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Tradutora: Bonnie Revisão Inicial: Jax Revisão Final: Li Leitura Final: Clyde Formatação: Honey

Dangerously Damaged (Addicted To You, #1) Lucy Covington

Dangerously Damaged (Addicted To You, #1) – Lucy Covington

SINOPSE Estas são as palavras usadas para descrever Justin Brown: Inteligente. Capaz. Responsável. Estas são as palavras usadas para descrever Lindsay Cramer: Irresistível. Viciante. Apaixonada. Estas são as palavras usadas para descrever seu relacionamento. Lindsay Cramer, como uma boa menina, mantêm sua vida completamente em ordem, e ela têm todos os seus objetivos listados para verificação - obter bolsa de estudos para Ivy League University, acabar a graduação, e passar para a escola de medicina. Ela trabalhou duro para chegar onde ela está, e ela está determinada a não deixar nada - nem ninguém - entrar em seu caminho. 3

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Até que ela conhece Justin Brown. JB é lindo, e do tipo de cara que é completamente errado para Lindsay - o tipo de cara que é completamente errado para qualquer uma. Ele bebe, ele luta, e ele possui um passado secreto que Lindsay não tem certeza se ela quer conhecer. Mas quando os dois estão juntos, Lindsay não pode deixar de perder-se nele. É a maneira que olhos dele ardem quando olha para ela. A forma como o seu sorriso a deixa tonta. A maneira como suas mãos tocam seu corpo. Rapidamente, Lindsay e Justin estão completamente viciados um no outro. Mas quando o seu jogo perigoso culmina com Lindsay tendo que fazer uma escolha chocante, ela vai ser capaz de manter JB em sua vida? E se assim for, ela vai perder tudo que conquistou no processo?

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LINDSAY Eu tinha trabalhado ridiculamente duro para entrar na Universidade de Cambridge e assim, quando o cara responsável pelos pacotes de orientação me disse que não conseguia encontrar o meu, eu tive um momento de pânico. —Você tem certeza? — Eu perguntei, tentando manter minha voz firme. —Você pode olhar de novo? —Lindsay Cramer? — O rapaz a quem tinha sido atribuído o dever de distribuir os pacotes começou a folhear à pilha novamente. Ele era mais velho, provavelmente um sênior, com ombros largos e o tipo de sorriso que remetia a dinheiro. Em outras palavras, parecia que ele pertencia a este lugar. Eu por outro lado? Nem tanto. É por isso que eu estava tentando acabar com o meu ataque de pânico pendente. E se tudo isso tivesse sido um erro? E se eu tivesse recusado Yale, Cornell e Princeton porque Cambridge deveria ser melhor do que todas elas e agora a minha aceitação tivesse sido algum tipo de erro de admissões horrível? Ou uma piada que alguém tinha jogado em mim, e agora eles iam... 5

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—Oh, aqui está você. — o cara da orientação disse alegremente. Ele arrancou meu pacote para fora da pilha e me entregou. —Ele ficou preso por trás. —Obrigada. —Disponha. Eu fui dando alguns passos e comecei a abrir o pacote, mas ele me chamou. —Eu sou Adam, a propósito. —Lindsay. — disse antes de lembrar que ele, obviamente, já sabia disso. —Sim. — disse ele. —Eu sei. —Não havia ninguém atrás de mim na fila, provavelmente porque estava começando a ficar tarde. A entrega do pacote de orientação era de meio-dia as quatro, mas, aparentemente, todo mundo decidiu chegar cedo, porque estava perto das três e não havia ninguém por perto. Claro, havia muitos pacotes à esquerda, o que me levou a crer que ou havia um monte de calouro, ou havia um monte de gente que não tinha buscado os seus pacotes. Então, talvez eu tivesse errada e eu era realmente uma das primeiras. Talvez todos fossem calmamente pegar seus pacotes depois, talvez não. —Você está indo tirar o seu cartão de identificação agora? — perguntou Adam. Olhei para ele sem entender. —No prédio da Administração? — Ele sorriu. —Você deveria ir e tirar uma foto para o seu cartão de identificação. 6

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—Oh. — Engoli em seco. —Obrigada. Hum, sim eu acho que vou. —Eu posso mostrar-lhe onde ele fica. — Ele se virou para um dos outros estudantes trabalhando nas proximidades. —Ei, você se importa de dar cobertura para mim? Eu preciso levar alguém na Administração. Antes que eu percebesse, ele estava me conduzindo para fora, como se ele tivesse acabado de me adotar como seu próprio calouro pessoal. —De onde você vem? — Ele perguntou enquanto caminhávamos pela calçada. Uma menina carregando um enorme pufe passou entre nós, por isso levei um segundo antes que eu pudesse responder. —Ohio. — disse eu. —Uma pequena cidade nos arredores de Cincinnati. — Ele assentiu e eu tenho a sensação de que ele realmente estava escutando, arquivando esta informação para referência futura. —Passou muito tempo em Boston? — ele perguntou. Eu balancei minha cabeça negando, esperando que ele não me pedisse detalhes. A verdade é que eu nunca tinha ido a Boston antes. Eu ainda não tinha visitado a Universidade de Cambridge antes de aceitar sua oferta de matrícula. O pensamento me deixou um pouco nervosa, eu havia me comprometido a passar os próximos quatro anos da minha vida em uma escola e em uma cidade que eu nunca tinha passado algum tempo, mas era a Universidade de Cambridge depois de tudo. Eles tinham o melhor programa de Pré-Medicina no país. Sem mencionar que Boston possuía alguns dos melhores hospitais do mundo inteiro. Além disso, eles me ofereceram um pacote de ajuda financeira fantástica e, por isso, mesmo que eu tenha entrado em Princeton, Stanford e Yale, eu

