiu suavemente em sua boca. Jed choramingou quando as fissuras em seu coração se escancararam para rachaduras estruturais. “Tão certo quanto o sol nasce amanhã, eu vou te amar para sempre, e você pode contar com isso eternamente.” Então, sem hesitar, Booker reivindicou seus lábios com um beijo de marca. Com um grito gutural, Jed rasgou sua garganta crua, estremecendo e explodindo em seus braços fortes. Com o orgasmo o colhendo completamente, ele ficou tenso de cima a baixo, e então clamou quando começou a pulverizar linhas jateadas de ejaculação sobre o estômago tanquinho de Booker. Espasmos rasgaram através dele, indo direto para sua bunda, e lhe entregando o prazer mais chocante que ele já conhecera. Na frente de Jed, Booker estremeceu, e suas pupilas encolheram para pontinhos. Com um grito do tipo, Booker caiu de costas na cama, socou os quadris no ar, e enfiou cada último centímetro de seu pênis grosso direto no cu pulsando de Jed. Ainda na agonia do lançamento, Jed caiu sobre Booker e se agarrou a ele de todas as formas que podia — com seus braços, e sua bunda, e sua boca — e continuou a jorrar sua semente entre seus corpos. Apenas um segundo depois, Booker aqueceu seu reto dolorido com

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esperma, o preservativo nenhuma barreira para o calor enchendo seu canal no momento do lançamento de Booker. E o tempo tudo que seu canal flamejava e apertava ao redor do pênis de Booker, Jed o abraçou. Com voz despojada, ele sussurrou; “Não me deixe.” Com seu apelo irregular, a calha de Jed estremeceu e agarrou o pênis de Booker, mesmo enquanto o eixo do homem escorregava de sua bunda. Jed sacudiu em cima de Booker, e escavou de volta onde tinha começado, contra seu pescoço quente e cordeado. “Não me deixe sozinho.” Booker imediatamente fechou os braços ao redor de Jed. Acariciando de suas costas até sua bunda e ainda mais baixo até sua coxa com um toque calmante. “Não, bebê. Eu prometo.” Ele raspou o braço engessado contra o baixo de suas costas, e continuou a esfregar um padrão longo do ombro até suas nádegas e coxa, usando a mão boa. “Eu nunca faria isso.” Depois de pressionar um beijo no lado da cabeça de Jed, Booker pastou seus lábios inferiores e parou com a boca contra a concha de sua orelha. “Eu nunca faria isso. Você sempre vai me ter. Sempre.” A escuridão da inconsciência rastejou em Jed de novo, mas dessa vez ele não correu da noite. Ele tinha Booker embaixo dele, e os braços do homem enrolados ao seu redor, mantendo-o seguro. Jed também se deleitou no conforto da respiração de Booker, direto em seu ouvido. A segurança que Booker representava se afundou em seu ser e o embalou de volta a dormir.

***** Com um arranque, Jed se empurrou fora de outro pesadelo inquieto e perturbador. Deitado de bruços, ele sugou um fôlego doloroso e ofegante. Virou a cabeça e piscou os olhos abertos, em busca de Booker. Mais uma vez, em seu sonho, Jed tinha saído para um trabalho de rotina, apenas para voltar e encontrar sua casa, estábulo e terras destruídos, sem nenhum cowboy de cabelos de corvo e olhos verdes em qualquer lugar à vista. O céu azul escuro, cheio de estrelas, ainda mantinha a noite lá fora refém, e o calor e sexo ainda se agarravam ao quarto onde Jed dormia. Com Potro. Ele está aqui. Ele não se foi.

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Mais ciente de outro corpo compartilhando a cama do que jamais esteve antes, Jed se ergueu de seu estômago para descansar nos cotovelos, e seu olhar deslizou para o homem dormindo ao seu lado. Sombras jogavam o corpo deslumbrante de Booker em linhas rígidas, todas as quais pareciam destacar a perfeição de sua forma masculina. Jed olhou abertamente — ele não podia fazer-se parar — e seu fôlego se tornou mais difícil a cada segundo que olhava. Dos arcos de seus pés feios até suas pernas loucamente-longas e ainda de alguma forma viris, para seu pênis grosso e glorioso que se erguia um pouco longe do sapé de pele. Mesmo durante o sono, Booker tinha o poder de roubar seu fôlego. Conforme ficava lá, Jed sabia que deveria ir ao banheiro, jogar um pouco de água fria no rosto, e sair deste estado, onde a realidade e seu sonho, ambos se agarravam a sua psique. Ignorando essa voz interior, ele ficou onde estava. Tinha que continuar olhando. Desviando seu foco lentamente para cima, ele absorveu a superfície plana do estômago de Booker, então se moveu para a larga extensão de seu peito e ombros, e para a espessura esguia de seus braços fortes. Quanto mais olhava, mais suas bolas rolavam com nova vida, e mais sangue se movia para entre suas coxas e erguia seu pau em direção ao estômago. Porra. Porra. Porra. Deslocando-se mais um pouco para estudar o rosto do homem, Jed observou o pequeno sulco gravado na testa de Booker, como também as sobrancelhas arqueadas, as maçãs do rosto afiadas, e um nariz que nunca tinha sido esmurrado fora de forma. Ele finalmente parou em sua boca — nos lábios que eram certamente muito exuberantes para um homem. Num flash, uma imagem de fazer algo muito mais básico com aquela boca do que simplesmente beijá-la encheu sua mente e arrastou um gemido de seu intestino. Excitação cresceu rapidamente e empurrou Jed para equipe completa. Num esforço de apaziguar o fluxo de sangue e terminações nervosas gananciosas em seu pênis, Jed esfregou seu pau contra a forragem áspera. Quando fez, ele fantasiou que um toque mais suave, mais molhado e mais amoroso pastava e lambia ao longo de seu comprimento rígido. Na frente dele, Booker se moveu em seu sono. Ele balançou a bunda contra a cama, passou a mão contra o nariz, e esticou o braço acima da cabeça. O sono continuou a segurar Booker, e a tranquilidade em seus traços e o relaxamento em seu corpo longo e musculoso não

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fizeram nada para dificultar sua estranha combinação de beleza e masculinidade. Se qualquer coisa, dormir apenas realçava o quão deslumbrante ele era. Ele é tão malditamente lindo que não deveria ter permissão de sair em público. Memórias vívidas de mulheres no circuito constantemente comentando sobre a bondade e sensualidade de Booker — e como o cara não sabia o bom partido que ele era — fundiram sua cabeça com visões de homens fantasmas disputando a atenção de Booker. Jed rosnou com possessividade, algo que sempre o enchia quando se tratava deste homem. Ciúme imediato cresceu nele, quente e vermelho, cheio de uma raiva que ele não sabia como controlar. Endorfinas despertaram em seu sistema em uma mensagem de alerta máximo. Além do pensamento coerente, Jed subiu em Booker e montou a parte superior de seu peito. Querendo dominar e fazer sua presença a única coisa no mundo do homem. Ele esfregou o pênis contra o restolho sob seu queixo, e depois ao longo de sua mandíbula, silvando quando os espinhos atormentaram seu eixo sensibilizado e forçou a primeira gota de pré-semem da fenda. Embaixo dele, Booker gemeu e espreguiçou. Quando começou a voltar à vida, ele lentamente piscou e enrugou o rosto — muito lentamente para a necessidade turbulenta dentro de Jed. Apenas olhar para Booker não era mais suficiente para amenizar o caldeirão fervendo dentro dele, ou para aquietar os gritos internos de seu desejo avassalador. Silenciosamente Jed se amaldiçoou, mas ainda assim se ergueu de joelhos, se apoiou contra a estante embutida que corria a largura do trailer acima das camas, e cutucou sua cabecinha contra os lábios rosados de Booker. Booker estremeceu, e seus olhos se arregalaram — definitivamente nem mais um tantinho adormecido. Com o coração cheio de um pedido de desculpas silencioso, Jed sussurrou asperamente; “Chupa meu pau,” e empurrou a ponta do pênis na boca de Booker. Neste contato mais áspero, Booker puxou a cabeça para trás, agarrando a perna de Jed e a sacudindo delicadamente. “Bebê, fale comigo.” Preocupação demasiadamente aberta, assim como muitas perguntas — muito mais do que Jed poderia lidar neste momento — enchiam o olhar de Booker. “Vamos respirar por um minuto e descobrir o que está acontecendo entre nós.”

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“Sem conversa. Por favor, Potro.” Gritos internos cheios de pânico se apoderaram de Jed; Ele não sabia como mantê-los em silêncio e enterrá-los dentro. Sacudindo a cabeça, Jed puxou seu pênis rígido, sem cuidado, alimentando seus próprios desejos tumultuosos. “Eu preciso de você. Eu preciso disso agora. Ajude-me a gozar de novo.” “Jed —” Mal se sentido humano, Jed tocou o pênis na boca de Booker novamente. “Por favor.” O rosto inteiro de Booker suavizou, e ele apertou o beijo mais danado de doce contra a ponta do pênis de Jed. “Shh, shh. Está bem. Você nunca tem que me implorar.” Depois de apenas mais um fio de cabelo de hesitação, Booker afundou os dedos com mais força em sua coxa, entreabriu os lábios em volta da cabeça do pênis, e o sugou para dentro. Oh sim. Jed gemeu e, finalmente, começou a respirar novamente. Tudo vai ficar bem agora. Booker correu a língua através da fenda, e Jed cerrou a mandíbula para segurar um grito primal. Porra. Oh foda, Potro. O brilho da ejaculação precoce de Jed pegou o luar e brilhou no lábio inferior de Booker — sexy pra caralho — e Jed automaticamente empurrou os quadris e enfiou seu pau contra a boca do homem com mais força. Onde Jed se ajoelhava, sua pele se sentia quente e apertada, como se suas entranhas fossem atravessar sua carne se ele não acalmasse o fogo ardendo em fúria dentro dele. “É isso mesmo.” Como um animal, ele mostrou os dentes e alimentou mais de seu comprimento através dos lábios de Booker. “Não pare. Chupe tudo.” Booker gemeu ao redor de seu pênis. Afundou os dedos em sua coxa e o segurou com ele, tomando mais da metade do eixo na boca. Calor úmido imediatamente envolveu seu pau. Gostoso pra caralho. Jed forçou a boca de Booker ainda mais aberta, e empurrou o resto de seu comprimento pelos lábios do homem. Alimentando-o com cada centímetro, e ao mesmo tempo forçando seus dedos até ficarem brancos na estante acima da cama, enquanto silenciosamente se ordenava a não sufocá-lo com seu pênis. Mas, Cristo — Jed ficou tenso de cima a baixo quando Booker puxou para trás e lambeu em torno da ponta de seu pênis — era exatamente o que cada fibra em seu ser gritava para ele fazer.

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Talvez os gritos escuros de necessidade ecoando dentro de Jed vazassem por seus poros, porque Booker de repente fechou a boca ao redor de sua espessura e começou a chupar seu comprimento completo a sério, como se pudesse puxar o ouro líquido da fenda e torna-se um homem rico. Booker se esticou para cima até tomar Jed mais fundo para dentro, uma, duas, três vezes mais, mas depois passou a masturbá-lo. Enquanto lhe dava uma punheta, Booker chupava a ponta do pau também, e Jed gemeu tanto na visão quanto na sensação insanamente celestial desta combinação de masturbação e boquete de seu melhor amigo. Merda do caralho. Segurando a estante acima da cama com ambas as mãos, Jed espalhou as pernas em cada lado de Booker ainda mais, abaixou-se quase em sua cara, e olhou através dos olhos nublados de luxúria, assistindo, enquanto empurrava seu pênis na boca de Booker de novo, e de novo, e de novo. Nunca se sentiu tão bom antes. Com seu cabelo escuro despenteado e selvagem no travesseiro branco, Booker balançava a cabeça para frente e para trás, e lambia a palma da língua ao longo dos lados do eixo. Ele também puxava o pênis sem perdão, e a natureza áspera de sua mão e técnica deixavam Jed mais duro e mais quente do que nunca. Jed bombeou os quadris, e suas bolas inchavam mais dolorosamente com esperma cada vez que seu pênis escorregava através da vermelhidão exuberante dos lábios de Booker. Suor começou a escorrer por seu rosto, caindo no cabelo de Booker, e mesmo esse pequeno elemento de colocar seu cheiro no homem arrastou outro gemido gutural a partir de seu núcleo. Então, como se Booker de alguma forma acreditasse que Jed podia tolerar outro nível de prazer físico, ele soltou seu pênis e deslizou a mão abaixo para segurar seu saco. Linhas instantâneas de eletricidade dispararam através de suas bolas e atiraram tentáculos de prazer pulsantes em seu pau e bunda. Choramingando, Jed vazou pérola após pérola de pré-semem na boca de Booker. Que gemeu e lambeu a semente inicial de seus lábios. Ele, então, sacudiu a ponta da língua sobre a parte inferior supersensível do pênis de Jed, logo abaixo da cabeça, e continuou a atormentar suas bolas com outro aperto de rolamento e arraste. Um novo toque de luz perversa centelhou nos olhos de Booker, e uma raia de medo balançou através do núcleo de Jed, mesmo enquanto ele empinava os quadris e empurrava seu

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pau profundamente em sua boca. Booker pastou os dentes suavemente ao longo de seu pênis, trazendo uma extremidade tentadora de dor que enviou uma chocante e inesperada alegria através de Jed. Ele então empurrou por trás do eixo de Jed com a ponta dos dedos e esfregou direto sobre seu maculado buraco. Sensações novas e oscilantes o consumiram, e ele sugou pelo ar. E então ficou rígido, mas Booker continuou a massagear o danado do local mais doce no cu de Jed pelo lado de fora, e Jed se afundou no jogo íntimo. Ele gemeu quando sua passagem e entrada apertaram e depois chamejaram em boas-vindas. “Faça isso.” A demanda pedregosa deixou os lábios de Jed com mais ferocidade do que ele pretendia, mas caralho, Booker se moveu para provocar seu buraco mais uma vez, e a memória recente do esquecimento que Booker tinha arrastado fora dele o inundou novamente. Jed ansiava muito essa perda de novo. “Ohhh, foda.” Ele mordeu o lábio e revirou as nádegas em um esforço de roubar mais do que movimentos provocantes em seu anel sensibilizado. “Faça isso.” Droga. Droga. Booker pastou os dígitos sobre o cu de Jed em um padrão firme e circular, mas lhe negou a penetração. Jed encontrou seu olhar nas sombras, e um aperto sem pestanejar de contato visual o teve derramando seus desejos mais básicos. “Coloque seus dedos no meu cu,” ele implorou. “Faça-me gozar para você novamente.” Chicoteando rápido, Booker puxou a mão de entre as coxas de Jed e colocou os dedos contra seus lábios. “Lamba-os para mim.” O comando áspero segurava o controle de sua voz de uísque. “Chupe-os, e os deixe bons e molhados.” Imagens em movimento-rápidos do que Booker em breve faria com esses dígitos fez o canal traseiro de Jed espasmar com carência. Feito prisioneiro pelos olhos claros e vívidos de Booker, Jed entreabriu os lábios ao redor de seu dedo médio e indicador e os chupou plenamente na boca. O gosto bolorento de suor e sexo estourou para a vida em suas papilas gustativas, e Jed gemeu quando o sabor fez seu pau empinar e pressionar mais forte contra sua barriga. Segurando a mão de Booker em sua boca, ele chupou, lambeu e lambuzou nos dois dígitos com voltas ávidas, toda a distância até o cinto cortado. Cada arraste que Jed colocava nos dedos de Booker o lembrava de como ele tão recentemente se perdera no prazer de chupar o pau deste homem, e o fez redobrar seus esforços

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quando mais saliva encheu sua boca. Longe do suficiente de replicar a espessura quente do pênis que ele tão chocantemente tinha adorado chupar, Jed forçou o dedo anular através de seus lábios também. Ele chupou e rodou a língua em torno dos três dígitos com o mesmo desejo semvergonha de quando ele havia chupado tão desesperadamente o pênis de Booker tão pouco tempo atrás. Booker clamou embaixo de Jed e arqueou o corpo fora da cama. Sendo um homem também, Jed sabia sem dúvidas que o pênis de Booker tinha respondido como se enchesse sua boca agora em lugar dos dedos. Ele alcançou atrás, só para se certificar, e pastou os dedos contra um polo tão duro e escaldante que chamuscou sua pele. Ele tentou agarrá-lo de novo, mas o rosto de Booker ficou pálido com tensão, e ele usou a mão engessada para bater seu braço longe. “Porra. Não faça isso.” Booker silvou enquanto tirava os dedos da boca de Jed. “Você vai me matar muito rápido se me tocar agora.” Jed entreabriu os lábios para dizer que não se importava, ele queria que Booker perdesse a calma. Antes que pudesse dizer uma palavra, porém, Booker mergulhou dois dedos diretos em seu rabo. Ao mesmo tempo, ele chupou seu pau profundamente na boca, e as sensações gêmeas o espiralaram para o esquecimento básico mais uma vez. Lava quente queimou um círculo de fogo ao redor de sua entrada traseira e disparou atiçadores de igual calor todo o caminho em seu reto. Só que, desta vez, as linhas serpenteando estremecido prazer seguiram rápido em seus calcanhares e tornaram seu pau e bunda um playground de proibida alegria. Usando uma sucção incrível, Booker puxou mais do comprimento de Jed em sua boca e deixou a ponta beijar sua garganta antes de aliviar fora para chupar a cabeça novamente. E continuou a esfaquear os dedos em seu canal com golpes repetidos e profundos, enviando seu túnel em um estado pulsante e pungente de desconforto confuso e prazer. Cada chupada completa que Booker colocava no pau de Jed era acompanhada por uma penetração completa em seu rabo com os dedos, e ambos criando em Jed uma necessidade quetudo-consume de se atirar de ponta-cabeça no esquecimento, onde só ele e Booker existiam. Implacavelmente Booker empurrou seu corpo a um estado de castigada excitação, e logo ele se

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tornou uma massa frenética, suas terminações nervosas superestimuladas não sabendo onde se agarrar para a liberação ou como deixar ir, a fim de explodir. Jed bateu os quadris adiante e fodeu a boca de Booker, certamente com agressividade demais, mas no momento ele não sabia como seduzir o homem ou desacelerar sua necessidade. Ele empurrou a bunda sobre os dedos enterrados de Booker com velocidade, força, e nem um pingo de finesse, com um apelo gutural cada vez para que Booker o fodesse cru e até o cabo. De repente Booker forçou um terceiro dedo em seu buraco lesado e em sua calha. Ohhhh, foda-se, sim. Quando dor terrível o atravessou, Jed empinou e grunhiu, contudo seu pau engrossou na boca de Booker. Sem lhe dar um segundo para aclimatar, Booker contorceu os dígitos embutidos, depois os separou no fundo de sua passagem e os torceu novamente. Rasgado com instantâneo prazer cegante direto para seu núcleo, Jed gemeu com voz áspera, “Ohhh porra, porra… Potro.” Como um animal, ele arreganhou os dentes, e seu grunhido gutural encheu o ar. Suas bolas puxaram com força em direção a seu corpo, e incapaz de se conter, ele enfiou sua cabecinha através da garganta de Booker. “Não pare. Não pare.” Agarrando a estante acima da cama por tudo que valia a pena, ele fodeu a bela boca de Booker em um padrão fora de controle enquanto o homem desafogava uma alegria quente e maravilhosa em sua bunda escancarada. “Foda-se. Merda do caralho, Potro.” Quando a faixa torceu pelo ponto de ruptura dentro dele, Jed puxou de volta para poder empurrar na base de seu pênis. “Vou gozar em sua boca.” Booker abriu a boca e esticou a língua, e pura vida reluziu em seus olhos. A visão arrancou um grito rouco cheio de desejo avassalador da alma de Jed, e com um puxão em seu eixo, ele estremeceu e derramou sua semente. Linhas e cuspes de porra dispararam dele e revestiram a língua de Booker, e Jed se exaltou na reivindicação e lançamento. Mas ao invés das ondas dentro dele abrandarem, o orgasmo apenas instigou o vento e chuva agitando a tempestade lá dentro ainda mais. Por favor. Gozar e colocar sua marca em Booker deveria aquietar o caos, mas enquanto puxava, e puxava, e puxava seu pau, seu corpo continuava apertado, ainda cheio de necessidade. Ele jorrou mais ejaculação na boca, queixo e mandíbula de

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Booker, mas nem mesmo a pintura Rorschach6 de sêmen na metade inferior do rosto do homem, ou os dedos ainda enterrados em sua bunda, conseguiam conter a corrida de seu coração e sangue, marcando-o em todos os lugares com a mesma frase novamente: Eu preciso, eu preciso. Eu preciso. Embaixo dele, os olhos ainda cintilando com tal brilho, Booker deixou os dedos deslizar de seu canal. Assim que estalaram livres, ele levantou a cabeça do travesseiro e esfregou o rosto em seu ventre. Seu estômago estremeceu em resposta ao contato amoroso, mas seu canal apertou com a perda, como se chorando por seu companheiro natural. Jed enfiou a mão no cabelo de Booker, puxou sua cabeça para trás, e fez contato visual com aquele olhar aberto. Tão bonito. “Foda-me,” Jed implorou, o pedido longe mais irritado do que ele queria que soasse. Com a necessidade despojando sua voz nua, ele não conseguiu obter o cascalho de seu tom. “Eu preciso sentir seu pau dentro de mim, me possuindo, ou eu acho que posso rasgar de minha pele.” O olhar de Booker suavizou imediatamente para musgo. Com um sussurrado, “Shh, bebê. Tudo bem,” ele deu um beijo no osso de seu quadril. Meneando-se fora de debaixo de Jed e se ajoelhando atrás dele. Ele pressionou o peito e barriga contra as costas de Jed, que estremeceu. Booker alcançou à esquerda, na gaveta, onde pegou outro preservativo, e Jed ficou todo fraco. Ele apoiou os braços dobrados contra a estante embutida acima da cama, descansou a testa nos antebraços, e exalou instavelmente quando Booker aliviou lubrificante fresco em seu rabo quente. “Por favor,” Jed sussurrou. Booker o cobriu mais uma vez, e ele estremeceu. Novas gotas de suor deixaram seu corpo inteiro liso. “Foda-me agora.” Sussurrando palavras calmantes contra sua nuca, Booker tocou a cabecinha no buraco inflamado de Jed. Correndo a mão boa ao longo de seu braço, com os dedos trancados, ele encerrou o braço engessado em volta de sua cintura. Completamente coberto, protegido pra caralho, Jed estremeceu e se agitou mais.

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Enquanto ele ainda tremia, Booker flexionou os quadris, cutucando o buraco de Jed com seu pau, e disse contra seu pescoço, “Abra-se, bebê.” Ele lambeu sua nuca e aplicou pressão em seu broto com a ponta gorda do pênis novamente. “Deixe-me entrar.” Jed gemeu e arqueou a espinha como um declive de esqui. E empurrou com força contra o que precisava tão desesperadamente. Ao mesmo tempo, Booker dirigiu os quadris adiante. Quando Booker atravessou e enterrou seu pau profundamente na bunda de Jed, gritos ásperos gêmeos encheram o ar da noite úmida no trailer. Siiiimmm. Jed baixou a cabeça e ergueu a bunda, implorando por uma foda que-tudoconsume deste homem — a única coisa que poderia fazê-lo perder a cabeça e acalmar sua necessidade. Só Booker, e o modo como ele o tomava tão bem, existia no mundo de Jed agora. Jed grunhiu e gritou em encorajamento, deleitando-se quando Booker flechou sua bunda com velocidade determinada e começou a fodê-lo a sério novamente.

***** Pela quarta vez esta noite, inconsciência tomou conta de Booker e o arrastou sob a maré, em sonhos doces de um cowboy rude com um corpo quente e coração terno. Ele se aconchegou contra o calor sólido — uma sensação que alimentou a visão lânguida de braços e pernas entrelaçados em sua mente. Uma mão calejada se fechou ao redor do pênis de Booker e o acariciou de volta à realidade, e o sorriso sonolento em seus sonhos virou um gemido na vida real. Novamente. Uma nova realidade com Jed na minha cama. Jed mordiscou seu ombro, puxando com uma deliciosa firmeza em seu pau, e Booker gemeu novamente quando sua carne formigou e seu pênis cresceu na mão dele. Jed respirou pesadamente contra sua nuca, e esfregou o eixo longo e quente entre suas nádegas de um modo que o fez pulsar por toda parte. Alcançando atrás, Booker deslizou a mão boa pela coxa firme e

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levemente peluda de Jed — Cristo, ele adora tocá-lo sem medo — quando um novo som rasgado, mas agora familiar, de um pacote plástico agradou seu ouvido e ondulou por sua espinha. Seu pênis saltou em excitação, e seu buraco apertou em antecipação, mas um pau embainhado não cutucou seu cu. Ao invés, Jed estendeu a mão e rolou o preservativo na ereção de Booker. Jed disse com voz cascuda, “Leve-me de novo, Potro.” Eletricidade estática parecia arquear pelos dedos de Jed, e necessidade frenética governava suas mãos quando ele puxou Booker em cima dele. “Foda-me agora.” Com as pernas dobradas e bem abertas, Jed ajustou o pênis de Booker em sua entrada e estremeceu quando a ponta beijou seu broto. “Faça-o agora. Eu ainda estou liso de antes.” Apenas uma hora se passara desde a última vez que eles tinham feito sexo, mas selvageria ainda mantinha o controle do mercúrio nos olhos de Jed. A maneira como ele arranhou os dedos em seus quadris, riscando linhas de medo e pânico através do coração de Booker. “Não, querido. Espere.” Booker se acomodou entre as coxas de Jed, mas não penetrou a bunda do homem. Fazendo seu melhor para manter o contato visual, ele escovou os dedos contra todas as linhas quadradas e ásperas que possuíam os traços de Jed e disse baixinho, “Você parece exausto, e tem que estar dolorido.” E então pastou a boca contra a de Jed, tentando acalmá-lo. Com o sussurro de contato, Jed lançou um pequeno ruído estrangulado. “Eu não me importo. Foda-me.” Ele apertou as coxas contra Booker e tentou torná-los um. “Eu preciso disso novamente.” Inferno santo. Booker gemeu. Seu pênis pulsou em resposta a tal desejo deste homem, mas ele não podia ignorar a luz antinatural em seus olhos. Jed estava em um lugar desesperador agora, Booker podia lê-lo como se o homem tivesse as palavras tatuadas por todo o corpo, e a visão fez fissuras de gelo ondular por sua espinha. “Você tem que saber que eu te quero de novo, mas eu não sei bebê. Estou preocupado com você.” Segurando Jed de todas as maneiras que pôde, Booker perguntou, “Você tem certeza que está tudo bem?”

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“Sim.” Esticando-se, e esfregando cada centímetro de sua dureza implacável contra Booker, Jed lambeu sua boca e arranhou o caminho por suas costas para agarrar sua bunda. “Você nem sequer precisa se mover. Eu só te quero lá dentro.” Jed esfregou seu buraco e fenda contra o eixo sensibilizado de Booker. “Eu preciso senti-lo aqui.” “Bebê…” Porra. Booker rangeu os dentes e convocou cada grama de força de vontade dentro dele, tudo em um esforço de evitar bater seu pênis na bunda de Jed e fodê-lo inconsciente. Ele roçou outro beijo nos lábios deste homem duro ao invés. Embora seu pênis se esticasse com necessidade furiosa, Booker disse, “Eu ainda não estou certo sobre isso.” Algo entre uma risada e um gemido escapou dele também. “E eu definitivamente não posso ir dentro de você, e então não me mover.” “Então mova. Eu quero. Foda-me, Potro.” Jed se agarrou a ele, e era como se necessidade crua e não filtrada se derramasse de seus dedos e se afundasse na alma de Booker. O simples contato parecia criar buracos rasgados em sua própria carne, e nada podia ferir seu coração mais. Jed implorou, “Foda-me até que eu me perca em você.” O desespero aberto em seu olhar, emparelhado com o tom eviscerado em sua voz, dominaram os temores de Booker sobre o estado emocional de Jed e anularam qualquer precaução e cuidado por sua segurança física. A despojada necessidade nua do homem o arrastando direto para o abismo junto com ele. “Potro.” Jed ficou tenso e cavou os dedos em sua carne. “Ajude-me a gozar de novo.” Em um clamor incoerente, Booker gritou o nome de Jed. Incapaz de permanecer vendo sua dor, ele bateu a boca abaixo sobre a de Jed, levando-o com um beijo cruel, e ao mesmo tempo esfaqueou seu pau toda a distância em sua bunda. Com a fusão de seus corpos, Jed mordeu seus lábios e cavou os dedos mais fundos em suas nádegas. Ele revirou a parte inferior do corpo para avidamente aceitar a invasão, e calor sublime e apertado cercou o pênis de Booker. Oh Deus sim. Booker afundou a língua na boca de Jed, reivindicando a posse dele lá tão completamente quanto fez no canal aquecido e escorregadio do homem. Prendendo a cabeça de Jed com os braços, ele se desculpou entre beijos quando acidentalmente bateu nela com o gesso. Uma risada doce se misturou com um gemido quebrado de Jed, e o som maravilhoso serpenteou em seu sistema e capturou um aperto ainda mais apertado em seu coração.

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O peito constringindo com muita emoção, Booker se balançou em Jed de novo e de novo, dando a cada terminação nervosa em seu corpo uma razão para cantar com alegria. Embaixo dele, Jed ondulava e beijava Booker de volta com abandono cru. A cada impulso de seus corpos, Booker e Jed ganhavam velocidade. Contorcendo-se um contra o outro como se batalhando para dominar e conquistar a vitória. A fricção inflamando cada centímetro de seu pênis enluvado e atirando dardos de prazer-de-ponta por todo seu corpo. Booker rosnou como um animal quando o prazer angustiante envenenou sua corrente sanguínea e o despojou de tudo, exceto a necessidade de dar completo prazer a este homem. No final, Jed agarrou o traseiro de Booker, e seu canal apertou repetidamente num aperto de punho firme no pênis enterrado nele. Com cada impulso dos quadris, Jed espetava seu pênis longo e duro contra a barriga de Booker. Sussurrado ofegante, “Sim, Potro, sim, Potro, sim,” cada vez que Booker dirigia o pênis nele até o cabo. Cada pequena e grande sensação torcia no próprio interior de Booker, empurrando-o cada vez mais distante sobre um arame sem rede. Quando Jed se deslocou para fechar os braços ao redor de seus ombros, e ao mesmo tempo fechou as pernas na parte inferior de suas costas, Booker estremeceu, e suas bolas puxaram com força em seu saco. Cristo, Booker nunca tinha sido trancado tão completamente nos braços de outra pessoa, e a torção sufocante em seu coração lhe disse que ele nunca queria que Jed o soltasse. Jed apertou Booker por toda parte, e com umidade listrando seu rosto, ele sussurrou, “Por favor, não me deixe.” O apelo ressoou toda a distância dos membros, dedos e ossos de Jed, e esmagaram seu caminho pelo próprio ser de Booker. “Não me deixe sozinho.” Com o coração nas mãos para este homem, Booker prometeu, “Nunca, nunca, nunca,” e se puxou de pé, fora do corpo de Jed. Suas bolas se erguiam altas contra seu corpo, e ele estremeceu quando sêmen correu por seu sistema, a caminho de seu pênis. Booker rasgou o preservativo fora, apontou a fenda para a barriga tensa de Jed, e articulou, “Você é meu. Só meu,” uma fração de segundo antes de sacudir com seu lançamento. Ele bombeou seu pau e gritou por todos os cantos do trailer quando esperma jorrou de seu eixo e ele marcou Jed com sua semente.

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Quando os primeiros cuspes de ejaculação bateram em Jed, ele imediatamente se empinou fora da cama na agonia do orgasmo também. Com os olhos escurecidos além da pior tempestade de inverno, ele confessou com voz rouca, “Eu te amo, Potro. Você me possui. Para sempre.” Com o corpo arqueado, ele jorrou linha após linha de ejaculação pelo ar, e seu esperma e o de Booker choveram sobre ele juntos e marcaram sua carne. “Jed…” Um punho apertou no coração de Booker. Ele puxou em seu pênis novamente e jogou mais sêmen espesso no estômago de Jed. Segundos depois de atingir o orgasmo, a tensão deslizou do corpo de Jed, e ele caiu para trás na cama, sua libertação concluída. Booker nem sequer teve que olhar acima de seu ventre coberto de esperma para saber que os olhos do homem já haviam se fechado e que mais uma vez ele adormecera. Estava tudo bem. Isso era aparentemente o MO7 de Jed. Um novo padrão descoberto. Acordar. Fazer sexo. Gozar como um gêiser. Dormir. Lavar, enxaguar, repetir. Quando Booker caiu na cama ao lado de Jed, tendo cuidado para não cair sobre o gesso — não que isso importasse a essa altura, ele já tinha abusado do braço o suficiente esta noite — ele sorriu, e sua barriga vibrou. Ele sabia muito sobre Jed, certamente mais do que qualquer outra pessoa neste planeta, mas esta noite ele descobrira que ainda não sabia tudo sobre seu duro cowboy. Tipo que ele não consegue manter os olhos abertos depois do sexo. Booker deu um beijo gentil no ombro de Jed e depois sorriu contra a pele quente. Quando se aconchegou contra o lado do homem, ele descobriu que mal podia esperar para descobrir que outras mil peculiaridades compunham seu Jed.

***** O alarme despertou Booker pouco antes do amanhecer. Mesmo com o calor do verão, um frio atravessou sua espinha, e ele soube que Jed não mais dormia em sua cama. Frio úmido torceu através de seu intestino. Ele não tinha que olhar no banheiro pelos artigos pessoais ou nos

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Modo Operante.

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armários pela roupa. Ele podia sentir o vazio no trailer — o frio que veio com a ausência de um corpo tão familiar — toda a distância até seu núcleo. Jed se foi. Para sempre dessa vez. Porra. À noite passada Booker sabia que algo poderoso, cru e avassalador tinha se apoderado de Jed. O instinto lhe dizia para forçar uma conversa entre eles. Ao invés, ele tinha deixado sua necessidade recém-despertada pelo sexo superar o que ele sabia sobre o coração protegido e cauteloso de Jed — que precisava de calma e segurança, tanto quanto paixão — e agora Jed tinha corrido. Eu não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo. Booker esmurrou a parede do trailer com seu gesso. Com força.

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Parte Três Coração de Leão

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Capítulo Treze Cintilações de luz solar do início da manhã perfuraram a noite se esvaindo. Quando Jed tropeçou para o galpão no quintal, ele apertou os olhos e amaldiçoou; Dor semelhante a atiçadores de fogo apunhalaram seu crânio através das pálpebras e agravaram o latejar em seu cérebro. Inferno, no caralho do seu corpo inteiro. Um cavalo ou dois já o tinha derrubado em sua vida, mas ele não conseguia se lembrar de tal dor jamais agarrando seus músculos e minando sua força… Não. Ele empurrou o ombro contra a porta para balançar solta a madeira inchada da armação, e então deixou o impulso levá-lo direto para a cama desdobrável no canto do galpão. Não pense em cavalos. Tarde demais, imagens de magníficos mustangs encheram sua mente; Rapidamente se transformando em potros, que, em seguida, em uma névoa mudaram para olhos de floresta, cabelos de corvo, lábios luxuriantes e um corpo masculino duro e musculoso que Jed agora conhecia em todos os sentidos melhor do que o seu próprio. Potro. No galpão, Jed gemeu, “Não,”, mas rápidas-sensações táteis de fogo atacaram seu corpo de qualquer maneira, recriando a incrível sensação daquela boca nele em todos os lugares. Como se tivesse Booker nesta pequena cama dobrável com ele agora, Jed rolou de bruços e bombeou os quadris para tocar a forragem. O calor úmido daquela língua lambeu sua espinha, e com um gemido ele apresentou Booker com sua bunda. Ele enfiou o rosto no travesseiro e gemeu com cada esfregar de seu pau contra o jeans e o colchão fino. Jed lutou contra as imagens e os sentimentos que essas imagens mentais evocavam; Como vinha fazendo desde o momento em que deixou o rodeio, mas ali deitado, ele ainda podia sentir Booker e seu corpo grande e forte se afundar em cima dele e sussurrar, “Eu te amo,” contra sua orelha enquanto empurrava aquele pau gordo e maravilhoso em seu rabo disposto. Na visão, no momento da tomada, Booker gritava e derramava sua semente quente profundamente nos recessos de seu corpo. E, na realidade, quando o sol do Texas surgiu lá fora, fluindo através da janela sem-cortina acima da

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pequena cama, Jed gemeu, e suas paredes anais ordenharam o pênis fantasma possuindo sua bunda. Ele jorrou em seu jeans enquanto guturalmente chamava Potro no travesseiro. Na sequência, quando o alto do orgasmo flutuou longe, o fedor de um corpo azedo misturado com esperma, permeou a roupa de cama de algodão e invadiu suas narinas — evidência de que Jed não tomava banho em quase duas semanas. A lembrança do por que o havia levado a dormir no galpão, e por que ele não se deixava chegar perto do chuveiro de seu irmão e cunhada, arrastou mais um profundo gemido cheio de ódio de seu núcleo. Seu primeiro dia de volta em sua cidade natal no Texas, Jed tinha entrado sob o spray para um banho rápido, só para se perder nas memórias das coisas cruas e proibidas que tinham acontecido no trailer com Booker. Minutos depois, naquele box, ele tinha voltado à realidade com três dedos enterrados em seu rabo dolorido, atirando ejaculação por todo o azulejo azul-celeste rachado e gritando do topo de seus pulmões para seu Potro fodê-lo através da cama e no chão. Como eu faço cada vez maldita que ele borbulha em minha cabeça e eu não consigo fazê-lo ir embora. Quando Jed tinha saído do banheiro, Meg não dissera uma palavra, mas seu quarto compartilhava a mesma parede, e ela tinha estado lá quando ele gritara por outro homem. Ela certamente tinha dito a seu irmão o que ouvira. Naquela manhã, Jed se mudara do sofá para o galpão, e não tinha feito contato visual com nenhum deles, Meg ou Lyle, desde então. Não que eu os tenha visto direto o bastante para fazê-lo de qualquer maneira. O fedor de álcool encheu o galpão convertido também, e com o primeiro cheiro de cerveja, o buraco negro em sua barriga cresceu. Ele rosnou para as sombras, como se isso pudesse afugentar os demônios. Desde que voltara para casa no Texas, Jed tinha passado todas as horas tentando se distrair, tentando encontrar algo — ou alguém — para apagar o rosto de Booker de sua mente. Para apagar a marca do corpo dele em sua carne. Mas, porra, nesta cidade, ele não podia fazer nada além de montar a cavalo como distração, e ele achava que estar perto dos animais, embora não podendo trabalhar com eles, só o fazia sofrer mais pelo amor que tinha pelos cavalos que conhecera tão bem com o rodeio. Esqueça sobre encontrar uma mulher para aliviar suas necessidades. Jed não conseguia obter sequer uma porcaria de uma contração em seu

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pênis, quanto mais uma ereção, a menos que deixasse Booker em sua mente. Quando isso acontecia, esquece. Ele não conseguia manter seu pau para baixo. Pânico e medo imediatos encharcaram o interior de Jed. Em uma tentativa de bloquear sua súbita atração feroz por outro homem, ele bateu em sua própria cabeça repetidamente. Eu não posso precisar tanto dele, não assim. Eu perderei tudo. Até a mim mesmo. Mas Jed tinha necessidade de Booker, e quando momentos de lucidez escorregavam, ele sabia que se deixasse voltar para Booker, ele iria mais do que cair nos braços do homem. Ele iria mais do que rolar e implorá-lo para fodê-lo ao esquecimento. Ele abriria mão de tudo por Booker. Cada respiração que Booker tomasse se tornaria dele, e Jed viveria ou morreria em base de tudo e qualquer coisa que Booker fizesse. Não. Eu não o quero assim. Jed se agitou insuportavelmente no opressivo calor do verão do Texas. Eu não vou me deixar precisar dele assim. Mas você já precisa. Odiando cada molécula em seu corpo, que chorava por este homem, desprezando este cérebro que não deixava Booker ficar no passado, onde deveria estar; Ele rolou e alcançou para o lado da cama. Como tinha feito desde o momento em que saíra do trailer — Cristo, Jed podia nunca mais olhar nos olhos daquele homem por quem ele implorara com tal agressão desesperada — ele pegou uma bebida. Quando a primeira tragada da cerveja quente escorreu por sua garganta, as sementes de náusea dentro dele brotaram grandes galhos e membros. Cada um alcançando mais fundo em seu núcleo e se envolvendo mais firmemente ao redor de sua alma, cortando seu oxigênio. Jed sabia que se continuasse bebendo, a inconsciência viria, e com ela uma trégua temporária dos pensamentos e imagens de Booker, todos o assombrando mais vivamente do que o último. Mas, no processo, você vai se tornar seu pai. Porra nenhuma. Mas, mesmo quando Jed desejou força, ele sabia que precisava de Booker fora de sua cabeça mais do que desejava sobriedade. Ele virou a lata e bebeu todo o resto da cerveja. Nem sequer sentindo o gosto do líquido mais. Seu telefone tocou no bolso, mas ele não tinha que olhar para saber de quem seria. Ele havia lido cada último texto mil vezes. Mesmo quando ordenava a si mesmo que não, ele olhava de qualquer maneira — mas ele ainda não tinha respondido ou feito uma chamada. Ele não se

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atrevia a fazê-lo. Uma palavra trocada, ouvir a voz suave de uísque de Booker, e Jed sabia que perderia sua merda e voaria de volta para os braços do homem. Eu não posso voltar. Eu não posso deixar aquela noite acontecer de novo. O telefone vibrou em seu bolso mais uma vez. Vá embora, Potro. Jed abriu outra cerveja e tomou outra golada longa. Por favor, me deixe ter um pouco de paz.

***** Lyle olhou para seu irmão, dessa vez, desmaiado no chão do galpão, e suspirou. “Filho da puta.” Sua voz quebrou. “Eu não sei mais o que fazer com ele.” Olhando para ele, Meg respondeu, “Vamos colocá-lo na cama para começar. Ele ainda não te disse nada sobre por que está aqui?” “Nem uma palavra.” Quando Lyle se moveu para perto da cabeça de seu irmão, ele apontou para Meg ficar com os pés. “Tem que ser algo ruim pra porra.” Depois de se agachar, ele enganchou os braços sob as axilas de Jed e então flexionou e se esforçou para erguer o peso morto de seu irmão. Rangendo os dentes, Lyle embaralhou o um metro e oitenta e três centímetros necessários para despejá-lo sobre a cama. Uma vez que ele fez, Jed pendeu a cabeça. Jed exalou, e respiração passada misturada com bebida agrediu o nariz de Lyle e o esfaqueou no coração. Olhando para Meg, Lyle piscou a ferroada de lágrimas dos olhos. “Olhe para ele.” E pediu a sua esposa para fazê-lo, contudo ele não suportava ver o homem sujo e inconsciente, com barba por fazer, dormindo de uma bebedeira em seu barracão — esta pessoa que mal parecia ser seu irmão. “Tornar-se um bêbado é a única coisa que Jed jurou que nunca faria, mas ele vem se perdendo mais nestas duas semanas do que eu jamais vi em toda minha vida. Isso não é Jed. Nem de perto.”

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“Eu sei que você não quer fazer isso” — Meg pegou um celular da cama e o estendeu para Lyle — “mas verifique seu telefone. Veja o que pode encontrar.” Levantando as mãos e se afastando, Lyle sacudiu a cabeça. “Isso não está certo.” “Seu irmão está escapando aqui.” Um apelo enchia as palavras de Meg. “Eu sei o quão próximo vocês são. Ele está te matando por vê-lo assim.” Droga. Droga. Lyle deslizou um olhar entre seu irmão inconsciente e o celular; E respeito lutou bastante contra seu medo e preocupação. Sua mãe lhes dera pouca privacidade quando garotos e jovens, e ambos sempre tinham odiado a invasão, mesmo quando entendiam sua necessidade de interferir. “Tudo bem,” Meg disse rispidamente. “Eu faço. Minha primeira prioridade é cuidar de você” — ela tocou-e-bateu contra a tela de toque — “e com todas essas preocupações que está tendo, você não está dormindo, então eu vou cruzar a linha para você.” “Não!” Lyle arrancou o telefone da mão de Meg. “Se tem que ser feito, serei eu a fazê-lo.” Com alguns toques rápidos na tela, ele percorreu cerca de vinte mensagens de texto — todas da mesma pessoa. “Nas últimas duas semanas tem um monte de mensagens de seu amigo Potro.” “Leia-as.” Murmurando uma maldição e um pedido de perdão, Lyle bateu aberta a primeira mensagem. Depois a outra. E a outra. “Muitos, ligue-me e” — Lyle chegou à última, datada da manhã que Jed tinha aparecido, e ele franziu a testa — “e uma estou preocupado com você, e uma nós podemos consertar o que aconteceu.” Meg arqueou uma sobrancelha ruiva. “Soa como se algo aconteceu. Talvez uma briga? Algo sobre o trabalho? Ou talvez uma mulher meteu-se entre eles?” Lyle novamente escorregou o olha para seu irmão desmaiado. “Não sei.” Trechos de centenas de conversas anteriores com Jed passaram por sua mente, mas nenhuma se destacou e arranhou fora do mundano. “Potro teria que ter feito algo malditamente feio para fazer Jed cambalear assim. Eles têm sido melhores amigos praticamente desde o dia que Jed contratou o cara. Eu nunca conheci Potro, mas do que sei, eu sempre imaginei que ele levaria uma bala por Jed. Eu sei que Jed faria isso por ele.”

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“Então, eles devem ter tido uma briga feia. Do contrário, eu não vejo por que esse cara Potro estaria enviando mensagens assim para Jed.” Quando as peças se encaixaram — nada poderia ferrar Jed mais do que a traição de alguém que ele chamava um amigo — uma bola de fogo explodiu um alto de milha dentro de Lyle. “Se esse filho da puta apunhalou meu irmão pelas costas, ou tomou uma mulher dele, ou uma promoção, depois de tudo que Jed fez por ele, eu mesmo vou matar essa porra.” Com vapor o enfurecendo, Lyle atolou o dedo na tela do telefone de Jed e entrou na agenda de endereços, coçando para fazer uma chamada. Lyle ia obter algumas respostas de merda e consertar seu irmão nem que fosse a última coisa que ele faria.