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escolhi a Universidade de Cambridge. Foi mais difícil de entrar do que em todas as outras Ivies1, um fato que eles estamparam em todo seu site. —Você vai adorar Boston. — disse Adam. Ele conversava sobre coisas diferentes para fazer na cidade e eu caminhava ao seu lado, feliz só de ouvir. Quando chegamos ao prédio da Administração havia uma fila de estudantes por fora da porta. —Obrigada por me acompanhar. — eu disse. —Parece que você vai ficar aqui por um tempo. — disse Adam. —Sim. — Eu não me importo. Não era como se eu tivesse alguma coisa melhor para fazer, os meus pais e eu já tínhamos passado um par de horas ajeitando meu dormitório, quando eles me deixaram esta manhã. Na verdade “me deixaram” não era uma descrição precisa, porque faz parecer que isso aconteceu rapidamente. Na realidade, nós três tínhamos chegado a Boston tarde na noite anterior e passamos o resto da noite em um hotel. No início desta manhã, viemos verificar o meu quarto e em seguida, passamos agonizantes três horas na Target2, escolhendo todas as coisas que minha mãe pensou que eu ia precisar, incluindo, mas não limitado um quadro de avisos (para quê?), lençóis extra longo (necessário) e chinelos de casa (ela tinha colocado em sua cabeça que os pisos do dormitório eram imundos e que eu acabaria adquirindo algum tipo de fungo do pé a menos que estivesse protegida). Minha companheira de quarto, cujo nome era Rachel Flowers, não ia chegar até amanhã. Nós tínhamos nos falado pelo telefone durante o A Ivy League ou Ivies é um grupo de oito universidades privadas do Nordeste dos EUA. O grupo, também referido como as oito antigas, é constituído pelas instituições de maior prestígio científico nos Estados Unidos e no mundo e, assim, atualmente a denominação tem conotação, sobretudo, de excelência acadêmica, também associada a um certo elitismo. 2 A Target Corporation ou somente Target é uma rede de lojas de varejo dos EUA. 1

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verão, apenas uma conversa rápida, que tinha sido para informa-la que eu iria trazer um frigobar para o dormitório e ela me perguntou se eu gostava de festejar, para o qual eu tinha mentido ao dizer que sim. Adam estava ali sem jeito, e eu esperava que ele não achasse que eu queria que esperasse por mim. —Você deveria voltar. — eu disse. —Sim. — Mas ele não demostrou nenhum sinal de ir a qualquer lugar. Então, um segundo depois, seus olhos brilharam. —Vamos lá. — disse ele. Ele pegou minha mão, o que era um pouco estranho, já que ele era praticamente um desconhecido, mas eu decidi que talvez fosse uma coisa de faculdade (as pessoas não dizem sempre que você faria seus melhores amigos para a vida na faculdade?) e apenas fui com ele. Ele me levou para trás de um par de edifícios e, em seguida, virou de volta em direção a parte traseira do edifício da Administração. —Há uma entrada por trás. — disse ele. —E se formos por aqui, você pode furar a fila. —Oh. — eu disse. —Tudo bem, não me importo de esperar realmente. O pensamento de quebrar uma regra no meu primeiro dia foi suficiente para quase me fazer ter urticaria. (Estou brincando. Mais ou menos.) —Nós só temos que descobrir como superar esta barreira. — Adam disse, não ouvindo meus protestos ou apenas decidindo ignorá-los. Ele 9

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colocou o pé no fundo da cerca de ferro atrás do prédio da Administração e começou a tentar subir nela. —Quando eu chegar ao outro lado, você pode subir e então eu vou te levantar. —Levantar-me? Oh, meu Deus. Eu não tinha sido levantada em qualquer lugar desde que eu tinha dez anos e meu avô tinha bebido muito na festa de Natal da família Cramer e começou a lançar-me para o ar como se eu fosse uma criança. Eu não tinha certeza de como lidar com a situação. Eu não queria quebrar todas as regras, e eu definitivamente não queria escalar esta cerca, mas ao mesmo tempo, ele era a única pessoa que eu conhecia aqui, e se me recusasse poderia perder o único amigo que eu tinha feito até agora. Mas então aconteceu algo que fez da coisa toda, um ponto discutível. Adam tentou escalar a cerca e sua perna raspou contra um dos espinhos no topo, rasgando a carne da sua coxa. Choramingando, ele caiu para trás para o meu lado no pátio. —Droga. — disse ele, agarrando sua perna. —Você provavelmente deve voltar. — disse. —Está tudo bem. — eu disse. —Realmente, não é um problema. Eu te disse não me importo esperar. —Ajoelhei-me ao lado dele. Um fluxo de sangue estava escorrendo pela sua perna e o corte era profundo. Enfiei a mão na minha bolsa, tirei um lenço e usei-o para fazer pressão sobre a ferida. Mas eu já podia dizer que ia precisar de pontos. —Desculpe. — ele disse soando embaraçado. —Eu acho que nós vamos ter que nos juntar a outra fila.

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—É provavelmente. — eu disse. —Mas primeiro vamos ter que leválo para o hospital.

*** A sala de emergência estava muito menos movimentada do que eu pensei que seria. Eu me sentia mal por Adam, eu realmente sentia, mas eu também não podia deixar de sentir um pouco de emoção à medida que atravessava as portas do hospital. A maioria das pessoas odiava hospitais, mas eu amava. Tudo era tão excitante, médicos correndo por aí, pacientes à espera de serem atendidos, exames sendo solicitados, pessoas sendo curadas. Foi incrível. —Eu não posso acreditar que isso está acontecendo. — Adam gemeu quando nós sentamos na sala de espera. —Você vai ficar bem. — disse. Eu estava preenchendo o formulário do seguro, pedindo-lhe as informações que eu escrevia. Pareceu meio estranho sinceramente. Só encontrei esse cara, tipo uma hora atrás. E agora aqui estava eu no hospital com ele. Quando chegou a nossa vez, nós fomos chamados para um canto na emergência, onde Adam foi colocado em uma maca e esperou o médico. Eu não sabia o que fazer, então eu meio que pairava nas proximidades. —Eu acho que eu perdi muito sangue. — disse ele. —Você acha que eu perdi muito sangue?

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—Eu acho que não. — eu disse. — Acho que você vai ficar bem. Houve um bufo do outro lado da cortina. Eu fiz uma careta. —Sim, você está definitivamente certa. — disse Adam. —Eu acho que vou apenas precisar de um ou dois pontos. —Provavelmente. Mais uma gargalhada do outro lado da cortina. Quão rude. Algum outro paciente estava tirando sarro da angústia do Adam. Mas, antes que eu pudesse decidir o que fazer sobre isso, o médico chegou. Ela era uma mulher baixa e com cabelo escuro, chamada Dra. Singh. Ela deu uma olhada no corte e disse a Adam que ele definitivamente iria precisar de pontos, provavelmente três ou quatro. Seu rosto ficou pálido. —Talvez possamos usar esses pontos de borboleta. — ele tentou. — Você sabe, essas ajudas especiais dos Band Aids que fecham-no, assim você não precisa usar uma agulha? —Esses são apenas para pessoas que têm feridas muito pequenas. — disse a médica. Ela deu um tapinha na mão do Adam. —Voltarei depois que eu obter as suturas. Ela saiu e Adam ficou decididamente mais pálido. Do outro lado da cortina alguém murmurou. —Relaxa cara, é só um corte não é o fim do mundo. Era isso.

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Eu não conhecia o Adam muito bem, mas ainda assim. Ele era uma espécie de amigo e ele foi ferido. E, além do mais, outros pacientes de um hospital não deveriam tirar sarro das pessoas. Não era certo. —Com licença? — eu disse, estendendo a mão para a cortina e arrancando-a de volta. —Você está sendo muito rude. Assim que as palavras saíram da minha boca, eu parei. Do outro lado da cortina, havia um cara sendo costurado por um médico. Era bastante surpreendente ter um médico ali deixando esse cara fazer seus comentários idiotas, mas era ainda mais surpreendente saber que o cara, que estava fazendo os comentários, estava fazendo isso enquanto ele mesmo era costurado. O paciente encontrou meu olhar e sorriu, não era um feito pequeno desde que, neste exato momento, o médico estava puxando uma agulha através do corte acima do olho. —Eu, rude? — perguntou o rapaz. —Você é quem apenas puxou a cortina e invadiu minha privacidade. —Não é bom tirar sarro de alguém. — disse mas minha coragem foi embora. Foi o jeito que ele estava olhando para mim. Algo sobre isso foi enervante. Seus olhos eram de um marrom profundo, mas eles eram tudo menos comum. Ele parecia ter cerca de vinte ou vinte e um anos e seu rosto era esculpido e robusto, o tipo de rosto que pertencia a um modelo masculino. Eu tomei uma respiração profunda pelo nariz, sentindo-me subitamente fraca. 13

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—Eu não estava tirando sarro dele. — disse o rapaz. —Eu não estava nem falando com ele. —Sim, você estava. — eu disse. —Você estava bufando e julgando. —Eu não bufei. — Ele se mexeu um pouco na cama. Ele estava sem camisa e eu tentei não olhar. Ele tinha o corpo mais perfeito que eu já vi: magro, tonificado, com seis gomos que indicava horas no ginásio. Havia hematomas em seus peitorais, uma tatuagem de uma cruz em seu bíceps e claro, o corte acima seus olhos. Ele respondeu-lhe com certa aspereza, que deixou claro que ele não tinha conseguido aquele corpo apenas a partir de levantamento de pesos no ginásio. —Eu poderia julgar, mas eu não bufei. — esclareceu ele. —Você o fez. — eu insisti. —Você bufou. —Se você diz que sim. — Ele encolheu os ombros. O médico terminou de costurar a ferida do cara e amarrou os pontos. —Eu estarei de volta com a baixa da sua papelada — disse ele antes de sair da sala. O rapaz olhou para Adam, que estava tocando sua perna e fazendo caretas enquanto esperava para ser costurado. —Então, qual é do Sr. Yale? — Ele riu. —O que você quer dizer? —Por que ele é tão maricas? — Ele olhou para os dedos flexionandoos e notei que os nós dos dedos estavam todos cortados e então eu entendi. Ele estava em uma luta. Imaginei. —Ele não é um maricas! — Eu sussurrei. —E nós não somos de Yale, somos de Cambridge. 14

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O rapaz pulou de sua cama, pegou sua camisa e puxou-o sobre a sua cabeça. —Qualquer que seja. — Ele começou a andar em direção à porta como se estivesse indo embora. —Ei — eu disse. —Você precisa esperar por suas instruções. —Eu sei como cuidar de mim — disse ele, e então ele foi embora.