***** Em um churrasco no rodeio, Booker se sentou em uma pequena mesa com Marcy e Tim, mas mal tocou a costela, feijões e salada de batata. Os sons do rádio de alguém tocando se misturava com o burburinho de conversa, mas tudo se tornara um ruído branco em sua cabeça. Ele se tornara bem familiarizado com cochichos, risadinhas, apontamentos, e a ocasional definição “Bicha” jogado em sua cara hoje em dia, e chegara a um ponto onde isso era agora um ruído de fundo também. No calor daquela noite com Jed em seu trailer, ele nem tinha pensado em todas as janelas abertas; devido ao ar condicionado quebrado. Consequentemente, um bocado de gente no rodeio que voltava de sua noite fora tinha ouvido em primeira mão os gemidos e gritos dos dois homens na agonia de tal sexo apaixonado. Uma palavra sussurrada no ouvido de outro rapidamente se transformara em um incêndio de zumbidos de fofocas, todas as quais Booker tinha eventualmente colocado juntas com a ajuda de Marcy e Tim. Todos sabem que nós fodemos a noite toda, e desde que o filho da puta fugiu de mim, eu tenho que lidar com todos esses idiotas de mente-fechada sozinho. Hoje Booker tinha virado para uma silenciosa e

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impotente fúria pela ausência do idiota Jed; Amanhã, provavelmente, ele acordaria doendo pela confusão e dor que Jed deveria estar sofrendo ao tentar classificar e enfrentar seus novos sentimentos por outro homem. “Book?” Um clicado insistente estalou perto da orelha de Booker. Então, “Booker. Booker!” Alguém tocou em seu braço. Mais rápido que um raio, Booker envolveu a mão em um antebraço, torcendo o braço do homem para trás em um ângulo não natural, e soltou, “Idiota, não me toque.” “Booker.” Marcy, com tom feminino, mas firme, puxou Booker completamente de volta à realidade. “Acorde.” A voz familiar de Tim penetrou em seu crânio também. “Solte-me, cara.” Ele torceu o braço fora do agarre de Booker. Faíscas iluminavam seu olhar cor de avelã, e ele resmungou, “Eu sou uma das poucas pessoas que você ainda tem do seu lado.” Porra. Sentindo-se com aproximadamente meio metro de altura, Booker se encolheu em sua cadeira. “Desculpe. Não se registrou imediatamente em minha cabeça que era você. E me defender automaticamente é instinto ultimamente.” Nas mãos de pessoas que Booker outrora havia considerado conhecidos e até amigos, ele tinha voado de cabeça em latas de lixo, pilhas de merda, e mais de uma parede nas duas últimas semanas. “Mas eu peço desculpas.” Ainda esfregando o pulso e antebraço, Tim encarou o celular na mesa de piquenique. “Eu estava tentando te dizer que seu telefone estava tocando. Agora já parou.” Com seu coração imediatamente subindo para sua garganta, Booker agarrou o telefone. CHAMADA PERDIDA com JED e NENHUMA MENSAGEM enchia a tela. Booker se atirou de pé e praguejou para cima uma tempestade, como se mover e amaldiçoar Deus pudesse reverter o tempo. Chame-o de volta. Chame-o de volta agora. Cada célula dentro dele zumbia descontroladamente, e seus dedos tremiam tanto que ele não conseguia comandá-los a se aquietar para lhe permitir apertar os botões certos. Então, já não importava. Booker saltou — oh merda, bebê — quando o telefone vibrou em sua mão. Com um aperto no botão Atender, Booker coaxou; “Jed. Oh Deus.” Ele mal conseguia falar através do amontoado doloroso enchendo sua garganta. “Você está bem?”

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“Não é Jed!” Uma voz de homem, uma cheia de um sotaque sulista mais agudo, trovejou no ouvido de Booker. “O que diabos você fez com meu irmão, imbecil? Diga-me agora.” “Lyle?” Outro senão o próprio Booker, ninguém mais falaria com tanta paixão em nome de Jed. Suas pernas cederam. Ele se afundou em uma cadeira, e seu coração despencou da garganta para seus pés. “Jed está com você? Oh, graças a Deus. Meu intestino me disse que ele teria voltado para casa, mas —” Lyle cortou a fala, sua voz se alterando no telefone, “Meu irmão tem andado bêbado fora de sua bunda por duas semanas. Ele não fala com ninguém, e não visita a família, nem mesmo nossa mãe. Que porra aconteceu com ele? Eu quero saber agora.” Bêbado? Booker cobriu a boca para abafar um gemido cheio de dor compartilhada, privada. Não, bebê. Não faça isso. Lyle cuspiu, “Comece a falar, porra!” Com o coração partido, Booker fechou os olhos. “Eu não posso te dizer por que ele está fazendo isso. Não cabe a me dizer.” “Então, há algo.” Cada palavra perfurava o telefone como uma flecha de pontaenvenenada. “Você sabe o que é. Tem a ver com você.” “Sim.” A admissão veio rápida e fácil. Booker podia não ter permissão ou o direito de divulgar o papel de Jed na noite que eles tinham compartilhado, mas que se dane se ele iria negar sua parte no que estava acontecendo. Ele não tinha com nenhuma pessoa maldita nesta turnê de rodeio pelas duas últimas semanas, e não o faria com o irmão de Jed agora. “Eu sei por que ele está assim. Eu sei de tudo.” “Então é melhor você consertar isso, seu porra,” Lyle cobrou, “e é melhor você fazer isso agora, ou eu juro por Deus que vou aí encontrá-lo e matá-lo eu mesmo.” “Mantenha-o seguro para mim por mais dois dias.” De volta de pé, Booker compassou em um círculo apertado enquanto rodas que tinham ido enferrujando em sua mente nos últimos dias começaram a girar com precisão e focada velocidade. “Eu estarei aí em dois dias. Eu irei, e vou chutar Jed em marcha e trazê-lo de volta em sua vida novamente. Eu prometo.” “Foda-se seus dois dias,” Lyle discutiu. “Venha agora.”

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Cada molécula em Booker o puxou como um imã em direção ao aeroporto mais próximo, mas gratidão pelas oportunidades que Roger e Angie tinham lhe dado neste último ano, como também um mapa com um quadro maior para seu futuro e de Jed, manteve seus pés plantados no chão. “Eu tenho dois compromissos para resolver primeiro. Um deles tem a ver com Jed.” Seu peito vibrou quando ele pensou em seu compromisso na segunda-feira com vida e emoção renovada. “Eu tenho sido o melhor amigo de Jed por quatro anos. Eu nunca o trairia, o feriria ou o guiaria errado. Você tem que confiar que o que tenho a fazer vai beneficiar Jed também.” Booker deu a Lyle tantos ossos quanto podia. Ele entendia a impaciência do homem, mas também precisava do cara do seu lado. “Jed vai precisar disso como parte do que vai tornar tudo certo entre nós novamente. Eu tenho que ter isso para apresentar a ele a fim de lhe mostrar que nós podemos ter um novo caminho e que ele não precisa do álcool para fazer isso certo.” Um suspiro reverberou de Lyle na outra extremidade. “Você está falando em círculos.” Exalando também, Booker olhou para o céu azul, e o azul do céu além. “Eu sei que soa assim, mas não posso te dar nada mais agora.” Um batimento cardíaco estendido cheio de silêncio se passou entre os homens antes de Lyle admitir, “Eu não sei se confio em você. Eu só sei que Jed fez por tantos anos, então eu vou com isso, o que eu sei é que ele não pode continuar assim.” Um par de maldições resmungadas baixinho seguiu pelo telefone. Então Lyle deixou escapar, “Você jura que pode dar jeito nele?” Alívio tomou conta de Booker como uma cachoeira de uma fonte quente, mergulhando-o em esperança mais uma vez. “Se ele apenas me der uma chance de falar com ele, eu acredito que posso.” “Você só tem que chegar aqui.” Força sólida fortificou o comando de Lyle. “E eu terei certeza de que ele te escute. Conte com isso.” “Obrigado.” Além de Lyle, Booker agradeceu a um superior por levar o irmão de Jed a fazer esta chamada. “Você fez a coisa certa.” Com o tom de voz ainda duro, Lyle respondeu, “Você pode me agradecer quando eu vir Jed de volta ao seu antigo eu.”

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“Mande-me seu endereço.” Vivo mais uma vez, Booker mentalmente começou a criar e contar os muitos itens em sua lista de afazeres. Ele tinha que estar pronto para enfrentar Jed em pouco mais de quarenta e oito horas. “Eu estarei aí na terça-feira.” “Você tem isso. Adeus.” Depois que se despediu Booker enfiou seu telefone no suporte e agarrou seu prato e refrigerante cheio, de repente faminto novamente. Olhando entre Tim e Marcy, ele disse com um pedido de desculpas, “obrigado pela companhia, mas vou levar isso comigo. Tenho uma fala que ainda precisa de alguns aprimoramentos. Não quero estragar ou deixar nada de fora.” Marcy olhou para cima com um centelhar brilhando em seus olhos. “Está acontecendo, não é? Assim como você tem trabalhado desde a manhã que ele foi embora.” Segurando o olhar de Marcy, Booker se aqueceu por dentro ainda mais. “Sim.” Em seus melhores dias nestas últimas semanas, entre aqueles momentos terríveis e escuros onde ele fantasiava em matar Jed por correr e deixá-lo sozinho, Booker deixava brilhar a luz sobre seus sonhos mais privados de uma vida com Jed. Marcy não só tinha mantido a confiança de Booker, ela o ajudara a aperfeiçoar esses desejos mais secretos; E talvez aberto à porta para torná-los realidade. “Eu quero agradecê-la mais uma vez por me conseguir essa entrevista com Cain Hawkins e Luke Forrester. Isso será a chave. Eu sei.” “Eu vou sentir sua falta, querido” — Marcy piscou quando disse isso — “e daquele burro teimoso também. Mas acho que você está certo. É o movimento certo para vocês dois.” O coração de Booker apertou bem apertado da melhor maneira possível. “Ainda não é um adeus. Eu ainda verei vocês dois amanhã.” Desde que suas mãos estavam cheias, ele acenou com a cabeça para Tim. “Noite.” Tim saltou de seu assento. “Espere! Você vai deixar o rodeio?” Suas sobrancelhas puxaram com linhas profundas, e ele se virou para a tia. “Você sabia que ele ia embora?” Ele se virou de volta para olhar para Booker. “Para onde você vai?” Seu pênis pulsou com antecipação pela primeira vez em semanas, e Booker sorriu lento e fácil quando uma imagem de Jed encheu sua mente. “Indo direto ao ponto,” ele compartilhou, sem nenhuma vergonha, só orgulho em sua voz, “eu vou atrás de meu homem.”

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Com isso Booker se virou e se afastou. Atrás dele, Tim vaiou e gritou palavras obscenas de encorajamento. Marcy aplaudiu também. Talvez, só talvez, Booker podia ouvir duas ou três outras vozes se misturarem em encorajamento também. Booker sorriu e riu cheio até a borda. Jed logo veria isso também — embora isso possa atingi-lo como um veículo com rodas de dezoito quando ele aceitasse plenamente a verdade: A vida era boa.

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Capítulo Quatorze Booker estudou o homem sujo e fedorento desmaiado em uma pequena cama de um galpão de banheiro, e seu coração partiu direto ao meio. Oh, bebê. Odor corporal obsoleto permeava o ar em ondas grossas, duas janelas abertas não faziam nada para refrescar o galpão. Se Booker não tivesse trabalhado ao redor de estábulos durante toda sua vida de adulto, ele poderia ter vomitado. Jed não parecia ter tomado banho, barbeado ou escovado os dentes desde a noite em que fizeram sexo. O que você fez a si mesmo? Ao seu lado, Lyle praguejou e enfiou as mãos por seu cabelo cor-de-areia. “Você vê o que quero dizer?” Ele olhou para Booker, seus olhos apenas uma sombra mais escura do que os de Jed. “Ele está ferrado.” Com seu intestino torcendo junto com seu coração, Booker se virou para não mergulhar de cabeça naquela cama com Jed e envolvê-lo apertado. “Sim,” ele respondeu, com sua garganta deixando sua voz rouca como o inferno. Droga, ele tinha que obter sua merda junta rápido, ou se dobraria de joelhos ao lado de Jed. Neste momento, Jed precisava que ele tivesse aço em seu esqueleto. Booker pigarreou e enfrentou Lyle de frente. “Eu acreditei quando você disse que ele estava ruim, mas…” Booker não conseguiu evitar; Seu olhar se desviou para o lado de Jed novamente. Quanto mais ele olhava, maior o buraco em seu peito crescia. “Maldição.” Ele teve que piscar longe a queimadura de lágrimas empurrando para se libertar. “Este não é Jed. Este é exatamente o oposto do que ele trabalhou tão duro para ser.” “Fico feliz em ouvi-lo dizer isso,” Lyle murmurou. “Faz-me pensar que você o conhece, afinal.” “Eu o conheço,” Booker respondeu também baixinho. “Melhor que ninguém.” E não há momento melhor do que agora para me mexer e provar isso. “Você pode nos dar algum tempo a sós?” Por meio de uma explicação, o que certamente Lyle exigiria; Booker só pôde adicionar, “Você

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terá que ter um pouco de fé e confiar em mim quando eu digo que realmente precisa ser apenas nós dois quando conversarmos.” “Sem chance.” “Eu estive com seu irmão por quatro anos, e nem sequer tenho que te perguntar para saber que nem uma vez Jed tenha insinuado ou declarado para você que eu alguma vez o desrespeitei ou lhe fiz algo de errado, porque eu não fiz. Eu sou seu amigo.” Forjando aço solidificado em sua espinha, Booker não recuou. “Você tem que acreditar que eu só quero ajudálo. Parte de você deve ter percebido isso quando ligou, ou você não teria me dado seu endereço e concordado em me deixar vir para o Texas.” Com os lábios em uma linha fina, Lyle cruzou os braços contra o peito e mudou seu foco para Jed. “Eu não sei.” “Eu nunca machucaria Jed.” Percebendo sua fraqueza, Booker empurrou. Ele até riu quando disse, “Eu poderia irritá-lo com os métodos que uso para trazê-lo de volta — inferno, eu tenho certeza que vou — mas eu jamais vou machucá-lo.” Lyle olhou para Jed, um brilho duro em seus olhos, pelo mais longo minuto maldito Booker suou em sua vida. Por fim, ele virou aquele olhar implacável direto em Booker. “Uma hora. Eu disse à minha esposa que a levaria para almoçar, e vou fazê-lo, mas depois eu volto. Não pense que eu não farei.” Merda. “Você pode me dar duas horas?” Booker se segurou firme em seu chão; Ele tinha que fazê-lo por Jed. “Eu vou precisar deixá-lo sóbrio primeiro se vamos conversar.” “Uma e meia.” Lyle mordeu o consentimento fora como se azedasse sua boca. “É isso.” Exalando, Booker estendeu a mão para Lyle. “Feito.” Depois de um aperto de mão firme, Lyle se afastou. “Não me faça lamentar isso. Noventa minutos, e então eu volto.” “Ei!” Com sua mente de repente em chamas, Booker correu para a porta aberta e tocou o braço de Lyle. “Se importa se eu usar a mangueira? Sua esposa ficaria chateada se ficar um pouco molhado por aqui?”

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Arrebatando-se para um contato visual, Lyle sorriu devagar. “Bom, tudo bem, então.” Ele até deslizou o olhar para seu irmão e sorriu grande antes de voltar a Booker. “Talvez eu goste de você afinal, Potro.” Uma dor aguda ocupou o peito de Booker. “Não, é Booker,” ele corrigiu ferozmente, sem se censurar. “Potro é só para Jed.” Tão rápido quanto Booker soltou sua correção, Lyle estreitou o olhar. E voltou a olhar entre Booker e seu irmão no fundo. Porra. Paixão infundia a voz de Booker. Se pudesse, ele pegaria de volta seu deslize territorial. Ele poderia ter ferrado tudo antes de ter a chance de ajudar Jed a se recuperar. Booker entreabriu os lábios, se preparando para puxar uma explicação de sua bunda, quando Lyle aterrissou seu foco direto de volta para ele. “Não se preocupe com minha esposa. Meg vai aprovar qualquer coisa que possa deixar Jed sóbrio.” Seus lábios apertaram. “Nada mais importa para nós além de Jed.” Respirando novamente, Booker assentiu. “Bom. É importante saber que estamos na mesma página.” “Tenha algo para me mostrar quando eu voltar.” Lyle se virou e saiu da vista de Booker. Que porra aconteceu? Assim que o caminhão acelerou na estrada ao lado, Booker se moveu com propósito para a mangueira ligada a uma torneira atrás da casa. Será que ele nos descobriu? Não importa agora. Assim que Booker desenrolou a mangueira e a puxou pelo gramado de volta ao barracão, ele soltou a coisa verde e correu para seu caminhão de aluguel. Ele não tinha trazido muito com ele — Marcy, Tim e alguns outros cortesmente o haviam ajudado a transportar seus pertences e os de Jed para uma unidade de armazenamento temporário — mas ele só precisava de seu kit de higiene pessoal neste momento de qualquer maneira. Uma vez que pegou seu kit, ele voltou para o galpão, o estojo de couro preto na mão. Em seguida, na cama, Jed gemeu e rolou de bruços, capturando toda a atenção de Booker. Odores almiscarados de sujeira flutuaram do homem e roupa de cama, a camisa de Jed subiu, e seu jeans desabotoado mergulhou baixo, mostrando a pele que deixara fresca e limpa

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para trás há muito tempo. Porra, querido. Por um momento, Booker olhou para o teto, piscou várias vezes, e sacudiu a cabeça. Trazendo à tona aquele ferro em sua espinha — vou precisar dela no lugar quando Jed voltar — Booker arrancou primeiro a bota esquerda de Jed, depois a direita. Quando o cheiro rançoso de pés suados e sujos o atingiu, ele tossiu, e seus olhos lacrimejaram. Merda. Nem mais um pingo excitado, mas com seu coração ainda sangrando, Booker eficazmente tirou as meias, debruçou-se sobre o lado da cama desdobrável, rolou Jed de lado, desabotoou sua camisa, e o desenrolou disso, sem o homem sequer se contorcer. Enfim, ele rolou Jed de costas, abriu o zíper da calça e a puxou junto com a cueca, deixando um homem nu e inconsciente na pequena cama. Porra, Cristo. Usando uma toalha de rosto de seu kit, Booker limpou o rosto de Jed e mostrou a carne, trabalhando com cuidado para tirar a sujeira da pele do homem. Quando fez, ele estudou o homem nu diante dele, e dessa vez as lágrimas molhando seus olhos não tinham nada a ver com o cheiro. Jed tinha fugido um pouco mais de duas semanas atrás, e os ossos de seus quadris se destacavam com proeminência profunda, e seu estômago e cintura escavavam mais estreitos, fazendo parece que ele não comia há um mês. Uma barba cheia cobria seu queixo, e o brilho de suor e sujeira endurecida por todo seu corpo somava ao efeito horrível de um homem que parecia ter desistido e esperava a morte. Deus, bebê. Booker caiu de joelhos. Eu fiz isso com você. Eu empurrei, e você não estava pronto, e fiz isso com você. Teria a necessidade egoísta de Booker por Jed o levado à total destruição? Não. Jed quis que aquela noite acontecesse cada bocado tanto quanto Booker queria. Esta era a realidade. O medo de Jed de seus desejos e o que viria a seguir nessa relação o empurrara a este lugar terrível, mas naquela noite tinha explodido anos de atração silenciosa e amor. Em fim o de Jed também. Não só o meu. Não importava o que, se ele tinha empurrado rápido demais ou não, — o que acontecera, acontecera. Eles agora tinham que trabalhar dentro da verdade do sexo frenético e louco que tinham feito durante aquelas escuras, intensas e cruas oito horas. E teriam que reconhecer as palavras imploradas e suplicadas, e os despojados para sempre, que disseram um para o outro naqueles momentos também. Jed as disse tanto quanto eu. Booker tinha que se lembrar disso.

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Aquelas confissões iam mantê-lo forte. Ele tinha tomado à decisão certa de vir e ajudar Jed a enfrentar seus sentimentos por outro homem. “Chega de correr, bebê.” Não importava a natureza engordurada do cabelo de Jed agora, Booker se abaixou, e seu coração torceu docemente quando ele pressionou um beijo no topo da cabeça do homem. “Você já deveria saber que eu tenho um farol de migração quando se trata de você, e que você não poderia se esconder para sempre. Eu sempre vou encontrá-lo.” Tendo deixado Jed tão limpo quanto podia, com apenas um pano pequeno, Booker se levantou, puxou o gatilho do bico de spray, e virou a mangueira em seu melhor amigo.

***** NO PESADELO DE JED, uma floresta infinita de escuridão o rodeava a cada passo. Ele correu, virou, e olhou para a esquerda e direita, em busca da luz do dia, mas em nenhum lugar entre os galhos e folhas deixavam a menor nesga de sol atravessar a escuridão. Por quê? Caindo de joelhos, ele ergueu as mãos no ar e olhou em direção ao buraco negro lá em cima, onde o céu deveria estar. Para onde ele foi? Quando a ferida de faca aberta em seu núcleo se aprofundou e cresceu, matando-o, Jed implorou respostas de alguém ou alguma coisa que pudesse estar a viver nas sombras. Por que ele foi embora? Nenhuma alma — nem família, ou amigos, ou um poder maior — sussurrou da escuridão ou lhe deu um lugar para virar. Estou sozinho. Pressão esmagadora se abateu sobre seus ombros, cheio de um sombrio, terrível e interminável isolamento, e dessa vez Jed não lutou contra o peso roubando-sua-vida e o enterrando na terra úmida. Ele relaxou e saudou a terra úmida o cercando, em mais outra camada de frio. Ele estava pronto para morrer. Assim que Jed se rendeu, sabendo que o nível de dor sufocante asfixiando sua garganta e peito certamente significava que ele passaria a vida após a morte sofrida e quebrada no inferno, um aguaceiro torrencial se abriu em um chuveiro gelado sobre seu corpo. Quando a água lavou

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seu túmulo, ele gritou com raiva. Camada após camada de água gelada agrediu sua carne; O choque de frio sacudiu através de seu sistema, trazendo seus órgãos completamente de volta a sua dolorosa vida. Não! Ao mesmo tempo, a mais bela voz que Jed já ouvir cortou a névoa. “Vamos, bebê. Pare de se esconder de mim. É hora de voltar à vida.” O quê? Vindo devagar, Jed piscou a água dos olhos. Através do martelar em seu crânio, ele olhou para a imagem borrada de um homem musculoso de cabelos escuros, muito-bonito, e seu coração imediatamente começou a martelar no tempo com sua cabeça dolorida. Oh merda. É ele. De pé acima dele, Booker sorriu e roçou os dedos ao longo de seu queixo. “Aí está meu Jed. Eu sabia que você ainda estava aí em algum lugar.” Deixando a mangueira cair de sua mão, ele se agachou ao lado da cama. “Ei, bebê.” Com seu olhar esmeralda erguido, ele sorriu de novo, algo suave e meio torto, e esfregou a mão contra as costas de Jed. “Senti sua falta.” E então mergulhou abaixo e deu um beijo no osso de seu quadril nu. O sussurro de contato digno de calafrio deste homem reacendeu como uma vingança cada nervo negligenciado no corpo de Jed. Com um grito estrangulado em explosão, Jed puxou Booker para ele e fundiu suas bocas juntas em um beijo desesperado. Lábios reais encontraram os seus, firmes, fortes e quentes, com um gemido ele aprofundou o beijo e se agarrou a Booker ainda com mais força. Varreu a língua através de seus lábios para um gosto melhor e cravou os dedos nos músculos sólidos e quentes que ele veio a ansiar com todas as fibras de seu ser. Gemendo roucamente em retorno, Booker o beijou de volta com beliscões iguais, lambidas e incursões invasoras da língua, varreduras que tomava a boca de Jed tão profundamente que quase roubavam seu fôlego. Booker correu as mãos por todo seu corpo também, e cada olhar de contato parecia estalar supernovos pequenos explosivos sob sua pele e despertar suas necessidades mais básicas. Remanescentes do pesadelo de Jed continuaram a agarrá-lo, porém, se misturando com seus desejos sexuais, e ambos faziam suas mãos tremerem e seu coração martelar terrivelmente. “Potro…” Quebrando o beijo, mas não se movendo um centímetro longe, Jed olhou nos olhos de Booker. Passando os dedos sobre seu rosto e verificando novamente para ter certeza de que este

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homem diante dele era corpóreo e não uma miragem. “Toda vez que eu fecho os olhos, é tão escuro, e naquele lugar” — sua voz falhou — “V-você me deixou para sempre.” “Shh, shh.” O olhar se derretendo com suavidade, Booker acariciou o rosto de Jed uma e outra vez. “Eu estou aqui, bebê. Estou aqui agora. Eu falei com seu irmão, e vim correndo o mais rápido que pude. Arrumei nossas coisas, e estou aqui com você agora.” Erguendo-se, Booker bicou beijos em sua testa, nariz e lábios. “E não vou deixá-lo fugir de mim nunca mais.” Quase em lágrimas, Jed coaxou, “Oh merda, Potro,” e puxou Booker de volta para ele. Quando ele pregou suas bocas juntas mais uma vez, seu pênis inchou insuportavelmente, e seu canal traseiro começou a latejar com vida própria. Tão fodidamente bom. Jed queria a boca de Booker em cada centímetro de sua carne, saboreando e mapeando, e queria o pau do homem enterrado dentro dele, martelando, colocando uma marca dentro de seu corpo, até que Jed não mais conhecesse uma existência sem Booker o possuindo em todos os sentidos. Cantando “Foda-me, foda-me, foda-me,” Jed mordeu beijos entre cada apelo. Ele se esticou contra Booker, amando a sensação do corpo duro do homem pressionado contra o seu. Empurrando as mãos entre suas barrigas, ele começou a puxar o cinto de Booker. Ele precisava da nudez deste homem se esfregando por cada parte da sua o mais rápido possível. Booker jogou as mãos na mistura. Embrulhando o pau de Jed na grande mão. Os dedos ásperos puxaram seu eixo e arrancaram um gemido gutural direto de seu intestino. O pênis de Jed veio à vida plena, e ele derramou uma linha grossa de pré-semem nos dígitos de Booker. Certo de que seu pré-semem misturado com um pouco de cuspe seria suficiente para lubrificar sua passagem para o pau de Booker, Jed novamente sussurrou, “Foda-me, Potro,” e se virou para esfregar seu vinco contra a protuberância em seu jeans. Quando Jed se virou, uma miríade de pequenas coisas ao seu redor de repente atacou sua visão como se estivessem em molas catapultando em sua direção — a ensolarada máquina de lavar amarela e secadora, banheiras claras cheias com decorações de Natal, duas bicicletas de dez marchas, uma caixa rolante na altura do peito cheia de ferramentas… Todas elas junto despencaram Jed de volta a Terra e à realidade. Declarações completas de Booker, não apenas a emoção por trás delas, inundou seu cérebro plenamente. Quando fez, o cru “Foda-me” de Jed se

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tornou “Foda-se. Foda-se,” e foi como se Booker tivesse pulverizado água gelada sobre ele de novo. Completamente acordado agora, Jed empurrou Booker fora dele e se atirou de pé. Com as mãos enterradas no cabelo, ele compassou para o outro lado do galpão, sua mente correndo — Que porra eu vou fazer? — Enquanto murmurava palavrões em voz baixa. Segurando o jeans nos quadris, Booker o seguiu através do galpão com os olhos. Jed podia pra caralho sentir aquele olhar em sua carne nua, o mesmo que se o homem o tocasse; Ele sempre tinha sido capaz de fazer. Booker disse; “O quê? O que o fez se afastar?” Jed se virou e zerou no homem com poder e conhecimento plenos de soprar sua vida em pedacinhos. O rodeio já era passado, mas porra, ele não ia perder sua família. “Merda do caralho, Potro,” Jed disse por entre dentes. “Você falou com meu irmão.” Não uma pergunta — Booker disse a si mesmo. “É claro que sim.” A resposta de Booker veio casualmente enquanto ele erguia as calças. Ele agiu como se fossem um velho casal conversando enquanto se vestiam para ir à igreja. “Ele me ligou. Se outro final de semana se passasse sem eu ter notícias suas, eu ia procurá-lo e chamálo eu mesmo. Estou feliz que ele tenha feito isso primeiro.” Cada palavra que Booker falava chegava aos ouvidos de Jed como unhas em um quadronegro. Oh merda. Oh merda. Oh merda. Afundando-se contra a lavadora, Jed passou a mão pelo rosto e cobriu a boca. “O que você disse a ele?” Ele falou por entre os dedos, e o estrangulamento invisível apertou ao redor de seu pescoço. “O que você disse a ele sobre mim?” “Nada,” Booker respondeu. Em seguida, franziu a testa. “Bem…” Depois de um piscar de olhos, ele se firmou e sacudiu a cabeça. “Não. Nada.” Jed atravessou o lugar e agarrou Booker pela camisa. “O quê?” Seu coração batia tão forte que ele quase não conseguia respirar — eu vou perder tudo! — Jed arrastou Booker até eles ficarem cara-a-cara. “O que você disse? Você lhe disse que nós transamos? Você lhe disse o que aconteceu?”

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“Não, é claro que não.” Um vermelho opaco rastejou pelo pescoço de Booker, no entanto, e ele admitiu, “Mas, puramente por acaso, é possível que eu tenha demostrado um pouco de possessividade que poderia não ser considerada natural entre homens que são apenas amigos.” Ohhhh merda. Enrolados na camisa de Booker, os dedos de Jed ficaram dormentes. Seus braços caíram para os lados, e ele se afastou. “Oh Deus.” Com as roupas em um montão molhado e sujo no chão, Jed correu para a secadora e abriu a porta, só para encontrá-la cavernosa e sem nada para vestir. Levantando-se, ele se virou novamente, com os pensamentos em seu irmão e que tipo de controle de danos ele poderia fazer para mantê-los intactos. “Eu tenho que falar com Lyle. Eu tenho que falar com ele agora.” “Ele não está aqui. Ele levou sua esposa para almoçar. Mas me garantiu que voltaria.” “Eu tenho que pensar, droga.” Roupa esquecida, Jed correu para a porta do galpão e a abriu. “Eu tenho que falar com ele. E você tem que ir.” Com movimentos agitados, Jed gesticulou para Booker sair. Cristo, ele tinha que ficar sozinho para poder se concentrar e descobrir como lidar com Lyle. Porra. Tentáculos incessantes de calafrios percorriam o corpo de Jed. De alguma forma, ele tinha escapado de Meg dizer a Lyle o que ouvira vindo do chuveiro naquela primeira manhã que voltara ao Texas. Mas isso, a presença de Booker, certamente ia expor essa sua desconcertante atração por outro homem. Lyle era perspicaz como o inferno. Porra. E se Lyle estivesse mentindo sobre o almoço e estava falando com sua mãe agora? Jed ia perder aquilo que tinha sobrado de sua vida. Merda do caralho. Eu preciso me mexer. Rápido. Ele bateu a porta contra a parede exterior e gritou; “Potro! Vá!” Booker continuou plantado no lugar dentro do galpão. Com tom firme, ele disse, “Lyle está preocupado com você.” “Isso é problema meu!” Com seu pânico aumentando a cada segundo, Jed bateu a porta contra a parede novamente. Sua voz guinchou como uma corrida de alma penada no céu, mas ele não conseguia acalmar a adrenalina o percorrendo o suficiente para recuperar o fôlego e encher os pulmões. “Agora vá!” “Eu não vou,” Booker rebateu de volta. “Eu tenho permissão para estar aqui.”

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“Então eu vou sair e colocar um fim nisso para nós!” Jed foi para o quintal, batendo a porta fechada atrás dele. E ouviu Booker correr fora do galpão também, mas continuou se movendo. A cada passo que dava, ele chutava no passo em sua jornada através do pátio para a porta dos fundos. No momento em que Jed colocou os pés em um conjunto de estreitos degraus de concreto que levada à cozinha, Booker chegou aos pés dos degraus. “Eu segui-lo para dentro.” “Eu não quero você aqui!” Jed correu para dentro e bateu a porta. “Estou fechando a porta!” Ele deslizou o ferrolho e apertou o botão da maçaneta também. Do lado de fora, como a porra de uma Sereia enviada para atrai-lo para a morte, Booker explicou, “Eu tenho o ok de Lyle para fazer o que for preciso para deixá-lo sóbrio de novo.” Uma maníaca bolha de riso escapou de Jed e ecoou pela pequena cozinha vazia. “Oh, eu estou bastante sóbrio agora. Você pode ter certeza disso.” “Jed, deixe-me entrar.” A maçaneta girou com força. “Se você não começar a lidar com o que aconteceu entre nós, você vai se embriagar até sua bunda novamente no segundo em que tiver uma chance.” “Então você está aqui para forçar minha aceitação.” A porta balançou com os esforços de Booker para entrar, mas Jed empurrou de volta contra a madeira mais dura. “É este o negócio?” Booker soltou um monte de maldições coloridas e depois articulou em voz baixa, “Eu vou quebrar uma janela para entrar aí com você, se for preciso. Eu juro que vou.” A ameaça feita com tal profundidade e suavidade mortal fez Jed estremecer como se eles não tivessem uma porta entre eles. “Lyle disse que ele e Meg vão ficar bem com tudo que eu fizer, contanto que eu consiga fazê-lo parar de beber. Saia por conta própria, ou eu vou começar a rebentar a casa de seu irmão, se é o que eu tiver que fazer.” Silêncio sepulcral se abateu por um momento, e então com autoridade Booker acrescentou; “Você tem dez segundos. Estou olhando no relógio. Seu tempo começa agora.” O homem começou a contar em voz alta — filho da puta — e a ameaça forçou Jed a desfazer freneticamente as fechaduras e rasgar a porta aberta.

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Booker estava de pé na pequena varanda, de braços cruzados, e Jed lhe deu um olhar que soltava toda a ira e caos dentro dele. “Você está se tornando um verdadeiro filho da puta, sabia?” Gelo em seu olhar, Booker se manteve firme. “E você está se embebedando até a morte.” Seu sangue fervendo ainda mais quente, Jed rosnou, “Você cale a boca sobre isso também.” Ele passou por Booker, desceu os degraus, e cruzou o quintal para o galpão de novo. “Eu não posso me calar. Você é tudo para mim.” Booker continuou; quente na cauda de Jed. “Você tem sido desde o momento em que te conheci, e eu não vou ficar parado vendo você se machucar. Eu não posso.” Jed tropeçou em seus passos, e seu peito apreendeu. Porra. “Pare de dizer essas merdas.” Ele balançou a cabeça, mas a marretada de emoção que Booker tinha batido em sua cabeça não o deixava sacudir livre da conexão que compartilhavam. Um segundo de vacilação foi tudo que Booker precisava. Ele agarrou Jed e o empurrou contra a lateral do barracão, prendendo-o lá com um olhar agarrado e uma mão em seu peito. “Limpe-se, Hastings. Já está passando da hora.” Sem soltá-lo, Booker se inclinou e pegou a mangueira, empurrando-a no peito de Jed. “Faça isso você mesmo, ou eu o farei por você, mas, de qualquer maneira, você vai tirar esse fedor de você hoje.” Filho da puta. Fumegando, sua espinha esticada no lado do galpão e sua língua colada no céu da boca, Jed o encarou em lugar de palavras cortantes. Booker o encarou de volta, provando que não era mais o garoto que Jed havia tomado uma chance tantos anos atrás, mas um homem agora, que podia igualar genialidade e vontade com Jed, cara-a-cara. “Vá em frente e continue me desejando morto no chão,” Booker lhe disse. “Eu posso aguentar isso.” Então, claramente no comando agora, ele o soltou, mas Jed, uma vez livre, não conseguia comandar suas pernas a se mover. Booker foi até a metade do galpão e voltou com seu kit de higiene pessoal. Jed reconheceu o couro preto. “E escove os dentes também.” Booker empurrou a maleta em sua barriga, e Jed automaticamente a agarrou antes que caísse na grama. Ainda cheio daquela luz que possuía desde o dia em que Jed o encontrara, Booker segurou seu olhar e acrescentou, “Deus sabe que eu te amo, e que sou quase seu escravo sempre que você me

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beija ou me toca, mas sua boca está fétida, e se me dada à escolha, eu fico com mentolada e fresca quando nos beijarmos novamente. Obrigada.” Jed não se mexeu nem um centímetro. Ele sequer respirou; Ele não podia. Calor perverso rastejou por sua carne nua, incendiando sua pele, quando ele se lembrou de como tinha se lançado em Booker poucos minutos atrás. Cristo, ele tinha beijado o homem com uma boca que não via uma escova de dente em só Deus sabia quantos dias. Ele tinha esfregado seu corpo nu — que não via um chuveiro no mesmo tanto de tempo — por toda a figura limpa e lavada de Booker. Vergonha começou a tomar conta de Jed, mas no último segundo, ele se forçou ereto. Ruim pra caralho. Jed levantou o queixo e desafiou Booker a comentar sobre o estado de seu corpo sujo de novo. Ele não tinha que vir me procurar e que se dane o que sobrou de minha vida. Ele pode lidar com como eu estou e cheiro ou dar o fora daqui. Com as mãos nos quadris, Booker arqueou uma sobrancelha escura até o meio da testa. “Eu vou amarrá-lo e ter isso feito agora se é o que você quer. Entre me preocupar com você, eu tenho trabalhado pra caramba por duas semanas, enquanto você estava bêbado ou desmaiado. O gesso já se foi” — Booker mostrou o braço — “e estou praticamente curado do meu acidente.” Então ele parou, tomou seu tempo examinando Jed, em toda sua nudez e sujeira, de baixo para cima, e depois encontrou seu olhar de frente. “Eu gosto de minhas chances de ganhar hoje. Você quer me testar?” Jed arreganhou os dentes, e as penugens em seu pescoço subiram, mas depois de um minuto de olhar fixamente — em que Booker nem sequer piscou, muito menos recuar nem um centímetro — ele resmungou, “Tudo bem. Eu vou entrar e tomar banho.” Booker bateu a mão contra seu peito e o empurrou contra o galpão. “Não.” Seu tom não admitia argumentos, e o flash em seus olhos também não. “Você pode fazer isso aqui mesmo.” Estalando, Jed lançou as mãos largamente. “Eu estou nu no quintal de meu irmão, porra. Dá um tempo.” “Bem?” Com um dar de ombros, Booker pisou em uma posição militar na frente de Jed e cruzou os braços. “Há cercas de privacidade em todos os lados. Ninguém pode vê-lo. Pare de enrolar e tente apresentar algum plano para escapar.” O sussurro de um sorriso curvou a borda

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do lábio de Booker, e seu tom suavizou consideravelmente. “Bebê, você não vai conseguir me enganar hoje, então, vá em frente e comece a se limpar antes que eu pegue o sabonete e o faça eu mesmo.” Jed rosnou; “Idiota,”, mas abriu o kit e obedeceu de qualquer maneira. A verdade era; Booker tinha seu número agora. Jed não comia corretamente em semanas, e o álcool tinha sido sua única hidratação. Se ele tentasse lutar, Booker ia levá-lo ao chão em dois movimentos rápidos. Onde eu provavelmente vou rolar e varar minha bunda no ar para ele. Imediatamente Jed amaldiçoou o pensamento submisso, mas suas bolas se contraíram, e seu eixo começou a formigar com nova vida. Ele se moveu para cobrir qualquer excitação visível, mas Booker se moveu com ele, o homem claramente em alerta para uma fuga rápida dele. Porra. Cedendo — quanto mais rápido eu acabar com isso, mais rápido ele vai me deixar — Jed agarrou o escova de dente e creme dental. Não se importando que pertencessem a Booker. Inferno, em um beliscão, ele provavelmente já tinha usado os produtos de higiene pessoal do homem umas cem vezes em seus anos juntos. Compartilhar tais coisas não os tornava mais íntimos agora do que eles passarem uma noite fodendo um ao outro. Não, só significa que estivemos mais íntimos do que dois amigos deveriam estar por bem mais do que desde a noite que fizemos sexo. Com o início de outro rosnado crescendo nele, dirigido direto para si mesmo, Jed encheu a escova de dente e a enfiou na boca. No segundo em que o sabor mentolado explodiu em sua língua, ele escorregou de um rosnado para um gemido baixo. Com a limpeza tão à mão, ele fez uma careta enquanto lambia através dos dentes e se tornava plenamente consciente do crescimento pegajoso e difuso na boca. Desde que voltara para casa, ele não tinha estado sóbrio o suficiente ou se importado o suficiente para notar o quão desagradável ele se tornara, mas ele não podia evitar a sujeira em cima dele agora. E Potro me beijou mesmo assim. Ele nunca vacilou, ou hesitou, ou torceu o nariz. Corado com nova consciência, mas silenciosamente negando o que isso deveria significar, Jed ergueu o olhar, pegou Booker olhando para ele, e rapidamente desviou seu foco para longe. De repente, ciente pra caralho dos olhos de Booker nele, Jed escovou os dentes vigorosamente, cuspiu, bebeu um pouco de água da mangueira, e depois escovou cada

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centímetro da boca novamente. Booker tinha líquido para bochechar em seu kit, e Jed gargarejou com um pouco disso também. Boca mentolada fresca, ele trocou a escova de dente pelo shampoo, lavou o cabelo oleoso, enxaguou, e finalmente foi para o sabonete. Mergulhou na água gelada da mangueira e começou a esfregar sua pele limpa. O cheiro de pinheiros e fontes frescas — o sabonete de Booker, a marca que ele usava desde o momento em que se tornaram companheiros de trailer — agradou as narinas de Jed e provocou cada nervo em seu corpo, inclusive seu pau. Ele ergueu os olhos mais uma vez e encontrou Booker ainda observando cada movimento seu. Merda. Cobrindo seu pênis, Jed se dobrou na cintura para esfregar os pés e pernas, mas isso só o colocou no nível de olho com o vulto grosso no jeans de Booker. Jesus. Seu próprio pau inchou ainda mais. Ele não podia aquietar a memória de chupar aquele pau gordo ou da brutalmente maravilhosa sensação dele penetrando sua bunda. Quinze dias de sonhos molhados não o deixaram esquecer o quão incrível estar com Booker se sentira. Agora, neste momento, Jed tinha a coisa real; Tinha o homem que consumira seus pensamentos, sem ceder, diante dele, e assim como naquela noite, Jed não conseguia controlar as respostas viscerais de seu corpo por Booker West. Com o sol do Texas batendo no quintal como se fosse um holofote, e Jed a estrela em destaque, sem mencionar o olhar sabedor de Booker ainda sobre ele, Jed ficou vermelho. Sua pele aqueceu quando seu pênis se ergueu para ereção completa. Em nenhum outro ponto em seus trinta e um anos de vida tinha Jed jamais se sentido tão completamente impotente e exposto. E nem um pouco devido à sua nudez ali de pé no quintal de seu irmão. Enquanto se enxaguava, Jed não pôde deixar de espiar em Booker novamente. Como se fossem os lados positivos e negativos de um par de imãs, Jed não conseguia lutar contra a atração que os arrastavam um para o outro. No momento em que seus olhares se encontraram, Booker prendeu Jed em seu olhar aquecido. Mais formigamentos de consciência apareceram sobre sua carne nua, e calor manchou suas bochechas. Com voz cheia de ferrugem, Jed disse, “Pare de olhar.” Ele usou o sabonete e o braço para cobrir seu pau.

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Movendo-se para perto, Booker puxou a mão de Jed longe de seu pênis, expondo seu desejo mais uma vez. “Por quê?” Ele plantou as mãos na parede em cada lado de sua cabeça e o enjaulou dentro. “Porque você não gosta de mim olhando para seu pau?” A acusação que ele nivelou com tanta calma, escovou bafo quente em seus lábios e criou arrepios de cima a baixo em sua espinha. Então — oh foda-se, sim — Booker moveu a mão entre seus corpos, segurou o pênis de Jed oh tão gentilmente, e mergulhou para sussurrar em seu ouvido, “Ou talvez você não goste que a cada minuto que está aqui com seu pau colado contra o estômago, isso mostre o quanto você me quer também?” Dito isso, Booker acariciou a longitude rígida de Jed e lambeu ao redor da concha de sua orelha. Deslizando os olhos fechados, Jed tremeu sob o assalto tenro. Booker esfregou seu pau e fez cócegas em suas bolas com o toque mais hábil e perfeito do que qualquer outro que Jed já conhecera. Incapaz de se conter, ele revirou os quadris, balançando-se na mão magistral de Booker, faminto por este homem, tanto quanto odiava sua necessidade. Escorregando para dentro do buraco do coelho rapidamente, Jed cobriu a mão de Booker com a dele, forçou um puxão mais áspero em seu pênis, e raspou os lábios em sua boca exuberante. “Você se tornou um bastardo cruel, Potro.” “Talvez sim.” Com uma mão enterrada em seu cabelo, puxando, e a outra trabalhando seu pau da raiz até a ponta, Booker mergulhou a língua através dos lábios entreabertos de Jed uma, duas, três vezes e entregou lambidas suaves e deliciosas com cada incursão dentro. “Antes de fodermos tão malditamente maravilhoso” — o olhar de Booker queimou com cada pedacinho de sua paixão por Jed, e ele respirou pesadamente entre beijos mordidos — “eu dormi no mesmo quarto com você todas as noites por quatro anos, tão perto, sonhando estar com você em todos os sentidos, mas eu nunca pensei que eu podia ter uma vida completa com você. Agora eu sei a verdade.” Com um último puxão em seu pênis, Booker o soltou. E pressionou a palma contra seu peito, bem em cima do tamborilar irregular de seu coração. No momento eu que o coração de Jed martelou contra sua mão, os olhos de Booker se iluminaram com algo parecido com um sorriso. “Agora eu entendo que, debaixo de seu medo, você quer tudo isso tanto quanto eu.” Tão rápido

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quanto sorriu, aço assumiu o comando de seu olhar. “E eu não estou indo embora e desistindo de uma vida com você. Enfie isso em sua cabeça agora.” Algo dentro de Jed espremeu, com poder suficiente para roubar o fôlego de seus pulmões, e ele sacudiu a cabeça. “Você não quer isso. Você não faz.” Por que ele não me vê? Sob o frescor mentolado, Jed ainda podia provar indícios da bebedeira que ele viveu por duas semanas. A corrida terrível em seu sangue intensificou para estratosfera. “Vá embora.” Incapaz de correr, Jed se encolheu contra a parede e se enrolou em si mesmo. “Vá embora antes que eu o machuque e te faça chorar.” Balançando a cabeça, Booker segurou o rosto de Jed em suas mãos. “Não vai acontecer, bebê.” Ele raspou o nariz contra o de Jed, fazendo-o choramingar, e então beijou a ponta. “Deixeme ajudá-lo a terminar de se lavar.” Ele pegou a mangueira e tomou o sabonete. Com as mãos rapidamente ensaboadas, ele esfregou o torso de Jed, seus ombros, seus braços, lavando-o da maneira mais pessoal. O sorriso fácil do homem competindo com o sol pelo brilho puro e leve, e cada deslizar das palmas através de sua carne aquecida, o tremor de Jed aumentava dez vezes. “Já fizemos suado e sujo a noite toda,” Booker disse em conversa. “Foi louco como o inferno, mas dessa vez eu quero saber qual é o gosto de cada centímetro de você quando está esfregado limpo.” Booker alcançou e arrastou as mãos ensaboadas pelos culotes de Jed, acariciando ao redor da parte baixa de suas costas. E continuou indo para o sul, Jed mordeu o lábio quando Booker mergulhou dois dedos entre suas nádegas. “Não,” Jed sussurrou, mesmo quando seu canal vibrou em antecipação dos dedos ásperos em seu buraco. Booker fez uma pausa, mas pregou a testa contra a de Jed e, ao mesmo tempo, esfregou os quadris nos dele, contra sua ereção furiosa, e os dois ofegaram. Segurando Jed no borrão desse contato visual atento, ele lambeu sua boca. “Seu corpo está me dizendo para continuar.” Booker moeu seu comprimento endurecido contra ele novamente, e o contato sacudiu através de Jed como se ele tivesse deslizado o pênis nu contra o seu, embora o homem ainda estivesse usando cada peça de sua roupa.

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Sem fôlego, e mais impotente aos ditames de seu corpo a cada segundo, Jed erraticamente moveu os quadris em uma dança conjunta com Booker, desesperado por sentir aquele cume grosso contra o dele. “Eu sei,” ele admitiu, e as palavras agarraram em sua garganta na saída. “Cristo.” Ele gemeu e revirou os ombros contra a parede em suas costas. “Eu sei.” Entre uma maldição áspera, Booker mordeu Jed com um beijo duro e roubado. “Se você quiser que eu pare” — sombras escuras em seus olhos falaram de um homem oscilando na beira — “diga-me agora.” Com seu foco penetrante, Booker rasgou seu cinto e abriu seu jeans. “Em um minuto, eu não serei mais capaz de me afastar.” Jed não conseguia desviar os olhos do olhar brilhante de Booker. Mais do que seu pênis, mais profundo do que seu coração, seu corpo inteiro doía para se fundir com este homem novamente. “Não vá.” Perdido por esta conexão, Jed pressionou completamente contra Booker e passou os braços em volta dos ombros afinados que carregariam o mundo por Jed se ele simplesmente pedisse; Ele sabia dessa verdade em cada um de seus ossos. Seu peito, passagem e intestino apertaram com deliciosa e apavorante antecipação, forte demais para ser ignorado. Ele roçou os lábios contra os de Booker e cortou aberto outro bocado de sua alma. “Algo dentro de mim que eu não consigo controlar não quer que você jamais pare.” Booker estremeceu em seus braços, e bateu os dois na lateral do galpão. “Porra, cara.” Ele plantou beijo após beijo rápido e duro nos lábios de Jed entre murmúrios, “Você me mata quando fala assim.” Ele fechou os braços ao redor da cintura de Jed e esfregou o rosto em seu queixo, bochecha, e até seu cabelo antes de tocar seus narizes novamente. “Você me faz querer te abraçar para sempre.” Um inferno irrompeu no contato com os olhos que eles trocaram e, de repente, Jed e Booker voaram um para o outro com um beijo cataclísmico. Seus lábios colidiram, e Booker não perdeu tempo, puxando a mandíbula de Jed e forçando seu caminho dentro para uma tomada mais profunda. Jed não lutou contra a invasão; Ele avidamente emaranhou a língua com a de Booker, faminto pela dança com este homem em todos os sentidos possíveis. Booker batalhou de volta. Beijando-o com paixão frenética, e arranhou os dedos pelos lados de seu corpo, cavando em seus quadris com força contundente.

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Jed gemeu e se contorceu em resposta. Com os dedos vibrando sua necessidade, ele empurrou as mãos de Booker ao redor para suas nádegas e em seu vinco. “Foda-me.” Ele puxou a ponta cega do dedo sobre seu cu e gemeu quando Booker assumiu e sacudiu o dígito contra seu anel pulsando. “Leve-me de novo, Potro.” Jed se agarrou nos braços musculosos do homem e bicou beijo e mais beijo e mais beijo naquela boca deliciosa. “Eu quero tanto.” A mandíbula de Booker ficou dura como granito; e ele estremeceu quando uma nova profundidade de verde assumiu seu olhar quente. “Porra, bebê. Eu quero isso mais do que qualquer coisa também. Vire-se e se apoie na parede. Faça-o agora.” Com as emoções claramente correndo tão voláteis quanto as de Jed, Booker o empurrou e o virou ele mesmo. No momento em que Jed bateu as mãos contra o revestimento de ripas do galpão, Booker caiu de joelhos atrás dele e lambeu uma linha molhada direto para a fenda de sua bunda. “Oh foda-se!” Jed clamou quando a sensação íntima de tal ato proibido atacou seu corpo. Milhares de terminações nervosas que nunca tinham recebido tanta atenção, todas clamaram por mais daquela língua maravilhosa. Quando Booker lambeu novamente, Jed perdeu um pouco da firmeza em suas pernas. “Potro... Potro…” Ele mordeu o lábio, lutando contra outro grito de felicidade quando Booker usou a língua para desenhar linhas úmidas acima e sobre uma nádega, depois a outra. Booker atravessou de um lado para o outro, lambendo repetidamente o equivalente a um roteiro com voltas e redemoinhos em toda a extremidade traseira de Jed com a língua. Em sua jornada através dos globos da bunda de Jed, Booker mergulhou e sacudiu a língua sobre seu buraco, apenas um olhar sussurrado de contato a cada vez. Logo Jed empinou a bunda, implorando por mais, e questionou guturalmente, “Jesus. O que você está fazendo comigo?” Booker pressionou um beijo suave em seu vinco. “Eu te disse que ia provar cada centímetro de sua pele limpa.” Seus lábios deixaram a impressão de seu sorriso na carne de Jed, que pôde sentir o sorriso. “Eu nunca disse em que ordem.” Com isso, ele abriu as nádegas de Jed totalmente separadas, picando a pele sensível, e enterrou a boca no buraco de Jed com sucção insanamente poderosa.

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Na primeira sensação daquele puxão cru em seu cu, Jed sacudiu e clamou algo áspero para o céu. Booker gemeu contra sua entrada, e a vibração criou arrepios maravilhosos ao longo de sua passagem. Ninguém nunca tinha realizado tal ato nele antes, e suas coxas tremeram quando tentou resistir ao prazer deste tipo de beijo. Cada puxão suave ou forte que Booker colocava em seu broto fazia seu pênis saltar e levantar, vazando como se ele estivesse lhe servindo com o boquete mais completo que existia. De repente Booker trocou de chupar em seu buraco para vibrar a língua em um ritmo rápido sobre o anel apertado de músculos. A mudança o girou em uma direção inteiramente nova de prazer. Oh foda-se, sim. Jed pulsou por dentro, e a tração em suas bolas lhe disse que ele poderia gozar a qualquer momento. Mesmo oscilando tão perto da borda, ele esmagou os punhos contra o lado do barracão, arqueou as costas, e empurrou o rabo descaradamente na cara de Booker. “Droga. Oh Jesus de Deus… Faça mais.” Seu buraco apertava descontroladamente, mas ele ainda implorou, “Enfia a língua dentro de mim.” Em vez de mergulhar, Booker mordeu o interior de sua nádega. Jed ganiu, e seu pau ficou ainda mais duro. “É isso o que você realmente quer. É isso o que você anseia tanto.” Booker pressionou algo muito mais firme, tinha que ser um dedo, em seu cu. “Você está ganancioso como o inferno para me ter dentro de você.” Enquanto falava, ele entalou apenas a ponta do dedo na bunda faminta de Jed. Ofegante, através da sensação pungente, mas viciante, com o peito arfando em ondas, Jed fechou os olhos e baixou a cabeça. “Sim.” A brusca admissão feita cortou através de seu núcleo na saída. “Você me ensinou a amá-lo naquela noite.” Jed parou, apertando os dentes quando Booker aliviou o dedo toda a distância dentro de seu canal trêmulo e o esticou tão fodidamente perfeito. “Agora eu sonho com você me fodendo o tempo todo.” “Droga, bebê.” Ele retirou o dedo em um tiro. Antes que Jed pudesse protestar contra a perda, Booker enfiou a língua maravilhosa e úmida em seu buraco. Gritando roucamente, Jed jogou a cabeça para trás e subiu na ponta dos pés quando Booker rodou a língua dentro dos confins rasos de seu túnel estremecido.

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Gemendo, Jed circulou o rabo contra a insanamente boa invasão, ele não conseguia o suficiente. Booker lambeu mais uma vez em torno da borda de seu buraco e então, segurando Jed dividido aberto, passou a golpear a língua dentro e fora de seu corpo. Booker continuou mais e mais, enfiando, lambendo, e anilingus, empurrando Jed perto de chorar com prazer. Acendendo todas as terminações nervosas em sua metade inferior; E cada pequena sensação, empacotadas tão bem juntas, o empurrando direto para atirar sua carga em todo o lado do galpão. Oh, porra. Jesus de Deus. Jed alcançou e puxou impiedosamente em seu saco, negando-se a liberação. Ainda assim, cada soco da língua de Booker em seu cu, insinuado algo mais áspero e ainda mais consumidor, e o poderoso puxão entre suas entranhas, canal e pênis não o deixavam escapar de seus desejos mais profundos. “Eu não posso esperar.” Ele soltou as bolas e alcançou atrás para agarrar um punhado do cabelo de Booker. “Eu preciso que você me tome agora.” “Shh, shh, bebê.” Booker imediatamente começou a raspar beijos ao longo de seu vinco, e então por sua espinha. No caminho, ele puxou a mão de Jed de seu cabelo e colocou algo em sua palma. “Segure isso por um segundo.” Jed naturalmente obedeceu e fechou os dedos em torno dos dois pequenos pacotes. O suspiro suave de um zíper então sussurrou no céu da tarde. Oh, sim. O canal de Jed cerrou com ansiosa expectativa. O farfalhar de Booker empurrando a calça e cueca abaixo arrastou outro gemido e cuspe de pré-semem fora dele. Quando Booker pegou um dos pacotes de sua mão e o rasgou aberto, ele lambeu uma linha através de seu ombro, até atrás de sua orelha. “Abra o lubrificante para mim, bebê.” Então, muito rapidamente, Booker embainhou seu pênis e esfregou o comprimento em sua fenda. “Aperte-o em minha mão.” Ele acariciou o quadril de Jed até a barriga e usou a palma para brincar com a cabeça de seu pênis. “Vá em frente.” Ele pastou a ponta dos dedos por seu eixo, voltou, e então segurou a mão contra sua coxa. “Dê-me o lubrificante.” Jed mal conseguia se concentrar ou segurar as mãos firmes o suficiente para rasgar a embalagem plástica. Booker continuava a esfregar o pênis bem devagar entre as colinas de sua bunda, e cada deslizamento de cima a baixo o atormentava com o que logo viria. Com dedos desajeitados, ele finalmente conseguiu espremer o lubrificante claro nos dedos de Booker. Assim

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que fez, ele deixou o pacote cair de sua mão e se apoiou contra o barracão. “Por favor, foda-me.” A voz crua com necessidade desenfreada, ele saltou a bunda contra o eixo de pedra-dura. “Eu te quero tanto. Eu não posso esperar nem mais um minuto.” Em uma série de ações explosivas, Booker gritou roucamente o nome de Jed, mordeu o músculo grosso cordeando seu ombro, e dirigiu o pênis direto em seu rabo. Porra fodida, sim! Dor imediata inflamou dentro do reto de Jed, mas ele exaltou na reivindicação de qualquer maneira. E forçou seu peso para trás avidamente para atender a punhalada do pênis de Booker. Que gemeu e empurrou para frente, no impulso de Jed, e ao fazer, tomou Jed até o cabo. Jed grunhiu quando a queimadura da penetração chamuscou sua entrada e canal, mas não abrandou nem um pouco. O pênis grosso e quente tomou posse total de seu corpo, mas sua calha estava escorregadia como o inferno, pronta para levar cada centímetro que ele tinha para dar. Naquela noite, Booker lhe ensinara que o prazer enorme logo consumiria cada molécula escura em seu ser, e ele se enfiou em seu pau implacavelmente, desesperado para se perder em sua tomada novamente. Booker fodeu Jed com um ritmo igualmente castigado, mas sempre correndo as mãos de cima a baixo em suas costas, ao longo de suas coxas, e ao redor de seu peito e barriga, tocando-o em todos os lugares. A cada arranhão ou escovada de contato, ele enterrava o rosto no pescoço de Jed e murmurava coisas básicas e eróticas sobre o seu louco e deslumbrante corpo, e como ele nunca queria que este acasalamento parasse. Cada deslize dos dedos calejados e palmas ásperas sobre sua carne aquecida correndo milhões de deliciosas sensações-alfinetadas de porte através de sua corrente sanguínea. Cada bocado desse calor inundando seu pau e bunda. Picadas de desconforto dentro de Jed de repente se transformaram em tumultuosas florações maravilhosas e sensações profundamente arraigadas, e seu corpo clamou por liberação. Jed se atirou de pé, alcançando em volta para fechar os braços nas costas de Booker, e os envolveu em um laço ainda mais complicado. Ele pulsava por trás, de novo, de novo e de novo, ansioso para montar cada centímetro daquele pênis. “Ohhh sim, sim, Potro, foda-me…” Booker esfaqueou o pênis profundamente em sua passagem, e Jed jogou a cabeça para trás contra seu ombro. “Foda-me bem!”

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Booker murmurou, “Merda do caralho, Jed,” e mordeu o lado de seu pescoço. Então, com uma punhalada profunda e dura, ele empurrou ambos contra o galpão, onde sanduichou Jed contra a parede. Movendo os quadris como pistões em uma locomotiva, ele flechou seu buraco com golpes rápidos e profundos, onde cada penetração breve deflagrou um pulsar de resposta no cu de Jed. Cada vez que Booker enfiava o pau gordo em seu túnel, enchendo-o até a borda, Jed choramingava, “Sim, sim, sim.” Tomando o martelar daquele prazer misturado com dor e catapultando direto até a borda do que seu corpo e coração poderiam aguentar sentir. “Bebê…” Booker cavou a mão em seu cabelo e forçou sua cabeça para a esquerda, não parando até que pudessem ver um ao outro. “Tão perfeito…” Com os olhos brilhantes pra caralho, ele articulou asperamente, “Você é a coisa mais linda que Deus já colocou nesta Terra.” Ele enfiou a língua através de seus lábios, enredando brevemente suas línguas, e tomou uma posse firme em seu pau. “E você me pertence.” Com isso, Booker dirigiu o pênis toda à distância em sua passagem, puxando com autoridade implacável em seu pênis, e reivindicando sua boca com um beijo contundido. Booker, apostando propriedade em todos os sentidos, o esfaqueou como um punhal e o bateu acima da borda. Jed corcoveou, e suas bolas sugaram contra seu corpo. A verdade nua e crua da declaração de Booker penetrou em sua alma com a mesma velocidade avassaladora e precisão com que o pênis do homem tomava sua bunda. O orgasmo o colheu, e ele gritou com um tom que nunca tinha ouvido em si mesmo antes, algo semelhante à agonia. Curvando-se para trás contra Booker, ele empurrou duro quando uma longa linha jateada de sementes pulverizou o ar e caiu sem parar no lado do galpão. Atrás dele, Booker clamou também e quebrou o beijo. Ele estremeceu tão ferozmente que a sensação trabalhou direto através do corpo de e o fez tremer até a medula. Então, muito rápido, enquanto Jed ainda montava a onda de gozo, Booker puxou o pau fora de sua bunda e rasgou o preservativo de seu eixo. “Não se mova.” Ele agarrou o braço de Jed com uma mão, e seu próprio pênis com a outra. “Sinta o que você faz comigo.” Gemendo baixinho, Booker acariciou seu comprimento, o rosto com todas as linhas duras. E pressionou

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toda a frente de seu corpo quase completamente vestido contra o lado de Jed. “Deixe-me gozar em você.” Com as palavras de Booker, sua necessidade mais básica exposta, Jed murmurou, “Porra, Potro.” E bombeou os quadris, cuspindo outra linha de porra, dessa vez sobre o jeans do homem. No segundo em que seu esperma bateu no tecido, Booker esmagou a boca contra a curva de seu ombro, claramente sufocando seu grito, e descarregou sua liberação por toda sua perna. Segurando-se em Jed, abafando seu prazer, Booker se sacudiu contra sua coxa, despejando linha após linha após linha de esperma leitoso sobre sua pele. Cada marcação quente e molhada, balançando através de Jed e chegando muito mais fundo em seu sistema do que simplesmente sua carne. Incapaz de quebrar a conexão, ele enrolou o braço na cintura de Booker, segurando o homem perto dele, e gemeu quando viu a ejaculação escorrer devagar por sua coxa. “Cristo.” Jed correu a mão pela perna, através da semente pegajosa de Booker. Mesmo enquanto silenciosamente dizia a si mesmo para não tocar, ele teve que sentir esta marca única do homem em seu corpo. Roto, desgastado, ele sussurrou, “As coisas que você me faz querer fazer com você.” Booker se moveu na frente de Jed. “Faça o que quiser.” Os olhos queimando brilhantemente com desejo não filtrado, ele arrastou Jed para ele e deu um beijo em seus lábios. E, então, guiou a mão de Jed ao redor para sua bunda e sussurrou, com seu olhar ainda drogado com luxúria, “Eu pertenço a você também.” “Merda do caralho, Potro.” Jed correu a palma através dos globos firmes da bunda empinada de Booker, desesperado para sentir aquela pele lisa mais uma vez. Choramingando, Booker rasgou os estalos em sua camisa e puxou as abas abertas. Quando se lançou em Jed, e os teve pele-a-pele de novo, ele disse, “Eu quero que você me fôda um dia, sem proteção, só sua carne e a minha.” Fechando os braços ao seu redor, as testas fundidas, ele matou Jed com o amor em sua voz e olhos. “Eu quero que você me marque bem no fundo, onde você faz parte de mim para sempre, e este é um passo que significa algo, porque nós nunca tivemos isso com ninguém. Eu nunca fiz sexo com outra pessoa, preservativo ou não.” Booker enfiou as mãos nas mechas de Jed e o puxou, pastando suas bocas. “E eu sei que você,

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Jed.” Nem uma pitada de dúvida oscilou em sua voz. “Eu sei que você nunca esteve com ninguém sem proteção.” “Não.” A palavra mal empurrou a espessura em sua garganta. “Eu nunca quis isso com mais ninguém.” Cada exalação uma aperto em seu peito, Jed olhou Booker nos olhos e admitiu, “Não até você.” Booker sorriu, foi algo tão malditamente doce e suave, de sua alma. Perdido, Jed se abateu para reivindicá-lo com um beijo de boca aberta, pronto para foder novamente. No momento em que seus lábios se tocaram, pneus girando no concreto cortaram o ar como uma serra elétrica atirando pela primeira vez, e Jed tropeçou fora dos braços de Booker. Merda. Dobrando-se, Jed agarrou a barriga. Medo o golpeando no intestino duro, fazendo doer seu estômago. Lyle está de volta. Jed olhou para sua nudez, e o estado semivestido de Booker, e quis apertar o lado de sua cabeça no galpão e vomitar. Oh Deus, por favor. Não. Não me deixe perdê-lo. Eu não posso. Jed não estava certo por qual homem ele implorou, e isso irritou seu estômago ainda mais. Pânico governando suas ações, ele correu para o barracão. Eu preciso de uma bebida.

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Capítulo Quinze Porra. Porra. Porra. Depois de congelado no lugar por um instante, seu foco bloqueado na calçada, Booker deu um suspiro de alívio quando o espaço atrás de seu caminhão de aluguel ficou claro. Deve ter sido o vizinho. Ele puxou a cueca e jeans de qualquer maneira e olhou no relógio enquanto subia o zíper, botão e cinto. Ainda tem algum tempo. O valor de uma tempestade de maldições atingiu o ar, vindo do galpão, e Booker correu para a porta aberta em três passos largos. Droga. Lá dentro, sentado na beirada da cama, Jed mexia em suas roupas molhadas. No momento em que Booker encheu a entrada, ele estalou seu olhar para cima. Ele tinha um olhar de cervo-pêgo-nos-faróis em seus olhos, e testemunhar isso cortou Booker por dentro. Antes que Booker pudesse abrir a boca para acalmar seus medos, Jed alcançou debaixo da cama e puxou um refrigerador. Jed abriu a caixa de espuma, e Booker advertiu, “Nem pense nisso.” Jed lhe atirou o dedo. “Vai se foder.” Ele pegou uma lata de cerveja. Em um pulo Booker estava ao seu lado. Ele bateu a lata fora da mão de Jed e chutou a caixa para o outro lado do galpão. O coração disparado, mas doendo por Jed ao mesmo tempo, ele então em lugar de gritar — a palestra gritada assentada bem ali em sua garganta embora — se agachou aos pés de Jed e tomou sua mão. “Está tudo bem.” Ele suavizou consideravelmente seu tom. “Não era Lyle. Deve ter sido um vizinho voltando para casa.” Arrancando a mão fora da sua, Jed caranguejou através do pequeno colchão e recuou para o canto na cabeceira da cama. Com o olhar ainda assombrado, treinado na porta aberta, ele murmurou, “Isso estava perto o suficiente para que seja a mesma diferença.” Jed voltou sua atenção para Booker sempre muito brevemente, e então a colocou de volta na porta. “Você tem que sair daqui.”

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Sua calma escorregando, Booker se moveu para a linha de visão de Jed e bateu a porta. “Eu não vou. Nós não estamos nem perto de terminados ainda. Nós nunca estaremos.” Ele prendeu Jed em seu olhar e vibrando com cada fibra de seu ser desafiou o homem a desviar. “Você me quer, Jed. Você vai ter que enfrentar isso, eventualmente. Você vai ter que lidar com o fato de que outras pessoas vão saber de seus sentimentos também.” Um trinado som-louco de riso borbulhou de Jed. “Se você pensa que eu vou alguma vez dizer a meu irmão que o único sexo que vem para mim hoje em dia é quando eu imploro a meu melhor amigo para enfiar seu pau em minha bunda, você pode pensar de novo.” Dureza relampejou lascas de granito nos olhos de Jed. “Isso nunca vai acontecer.” Ele piscou rapidamente, e quando balançou a cabeça, ele passou a mão no rosto e olhou para a porta mais uma vez. “Não. Nada mudou. Você precisa partir. Agora.” Booker enrugou a testa. “É disso que se trata? Você está tão preocupado, e também assustado com o pensamento de sua família — de qualquer um — descobrir que você gosta de ter outro homem te fodendo, que está disposto a se embebedar em uma sepultura precoce para evitá-lo?” O ridículo, a fodida estupidez imprudente, fez Booker querer gritar. “O que diabos você acha que Lyle vai dizer que seja tão ruim?” “Eu não sei!” Jed se atirou de joelhos, de repente animado. “Mas mesmo que Meg o suavize, e não o deixe me negar, ele provavelmente vai pelo menos começar a se perguntar se ele tem uma irmã ao invés de um irmão, porque eu tenho que te dizer” — uma risada perturbada de forca escapou de Jed novamente — “estou começando a me perguntar isso eu mesmo.” “Você está brincando comigo?” Era o Jed a quem Booker tinha conhecido por tanto tempo, realmente secretamente cheio de pensamentos como estes? Besteira. Booker se recusava a acreditar nisso. “Estar com outro homem não significa que você quer ser uma mulher. Você é inteligente o suficiente para saber melhor que isso.” “Talvez,” Jed atirou de volta, “mas, novamente, talvez eu querendo rolar e espalhar minha bunda para você o tempo todo, me tem dando uma segunda olhada em tudo. Porque eu não estou sonhando muito sobre ser ao contrário. Eu estou quase sempre fantasiando sobre você me fazendo. Cristo.” Jed caiu de costas contra a parede e enterrou as mãos nos cabelos. “Eu

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sempre imaginei que se algo alguma vez fosse acontecer com você, eu, com certeza, pelo menos, seria aquele a fazer a porra.” Com outra sacudida de cabeça, Jed revirou os olhos e acrescentou; “Um tanto disso.” “Espere.” Booker correu para a beirada da cama e se sentou, focado demais em Jed para se importar com a umidade molhando o colchão com seu jeans. “Você teve pensamentos sobre estar comigo?” Jed estremeceu, mas admitiu, “Algumas vezes. Mas eram passageiros, e eu sempre me senti como um homem quando tomei você. Mas, inferno, talvez isso não importe. Talvez, bem no fundo, eu nunca tive muita masculinidade. Talvez em algum lugar ao longo da linha nos últimos anos eu parei de querer ser um homem de verdade. Isso certo como merda explicaria a quantidade insignificante de sexo que eu tive ultimamente. E acredite, eu tentei foder mulheres. Algumas que eram bonitas pra caramba também. Mas eu não consegui fazê-lo.” Jed limpou as linhas duras mapeando seus traços, e relampejou um sorriso de um modo que não parecia nada como um verdadeiro sorriso. “Mas, com você, eu consigo fazer tudo. E eu mais do que gosto. Eu amo pra danar — o jeito como você me fode — eu me perco nisso. O que definitivamente deve dizer algo sobre o tipo de homem que eu realmente sou.” Booker rastejou na frente de Jed, cercou o homem com as pernas, e lotou tanto de seu espaço que ele não seria capaz de desviar o olhar. “Nada do que você disse até agora defini o que um homem de verdade é ou dá alguma indicação de que você secretamente quer ser uma mulher, e você sabe disso. Você não é ignorante, Jed, então pare de agir como se fosse.” Com essas palavras ditas, pequenas gotas de suor pontilharam o lábio superior de Jed. No segundo em que Booker parou de falar, ele encontrou o olhar cauteloso de Jed e perguntou, “Sobre o que é isso realmente?” “Eu já te disse.” Jed empurrou a perna de Booker. “Besteira,” Booker rebateu. “Ainda que você tivesse esses tipos de pensamentos, onde você questiona sua masculinidade — e eu posso comprar que o que aconteceu entre nós o assustou o suficiente para que provavelmente os tivesse — a parte racional em seu cérebro os teria classificado como lixo bem rápido e os chutado para fora.”

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Jed curvou os lábios em uma zombaria. “Você não sabe nada sobre como eu penso.” “Na verdade,” Booker corrigiu, deixando um pequeno sorriso deslizar, “eu tenho quase que absoluta certeza de que eu sei como você pensa e opera melhor do que a maioria. E você me conhece muito bem também, então você sabe que posso ser tão teimoso quanto você. Eu não vou sair daqui até que você fale, ainda que seu irmão entre neste galpão agora e ouça cada palavra que dizemos.” Como se fosse esculpido em pedra, Jed ficou lá, a centímetros de Booker, a morte em seus olhos, perfeitamente imóvel. Booker nem piscou também. “Diga-me.” Segundos de silêncio se passaram sob a vigilância de Booker. A cada varredura da mão, onde Jed permaneceu mudo, os olhos frios, a paciência de Booker oscilou mais perto do fio da navalha. Jed finalmente arqueou a sobrancelha, como se dizendo, Já estamos terminados? E Booker estalou. Ele agarrou Jed pelos braços e o sacudiu. “Diga-me!” De repente, explodindo com vida, Jed agarrou Booker pela camisa, batendo-o de costas, e se elevou sobre dele. “Eu nunca vou te escolher! Você entendeu agora? Eu nunca vou ser como ele e escolher você. Enfia isso na sua cabeça dura!” Jed empurrou a ponta dos dedos contra o lado da cabeça de Booker. “Eu não vou te escolher.” Com um último golpe, ele rolou fora da cama e compassou para o outro lado do galpão. “Eu nunca vou escolher você.” Todo o ar sugou fora dos pulmões de Booker, e ele não conseguia se mover. Ele seguiu Jed com os olhos, porém, e ofegou, “O quê?” Encravado no canto, Jed baixou a voz para algo mais suave do que um sussurro. “Eu não vou escolher você.” Ele abraçou seu meio, mas manteve o queixo em um ângulo desafiador. “Eu não vou ser como meu pai e escolher você.” Porra. Ondas de medo palpável colheram o ar no galpão e maltrataram a alma de Booker. Filho da puta. Esta… Esta incerteza, esta parte do coração de Jed, Booker completamente acreditava e entendia. “Bebê…” Parando para se reagrupar, Booker se sentou no lado da cama,

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de frente para Jed, e exalou com cuidado antes de começar novamente. “Bebê, você não está deixando sua família torcendo ao vento, enquanto sai e tem casos. Isso não é ser como seu pai.” “Se eu escolher você,” Jed repetiu com voz instável, “eu vou perdê-los. Mais uma vez, vai significar que alguém em nossa família está escolhendo um estranho acima de seu sangue. É simples assim. Minha mãe e Lyle não vão aceitar este… Este” — Jed balançou o dedo entre eles — “você e eu, e o que quer que estejamos fazendo aqui. Especialmente minha mãe. Se eu ficar com você, significa que eu vou me afastar dela, e provavelmente de Lyle também, porque eu não posso ter ambos, você e eles. Eu não vou fazer isso com ela.” Jed sacudiu a cabeça repetidamente, com firmeza. “Não de novo, não nesta fase de sua vida. Eu não vou arrancar outro pedaço de sua família. Não depois da vida que ela teve que levar para se certificar de que Lyle e eu ficaríamos bem depois que meu pai se foi.” Pisando através do campo minado dos temores de Jed, tratando cada um como se fosse uma bomba que podia explodir sua vida, Booker silenciosamente implorou por tato e poesia. “Ouça.” Ele apoiou os cotovelos nas pernas e entrelaçou as mãos entre os joelhos. “Eu entendo o quanto você ama e respeita sua mãe por tudo que ela fez por vocês — ainda que não seja algo que eu possa me relacionar em primeira mão. Seu amor por sua família é uma das coisas que me atraiu tão poderosamente para você.” Cuidado. Cuidado. Booker manteve seu tom agradável e uniforme. “Mas querido, você não pode sacrificar o que você quer por sua mãe.” Booker correu para o homem e desejou que ele sentisse o furacão de emoções se agitando dentro dele, tudo por Jed. “Isso não é justo ou direito. Você merece uma vida e alguém que te ama também.” Com sua mandíbula flexionando terrivelmente, Jed olhou para o chão. De um lado para o outro, de um lado para o outro, ele infinitamente correu o polegar de cima a baixo da prateleira de metal à sua direita. “Nós tivemos isso, sabe, antes,” Jed finalmente disse, com seu tom insuportavelmente baixo e cheio de lixa. “Nós poderíamos ter sido amigos para sempre, vivendo naquele trailer juntos, passando de cidade em cidade, trabalhando com os cavalos que amamos, tendo tudo aquilo que era aquela relação que tivemos. Era bom. Estávamos felizes. Nunca deveria ter mudado, mas mudou.” Jed ergueu os olhos para contato, e a névoa embaçando as manchas de prata em seu olhar roubou a força das pernas de Booker. “Agora nós temos que nos

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separar, porque qualquer que seja esse interruptor que você acendeu dentro de mim não pode ser desligado. Se eu for com você, eu sempre vou querê-lo, e eu sempre vou sucumbir, e eu não posso ter isso em minha vida.” Cada bocado de medo e amor dentro de Booker fundiu em suas mãos, e ele agarrou a camisa de Jed quando dor apertou sua traqueia. “De jeito nenhum. Eu não aceito isso.” Jed rasgou as mãos de Booker de sua roupa e o empurrou para longe. “Você não tem escolha!” A caminho de volta para a cama, ele roubou uma lata de cerveja da caixa derramada e caiu sobre o colchão molhado. As mudanças de humor e comportamento de Jed deram cordel de chicote a Booker. Ele não podia continuar. Ele se deteve sobre Jed, porém, a lata de cerveja em sua mão, e soltou um monte de palavrões, não se importando em dizê-los em voz baixa. “Você realmente vai beber isso?” Ele perguntou quando a maior parte de sua paciência se foi. Sobrancelha arqueada, Jed olhou direto de volta e estalou a aba. “Você realmente não vai me deixar em paz?” “Provavelmente não,” Booker rosnou; Emoção controlando sua língua agora. “Então, eu provavelmente vou limpar cada maldita lata que está neste barracão do cacete em breve.” Jed virou a lata e tomou uma longa tragada. Sem pensar, Booker avançou e bateu a lata longe da boca de Jed. Fazendo contato com a mandíbula de Jed e o acertando no rosto também. Indiferente — o homem maldito precisava que alguém lhe batesse — Booker pisou na lata. “Seu irmão está com medo por você. Você se importa? E quanto a sua mãe? Ela sabe sobre todo esse álcool e o que você vem fazendo a si mesmo por duas semanas?” Jed se empurrou para cima e mostrou os dentes, mas Booker, com seu fôlego totalmente fora de controle, terminou, “Há um monte de maneiras de machucá-los, maneiras mais permanentes do que lhes confessar que você quer ficar com outro homem.” Jed bufou. “Você não conhece minha mãe.” “Não, eu não a conheço.” Booker jogou as mãos para o ar. “Eu conheço você.” Ele bateu o dedo no peito de Jed. “Você é meu foco. Eu te amo.” Booker arrastou o homem, pregou um beijo

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duro em seus lábios, e então o jogou de volta na cama. “Você pegou isso? Eu me importo com sua felicidade. Eu me importo se você está animado para acordar todos os dias. Eu vivo para proteger você e seu coração. Nada mais importa para mim.” “Você não entende?” Jed exclamou; emoção frenética mais uma vez se despejando dele em massa. “Eu nunca vou poder ter todas essas coisas se tiver que esmagar minha família a fim de fazer isso acontecer. Nem mesmo com você.” “Então você não está sequer disposto a tentar?” Jed, seu olhar tão pálido, olhou para Booker como se alguém tivesse acabado de lhe dizer que seu cavalo favorito tinha que ser abatido. “Você não pode desfazer o toque do sino. Depois do que fizemos juntos, eu e você sabemos disso melhor do que ninguém.” “Então que tal não contar a sua mãe?” Booker se agarrou a outra palha. Cristo, ele não podia desistir, não agora. “Ela não tem que saber. Seu irmão também, se é isso que você quer.” Jed franziu a testa, e tristeza visível se gravou em cada linha de seu rosto duro. “Você ficaria cansado de viver assim ainda mais rápido do que se cansou de como eu sempre deixava minhas toalhas molhadas no chão.” “Nós poderíamos estar juntos,” Booker implorou, despojando-se cru por dentro, até os ossos. “Nós poderíamos fazer parecer que voltamos à nossa antiga vida. Poderia funcionar, se você simplesmente nos desse uma chance.” Centímetros de Booker, Jed estremeceu. Sombras mais profundas encheram seu olhar. “Não. Eu acordaria um dia, e você teria partido.” O quê? “Nun—” Nesse instante, pneus esmagando o cascalho soaram através das paredes. Jed deu um pulo, correu até a porta, e abriu uma fresta para dar uma olhada. Fechando-a rapidamente. “É realmente Lyle dessa vez.” Com olhos tão grandes quanto Booker já vira antes, Jed implorou, “Vá. Por favor.” Porra, merda, caralho. Booker não faria um entalhe nos temores de Jed, não agora. Seu foco escorregou para o chão, no entanto, para a bebida, e ele disse, “Prometa-me que você vai parar de

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beber, e eu te darei o que você quer.” Ele fixou um olhar aguçado sobre Jed. “Mas você tem que ter acabado com o álcool para sempre. Não mais.” Com os lábios apertados, Jed deu de ombros. “A caixa já está quase vazia de qualquer maneira.” Ele espiou pela porta novamente. “Agora dê o fora daqui. Agora.” Booker se moveu para a porta e se colocou alguns centímetros longe de Jed. Tomando um momento para estudar os traços de pânico nos olhos do homem, os parênteses puxando fortemente ao redor de sua boca, e a forma como ele continuava apertando as mãos, Booker se preparou para se manter firme. “Esta é sua versão de um acordo?” Ele não deixaria Jed escapar de seu olhar. Silencioso por um instante, Jed finalmente disse, “Você sabe como me ler. Eu admito; Então você sabe o que isso quer dizer.” Lágrimas brotaram nos olhos de Booker. “Então eu vou embora.” Seu tom segurando tanta rouquidão quanto à de Jed tinha. “No momento.” Ele se inclinou para bicar um beijo no em seu rosto. Jed empinou, porém, e Booker deslizou para fora, seu coração partido, com um simples adeus. Uma vez lá, ele levou um golpe duro em seus olhos úmidos. A luz do sol brilhante o cegou, e quando ele começou a caminhar para seu caminhão de aluguel, ele tropeçou na mangueira. Amaldiçoando baixinho uma faixa deprimente, seu foco, porém, caiu sobre seu kit de higiene, e ele trocou para agradecer a Deus por sua falta de jeito. Rapidamente pegando o kit, o preservativo usado, e o pacote vazio de lubrificante. O sabonete e creme dental estavam no chão também. Por conveniência ele amontoou tudo no kit, lembrandose de abotoar a camisa, e então voltou a seguir para seu veículo. Assim que abriu a porta do motorista, a voz de Lyle atravessou o céu da tarde. “Você resolveu tudo?” O homem desceu os degraus dianteiros da varanda até Booker. “Ele está bem agora?” Cuidado. Cuidado. O novo mantra de Booker não apenas sussurrou em sua cabeça; gritou. “Ele está limpo, está sóbrio, e jurou que vai parar com o álcool.” Com grande força de vontade,

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ele modulou a voz para manter quase toda a emoção fora. “Estou voltando para meu motel por agora.” Lyle enfiou as mãos nos bolsos dianteiros do jeans. Balançando para trás nos saltos de suas botas de cowboy, ele olhou em direção ao quintal. “Acha que posso convencê-lo a voltar para dentro de casa para dormir?” Com todas as linhas duras, Lyle se voltou para Booker com uma carranca apertada puxando sua boca. “Meg se preocupa com ele naquele barracão sozinho a noite toda.” Semelhante a Jed em muitas formas sutis, Lyle fez Booker querer arrastá-lo para um abraço também. Ele apertou o braço do homem ao invés. “Eu acho que se você lhe disser que o quer de volta na casa, poderia funcionar. Ele faria qualquer coisa por você e sua mãe.” Amor e necessidade começaram a sangrar em Booker novamente — porcaria, não — e ele conseguiu riscar, “Não importa o custo.” Ele subiu no caminhão tão rápido quanto podia. “Eu já vou.” E então saiu da calçada antes de Lyle testemunhar outra porção de vulnerabilidade nele e descobrir que seu coração pertencia a Jed. Quando voltou ao motel, Booker colocou o cotovelo na porta e limpou o rosto com dedos trêmulos. Puta merda em uma tela. Isso não correu bem. Usar esse tempo precioso deles juntos para foder Jed no esquecimento só tinha assustado o homem ainda mais. Mas, inferno, quando viu Jed crescer excitado, quando saboreara a paixão e necessidade no beijo do homem, ele se tornara impulsionado a bater seu amor e atração nele em todos os sentidos, inclusive através do sexo alucinante. Não foi o movimento mais inteligente. “Hora de se reagrupar com um plano novo, mais gentil.” Booker se tornara tão acostumado a ter Jed por perto para ouvi-lo que tinha começado a falar consigo mesmo em voz alta nas últimas semanas. Ele não gostava disso; Ele sentia falta de sua ressonância, de seu companheiro, de seu parceiro atirar-suas-besteiras-e-vadiar insuportavelmente. Eu quero meu Jed de volta. Pelo menos o homem estava sóbrio agora. Booker criou coragem e esperança nisso. Ele também tinha mais um ás na manga para oferecer a Jed. Se ao menos Jed abrisse seu coração e olhos e aceitasse isso.

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Roubando uma das táticas da mãe de Jed, Booker começou a rezar.

***** Mexendo no computador, Jed tentou se concentrar na lista de fazendas do Texas e se perguntou se algum deles poderia ter um emprego para ele. Ele não podia voltar para o rodeio. Quase três semanas se passaram, mas ele ainda podia ver nitidamente os rostos de um punhado de madrugadores como ele saírem dos trailers na manhã que ele decidira fugir. Eles claramente tinham ouvido Jed e Booker fazer sexo ou sido informados durante a noite por alguém que tinha. Todos tinham julgamento em seus olhos como se eles não apenas tivessem ouvido tudo em primeira mão, mas tivessem visto tudo também. Mais do que aqueles rostos flutuaram diante da vista de Jed, distraindo-o. Pensamentos intermináveis de Booker puxavam sua atenção de sua tentativa de começar a procurar um novo trabalho também. Booker o assombrava em centenas de formas. Jed mais do que via o rosto do homem em uma constante, ele podia ouvir aquela voz profunda e suave como se estivesse direto em seu ouvido. Ele podia sentir aquele corpo quente e sólido pressionado atrás dele, na frente dele, dentro dele, praticamente a cada minuto do dia. Com pensamentos do homem o consumindo mais uma vez, Jed fez uma careta. Seu peito apertando com força, e uma pontada atingiu seu intestino. Cinco dias se passaram desde que Booker viera à casa de Lyle e Meg. Jed não vira nem ouvira sobre o homem mais, embora ele tivesse dito que voltaria. Durante esse tempo, Jed se barbeara e voltara à sua rotina de higiene. Mais importante, permanecera sóbrio cada um desses dias, cumprindo sua promessa a Booker. Ele não poderia olhá-lo nos olhos e ver decepção lá se não tivesse. Não novamente. Vergonha encheu sua barriga, e ele rosnou para sua imagem refletida no monitor do computador. Amaldiçoando sua fraqueza. Seu pai se virava para a bebida sempre que não podia lidar consigo mesmo ou uma situação difícil, e Jed abominava o sangue dentro dele que o fez

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desejar o álcool quando a vida se tornara muito difícil. Ele odiava não ter o caráter dentro dele para superar o desejo de beber, quando não conseguira lidar com sua vida. Seu irmão tinha conseguido ficar sóbrio mesmo durante seus tempos mais difíceis, quando pensara que poderia perder Meg, Lyle manteve seu limite de duas bebidas. Jed não tinha conseguido fazer o mesmo quando veio seus dias mais difíceis, e assim ele sabia que a fraqueza tinha muito a ver com ele como com seu pai. Sou eu. Ali onde estava Jed quis vomitar. Sou eu quem é fraco. Na cozinha, Meg olhou para cima da pia. “Tudo bem, Jed?” A voz o tirando de um caminho sinuoso de pensamentos e memórias feias teimosamente se agarrando a seu cérebro. Sentado em uma pequena mesa no canto da sala, Jed forçou-se a fazer contato visual com a delicada mulher de cabelos ruivos. Cristo, ela é mais gentil com você do que você tem o direito de esperar. Não ferre com seu único dia de folga. “Tudo,” Jed respondeu através de um sorriso apertado. “Só estou tentando ter um ideia de que tipo de trabalho tem lá fora agora.” Meg o estudou a partir dos quinze passos longe, e Jed começou a suar. E ele jurou que os anos a mais que ela tinha sobre ele, as experiências duras de vida que a tinham fortalecido tanto, lhe permitia ver direto em sua alma. Mas ela apenas sorriu e disse, “O jantar vai estar pronto logo,” e voltou para verificar em sua panela. “Obrigada.” Jed voltou sua atenção para a tela do computador, mas, mais uma vez as palavras se tornaram um borrão. Porra. Nas horas mais escuras da noite, quando tinha sua mente cheia de Booker, doendo por ele, Jed fantasiava dizendo a Meg sobre seu amor e cobiça por seu melhor amigo. Sonhando derramar todos os seus segredos e medos para ela, e então avaliando sua resposta. Meg conhecia Lyle melhor do que ninguém; E Jed queria lhe perguntar se ela achava que Lyle poderia viver com ter um irmão em uma relação com outro homem. Naqueles momentos de quietude, por apenas um instante, esperança brotava nas profundezas mais privadas de sua alma. Tão rápido, porém, dúvidas apunhalavam seu caminho, e Jed imaginava algo terrível acontecendo a sua mãe quando ela inevitavelmente descobrisse tudo. Cristo, a mulher era tão acentuadamente definida

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em seus caminhos que saber de um filho em um caso de amor homossexual poderia muito bem matá-la. Nada disso talvez importe, afinal — Jed esfregou a dor afiada em seu peito — já que Potro nem sequer apareceu ou tentou me contatar em cinco dias. Booker lhe dera exatamente o que ele queria: Deixara-o em paz. No entanto, nos dias desde que eles se enroscaram contra o lado do barracão, Jed vinha pensando em Booker mais do que em qualquer época que estiveram amontoados em um pequeno trailer. Ele disse que voltaria, mas talvez eu realmente o tenha convencido a ir embora. Seu coração afundou e clamou por seu companheiro. Rápido em seus calcanhares, porém, calor varreu seu sistema. Ou talvez ele esteja ferrando comigo, de forma que quando vier, eu vou perceber o quanto senti sua falta e o quero de volta. Jed gemeu e escorregou em sua cadeira. Ele não sabia mais o que pensar, e menos ainda o que fazer. Tudo dentro dele parecia fora de sintonia, fora de harmonia, e ele não sabia se deveria confiar em seu intestino, ou seus pensamentos, ou seu intelecto, ou seu coração. Neste momento, a maçaneta na porta da frente girou, e Lyle entrou. “Ei.” Ele jogou as chaves em uma mesa perto da porta. “Olhe quem eu encontrei na calçada, sentado em seu caminhão com o motor ligado.” Booker atravessou o limiar, sem seu chapéu de cowboy, o cabelo cuidadosamente penteado, camisa e calça jeans apertadas, pele esfregou e barbeada limpa. Foda-se. Jed jurava que Booker era o ser humano mais sexy que ele já tivera o privilégio de ver. O homem tinha um buquê de flores na mão, e olhou direto para Jed com um olhar penetrante que serpenteou através dele toda a distância até seu núcleo. Oh merda, Potro. Jed saltou para equipe completa e quase se derramou ali onde estava.