*** Meia hora mais tarde, Adam e eu fomos liberados com um documento detalhando como manter a ferida limpa e instruções para voltar em duas semanas para remover os pontos. —Peço desculpas por isso. — disse ele enquanto caminhávamos pelas escadas abaixo. —Você realmente não deveria ter que cuidar de mim. — Ele fez uma cara que era algo entre um sorriso e uma careta. —Eu sou o sênior, eu sou que deveria estar cuidando de você. —Está tudo bem. — eu disse. —Eu não tenho nada acontecendo de qualquer maneira. —Ei, Cambridge! — Alguém gritou. Eu me virei para ver o garoto rude da cama ao lado de nós, aquele que tinha sido costurado. Ele estava parado na calçada e ele correu para nós. —Oh! — eu disse. —Oi. —O que você está fazendo aqui? — Perguntou Adam.

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Ele ignorou completamente Adam. —O que você está fazendo agora? — ele disse com os olhos focados em mim. —Hum, só vou voltar para os dormitórios. — eu disse. —Eu tenho que levar meu amigo de volta para que ele possa descansar. —Sim, ela não pode ir com você agora. — Adam disse, tentando soar forte. O garoto ignorou-o novamente. —Venha tomar uma bebida comigo. Seus olhos estavam nos meus e eu tive a estranha sensação de não ser capaz de olhar diretamente para ele. Toda vez que eu arrisquei, meu coração acelerou e meu rosto parecia que estava pegando fogo. —Eu, hum... eu não posso tomar uma bebida. — eu disse. —Eu não tenho vinte e um. —Então? — Ele deu de ombros como se isso não fosse grande coisa. —Eu não tenho também. — Ele não ofereceu mais nenhuma informação, mas da forma que ele disse deixou claro que ele sabia uma maneira de contornar isso. —Eu não... Eu quero dizer, é o meu primeiro dia... — Eu parei. Isso não fazia sentido, mas eu queria que ele me convencesse. Mas antes que ele pudesse, Adam me puxou para longe. —Vamos lá — ele disse. —Nós temos que ir. — Seu tom era urgente e passou pela minha mente, pela primeira vez, que esse cara estranho estava esperando por mim do lado de fora do hospital, podia ser perigoso. Eu não estava mais em Ohio. Eu estava em uma cidade grande, conversando com uma pessoa que eu conheci em um hospital de forma aleatória, com lesões que parecia que ele tinha participado de uma briga de rua.

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Mas eu não me importo. Eu percebi que eu não me importava que ele pudesse ser perigoso. O pensamento foi emocionante e aterrorizante ao mesmo tempo. Adam me puxou ainda mais para baixo na rua. —Ei! — O cara gritou atrás de nós. —Qual é o seu nome? E mesmo que eu soubesse que não deveria responder, eu gritei de volta para ele.

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JUSTIN Eu a assisti ir embora, com um sorriso no meu rosto. Lindsay Cramer. Ela gritou seu nome para mim tão claro como o dia. Ela ainda olhou para trás uma vez, por cima do ombro, antes de virar a esquina e desaparecer de vista. —Lindsay. Lindsay Cramer. — Eu deixo as palavras saírem da minha boca e era quase como se estivesse recitando um feitiço. Algo mágico. Suspirando, eu aceitei o fato de que ela tinha ido embora. Houve um estranho vazio no meu estômago, quase como se eu estivesse com fome, mas eu sabia que não era nada disso. Comer um cheeseburger não ia fazer esse sentimento ir embora. Eu comecei a andar em direção à estação T, repassando a conversa com Lindsay em minha cabeça e como eu fui. Ela é apenas uma garota. Apenas um acaso. Por que tudo sobre ela tinha ficado na minha cabeça? Esta não foi a minha primeira vez na paquera. Normalmente, eu poderia dizer quando eu as tinha no gancho. E eu podia jurar que tinha Lindsay na linha também. Ela olhava para mim de uma determinada 18

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maneira e seu sorriso, o jeito que ela fez contato visual e depois não conseguiu segurá-lo por muito tempo... Ainda pensando sobre isso, eu tinha cada vez mais certeza de que ela ficou curiosa sobre mim. Curioso. Bem, eu estava curioso sobre ela também, mas agora ela se foi. Por que ela não podia ter ido sozinha sem aquele cara chato tentando bloquear o meu pau? Imaginei sua cara emburrada. Ele era o típico menino mimado e metido de Cambridge. Pensou que ele era melhor do que eu e, provavelmente, pensa que ele é melhor do que noventa e nove por cento das pessoas que conheceu. Só porque ele tinha dinheiro e opções, de alguma forma em sua mente, isso significava que ele tinha direito a tudo o que ele viu. Incluindo uma garota como Lindsay. Ela é especial e ela nem sabe disso. Enquanto isso, aquele cara estava com o pensamento de que ele poderia tê-la da mesma forma que ele, provavelmente, tem que ter um BMW em seu décimo sétimo aniversário. Eu cerrei os dentes e meu coração acelerou. Pensar coisas assim me deixou com raiva, me fez querer entrar no ginásio e lutar com mais alguém. Tocando nos meus pontos eu estremeci e depois lembrei que eu não seria capaz de fazer qualquer treino de Full-contact3 até que estivesse curado. Droga. Eu pulei no T e voltei para o South End. Meu humor tinha sido azedado.

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Estilo de luta. Modalidade do esporte kickboxing. 19

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Sendo esmagado em uma lata em movimento com as pessoas em torno de mim, pressionando contra mim, brigando por uma posição, senti-me claustrofóbico. Eu podia sentir o que o cara ao meu lado comeu no almoço e eu poderia mesmo dizer que ele não tinha tomado banho em alguns dias ou se preocupou em usar desodorante. Os tipos da Universidade de Cambridge não têm que lidar com esta merda toda. Eles não se preocuparam com o transporte público. Eles pegavam táxis ou dirigiam em uma cidade onde possuir um carro e oferecer estacionamento era um luxo. Eles não sabiam o que era crescer tendo que trabalhar em empregos de merda, levantando-se as cinco para cortar o gramado de uma pessoa rica de modo que estes não tivessem que se preocupar com eles mesmos. Talvez algum dia eu estaria cortando o gramado da Lindsay. Agora eu tinha um gosto amargo na minha boca e eu queria muda-lo rápido. Uma vez fora do T, eu fiz o meu caminho para o O'Doyle. Big Timmy estava na frente lendo uma revista. Ele olhou para cima quando me viu aproximando. Apertamos as mãos. —Ei JB. O que aconteceu? — Disse ele, apontando para o meu rosto. —O que você acha que aconteceu? —Parece que você foi pego com um soco. —Eu não fui pego — disse a ele. —Bem, alguém o abriu. — Big Timmy sorriu.

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—Continue sorrindo e eu poderia abri-lo. — Eu sorri de volta para ele. —Você precisa de uma cerveja. —Eu sempre preciso. — Eu lhe dei um tapa no ombro e entrei. O bar estava quase vazio, apenas alguns bêbados cuidando de suas bebidas e vendo o Red Sox na TV. Sentei-me no meio do bar longe de todos. Taryn era a bartender e ela imediatamente me trouxe uma Guinness4. — Ei, o que você está fazendo aqui? Pensei você estaria treinando. Eu apontei para o corte acima do meu olho. —Algo aconteceu. —Ah, isso é um saco. Parece doloroso. —Agora que você mencionou, essa merda é tipo uma picada. Obrigado por me lembrar. —Para que servem os amigos? Esperei a espuma da cerveja descer um pouco. —Eu esqueci. Para que sevem? —Não seja um idiota. — Ela se inclinou para frente dando-me um uma boa visão do decote. —Falando de amigos, Gilbert esteve aqui. —Agora eu realmente preciso de uma bebida. — Peguei a garrafa e bebi um pouco da Guinness. Tinha um gosto fresco e bom.

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Marca de cerveja. 21

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—Ele me pediu para lhe dizer que ele já parou. —Ele estava bem? Taryn se endireitou novamente. —O que você acha? —Eu tento não pensar sobre ele. —Bem, talvez você devesse. Ele está em um lugar ruim agora. —Ele disse para onde estava indo? —Acho que ele vai ficar no abrigo em Mass Ave novamente. Eu gemi. A última coisa que eu queria fazer era ir até o abrigo e ver meu melhor amigo vivendo como um animal. Mas se ele veio me procurar, então eu sabia que precisava ir. Rapidamente, eu bebi o restante da cerveja e depois tomei dois shots5 de Yager. Taryn me observava ansiosamente. — Você deveria voltar mais tarde. Saio mais cedo hoje. —Sim, talvez. — disse a ela. Mas ambos sabíamos que eu não ia voltar esta noite. Deixei o O'Doyle e me dirigi para Mass Ave. Estava ficando um pouco frio e eu estava só com minha camiseta. Felizmente, a bebida tinha me entorpecido ao frio e, então, eu não era incomodado pelo vento tanto quanto eu poderia ter sido se eu estivesse completamente sóbrio. Mas eu ainda estava incomodado com muitas outras coisas. Por alguma razão, eu não conseguia tirar Lindsay da minha mente. Eu

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Dose (bebida alcoólica) 22

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balancei minha cabeça como se estivesse tentando literalmente sacudir a imagem dela da minha cabeça. Não funcionou. Senti que eu poderia ter pintado um retrato exato dela se quisesse – quão claro estava o rosto dela na minha imaginação. Aqueles olhos eram tão impressionante, tão claro, inteligente e... Que diabos há com você? Esta é só uma garota de Cambridge com um sorriso bonito. Obtenha o controle de si mesmo, Justin. Tinha que ser a bebida, eu decidi. Eu, provavelmente, estava mais tonto do que eu percebia depois de beber tão rapidamente. Finalmente, cheguei ao abrigo. Estava em uma área sombria da cidade e, à medida que me aproximava, havia mais e mais caras pendurados nas esquinas, fumando, descansando nos degraus, dando-me um olhar crítico. Eu não me importava muito. Eu realmente não parecia o tipo de cara que você queria mexer por diversão. Queria ter a certeza de que quem fodeu comigo voltou para casa com memórias duradouras e não as do tipo bom. Eles não me deixaram entrar no abrigo. Mas eu não precisava entrar de qualquer maneira. Eu disse a eles que eu estava procurando Gilbert Diaz e, é claro, que eles sabiam exatamente de quem eu estava falando. Todo mundo sabia exatamente que tipo de cara era Gilbert. Eu fiquei na frente do abrigo e esperei enquanto eles foram chamálo. Não havia falta de entretenimento enquanto eu esperava por ele. Uma mulher e um homem estavam ruidosamente discutindo sobre quem tinha feito mais dinheiro pedindo esmolas naquele dia. Outro cara estava tocando uma gaita e cantando uma canção do Bob Dylan, como se 23