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Capítulo Dezesseis Lá sentado, Jed rapidamente cruzou a perna para cobrir sua ereção súbita. E silenciosamente amaldiçoou seu pênis, mas porra, um olhar para Booker de pé na entrada de Lyle, uma vista viril e ainda bela ao mesmo tempo, e de alguma forma ele cresceu ainda mais dolorosamente duro. Porra. Como é que este homem tinha tal poder sobre ele? Esta estranha conexão que compartilhava com Booker, experimentada desde a noite em que se encontraram pela primeira vez, continuava a desafiar razão e lógica. Eu deveria ter lhe dado para Marcy naquele primeiro mês de trabalho e o tirado da minha vida. Com esse pensamento, Jed ficou imediatamente frio, e suor eclodiu em seu pescoço. Sua boca ficou seca, e ele estremeceu também. Estreitando o olhar, Booker jogou as flores no chão e correu para se ajoelhar aos seus pés. “Jed?” Ele colocou a palma em sua testa, e manchas de grama orvalhada iluminaram seu olhar. “Você está bem?” Eletricidade deliciosa crepitou através de sua palma para Jed, aquecendo seu sangue a um grau superior, e pânico instantâneo inundou seu sistema. “Claro que estou bem,” ele cuspiu quando secura governou sua boca e seu lábio superior se prendeu a seus dentes. Jesus, contudo, ele não conseguia parar de devorar Booker com os olhos, embora a cada segundo que olhava sua pele ficava mais quente, e mais apertada, e mais sensível a cada lasca de contato entre eles. Ele alcançou e cobriu a mão de Booker em seu rosto. “Como — “ arrancando sua mão da parte de trás da de Booker — Cristo, por que você simplesmente não coloca um outdoor e anuncia seus sentimentos para Lyle e Meg? — Jed empinou longe do toque e trancou os dentes. “Que diabos você está fazendo aqui?” Puxando a mão, Booker empalideceu e deu um passo atrás. Jed engoliu uma maldição silenciosa, apontada direto para ele. Droga. Ali mesmo Jed tinha estado ansiando pelo cara, e a primeira vez que vê Booker em cinco dias, ele praticamente mordeu a cabeça do cara fora por mostrar bondade humana básica. Merda.

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Nem um pouco seu sorriso autootimista, Booker olhou para Lyle, e depois por cima do ombro para onde Meg estava na cozinha. “Eu… Seu irmão… Sua esposa...” Meg saiu da cozinha, e Booker ofereceu um sorriso vacilante. “Meg me localizou e me convidou para jantar.” Com a facilidade e suavidade de uma gazela, Meg se moveu para o lado de Jed. “Sim, eu fiz.” Ela entregou a Jed um copo com água. “Tome isso.” E colocou a mão em sua testa também. “Você parece um pouco quente.” Sua ereção não mais um problema, Jed corou todo, mas a água gelada no copo fez suas mãos ficarem úmidas. Ele também podia sentir o escrutínio de seu irmão abrindo buracos com seu olhar fixo no lado de sua cabeça. Depois de murmurar sua gratidão a Meg, Jed tomou um montante simbólico da água antes de colocar o copo na mesa do computador. “Sinto muito. Não se alarmem comigo.” Ele deixou o olhar escorregar para Booker por uma fração de segundo e murmurou, “me desculpe por ter estalado.” Algo mais e ele correria o risco de outra ereção. Jed deu toda sua atenção para a preocupação aberta sombreando os olhos castanhos de Meg. “Eu estou bem. Eu juro.” “Tudo bem.” Meg apertou seu braço. “Se é o que você diz.” Quando Meg se afastou, Jed afundou. Depois de mais um olhar rápido e ilegível, Booker pegou o buquê de flores desgrenhado e o estendeu para Meg. “Aqui. Estas são para você.” Ele lhe deu um de seus malditos mais doce e mais sincero sorriso tímido, e a visão puxou o coração de Jed. “Desculpe. Parece que algumas das pétalas se soltaram quando bateu no chão.” “Obrigada.” Meg sorriu para Booker. “Elas são perfeitas. Venha comigo enquanto eu desenterro um vaso” — ela lhe bateu com o cotovelo, e ele a seguiu para a cozinha — “e vamos deixar a formalidade dos nomes fora do caminho. Eu sou Meg.” Ela riu; Algo leve e arejado, flutuando através dos cômodos. “Obviamente.” “Booker West.” De onde se sentava Jed viu Booker estender a mão em saudação. “Obrigada pelo convite para jantar. É muito bom finalmente conhecê-la.” “Eu ouvi muito sobre você.” Meg tirou um vaso de uma cristaleira maltratada, o tempo todo mantendo sua total atenção em Booker. “E sinto o mesmo.”

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Enquanto observava o par, uma estranha e doce torção de inveja e orgulho perfurou o intestino de Jed. É claro que Booker tinha trazido as flores para Meg. Primeiro, um homem não dava a outro homem um buquê de flores, mesmo que estivessem se fodendo; Jed estava certo disso. Segundo, por mais que Jed entrava em pânico toda vez que via Booker, em sua essência, ele não achava que o homem daria deliberadamente a natureza de sua relação, não quando ele sabia o quanto Jed temia que sua família descobrisse sobre eles. De conhecer Booker tão bem, Jed podia imaginá-lo cuidadosamente escolhendo o melhor buquê de flores e esperando que tivesse escolhido as cores e variedades que Meg mais gostava. O que ele escolheria se pudesse me comprar um pequeno presente nada doce e abertamente me dar na frente dos outros? Provavelmente não flores, mas talvez um daqueles ridículos ramos de frutas frescas que Jed uma vez tinha acidentalmente revelado que achava bem legal. Sim, Potro se lembraria de que eu disse isso. “Cara?” Do nada, Lyle picou seu braço. Forte. Jed sequer tinha percebido que seu irmão tinha vindo para seu lado. Ele olhou para Lyle, que silvou em voz baixa, “O que há de errado com você?” Jed empinou. “Nada.” “Então por que você está todo vermelho e parecendo que vai desmaiar?” “Eu não vou desmaiar. Deus.” Ele se atirou de pé. “Sai pra lá. Eu juro, mas você está agindo como nossa mãe nestes dias.” “Sério?” A sobrancelha cor de areia de Lyle se ergueu até o meio da testa. “Como você sequer sabe, se ainda nem foi vê-la?” “Vai se foder. O que diabos você está fazendo de qualquer maneira” — Jed arremessou seu foco para a cozinha, onde Meg ainda conversava com Booker — “chamando meu pessoal e os convidando para sua casa sem meu conhecimento? Eu não lhe dei permissão para ter Potro aqui.” Um brilho perigoso fervilhou nos olhos de Lyle. “Foda-se de volta.” Com a voz um sussurro suave, mas selvagemente ameaçador, ele acrescentou, bem na cara de Jed, “Minha esposa queria conhecer seu amigo. Eu o conheci no outro dia. Ela não conseguiu, e decidiu

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chamá-lo para ver se ele queria vir para o jantar. Eu não a administro ou vigio o que ela faz.” O olhar de Lyle deslizou para sua esposa, assim como o de Jed tinha para Booker um momento atrás. Um pouco da volatilidade sangrou fora de Lyle, por apenas um segundo, mas quando ele se voltou para Jed, fogo queimava dentro do homem de novo. “Meg não convida muitas pessoas, então, se você agir como um idiota e estragar isso dela, eu juro por Deus que vou colocar de lado cada pedacinho de preocupação e misericórdia que te mostrei nestas últimas três semanas e batêlo direto através destas paredes.” Lyle, oh muito brevemente, arrastou Jed pela camisa e o sacudiu. “Você está me ouvindo?” Atingido no intestino, Jed se apoiou na mesa para se segurar. “Eu nunca machucaria os sentimentos de Meg ou deliberadamente estragaria algo importante para ela.” Sua voz chiou. “Você sabe disso sobre mim, cara.” Com o olhar ainda duro, Lyle deu de ombros. “Eu não sei muito sobre você hoje em dia, irmão, e esta é a triste verdade. Nenhum de nós sabe. Agora, você vem comer? Ou vai esperar até meia-noite de novo, e depois correr para a cozinha no escuro para poder devorar sozinho todas as sobras?” Lyle não se incomodou em esperá-lo. Moveu-se para a cozinha, beijou sua esposa no rosto, e se juntou à conversa, deixando Jed sozinho na sala. Droga. Náuseas roeram o intestino de Jed, e uma voz insistente em sua cabeça lhe disse para sair agora e nunca mais voltar. O anonimato em uma nova cidade e uma vida renovada o atraiu em direção à porta da frente. Mas, quando ele estudou três das quatro pessoas que ele mais amava neste mundo, todos reunidos e conversando em um cômodo, uma nova necessidade em seu núcleo se revelou e gritou, fazendo sua voz conhecida também. Da cozinha, Booker olhou para Jed. Seus olhares se seguraram por apenas um instante. Booker virou sua atenção de volta para Meg, mas naquele breve fragmento de conexão, algo tácito relampejou intensamente em seus olhos. A visão esmurrou Jed no coração e roubou seu fôlego. Nesse pontinho de tempo, ele viu algo terrível: A si mesmo, cheio de amor, em uma casa como esta, com Booker ao seu lado. Desejo diferente de tudo que já experimentara o percorreu, paralisando-o. E, novamente, ele pensou que poderia vomitar.

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***** Entre entalhes de riso, Booker atravessou seu coração e compartilhou com Meg e Lyle, “Mão de Deus, direto na testa, bochechas e nariz” — Booker imitou uma ação voadora através do próprio rosto — “manchas de lama e bosta de cavalo pulverizaram sua pele. Ele passou uma boa hora tentando conseguir a atenção desta amazona local de barril, e não conseguia entender por que ela não lhe dava o tempo do dia. Então nós voltamos para o trailer para nos limpar e sair; E ele finalmente se viu no espelho.” Olhando de uma Meg sorridente para um Jed carrancudo, Booker limpou os olhos. “Ele ficou tão irritado por eu não ter lhe dito nada. Eu tinha certeza que ele ia arrancar o cinto e pelar cada pedaço escondido de minha bunda como vingança por não ter lhe avisado.” Vermelho pontilhando suas bochechas, Jed relampejou um sorriso perversamente escuro. “Eu malditamente bem deveria ter feito isso, seu filho da puta. Nós tínhamos um acordo.” Por debaixo da mesa, Jed acertou Booker na canela com a bota. “Você sempre deveria ter as minhas costas. Sem mencionar, que essa história deveria ter morrido para sempre naquele dia em Cheyenne. Você prometeu nunca repeti-la para ninguém.” Booker olhou para Jed, leve como o ar. “Não. A piada era boa demais para deixar passar, e contá-la ainda é um dos meus maiores prazeres. Eu acho que gesticulei para pelo menos umas vinte pessoas naquele dia para não contar sobre a merda em seu rosto. Porra, todos nós demos umas boas risadas.” “Idiota.” Jed lhe atirou um dedo, mas mais prata do que Booker tinha visto em semanas dançaram nos olhos do homem, e isso o aqueceu até seu núcleo. “Você é tão filho da puta às vezes.” Então, naturalmente, Booker sorriu para seu homem bonito de orelha a orelha. “Às vezes você precisa que eu seja um, be —” Porra. Booker engoliu o resto da palavra, antes que bebê saísse totalmente. Merda.

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Ao lado dele, Jed ficou em silêncio, e um pouco da cor deixou seu rosto também. Sem dúvidas, ele sabia qual era o carinho que Booker quase tinha deixado escapar. “Vocês parecem ter tido um monte de diversão trabalhando no circuito juntos.” Meg sorriu para Booker, e sua bondade sincera, enquanto Booker escondia uma parte crucial de sua alma, de repente o fez se sentir como o pior tipo de fraude. “Isso tem seus momentos,” Booker murmurou. Com terrível obviedade, Booker puxou a manga para olhar no relógio. “Droga. Eu nem percebi o tempo passar.” Pelo menos já estava se aproximando das onze, e por isso se levantar e levar a xícara e pires para a pia não pareceu descontroladamente antinatural. “Vocês têm sido mais do que hospitaleiros. Deixe-me ser um bom convidado e lhes devolver sua casa.” “Você tem certeza?” Meg se levantou e se virou em um círculo para seguir cada passo que Booker dava. “Há mais sobremesa e café no fogão.” Parando no limite entre a cozinha e a sala, ele ofereceu a Meg um sorriso caloroso. “Obrigada, mas estou cheio todo o caminho até minhas orelhas. Não consigo me lembrar da última vez que tive um jantar tão bom.” Então, engasgado por esta mulher, Booker descartou um aperto de mão e lhe deu um abraço rápido. “Obrigada novamente por me convidar.” Meg lhe deu um aperto rápido em troca. “Foi um prazer.” Quando Booker recuou, a cozinha em sua totalidade encheu sua visão, e ele silenciosamente amaldiçoou seu comportamento. “Desculpe meus modos. Minha irmã me ensinou melhor.” Pratos sujos, xícaras e panelas se espalhavam pelo balcão. “Como posso ajudála antes de sair?” “Não. Não. Não se preocupe com nada.” Meg lhe acenou como se ele fosse um mosquito zumbindo em seu espaço. “Tenho um marido para arrumar as sobras e uma máquina de lavar para fazer a limpeza. Mas obrigada pela oferta.” “Então eu vou sair do seu caminho.” Booker forçou outro sorriso. “Obrigada mais uma vez. Eu gostei de estar em sua casa.”

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Quieto pela maior parte da noite, Lyle se empurrou fora da cadeira, alcançou uma extensão da cozinha, e trocou um aperto de mão com Booker. “Nós também. Tenha uma boa noite.” “Você também.” Advertindo-se para pisar com cuidado, Booker deslizou sua atenção para o homem sentado à esquerda de Lyle. “Jed.” Booker foi para tirar o chapéu, mas quando tocou apenas o ar, ele se lembrou de que o havia deixado no motel. Calor queimou seu rosto. “Eu te vejo outra hora.” Em vez de agarrar a mão de Jed e arrastá-lo de volta para o motel, como cada pedacinho de seu corpo e mente lhe gritava para fazer, Booker apenas acenou. “Noite.” Então, com um giro, ele conseguiu o inferno fora dali. Comandando as pernas para se mover em um passo medido, mas por dentro, ele correu para a porta. Uma vez fora ele sugou o ar fresco e não perdeu tempo trilhando os degraus para o caminhão tão rápido quanto seus pés o deixaram. Quando alcançou o veículo, ele apertou a testa contra o metal frio da porta do lado do motorista e exalou vacilante com alívio. Por quase quatro horas ele manteve uma máscara agradável como amigo de Jed, e nada mais profundo. O tempo todo, cada vez que não podia bicar um beijo em seu rosto ou tomar sua mão na mesa de jantar do jeito que Lyle fazia com Meg, sua alma se quebrava um pouco mais. Cristo sabia que seus dedos tinham coçado a noite toda para tocar Jed, e sua língua tinha queimado com carinhos. Booker manteve o decoro, porém, não só para dar cobertura a Jed, mas também para lhe dar espaço de respirar e decidir por si mesmo o que queria. Não querendo assustar Jed e enviá-lo há outra pirueta. A cada minuto que passava, porém, ele se sentia mais e mais como um mentiroso. Booker tinha gostado de Meg e até sentira algo tipo uma afinidade com o Lyle mais moderado, de forma que cada vez que teve que se sentar em suas mãos, a fim de não tocar Jed, ele viu isso como mentir direto nos rostos deles sobre quem ele realmente era. Com as mãos em punhos, pressionadas na janela, Booker fechou os olhos e suavemente bateu a cabeça contra o metal. Ele já sabia que não seria capaz de passar outra noite na companhia de outras pessoas sem tocar Jed. No entanto, se não o fizesse, se não continuasse essa

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charada, ele ia assustar Jed e, possivelmente, perdê-lo para sempre. Ele gemeu e bateu a cabeça contra a porta novamente. Eu não sei para onde ir daqui. Nesse momento, a luz da varanda atrás dele iluminou o pequeno gramado. Ele se virou e focou direto em Jed na porta. Oh meu. Sua boca ficou seca, e seu sangue começou a bombear para o sul num ritmo furioso. Uma suave luz amarela deixava metade de Jed na sombra, mas todos os planos rígidos e músculos rasgados na porção iluminada roubaram muito do fôlego de Booker. Uma camiseta confortável nos ombros e braços, com um desgastado TEXAS PARA SEMPRE, destacava cada músculo atado em seu torso. Jed usava um jeans índigo que colava como uma segunda pele, e suas familiares botas de cowboy cor camelo completavam um conjunto que Booker vira nele um milhão de vezes, mas nunca envelhecia. Booker olhou, olhou, e olhou de uma forma que não se permitira fazer lá dentro, e cada segundo que passava zombava dele para se mover e agarrar este homem em seus braços para sempre. Não faça. Não faça. O mantra de precaução perfurando sua mente por cinco dias elevou sua cabeça ditatorial, mais uma vez, fazendo-o silenciosamente rosna para a voz terrível da razão. Ainda assim, a voz falou alto e claro. Não deixe que ele veja que você quer fodê-lo no chão da varanda, ou você vai assustá-lo novamente. As palavras cautelosas viviam em sua cabeça, mas seu pênis endurecendo não escutava a mensagem. Controle-se. Agora. Booker continuou a olhar, fazendo um inteiro banquete de Jed com os olhos, e mais do que seu pau se encheu de vida. Seu ser aqueceu e se tornou saciado de uma forma que a comida que acabara de comer não pôde fazer. Incapaz de conter sua necessidade, ele suavemente passou a mão ao longo de seu eixo endurecido. Na varanda, Jed recuou completamente para as sombras e agarrou a maçaneta. E a alma de Booker se desfez em pó. Eviscerado por completo — Porra. Ele não me quer. Eu não consigo respirar — Booker rasgou seu olhar longe. Agarrando o puxador da porta do caminhão com dedos que tremiam de uma forma que ele desprezou. A porta não se moveu. Trancada. Droga, ele nem sequer tinha pensado nas chaves.

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Booker se embaralhou para cavar o chaveiro no bolso. Enquanto o fazia, passos trovejaram atrás dele, e seu coração começou a bater de modo selvagem fora de controle. Não. Não. Não. Apavorado de sangrar na frente de Jed, ele se atrapalhou com ajustar a chave na fechadura. Eu não posso deixá-lo me ver assim. Tarde demais para se salvar, Booker clamou quando Jed bateu nele por trás e enfiou o rosto em sua nuca. Calor queimou através de sua espinha e se espalhou por todas as direções, acendendo-o. Jed o fechou no círculo de seus braços. O calor emanando dele se afundando em seus ossos, respondendo a seus gritos silenciosos por um companheiro. Não. Por favor. Sensações asfixiantes entupiram sua garganta, e suas pernas cederam debaixo dele. Jed imediatamente apertou o agarre em sua cintura, mas o suporte queimou e marcou a carne de Booker tanto quanto o ajudou a permanecer de pé. “Jed…” Booker cobriu as mãos de Jed onde descansavam contra sua barriga, e ele piscou para o céu da noite estrelada. “Por favor, não faça. Não se você não quer dizer isso.” Com o rosto enterrado contra sua nuca, Jed sussurrou, “Eu sinto muito. Eu sinto muito. Eu sinto muito.” Espessura e cascalho revestia seu tom. “Nós não estávamos sequer nos tocando, e eu te fiz vacilar como se eu o tivesse esmurrado. Eu sinto muito.” Oh merda. Exaltação lavou através de Booker, mas ao mesmo tempo uma tensão insuportável constringiu seu coração. “Eu não sei o que você quer de mim mais.” Jed confessou, “Eu também não.” Ele girou Booker, porém, e o lotou na lateral do caminhão. Piscinas líquidas queimavam brilhantes nos olhos de Jed, e seu peito se movia como se ele não pudesse obter ar suficiente. “Eu só sei que não posso passar quatro horas olhando para você através de uma mesa e não te beijar.” Jed esmagou sua boca com beijo ardente. Imediatamente tudo dentro de Booker gritou seu amor por este homem, e ele se lançou no beijo. Jed resmungou algo áspero, direto em sua boca. A necessidade tangível nele encharcando cada molécula no corpo de Booker e arrastando necessidades muito mais cruas de seu núcleo. Ele cortou sua boca através da de Jed e forçou seu caminho para dentro, desesperado para lamber, chupar e deixar sua marca nele mais uma vez. Jed choramingou em resposta. Cavou

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os dedos no baixo de suas costas, arranhando em sua camisa de algodão, e emaranhou a língua com a sua também. Com cada beijo que Jed dava ou roubava, e com cada esfregar implacável de seu corpo contra ele, puro calor incandescente se afundava no núcleo de Booker e elevava sua temperatura e desejo a níveis cataclísmicos. Com sua ereção doendo e se empurrando contra o jeans, ele moeu o pênis contra a protuberância crescente do jeans de Jed. Que gemeu e empurrou de volta, e ele mordeu na boca de Jed, só para depois lamber e acalmar a dor que tinha criado. Jed tremeu contra ele, mas então o mordeu de volta. Ele arranhou seu caminho pela espinha de Booker, puxando sua camisa fora da calça até o meio de suas costas no caminho. Oh, porra. Booker corcoveou, e um cuspe de pré-semem umedeceu a frente de seu jeans. “Jed…” Mal quebrando o beijo, lutando por ar, Booker mordiscou o lábio superior avermelhado de Jed, incapaz de se afastar completamente do homem. “Oh porra, Jed.” Mesmo com metade de suas costas expostas, a noite de verão espessa do Texas não fazia nada para esfriar sua carne. A visão de Jed, tão duro e quente e sua paixão desenfreada, só aumentando a umidade ao redor deles ainda mais. Booker murmurou; “Porra, cara.” Em um movimento contínuo, ele mergulhou abaixo e pressionou um beijo no estômago de Jed através da camisa. “Você é tão sexy.” E então puxou a bainha só um pouquinho e lambeu suavemente cada pedaço de pele quente que apareceu. Na sua frente, Jed se curvou e enterrou a mão em seu cabelo. “Merda do caralho, Potro. Eu senti tão malditamente tanto a sua falta. Eu pensei que você tinha partido.” Segurando um tufo de seu cabelo, Jed puxou Booker de pé, colocando-os olho-no-olho mais uma vez. “Fodame.” Com a voz arranhando como lixa e redemoinhos de mercúrio quente ardendo em seu olhar. “Eu preciso sentir você dentro de mim novamente.” Seu coração batendo insuportavelmente, Booker sussurrou, “Eu quero isso também,” e mergulhou para outro beijo. Penetrando a boca de Jed, faminto por um segundo gosto deste homem. Jed empurrou através de seus lábios com poder igual, e Booker gemeu enquanto lutava pelo domínio. Jed lambeu ao longo de suas bochechas e chupou sua língua com agressão. A

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sensação dele tomando o controle acendeu algo necessário na alma de Booker e enviou uma onda de desejo pulsante através de cada molécula em seu corpo. Seu canal traseiro despertou e começou a pulsar a tempo com seu pau, e ele de repente queria se curvar sobre o capô do caminhão e oferecer seu buraco para a tomada tanto quanto queria afundar seu pau profundamente na bunda de Jed. Jed espalmou a chave dos dedos de Booker e rapidamente destrancou a porta do caminhão. Puxando na alça até a trava estalar suavemente na noite. Depois de tirá-lo do caminho, ele abriu a porta largamente, e a luz de dentro os iluminou em um semicírculo. “Entre no caminhão.” Junto com a ordem, ele empurrou Booker contra o assento. Seu foco derretido, Jed esfregou a mão pelo comprimento de seu próprio pênis, e então abriu a calça. “Tira seu pau rápido. Eu preciso de um gosto antes de montá-lo até que eu esteja tão dolorido que não aguento mais.” Merda do caralho. Sussurrando, “Sim,” Booker arrastou Jed e plantou outro beijo duro em seus lábios. “Eu nunca tenho o suficiente de você.” Ansioso como o inferno, Booker começou a desfazer o cinto. Jed rosnou, e suas narinas chamejaram. Ele agarrou Booker pela camisa e abriu o botão superior. Quando ele foi para o segundo, e o abriu, um estalo ricochetou através do pequeno jardim da frente como um canhão rasgando a noite. Imediatamente Jed deu um pulo e se desvencilhou. Saltando de pé, Booker, então, se emplastrou contra a lateral do caminhão, colocando distância entre ele e Jed. Ele não se moveu rápido o suficiente, porém. Lyle estava na varanda, o lixo na mão, e olhou diretamente para Booker e Jed. Oh merda. Oh merda do caralho. Oh merda filha da puta. As linhas normalmente duras do rosto de Jed desabaram, e o estômago de Booker caiu para a calçada de concreto. Lyle viu tudo. A escolha de vir a limpo sobre sua relação tinha sido arrancada do controle de Jed. Filho da puta.

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Capítulo Dezessete Não. Não. Não. Jed ficou no gramado dianteiro de seu irmão, olhando para Lyle — que acabara de testemunhar Jed se esfregando com outro homem — e toda a vida de Jed drenou de seus poros na grama, deixando-o coberto de arrepios e calafrios em uns noventa e nove graus da noite. Congelado no lugar, ele entreabriu os lábios, desesperado para falar às palavras que faria tudo voltar ao normal. Apenas um chiado raspado saiu. Na varanda, Lyle, a boca tão retorcida quanto Jed já vira, sacudiu a cabeça. Ele murmurou algo como, “Huh-uh. Não,” soltou o lixo, e agarrado a porta da frente. Finalmente Jed avançou. “Lyle!” Ele encontrou a voz, mas seus pés caíram sobre a varanda no momento em que Lyle batia a porta em seu rosto. Não. O golpe mortal socou direto pelo plexo solar de Jed, poderoso o suficiente para deixá-lo de joelhos. Uma sombra longa caiu sobre os degraus. Um segundo depois Booker acariciou seu ombro. “Jed.” Booker, com sua voz tão suavemente profunda e bela e a força de seu abraço era tudo que ele queria, mas ainda consumida, a alma de Jed o fez recuar. Ele ergueu o olhar, e Booker se agachou ao seu lado. Com seu olhar orvalhoso, Booker enfiou os dedos em seu cabelo e segurou a parte de trás de seu pescoço. “Eu sinto tanto, cara. Não era assim que eu queria que as coisas acontecessem.” Então, muito naturalmente Jed se aninhou no toque de Booker. Calor se afundou em sua carne e afugentou um pouco do frio. No mesmo instante, uma luz escurecendo pela janela dentro da casa jogou água gelada por todo ele. Jed rasgou longe, se atirou sobre pés instáveis e tropeçou para a porta. “Não é sua culpa,” ele murmurou sem olhar para trás, “mas você não pode mais ficar aqui. Eu tenho que fazer isso direito.” Tudo dentro dele se sentia como a desidratação rachando a terra e a secando a cada segundo. Quanto mais tempo ele deixava Lyle sozinho lá dentro tirando suas próprias

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conclusões sobre o que tinha visto, colocava o perdão e a reconciliação ainda mais longe do seu alcance. Com a testa pressionada contra a porta, Jed tentou respirar normalmente e controlar o sangramento. “Eu não posso perder meu irmão, Potro.” O pensamento de nunca pegar o telefone para falar com Lyle de novo cortou através dele rapidamente. Quebrado novamente, ele sussurrou, “Eu não posso.” Atrás dele, com calor se despejando fora de seu corpo para Jed, Booker disse, “eu posso ajudá-lo. Eu passei por isso com minha irmã, e posso ajudá-lo a passar por isso com Lyle também.” Jed fechou os olhos ainda mais apertados. “Se você quer ajudar, então vá.” Uma calma estranha na casa o insultava com sugestões de que já era tarde demais para ele e que seu irmão tinha saído de sua vida para sempre. “Eu tenho que lidar com isso sozinho.” Enrolando os braços em sua cintura, Booker enterrou o nariz em seu cabelo. “Jed—” Doendo para se afundar de volta naquele corpo grande e seguro — Pare com isso! Não! — Jed endureceu ao invés e empurrou Booker fora dele. “Vá embora.” Depois de uma briga com a maçaneta, ele finalmente a girou e abriu a porta. Sem olhar para trás, ele acrescentou, “Agora,” e fechou a porta na cara de Booker. No momento em que a porta clicou, o coração de Jed gritou pelo homem do outro lado da madeira. A lembrança de seus músculos empurrando suas pernas para correr de volta para os braços de Booker, mas ele silenciosamente se ordenou a dar mais um passo dentro da casa. A cada passo que tomava, seu corpo doía fisicamente. Ele alcançou a cozinha, mas a dor já dentro dele não podia se comparar à braçadeira de repente esmagando sua alma, tudo na visão de Lyle sentado à mesa da cozinha, só a luz suave acima brilhando. Ele tinha duas cervejas à sua frente, e parecia prestes a abrir a primeira lata. Meg não estava à vista. Porra. Mais inseguro do que um potro recém-nascido, Jed tomou o lugar oposto a seu irmão e colocou as mãos sobre a mesa. Forçando uma risada. “Se você tiver uma, eu tenho uma.” Ele fingiu pegar a segunda lata.

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Olhando para cima, Lyle rosnou; “Foda-se. Eu sei meu limite. Eu não vou me embebedar sob a casa. Inferno” — uma risada horrível cortou a noite úmida — “eu pensei que você fazia também. Nós concordamos juntos que poderíamos lidar com duas bebidas, e que sempre poderíamos verificar a nós mesmos e um ao outro, e que nunca passaríamos por cima de nosso limite.” Com um pop no topo da lata, Lyle ergueu a cerveja em saudação. “Mas eu acho que você está fazendo um monte de coisas hoje em dia que não costumava fazer.” Porra. Porra. Porra. Com o coração batendo na garganta, Jed ergueu o queixo e forçou-se a encontrar o olhar tempestuoso de seu irmão de frente. “Ok. É por aí que você quer começar isso? Com o que acabou de ver? Você quer me ouvir?” Ele coçou a parte de trás do pescoço, sentindo como se tivesse alguém lá atrás respirando em cima dele. “Ou está pronto para sermos mais como irmãos, mas não consegue fazer-se a me chutar de sua casa ainda?” Lyle explodiu fora da cadeira, enviando a coisa chutada para a geladeira. “Eu quero que você me diga que porra está acontecendo! Quando no inferno você se tornou um homo?” Atirando-se de pé também, Jed agarrou a segunda cerveja e a lançou em direção a pia. “Eu não sou um homo!” Circulando a mesa, Lyle apontou a cerveja em Jed. “Eu acho que você precisa rever essa palavra no dicionário, porque quando eu saí lá fora, você estava beijando seu melhor amigo. E certo como o inferno, você parecia prestes a agarrar seu pau também. Ele é um cara, e você é um cara.” Muito perto agora, Lyle zombou. “Ou ele é apenas uma garota realmente feia?” Por puro instinto, Jed arreganhou os dentes. “Você cala essa boca.” Milhares de visões de Booker ao longo dos anos o atacaram, assaltando seu próprio ser; E uma onda de orgulho o levou a ficar ereto. “Potro é muito mais que um homem de verdade do que eu jamais vou ser, e você já me viu nu o suficiente quando compartilhávamos um quarto para saber que tenho todo o mesmo equipamento que você.” Abrindo os braços, sinalizando vitória, Lyle disse, “Então você é um homo.” O peito de Jed apertou com força, e o grito Não! Apunhalou seu caminho para sua traquéia, lutando para se libertar. Antes que pudesse passar por seus lábios, porém, sensações fantasmas de se emaranhar na cama com Booker atravessou sua carne, despertando seu corpo. A

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lembrança da própria retidão de acordar para Booker a primeira coisa toda manhã, se o homem estava enrolado em volta dele ou em uma cama separada através de uma pequena divisão, brotou com vida dentro dele. Essas lembranças, tão vívidas e direitas, apagaram essa pequena, mas terrível palavra, não, — uma palavra que diminuiria o lugar de Booker em seu mundo. Ao invés de jogá-la na cara de seu irmão, Jed caiu para trás na cadeira. “Tudo bem. Talvez eu seja um homo. Talvez eu não seja. Eu não sei.” Seus ombros se curvaram, e ele sentiu como se não dormisse bem em meses. Inferno, ele não tinha, não desde antes do acidente de Booker. Jed apoiou a cabeça nas mãos. “Eu não sei mais o que sou.” Com movimentos ainda bruscos, Lyle veio de volta ao redor da mesa e endireitou a cadeira. “Talvez você devesse descobrir tudo com certeza antes de começar a se esfregar com outros caras bem ali em minha calçada.” Olhando para Lyle através de olhos turvados, Jed esfregou o rosto. “Puta merda, mano, nada disso importa mais. Você pode ter me visto beijando ele, mas não viu o que aconteceu depois.” Jed estudou seu irmão, mas era como se uma leve sombra de Booker estivesse ao seu lado — uma energia residual de algo muito longe — e ele estremeceu. “Eu tratei Potro como merda. Eu o empurrei para longe, assim eu poderia chegar até você mais rápido.” Precisando de uma tábua de salvação mal pra caralho, Jed se agarrou ao fato de que Lyle ainda estava sentado à sua frente. “Estou sentando aqui agora tão assustado por ter corrido com Potro da minha vida para sempre, como estou apavorado que você me odeie pelo que viu lá fora.” Jed esfregou as palmas contra a testa, desesperado para tirar o pulsar de dor lá dentro. “Eu não sei mais o que devo fazer para consertar isso.” Estabelecendo-se em sua cadeira, Lyle cruzou os braços contra o peito. “O que diabo está acontecendo com ele e você? Quando isso… O que seja… Começou? Foi por isso que você voltou para casa e começou a beber tanto?” Jed mudou a ponta de uma esteirinha de lugar, o coração batendo toda a distância através dele. “Você realmente quer ouvir?”

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Toda cor drenou do rosto de Lyle. Ele limpou a boca e olhou para o corredor. Depois de um bom minuto, ele finalmente enfrentou Jed de novo. “Depois do que vi você fazer esta noite, você não está me deixando com um monte de opções.” Isso é fodidamente perfeito. Jed riu; algo que soou meio-brincalhão e rasgou a noite. Claro que eu me fodi. “Nada disso teria acontecido — não estaríamos sentados aqui agora falando sobre isso — se eu pudesse simplesmente ter deixando Potro partir esta noite. Nós teríamos passado por esse jantar, e você não teria descoberto nada. Inferno, eu acho que Potro já tinha meio que decidido que eu não valia a dor de cabeça e planejava partir e nunca mais olhar para trás. Eu apenas tinha que deixá-lo fazer isso, e você nunca teria ficado sabendo. Eu teria minha vida de volta. Mas não, eu não pude deixá-lo ir embora.” Espiralando até o fim da escada em sua mente, Jed recuou ainda mais, alimentando uma necessidade de purgar tudo. “Uma semana atrás, eu pedi a Potro para ir embora, e ele foi. Eu deveria ter ficado feliz, mas, durante todo o tempo que ele se foi, durante todo o tempo que não me ligou, ele era a única coisa em minha mente, e eu estava apavorado que nunca fosse vê-lo de novo. Eu lhe pedi para partir, mas estava com medo de que ele tivesse me escutado e ido embora para sempre. Então, do nada” — Jed estalou os dedos — “Potro milagrosamente aparece esta noite. Porra, Lyle,” Jed compartilhou, com uma torção dura em sua boca, “eu fiquei tão feliz ao vê-lo que tive uma ereção, bem ali, na frente de você e Meg. Mas inferno” — Jed deu de ombros, agora rasgando um guardanapo em pedaços — “eu encobri o que aconteceu, e nós passamos pelo jantar. Estávamos bem. Eu estava bem. Para você e Meg, Potro e eu parecíamos amigos. Quando terminamos de comer, ele poderia ter apenas partido, e teria sido ótimo. Merda.” Jed balançou a cabeça e silenciosamente se amaldiçoou um pouco mais. “Ele saiu. Fui eu. Eu não pude suportar deixá-lo ir. Eu fui atrás dele. Eu precisava vê-lo mais uma vez. Eu precisava beber dele sem me preocupar que você fosse me ver. Eu precisava saber que não o tinha afastado. Eu corri atrás dele até o caminhão. Eu instiguei o beijo. Fui eu quem quis que tivesse mais. Bem ali, em sua maldita calçada, eu quis isso. Fui eu” — com paixão, Jed enfiou o punho contra o peito — “quem quis fazer mais. Eu queria que Potro me fodesse. Eu o queria tão mal que não me importava com nada a não ser senti-lo dentro de mim novamente.”

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“Jed —” “Não!” Jed cortou seu braço ferozmente no ar. “Você precisa saber. Desde o dia que fugi de Potro, eu não fiz nada mais além de pensar nele, e sonhar com ele, e me afogar nas lembranças do quão certo era estar com ele em todos os sentidos.” Flashs daquela manhã fatídica, a manhã seguinte, onde Jed despertara dolorido como o inferno, mas feliz, e saciado, e oh tão quente nos braços de Booker, e então para as alfinetadas ardentes da realidade esfaqueando lentamente em sua psique — o despertar do rodeio lá fora, sua mãe, Lyle — tudo o apunhalaram, mais uma vez, bem ali onde estava; Sangrando-o de novo. Com espessura bloqueando sua garganta, Jed olhou para seu irmão, sua rocha desde o dia em que seu pai morrera, e seu coração vazou para o chão. “A realidade é, porém, eu não posso ter Potro, não se eu quiser manter você e mamãe. Eu não saberia como lidar com a perda de nenhum de vocês, então fugi. No voo, eu comprei uma bebida. Então, outra, e eu comecei a falar doce por outra, até que eles não me deixaram comprar mais. Quando cheguei aqui, eu peguei uma cerveja.” Jed esfregou o rosto e coçou a mão pelo cabelo. “O resto você já sabe. Eu não acordei do meu nevoeiro até Potro aparecer na semana passada.” Deslizando na cadeira, Lyle arranhou através de seu cabelo. “Merda do caralho, Jed. Quando tudo isso começou? Você já teve cara,” — Lyle começou a fazer um gesto de foda com os dedos, mas então amaldiçoou e fechou os punhos — “você sabe, fazendo isso… O que for... todo esse tempo? Vocês estavam trabalhando juntos para que vocês pudessem compartilhar um trailer como algum tipo de capa?” “Não, é claro que não.” O curso de uma amizade de quatro anos coçou nos pensamentos de Jed, no entanto, em seu sangue, e um calor reconfortante que ele não podia mais ignorar o encheu até a borda e o fez sorrir. “Bem… Não, não era uma capa. Pelo menos, não como você está pensando. Mas se me forçar a olhar para trás, eu sempre fui possessivo com Potro. Eu me lembro de quando o levei para lá, a sensação me assustou um pouco. Mas depois começamos a trabalhar juntos. Estávamos vivendo nossas vidas quase em cima um do outro, mas eu não me preocupava muito com isso. De vez em quando eu sentia uma pontada de alguma coisa, tinha uma fantasia, talvez algo que, se eu olhasse bem o suficiente, eu não deveria estar sentindo por

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alguém que considerava um amigo. Eu imaginei que fosse por que vivíamos juntos, e que por isso você fica mais íntimo do que a maioria. Então Potro foi atropelado por aquele caminhão.” A imagem de Booker sangrento e quebrado naquela maca ainda o acordava com pesadelos. Limpando a dureza súbita puxando sua boca, ele ergueu o olhar para Lyle. “Eu liguei para você naquela noite. Você lembra?” Parecendo sombrio, Lyle assentiu. “Sim. Você estava chateado. Eu poderia dizer.” As entranhas de Jed apertaram com tanta força que doía para respirar, mas, pela primeira vez, quando a escuridão terrível daquela noite no hospital o consumiu, ele superou ao invés de correr ou agarrar uma bebida. “Algo mudou quando Potro se machucou.” Uma dor saturou todo seu ser. “Eu estava muito mais assustado do que deveria estar. Eu fiquei tão apavorado que ele fosse morrer, e que eu teria que ver isso acontecer, que não consegui nem me fazer ficar no hospital com ele depois da primeira noite. Mas ele melhorou, graças a Deus.” Um pouco do martelar em seu peito se acalmou para um pulsar quente. “Potro voltou para casa. Mas quando fez, eu comecei a notá-lo muito mais do que já fazia antes — de uma forma física — e comecei a reagir. Comecei a ficar duro perto dele. Mais e mais eu comecei a fantasiar sobre beijá-lo e rastejar na cama com ele. Isso me assustou pra porra. Eu tentei evitá-lo, mas merda, nós trabalhávamos juntos e vivíamos juntos. A noite antes de eu aparecer no Texas, Potro e eu tivemos uma briga. Eu saí, mas voltei para casa. Minhas emoções estavam exaltadas, assim como as dele, e algo finalmente aconteceu.” Exalando continuamente, Jed espalhou as mãos sobre a mesa. Mantendo seu olhar em Lyle. “Potro e eu passamos a noite juntos.” “Você realmente o fodeu?” Lyle torceu o rosto e se endireitou na cadeira. “Você definitivamente fez sexo completo com ele?” Com um gesto afiado, Jed assentiu. “Sim.” “Merda.” De alguma forma, o rosto de Lyle torceu em um nó ainda mais apertado. “E você gostou?” “Sim.” Com outro aceno, Jed limpou as gotas de suor de seu lábio superior, mas manteve a cabeça erguida. “Porra, Lyle. Eu não entendo, mas estar com Potro naquela noite se sentiu mais direito do que qualquer coisa que já fiz em minha vida. Até mais do que eu e ele foder embora,

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eu lhe disse… Eu lhe disse… Coisas.” Jed ergueu a sobrancelha e disse com lábios apertados. “Eu disse coisas, palavras... Coisas que eu nunca tinha dito a ninguém antes.” “Droga.” Com algumas outras maldições fluindo, Lyle amassou uma toalha de papel e sacudiu a cabeça para Jed. “Você disse a ele que o amava?” “Sim.” Jed sabia que Lyle não tinha dito essas palavras a ninguém além de Meg, então seu irmão entendia a profundidade dele as dizendo também. “Potro disse isso também. Mas então a manhã veio, e o sol surgiu, e eu comecei a pensar sobre minha vida e o que eu quero dela, e comecei a pensar em você e mamãe, e como eu os perderia se vocês alguma vez descobrissem. Porra, eu simplesmente fugi. Eu entrei em pânico, e vivi um inferno. Eu sabia que se eu não o fizesse —” sua boca ficou algodoada, e seu coração correu fora de controle. “Eu sabia que se eu não o fizesse, eu entraria fundo nisso e nunca mais deixaria Potro ir. Por ninguém ou qualquer coisa. Nem mesmo você e mamãe.” “Porra.” Lyle deu uma longa tragada da cerveja. Claramente não sendo o suficiente, depois de franzir a testa de novo, ele tomou outro gole. “Merda do caralho.” Ali sentado na frente de seu irmão, estudando sua reação, o vislumbre de esperança dentro de Jed entorpeceu, deixando-o paralisado. “Eu sei. Olhe para você agora, Lyle. Você está apavorado. Eu estaria rindo das caretas que está fazendo se você não as estivesse fazendo para mim. Apavorada não chega nem perto do que mamãe vai ficar. Ela nunca vai aceitar isso. Ela vai me deserdar. Pense em como ela rezou, e rezou, e rezou para que você viesse à luz e se afastasse de Meg, e Meg é apenas uma mulher mais velha. Imagine o que ela vai fazer quando descobrir que seu outro filho está abrindo a bunda para outro homem.” “Não fale essa merda assim.” Lyle lhe deu um clarão e franziu a testa. “Por que não?” Porra, Jed precisava sentir calor novamente sobre algo. “É a verdade. Você queria saber, então agora você está tendo tudo. Eu fodi Potro na primeira vez, mas desde então ele tem sido o único a me foder. E não é como se fosse porque ele é um alfa e está exigindo isso. Sou eu quem fica lhe implorando para me levar.” Jed se esfolou aberto, direto ao meio, e deixou o sangue fluir por toda parte. “Eu o quero em cima de mim, dentro de mim, me possuindo. Eu choro por seu corpo, e seu beijo, e seu duro pa —”

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Lyle bateu a mão na mesa. Saltando de pé, e enfiando o dedo na cara de Jed. “Cala essa boca! Você está tentando me deixar desconfortável. Está deliberadamente empurrando meus botões com a forma como está dizendo essas coisas, e eu malditamente não gosto disso.” Jed bateu a mão de seu irmão fora do rosto. “Merda dura. Se você nem consegue lidar com ouvir sobre eu e Potro ficando juntos, o que você acha que imaginar até mais vai fazer para mamãe? Vai matá-la. Eu posso não gostar de como ela se sente sobre as pessoas homossexuais, mas isso não significa que estou disposto a esmagá-la a nada. Eu não sei quanto a você, mas não posso esquecer em quantos empregos ela trabalhou e o quão difícil foi para ela cuidar de nós. Ela quebrou as costas por nós. Não seríamos nada hoje sem ela nos empurrando e nos mantendo no caminho certo. Eu não vou lhe agradecer alimentando-a com um prato cheio de mágoa. Eu não posso.” Cristo, uma imagem física de sua mãe se assentou na linha de seus olhos, atormentandoo. A visão de uma mulher abatida por uma vida dura se sobrepondo dentro de sua cabeça à imagem dos olhos verdes mais amáveis e alma mais gentil que ele já conhecera. A imagem de Odete Hastings extinguiu não só a imagem de Booker, mas a alma de Jed também. Quebrado por dentro, seu corpo inteiro chorou. “Eu não posso fazer isso com ela. Eu não vou.” “Então chute Booker fora de sua vida. Deixe-o ir. Deixe-o partir para alguém novo.” Mesmo quando Jed sabia que Lyle dizia o certo, ele ainda tremeu. Um gelo, eternamente frio penetrando em seus ossos. Lyle olhou para Jed do outro lado da mesa. “Não, você não gosta dessa ideia. Posso ver isso. Você não gosta da ideia de Booker partir.” Morto por dentro, Jed murmurou, “Eu não tenho outra escolha.” “Foda-se essa merda,” Lyle atirou de volta. “Você tem muitas escolhas. Você só está com muito medo das consequências que vêm com elas.” As palavras de Lyle colocaram um desfibrilador no coração de Jed, lhe dando uma segunda vida. Ao mesmo tempo, quando olhou para seu irmão, ele não conseguiu esconder seu escárnio. “O que, você está me dizendo que não teria problemas com ter Potro como cunhado em vez de me ver casar e ter uma família com uma mulher?”