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competindo com o barulho do casal discutindo. O toque da gaita ficou cada vez mais e mais fervoroso e espasmódico e, em seguida, as vozes do casal ficaram mais altas em resposta. Assim, quando tudo parecia chegar a seu auge, a porta do abrigo se abriu e Gilbert saiu sorrindo para mim. —JB você veio! — Disse ele, descendo as escadas e me dando um grande abraço. —É claro que eu vim. Taryn me disse que passou pelo bar mais cedo. Ele se afastou. —Quer ir para a loja da esquina? Preciso de cigarros. —Claro. — Nós começamos a andar e os sons da gaita e da discussão foram desaparecendo, conforme fomos nos distanciando. Gilbert era do meu tamanho, mas mais magro e sua pele era mais escura do que a minha. Ainda assim, eu pensava nele como um irmão. Nós tínhamos sido melhores amigos desde a terceira série e ele tinha estado na luta livre e depois nas artes marciais, assim como eu. De fato, Gilbert era um lutador destaque, muito melhor do que eu tinha sido na escola. Ele estava destinado a obter uma bolsa integral para a I Divisão, até que ele se meteu com a heroína. Agora ele era uma sombra de si mesmo, uma sombra da criança que eu me lembrava, aquele que sempre foi cheio de piadas e brincadeiras e dominou o melhor dos melhores no tatame de luta livre. Nós ficamos quietos por um tempo. Eu estava pensando sobre o passado e talvez ele também.

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—Taryn disse que você está sendo sondado pela UFC. — disse Gilbert. —Um cara veio na minha última luta, mas isso não significa nada. — disse a ele de repente envergonhado com a coisa que eu estive mais orgulhoso, até este momento. Gilbert balançou a cabeça. —Que diabos você está falando homem? A UFC é a maior organização de MMA no planeta. Se você conseguir um acordo com eles... —Eu não estou recebendo um acordo. Ele apenas estava na luta. —Ele veio te ver ou não? Eu suspirei. Por que eu não podia deixar Gilbert saber a verdade? —Ele estava lá para observar algumas pessoas. Eu poderia ter sido um deles, não sei. —Você vai ser um. Você é bom pra caralho para não ser. —Obrigado. Chegamos à loja e entramos. Eu comprei para Gilbert dois maços de Marlboro, sua marca favorita. Então entreguei a ele e nós voltamos para fora, onde ele os acendeu e fumou. —Como você está? — Eu perguntei a ele. —Você está bem? Nós dois sabíamos o que isso significava. Se ele estava bem, significava que ele não estava usando nenhuma droga pesada – especialmente na heroína. Se ele não estava indo bem, significava que ele estava viciado.

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—Eu estou bem. — disse ele, por fim, soprando uma longa coluna de fumaça de suas narinas. Ok, significava algo totalmente diferente. Eu não sabia o que. —Diga- me o que está acontecendo. Ele parecia que estava prestes a dizer algo, mas, em seguida, houve o som de um tiro à distância ou talvez apenas um escapamento de carro. Fosse o que fosse, Gilbert ficou distante. —Eu estou bem, cara. Eu estou bem. Eu só senti sua falta quando eu estava fora. —Eu também senti sua falta. — Eu olhei para ele. Ele estava mais magro do que antes. E ele parecia ter o dobro da minha idade. —Eles me mandaram para a segurança máxima, cara. Essa merda no todo, não foi nada divertida. — Gilbert jogou as cinzas do cigarro na calçada. —Não tem graça em nada. Porra de malucos lá em cima. —Sim, eles são doidos. — eu concordei. —É, por isso, que você não está onde deveria estar, Gil. Você tem que ficar fora da cadeia, cara. Ficar limpo. Ele olhou para mim, por um momento, e em seus olhos havia alguém diferente, alguém que nunca tinha visto antes. Aquele garoto do colégio já estava longe, eu percebi. —Se fosse tão fácil, você não acha que eu já teria feito isso? —Sim, eu sei. Eu sei. Seu corpo relaxou. —Estou estressado. Eu estive fora por um mês e eu estou cansado de ser um maldito sem-teto. —Diga-me o que você precisa.

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Ele olhou para mim de novo e seus olhos não vacilaram. —Eu preciso de dinheiro. Coloquei a mão no meu bolso, não surpreso. Eu me perguntei se ele sabia de alguma forma que eu só tinha conseguido o pagamento recentemente. Viciados eram notoriamente inteligentes assim. Mas então eu apaguei o pensamento da minha cabeça. Seja o que fosse que Gilbert precisasse, eu daria a ele - sempre. Dei-lhe um maço de dinheiros. —Isso é cada centavo que eu tenho agora. — disse a ele. —Tudo. —Eu não posso levar este tanto. —Só não faça nada estúpido. — eu disse. Nós nos abraçamos novamente e, então, eu o deixei lá fumando outro cigarro e olhando feliz. Eu sabia que o dinheiro não ia fazer tudo ficar bem mais do que tinha feito na última vez em que eu tinha lhe dado um monte de dinheiro. Mas vê-lo feliz de novo, mesmo que por um segundo, valeu a pena.

*** Eu não tinha certeza de como eu acabei na Universidade de Cambridge. Bem, isso não é inteiramente verdade. Eu andei todo o caminho, o que me levou quase duas horas. Tinha sido bom apenas andar e limpar a minha cabeça.

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Havia muitos pensamentos que eu não queria ter, muitas lembranças do passado que foram se acumulando dentro. Andar ajudou. E, então, antes que eu percebesse, eu estava no campus de novo e eu percebi que eu estava indo para lá o tempo todo. Você nem sabe em que prédio ela está. Olhei em volta. Universidade de Cambridge, o dono da cidade toda. Ela poderia estar em qualquer lugar. Mas então eu vi todos os caminhões em movimento e os pais com seus filhos ricos e mimados andando de trás para frente em todo o lugar, e aí me liguei. É dia de mudança. Eu comecei a andar com um propósito. —Desculpe- me, aonde eu vou para obter o meu registro... Ah... de materiais? — Pedi a um garoto com orelhas grandes e cabelos espetados que estava andando de bicicleta pelo quarteirão. Ele olhou para mim, um pouco perplexo, mas em seguida, apontou para o grande prédio quase em frente a nós. —O registro terminou horas atrás. — disse ele, balançando a cabeça para a minha ignorância. —Eles mudaram tudo para a biblioteca, mas eu não sei se há mais alguém lá. —Obrigado. — eu disse, passando por ele em direção a biblioteca. Ela era enorme, intimidando mesmo. Havia um par de alunos - uma menina e um menino - em uma grande mesa redonda com panfletos e pastas nela. Eles pareciam estar arrumando tudo. —Desculpe-me. — eu gritei, correndo em direção a eles. —Me desculpe.

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Eles olharam para mim surpresos. Afinal de contas, eu tinha acabado de cometer o pecado capital de gritar em uma biblioteca. —Posso ajudar? — A garota perguntou, estreitando os olhos. —Sim, sinto muito. Eu só... Eu me perdi. Estou à procura de uma estudante, seu nome é Lindsay Cramer. Eu sou irmão dela e ia ajudá-la a se mudar hoje. A menina fez uma careta. —Desculpe, estamos fechando e não podemos dar qualquer número de quarto de estudante. —Por favor. Ela não atende ao telefone e eu sei que ela precisa da minha ajuda. Ou você pode ligar para o quarto dela para mim e confirmar minha história? Por favor. Os alunos trocaram olhares. Rapidamente o cara abriu um fichário. —Lindsay Cramer? — ele perguntou. —Sim. —Ela está em Lanard Hall, em frente à área comum, ao lado do Clube da Faculdade. Quarto 232. —Estou muito grato por isso. — eu disse a eles. —Muito obrigado. Então eu corri para fora de lá, meu coração batendo. Eu não estava pensando sobre qualquer outra coisa senão encontrá-la novamente e eu não tinha certeza do que diria quando a visse ou porque eu estava mesmo fazendo isso. Corri para Lanard Hall e foi fácil passar pela segurança, porque havia ainda muitas pessoas se movimentando dentro. Corri o primeiro lance de escadas e depois, ainda sem fôlego, fiz meu caminho para o quarto 232. 29

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Eu hesitei por menos de um segundo antes de bater na porta rapidamente, três vezes. —Olá? — ela respondeu. Ocorreu-me que a sua família podia estar lá dentro com ela e que seria estranho. —Está tudo bem se eu entrar? — Eu perguntei e, em seguida, virei à maçaneta e abri a porta do seu quarto, antes que ela pudesse responder. Lindsay estava chegando à porta e ela parou no meio do quarto, como um cervo nos faróis6 e olhou para mim. —O que... O que... Como você...? —Relaxa. — Fiquei muito feliz em vê-la. Era estranho como eu me senti muito melhor no instante em que vi seu rosto. Ela era real novamente, ela existia. Eu a tinha encontrado. —Você não deveria estar aqui. — disse ela olhando para trás, como se a polícia pudesse estourar e me prender a qualquer momento. —Por que não? —Porque... Você não estuda aqui. —Sim, mas eu vim para te ver. —Como você sabe onde eu moro? Eu dei de ombros. —Eu sou muito inteligente, eu acho. Talvez não um cientista de foguetes como o seu amigo, o cara no hospital. Mas eu tenho a minha própria. — Eu olhei em volta do seu quarto. —Belo lugar que você tem aqui. — Eu vi a cama vazia nas proximidades. 6

Do original ‘like a deer in the headlights’, equivale a estar assustado, surpreso, confuso. 30

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—Onde está a sua colega de quarto? —Ela não vem até amanhã. —Então é só você esta noite. O rosto de Lindsay ficou vermelho e ela desviou o olhar. —Eu... Eu tenho muita coisa para fazer. Estou desempacotando e eu tenho que me preparar para as minhas aulas amanhã. Tenho uma carga horária pesada e é estressante. —Você realmente precisa relaxar. Tenho certeza de que tudo vai ficar bem. —Obrigada. — Ela se virou e caminhou até sua mesa, onde ela foi desembalar uma caixa de material de escritório. —Eu devia realmente voltar para o que estava fazendo. Quer dizer, eu aprecio que você tenha vindo e tudo... — Ela parou como se não tivesse certeza se queria dizer isso. Eu gostei de ver o seu trabalho. Eu cruzei os braços. —Você é fofa quando está falando sério. Ela não disse nada. —Deixe-me ajudá-la a desfazer as malas. —Não, está tudo bem. Eu posso fazer isso sozinha. —Tudo bem. — Atravessei a sala e sentei-me na cama vazia. Ela rangeu alto e Lindsay se virou e olhou para mim com olhos arregalados. —Então, suponho que você vai só se sentar e olhar para mim? —Nem um pouco. — Foi quando notei o tapete no chão.