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“Merda, cara.” Com a voz inclinando alta, Lyle respondeu, “Eu não sei o que estou dizendo, a não ser que gosto do que conheço do cara. Ele conseguiu fazê-lo parar de beber, e fez minha esposa feliz esta noite. Isso lhe dá um monte de benevolência aos meus olhos.” O olhar de Lyle deslizou brevemente para a porta da frente, e ele perdeu um pouco da cor de novo. “Eu não vou mentir embora. Vai levar algum tempo para me acostumar a vê-lo segurando a mão de Booker, ou o beijando, ou coisas do gênero. Não estou acostumado a ver dois caras do jeito que você estava com ele esta noite. Foi estranho pra caralho.” Endireitando-se mais uma vez, Lyle fez contato visual, claro e firme. “Mas eu não acho que os gays são o diabo nem nada, então não é como se eu fosse automaticamente, totalmente rejeitá-lo logo desde o início.” “Como diabos eu ia saber disso?” Jed abriu os braços. “Você nunca discordou de nada do que a mamãe já disse sobre os gays.” “Nem você!” “Eu não queria magoá-la.” A cabeça de Jed bobinou. “Eu não achava que era importante que ela soubesse que eu pensava diferente dela.” Lyle deu a Jed um olhar de lado, olhando-o como se ele fosse um simplório. “Bem, você já parou para pensar por um estúpido segundo que era o mesmo comigo? Eu nunca achei que isso seria relevante em nossas vidas, então mantive minha boca fechada. Merda, eu nunca tinha sequer conhecido nenhum gay até conhecer Meg. Mas ela tem um bom amigo que é, e ele é uma das poucas pessoas que ela traz para casa com ela. Ele é um pouco afeminado para mim. Nós não temos muito em comum, mas ele é doce, e ele é bom para Meg — trata-a melhor do que ninguém em sua própria família — assim eu não tenho quaisquer problemas com ele. Não é como se eu me preocupasse que ele vai contaminar nossos garfos ou banheiro ou qualquer coisa quando está aqui. Ele é um bom sujeito, e eu não me importo se ele vem à minha casa.” Tudo ao redor de Jed, debaixo dele, se sentiu como se um milhão de rachaduras cortassem a Terra de uma vez, jogando-o fora de equilíbrio. “Droga, Lyle.” Vertigem inundou seu cérebro. “Eu não sabia de nada disso.” Lyle cruzou os braços contra o peito. “Talvez se você viesse para casa para nos visitar um pouco mais, você saberia. Ou,” ele acrescentou sem rodeios, “quando você percebeu que estava

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se apaixonado por seu melhor amigo, você poderia ter falado comigo sobre isso e simplesmente perguntado.” “Eu estava aterrorizado de te perder!” “Bem, você deveria ter malditamente tido alguma fé em mim! Eu sou seu irmão, afinal.” Jed levantou as mãos em rendição. “Ok. Ok. Desculpe-me. Eu estava errado sobre como você se sentiria. Mas eu sei que não estou errado sobre mamãe.” “Você não pode viver sua vida por mamãe.” Jed riu. Ele não podia acreditar, mas uma verdadeira risada suave encheu sua alma. “Agora você está soado como Potro.” “Não. O que eu estou é sendo um irmão falando por experiência.” No tom sério de Lyle, Jed estreitou seu olhar. Antes que pudesse perguntar, Lyle acrescentou, “Sim, você me ouviu. Eu não uso os mesmos óculos cor-de-rosa que você, quando se trata de mamãe. Veja, você tem este… Este… Eu não sei como descrever isso exatamente. Você tem esta versão velada do quanto à mamãe desaprovava minha relação com Meg. Você provavelmente acha que sua desaprovação era meio que doce no fundo. E provavelmente acredita que porque ela é uma senhora de idade suas palavras e julgamentos eram inocentes, e que, provavelmente, nunca realmente me incomodariam ou a Meg.” “Não. Eu —” “Você não vive aqui, então, tem o elemento distância com relação à mamãe. Você não viu o quão severamente ela julgava Meg de ser uma vadia e de ir atrás” — Lyle mostrou aspas no ar — “de um homem doze anos mais novo que ela. Você não viu como a mamãe ficou chateada quando descobriu que Meg não podia ter filhos, e como ela ficou martelando isso em mim ainda mais. A mamãe não me quer com Meg, Jed. Ela realmente não quer.” Um flash de nuvens de tempestade escureceu o olhar de Lyle. “E ela me pressiona duramente tentando me fazer entender por que uma mulher diferente seria melhor para mim, tanto que Meg quase acabou com tudo entre nós. Meg se viu como estando entre eu e a mamãe, e não conseguia aguentar a culpa.” Lyle continuou. “Quando isso aconteceu” — provavelmente sem perceber, ele esfregou o peito, sobre o coração — “quando eu vi como as acusações da minha mãe estavam despedaçando

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Meg, mudou tudo para mim. Eu fiz uma escolha. E eu escolhi Meg. Eu não tirei a mamãe da minha vida. Eu sempre lhe assegurei que eu a amava, e que sempre iria, e que eu gostaria de ter certeza de que ela nunca precisasse de nada se eu fosse financeiramente capaz. Também deixei claro que eu nunca deixaria Meg. Eu lhe disse que se ela não começasse a respeitar Meg e vir a grande mulher que ela era, eu então faria uma ruptura limpa de sua vida.” Lyle lambeu a beirada do lábio, e o penetrante olho do tigre floresceu em seu olhar firme. “Uma vez que a mamãe entendeu que eu estava falando sério, ela recuou. Não estou dizendo que ela e Meg são as melhores amigas agora, mas se dão bem, e minha mãe não tenta mais minar Meg a cada passo.” A cada palavra que Lyle falava, o baque no peito de Jed aumentava, e o frio em suas veias criavam arrepios ainda maiores em sua carne. “Contudo…” Embora frio o percorresse, Jed limpou as palmas suadas em seu jeans. “Meg é uma mulher. Potro é um homem. É diferente. As crenças da mamãe são tão fortes. Ela não vai se curvar a isso. Eu coloco um ultimato aí, e para ela eu vou ser o mesmo que meu pai, quando escolheu os estranhos acima de sua família.” Jed olhou para seu irmão, mas mal conseguia engolir o amontoado na garganta. “Eu vou ter escolhido Potro acima dela. Ela não merece isso.” Lyle deu de ombros. “Então vá em frente e diga a Booker para sair de sua vida, de uma vez por todas.” Cada molécula dentro dele gritou em negação novamente. Noite fria e negra assumiu sua alma, e ele estremeceu. Do outro lado da mesa, Lyle se endireitou ainda mais e estreitou o olhar em Jed. “Esta é a segunda vez que você se agita quando eu digo para você deixar Booker seguir em frente. Você não gosta dessa sugestão. Você não está zangado, no entanto. Você está com medo.” Lyle estudou Jed abertamente, e gotas mais frias de suor escorreram na parte de trás de seu pescoço. Finalmente Lyle acrescentou, “Quanto mais eu olho para você, mais eu acho que isso não é nada sobre mamãe.” “Foda-se, irmão.” Um entalhe terrível de riso rasgou a garganta de Jed em seu caminho para fora. “Estou malditamente certo de que é. Eu amo a mamãe. E não quero magoá-la.”

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“Não seja um idiota. Eu não estou dizendo que você não ama a mamãe. É claro que você faz. Nós dois fazemos. Você não quer magoá-la ou acrescentar mais dor à sua vida. Eu também não. Mas quanto mais eu te escuto, e quanto mais eu te olho, algo novo me bate, e isso não tem nada a ver com a reação da mamãe a Booker.” Porra. Jed limpou o rosto com um guardanapo amassado. “Pois eu acho que tem tudo a ver com isso.” “Não. Ou pelo menos não é o que está realmente fodendo com sua cabeça mais. A meu ver,” Lyle disse, com seu tom suave e quente, mas direto, “Nós passamos nossa vida inteira com medo de nos tornarmos nosso pai. A fim de nos certificarmos que não seríamos nós nos damos bem na escola, e trabalhamos nossas bundas em qualquer trabalho que tínhamos. Temos nos mantido afastados da bebida também, e somos fiéis como o inferno com aqueles que amamos — tudo para termos certeza de que nunca ficássemos como ele. E nós não somos. Nós conseguimos. A mamãe fez bem por nós e nos criou direito, e por isso, no fundo, assim como eu acreditava que ela ia aprender a aceitar Meg, eu acho que em sua alma mais escondida, você sabe que ela virá a si sobre Booker também. Ela nos ama tanto que, em última instância, ela vai aprender a amar quem nos faz feliz.” Lyle se levantou, continuando a falar enquanto despejava sua lata de cerveja na pia. “Mas, você, ainda mais do que eu, eu acho, passou tanto tempo com tanto medo de se tornar nosso pai e trabalhando tão duro para evitar isso, que isso te cegou para o que te apavora ainda mais do que isso. Você não consegue ver que enterrou mais profundo do que seu medo de se tornar nosso pai, é como você está com medo de se tornar nossa mãe.” Jed empacou. “Não, eu não estou.” “Você está. Você realmente acha que as crenças religiosas da mamãe foram o que a impediu de namorar e se casar de novo?” Antes que Jed pudesse abrir a boca, Lyle respondeu, “Não, não foram. A mamãe diz que não acredita que casar de novo seja certo, mas eu acho que ela está mentindo para si mesma. Há outras viúvas e viúvos em sua igreja que se casaram entre si. Não é contra as regras.” Lyle se moveu para a mesa, puxou uma cadeira para perto de Jed, e o olhou com olhos impassíveis cheios de faíscas. “Papai deixou a mamãe muito antes dele realmente morrer, e nós dois sabemos disso. Eu acho que ela se afastou dos homens porque, no

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fundo, tem medo de que outro homem vai lhe fazer exatamente a mesma coisa que nosso pai fez. Ela tem medo de ser traída e deixada sozinha em casa todas as noites de novo, e quando isso acontecer, vai confirmar seus piores medos equivocados, de que há algo fundamentalmente errado e deficiente sobre ela que impede os homens de lhe ser fiel e amar.” Como se um punho apertasse sua garganta, Jed mal conseguiu dizer. “Não é verdade.” Um arrepio entorpecente rastejou por suas extremidades, porém, congelando seus ossos. “Isso sobre ela ou eu.” Lyle deu de ombros. “Então eu estou errado. Você não está com medo de deixar Booker te amar de verdade.” Ele arqueou uma sobrancelha cor de areia. “Você não está com medo de cortar seu peito aberto por seu melhor amigo, só para um dia ele ir embora e te deixar sozinho também.” “Cala a boca.” O comando de Jed saiu como um apelo eviscerado. Virando-se, ele não conseguia mais ficar lá sentado sob o escrutínio direto de seu irmão. “Você não sabe de porra nenhuma que está falando.” Lyle se levantou, agarrou um punhado do cabelo de Jed, e inclinou sua cabeça para trás, forçando seus olhares a se encontrar. “Se eu sei ou não, e não importa qual escolha você faça sobre Booker, eu não vou a lugar nenhum. Nem Meg. Nós vamos apoiá-lo, e te queremos em nossa casa o tempo que você precisar estar aqui. Acho que isso é tudo que tenho a dizer.” Com isso, Lyle beijou o topo de sua cabeça, e depois desapareceu no corredor, deixando Jed sozinho. Uma vez só, as palavras de Lyle penetraram em sua alma — oh, por favor, não, — e Jed começou a tremer.

***** Com calor ainda queimando através de seu sistema, envergonhando-o, Booker se empurrou em seu quarto de motel e se jogou na cama. Porra. A rejeição comendo através de seu intestino como ácido e colocando um gosto rançoso em sua boca. Ele ainda podia sentir Jed o

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empurrando, e o tom impaciente e indiferente o cortando rápido. Ele quer sua família. Uma e outra vez, ele me garante que vai escolhê-los acima de mim. Quantas vezes mais eu vou deixá-lo me chutar na cara antes de pegar a dica? O coração de Booker apertou como se implorando silenciosamente por paciência e para dar a Jed outra chance. Mas, ao mesmo tempo, pela primeira vez, uma voz em sua cabeça ressoou também alto, lhe dizendo que Jed não podia mudar. O homem estava fielmente definido em seus caminhos. Jed tinha um sentimento de dedicação a um clã com ele, e era muito ligado à sua família para desafiá-los e abertamente amar outro homem. Antes desta noite Jed só tinha escolhido sua família acima dele em teoria. Ainda não tinha sido forçado a fazer uma escolha. No mais secreto de seu coração, Booker acreditava que quando chegasse a hora, ele o escolheria. Esta noite, a realidade o havia atingido. Duro. Sem hesitar, Jed havia escolhido ir atrás de Lyle, e não pensara duas vezes antes de cruelmente despachá-lo. E Lyle nem sequer é seu maior medo. Com um gemido, ele atirou um travesseiro do outro lado do pequeno quarto. Ele é muito mais protetor com sua mãe. Com seu coração despencando para o estômago, ele agarrou a barriga, de repente nauseado. Se esta noite era alguma indicação, Jed, literalmente o tinha chutado na cara para manter ele e sua mãe distante, em vez de apenas no sentido figurado, como tinha feito esta noite para mantê-lo longe de Lyle. Deixe-o ir. Booker rolou de lado e apertou um segundo travesseiro contra o peito, agarrando-o como se pudesse segurá-lo acima da água. Você se agarrou a ele por quatro anos, tendo pequenos restos e se convencendo de que eles satisfaziam sua fome. É hora de encontrar alguém que possa te dar um banquete. Lágrimas empurraram quentes atrás de seus olhos; Sua alma gritando em rejeição, ocupando seu corpo com apertada mágoa. Mesmo sabendo que nunca poderia deixar ninguém mais em seu coração — não depois da perfeição breve de Jed — ele ainda sabia que Jed precisava de sua família. O homem tinha deixado isso claro desde o início. Ele não poderia sobreviver sem Lyle e Odete, e Booker não queria ser responsável por reduzir Jed a uma fração do homem que ele tinha aprendido a amar tão profundamente. Pedaços de seu coração começaram a desbastar, e ele sagrou com a possibilidade de perder Jed permanentemente. Booker esfregou a mão no acolchoado, certo de que as manchas

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vermelhas em sua mente deveriam ser reais. Ele não poderia doer mais se alguém realmente o tivesse apunhalado no peito e vazado em seus órgãos. Em vez de sangue molhado, ele correu os dedos sobre um leque de papéis e fotos — tudo caído de uma pasta que tinha deixado em cima da cama no início da noite. Nosso futuro. Ele fechou os olhos quando lágrimas quentes finalmente vazaram livres. O que eu esperava que isso pudesse ser. De repente, mais quente que as chamas, Booker cortou o braço sobre o edredom e enviou todos os pedaços de papel voando para o chão. Uma das fotos se agarrou ao seu antebraço; Quando ele a puxou, olhos castanhos quentes olharam para ele, cheios de amor, fé e esperança — apontado direto para Booker. Todos os planos que ele tinha colocado em movimento desde a manhã em que Jed fugira vieram à tona, gritando para ele que esta era a vida que ele estava destinado a ter. A vida que Jed estava destinado a ter também, se ele simplesmente aceitasse. Não desista dele. O rosto familiar na foto pareceu badalar seu apelo por todo o pequeno quarto de motel. Ainda não. Nós o conhecemos muito bem para desistir agora. Esperança — temerosa, apavorada, caules fracos de uma nova esperança — bombearam sangue ardente pelo sistema de Booker, tanto que ele podia ouvir o ruído em seus ouvidos. Ele pegou o telefone, mas seus dedos não se moveram para apertar os botões necessários para alcançar Jed. Eu não posso lidar com outra rejeição. Não esta noite. Ao invés, com dedos ainda instáveis, Booker enviou uma mensagem para Jed. Eu não quero te machucar. Esta nunca foi minha intenção. Mas eu quero uma última chance de te mostrar algo, algo que eu acho que é importante. Depois disso, se você ainda não puder fazer-se construir uma vida comigo, eu entenderei, e sairei de sua vida para sempre. Eu não vou te odiar. Eu nunca poderia. Eu estarei perto da casa de seu irmão amanhã às 8 horas, se você estiver do lado de fora, eu vou levá-lo para o que eu quero que você veja. Se você não estiver, eu vou aceitar que você não está pronto, e não entrarei em contato com você novamente. Eu te amo, Jed. — Seu Potro. Então, tão rápido quanto ele já tinha se movido, Booker desligou o telefone. Ele até o enterrou no fundo de sua mala, fora de vista. Amanhã seria breve o bastante para saber a resposta de Jed.

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Capítulo Dezoito O coração de Booker batia em um ritmo ridículo. Ele mal conseguia controlar as mãos o suficiente para girar o volante esta última vez — a curva final que o colocaria no caminho da casa de Lyle e Meg. É isso. Ele dirigiu devagar, mas se esforçou para ver ao longe na estrada, em busca de uma figura à espera em um gramado em particular. Ele não precisava ter se preocupado em esconder o celular ontem à noite. Jed não tinha respondido sua mensagem. Neste momento, Booker dividia seus pensamentos entre rezar para que ele tivesse visto sua mensagem e simplesmente não sabia como responder, e esperar contra todas as esperanças para que as coisas não tivessem ficado tão feias entre ele e Lyle que Jed estava longe de ser encontrado. Se ele tivesse fugido novamente, Booker não sabia por onde começar a procurá-lo dessa vez. Esteja aqui, bebê. Por favor, esteja aqui. Booker diminuiu até parar em frente à casa de Lyle. Ninguém estava no gramado ou na varanda. Um olhar rápido no relógio mostrou 7:59, com o segundo ponteiro varrendo perigosamente perto das oito. Para cada segundo que passava, ele mastigava duro na unha de seu polegar, e batia os calcanhares mais pesados no assoalho. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor. Ao longo de quatro anos, ele tinha silenciosamente implorado para ver Jed em muitas ocasiões — muitas vezes egoístas, como quando o homem estava inconsciente e deixava uma toalha deslizar de seu corpo incrivelmente rígido — mas, neste momento, Booker trocaria todos aqueles olhares roubados para ver Jed aparecer completamente vestido por aquela porta da frente. Um minuto depois das oito se passou, e depois outro; E Booker amaldiçoou a carência dentro dele que lhe permitiu dar a Jed outra chance. Desde o início, ele sabia o quão importante à família era para ele — o quão importante sempre mostrar respeito a sua mãe era para ele — e que Jed nunca escolheria outra pessoa acima deles. Você deveria ter escutado sua cabeça ontem à noite e aceitado a verdade. Imediatamente, um sonoro Não! Ecoou de seu núcleo. Seu estômago apertou

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com náuseas terríveis, como se alguém o tivesse chutado no intestino e forçado em sua garganta tudo que ele tinha comido no café da manhã. Fechando os olhos contra a bela manhã que ele não podia mais desfrutar, Booker descansou a cabeça no assento e começou a contar em espanhol. Ele teve que concentrar-se longe, dos gritos tristes que vinham de dentro de seu corpo, aqueles lhe dizendo para enfiar o rabo entre as pernas e dar a Jed outra chance, sabendo que ele poderia muito bem chutá-lo nas bolas novamente. No momento em que Booker disse a si mesmo para aceitar isso, um suave toc, toc, toc, dançou em seus ouvidos e seu coração parou. De repente mais tenso do que um tambor e morto de medo de abrir os olhos, Booker ouviu seu próprio conselho e empinou. Ele abriu os olhos, e — inferno santo, ele é tudo — Jed estava do lado de fora da porta lateral do passageiro, as mãos enfiadas nos bolsos. Ele ofereceu um pequeno sorriso e deu de ombros. Reagindo como se uma mula tivesse chutado seu traseiro, Booker se empurrou através do assento, destrancou e abriu a porta. Um pouco sem fôlego, ele disse, “Oi,” enquanto bebia da beleza áspera de Jed em jeans, botas e uma camisa puída de cambraia. Com voz ainda cheia das raspas da manhã, Jed respondeu; “Você está adiantado.” “Não.” As penugens de Booker subiram. Afinal, ele quase tinha vomitado neste caminhão de aluguel. “Você está atrasado.” Jed puxou o telefone do bolso e o segurou para cima. “Sete e cinquenta e oito.” Booker riu, foi algo espontâneo e quente, e a tensão drenou fora dele. “A hora nisso aí está sempre desarranjado. Eu vivo te dizendo que você precisa substitui-lo.” Booker não só mostrou a Jed a hora correta em seu relógio, ele também apontou para o relógio do painel. “Já são oito e sete.” Empalidecendo ao redor dos lábios, Jed esfregou as mãos na camisa. “Sinto muito.” Porra, bebê. De repente, seus braços formigaram com necessidade de arrastar Jed em um abraço longo e apertado. Algo sobre o homem de arestas-duras parecia frágil agora, e mais uma vez Booker começou a suar de como as coisas tinham ido para Jed com seu irmão.

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Gentilmente, Booker ofereceu, “Com a forma como ontem à noite terminou, eu não tinha certeza se você ia aparecer.” Jed visivelmente apertou todo. “Se quer saber a verdade” — ouvindo a irregularidade em seu tom, Booker começou a se perguntar se o homem tinha passado a noite toda acordado — “eu não tinha certeza também.” Mantendo distância, embora ele quisesse saltar fora do caminhão e colher Jed contra o peito, Booker se segurou firme ao volante e em seu lado no banco da frente. “Estou feliz que você tenha decidido vir de qualquer maneira.” “Eu tomei um pouco de suco. Acho que demais. E tive que dar uma mijada.” Embora eles tivessem urinado dentro da audição e até visto um ao outro uma centena de vezes, agora as pontas das orelhas de Jed tingiram de vermelho. “Eu não vi você chegar. Eu não pretendia te fazer esperar.” “Eu provavelmente estava muito nervoso. E não te dei uma chance.” Sinos do inferno, Booker não conseguia parar de falar com Jed como se o homem fosse uma criança traumatizada. Ele queimava para saber o que tinha acontecido com Lyle, mas não queria ser insistente. “Se soou como se estalei com você antes, eu peço desculpas.” Dando de ombros novamente, Jed enfiou as mãos ainda mais nos bolsos. “Para onde estamos indo?” Com o coração tamborilando da forma mais requintadamente dolorosa, Booker acariciou suavemente o couro no lado do assento do passageiro. “Para isso você tem que entrar no caminhão e vir comigo.” Com um murmúrio embaraçado, “Oh, certo,” Jed entrou e bateu a porta. Tão perto agora, meros centímetros os separando, por um bom minuto Jed manteve seu foco treinado no chão. Quando ele finalmente olhou para cima, tensão comprimia sua boca, e como tinta, suas grandes pupilas deixavam apenas um aro de prata em seus olhos. “Estou nervoso, Potro.” Porra, bebê. Booker quase chorou naquele mesmo lugar. “Eu também, Jed.” Incapaz de comandar os instintos de seu corpo, ele alcançou através do espaço entre eles e apertou a mão de Jed. Deus, ela estava fria. “Afivele o cinto de qualquer maneira, e estaremos a caminho.”

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Então Booker esperou, com o oxigênio preso em seus pulmões, por Jed fazer um movimento. Apenas um minuto depois, Jed colocou o cinto. Dando a Booker um pequeno aceno, que jurou que aquele pequeno gesto de encorajamento o atirou mais alto no céu do que ele teria ido se alguém lhe desse um milhão de dólares. O novo dia, de repente o mais magnífico que Booker já testemunhara, ele fez uma inversão de marcha no final da rua e os colocou na direção certa — esperançosamente para um lugar que Jed realmente queria ir, mesmo que ele ainda não soubesse disso.

***** Depois de algumas horas na estrada, Jed se endireitou e piscou a exaustão dos olhos. Seu passeio tinha sido um relativamente calmo. Além de compartilhar os ossos de sua conversa com Lyle, ele tinha feito um monte de olhar para fora da janela, seus pensamentos saltando entre a família que deixara em casa e o homem ao seu lado. Potro. Cristo, a visão dele em jeans familiar e uma camisa branca abotoada na frente simples acalmara sua alma, tanto quanto agora despertava seu pau. Se ele disse uma coisa verdadeira a Booker na semana passada, foi que eles não podiam voltar ao modo como as coisas uma vez tinham sido entre eles. Jed não achava que poderia nunca olhar para Booker novamente sem recordar a sensação incrível de seus corpos fundidos ou seus lábios pastando com um beijo. Booker abruptamente se desligou de uma rodovia estadual pavimentada para um caminho de terra. Nenhuma sinalização indicava onde estavam, e a terra parecia estéril. Nenhum gado ou cavalo vagavam, e os pastos com capim cresciam altos e fora de controle. Quando Booker passou por uma pequena casa no estilo rancho, ele desacelerou o caminhão. Pintura lascada cobria as paredes de estuque, e pó manchava as janelas, fazendo a casa parecer como se estivesse desocupada há meses ou até anos. Depois de circular a casa, Booker diminuiu o caminhão até parar perto de um celeiro.

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“Onde estamos?” Jed colocou o pescoço em um giro para ver o máximo de terra que podia. “O que estamos fazendo aqui?” Quando Booker desligou o motor, ele olhou de lado para Jed. “Eu conheço as pessoas que possuem este lugar, e os pedi que me fizessem um favor hoje.” Depois de embolsar as chaves e pegar uma sacola de debaixo do assento, ele abriu a porta. Mantendo contato visual através da janela, ele acrescentou, “Eu acho que é um que você vai gostar. Siga-me.” No capô agora, Booker entortou o dedo, e o coração de Jed começou a bater forte. Ele obedeceu, descendo do caminhão sem hesitar. Cristo. Usando as costas, Booker abriu as portas de correr para o estábulo. Imediatamente o cheiro pungente de feno, cavacos de madeira e gado coçaram o nariz de Jed, se despejando por sua corrente sanguínea, e revigorando seu núcleo. Ele inalou novamente, absorvendo os odores familiares, e foi como se alguém tivesse lhe dado um copo de água gelada depois de ter ficado sem o líquido por semanas. Booker liderou o caminho pela estrutura sombreada. “Tudo deve estar ajustado para nós. Sim. Lá estão eles.” Ele parou entre duas baias, uma segurando uma égua marrom e a outra uma enorme besta manchada de cinza. “Eles estão quase prontos para ir.” Booker foi até o cinzento e esfregou seu nariz. “Ei, Gemini. Você se lembra de mim? Nós nos conhecemos no início desta semana.” Sorrindo, Booker empurrou a cabeça para a outra baia. “Esta é a Majesty. Ela é quase tão doce quanto pode ser. Ambos são.” Como se arrastado por uma corda invisível e irrompível, Jed se moveu para a baia de Majesty. “Cavalos? Para nós?” Com a atenção presa no cavalo à sua frente, Jed a deixou primeiro cheirar suas mãos e apreciou o frio do nariz úmido contra suas palmas. “Oi, amada.” Uma vez que o animal demostrou interesse, mas não temor, ele acariciou a estrela branca de cinco pontos acima de seus olhos. “Como você está nesta manhã?” Perto dele, Booker saudou Gemini de forma semelhante, mas disse a Jed, “Eu sei o quanto você deve sentir falta de nossos bebês. Eles não são Moisés, mas este pessoal poderia ter um pouco de exercício, e eu acho que você provavelmente precisa montar novamente. O que você me diz?” Com um passo mais perto, Booker se inclinou contra a viga entre as duas baias e

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pousou seu olhar em Jed. “Nós temos um monte de terra aberta aqui. Você está interessado em lhes dar um treino?” “Sério?” Merda. Jed guinchou como uma criança. “Você me trouxe aqui para montar?” Sorrindo suavemente, Booker assentiu. “Podemos ficar o dia todo se quisermos.” Ele apontou para trás com o ombro. “A tacha é logo ali.” Imediatamente o nervosismo com o qual Jed tinha vivido desde se vestir esta manhã escorregou fora dele para as aparas de madeira sob suas botas. Ele se apressou para a sela e equipamento com um salto pueril em seu passo, um que ele não podia controlar. “Depressa, Potro.” Jed pegou o cobertor e sela marcados para Majesty. “Vamos.” Com tiros leves dançando em seus olhos, Booker se juntou a Jed em preparar os cavalos para um passeio. Ele riu, e o som quente flutuou por todo o celeiro.

***** O sol brilhava alto na expansão de terreno do Texas, e o calor se abatia sobre a terra pisoteada. Booker gritou Jed, e ele atendeu à sugestão de darem aos cavalos uma pausa e um pouco de água. Jed não sabia quanto tempo ele e Booker passaram galopando pela terra sobre as costas de Gemini e Majesty, mas a cada momento tinha bobeado o muito-necessário delicioso oxigênio em seu sistema, revigorando seu sangue. Suor escorria por suas costas, mas sua alma cantava hinos edificantes, louvando a beleza destes cavalos e a terra plana e aberta. Os animais tomaram o treinamento como campeões. Cada músculo negligenciado no corpo de Jed o empurrava para manter o galope, mas intelectualmente ele sabia que os cavalos — inferno, ele e Booker também, no que se referia a esse assunto — precisavam de um descanso. Depois de escorregar fora das costas de Majesty, Jed estudou Booker, observando como o belo homem tirava o alforje e o colocava sobre o ombro. Ele, então, deixou as rédeas de Gemini cair no chão.

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“Deixe-os vagar livremente,” Booker disse. “Eles sabem que não devem ir muito longe.” Com um último golpe firme no flanco de Majesty, Jed a deixou passear uma dúzia de metros longe para um pequeno riacho. “Eles são animais incríveis.” Ele colocou as mãos no rosto e respirou o cheiro pungente de cavalos que tanto amava, e cantarolou de prazer quando olhou para o homem responsável por este dia. “Obrigada por me trazer para montar. Você estava certo.” Jed inclinou a cabeça para trás e deixou o calor e luz do sol ardente absorver em sua pele. “Eu precisava disso.” Em lugar de uma resposta, Booker tocou seu cotovelo. Quando Jed o olhou, ele fez um gesto em direção à água escorrendo através das rachaduras na terra seca. “Por que não seguimos o riacho um pouco também?” Tons quentes sombreavam seu olhar, e a visão fez Jed quente sob sua pele. “Você está bem para dar um passeio?” Com as mãos de repente começando a suar de novo, Jed não conseguia encontrar a voz. Ele limpou a garganta e finalmente conseguiu riscar, “Estou. Claro.” Oferecendo um pequeno sorriso, Booker enfiou as mãos nos bolsos da calça e começou a caminhar ao longo da linha do riacho na direção oposta dos cavalos. Quando Jed se apressou para entrar na linha ao seu lado, ele tropeçou. Booker apenas o pegou pelo cotovelo, situou-o de volta na posição vertical, e continuou se movendo lentamente, tudo sem uma palavra. A situação brevemente relampejou Jed de volta para os primeiros meses que passara com Booker. Lembrando-se de que em todos aqueles anos, Booker não tinha conseguido passar um dia sem tropeçar em algo, com ele constantemente agarrando o cara para impedi-lo de cair de bunda no chão; Agora, parecia que Jed não conseguia manter os pés sob ele sempre que ficava muito perto de Booker. Não pode nem mesmo apenas pensar nele sem ficar todo quente e incomodado, e distraído também. Certificando-se de que mantinha os pés debaixo dele corretamente, Jed caminhou ao lado de Booker, quase ombro-a-ombro, fazendo seu melhor para apreciar à tarde. A terra pastada, pontilhada com agrupamentos de árvores, falava com ele, chamando-o para se abaixar e afundar as mãos na terra. Ao mesmo tempo, Booker estava tão perto, logo ali à sua esquerda, e uma consciência vibrante zumbia por todo seu corpo e não o deixava ignorar o homem. Uma coceira

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em seus dedos o incitava a alcançar e tomar a mão de Booker na sua. Cristo, se ele tivesse que pensar atrás, ele não conseguia se lembrar de jamais ter passeado de mãos dadas com outra pessoa ao se sentir despreocupado e exuberante por estar vivo. Nem mesmo quando adolescente. Ele não conseguia pensar em nenhum momento que tivesse desejado fazê-lo. Não até Potro. À noite passada de conversa com Lyle de repente veio à tona em seus pensamentos, e Jed começou a suar novamente. Depois de esfregar o suor da parte de trás do pescoço, ele limpou as mãos no jeans, então passou a bandana pelo rosto. Porra. Não é verdade. O que ele disse está errado. Esqueça. Booker parou. “Você quer colocar os pés na água um pouco?” Ele agarrou o braço de Jed, firmando-se enquanto se movia para tirar uma bota. “Só para se refrescar?” Porra. O coração de Jed martelou até sua garganta. Ele precisava cair fora, rápido, mas ainda assim, ele ficou no lugar, deixando Booker usá-lo para se equilibrar. Com uma grosa terrível em seu tom, ele respondeu, “Sim, claro. Eu acho que sim.” Saltando enquanto tirava a segunda bota, Booker deslizou um olhar de lado para Jed, e centelhas mapearam a cor em seus olhos. “É esta a resposta que vou receber o dia todo? Não que eu esteja reclamando.” Booker riu. “Eu gosto quando você diz sim. É só que, se você vai fazer dessa a resposta padrão do dia, eu poderia ter que pensar sobre coisas um pouco mais” — de sua posição meio-dobrada, Booker de alguma forma o examinou de cima a baixo— “interessantes para pedir a você.” Instantaneamente visões de se curvar para Booker e lhe oferecer a bunda encheu a cabeça de Jed. Ele se lembrou do quão certa sua boca se sentia recheada com o pau deste homem também, e se perguntou o quão rápido cairia de joelhos e partiria os lábios se Booker apenas lhe pedisse para fazê-lo. Cada imagem conjurou calor em seu sangue, fazendo sua boca aguar e sua passagem apertar com necessidade. Perto dele, Booker bateu palmas, quebrando o silêncio da tarde. “Oh minha nossa!” Rindo, ele jogou a cabeça para trás e dançou em um círculo rápido. “Você está corando! Eu o fiz ruborizar! É tão atraente!”

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Sério — meio — Jed mordeu o lábio para não sorrir. “Cala a boca.” Ele atirou um dedo para Booker. “Vai se foder.” Mais luz girou no olhar brilhantemente luminoso de Booker. “Sim, tudo bem. Talvez mais tarde.” Ele então tirou as meias e entrou no riacho. A água mal chegava ao meio de suas panturrilhas, mas ele suspirou enquanto caminhava devagar e a salpicava. A visão e o som atraíram Jed, e ele não pôde deixar de tiras suas botas e meias e entrar na água também. Booker o reconheceu com uma inclinação de cabeça, mas do contrário voltou a fazer suas próprias coisas em silêncio. Jed mexeu os dedos dos pés na camada de areia embaixo da água e gemeu quando a temperatura fria trabalhou seu caminho através de seus pés e em suas pernas, esfriando seu corpo. Dando pequenos passos, ele suavemente chutou os pés sob a superfície. A água ondulou ao seu redor em ondas tremuladas. Olhando para o padrão em constante-evolução de ondulações se levantando acima da superfície da água, ele suspirou, e seu batimento cardíaco desacelerou. A atmosfera o embalando em um estado mais pacífico. Mesmo a consciência constante de Booker apenas alguns passos longe, se arrastando através da água em um padrão similar, agia como um bálsamo calmante — como nos muitos dias em que eles trabalhavam lado a lado como um relógio e só contavam um com o outro — em vez de acioná-lo como uma bomba prestes a explodir. Novamente sem falar, Booker vadeou para a beirada do riacho e se sentou em um remendo da grama. Com um olhar para cima, ele prendeu o olhar de Jed na firmeza do dele e o convidou para acompanhá-lo. Como um pombo-correio treinado para sempre retornar a um local, Jed não pôde ignorar a atração entre eles e se sentou perto do homem suado e bonito. Booker bateu em seu ombro com o dele, e eletricidade correu por seu braço e crepitou sua pele com vida. Em um movimento rápido, Booker mergulhou abaixo, deu um beijo em seu braço superior através da camisa, e então puxou duas garrafas de água de seu alforje. Sem palavras, ele lhe entregou uma, abriu a outra para si mesmo, e tomou um longo gole. Suspirando com tal prazer que o som se afundou nos ossos de Jed, Booker bebeu novamente.

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Seco como o inferno também, Jed torceu a tampa de sua garrafa e tomou uma longa tragada. Sua boca e garganta se lubrificaram imediatamente, e ele tomou um segundo e terceiro gole. Ao seu lado, Booker colocou seu chapéu de cowboy de lado e dessa vez despejou a água sobre a cabeça e rosto. Gotas do líquido se agarraram ao seu cabelo e pele, cada pérola da água dançando na luz do sol, e Jed lutou contra o desejo de se inclinar e lamber todas e cada uma de suas bochechas e lábios. Porra. Ao invés, ele tirou o chapéu também e mergulhou a cabeça e rosto na água, ansioso para se refrescar. Depois de limpar o rosto, Booker se deslocou de lado e puxou a perna em uma posição dobrada. “Esta terra é bonita.” Ele protegeu os olhos quando olhou para Jed. “Você não acha?” Enquanto estudava a linha de terra na frente dele, Jed respirou o ar limpo e seco, suspirando. “Ela poderia ter uma manutenção melhor, mas sim, é bonita.” Booker assentiu. “Ela continua até onde o olho pode ver e além.” Cristo, Jed não pôde evitar; Ele respirou fundo novamente. “Seus amigos são pessoas de sorte.” “Jed.” Booker tomou sua mão na dele, e sua voz caiu. “Ela não pertence a meus amigos.” Em um estalo, um terrível escorregão serpenteou pela espinha de Jed, e seu estômago revirou com náuseas. “Mas os cavalos… Você me enganou.” Jed ficou de pé, mesmo quando suas pernas pareciam manteiga derretida. “Eu não entendo.” Booker se levantou. “Espere!” Agarrou seu braço e o segurou no lugar. “Não fuja.” Sua voz falhou como de um menino, e seus dedos cavaram profundamente no braço de Jed. “Dê-me uma chance de voltar atrás e explicar melhor. A terra pertence às pessoas que eu conheço — por enquanto — mas se encontrarem as pessoas certas, eles estariam interessados em vender. Eu gostaria que fôssemos nós essas pessoas certas, Jed. Eu gostaria que fôssemos nós a acordar todos os dias em uma cama naquela pequena casa.” Booker escorregou seu aperto no braço de Jed para entrelaçar suas mãos juntas e implorou com o brilho em seu olhar. “Um dia eu gostaria que nós pudéssemos olhar pela janela e saber que esta é a nossa terra, até onde o olho pode ver e além.”

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Vertigens nublaram a cabeça de Jed, e ele caiu de joelhos. “O quê? Eu não…” Seu coração batia tão malditamente rápido e duro que ele podia sentir a torção em seu intestino e garganta. “O que você fez Potro?” Sem perder tempo Booker caiu de joelhos na frente de Jed. “Nada ainda. Eu sei que estou jogando isso em você do nada, mas eu não sabia como ser delicado. Merda, eu estou fazendo tudo errado.” Booker soltou uma ladainha de outras maldições, mas nunca desviou o olhar e nunca afrouxou o controle em sua mão. “Eu fracassei em como introduzir esta conversa, mas porra, Jed” — Booker limpou a bochecha, coçando o rosto quando fez, mas não conseguiu esconder a umidade enchendo seus olhos — “eu estou com medo de que estou ficando sem tempo com você, e não podia nos deixar onde ficamos ontem à noite. Eu preciso que você saiba que meu coração está… Onde tem estado por um longo, longo tempo. Eu quero que fiquemos juntos. Não apenas foder e nos divertir na cama um com o outro, mas para sempre, atolados até os joelhos, compartilhando uma vida inteira, juntos.” Eu não… O quê? Jed entreabriu os lábios, mas bom Cristo, seus pulmões queimavam tão forte que ele não conseguiu produzir nenhum som. A mão de Booker se agitou terrivelmente na de Jed, mas o homem só projetou o queixo mais duro e apertou a outra em seu pescoço com até mais força. “Eu mandei uma mensagem para você ontem à noite, jurando que só pediria mais uma chance. Esta é minha última chance. Aqui. Agora.” Booker assentiu e tentou um sorriso, mas, ao mesmo tempo, espessura terrível encheu suas palavras. “Eu não quero ferrar com sua cabeça. Não quero ser uma fonte de tormento para você. Não quero ser a coisa que vai rasgá-lo longe de sua família. Este não sou eu. Eu não sentiria nenhuma vitória em tê-lo, se o custo vai machucá-lo demais em outras formas. Mas, Deus, eu te amo.” Visivelmente abalado, Booker puxou Jed de todo jeito, roçou um beijo suave em seus lábios, e então os manteve bem perto. “E acho que conheço seu coração também. Acho que o conheço melhor que ninguém, e é por isso que não consigo parar de imaginar um futuro com você. Um aqui, nesta terra.” Tiro após tiro de adrenalina acionou na corrente sanguínea de Jed, encharcando-o com energia líquida que queimou e depois congelou seu sistema. “Potro.” Jed enfiou as mãos no

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cabelo e puxou com força, desesperado para redirecionar o fluxo de dor perfurando dentro dele para se libertar. “Merda. Eu —” Booker cobriu sua boca com a mão. “Deixe-me falar. Eu preciso ter tudo isso dito.” Ainda de joelhos diante dele, Booker segurou o contato visual e deixou Jed ver direto em sua alma. “Você mencionou que queria possuir uma fazenda de cavalos um dia. Fez esse desejo parecer descartável, mas eu vi seus olhos” — ele pressionou beijos em cada uma de suas pálpebras — “assim eu sei que escondido em algum lugar dentro de você, em um lugar que você não quer que ninguém examine muito de perto, você realmente quer isso. Eu vi através de você embora, porque eu te conheço. Você quer isso, bebê. Você quer esta terra e esta vida da pior maneira. E eu acho que no fundo de seu coração, onde você está com medo de ir” — a voz de Booker apertou com emoção — “eu acho que você quer isso comigo.” Raias de pânico percorreram Jed, doendo-o por toda parte e nublando sua capacidade de pensar. “Isso não pode ser real,” ele argumentou quase incapaz de soltar as palavras. “Não vai funcionar. Dois caras como nós — fodendo e amando — não vai durar, não uma vez que as pessoas souberem sobre nós. Ninguém vai nos dar seus negócios.” “Funcionaria.” O foco de Booker se prendeu em Jed. “Eu acho que aconteceria rapidamente se formos parceiros com o nome Hawkins Ranch e abrirmos uma fazenda de reabilitação de cavalos.” “Hawkins?” Jed mal conseguia ouvir ou pensar acima do zumbido em seus ouvidos. “Os caras do gado?” “Eles têm as mãos em algo muito maior que gado. Você se lembra de Caleb Hawkins? Você o conheceu quando ele veio ver os touros de Marcy ano passado. Ele é dono de uma linhagem no circuito profissional hoje em dia. Você gostou dele. Achou que ele era um bom sujeito. Foi ele quem comprou esta terra, mas está disposto a vendê-la. Ele já possui o trecho ao norte deste lugar. O irmão de Caleb, Cain Hawkins, é dono de uma instalação de reabilitação de cavalos fora de Montana com seu companheiro, um cara chamado Luke Forrester. Eu os conheci pouco antes de vir para o Texas. Eles são fantásticos. Pegam cavalos abusados, reabilita-os, e operam uma fazenda onde as pessoas com necessidades especiais podem vir para montá-los.

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Booker continuou. “Se possuíssemos esta terra, Jed” — ele empurrou os ombros para trás e pareceu ainda mais imponente, não importando que estivesse de joelhos — “nós poderíamos trabalhar com cavalos abusados também, mas poderíamos também nos especializar em trazer os animais do rodeio. Uma vez que os cavalos não pudessem mais se apresentar no circuito, nós poderíamos lhes dar uma nova vida. Cain e Luke gostaram da ideia de fazer algo assim. Se você estiver disposto a treinar com estes caras e deixá-los nos ensinar, eles estão dispostos a considerar uma parceria com a gente e nos deixar usar o nome Forrest-Hawk.” Parando por um instante, Booker piscou, e redemoinhos escuros de pinho de repente nublaram seu olhar. “Moisés está em seu último ano com a turnê, e nós dois sabemos disso. Ele não está mais resistindo como costumava fazer. Se fizermos isso, nós poderíamos comprá-lo e treiná-lo. Você poderia sempre tê-lo por perto. Muito melhor, crianças e adultos que do contrário não poderiam montar, iriam poder vir para cá e montar Moisés e outros cavalos como ele, e ter uma chance de conhecer a paz e alegria que sentimos quando estamos nas costas de um desses incríveis animais. Você não quer isso?” “Mas…” Escuridão afiou seu caminho em Jed, sufocando suas entranhas, e empurrando sua pulsação para velocidade hiper. “Mas —” Booker cobriu sua boca novamente. “Nossos clientes viriam até nós, boca a boca, através da Forrest-Hawk Rehabilitation Farm. Cain e Luke formam um casal abertamente gay, e seus negócios estão crescendo. Por falar nisso, Caleb vive com um homem também. Nenhum de seus clientes se importou, ou se o fizeram, eles certo como o inferno não deixou isso interferir com os negócios. Nós poderíamos estar em aberto, como eles, e ainda encontrar sucesso com os cavalos. As pessoas não se importariam com nós mais do que fazem esses homens.” Booker agarrou os braços de Jed, desespero tátil zumbindo através do contato contundente. “Nós poderíamos ter nossos cavalos, e poderíamos ter uma vida juntos. A parte mais difícil é você dizer sim. A outra — passar por um teste e treinamento com Cain e Luke em Montana, deixando-os nos julgar e a nossa capacidade, de parceria com eles, até que estejamos completamente prontos para possuir o negócio — isso tudo será como respirar para você, se você simplesmente puder se deixar dizer sim.”

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Jed procurou, e procurou, e procurou, mas não conseguia encontrar a luz. “Eu não...” Ele estava ajoelhado na frente de um homem cheio de vida brilhante, mas se encolheu. Não conseguindo manter os ombros eretos sob o peso terrível da escuridão pressionando sua alma. “Não. Isso não pode funcionar.” Jed doía para deixar entrar a luz, mas não sabia como fazer boas palavras se formularem em sua boca. “Não vai funcionar.” “Poderia se você quisesse. Você nunca teve medo de trabalho duro, não em todos esses anos que te conheço. Coloque suas mãos nesta terra, Jed.” Booker esmagou os dedos na parte de trás de sua mão e forçou seus dedos no fundo da terra. “Sinta essa terra e grama. Cave seus dedos dentro dela.” Espalhando a mão em cima da de Jed, ele enfiou seus dedos entrelaçados profundamente sob a terra. “Sinta que deveria ser nossa. Você pode sentir isso, certo?” Si — O acordo estava quase lá, quase em sua língua. Tentáculos de perfeição se enrolando em volta dos dedos de Jed, amarrando-o a esta terra na forma mais doce e pungente. Escondidos naqueles tentáculos, porem, pequenas garras se agarraram a ele também, rasgando suas entranhas em pedaços. “Eu-eu…” “Nós podemos ter este lugar, bebê. Está ao nosso alcance.” Com as mãos sujas, Booker as correu por todo o peito, ombros, e braços de Jed, como se sua camisa não existisse, marcando-o com este pedaço de terra. “Lá atrás, desde o primeiro pagamento que obtive por caminhar com o cachorro do vizinho, eu tenho dinheiro guardado, e eu sei que você também tem. Juntos, nós temos uma boa quantia. Podemos juntá-los para comprar esta terra. Ela pode ser nossa. Nós podemos arrumar aquela pequena casa, que poderia ser nossa também. Eu amei o rodeio, e nunca vou me arrepender nem um minuto, porque ele o trouxe para minha vida. Mas agora eu estou pronto para algo diferente. Agora eu quero ter minhas coisas em um lugar. Porra,” — Booker riu, e seu sorriso torto competiu com a habilidade do sol iluminar o céu — “eu quero poder realmente ter coisas. Mais do que podem caber em algumas caixas. Eu quero um lugar que tenha um quarto extra para que eu possa convidar minha irmã para visitar e não ter que colocá-la em um motel. Você pode fazer o mesmo com Lyle e Meg, e sua mãe. Eu quero voltar para casa para o mesmo lugar e a mesma pessoa toda noite, e saber que estou seguro e que a terra é minha, e que o homem é meu também. Eu quero você, Jed.” Com seriedade enchendo sua voz, Booker

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desenhou linhas no rosto de Jed com os dedos, marcando-o com ainda mais sujeira, e fazendo sua alma gritar, onde estava presa na escuridão de uma noite sem fim. “Eu quero voltar para casa para você, nesta terra, todas as noites, para o resto de minha vida. Você pode honestamente me dizer que não quer isso também?” Booker o arrastou para ele e os colocou testa-com-testa, onde Jed não conseguia desviar o olhar. “Pode?” Quebrando em todos os lugares por dentro, Jed sussurrou, “Eu-eu quero. Eu faço.” “Então, aceite isso, bebê.” Em seguida, muito perto, Booker colocou os braços ao redor da cintura de Jed e deu um beijo no alto de sua bochecha. “Diga sim e me ajude a torná-la nossa.” Insuportavelmente lotado por Booker, a temperatura fervente do dia não o penetrando nem mais um pingo, Jed começou a tremer de frio. Mesmo faminto por escavar profundamente naquele calor, golpes de escuridão rasgaram através de seu núcleo, e ele se arrancou de seus braços. “Eu não posso.” Jed quebrou por dentro. “Eu não posso.” Booker se empurrou na frente de Jed novamente, assumindo seu espaço pessoal. “Por quê?” Com olhos arregalados e boca comprimida, Booker sacudiu Jed duro. “Por favor, Jed.” O apelo jorrando por todos os poros de seu ser e contaminando o ar. “Diga-me por que.” “Porque eu não posso!” O final dividiu Jed ao meio e o rasgou em dois, cortando-o aberto para Booker ver. “Se eu disser sim, a escuridão vai acabar por vir para sempre. Eu não posso me deixar viver em uma casa com você, compartilhar uma cama com você todas as noites, e construir uma vida com você. Eu não posso me deixar precisar de você dessa maneira. Eu entrarei tão fundo, que depois, quando você me deixar” — Jed sugou o ar quando a faca perfurou um buraco direto em seu coração — “meu mundo vai ficar negro, e eu vou morrer. Eu não vou conseguir sobreviver. Eu vou ser como minha mãe, assim como Lyle disse. Mas serei ainda pior, porque eu nem sequer tenho filhos para me impedir de meter uma bala na minha cabeça quando a perda me atingir e me cortar para o chão. Eu não vou ser capaz de aguentar quando você decidir que não pode me amar ou viver comigo mais. E eu sei que você vai. Eu sinto muito.” Jed mal podia falar através do aperto em sua garganta. “Você tem que me deixar ir.”

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Eviscerado, Jed se atirou de pé e correu. Ele bateu a terra sob seus pés descalços, rezando por um milagre. Atrás dele, Booker gritou seu nome, o grito alto o suficiente para fazer as árvores ao longe tremer. Jed chutou sua corrida para um nível mais alto, mas em segundos Booker o ultrapassou e agarrou. Ele envolveu seu meio e lutou com Jed para o chão. Sob Booker, Jed sentiu a vida sangrar fora dele, e deixou-se ficar mole. Afundando-se na terra onde um dia ele ia morrer. Sozinho.

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Capítulo Dezenove Sob Booker, Jed amoleceu, e o coração de Booker contraiu mais firmemente do que quando Jed tinha fugido de seu trailer. Porra, bebê. Não desista. Não agora. Booker o sacudiu. “Jed.” Quando o homem não respondeu, ele freneticamente o rolou. O vazio vítreo do olhar prata pateta de Jed o esmurrou e perfurou seu coração. “Jed, fale comigo.” Depois de puxá-lo de joelhos, Booker tomou o rosto do homem nas mãos e o segurou perto. “Você não pode realmente acreditar que eu vou te deixar.” Booker deu um beijo em sua testa, desesperado para puxá-lo de volta à realidade. “Bebê, me levou quatro anos para tê-lo. Eu conto com desfrutá-lo e agradecer a Deus por ter me dado você pelo tempo que nós dois ficarmos nesta Terra. Eu não vou te deixar.” Booker segurou a cabeça de Jed e forçou o contato visual entre eles. “Diga-me por que você até pensaria em algo assim.” Jed desviou o olhar, mas não antes da luz do sol refletir a umidade enchendo seus olhos. “Eu não posso.” “Diga-me!” “Porque a mesma maldita coisa aconteceu com minha mãe! Minha mãe não pensou que meu pai fosse deixá-la, mas ele fez.” Enquanto Jed compartilhava, um horrível arranhão infantil em sua voz cortou o ar quente em torno deles. “Ela não se casou com ele acreditando que ficaria tão sozinha. Mas foi o que aconteceu. Quando minha mãe era mais jovem, ela era bonita e inteligente, mas quieta e introvertida também, e dedicada a ter uma família. Ela era maravilhosa, mas toda aquela bondade não conseguiu manter meu pai de se desviar, ou beber, ou se afastar de nossa casa.” Ele continuou. “E eu sou igual a ela!” Uma luz assustadoramente brilhante encheu seus olhos. “Quando eu era criança, antes de começar a viajar com a turnê, muitas pessoas me diziam o quanto eu parecia com meu pai, mas que eu era filho da minha mãe por inteiro. Eu ouvi as palavras, mas nunca processei as informações. Eu sou um homem, e então concentrei todos os

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meus esforços em lutar contra o sangue dele que corria em mim. E o tempo todo, eu totalmente ignorei o quanto do DNA dela formara quem eu me tornei.” Jed bateu a umidade dos olhos, e sua voz caiu para um sussurro. “Até Lyle me disse e me lembrou disso ontem à noite.” Com o coração dividido ao meio, Booker usou a camisa para limpar o rosto de Jed. “Bebê, não se culpe desse jeito.” A bainha de sua camisa agora uma bagunça, ele mudou para limpar os olhos de Jed com os polegares. “Você não é como sua mãe.” Explodindo com animação, Jed bateu as mãos de Booker longe dele. “Mas eu sou!” Ele subiu para trás em uma caminhada de caranguejo. “Você não vê? Eu trabalho com todos os caras no rodeio, mas diferente de Marcy e você, nenhum deles são amigos. São apenas conhecidos. E você sabe por que é assim? Você já parou para pensar nisso? Eu vou te dizer. É porque eu quase nunca saio e me socializo. Eu não deixo as pessoas me conhecerem. Eu não gosto desse tipo de coisa. Eu não me sinto confortável com as pessoas sabendo quem eu sou e como me sinto sobre tudo. Mas, ao mesmo tempo, eu julgo essas mesmas pessoas e não tenho nenhuma paciência com a maioria delas.” Jed enfiou seu dedo em Booker. “E todo esse tipo de merda, é o mesmo que faz minha mãe.” Jed esfregou a mão através do cabelo, e a sujeira e suor lá deixaram túneis profundos nos fios espessos. “Inferno, a única razão pela qual eu posso ter tido mais alguns amigos na turnê foi por sua causa. Quando você se tornou meu parceiro e companheiro de quarto, e uma vez que tinha passado sua timidez, foi você quem saiu lá fora, conhecendo todo mundo e os deixando conhecê-lo. Todos te amaram. E por causa disso alguns deles precisavam saber um pouco sobre mim — porque você os fez me darem uma chance. Antes de tê-lo” — por um instante, Jed sorriu e tocou seu rosto — “a maioria desses caras achavam que eu era um idiota. Eles claramente viam minhas falhas e me mantinham no comprimento do braço. Você sabe que é a verdade.” “Não, eles não fizeram.” Booker agarrou a mão de Jed para mantê-los conectados. Um oceano inteiro o puxando cada vez mais longe; e ele não se atrevia a deixá-lo ir. “Eles não fazem.” “Eles fizeram.” “Não,” Booker insistiu. “As únicas vezes raras que alguém já questionou seu comportamento foi quando você bebeu.”

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“Você vê!” Jed empinou como um animal chutado. Suas pupilas dilataram tanto que suplantaram toda a cor pálida, e Booker quis bater-se por dar a ele mais munição com a qual se atirar. “E eu nem sequer bebia perto deles! Duas cervejas; e eu fico tão fodidamente desagradável que as pessoas nem conseguem ficar perto de mim. Você vai ficar de saco-cheio por alguma coisa comigo, e logo vai decidir que eu não sou lá um grande prêmio, afinal. Você já viu como sou quando me deixo sucumbir pela bebida, e você não gostou. Se acontecer novamente, você vai acabar partindo para encontrar alguém que seja mais doce e mais aberto, e que possa segurar seu caminho contra a bebida melhor do que eu. Eu sei disso.” “Jed, isso é loucura falar.” Bom Deus, Booker coçava para sacudir Jed até que seus dentes batessem, tanto quanto doía por arrastá-lo nos braços. “Olhe para mim.” Ele se agachou na frente de onde Jed se ajoelhava, mas se conteve para não tocá-lo, não querendo assustar o cara ainda mais. “Ouça-me. Bebê, eu já tenho vivido com você por quatro anos. Como é possível que você ache que eu já não conheço todas as facetas de sua personalidade? Eu amo cada pedacinho de você, até as partes quietas e solitárias. Eu gosto do quanto nos encaixamos bem. Você tem pontos fortes em lugares onde eu sou fraco, e eu sou mais confortável fazendo algumas das coisas que você teme. É por isso que nos equilibramos tão bem.” Booker não conseguiu evitar, agarrou as pernas de Jed e apertou. “Você não vê?” Jed sacudiu a cabeça com veemência, e lágrimas riscaram suas bochechas sujas. “Você diz isso agora, mas ser um companheiro de quarto é diferente de namorar ou ser casado com alguém. Dê a nós alguns anos, e vai chegar um ponto em que você não vai mais tolerar minha natureza, e vai me deixar. E inferno” — terrível tristeza cauterizou o sorriso horrível de Jed — “Eu até vou entender. Mas isso ainda vai me quebrar, assim como o comportamento e morte do meu pai fez a minha mãe. Eu tive um gostinho dessa profundidade de desolação, ao me abrir a esta relação sexual com você. Estar com você já tem me ferrado bem ruim.” Ele continuou. “Sempre que eu me deixo sonhar em ter uma vida com você, eu acordo com pesadelos intermináveis de noites frias e escuridão não conseguindo encontrá-lo. Nessas visões… Cristo, Potro.” Tremor tomou o lugar das lágrimas de Jed, e a visão perfurou poderosamente o coração de Booker. “Nesses pesadelos, eu volto para casa um dia, para um

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lugar exatamente como este, e você se foi. Eu estou sozinho, e é demais. Eu não posso jamais me ver amar, ou confiar, ou estar com qualquer outra pessoa — assim como minha mãe não pôde — e em minha cabeça e meu coração é tudo demais para tomar. Em minhas fantasias de nós, quando você parte, eu sou incapaz de seguir em frente.” “Aqui está o problema com o seu cenário,” Booker disse quando uma dose saudável de irritação se misturou com o aperto em seu intestino pela dor e confusão de Jed. “E eu quero que você pare de pensar no próximo argumento que vai fazer e, ao invés, apenas ouça o que estou dizendo.” Jed entreabriu os lábios, e Booker bateu a mão sobre sua boca. “Não. Apenas ouça.” Para suavizar o golpe, Booker esfregou os dedos em seu queixo. Quando o homem tremeu de leve novamente — definitivamente não de medo dessa vez — Booker sorriu para ele. “Aqui está à coisa,” ele começou de novo. “Você pode insistir que é como sua mãe, e embora eu discorde dessa visão que você tem de si mesmo, eu não vou brigar sobre isso agora. Mas neste mesmo cenário, você está me colocando no papel de seu pai e, bebê, eu não sou como seu pai, de maneira nenhuma, forma, ou figura. Eu nunca vou te enganar. Merda” — Booker riu, com o som alto e apertado — “eu era virgem até a noite no trailer. Você estalou minha cereja, Jed. Eu passei todos esses anos sonhando em como o sexo seria, mas nunca inteiramente agi sobre isso, porque, para mim, se não pudesse ser com você, então eu não queria que acontecesse.” Agachado na frente de Jed, Booker agarrou sua nuca e forçou sua cabeça a permanecer elevada. “Aqui estão algumas das verdades mais básicas para você colocar em sua cabeça, junto a estes cenários apocalípticos que você tem criado para nós: Eu não vou, de repente, me tornar um bêbado. Isto não é quem eu sou também. Você me conhece há bastante tempo agora. Você já me viu lidar com meus problemas com drogas ou álcool? Já me viu ter um dia ruim, voltar para casa e dizer, O que eu realmente preciso agora é encher a cara, assim eu posso esquecer tudo?” Quando Jed não respondeu de imediato, Booker o sacudiu. “Já viu?” Jed sussurrou gutural, “Não.” Ele enrolou a mão no pulso de Booker e agarrou forte o suficiente para cavar até o osso. “Você nunca fez.”

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“Isso mesmo.” Agarrando-se a Jed também, Booker roçou um beijo em seus lábios rígidos, desesperado para ver este homem sorrir de novo. “E eu nunca vou, porque não é minha natureza. Quando eu tenho um dia ruim, o antídoto para mim é encontrá-lo, sair com você. Eu sei que apenas vê-lo vai me fazer sorrir. Quando estamos juntos, meu coração se aquece e chuta acima alguns entalhes, e eu me lembro de que você é a única coisa verdadeiramente importante em meu mundo. Todo o resto pode ser deixado na porta e resolvido de manhã.” Jed começou a se inclinar, mas no último segundo selvageria assumiu seu olhar, ele recuou e sacudiu a cabeça. “Não. Você pensa isso agora, mas eu vou ficar ainda mais malhumorado quando ficar mais velho, e vou eventualmente empurrá-lo a ir embora. Eu sei.” “Você não vai.” “Eu vou!” Jed puxou de volta com todo seu corpo, mas Booker segurou. Em sua segunda tentativa de se afastar, ele os mandou direto para o riacho. A cabeça de Booker atingiu o leito arenoso do riacho, e pontos de dor dispararam por seu crânio. A água entrou em seu nariz também, e seu aperto na camisa de Jed começou a afrouxar. Não. De jeito nenhum. Agora não. Depois de lutar para ficar de joelhos, Booker parou apenas tempo suficiente para cuspir a água do riacho. Então puxou Jed de volta para ele. Em seu rosto, ele disse ao homem, “Pare com isso. Agora.” Água escorria por Jed também, listrando a sujeira que permanecia em seu rosto e o fazendo parecer uma criança assustada. Ignorando a braçadeira comprimindo ao redor de seu coração nesta visão, Booker endureceu a espinha. “Você não vai me levar a deixá-lo. Nunca. Não importa o que você faça agora ou em um ano, ou até em vinte anos. Inferno, se eu fui capaz de ficar com você nestas últimas semanas, eu serei capaz de amá-lo por qualquer coisa.” “Você não vai. Eu não sou… Amável desse jeito. Não para sempre.” Com água escorrendo por toda parte, Booker não conseguia distinguir entre ele e as lágrimas escorrendo pelo rosto de Jed. A palidez e o olhar de cervo-pego-nos-faróis, porém, eram cristalinos. Seu intestino torceu, mas ele empurrou abaixo o grito triste apertando sua garganta

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para sair. Jed precisava dele mais do que nunca. Se ele queria este homem, agora era a hora de pegá-lo. Ele tinha que encontrar seu AS no jogo e não piscar nem uma vez. Suavemente, ele limpou a umidade do rosto de Jed, empurrou as mechas encharcadas de sua testa, e segurou seu queixo duro e teimoso. “Que tal isso como um compromisso? Se está tão certo de que há algo venenoso dentro de você que vai me repelir… Se neste momento, aqui, você realmente não pode acreditar que é especial o suficiente para capturar meu amor e devoção completa… Então, por hoje, não acredite em si mesmo. Deixe ir. Ao invés, acredite em mim. Tenha fé em mim.” Ele continuou. “Olhe em meu coração e saiba que eu não sou seu pai. Eu não sou um homem fraco. Eu não vou me desviar ou afastar quando as coisas forem fáceis ou quando ficarem difíceis. Você pode me testar.” Booker riu de novo, revirando os olhos, suas emoções transbordando. “Você já tem, mas pode fazê-lo de novo se é isso que precisa. Eu sempre vou enfrentar qualquer desafio que você atirar em mim, e vou sempre ultrapassar. Dê-me uma chance de provar minha lealdade e amor por você. Acorde comigo naquela pequena casa todos os dias. Todas as manhãs, antes de abrir os olhos, sinta-se livre para dizer a si mesmo, Hoje é o dia que Potro não vai estar deitado ao meu lado. Depois de fazer isso, eu quero que você role, me veja dormindo na cama ao seu lado, e prove a si mesmo que estava errado. Num determinado momento, você vai ficar doente de fazer isso, porque eu sempre vou estar lá. Nesse momento, você vai parar de prender o fôlego todas as manhãs antes de olhar para mim, porque finalmente você vai saber em seu coração que vamos ficar juntos para sempre. Quando isso acontecer, você acreditar em si mesmo e em mim. Mas bebê” — Booker limpou o rosto de Jed novamente, acariciando-o por toda parte, implorando com seu toque, como também com sua voz — “você tem que estar disposto a deixar ir o suficiente, agora, para me dar essa chance. Você tem que olhar em sua alma e acreditar que você me conhece, e que não faz mal colocar seu coração em minhas mãos. Você pode fazer isso? Você pode pegar minha mão?” Palma para cima, Booker estendeu a mão em oferta, uma oração por um futuro vivendo em cada um de seus dedos. “Você pode sair dessa borda e confiar que eu sempre vou te pegar?” Com a mão ainda aberta, esperando, Booker se trancou no medo gravado em cada linha rígida

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do corpo de Jed, processando, e não piscou quando examinou a tempestade furiosa em seus olhos. “Eu te prometo, Jed, eu sempre vou te pegar.” Sua voz quebrou, mas ele não se importou, mostrando sua vulnerabilidade com orgulho. “Sempre. Acredite em mim, Jed. Acredite em nós.” Booker mexeu os dedos. “Por favor.” “Eu não…” Jed estendeu a mão, mas não tocou. Ele pairou os dedos a centímetros dos de Booker, ali bem perto, mas com um abismo ainda escancarado entre eles. E olhou para Booker. Bordas de escuridão nublavam seu olhar, e sua mão tremia. “Estou tão assustado, Potro.” Uma grosa cortante colocava linhas irregulares em seu tom. “Eu quero, mas não sei como deixar ir. Talvez minha mãe seja muito falha para ter um homem a amando até às profundezas de sua alma.” Sua voz quebrou terrivelmente. “E talvez eu seja falho assim também.” Booker imediatamente sacudiu a cabeça. “Não. Eu não acredito nisso. Eu não acredito que sua mãe tenha feito nada para merecer o que seu pai fez com ela. Mas, ainda que por alguma razão torcida eu pensasse que ela tenha tido falhas fatais que fizeram seu pai ser infiel a ela, não significa automaticamente que eu acredito que você tem os mesmos problemas e que são merecedores de serem tratados tão terrivelmente também. Você continua falando sobre sua ascendência e linhagem, como se você fosse um cavalo de corridas e que seu sangue é a única coisa que determina seu valor. Mas você não é, e nunca será. Você é uma pessoa. Sua linhagem não importa para mim. Eu não te escolhi porque estou tentando apostar em um vencedor no futuro. Eu te escolhi porque você já é um. Você é rude e gosta de cara-feia, mas você é tão gentil, e é tão paciente, e é leal, e trabalha com uma paixão incomparável pelos cavalos que você adora tanto. E, Deus, você sabe como amar. Eu me importo com tudo isso. A vida que você viveu até agora, e a que você continuar a viver todos os dias — é que é o seu legado. Isso é quem você é. O DNA não importa. Não para mim.” Com sua alma rasgando por este homem, Booker engoliu o nó na garganta e ignorou o zumbido em seus dedos lhe dizendo para agarrar Jed e nunca deixá-lo ir. “Eu sei que você está com medo de confiar em seu valor. Mas eu estou aqui. Eu sempre vou estar aqui. Sempre que esse medo tomar conta de você, nós vamos nos dar as mãos, e vamos nos agarrar juntos. Mas, para isso, primeiro você tem que colocar sua mão na minha. Assim é como você me deixa entrar.

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Quando você nos sentir conectados assim, você vai saber em seu coração que, juntos, nós sempre ficaremos bem.” Seus dedos agora a meros centímetros de se tocarem, Booker apunhalou o resto do caminho através de seu coração e deixou Jed ver o sangue fluindo somente para ele. “Pegue minha mão, Jed. Não pense sobre isso. Apenas pegue minha mão agora.” Por um instante, o tempo parou entre os homens, mil possíveis futuros suspenso no ar, e cada caminho em potencial baseado no próximo passo de Jed. Certamente, em tempo real, apenas momentos se passaram, mas para cada um, onde Booker prendeu o fôlego, uma eternidade para além cortava golpes em sua alma. Então, um soluço miserável atravessou Jed e rasgou o céu da tarde. Ele sussurrou gutural, “Sim,” e se lançou — dessa vez, direto nos braços de Booker. “Sim. Eu quero isso e você. Sim.” Batendo a boca na de Booker em um beijo rápido e contundente e dizendo novamente, “Merda, Potro. Sim. Sim.” E o beijando por sua própria vontade — o gosto mais doce que Booker já experimentara. Finalmente, ele agarrou a mão de Booker e segurou seu futuro também. “Sim.” No segundo em que Jed entrelaçou os dedos com os de Booker, dor acolhedora o cortou até o núcleo. Booker chorou um grito animalesco e incoerente. Jed capturou sua boca e tomou o soluço angustiante em seu corpo. Ao invés de se afastar da explosão de emoções, Jed absorveu os sentimentos de Booker e ficou no lugar. Booker rachou ao meio, com o tipo de dor que ele vinha rezando ter há anos — a melhor e do tipo mais amoroso. Ele agarrou a cabeça de Jed e se perdeu na umidade brilhando nos olhos do homem. “Meu bebê. Meu Jed.” Apertando beijos urgentes por todo seu queixo duro, Booker curtiu cada cerda de sombra de barba por fazer raspando seus lábios. “Obrigado por confiar em mim com seu coração. Eu nunca vou quebrá-lo.” Jed se agarrou a ele com igual desespero. Entre beijos e tremores, confessou, “Eu quero esta terra e esta vida com você. Eu te amo tanto, Potro.” Ele segurou o rosto de Booker em troca, e a força em seus dedos inchou o valor de um oceano de uma nova esperança na alma desfiada de Booker. “Eu quero trabalhar, dormir e fazer amor debaixo deste céu com você.” Acariciando seu

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rosto com as mãos ásperas e incríveis, Jed finalmente lhe deu um pequeno sorriso; não foi muito, mas, porra, foi real, e Booker nunca tinha visto nada mais empolgante. “Eu te amo. Para sempre.” Quase sem voz, Booker sussurrou de volta, “Eu também te amo.” Inclinando-se, ele roçou seus narizes e testas juntas. “Eu tenho sempre.” Apegando-se a ele, Jed pastou os lábios nos de Booker de novo e de novo. “Você é meu. Eu não sabia disso, mas acho que tem sido desde o segundo em que olhei para você, naquela noite em que nos conhecemos tantos anos atrás,” — misturada à intensidade queimando no olhar de Jed, uma centelha de repente apareceu — “quando você estava usando aquele chapéu de cowboy novíssimo em folha e botas, todo brilhante e pronto para provar a si mesmo ao mundo do rodeio.” O rosto de Booker aqueceu, mas ele riu pela memória embaraçosa. “Eu me senti atraído por você naquele momento, naquela mesma noite.” Booker segurou Jed, seu peito doendo, e ele ficou sério. “Deus, como eu queria ser um cowboy. Eu rapidamente descobri que eu o queria ainda mais, muito.” Pensando atrás ao longo desses anos de viver tão intimamente com Jed, sem jamais deixar-se acreditar que eles poderiam ter uma intimidade verdadeira, Booker tremeu. “Eu fiz bem em me tornar o primeiro, mas nunca ousei me deixar esperar pelo segundo.” “Você é o cowboy mais real que eu já conheci.” Jed enrolou a mão em seu pescoço e deu um beijo no alto de sua bochecha. “E você me tem agora.” Num piscar de olhos, ele estremeceu ainda mais forte do que Booker tinha. E esmagou os dedos em sua nuca com força brutal. “Cristo, porém. Eu estou apavorado, e meu coração está disparado, da forma que sempre costuma fazer para me sinalizar que eu deveria correr.” Em vez de se afastar, dessa vez, ainda no riacho raso, Jed o arrastou rente a seu corpo. “Eu preciso de você.” Com movimentos cheios de energia frenética, ele raspou a boca contra a de Booker e puxou a fivela de seu cinto aberta ao mesmo tempo. “Faça o medo ir embora. Faça amor comigo” — sem conseguir seu jeans totalmente aberto, ele enfiou a mão dentro e esfregou asperamente seu pau — “e faça tudo, menos você desaparecer.” Antes que Booker pudesse responder, Jed mordeu seus lábios e acariciou seu comprimento sem gentileza. Em resposta imediata, Booker amaldiçoou, tanto pelo desconforto

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quanto pela corrida rápida de sangue para seu pênis. Cada poro do corpo de Jed sangrava desespero e necessidade, e Booker respondeu à chamada de conexão como se Jed tivesse dedos experientes e estivesse dando punhetas toda sua vida adulta. “Sim.” Dessa vez Booker deu a Jed aquela palavra perfeita que ele tão claramente precisava ouvir. “Sim.” Ele rasgou a camisa de Jed, estalando os botões fora no processo, tão ansioso para tomá-lo novamente quanto Jed estava faminto para ser tomado. Jed gemeu em troca. Puxou a mão da calça de Booker para rasgar sua camisa aberta enquanto Booker dizia densamente, “Eu te quero agora mais do que qualquer coisa também.” Tecido se rasgou quando cada homem voou para o outro em um beijo violento, nem prestando atenção enquanto freneticamente removiam a camisa um do outro e a jogava na margem do riacho. Então, torsos descobertos, por um instante roubado, eles quebraram o beijo frenético. Ambos se deteram completamente imóveis, apenas o peito subindo e descendo a cada respiração ofegante que tomavam. O olhar de Jed estalava com rajadas de fogo de mercúrio, e sua boca dura já segurava uma pitada de aguilhão vermelho dos beijos que compartilharam. Para Booker, a cada rápido segundo que ele olhava para este belo homem pouco convencional — o olhar de Jed cheio de tão aberto e intenso amor e necessidade — seu eixo engrossava com bondade intolerável contra seu jeans solto. Quanto mais Booker olhava, mais duro seu pau ficava. A ponta empurrou fora do cós de sua cueca, a cabeça já vermelha e escorregadia com ejaculação precoce. Diante dele, as narinas de Jed chamejaram, e ele chupou na borda de seu lábio inferior. Então, com a mão trêmula, Jed alcançou e esfregou o polegar sobre a fenda profunda dividindo a cabeça de seu pênis. Booker estremeceu, e seu pau empinou como se para alcançar a mão de Jed. Porra. Booker jurava por Deus que sentiu o roçar leve de contato penetrar todo o caminho através de seus ossos. Olhando abertamente, Jed o tocou novamente. Dessa vez enrolando a mão em volta da espessura e acariciando o comprimento completo. Em reação imediata, Booker gemeu baixinho, e outra pérola gorda de semente precoce borbulhou de seu núcleo.

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Booker silvou, arreganhando os dentes. “Tão bom, demais.” Arrastando Jed rente a ele e pregando suas testas juntas. “Fora da água,” ele ordenou, com seu desejo por este homem tirando o melhor dele rápido. “Agora.” Murmurando seu acordo, Jed, ao invés, mergulhou e capturou sua boca, beijando-o como se nunca fosse ter outra chance. Porra, sim. Com sangue correndo loucamente em direção a seu pênis, Booker o beijou com tudo nele também. Afundando a língua em sua boca e saboreando o calor de mel de seu homem. Jed capturou sua língua e a chupou em troca, gemendo como se sugasse o néctar da vida. Entrelaçados, bocas fundidas, Booker e Jed puxaram e empurraram um ao outro, tropeçando em movimentos distraídos. De alguma forma, como uma unidade, eles se arrastaram para a margem do riacho. Booker caiu de costas com Jed esparramado em cima dele. Seu peso e calor perfeitos, Jed era tudo que ele queria em seus sonhos mais secretos sobre encontrar o amor com outro homem. Nessas fantasias, Booker sempre imaginara se espalhando aberto em boas-vindas, desesperado por ser reivindicado. E Deus do céu, uma parte dele agora doía por Jed enchê-lo com potência até que nem mais um centímetro de seus corpos pudesse se fundir em um. Ao mesmo tempo, porém, o pensamento de satisfazer as necessidades de Jed bombeava testosterona extra para seu sistema, inundando-o com um desejo poderoso de dominar e possui-lo, até Jed não saber de nada além do corpo, voz e toque de Booker. Agressão governando seu tom e ações, ele agarrou a mão de Jed, empurrando-a entre seus corpos, e a segurando contra seu pênis. Ele forçou a palma de cima a baixo pelo comprimento de seu pau e deu seu comando em um tom cru. “Monte-o duro.” Ele guiou asperamente a palma de Jed ao longo de todo o comprimento de seu pau, fazendo o homem sentir a rigidez e entender suas necessidades mais básicas. “Monte-o como se fosse o melhor cavalo resistindo na turnê.” Fazer um pedido tão incomum em voz alta despertou outro nível de paixão em Booker, e em resposta ele vazou mais pré-semem na mão de Jed, alisando sua palma para o trabalho. “Tome tudo que você pode aguentar até nós dois gozarmos.”

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Jed estremeceu em cima de Booker. Através da calça, seu pênis cutucou forte na coxa de Booker. “Merda, sim.” Seu olhar reluziu com partículas de prata. Ele puxou o jeans de Booker até as coxas e libertou totalmente sua ereção, energia frenética governando suas mãos. “Eu te amo tanto.” Booker enfiou os dedos no cabelo úmido de Jed e o arrastou para perto. “Eu sei,” ele disse contra seus lábios, e então sorriu maliciosamente contra eles também. “Agora fôda meu pau bom e rápido” — ele revirou os quadris, deliberadamente esfregando seu eixo com mais força nos dedos de Jed — “antes de nós dois entrarmos em combustão.” Cerrando os dentes, Jed gemeu e apunhalou seu pau mais duro contra a perna de Booker. “Porra, Potro. Eu amo o quão sujo você é.” Ele raspou os dedos por seus culotes, empurrando o tecido molhado no caminho. “Eu quero que você me fôda no chão também.” As calças de Booker se agruparam em seus joelhos. Com outra maldição sibilante, Jed ficou de joelhos, cuspindo faíscas pelos olhos. “Droga. Ajude-me a tirar seu jeans totalmente.” Ele se mexeu para trás e começou a puxar nas aberturas dos pés. “O meu também.” Jed puxou a calça de Booker, e no primeiro arraste do tecido molhado, o denim apertado rasgou os cabelos finos em suas pernas. Rapidamente Booker começou a se mexer por sua conta e assumiu o controle. “Você tira o seu” — ele olhou para o jeans de Jed, também úmido e colado ao corpo — “e eu tiro o meu.” Assentindo, Jed trabalhou o botão e zíper da calça mais rápido do que qualquer coisa que Booker já testemunhara. De fato, ele deslizou as mãos dentro do cós e empurrou a calça e cueca até os joelhos antes mesmo de Booker ter a chance de se mover. Seu pênis longo e talhado se esticou para fora, vermelho e orgulhoso, expondo suas bolas suavemente peludas. Booker engoliu em seco. Jed então mudou de um joelho para o outro a fim de conseguir sua calça fora o resto do caminho, e o movimento deu o pontapé-inicial em Booker à ação. Ele puxou uma perna livre e então se curvou desajeitadamente na cintura para chegar à outra. No momento em que se despiu completamente, Jed também já estava nu. De joelhos à sua frente, Jed criava uma imagem atordoante com o riacho e terras se alastrando atrás. O sol batendo nele destacava sua pele bronzeada, as linhas esculpidas de seu

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corpo, e as sombras de caramelo quente em seu cabelo castanho claro. Embora visivelmente mais magro de sua espiral de duas semanas de bebedeira e falta de higiene pessoal, ele ainda possuía cordões de músculos afiados em seus ombros e peito, uma cintura mais estreita afilando para um estômago plano, e bíceps e tríceps — com menos volume, mais ainda definidos agora — exibiam braços de aço. Os pulsos permaneciam fortes — Booker sabia disso pelo trabalho físico e tratamento com os cavalos que o homem tinha feito todos os dias por tantos anos. Essa força nunca iria diminuir — e cada um dos calos em suas mãos só acrescentava à sua beleza única e rígida. As coxas que poderiam segurar um cavalo sem o auxílio de uma sela fez Booker se lembrar do quão bem poderiam segurar um homem também, e ele tragou a súbita explosão de saliva em sua boca. Booker piscou e ergueu o olhar para Jed. “Porra, Jed.” Um momento atrás aguado, sua boca agora estava seca como um deserto, e ele teve dificuldade em falar. “Você é uma visão de beleza e puro sexo infiltrado.” Jed sacudiu a cabeça. “Nem perto. Não como você.” Todos os ângulos contundentes de seu rosto do Jed pareceram especialmente brutais neste momento, mas a clareza em seu olhar penetrante convidava uma pessoa a ver dentro de sua alma. “Jesus, Potro.” Jed limpou a boca, e sua mandíbula flexionou descontroladamente. “Eu nunca conheci uma pessoa que pudesse fazer meu coração bater tão fora de controle do modo que o meu faz quando eu olho para você.” Jed agarrou a mão de Booker e a forçou contra o baque pesado acontecendo em seu peito. “Merda, isso acontece sempre que estou apenas pensando em você e você não está perto de mim.” Enquanto dizia isso, seu eixo se ergueu de alguma forma, mais alto, e suas bolas rolaram visivelmente em seu saco. Puta merda. “Dane-se tudo.” Em um tiro, Booker se ergueu para uma posição sentada. Se não se movesse rápido, ele, ou choraria ou gozaria ali mesmo. Com uma mão, ele puxou Jed contra ele e raspou suas bocas com velocidade áspera. Com a outra, alcançou e agarrou a ponta do alforje, atrapalhando-se com o fecho. “A bolsa.” Seu tom segurava uma qualidade de grito agudo e ofegante, mas ele não conseguia se acalmar. “Ajude-me a abri-lo. Eu tenho preservativos

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e lubrificantes. Merda do caralho” — Booker beliscou o dedo em uma das fivelas e praguejou de novo— “eu não posso esperar nem mais um minuto para tê-lo.” Rindo baixinho — o mais arenoso, e de alguma forma o mais melódico som — Jed cobriu a mão de Booker. “Eu nunca pensei que seria eu a dizer isso para você, mas tome um minuto para respirar, mel.” Ele abriu a bolsa para Booker. “Eu não quero que você estale.” O peito de Booker comprimiu com tensão primorosa. “Eu gostei disso.” Ele segurou o rosto de Jed, ainda maravilhado que pudesse. Para sempre. “Eu nunca pensei que você fosse usar um carinho assim comigo.” Jed arrastou sua mão até a boca e deu um beijo suave na palma. “Amado, eu tenho usado um nome de estimação com você desde o dia depois que nos conhecemos. Não há nada mais amoroso do que quando eu o chamo de Potro.” De alguma forma, o coração de Booker apertou ainda mais apertado. “Eu acho que sim.” Sua pulsação vibrou de forma irregular, toda a distância até seu núcleo. “Mas eu não sabia se você fazia.” “Eu faço. Agora.” Compartilhando um pequeno e secreto sorriso, Jed correu os dedos pelo cabelo de Booker, empurrando as mechas secando para trás de suas orelhas. “Hoje em dia, eu reconheço isso muito bem.” A pulsação de Booker subiu e deslizou para sua garganta. Ele lambeu os lábios. “Bom.” Mudo por um instante, Jed finalmente disse, “Você está nervoso também.” O rosto de Booker incendiou com calor. “Sim, eu estou. Vê?” Ele forçou uma risada. “Você me conhece por dentro e por fora.” O sorriso doce de Jed ficou sardônico. “Mais do que eu jamais pensei que iria. Isso é certo.” Empinando, Booker cobriu a ereção e empurrou o alforje de entre suas barrigas. “Você não tem que —” Jed bateu a mão na boca de Booker. “Cala a boca. Não fique inseguro comigo agora. Não podemos os dois ter medo. Eu quero isso. Eu prometo.” Ele esfregou o polegar sobre os lábios de Booker, observando como se hipnotizado pelo tipo de contato luxuriante e romântico que

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voluntariamente estava instigando com outra pessoa. “Eu quero você dentro de mim mais do que qualquer coisa. Eu quero você em todos os sentidos.” Seu eixo ativando com rigidez insana, Booker arremessou a língua e lambeu a ponta do polegar de Jed. “Então me monte como um cowboy com algo a provar.” “Eu vou.” Trancado em Booker, intenso como o inferno, Jed pegou um dos preservativos que tinham se derramado no chão e rasgou a embalagem. “Eu sei que tenho muito a provar para você. E eu vou. Eu juro que vou, Potro. Você não vai se arrepender de ter vindo atrás de mim.” Finalmente quebrando o olhar, Jed olhou para baixo, e com um danado de um movimento suave, rolou o preservativo pelo pênis de Booker, e depois alisou todo o comprimento com lubrificante, acariciando cada centímetro com perfeição. Ohhhh foda. Com uma risada gutural, Booker se deitou na grama pisoteada e sujeira. “É só colocar meu pau em sua bunda agora, e estaremos com tudo saldado.” Jed congelou por uma fração de segundo, a meio caminho de escarranchá-lo. Ele olhou para cima, expondo nuvens de tempestade em seu olhar. “Jesus, Potro.” Incredulidade inundava a voz rouca de Jed. Ele sacudiu a cabeça, e depois se empurrou de volta em movimento, situando-se plenamente centímetro acima da ereção esticada. “Eu nunca estive com alguém tão abertamente ansioso para estar comigo.” Booker olhou para este homem surpreendente, e maravilha se despertou em sua alma. “Então, eles eram todos tolos e cegos.” Ele esfregou as mãos de cima a baixo das coxas de Jed e se deleitou com os cabelos grossos fazendo cócegas em seus dedos. “Sorte a minha.” “Não.” Focando-se nele, Jed chegou para trás e encaixou a ponta do pênis em seu buraco. “Sorte a minha.” Com isso, ele se dirigiu abaixo com força incrível, rasgando através de sua entrada em um tiro, e se empalou no pau de Booker. Em uníssono, Jed rugiu um som terrível, algo que encheu o céu infinito, e Booker gritou roucamente, arqueando o corpo quando a pressão deliciosa e quente cercou seu pênis. Inferno fodido, sim. Sem parar por sequer um segundo, Jed se apoiou em seu peito e bateu a extremidade traseira abaixo sobre seu pênis, novamente tomando Booker até o cabo. Lágrimas encheram os

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olhos de Jed, e sua ereção encolheu, mas ele não parou. Empurrando abaixo uma terceira e quarta vez, forçando uma fusão total de seus corpos. A cada violação do pau de Booker em sua passagem, Jed grunhia, com algo cheio de dor. Claramente lutando para aceitar o pênis até a raiz, mas não abrandava. Ele se ergueu, ao ponto do pênis quase escorregar de sua entrada, mas, em seguida, tentou se empurrar abaixo mais uma vez. Seus lábios se separaram quando fez, como se lutando para respirar. Suor escorria por suas têmporas, listrando seu rosto, mas ele se mexeu e empurrou, visivelmente trabalhando para tomar a espessura e comprimento totalmente em sua bunda novamente. De sua posição deitada, Booker silvou e flexionou os quadris, socando o último centímetro de seu eixo no corpo de Jed. Porra, bebê. Tensão inimaginável enluvou seu pau com calor perfeito. Quatro anos de amor e desejo não correspondidos correram através de seu sistema, gritando para que ele batesse os quadris para cima ainda com mais força, ditando esse acasalamento e dando a Jed uma razão para estar dolorido amanhã. Porra. Não. Controle-se. Agora. Mas, como se seus músculos segurassem a memória de fazer isso um milhão de vezes, seu corpo se esticou para empurrar com velocidade e potência. Não. Ao invés, ele chamejou as narinas, exalou alto, e endureceu os músculos das pernas. Silenciosamente, forçando-se a não bater os quadris para cima e tomar o buraco apertado e maravilhoso de Jed. Quando Jed foi para conduzir a bunda em seu pau novamente, Booker alcançou e apertou a mão contra sua barriga. “Jed.” Droga, sob seus dedos, os músculos do abdômen de Jed tremeram como se ele estivesse na marca de vinte e cinco quilômetros em uma maratona. “Jed.” Booker arranhou sua pele, e Jed de repente puxou em uma parada. “Eu sei o que eu disse antes” — Booker esfregou a mão por seu peito, tentando seu melhor para acalmar a besta selvagem dentro dele — “mas não force. Vá mais devagar. Eu não quero que você se machuque. Nós temos o dia todo.” Sufocando, Booker descansou a mão no coração disparado de Jed. “Porra, bebê. Nós temos para sempre.” Sacudindo a cabeça freneticamente, Jed empurrou a mão de Booker para seu pênis. Ajudando-o a puxar no comprimento e rapidamente começou a balançar em cima dele mais uma vez. “Está tudo bem. Deus me ajude, mas eu gosto quando dói no início.” Plantando as mãos em

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sua barriga, Jed mordeu o lábio, choramingando quando os músculos anais contraíram como um torno ao redor do comprimento embutido dentro dele. “Foda-me, Potro.” Ele se ergueu de joelhos, clamando quando o pau de Booker estalou livre de sua bunda. “Foda-me duro e me faça amar quando ficar bom.” Logo depois que seus corpos se separaram, Jed voltou atrás e conseguiu enfiar a cabeça espessa do pênis de volta dentro de seu buraco. Ele tentou pular no colo de Booker, mas Booker agarrou seus quadris. Cavando em sua carne, e não parou até que ele ficou paralisado. Confusão aberta e questionamentos — e talvez dor — coloriram as sombras nos olhos de Jed, e a visão apunhalou direto em seu coração. Booker alcançou e acariciou seu rosto. “Está tudo bem.” Acariciando Jed por toda parte, sem nunca desviar o olhar, agindo do mesmo jeito que teria ao cuidar de um animal agitado. “Desacelere por um segundo. Relaxe seu corpo e me deixe escorregar para dentro.” Em cima dele, Jed apertou de cima a baixo ao invés. Suas pupilas chamejaram, e ele lutou como se temesse morrer se não se afundasse completamente na ereção de Booker. Que continuou a tocá-lo, porém, com o contato mais leve e ainda interminável. Alguns momentos depois, Jed parou de lutar tão duro e se acomodou. Uma vez que fez, ele suavemente balançou para trás e se acomodou no colo de Booker. Gemendo quando fez, e com uma facilidade do caralho dessa vez, ele enfiou o pênis de Booker em sua passagem aquecida até o cabo. Booker silvou. “Merda do caralho. Aí está. É isso mesmo.” O canal de Jed espremeu e vibrou ao redor de seu comprimento sensibilizado, fazendo Booker palpitar em todos os lugares. “É tão danado de bom, bebê.” Quando Jed passou a se mover, Booker agarrou seus quadris, mantendo a parte traseira de Jed encostada nele e seu pau sufocado dentro de Jed até a borda. “Abrace-me lá por alguns segundos, por inteiro.” Puta merda. Mesmo quando ofereceu essa sugestão, ele lutou contra seus impulsos mais básicos incitando para rolá-los como uma entidade. Ele doía para esfaquear seu pau dentro e fora da bunda de Jed, até que ambos ficassem dormentes. Afogando esses desejos com pura força de vontade, Booker cavou os dedos na pele de Jed e não o deixou se mover. “Apenas sinta. Sinta como eu estou ocupando cada centímetro de sua bunda.” Booker flexionou os quadris um pouquinho. Deslizando o pênis dentro do corpo de

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Jed meros centímetros mais, dando-lhe o montante mais minucioso de fricção ao longo de suas paredes anais, só para lembrá-lo de que seus corpos agora eram um. “Sinta como estamos conectados em todos os sentidos.” Imóvel em cima dele por um segundo mais longo, Jed de repente sacudiu. “Oh, foda-se… Foda-se.” Ele olhou para Booker, boquiaberto, visivelmente lutando para falar e respirar. “Eu me sinto tão recheado com você. É insano. É tão perfeito.” A passagem da bunda de Jed deliciosamente ordenhou o comprimento de seu pênis, e ele ofegou. “Cristo… Eu posso sentir seu batimento cardíaco dentro de mim.” Redemoinhos de ardósia consumiram seu olhar. Ele pegou a mão de Booker e a colocou sobre seu coração. “Merda, Potro. O meu está batendo no mesmo tempo agora também.” Jesus de Deus. Com todo seu peito balançando, Booker se arremessou ereto e esmagou a boca contra a de Jed. Mordendo e depois lambendo em sua boca, faminto por um gosto, e então raspando outro beijo duro contra seus lábios. “Porra.” Depois de serpentear a mão por suas costas escorregadias de suor, Booker agarrou o traseiro do homem e os manteve conectados. “Tudo sobre você é tão fodidamente incrível.” Cada terminação nervosa em seu pau gritava por fricção, e ele empinou rápido e duro, sucumbindo aos ditames de seu corpo. “Você precisava que eu o tratasse melhor” — ele beijou seu pedido de desculpas na boca de Jed enquanto bombeava os quadris mais uma vez — “mas eu preciso fodê-lo tão malditamente ruim.” Seu corpo estremecendo contra o de Booker, Jed o beijou de volta. “Está tudo bem. Eu te quero também. Eu estou bem agora.” Ele ondulou em cima de Booker e com isso cerrou seu reto em torno do comprimento com pressão incrível. “Leve-me.” Jed saltou em cima dele com movimentos desajeitados, mas a clareza da paixão e necessidade em seus olhos segurava pura convicção. “Leve-me do jeito que nós dois precisamos.” Rosnando quando a liberdade lavou através dele com mais potência do que combustível de foguete, Booker avançou. “Porra, Jed.” Segurando Jed firmemente, com eles apertados ao redor um do outro, Booker os empurrou para frente como um par. Virando Jed de costas e sem hesitação empurrando o pênis profundamente em seu buraco.

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Gritos ásperos gêmeos encheram o céu. Mesmo ao ouvir o grito de Jed se misturar ao seu, Booker dirigiu todo seu peso sobre ele e emperrou sua entrada até a raiz de qualquer maneira — para outro grito cru de Jed. Ele circulou os braços em volta da cabeça de Jed, fundindo suas testas juntas, e desesperadamente bombeou seu pênis em casa — a única que seu coração e corpo sempre quiseram conhecer. “Eu te amo.” Com seu fôlego tão agitado quanto à batida rápida e frenética que colocava na bunda de Jed, ele amaldiçoou ferozmente enquanto se perdia na glória de seu corpo. “Eu sinto muito.” Cheio de vergonha, um pedido de desculpas possuindo sua alma, Booker pressionou beijos em seu rosto mesmo enquanto repetidamente empurrava o pau em sua bunda até a base. Moendo sua pele contra o buraco esticado de Jed, precisando de cada bocado de contato que podia roubar deste homem. Com seus lábios presos juntos, ele sussurrou, “Eu sinto muito, por não fazer isso melhor para você.” “Não sinta.” Ofegante também, Jed enfiou as mãos em seu cabelo e empinou para atender sua reivindicação. “Jesus de Deus, Potro.” Ele arranhou em seu couro cabeludo e o beijou de volta. “Eu amo isso. Não pare.” Apertando as coxas contra os quadris de Booker com um poder delicioso, ele apunhalou seu pau recém-endurecido contra sua barriga. “Foda-me para sempre.” Com olhos tão brilhantes quanto o luar, ele choveu beijos por todo seu rosto. “Eu amo quando você deixar ir e me leva como se nada no mundo pudesse jamais fazê-lo parar.” O peito de Booker apertou, e todo seu corpo se acendeu em chamas. “Inferno fodido, você é incrível.” Sua mente em um turbilhão, seu corpo gritando por tudo rápido, em um movimento, ele arrancou seu pau fora da bunda de Jed e o colocou de joelhos. A visão de Jed esparramado aberto, tão duro, em forma e bonito, lançando outro nível de endorfinas em seu sistema. Booker respirou profundamente, e o aroma afiado e picante de sexo e suor liberou mais adrenalina em sua corrente sanguínea, reacendendo sua necessidade de dominar e controlar. Você é meu. Sem perder tempo, Booker agarrou os quadris de Jed. “Role. Eu quero sua bunda por trás.” Sem esperar por ajuda, ele capotou Jed em seu estômago e rosnou algo cheio de prazer escuro na visão de suas costas esculpidas e nádegas apertadas.

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As mãos zumbindo com sua necessidade, Booker rapidamente posicionou uma das pernas de Jed, curvando-a em um ângulo alto, e dividiu sua fenda aberta. Um olhar em seu buraco avermelhado e pulsante, e ele gemeu um ruído baixo de seu intestino. Seu pau empinou e vazou dentro do preservativo. Ouvindo o que seu corpo queria, Booker o cobriu e enfiou seu pau para cima, direto no rabo disposto de Jed. Jed endureceu, mas gritou, “Sim, oh Deus, sim.” Com os braços esticados, ele afundou os dedos na terra. E bateu o rabo para cima para aceitar as punhaladas ásperas de Booker, quase como um bronco aprendendo a trabalhar contra seu cavaleiro. “Cristo, Potro.” Com a perna ainda dobrada em um ângulo desajeitado, ele cavou o joelho na terra e inclinou os quadris, oferecendo um melhor acesso ao seu cu. “Você se sente tão fodidamente bom.” Jed encostou o lado do rosto em uma moita de grama e com um grunhido áspero bateu o rabo até sufocar o pau de Booker novamente. “Foda-me até o chão.” Em resposta, Booker esfaqueou seu caminho dentro de Jed até o cabo. E mordeu sua nuca. Jed estremeceu. “Sim… Não pare. Foda-me direto para nossa terra.” Oh porra, Jed. Jed. Imediatamente, o pênis de Booker inchou e engrossou com prazer dolorosamente agudo dentro do cu de Jed. “Droga,” Booker jurou gutural. “Eu te amo.” Com sua mente e corpo correndo como um; Booker endireitou e fechou as pernas entre as de Jed. Com si mesmo no lugar, ele arrastou as pernas para baixo também, alinhando-as nas laterais das suas. Então abaixou cada centímetro de seu corpo em cima de Jed e o cobriu por trás, alcançando para enroscar os dedos em suas costas. E afundou todo seu peso sobre ele, enfiando seu comprimento toda a distância no canal de Jed. Pressionando o rosto contra o dele, sem uma palavra, Booker flexionou os quadris e se moveu dentro de sua passagem aquecida. Nesta nova posição, no primeiro deslize de seu pênis ao longo das paredes anais de Jed — tão perfeito — ele sugou em um fôlego alto e suave, e soltou um gemido. Booker se balançou contra ele e começou uma série lenta de atritos entre seus corpos. Situado assim, ele não conseguia ir particularmente fundo, mas porra, a cada bombeada rasa de seus quadris, ele não só deslizava seu eixo dentro do canal acolhedor, ele também suavemente apertava todo o corpo de

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Jed no chão, afundando-o na terra. E cada vez que o fazia, Jed gemia algo primitivo de seu intestino, e seu rabo agarrava o pênis de Booker como se silenciosamente implorasse por mais. Enquanto Booker se movia em cima de Jed, fodendo-o bem devagar, ele cavou suas mãos entrelaçadas mais profundamente na terra úmida. Com seu coração se expandindo até a capacidade, ele raspou os lábios no restolho-áspero do rosto de Jed e desenhou uma linha em espiral ao redor de sua orelha com a ponta da língua. “Está é nossa vida, aqui, todos os dias.” Booker jurou o voto suavemente contra a orelha de Jed, colocando-o em seu próprio ser. “Você, eu, nossos cavalos, e esta terra.” Em resposta, Jed, a voz como lixa, sussurrou, “Eu quero.” Ele ondulou sob Booker, e seu canal repetidamente, apertou suavemente e puxou o pênis em seu corpo. Com os lábios entreabertos, o rosto metade na sujeira, Jed cerrou os punhos sob as mãos de Booker e gemeu quando ele o encheu mais uma vez. “Eu quero tudo com você.” “Você tem.” Com uma inundação de amor correndo através dele, a garganta de Booker apertou insuportavelmente. Ele beijou a têmpora de Jed e seu cabelo. “Você me tem para sempre.” Quase inaudível, soando tão terrivelmente sufocado, Jed disse de volta, “Eu também.” Muito tangível, amor indescritivelmente perfeito girou em torno dos homens. Apenas a fusão de seus corpos poderia transmitir corretamente os laços invisíveis e inquebrantáveis que os ligavam um ao outro tão firmemente para o resto de seus dias. Depois de cavar os dedos na parte de trás das mãos de Jed uma última vez, Booker os correu ao longo dos braços cordeados, olhando com assombro para seus dígitos pastando a pele bronzeada e quente de Jed. Apoiando as mãos nos ombros fortes, ele descascou a parte superior de seu corpo do dele, separando suas carnes suadas. E então os esfregou por suas costas gloriosamente duras, ao longo de ambos os lados de sua espinha e até suas nádegas, amando quando Jed sugou um fôlego alto e rolou o corpo como se fosse um gato e Booker tivesse encontrado o local exato para acariciar. Aquecido por sua reação, Booker esfregou as palmas sobre as colinas tensas de sua bunda, maravilhando-se com a suavidade da pele lá, em comparação com as muitas partes

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ásperas e mais grossas de seu corpo. Com seu toque, Jed estremeceu, e seu canal se agarrou poderosamente ao pênis enterrado dentro dele. Uma nova onda de sangue correu para seu eixo, e Booker não perdeu tempo, pressionou as palmas nas nádegas de Jed e dividiu suas bochechas. A luva apertada de calor que Jed colocava em seu pau o fez silvar, mas porra, a visão de seu pênis grosso esticando e avermelhando o buraco escuro e brilhante de Jed arrastou um gemido de cima a baixo em seu intestino, mais áspero do que qualquer outro que ele já tinha feito. Tão gostoso. Jed espremeu Booker em seu interior — Deus do caralho, sim — e suas necessidades mais básicas ressurgiram com força total. Segurando-o bem aberto, Booker se retirou, esfregou o comprimento ao longo de seu vinco — para um ruído necessário de Jed — e então, mais uma vez, mergulhou seu pau grosso profundamente em seu rabo disposto. Em um piscar de olhos, Jed empinou em suas mãos e joelhos e com um grito dirigiu o traseiro sobre seu eixo. Booker, um escravo de suas necessidades agora, agarrou os quadris de Jed e lhe deu a reivindicação completa e crua que ambos tão claramente precisavam. Booker socou seu pau no túnel escuro e vaporoso de Jed, que bateu o traseiro de volta para atender cada punhalada áspera de seu pênis. Logo os gritos incoerentes de ambos os homens, e a batida rápida de seus corpos, permeou o ar úmido e cheio-de-sexo. Gota após gota de suor escorria por seus corpos, e seus cabelos uma vez úmidos com a água do riacho ficaram encharcados de suor. Implacavelmente Booker e Jed bateram um contra o outro, drenando seus corpos de tudo que tinham para dar. Depois de uma moagem particularmente áspera da pele de Booker contra seu buraco lesado, Jed baixou a cabeça, cavou a coroa na terra, e amaldiçoou humildemente um punhado de palavras arrastadas. Porra. Enterrado profundamente até as bolas, Booker imediatamente parou e enfiou a mão no cabelo liso de Jed. Rasgando seu rosto fora do esconderijo, ele exigiu, “Fale comigo.” Tentáculos de pânico empurraram seu caminho através de seu prazer e apreenderam seu coração. “Você está bem?” Jed assentiu e respondeu ofegante, “Sim.” Com Booker segurando sua cabeça para cima, ele torceu seus traços duros e bateu seu rabo de volta para o pênis de Booker com força rasgada.

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“Cristo, não pare agora.” Entre foder-se no eixo de Booker, Jed empurrou a mão sob seu corpo e começou a chicotear o punho de cima a baixo em seu pênis com velocidade que certamente pretendia colocá-lo no fogo. “Ajude-me. Porra…” Puxando em seu eixo com força castigada, ele fechou os olhos, e sua cabeça começou a cair novamente. “Estou tão perto.” Ao invés de esfaquear seu caminho na bunda de Jed novamente, Booker puxou o pênis de seu corpo quando no valor de marreta um desejo profundo-em-seu-núcleo abalroou através dele, forte o suficiente para derrubá-lo de costas. Antes que Jed pudesse reagir, Booker ordenou, “Monte-me de novo,” e arrastou Jed em cima dele, ajudando-o a virar para que ficassem de frente. “Eu preciso te ver quando gozar.” Com o cabelo em uma desordem selvagem, a frente do corpo coberto de pedaços de pelotas de sujeira, Jed se acomodou no lugar. Dessa vez, sussurrando asperamente, “Potro... Potro…” Ele socou seu peso na ereção esticada de Booker, gritando um som rico de êxtase quando facilmente o tomou até à raiz. Cada linha dura e masculina do corpo de Jed chamava Booker para nascer em sua atração por homens, atacando suas necessidades sexuais mais básicas e ativando seu pênis em um estado de alguma forma mais rígida. Mas, inferno santo, o brilho especial de luz no olhar prateado de Jed enquanto se balançava em seu eixo falava direto em seu núcleo e marcava sua alma com o nome deste homem. Para Booker, não poderia haver nenhum outro. Ele sabia que Jed possuiria seu coração desde o momento em que se conheceram. Ele correu as mãos ao longo das coxas de Jed, empurrando a sujeira enquanto arranhava a carne do homem. Jed corcoveou em cima de Booker, e clamou novamente quando ele puxou em sua ereção esticada. Continuando sua jornada, Booker pastou a ponta dos dedos cega no interior de suas coxas, roçando de leve a pele macia lá, para a choradeira de Jed. As bolas do homem rolaram em seu saco, e Booker não pôde resistir acariciar o peso peludo e lhes dar um aperto gentil. A pele de Jed imediatamente liberou um vermelho ainda mais profundo, e seu pênis se enfeitou com gotas leitosas de pré-semem. Tão insano, bebê. Com sua pulsação batendo descontroladamente, ele

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arreliou um sussurro de contato ao longo da parte inferior do pênis. Em resposta, Jed sugou um fôlego profundo, e seu eixo se ergueu ainda mais, pressionando rente a sua barriga plana. Incapaz de resistir, Booker continuou a brincar com o eixo e bolas de Jed, enquanto ele o olhava abertamente fazê-lo. Enquanto Booker trabalhava no homem, Jed se equilibrou contra seu peito e começou lentamente se levantar e se abaixar sobre seu pênis, de novo e de novo, montando-o com intento delicioso e focado. A fricção que Jed colocava no comprimento de Booker jogando com sua sanidade e acendendo uma necessidade de fazer mais, e mais rápido. Ele começou a acariciar totalmente o pênis de Jed com um puxão, da base até a ponta, e se deleitou com o deslizamento quente e liso da carne rígida esfolando sua mão. Com cada puxão no pau de Jed, e cada vez que seu canal engolia o pênis de Booker até a raiz, seu fôlego se tornava mais desigual. Jed se contorcia e gemia, aparentemente lutando entre implorar por mais e desejar a conexão longe. Rapidamente, com os lábios entreabertos e os dedos cavados na carne de Booker, Jed saltou em seu colo, olhando-o com um brilho parecido com medo em seus olhos. “Potro… Eu-eu não...” Ele montou, e a cada fusão de seus corpos, seu rosto torcia para algo quase selvagem. Com voz rouca, o corpo ainda se movendo, ele encontrou e manteve o olhar de Booker. “Foda-se. Você se sente tão bom.” Booker chicoteou a mão de cima a baixo no eixo de Jed. Em cada viagem através da cabeça, ele teve certeza de pastar a fenda, amando a sensação do pré-semem na ponta dos dedos. “Goza para mim, bebê,” Booker instruiu. Empurrando nos limites de Jed, ele jogou a outra mão na mistura e brincou com as bolas do homem. “Diga-me o que você precisa.” Jed saltou de forma irregular. “Eu-eu…” Então suas pupilas desmascaram suas íris, e nada mais passou por seus lábios. Na visão de seu homem de repente lutando tão terrivelmente de novo, o coração de Booker se dividiu ao meio. “Está tudo bem.” Seu intestino torcendo com necessidade de acalmálo, Booker abandonou o pau e bolas de Jed e, ao invés, colocou ambas as mãos contra seu peito, chocado com a velocidade batendo dentro. Gentilmente, ele prometeu, “Você pode me mostrar

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tudo. Eu estou aqui para te segurar.” Ele passou o braço em volta da cintura de Jed e o segurou apertado. A cada segundo que Booker assistia Jed lutar contra suas necessidades, sua alma sangrava, matando-o. Ele piscou a umidade de seus olhos. “Acredite em mim, Jed.” Ele apertou a mão com mais força contra o coração de Jed. “Está tudo bem deixar ir.” Quase destituído de som, despojado até nada, Jed chorou, “Potro,” e rasgou o céu sem nuvens, e silêncio. Num flash, um tremor violento percorreu seu corpo, forte o suficiente para chocalhar os ossos de Booker. Fixado em Booker, os olhos tão grandes como ele jamais tinha testemunhado, Jed empurrou novamente e, finalmente, se perdeu no orgasmo. Com o primeiro aperto sufocante do canal de Jed em volta de seu pau, Booker gritou e ficou tenso também, mas por dentro ele pediu forças para resistir liberar. Jed gozou duro, vomitando linhas quentes de porra grossa no ar, onde, em seguida, choveram sobre a barriga e peito de Booker, pintando-o com uma imagem abstrata que ele prezaria para sempre. Cada gota que caía sobre sua carne empurrava sua necessidade de se perder também, mas ele trancou as pernas como se tivesse uma cobra enrolado ao seu redor e se forçou a não deixar ir. Não agora, caramba. Booker tremeu quando Jed despejou outra poça de semente em seu ventre. Não ainda. Não ainda. A máscara que Jed tão frequentemente usava como uma segunda pele escapou, descascando as barreiras de selvageria e indiferença, expondo um homem assustado com esta conexão que ele compartilhava com outra alma. Oh inferno, bebê. Booker agarrou a cintura de Jed mais apertado, esfregando com mais força em seu coração, e não piscou. Por um segundo, Jed endureceu, mas com a mesma rapidez ele gritou por Potro novamente e disparou outra carga em seu abdômen. Quando fez, sua passagem apertou forte em volta do pênis de Booker, empurrando em sua força de vontade mais uma vez. Porra. Suas bolas puxaram entre suas pernas, e seu pau gritou com dor rígida. Por dentro, ele gritou, Não! E enfiou seu lançamento de volta em seu corpo. Agora, ele podia finalmente ver todas as peças que faziam de Jed uma pessoa completa, e não se atreveu se perder em seu próprio orgasmo e deixar um segundo dessa visão gloriosa.

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Jed inteiro, cada pedaço dele, se fundiu neste momento para revelar um homem de tirar o fôlego, e Booker não conseguia falar ou desviar o olhar. Eu não posso acreditar. O coração de Booker torceu com a mais doce possível de dor, e suas lágrimas pingaram sobre a terra — seu pedaço de terra. Ele é meu, e ele me ama tanto quanto eu o adoro. Este era o paraíso.

***** OH CRISTO. JED bombeou-se para cima e para baixo sobre o maravilhosamente granito duro do pau de Booker e montou as ondas finais de um lançamento épico. Cristo do caralho, sim, Potro. Ele enterrou os dedos no peito tenso de Booker, agarrando-se por tudo que valia a pena, e jorrou as últimas linhas de ejaculação sobre sua barriga. A visão de sua semente criando uma estrada mapeada por toda a carne do homem, despertando um núcleo poderosamente possessivo de desejo cru nele, mas seu pau e bunda gritavam com muita sensibilidade para agir sobre isso, e sua ereção começou a encolher. No segundo em que o orgasmo de Jed começou a minguar, sua visão se habilitou para o mundo ao seu redor. Ele zerou no brilho penetrante dos olhos de Booker, a linha fina cortando sua boca — normalmente tão exuberante e sedutora — e nova dor o eviscerou ao meio. Porra. A espessura ainda enterrada em sua bunda permanecia rígida como o inferno também. Jed já tinha sentido Booker sucumbir ao orgasmo o suficiente para reconhecer a forma como o pau dele empurrava contra suas paredes anais antes do calor encher seu canal. Nenhuma dessas coisas tinha acontecido. Seu coração imediatamente caiu para seu estômago. Eu não o fiz gozar. Vergonha enchendo sua barriga, Jed se arrancou fora de Booker. A separação rápida de seus corpos correndo uma enxurrada de dor através de seu reto, mas ele não fez mais do que cerrar os dentes. Só conseguindo se focar na rigidez esticada em direção ao sol. Porra.

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Ajoelhando-se entre as coxas de Booker, ele se virou para o contato visual. “Não foi suficiente para você.” O olhar de Booker se encolheu para pontinhos. “Ei, ei. Não.” Todas as linhas duras desaparecendo de seu rosto. Levantando-se, ele estendeu a mão e acariciou o rosto de Jed. “Não, não pense isso.” “Mas —” Booker colocou um dedo nos lábios de Jed, silenciando-o. “Deus, bebê. Não. Não fique chateado. O que acabou de acontecer foi tão bom. Olhe para mim.” Ele esfregou seu pênis até as bolas, e com o contato sugou um fôlego afiado de ar. “Eu estou tão malditamente duro.” Estremecendo, ele acariciou seu pênis de novo. “Eu me forcei a segurar. A partir do segundo que nós começamos a nos beijar, eu estava tão ligado que poderia ter me perdido dez vezes. Eu usei tudo que tinha em mim para segurar, porque eu queria vê-lo gozar.” Com a garganta apertada, Jed tentou respirar através da faixa terrível constringindo seu coração. “Filho da puta do inferno.” Ele piscou a pressão súbita de volta, silenciosamente se ordenando a não chorar. “Eu só quero ser o suficiente para você.” “Oh, bebê.” Booker enrolou a mão em seu pescoço e lhe deu um apertão. “Você é. Você é mais do que suficiente. Mesmo em seus piores dias, você ainda é lindo além do que é justo para o resto de nós. Quando você se perdeu nisso agora… Para mim… Porra, você se tornou algo tão espetacularmente deslumbrante que não pode ser corretamente descrito em palavras.” Booker sorriu suavemente, e roçou os dedos pelos traços faciais de Jed. “Eu prometo. Ok?” “Merda,” Jed sussurrou, sua voz crua, quase sem som. A pressão louca empurrou com mais força atrás de seus olhos, lutando contra seu desejo de permanecer forte. Um tremor cheio de nova necessidade atormentou seu sistema, e foi como se alguém mergulhasse uma tomada cheia de eletricidade direta em sua espinha e o acelerasse em alta velocidade e potência. Bem à sua frente, o pênis de Booker ainda se esticava direto para fora de um remendo de pelos escuros, e suas bolas avermelhadas se penduravam tão pesadas e grandes como nada que Jed já tivesse visto. Bom Cristo no céu. Enquanto olhava, o eixo se contorceu e empinou, e Jed gemeu e salivou enquanto seu próprio pau voltava à vida. Isso é uma coisa de beleza.

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Então, mais naturalmente do que respirar — inferno do caralho, sim — suas mãos se movendo antes que ele formasse um pensamento consciente, Jed arrancou o preservativo fora do pênis de Booker e o jogou de lado. Booker resmungou algo, mas Jed não processou o significado; Ocupado demais escorregando de barriga entre as pernas de Booker e enrolando a mão em volta do eixo grosso e brilhante. Níveis infernais de calor queimaram seus dedos, e sua frequência cardíaca chutou ainda mais elevada. Lambendo os lábios, pasmo com sua resposta a este homem, mas não mais a combatendo, Jed articulou, “Como você faz isso comigo?” Ele mergulhou abaixo, fechando a boca ao redor da cabeça do pau escaldante de Booker, e correu a língua através da fenda larga. Antes que Jed desse sua primeira chupada completa, Booker gritou, arqueando o corpo como um arco, e empurrou mais comprimento através de seus lábios. Ao mesmo tempo, porém, ele puxou o cabelo de Jed e sussurrou asperamente, “Não.” Mesmo com a cabeça gorda de seu pau pulsando contra a língua de Jed, Booker tentou se afastar. “Jed. Você não —” Deixando a cabecinha de Booker deslizar de sua boca, Jed estendeu a mão e sufocou seus protestos. “Shh.” Ele olhou para cima, pegando Booker mordendo o lábio, e sacudiu a cabeça. “Está tudo bem. Eu não estou me forçando a fazer isso. Eu quero.” Ele mergulhou sua atenção de volta para o pênis, tão grosso e duro, e de alguma maneira perfeitamente belo, que se tornara tudo que ele nunca soube que ansiaria mais do que sua própria vida. Olhando de volta para cima, Jed sorriu maliciosamente. “Você nem faz ideia do quanto eu quero fazer isso.” Ele deu um beijo gentil de alerta contra a ponta do pau de Booker. “Mas você vai.” Antes que Booker pudesse tentar pará-lo novamente, Jed agarrou os pulsos do homem, contendo-os contra a terra, e chupou a cabeça de cogumelo gorda do pênis em sua boca. Booker gritou e se esticou contra ele, mas Jed o segurou abaixo, lambeu tudo ao redor da coroa, e se perdeu no calor macio da carne de Booker, e o sabor salgado do pênis explodiu em sua língua. O grito de Booker se tornou um gemido, e a luta drenou de seus membros. Sim. Jed não sabia um inferno inteiro de um lote sobre estar no final de dar um boquete. Ele ainda não sabia como relaxar a garganta e dar a Booker uma garganta-profunda que ele mesmo

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amava tanto receber. Mas Cristo, ele se festejou no pau de Booker de qualquer maneira, ansioso para saborear e aprender cada parte deste homem. Querendo fazê-lo gemer ainda mais. Abrindo a boca tanto quanto podia — bom céu, Booker se sentia ainda mais grosso em sua boca do que fez em sua bunda — Jed empurrou mais fundo e levou quase metade do comprimento através de seus lábios. Ele rodou a língua em volta do cinturão e então puxou para trás, mas com a mesma rapidez, foi de cima para baixo e o levou para dentro mais uma vez. O pau duro deslizou ao longo de suas bochechas e língua e até o telhado de sua boca. Foda-se, sim. Jed chupou como se fosse um gelo doce estalando em um dia quente, gemendo com cada gota de sabor mordaz e calor que Booker lhe dava. Booker se contorcia contra o chão e bombeava os quadris com um movimento raso, não exatamente fodendo o rosto de Jed, mas certamente doando o quanto estava amando este ato. Estimulado pelo prazer de Booker, Jed deixou o eixo estalar livre de seu aperto e mergulhou abaixo para sacudir a língua de leve contra as bolas do homem. Booker empinou e gritou algo a Deus, e Jed alegremente lambeu o saco do homem de novo. Gemendo e tomando uma respiração inebriante, ele não perdeu tempo, escavou ainda mais fundo e tomou uma das grandes bolas na boca. Booker choramingou em resposta e empurrou com mais força contra o domínio de Jed em seu braço, mas Jed sabia que dessa vez o homem só lutava contra seu próprio prazer, e por isso não parou. Depois de chupar uma bola, ele se moveu para a outra, — porra, ele mal podia esperar para atingir um ponto onde poderia puxar ambas através de seus lábios ao mesmo tempo — lhe dando uma sucção poderosa também. Entre gemidos, Booker trabalhou os quadris em um círculo rápido. Implorando aos céus para salvá-lo, mas, neste momento, ele certamente sabia que a fuga só poderia vir através de Jed. Depois de golpear o saco de Booker com a língua uma última vez, Jed lambeu toda a distância até a parte inferior do eixo pedra-dura do homem, e então abaixo para enterrar o rosto na pele almiscarada e escura circulando a base. Jed lambeu na pele escondida, e Booker trocou de puxar os braços contra Jed para entrelaçar seus dedos juntos. Ele apertou com força chocante, Hercúlea.

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“Jed…” Booker levantou a cabeça. Cada cor da floresta brilhando em seu olhar, e suas feições esticadas tensas. “Porra, Jed.” Moendo no nariz de Jed enterrado em sua pele, Booker ofegou, e soltou a mão da dele para cobrir os olhos. “Você não sabe…” Cada palavra saía rota e quebrada, expondo seu coração. “Eu nunca acreditei que poderia ter isso com você.” O peito de Booker arfou terrivelmente, e a visão despedaçou a alma de Jed. “Que eu poderia excitá-lo assim, e que você poderia me querer também.” Com sua garganta entupida dolorosamente, Jed alcançou e arrastou a mão de Booker fora de seus olhos. “Ei.” Ele o puxou para os cotovelos e enxugou a umidade em seu rosto. “Pode acreditar que é verdade, Potro.” Deitado entre as pernas de Booker, Jed olhou em seus olhos e deixou cada camada de proteção que já tinha erguido ao redor de si mesmo cair de seu corpo no chão como dezenas de cascas. “Ultrapasse a borda e acredite de verdade que eu te amo e te quero, em todos os sentidos, assim como você me pediu para fazer para você.” Os lábios de Booker se separaram, e um ruído cru e inumano escapou. Um poderoso tremor balançou seu quadro, doando sua total perda de controle. Inferno, isso é lindo. Jed se moveu para chupar o pênis de Booker através de seus lábios bem na hora. Booker socou os quadris fora do chão. “Jed… Oh Deus… Oh Deus…” Uma fração de segundo depois, ele estremeceu e vomitou sua liberação na boca de Jed. Semente quente e amarga se derramou sobre sua língua e abaixo em sua garganta. Sabores que Jed nunca pensara que fosse adorar na explosão de vida em sua boca, acendendo fomes que ele nunca conhecera. Booker bombeou os quadris, fazendo pequenos movimentos pulsantes, e despejou mais ejaculação salgada em sua garganta. Cada gota que Jed saboreava rasgando outro gemido de seu intestino. Entre engolir o esperma de seu homem, ele avidamente lambia o eixo reivindicando a posse de sua boca. Sim. Quando Booker finalmente não tinha mais nada para dar, ele caiu de costas no chão, e seu pênis amolecido deslizou do aperto de Jed. Seu corpo inteiro ficou mole na terra, como uma poça de melaço espalhado. Jed, gasto também, rastejou de entre suas pernas para se deitar ao seu lado.

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Booker rolou a cabeça, e quando encontrou o olhar de Jed, um sorriso curvou seus lábios. “Puta merda do céu” — um suave e acolhedor filete de riso escapou dele — “nós ainda estamos descobrindo o corpo um do outro, e como reconhecer e confiar no prazer que estamos sentindo entre nós, mas, porra” — Booker sorriu de novo — “é um inferno de um monte de diversão descobrir isso.” Ele rolou de lado, puxando Jed com ele, e disse quando estavam nariz-com-nariz. “Nem um bocadinho maldito disso foi ruim, Jed, nem mesmo quando você estava lutando no início ou quando eu pirei lá no final. Eu amei cada minuto. Eu nunca quis empurrá-lo, mas porra…” Outro trinado jovial vibrou através de Booker e encheu o ar. “Tanto quanto eu amo fodê-lo, eu amo igualmente tanto quando você chupa meu pau.” Calor queimou direto para o núcleo de Jed. Certo de que estava vermelho como o inferno, ele ainda disse, “Eu estou meio que chocado com o quanto eu amo chupá-lo.” Mesmo com um tremor de embaraço o percorrendo, todo seu corpo pareceu mais leve do que já esteve, como se ele pudesse flutuar no puro céu azul. Olhando nos olhos de Booker, vendo a mesma luz que podia sentir iluminando sua própria alma, Jed já não sentiu sua garganta apertar quando compartilhou mais. “Há algo sobre sentir você em minha língua, ser capaz de sentir todas as suas respostas… Sei lá. É algo que eu vou querer fazer muito.” “Porra, bebê.” Booker bateu um beijo rápido nos lábios de Jed. “Você não vai me ouvir brigar com você sobre isso nem um pouco.” Incapaz de se conter com este homem mais, Jed tomou a mão de Booker e a colocou contra o peito, segurando firmemente. “Literalmente, saber exatamente quanto prazer um boquete te dá, e ter esta fome de ser realmente bom nisso, excita o inferno fora de mim. Eu sonho em saber como tomar cada centímetro de você e em descobrir como fazer o sexo entre nós ser muito bom, que dói a cabeça só de pensar nisso.” Booker se abanou com movimentos exagerados e rolou de costas. “Oh inferno, bebê. Estou em apuros.” Ele olhou para cima e encontrou o olhar de Jed mais uma vez. “Há um lado sensual louco em você que vou me tornar viciado. Você já está fundido minha mente mais do que eu jamais pensei que poderia.” Rolando novamente, dessa vez ele pousou em seu estômago.

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Dobrando os cotovelos, ele olhou da esquerda para a direita, apertando os olhos contra a luz do sol, e suspirou cheio de contentamento. “Por mais que vou amar o negócio, e a terra, e os cavalos, eu vou amar ainda mais viajar por cada centímetro dessa casa e esta propriedade, e em cada lugar, experimentar e testar cada uma das posições sexuais possíveis com você.” Booker alcançou à frente e, menos de um passo longe, mergulhou a mão na água. “Merda, nós quase acabamos de testar o riacho.” Ele se voltou para Jed, e redemoinhos escuros de novo calor em seu olhar fez suor estalar no pescoço de Jed. “Talvez um pouco mais tarde, nós possamos dar uma olhada na casa e ver se há uma cama.” O pau de Jed se recuperou. Pronto para ir, ele entreabriu os lábios para dizer, Sim. Antes que a palavra deixasse seus lábios, porém, ele realmente olhou para Booker — nos arranhões em seus braços, na sujeira cobrindo seu corpo, e no esgotamento marcando seus olhos com roxo. Quanto mais ele olhava, mais o balão de leveza em seu ventre esvaziava. A visão da terra se arrastando plana ao redor deles e da sujeira o cobrindo, — todas as partes da batalha de Jed em se tornar o homem que Booker precisava que ele fosse — atacou Jed e corroeu o que restava de seu casulo de segurança, expondo-o à dureza do mundo. Booker tocou seu braço e o empurrou de volta à realidade. “O quê?” Booker perguntou. Sulcos entalhavam a pele acima de seu nariz. “Qual é o problema?” Jed procurou a saliva que tinha sido tão prevalecente apenas momentos atrás. Nada estava lá. Lambendo os lábios de qualquer maneira, ele limpou a garganta e encontrou o olhar de Booker. “Antes de imaginar nosso caminho, nós podemos talvez seguir ao longo da linha daquele cume…” Ele arrastou o braço para apontar uns cem metros atrás deles. “Antes de assumir um compromisso e assinar qualquer tipo de documentos — sobre nossa relação, ou esta terra, ou qualquer coisa — outra coisa precisa acontecer primeiro.” Com as linhas na testa sulcadas ainda mais fundo, Booker se empurrou de joelhos. “O quê?” Com o coração acelerado, fazendo sua garganta apertar de um modo que ele odiava, Jed revelou, “Eu preciso ver minha mãe.”

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Centímetros longes, Booker empalideceu.

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Capítulo Vinte A afirmação de Jed “Eu preciso ver minha mãe” pairou no ar entre eles. Toda a cor fugiu do belo rosto de Booker, e o coração de Jed parou na visão. Booker se atirou de pé, e Jed amaldiçoou sua inépcia. As palavras que tinham vomitado de seus lábios — sua demissão de todas as negociações de um futuro para os dois — atacaram sua mente e o fizeram desejar poder se chutar na bunda. Droga. Por que ele não conseguia ser eloquente, ou pensativo, ou nunca dizer a coisa certa para este homem? Jed se levantou também. “Potro —” “Não.” Levantando as mãos em sinal de rendição, Booker se reforçou e deu a Jed o lábio superior mais duro que ele já vira. “Está tudo bem. Eu sei que você tem que falar com sua mãe. Inferno, bebê.” Ele coçou as mãos pelo cabelo, e uma selvageria instável encheu seus olhos e voz. “Eu quero que você faça. É o que venho esperando que você me diga desde o momento em que nos beijamos pela primeira vez. É uma boa coisa que você está, finalmente, em um lugar onde sente que pode contar a ela sobre nós. É o certo.” Booker assentiu rapidamente, e então se ocupou pegando as roupas do chão. “É o que você precisa fazer.” A cada peça de roupa que Booker pegava, com movimentos tão frenéticos, uma dor mais profunda apunhalava Jed no coração. Porra. Fazendo-o doer para aliviar o zumbido visível vibrando através de seu corpo. Eu fiz isso com ele. Hora de consertar isso, de uma vez por todas. Abrindo furos nas costas nuas do homem que amava, Jed, a garganta arranhada, murmurou, “Você está com medo de que eu saia dessa conversa convencido de que não devo ficar com você, e que vou voltar a afastá-lo e insistir que o que temos não é real ou duradouro.” Booker congelou no lugar. “Não, eu não estou.” Assim que disse isso, ele se virou e ergueu o olhar para Jed. “Deixe-me corrigir isso. Foi uma mentira.” Roupas apertadas contra seu

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meio, ele mastigou a ponta do lábio como um homem faminto. “Eu acho que tenho medo disso. Eu acho que tenho medo disso um inferno de um lote.” Fodido inferno. A ferida no meio de Jed empurrou mais fundo, eviscerando-o até o núcleo. “Está tudo bem. Cristo, mel.” Exalando devagar, ele trancou as mãos atrás do pescoço e olhou para os céus por ajuda. Não encontrando consolo de cima, ele se focou de volta em Booker. A visão terrível diante dele o teve amaldiçoando mais uma vez. “Não faça isso. Pare de se torturar.” Jed esfregou o polegar no lábio inferior de Booker e afastou uma gota de sangue. “Você tem esse olhar culpado em seu rosto, como se duvidar de mim, você acha que está me apunhalando pelas costas. Mas você não está. Eu ganhei sua incerteza nisso. Eu sei que fiz. Mas, porra…” Jed o puxou e pressionou os lábios na têmpora do homem, segurando lá, saboreando a proximidade. “Eu não quero que você se sinta mal. E odeio ainda mais ver esse medo em seus olhos.” Com as roupas esmagadas entre suas barrigas, Booker enrolou os braços na cintura de Jed e se agarrou a ele. Contra seu pescoço, ele disse, “É só que… Você a ama tanto. Ela é uma mulher forte, e com certeza tem poder sobre você.” Merda, Potro. Não. Com nova adrenalina bombeando em seu sistema, impulsionando-o com paixão e vida, Jed algemou as mãos no pescoço de Booker. Forçando o contato visual, ele o manteve preso e jurou com fogo, “Se eu tivesse ido ver minha mãe ontem… Antes de tudo que aconteceu aqui hoje… Eu tenho vergonha de dizer, mas posso ser homem o suficiente para admitir que ela pudesse ter se aproveitado com sucesso dos medos que eu tinha sobre meus sentimentos por você e os usado para dirigir um novo calço entre nós. Mas não por muito tempo.” Jed segurou a nuca de Booker com toda sua força, e nunca pestanejou. “Não depois da maneira como você lutou por mim hoje. Não depois do jeito como você forjou através de meus medos como o guerreiro mais valente, e permitiu que eu me sentisse seguro o suficiente para cortar aberta minha alma. Eu entreguei meu coração aos seus cuidados e guarda hoje, e você fez o mesmo para mim. Estamos juntos agora. Ok?” Jed raspou beijos em sua testa e bochechas. Em um tom enferrujado prometeu, “Você e eu. Nada triunfa isto. Nem mesmo minha mãe.” Booker fechou os dedos nos antebraços de Jed e o segurou também firmemente. “Eu sei. Eu sei. Intelectualmente, eu sei. E até sei em meu coração. Eu tenho fé em você. Por favor, não

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pense que não faço. Mas Deus, bebê, eu sei o quanto você ama sua mãe também. Além de sua família, eu, e os cavalos. Nada mais importa para você.” “Não machucá-lo mais é mais importante para mim do que qualquer outra coisa.” “Talvez você não precise dizer a ela.” Booker franziu o cenho, e então parou. Como se trabalhando algo em sua cabeça, ele assentiu. “Seu irmão sabe, e Meg sabe. E assim que eu falar com minha irmã, ela vai saber sobre nós também, e ela vai ficar muito feliz. Nós temos nossa família do nosso lado. Talvez isso seja o suficiente.” Porra, mel. Jed não achava possível que seu coração pudesse se expandir mais, mas a explosão que estourou em seu peito, bem neste momento, agitou até seu núcleo. Jesus, os sacrifícios que ele está disposto a fazer por mim. Jed tomou o rosto de Booker em suas mãos, arrastando-o para perto, e examinou cada linha perfeita e couro cabeludo marcado, memorizando cada bela polegada. “Não, Potro. Eu não posso fazer isso. Eu não vou.” Ele apertou o beijo mais suave e gentil nos lábios exuberantes de seu homem. Por apenas um instante, deixando-se demorar na conexão e calor, lavando-se na onda de amor ao seu redor. Quando finalmente deixou seus lábios partir, ele não foi muito longe. Colocou a testa na de Booker, precisando mantê-los uma única entidade de alguma pequena forma, e rezou para que sua honestidade deixasse este homem ver em sua alma. “Eu tenho vergonha de como te tratei recentemente. E acho que uma grande parte da razão pela qual estava bebendo tanto vinha da vergonha. Toda vez que me escondia de você, ou tentava negar o que tínhamos feito ou o que sentimos, ou o que dissemos um para o outro, cada vez que te desrespeitei, eu estava desonrando seu lugar de importância em minha vida. Toda vez que eu fazia, se tornava um veneno dentro de mim que eu tentava matar com a bebida. Eu não quero mais fazer isso. Eu não vou mais fazer isso.” Com seu sangue bombeando duro e suas emoções o inundando, Jed acariciou o rosto de Booker em seus cabelos, desesperado fazê-lo sentir seu amor tanto quanto ouvi-lo. “Você é um homem incrível, Potro. Você já possui o maior pedaço do meu coração, e nós vamos estar juntos em todos os sentidos. É hora de todo mundo saber disso. Inclusive minha mãe.”

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O peito de Booker saltou visivelmente, e uma película de umidade nublou seus olhos. Ele limpou a umidade longe. “Obrigado.” Ele pigarreou. “Eu não pensei que precisava ouvi-lo dizer isso, mas eu fiz. Você é tudo para mim também.” Ele enroscou os braços no pescoço de Jed. “Minha irmã sabe que sou gay, mas em todos esses anos, eu nunca lhe disse sobre meus sentimentos por você. Ela é o tipo de pessoa prática. E provavelmente teria me dito para acordar e superar. Eu não queria abandonar minha fantasia de ter você, então nunca a deixei ver o quanto você era importante para mim. Mas agora que você é real, agora que nós somos reais, eu posso lhe dizer tudo sobre nós. Eu quero que ela te conheça. Não apenas os poucos ois que vocês trocaram no telefone. Eu quero que ela realmente conheça o homem que eu conheço.” A garganta de Jed constringiu com um aperto ridículo. “Mel, ninguém me vê da maneira que você faz.” Ele acariciou o dorso da mão pelo rosto de Booker, maravilhado com o quão certo era a sensação de tocar intimamente este homem. “Mesmo antes de termos sexo, mesmo antes de eu entender o que estava acontecendo entre nós, você me conhecia de uma forma que ninguém mais faz.” Antes que Booker pudesse separar totalmente os lábios, Jed colocou o dedo contra a boca do homem e sorriu. “Mas eu entendi o que você quis dizer, e concordo. Eu quero conhecer sua irmã, e adoraria que você passasse mais tempo com Lyle e Meg.” Sorrindo de volta, Booker deu um beijo na ponta do dedo de Jed. “Bom. Eu também.” Calor e luz infundiam seu tom, e o som masculino e melódico levou Jed às nuvens. “Eu também.” Jed se moveu, de repente faminto de novo para alcançar a boca de Booker. “Mmm.” Ele deu um beijo suave contra seus lábios rosados e mergulhou a ponta da língua para ter um gosto de sua doçura. “Eu gosto quando estamos de acordo.” O sorriso brilhando toda a distância até seus olhos, Booker mordiscou de leve na boca de Jed. “Eu também.” Seu tom caindo para algo rouco, ele enfiou os dedos em seu cabelo e o arrastou para mais perto. “Eu também.” Com seus corpos nivelados, Jed gemeu quando seu sangue começou a aquecer. Lábios raspando uns contra os outros, ele brincou, “Esta está rapidamente se tornando minha frase favorita com você.” Ele lambeu o pequeno corte no lábio inferior de Booker. “Diga isso de novo.”

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Booker tremeu contra ele. “Eu também.” Foda-se. Toda brincadeira fugiu dos pensamentos de Jed. Gemendo sua necessidade, ele agarrou um punhado do cabelo de Booker, inclinou sua cabeça para o lado, e travou seus lábios com um beijo básico e embaralhado. Intelectualmente Jed entendia que havia beijado sua primeira garota com quatorze anos, e tinha mais de quinze anos de prática sob seu cinto para lhe dar uma base sólida para bons beijos. Ele tinha habilidade. E sabia disso… Em sua cabeça. Mas porra, no momento em que seus lábios entraram em contato com os de Booker, no segundo em que Booker começou a beijá-lo de volta, uma nuvem de necessidade turvou qualquer história que ele já tinha tido com qualquer outra pessoa antes de Booker reivindicar seu coração e vida. Perdendo-se, afundando-se cada vez mais em seu beijo, Jed se deleitou com a forma como seus corpos nus se esfregavam um no outro com tal crueza. Na força dos dedos de Booker quando ele cavou as mãos em seus músculos, segurando-o firmemente enquanto o beijava de volta, inflamando êxtase em seu núcleo. Quase furiosamente, Jed lambeu em sua boca, para um chiado de alegria de Booker. Ele lambeu novamente, enroscando suas línguas, fazendo batalha, que ele sabia agora levaria a uma vitória compartilhada. Cada pedacinho desse beijo rodou e fundiu dentro de Jed, atacando todos os seus sentidos, e saturando seu sangue com uma necessidade drogada, arranhando seu caminho para Booker e os tornando um para sempre. Jed nunca queria parar, mas seus pulmões queimaram, sinalizando a necessidade de respirar. Subindo para oxigênio, ele arrastou uma lufada de ar úmido, esperando limpar a cabeça, mas só vigorando o sangue correndo através de seu sistema. Diante dele, Booker parecia tão desgrenhado e extasiado como Jed jamais vira. Cristo, o homem parecia pronto para ser fodido, e o pau de Jed imediatamente se levantou à meio-mastro, provando seu desejo de ser acolhido. Arrastando Booker de volta, Jed murmurou; “Merda, Potro.” Ele roubou outro beijo duro e rápido. “Eu nunca tenho o suficiente de você.” Antes que Jed pudesse assumir o controle de sua boca de novo, Booker mergulhou fora de seu aperto e se afastou. “Espere. Espere.” Toda a sua armação subindo e descendo a cada fôlego profundo que tomava, Booker passou a mão pelo rosto até seu coração, mas o gesto só fez o aguilhão avermelhado em seus lábios mais profundo. “Antes que isso vá longe demais que não

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conseguimos parar, você quer dar um passo atrás e se limpar? Nós podemos nos vestir.” Booker pegou uma camisa do chão, mas se encolheu no momento em que seus dedos entraram em contato com a bagunça toda enrolada. Ele a deixou cair de seus dedos de volta na terra. “Eu acho que tenho uma camiseta no caminhão que você pode usar. Nós podemos ir, e eu posso te levar para ver sua mãe.” Mudando de pé em pé, ele desviou o olhar, olhando na direção dos cavalos que pastavam a cerca de cem metros abaixo do córrego. “Se é isso que você ainda quer.” Com o peito apertado, por uma razão totalmente diferente da falta de ar, Jed amaldiçoou novamente. Sem hesitar dessa vez, ele se esticou através da meia dúzia de passos entre eles e tomou a mão de Booker na sua. “Não comece a se preocupar com outro buraco em seu lábio. Eu posso vê-lo fazendo isso.” Ele balançou seus dedos entrelaçados. “Olhe para mim.” Jed o puxou novamente, e dessa vez Booker se virou e lhe deu o contato visual que ele tão desesperadamente precisava. “Eu vou falar com minha mãe a primeira coisa quando voltarmos.” Ele ergueu a mão de Booker e deu uma linha de beijos através dos dedos ásperos. “Não importa quando será, vai acontecer.” Ele apertou a mão de Booker na sua e infundiu força em sua voz. “Vai.” Respirando fundo, Booker assentiu. “Ok. Eu sei.” Dessa vez, ele não desviou o olhar ou vacilou quando falou. “Eu sei que você vai. Eu sei.” Ele apertou a mão de Jed de volta. “Eu prometo também.” Obrigado. A tensão drenou fora da armação de Jed, e ele afundou. “Bom.” Booker se aproximou, e como fizera tantas vezes em sua amizade, sua proximidade muito aliviara, sem palavras. Ele segurou a mão contra o rosto de Jed. Tão natural quanto respirar, Jed se aninhou contra a suavidade e os calos, permitindo-os acalmar sua alma. Jed virou a cabeça e deu um beijo no centro da palma quente. “Não estamos indo a lugar nenhum até, pelo menos, nossos jeans secarem.” “Sim, você está certo.” Recuando depressa, Jed esticou cada peça de sua roupa no ar e as espalhou em um arbusto próximo.

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Depois de esticar a pilha de roupas quentes e úmidas, ele protegeu os olhos e o que viu do outro lado do riacho o fez dar um novo sorriso. Fez seu pau inundar com sangue novo também. Ele olhou de volta para Booker e não se preocupou em esconder sua ereção crescente. “Enquanto esperamos, você quer ir se deitar sob aquela árvore do outro lado do riacho um pouco?” Ele arqueou uma sobrancelha. Mantendo contato com os olhos, ele engoliu um gemido quando seu eixo engrossou e esticou ainda mais. Na frente dele, Booker mordeu o lábio. Dessa vez, porém, Jed viu o resplendor de vermelho aprofundar a cor de sua carne duramente bronzeada e ouviu sua pequena ingestão de ar. Dessa vez, Jed entendeu que preocupação e medo não o tinham feito sugar o lábio entre os dentes. Ele está excitado. Inferno sim, mel. De olho onde pisava, Jed voltou para o riacho raso. Água fria correu através de suas pernas, e ele silvou quando o frio criou arrepios maravilhosos de suas panturrilhas até suas coxas. Jed olhou para Booker, ainda na margem, e estendeu a mão. “A água está boa pra caramba, mas aquela árvore ali é enorme e tão verde quanto qualquer coisa que já vi. Se vamos comprar este lugar” — sua voz travou em uma onda de emoção, mas ele manteve a cabeça erguida e não desviou o olhar de seu amor, sua alma gêmea, seu mundo — “devemos ver quantos lugares vamos ter onde podemos vir relaxar e desfrutar um dia lento ou uma noite quente. O que você acha?” Jed sorriu, com algo cheio de todos os seus maus pensamentos. “Você está a fim de testá-los?” Da beirada da água, Booker protegeu os olhos e olhou através do riacho para a árvore enorme e vibrante. Então olhou de volta para Jed. “Você só quer se deitar lá sob aquela sombra, naquele pedaço de grama verde, Sr. Hastings?” Lambidas de fogo aprofundaram a cor dos olhos de Booker. Ele olhou para a ereção plena de Jed, e então encontrou seu olhar com um desafio no seu próprio. “Ou pensa me conseguir de costas e ter seu caminho comigo?”

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Com a mão ainda estendida, Jed jogou a cabeça para trás, e seu riso encheu o céu azul perfeito. Excitado como o inferno, ele não conseguia se afastar do homem atordoante e nu diante dele, e deu acolheu a explosão de dor maravilhosa pressionando em seu coração. Jed arqueou uma sobrancelha, um desafio no arco. “Traga seu alforje, Sr. West. Há provavelmente algumas coisas lá que vamos precisar.” Booker sorriu tão grande, e maravilhoso, e lindo. Ele manteve seu olhar preso em Jed enquanto mergulhava abaixo e enganchava a bolsa com um dedo. Antes que o homem então pudesse alcançá-lo totalmente, Jed o arrastou pela água, rente contra sua frente, e o prendeu com um beijo de forragem e busca. No momento em que Booker passou os braços pela cintura de Jed e lambeu sua boca, Jed gritou um ruído abafado cheio de vitória e começou a arrastá-lo através da água rasa. Um ruído inconfundível de felicidade escapou de Booker também, e ele esmagou os dedos na parte baixa das costas de Jed. Enquanto se deixava ser levado para fora da água até o outro lado do riacho, ele aprofundou o beijo para algo abrasador. Transbordando de amor e paixão insaciáveis, Jed baixou Booker para a grama debaixo da árvore, e se esticou sobre seu corpo duro e em forma. Lentamente, os sons luxuriantes e alegres de riso masculino mudaram para gritos despojados e gemidos crus.

***** DO OUTRO LADO DO RIACHO, um falcão voou pelo céu sem nuvens, gritando quando espanou a terra e agarrou um pedaço de tecido com um botão prata ligado, rasgado da camisa de Jed. Nenhum dos homens ouviu ou notou. Estavam ocupados demais enchendo o ar com seus próprios gritos.

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Horas mais tarde, quando Booker virou o caminhão em uma rua repleta de casas modestas, ao seu lado, Jed murmurou; “É esta.” Ele apontou para uma pequena, mas bem cuidada casa de madeira, pintada de azul claro com venezianas brancas. “É a segunda à esquerda.” Com um aceno de reconhecimento, Booker desacelerou o caminhão até parar e desligou o motor na frente da casa de infância de Jed. Canteiros estreitos se enfileiraram na passarela de concreto até a porta da frente, as cores brilhantes acolhedoras e alegres. Uma grinalda com um motivo de bandeira Americana adornava a porta da frente pintada de preto, completando a aparência de uma casa bem amada de classe trabalhadora. Jed ficou sentado em silêncio no banco de passageiro, olhando para a casa. “Meu irmão a repintou recentemente. Nós mandamos mensagens de um para o outro sobre o custo e que cores usar. Eu não tinha visto ainda. Ele fez um bom trabalho.” Chorando por dentro por esta tarefa por vir para Jed, Booker alcançou através do banco e cobriu sua mão. “É muito bonita.” Apertando os olhos contra a luz do sol, ele permitiu que dois garotos indisciplinados preenchessem seus pensamentos. “Eu posso imaginá-lo no gramado brincando de cowboy e índios com Lyle.” Um sorriso melancólico inclinou os lábios rígidos de Jed. “Nós brincávamos de Star Wars, principalmente.” As armas e flechas na mente de Booker se transformaram em sabres de luz, e ele apertou a mão de Jed. “Eu posso ver isso também.” Caindo em silêncio mais uma vez, Jed então abruptamente puxou da mão de Booker e revelou, “Ok, deixe-me ir.” Ele puxou a maçaneta e abriu a porta com o calcanhar da bota. “Isso não pode esperar mais.” Endorfinas de repente o inundando, Booker alcançou através do assento e serpenteou a mão ao redor do cotovelo de Jed. Um olhar prateado encontrou o seu; E sua firmeza sufocou o pico de ansiedade perfurando seu coração. Ainda assim, ele perguntou, “Você tem certeza que não quer que eu entre com você?”

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Olhando para trás na casa, Jed disse, “Não. Vai ser difícil o suficiente para minha mãe ouvir estas informações vindas de mim.” Um pouco da cor lixiviou da pele de Jed, mas seu tom segurava verdade, e seu foco também. “Se você estiver lá, ela vai tentar colocar uma fachada, e eu não vou saber como ela realmente se sente.” Jed cobriu sua mão e acariciou sua pele. “Mas obrigado por oferecer.” Booker sacudiu a cabeça. “Nem sequer se preocupe ou pense sobre isso.” Depois de um último emaranhar de seus dedos, ele soltou Jed. “Não se apresse, e faça o que tem que fazer.” Jed assentiu. Fechou a porta, disse, “Eu te vejo daqui a pouco,” e se virou. No primeiro passo que Jed deu, o coração de Booker constringiu novamente. Movendose por instinto, ele saiu do veículo. “Espere!” Circulou a frente do caminhão e correu para Jed. Ele manteve as mãos para si mesmo, mas Deus, seus dedos coçavam com a necessidade de acariciar e tocar. Ao invés, ele baixou a voz, mas se trancou no luar brilhando tão abertamente nos belos olhos de Jed. “Lembre-se de que não importa o que aconteça lá dentro, eu te amo. Você sempre vai me ter. E você sempre vai ter seu irmão e Meg também. Você está indo para isso sozinho” — incapaz de superar os ditames de seu corpo, ele puxou a camiseta de Jed, que na realidade era dele — “mas você não está sozinho.” Ele esfregou o tecido macio da camisa por cima da batida firme no peito de Jed. “Eu estou bem aqui em suas costas.” Seu foco como-laser, Jed enrolou sua mão grande e forte na parte de trás do pescoço de Booker e forçou seu rosto fora do esconderijo. “Você olha para mim também, ok?” Ele estudou Booker como se nada existisse neste mundo além deles dois. “Se essa conversa levar quinze minutos, uma hora, ou duas, quando eu sair por aquela porta, eu estou vindo de volta para você. Não importa o que ela diga, pois isso não vai mudar. Eu te amo também, Potro.” Suas narinas chamejaram. Como se tivesse pegado um aroma que não podia resistir, Jed se inclinou e raspou suas bocas juntas com um beijo rápido e áspero. Contra os lábios de Booker, ele alimentou verdade diretamente para seu núcleo. “Eu não vou vacilar,” ele jurou com tom roto. “Eu prometo que vou voltar para você.”

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Cedendo à sua necessidade, Booker, seu corpo inteiro doendo com o melhor tipo de dor, se agarrou a Jed também. “Eu acredito em você. Leve o tempo que precisar. Eu estarei aqui quando você voltar.” Com um último aceno curto, Jed roçou seus lábios nos de Booker, girou, e foi do caminho de concreto para a porta da frente. Enquanto observava, Booker subiu de volta atrás do volante do caminhão e se preparou para uma longa tarde. Eu te amo, bebê. Eu acredito em você. Booker beijou a pulseira, e seu coração inchou com a conexão irrompível que ele compartilhava com Jed — o homem que era dono de seu coração desde o primeiro dia. Vá e faça o que você precisa fazer, e depois volte para mim.

***** QUANDO ODETE HASTINGS abriu a porta da frente, Jed prendeu o fôlego, e seu coração bateu contra o peito com força suficiente para seguramente ser visto por qualquer um que se preocupasse em olhar. Aqui vai. Jed sorriu. Com um olhar para sua delicada e grisalha mãe, seu coração apertou com a pressão de lembranças maravilhosas. “Oi, mãe.” Arregalando os olhos, Odete se atirou nos braços de Jed. “Oi, meu amor.” Depois de lhe dar um abraço mais poderoso do que qualquer um do seu tamanho deveria ser capaz de reunir, ela recuou e segurou seus ombros, abertamente fazendo um inventário dele. “Quando você voltou para casa? Por que não me ligou?” Olhando-o a partir de sua estatura diminuta, ela apertou suas mãos frias e pequenas contra seu rosto. “Por que você não me disse para que eu pudesse ir buscá-lo no aeroporto?” Embora sua pulsação batesse totalmente fora de controle, à verdade não colocou um aperto em sua garganta como ele esperava que fizesse. “Eu estive aqui por um tempo, mas não

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estava pronto para ver ninguém.” Uma imagem de Booker encheu sua vista, aquecendo-o, e fortalecendo sua voz. “Mas estou muito melhor agora.” Odete estreitou o olhar. “O que está acontecendo com você? Entre aqui agora” — ela ligou seu braço no dele e o arrastou — “e me deixe fazer um lanche, assim podemos comer enquanto conversamos.” Ela não parou de puxá-lo até que chegou à cozinha e o colocou na mesa. Quando Odete foi para abrir a geladeira, Jed delicadamente segurou seu braço e a puxou de volta para a mesa. “Mãe, eu não quero comer. Eu preciso que você se sente.” Ele empurrou a cadeira ao seu lado. “Há algo importante que eu preciso te dizer.” “O quê?” Odete imediatamente se sentou. “Você está bem?” Ela estendeu a mão através da mesa e sentiu sua testa. “Você está doente?” “Não, Mãe.” Jed puxou a mão de sua mãe de seu rosto e a segurou contra a mesa. “Estou melhor do que jamais estive. Eu prometo.” A risada gutural de Booker, e o brilho em seus olhos quando Jed fazia algo que o deixava orgulhoso o dominou ali onde estava sentado, cercando-o, e dando vida às palavras em sua garganta, esperando para serem ditas. Ele segurou a mão de sua mãe, e plena vida encheu seu tom. “Eu preciso te dizer por que estou indo tão bem hoje em dia, e preciso que você me ouça.” “Ok.” Em seu jeito sem-tolices, Odete ordenou, “Então fale.” “Eu encontrei alguém, mãe.” Quando Jed pensou para trás no quão duro Booker havia trabalhado para ganhar seu lugar no rodeio, ele riu e sorriu. E empurrou seus ombros para trás, endireitando-o de alguma forma mais alto, embora estivesse sentado. “Ou eu deveria dizer, ele me encontrou.” As pupilas de Odete chamejaram, e ela empurrou sua espinha contra o encosto da cadeira. “Ele?” Ela puxou a mão de debaixo da dele, e seu queixo endureceu para granito. “Você disse, ele.” Uma lança apunhalou o intestino de Jed, mas ele se sentou alto de qualquer maneira. Ele precisava. Ele não podia ser nada menos do que o homem que Booker já acreditava que ele fosse. “Sim, mãe, ele é um homem.” Jed não piscou ou gaguejou. “Eu me apaixonei por outro homem. Seu nome é Booker West, e ele é simplesmente o melhor ser humano que eu conheço. Eu

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o chamo Potro. Você já me ouviu falar dele muitas vezes antes. Ele é incrivelmente gentil, e inteligente, e generoso, e paciente, e cheio de um espírito amoroso. Eu sei que se você se der a chance de conhecê-lo, você vai amá-lo também.” O coração de Jed transbordava de amor por Booker, que vazou em sua voz. Cada palavra ele dizia sobre ele vinha com mais facilidade do que a próximo. Força infundindo sua espinha, e orgulho inimaginável por seu homem o manteve falando diante de um silêncio sepulcral de sua mãe.

***** Uma hora mais tarde, já noite, Jed caminhou para fora, seu coração pesado, mas de alguma maneira leve ao mesmo tempo. Como Booker tinha jurado que faria, ele estava sentado em seu caminhão na frente da casa, à espera de Jed. Antes que Jed chegasse ao caminhão, Booker tinha a porta lateral do passageiro chutada aberta para ele, e a mão estendida através do assento. Sem palavras, Jed segurou sua mão e subiu ao seu lado. Imediatamente, apenas de sentar ao seu lado, Jed se aqueceu por dentro, e seu batimento cardíaco se acalmou para um ritmo mais constante. Ele se sentiu como si mesmo, e como podia respirar. Potro faz isso comigo. Segurando sua mão, Booker a ergueu até os lábios e deu um beijo na parte de trás. “Você fez isso.” Não havia nenhuma dúvida em seu tom, e sua fé nele torceu uma dor maravilhosa no coração de Jed. “Ela não disse nada. Nem uma única palavra.” Jed nunca esconderia nada de Booker novamente. “Ela se manteve impassível, mas não me chutou para fora. Parecia que ela me ouvia. Mas ela não respondeu, nem me bateu, ou se levantou e me deixou lá sentado também.” Acenando para Booker, e talvez para reforçar sua própria crença, Jed terminou, “Eu vou ter meu coração nisso.”

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Com um sorriso pequeno e gentil, Booker estendeu a mão e afastou uma mecha de cabelo da testa de Jed, e depois se inclinou e bicou um beijo lá. “Eu acho que você deve.” Ele ergueu o queixo de Jed, que encontrou um olhar aberto, cheio de calor e aceitação. “Eu te amo.” Ele colocou a mão de Jed contra a batida forte de seu coração. E estava um pouco áspero quando acrescentou, “E estou muito orgulhoso.” “Obrigado.” Exausto, seus músculos se sentindo como se tivesse acabado de trabalhar um dia de doze horas, Jed se aproximou e escavou debaixo do braço de Booker. Cristo, ele precisava estar perto deste homem. Sempre. Booker o apertou em troca e deu um beijo no topo de sua cabeça. Jed se colocou de alguma maneira mais perto, engessando-se no homem mais bonito que ele já conhecera. “Eu te amo também, Potro. Sem esconder mais. Vamos para casa.” Booker pressionou outro beijo no topo de sua cabeça, e então começou a levá-los para o sul, longe de seu motel e da casa de Lyle e Meg. Sem precisar pedir esclarecimentos, Booker os levava para onde Jed precisava ir. Ele os levava na direção de seu futuro — o rancho.

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Epílogo Contorcendo-se no emaranhado de lençóis, Booker gemeu e ficou tenso contra Jed, desesperado para sentir mais dos dedos longos do homem em sua bunda. Apoiado em uma mão, Jed olhou entre seus corpos enquanto aliviava seu dedo ponteiro e médio mais fundo no corpo de Booker. Empurrando o lubrificante fresco em sua passagem, esticando-o deliciosamente, e Booker mordeu o lábio em um esforço de abafar um gemido mais áspero. Seu corpo inteiro estremecendo em antecipação do que aconteceria a seguir. Suor se reuniu no baixo de suas costas, mas ele só conseguia olhar para Jed, bebendo na beleza dura mapeando os traços do homem, e respirar através da tensão insuportável preenchendo seu coração com amor ilimitado. Jed lentamente bombeou os dedos dentro do canal de Booker, tocando ao longo de cada terminação nervosa malditamente ansiosa em sua bunda. Ele então os estalou fora, provocando em torno da borda de seu buraco, e Booker corcoveou duro e rangeu os dentes. Quando Jed começou a escorregar os dedos de volta em sua entrada, ele agarrou seu pulso e afastou sua mão. Jed estalou seu olhar para cima, visivelmente estudando Booker por problemas. Com seu peito rachando aberto, Booker soltou o braço de Jed e enrolou a mão no pescoço do homem para puxar seu rosto para perto. Em apenas uma fração de segundo quando Booker tinha empurrado sua mão, tempestades cheias de medo começaram a se formar nos olhos de Jed. Booker sussurrou; “Shh, shh. Está tudo bem.” Repetidas vezes, ele acariciou o rosto e mandíbula barbada de Jed, confortando-o de uma forma que Booker agora sabia de estar ao longo de um ano em uma relação trabalhada neste homem sensível. “Eu não estou com dor. Eu juro.” Quando sangue continuou a fluir para o sul em uma taxa furiosa, ele pastou um beijo rápido contra seus lábios e depois sorriu maliciosamente. “Estou apenas tão malditamente preparado que não posso esperá-lo por mais tempo.” Erguendo os quadris, ele esfregou seu pau duro contra a barriga nua de Jed. “Eu preciso de você agora.”

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Jed estremeceu em cima de Booker, e suas pupilas chamejaram. “Merda do caralho, Potro.” Ele enfiou a mão entre suas barrigas e acariciou o eixo de Booker com pressão maravilhosa. “Eu amo quando você está tão ansioso por mim.” Mudando para segurar os braços grossos de Jed, Booker riu e sorriu para seu homem. “Então eu acho que você me ama sempre.” Centelhas de luz brilhante afastaram as sombras no olhar de Jed. “Você sabe que sim.” Ele moveu a mão mais baixa e aplicou uma pressão gentil em seu anel sensibilizado. “Tem certeza que está pronto?” Booker se agarrou a Jed, grunhindo quando seu cu apertou firmemente e colocou uma luta desnecessária. “Estou pronto para este momento desde o dia em que te conheci. Foda-me, Jed.” Erguendo os quadris, ele empurrou seus meios em um contato mais áspero. “Eu preciso senti-lo dentro de mim agora.” “Não.” Jed colocou a mão na bochecha de Booker. Com seu peso, ele o baixou de volta para a cama. E substituiu a pressão dos dedos contra sua entrada com a cabeça do pênis. Quando fez, ele trancou seu foco em Booker, expondo o inferno aquecendo sua alma. “Não porra. Não mais.” Testas coladas uma na outra, ele pegou as mãos de Booker, esticando seus braços acima da cabeça, e entrelaçou seus dedos. “Toda vez que você me leva, não importa o quão gentil ou duro, você me mostra o quanto me ama, e me faz sentir seguro o suficiente para confiar e acreditar em você.” Lixa expandiu seu tom além de áspero. Ele limpou a garganta. “Eu quero te dar isso também.” Jesus, bebê. O coração de Booker quebrou tudo de novo. Pressionando suas mãos entrelaçadas contra a cabeceira da cama, ele esmagou os dedos de Jed com os seus, segurando-se a este homem por tudo que valia a pena. “Você faz Jed. Você faz.” Embalando-o no V de suas coxas, Booker olhou em seus olhos. “Sempre que você me toca — Deus, sempre que você até mesmo apenas olha para mim — eu me sinto seguro, e nunca sinto medo, e fico ligado como o inferno também, tudo porque posso sentir a força de seu amor por mim.” Com essas palavras ditas, Jed clamou algo que só os animais deveriam ser capazes de ouvir, e mergulhou seu pau — seu pau desencapado — direto na bunda de Booker. Tão

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sintonizado com este homem, Booker não só ouviu seu alto grito quase silencioso, o som também se afundou em seu corpo, levando-o com tanta força quando Jed o reivindicando pela primeira vez sem proteção fez. Enterrado dentro dele até a raiz, Jed estremeceu, e seus traços faciais se contorceram como se estivesse em dor. “Oh Cristo, Potro…” Ele empurrou a parte de trás das mãos de Booker na cabeceira e começou a se mover. “Você é tão malditamente quente, e liso, e apertado.” Com cada flexão dos quadris, ele deslizava seu eixo longo e quente deliciosamente ao longo das paredes internas de Booker e fazia ambos gemer. Lábios entreabertos, seu foco fundido nele, Jed exalava contra sua boca a cada porrada de seu corpo. “Eu não sei quanto tempo posso durar.” Com seus pés descalços plantados na cama, Booker apertou as mãos de Jed, ancorandose, e socou os quadris para cima, faminto por cada punhalada de seu pênis. “Eu não me importo.” Booker lambeu a boca de Jed e se deleitou no bofetão alto de seus corpos suados enchendo o pequeno quarto. “Assim como você não se importou ontem à noite quando eu não consegui fazê-lo durar mais que dois minutos com você.” Luz prateada iluminou os olhos de Jed. “Os melhores dois minutos de minha vida.” Balançando-se insistentemente na bunda de Booker, Jed desembaraçou suas mãos e correu os dedos por seus braços esticados. Assistindo seu caminho, ele roçou os dedos ao longo das bordas exteriores de seu peito e abdômen e depois foi ainda mais baixo. “Porra, Potro. Você é tão sexy.” Finalmente ele cavou os dedos em suas coxas, segurando-as na cama, e o fodeu tão bem como se tivesse dado prazer aos homens toda sua vida. “Você responde como se tivesse sido feito para mim. Eu nunca me canso de nós.” Com seu fôlego vindo em curtos ofegos, Booker lutou contra o aperto de Jed sobre ele, ansioso por maior movimento, mesmo amando o domínio dele sobre seu corpo. “Eu também.” Sua bunda estava recheada com Jed, quase de forma insuportável. Ele podia sentir o batimento cardíaco do homem pulsando dentro de seu canal, e cada pulsação irradiava através de seu núcleo e fazia seu próprio pênis engrossar e empurrar com mais força contra sua barriga. “Jed, Jed… Foda-se.” Ele arrancou a ponta dos dedos fora da cabeceira, afundando-os nos ombros largos de Jed, e rosnou; “Não desacelere agora, porra.” Booker jurava que todos os pelos em seu

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corpo se levantaram em atenção e gritaram sua necessidade de fricção. Ao mesmo tempo, sua passagem chamejou de novo, de novo, e de novo, quase como se suas paredes anais estivessem acariciando o pênis de Jed. Gemendo, ele confessou, “Jesus, eu preciso que você se mova, mas eu amo quando se sente como se você estivesse roubando cada centímetro de mim também.” Embutido profundamente, negando Booker uma única punhalada, Jed relampejou um rápido sorriso predatório. “Você está me desafiando a provar que posso fazê-lo gozar sem nenhuma batida dura.” O interior de Booker se sentia como se estivesse sendo arranhado e rasgado em sua carne. Ele trancou as pernas em volta da parte de trás das coxas sólidas de Jed e furiosamente se esfregou contra cada centímetro de pele nua do homem que ele podia alcançar, desesperado para ter a coceira dentro dele saciada. “Eu sei que você pode me fazer gozar em uma centena de maneiras tranquilas, mas você não precisa.” Suas mãos escorregavam na película de transpiração revestindo a carne de Jed, mas ele conseguiu enganchá-las nos cotovelos do homem. Arrastandoo totalmente abaixo até que seus narizes se tocaram. Quase frenético, ele implorou contra seus lábios, “Mas eu realmente gosto quando você fica meio louco e se move dentro de mim como um demônio de velocidade também.” Ele, então, tentou bater seu rabo contra a parede sólida de músculos que era seu homem. O sorriso de lobo de Jed cresceu maior e mais perigoso. “Eu sei que você faz.” Pressionando Booker mais fundo na cama, ele circulou o pênis contra seu buraco só um pouquinho, colocando maravilhosamente uma pressão torturante contra seu anel esticado ultrassensível, mas depois ficou absolutamente imóvel novamente. Vestindo um meio-sorriso, ele beliscou seu nariz contra o de Booker. “Mas eu amo ir tão malditamente lento e ver o quanto você pode tomar antes de estalar.” Com sua passagem espremendo com aguda sensibilidade ao redor do pênis de Jed, chorando sua necessidade de movimento, Booker agarrou o rosto de Jed e se esfregou ainda mais forte contra a carne aquecida do homem. “Bastardo.” As narinas de Jed chamejaram, e ele deu a Booker uma pequena bombeada de atrito entre seus corpos. “Você está certo.” Ele soltou seus quadris e agarrou sua cabeça ao invés. “Eu

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sou um sortudo, e eu sei disso.” Com os dedos enfiados em seu cabelo, Jed virou a cabeça uma fração e beijou a parte interna de seu antebraço. Quando fez, seu foco se estreitou no pulso de Booker, e seu pomo de Adão balançou convulsivamente. “Eu amo que você ainda usa isso.” Ele mordeu o nó de couro desgastado segurando a pulseira fechada — presente de Jed de tanto tempo atrás — e lambeu ao longo das datas desbotadas na placa fina de metal. Ele deu seu olhar de volta para Booker, e um novo brilho de umidade expôs a profundidade de suas emoções mais tenras. “Estou grato que mesmo quando eu estava no meu pior, você nunca a tirou.” Seu corpo inteiro dolorido de amor por este homem, Booker pressionou o beijo mais gentil em seus lábios e se agarrou lá por uma batida de coração prolongada. “Eu nunca faria isso.” Ele então beijou a placa de metal no couro também, onde Jed havia lambido, antes de enrolar os braços em seu pescoço e amarrá-los juntos de mais outra maneira. “Seu coração está nesta pulseira. A partir do momento que você me disse que a tinha feito para mim, eu senti como eu fosse especial para você.” Sua garganta se encheu com mais espessura. “Eu senti como se eu fosse seu.” “Você era. Você é.” Com seu tom mais áspero do que cascalho, Jed mergulhou e raspou seus lábios contra os de Booker. “Obrigada por me acordar e me fazer ver isso. Use sempre meu coração.” Ele alcançou atrás, puxou o braço de Booker fora de seu pescoço, e colocou seu pulso circulado a pulseira no rosto. “Mantenha-me sempre perto.” “Eu vou.” Booker fechou a mão em torno do pescoço de Jed. “Você é meu, Jed, tanto quanto eu sou seu.” E então pressionou um beijo suave em seus lábios e o deixou sentir a conexão tatuando sua alma. Bem ali, Booker silenciosamente fez de sua missão encontrar o momento perfeito para Jed colocar em seu dedo, ou pulso, ou ao redor de seu pescoço — um que nunca sairia. Por agora, ele se agarrou a Jed. “Sempre.” Em cima de Booker, dentro dele, Jed estremeceu por inteiro. “Porra, Potro. Eu te amo.” Ele puxou seu cabelo, picando o inferno fora de seu couro cabeludo, e inclinou sua cabeça. “Você me fez de novo.” Com isso dito, Jed cortou a boca através da de Booker, rasgando seu caminho para dentro com um beijo tomado e invasivo, e começou a balançar seus corpos fundidos com

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profundas varreduras completas de movimento. Jed empurrou sua entrada dentro e fora da bunda de Booker com golpes certos e firmes, tomando-o do jeito que Booker tanto precisava. Oh Deus do caralho, por piedade, sim. Booker agarrou Jed pelo pescoço e apertou suas coxas contra ele, segurando firme. Não querendo perder um único segundo de pele deslizando contra pele. Ele lambeu sua entrada através dos lábios de Jed, na caverna quente de sua boca, e gemeu quando respirou outro nível de almíscar natural do homem. O cheiro da adrenalina se precipitando em sua corrente sanguínea. As punhaladas de Jed ganharam velocidade, ele grunhiu e dirigiu Booker mais fundo no colchão, que levantou a parte inferior do corpo para o esfaqueamento quente de seu pau. Ele tomou controle do beijo e mordeu a língua de Jed também. Com a mesma rapidez que Booker mordeu, ele chupou a ponta ofendida e lambeu a parte inferior, ministrando tanta atenção pródiga quanto teria feito se de joelhos estivesse dando prazer ao pau de Jed. Jed estremeceu em resposta imediata e bateu o pênis para os confins de seu rabo pulsante e tenro. Booker clamou na perfuração áspera e profunda, que parecia ter percorrido toda a distância até suas tripas. Ele segurou Jed com força e sussurrou gutural, “Jed… Jed…” repetidamente contra sua mandíbula barbada, e então o beijou novamente. Com os dedos ainda emaranhados em seu cabelo, Jed quebrou seu beijo. Por uma fração de segundo seu rosto torceu para algo selvagem. Ele puxou o cabelo de Booker, forçando sua cabeça nos travesseiros, e articulou; “Porra, Potro… Oh porra.” Movendo-se, ele serrou seu comprimento de forma irregular dentro da bunda de Booker. “Eu não... Eu estou tão perto.” Essas palavras se afundaram no ser de Booker, invadindo-o tão maravilhosamente quanto o pênis de Jed fazia. Ele gemeu baixinho, suas bolas se levantaram, e seu pênis se colou com rigidez em sua barriga. Ele olhou em um olhar cheio de mercúrio de um homem que havia descascado suas camadas para expor o ser primal dentro dele, e acolheu a doce dor apertando seu peito. Ele deu um beijo nos lábios de Jed.

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“Deixe-me senti-lo,” Booker implorou, sem se importar que em seu apelo ele cortasse sua alma aberta para Jed ver também. “Dê-me isso.” Ele roçou os polegares ao longo da linha dura dos lábios do seu homem e disse baixinho novamente, “Deixe-me senti-lo gozar.” Com os olhos terrivelmente brilhantes, Jed entreabriu os lábios, mas nenhum som saiu. Mais uma vez, porém, Booker ouviu o grito cheio de amor apunhalar direto em seu coração. Ele assentiu. Como se precisasse de permissão, Jed finalmente o agarrou com um beijo necessitado, bombeou os quadris mais uma vez, e gemeu em sua boca enquanto derramava sua semente dentro da bunda de Booker. Com tal desespero enchendo o beijo de Jed, e a primeira erupção de sementes quentes enchendo seu canal, Booker convulsionou debaixo de Jed, e se perdeu também. Eles mantiveram seus lábios pressionados firmemente um contra o outro, como se não pudessem suportar respirar sem o outro, e ambos embeberam do ar úmido, com os cheiros e sons de seus lançamentos. Toda vez que Jed despejava outra linha de sêmen em sua bunda, Booker sacudia e descarregava mais ejaculação em seus estômagos. Os tremores balançando seus corpos se moveram entre eles por longos minutos. Eventualmente, Jed desabou completamente sobre Booker. Que ficou mole e se deixou ser enterrado mais fundo no colchão de pelúcia da cama. Muitos minutos mais tarde — após Booker há muito ter parado de contar o tique-taque, tique-taque, tique-taque no tempo com o relógio na parede — Jed surpreendeu Booker ao resmungar contra seu ombro, “Você vai ter que cuidar de tudo hoje.” Mesmo enquanto Jed resmungava, Booker podia sentir o homem sorrindo contra a curva de seu ombro. “Depois do que acabamos de fazer” — Jed se balançou em cima de Booker, e uma risada escapou — “eu não tenho a energia para sair da cama.” “Você tem mais energia do que dez homens,” Booker argumentou, com a voz leve de seu próprio sorriso. “E hoje você vai precisar disso, porque temos que ser rápidos para podermos terminar tudo até o almoço.” Eles tinham visitantes que chegariam ao rancho ao meio-dia para uma visita de fim de semana. Visitantes importantes. “Eu não estou falando sobre cuidar dos cavalos,” Jed respondeu, afastando-se. Enquanto reclamava, ele puxou o pênis suavemente fora da bunda de Booker e se dobrou para se sentar

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sobre os joelhos. “Não aja como se você não me conhecesse bem o suficiente para saber disso também. Porra, por que eu insisti que queria fazer isso?” Enquanto esfregava o rosto, Jed espiou Booker pelos espaços entre os dedos. “Ela não está pronta para nós. Inferno” — sua voz se elevou comicamente alta — “eu não sei se estou pronto para ela.” “Você está.” Booker assegurou. “Você vai ser grande hoje, bebê. Eu sei.” No fundo de seu intestino, Booker sabia que Jed estava apenas experimentando nervosismo de superfície, não medo real do fundo dos ossos ou incerteza. Durante o ano que passaram vivendo juntos e amando um ao outro abertamente, Booker descobrira que, sempre que Jed se sentia realmente vulnerável, assustado ou inseguro — sobre a relação, sobre a família, sobre as muitas preocupações que vieram com copossuir e operar um rancho de cavalos em uma base diária — Jed passava por um trecho de tempo onde ele só queria estar no fim receptor do sexo. Durante esses momentos, ele ansiava por Booker dentro dele, possuindo-o, assumindo o controle de sua intimidade. Quando esses medos eventualmente iam embora, quando Jed se sentia bem com seu mundo de novo, o lado naturalmente dominante de sua personalidade tomava a liderança, e ele procurava Booker com cada grama de agressão nele. Ontem à noite, quando concordaram em seguir em frente na relação sem preservativos, pela primeira vez em muito tempo, Jed tinha rolado e implorado a Booker para levá-lo primeiro. O apelo não o surpreendera nem um pouco. Uma mudança ocorrera em sua relação, e isso tinha ativado uma pitada de vulnerabilidade em Jed. Mas esta manhã, ele tinha atraído Booker em consciência com um baita de um boquete, e rapidamente voltado ao seu papel de cão superior em sua cama. Jed ficaria bem. Booker, e este barômetro estranho que ele tinha de tomar a temperatura de seu homem, nunca o guiara errado. Booker rastejou de joelhos também, tomou as mãos de Jed, e capturou seu olhar selvagem. “Ouça-me. Como venho dizendo desde que começamos isso, tudo está indo bem. Você já conversou com sua mãe pelo telefone — inferno, eu tive algumas conversas agradáveis com ela pelo telefone agora também. Em seu coração, você acredita que ela está pronta pra isso, ou você não a teria convidado.”

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Sacudindo a cabeça, Jed se afastou e começou a circular a cama. “Não.” Ele apontou para Booker, fogo iluminando seus olhos. “O rancho está indo bem, Forrest-Hawk está satisfeito conosco, nós finalmente terminamos a reforma da casa, e eu estava tão malditamente feliz com a gente que me precipitei porque eu queria me exibir.” Glorioso em sua nudez, Jed parou aos pés da cama, riu algo maníaco, e abriu os braços como um gigante sustentando o mundo. “Este vai ser um dia e meio de desastre, e sua irmã e meu irmão e Meg vão ter assentos na primeira fila para o Super Bowl8 de constrangimento.” Booker abafou uma risada. Deus, contudo, seu homem fazia uma bela vista agora. Serpenteando os braços na cintura de Jed, Booker o arrastou para perto, e plantou um beijo rápido em sua boca virada para baixo. “Não, nada disso vai acontecer.” Quando Jed entreabriu os lábios, Booker estendeu a mão e colocou um dedo contra sua boca, calando-o. “Admito que sua mãe, é mais do que provável, vá se sentir estranha a princípio. Ela não te viu desde aquele dia, e ela não me conhece, ou à Cherise, no que se refere a isso, pessoalmente. Vai ser estranho para ela nos ver funcionando como um casal pela primeira vez. Isso é natural. Eu suspeito que ela vá ficar quieta e com um pé atrás por um tempo. Mas, então, ela vai passar algum tempo perto de Meg e Lyle e minha irmã, e vai observá-los e ver como eles ficam confortáveis com a gente. Em algum ponto, ela vai tirar um momento onde se senta e percebe que está relaxada, e até se divertindo. Nessa fração de segundo de tempo, vai lhe bater que ela perdeu muito com a gente no ano passado, e ela vai abrir todo seu coração para você novamente. Ela não vai querer perder mais nada.” Com um meio-sorriso, Booker colocou a testa na de Jed e acenou, fazendo ambos movimentar. “Ela até mesmo vai me deixar entrar também. Eu sei.” Jed suspirou um som fatalista, mas a tensão visivelmente drenou de seu grande quadro. “Não sei,” ele disse com voz mais tranquila e de volta a seu estado normal. “Neste momento, só estou esperando que passemos por hoje e amanhã sem que ela pire quando pegar um vislumbre de eu colocando meu braço à sua volta ou roubando um beijo. Suas ambições são elevadas, mel.” Acariciando a mão áspera de cima a baixo das costas de Booker, Jed se inclinou e bicou um beijo em seu rosto. “Não quero que você fique desapontado se as coisas não saírem bem.” 8

Super Bowl é o anual jogo do campeonato da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), o mais alto nível de profissional de futebol americano nos Estados Unidos.

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“Ei,” — com as mãos ligadas no baixo das costas de Jed, descansando sobre o declive de sua bunda perfeita, Booker arqueou uma sobrancelha para seu homem — “eu acreditei que poderia tê-lo quando todo o bom senso deveria ter me dito o contrário. Veja como deu certo. Sua mãe já percorreu um longo caminho só de se abrir a conversar comigo pelo telefone. Ela vai chegar ainda mais perto neste fim de semana. É uma progressão natural de ficar confortável com quem você é… E um inferno de muita paciência de nossa parte. Eu estou bem com isso, e seu intestino estava certo de fazer este fim de semana acontecer.” Pressionando outro beijo rápido no rosto quente e corado de Jed, Booker o soltou, caindo de costas na cama, e empilhando as mãos atrás da cabeça. “Sua mãe vai abrir os olhos hoje e se encontrar atolada em desfrutar de sua visita com a família.” Olhando para Jed, ele se aconchegou no edredom e cruzou as pernas na altura dos tornozelos. “Você vai ver.” Assim como Booker esperava, Jed se desenrolou por completo e se sentou em seu lado da cama. Ele alcançou através de seu meio, plantou a mão no colchão, e o olhou com um belo brilho novo vislumbrando em seus olhos. “Você me faz acreditar. Cristo, Potro.” Ele se abaixou e pastou os lábios sobre seu coração. “Você me faz acreditar em tudo.” Com seu coração puxando com dor requintada, Booker carinhosamente correu os dedos pelo cabelo despenteado de Jed. “Sabe,” ele compartilhou, com rouquidão de repente em sua garganta, “quando você arriscou e me contratou; você me deixou entrar em seu mundo. Você acreditou em mim, quando tudo que via de cara deveria ter lhe dito para se mandar e contratar alguém com mais experiência. Mas você não fez.” Com um aperto no cabelo de Jed, Booker ergueu sua cabeça até que seus rostos ficaram a poucos centímetros separados. “Você realmente abriu as portas para nós primeiro, Jed. Eu só atravessei” — Ele deu um sorriso rápido, expondo todos os pensamentos sujos e sensuais girando em sua cabeça — “e então continuei empurrando até conseguir o que eu queria.” Deslocando-se ereto, Jed inclinou a cabeça para o lado. “Acho que sim.” Seu sorriso então cresceu decididamente muito grande e orgulhoso. “Inferno, eu sempre soube que eu era um tipo de gênio.”

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Booker revirou os olhos, seu coração tão elevado quanto jamais tinha sido. “Você é um tipo de coisa, tudo bem, bebê.” “Ei!” Jed bateu na coxa de Booker com um toque brincalhão. “É melhor você ter cuidado com o que fala, ou vou dar a esse seu cuzinho doce uma razão melhor para estar ainda mais dolorido hoje.” “Não sei.” Mordendo o lábio, Booker mexeu o rabo contra os lençóis e estremeceu quando ternura maravilhosa vibrou através de seu canal. Ainda assim, ele deu a Jed um olhar de lado. “A marca que você deixou lá esta manhã está mais ou menos já, eu acho.” Na cama, Jed saltou de joelhos e gritou, “Mais ou menos?” E se lançou sobre Booker, e com seu grito de choque, ele o rolou de bruços. “Mais ou menos!” Jed deu um grito rebelde e atacou sua bunda. De forma rápida-como-fogo Jed espancou suas nádegas, primeiro um, depois outro, para os gritos de prazer de Booker. Ele esbofeteou as colinas de seu traseiro de novo, aquecendo sua pele, só para então mergulhar abaixo e dar lambidas rápidas através de sua bunda, lambendo profundamente na fenda, e depois mordendo suavemente em seu buraco tenro. Booker gemeu, e sua entrada dolorida pulsou sob a língua magistral de Jed. Bom Deus — ele gemeu e vibrou por dentro de novo — ele amava quando Jed o beijava tão intimamente assim. No momento em que Booker começou a afundar no colchão, Jed voltou a beliscar suas nádegas com mordidas leves e pungentes. Fazendo cócegas de cima a baixo em seus lados também, em seus pontos mais sensíveis, nunca oferecendo alívio com seus dedos atormentadores ou sua boca divina. Logo Booker ria ruidosamente e se contorcia incontrolavelmente sob Jed, incerto se queria escapar das cócegas ou empurrar para implorar por mais daquela boca incrível em seu cu. Em sucessão rápida, Jed fez cócegas em seus lados em pontos que faziam seus músculos doerem com tensão, e tomou a decisão por ele. “Tudo bem! Tudo bem!” Ainda rindo, Booker alcançou e acalmou as mãos de Jed. “Eu me rendo!” Jed imediatamente parou, e quando Booker rolou e olhou para o brilho que nunca se cansava de ver no olhar de Jed, ele recuperou o fôlego. “Eu me rendo.” Consciência de seus

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corpos e seus estados seminus o fez de alguma maneira crescer ainda mais doce por este homem. Sorrindo, ele entregou seu coração tudo de novo. “Eu me rendo.” Jed prendeu Booker na armação de seus braços e pernas e sorriu de volta. “Eu amo quando você acaba debaixo de mim.” “Eu também.” Balançando os quadris, Booker esfregou seus pênis um contra o outro com um único e deliberado arraste de endurecer a carne. Jed gemeu, mas rangeu os dentes e rastejou fora do corpo de Booker. “Os cavalos logo estarão com fome.” Ele se empurrou fora da cama, mas manteve seu foco aquecido em Booker enquanto tirava o cabelo do rosto. “Mas o que você acha de continuarmos isso mais tarde, talvez com um pouco menos de cócegas, depois que enviarmos todos para a cama à noite?” “Você tem um acordo.” Ao invés de sair da cama, porém, em um cenário que tinha jogado dezenas de vezes no ano passado, Booker subiu em direção à cabeceira e caiu sobre uma pilha de travesseiros. “Agora vá me fazer um pouco de café,” ele instruiu enquanto se esticava, “ou eu vou cuidar dos animais e depois cair de volta nesta cama e dormir o resto do dia.” Enquanto se movia para a porta, Jed murmurou, “Você é um tirano cruel, Sr. West.” Ele parou na entrada para seu quarto e apontou o dedo médio para Booker. “É uma coisa danada de boa que eu te amo e que você me dá as melhores coisas que eu já tive, ou você nunca conseguiria qualquer tipo de ação nesta cama — sexo, comida, ou qualquer tipo de bebida — nunca mais.” Nem mesmo um pouco sonolento, Booker entortou o dedo para seu belo homem nu. Ele nunca se cansava das diferentes maneiras que Jed fingia frustração com ter que fazer o café todas as manhãs. Quando Jed chegou ao lado da cama, perto de Booker, ele se curvou. “Sim, meu rei?” Por apenas um instante, antes de fazer contato visual, Booker abertamente estudou o pênis longo e incrível de Jed. Enquanto se contorcia só um pouquinho, ele olhou para cima. “Vamos usar o chuveiro juntos depois, e eu acho que posso trabalhar um agradecimento adequado pelo café antes dos cavalos sentir muito a nossa falta.” Ele, então, alcançou e correu a ponta do dedo ao longo do eixo de Jed.

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Com isso, um toque, Jed estremeceu, e seu pênis empinou a meio caminho de sua barriga. “Merda, mel. Seu café está vindo agora.” Ele mergulhou abaixo e mordeu fora um beijo rápido e duro. “Eu já volto.” Quando Jed correr para fora do quarto, Booker riu e sorriu. Quando ele ouviu o riso rico de Jed flutuar para seu quarto da cozinha, seu coração perfurou com um aperto perfeito, e seu sorriso cresceu para uma risada enorme.

***** Horas mais tarde, com a casa de Jed e Booker cheia de família, Lyle contava uma história sobre Jed quando menino que tinha armado um ataque no meio de um parque quando perdeu sua primeira batalha com o vento e um papagaio. Junto com todos os outros, Odete Hastings riu, um lindo som cintilante, e então colocou a mão no coração, enquanto sorria para seus filhos. Do outro lado da grande sala aberta, onde Booker servia para Jed outro copo de ponche, ele ficou emocionado, e seu coração apertou forte com uma dor doce. Ao mesmo tempo, de sua posição no meio do grupo, Jed olhou para onde ele estava. Com apenas um olhar, ambos sabiam o que acontecia. Odete experimentava seu momento. Jed sorriu para Booker, algo largo, e jovem, e doce como o inferno. Booker piscou de volta para ele — um momento privado compartilhado entre os dois em uma sala cheia de pessoas queridas. Depois de mais um breve segundo, seus olhares presos, igualmente quente e docemente amorosos, Jed voltou sua atenção para sua família misturada e facilmente deslizou de volta na conversa. Booker ficou onde estava por mais um tempo, tomando um momento para respirar e trabalhar a enorme alegria explodindo em seu coração por Jed. Jed tinha sua família, tinha seus cavalos, e tinha alguém que o amava e que nunca o deixaria sozinho — tudo que ele teve tanto medo de desejar ou querer sua vida inteira.

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E Booker sabia — do outro lado da sala, ele podia sentir a batida quente e firme no peito de Jed — sem palavras ditas entre eles, Booker sabia que seu homem agora estava totalmente tranquilo em sua alma e, finalmente, verdadeiramente feliz. Sorrindo, apenas algo pequeno para si mesmo, Booker se moveu para o outro lado da sala, deslizou sua mão na de Jed, e tomou seu lugar de direito ao lado do homem que amava.

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