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Ela tinha colocado um tapete para baixo perto de seu pequeno mini frigobar e tudo estava recolhido e irregular. Levantei e fui até ele, me ajoelhei e o alisei. —Você não quer tropeçar em seu tapete. — eu expliquei. —Não em seu primeiro dia de faculdade. Isso seria um saco. — Eu olhei para ela. —Obrigada. — ela sussurrou, com um leve sorriso no rosto. —Não tem problema. De alguma forma, isso pareceu relaxá-la. Ela se virou e começou a desembalar novamente. —Então, eu vou saber o seu nome? —Justin. Mas todo mundo me chama JB. —Você vai para a faculdade em Boston? Eu tive que rir. —Não exatamente. —O que é tão engraçado? Eu não posso perguntar se você está na faculdade? —Pareço um menino da faculdade? Ela se virou e olhou para mim com aqueles olhos azuis claros. —Eu não sei qual suposta aparência um menino de faculdade deve ter. — ela disse muito inteligente. —Bem, eu não vou para a escola. Pelo menos, não esse tipo de escola. —Existem outros tipos? —Claro que há. — eu disse indo até a janela e olhando para os alunos que andavam pelo campus. —Eu acho que estou mais em uma academia. —Como uma academia militar? 32

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—Não exatamente. —Eu não entendo. — disse ela. —Você não entenderia isso. Lindsay se virou e me encarou. —Se acha que eu não entendo o que você faz, então eu não vejo por que você passou por todo esse trabalho para descobrir onde eu moro. Eu sorri para ela. Ela era bem inteligente. —Eu sou um lutador. Sua expressão se voltou para a confusão. Ela quase disse, eu não entendi. Era como um daqueles balões de pensamento em um desenho animado acima da cabeça. Mas ela não disse isso. Em vez disso, ela só assentiu. —Ok. —Isso é o que eu quis dizer sobre ir a uma academia. Eu pertenço a um ginásio e treino com uma equipe. Eu sou um estudante de artes marciais. Ela balançou a cabeça de novo, hesitante. —Como Karate Kid ou algo assim. —Sim, algo assim. — eu disse, tentando não rir dela. —É por isso que você tem o corte em seu rosto? —Eu estava indo para uma queda double leg7 e o cara só me deu uma joelhada no rosto. Isso acontece. Lindsay franziu a testa confusa. —A double leg é um movimento de luta. 7

Uma das derrubadas mais populares do wrestling.

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—Então você é um lutador. —É chamado de artes marciais mistas. Isso significa que preciso aprender tudo. Wrestling, boxe, kickboxing, jiu-jitsu brasileiro... —Oh. E você gosta? —Sim, eu amo isso. Ela balançou a cabeça. —O quê? —Nada. — disse ela. —É só que... Eu não entendo o que é divertido em bater nas pessoas. —Não é só bater nas pessoas. É uma arte. Tem um monte de habilidade e técnica. —Se você diz que sim. —Eu não disse isso. — Eu andei em direção a ela. —E, além disso, você não pode dizer que você odeia algo que você nunca tentou. —Eu não disse que eu odiava, eu disse que eu não entendo. —Talvez você devesse vir me ver lutar em algum momento. Lindsay cruzou os braços. —Eu não gostaria de vê-lo se machucar. —Eu não me machuco. —E o seu rosto? — De repente, ela estendeu a mão e tocou o corte acima do meu olho. Senti seus dedos frios e incrivelmente suaves. Eu a deixei fazer isso. Nossos olhos se encontraram e desta vez nenhum de nós desviou o olhar. 34

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—Às vezes, você se corta ou se machuca. É a mesma coisa quando você dirige um carro, você pode ter um pneu furado ou uma lanterna traseira quebrada às vezes. —Não se pode substituir um olho ou um dente. — disse ela. —Claro que pode. — eu ri. —Eu conheço um monte de caras com dentes falsos. —Você é realmente bom? —Consideravelmente. —Eu não sei. Normalmente, quando as pessoas falam sobre como elas são boas em alguma coisa, eles estão exagerando. —Ah é? — Eu me abaixei e arrastei suas pernas para os meus braços. Ela era leve como uma pluma e eu facilmente a coloquei no meu ombro. —Agora, isso é chamado de queda double leg. —Pare. — ela riu. —Coloque-me para baixo. —Você quer que eu te coloque para baixo? —SIM! — Ela gritou. Joguei-a levemente sobre a cama e em seguida, cai em cima dela. — Agora, se nós estivéssemos lutando, você estaria presa. Mas nas artes marciais misturadas o jogo não acaba quando você está preso. Eu preciso submetê-la. —Eu não me submeto a qualquer um. — disse ela. Eu estava tão perto dela agora. Eu podia sentir o cheiro doce de sua pele e seu perfume. Até mesmo o cabelo tinha um cheiro doce. E a esta distância um beijo seria ainda mais fácil. 35

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O corpo dela era tão suave contra o meu. Eu poderia dizer que ela queria que eu a beijasse. Olhamos um para o outro pelo que pareceu um longo tempo. E foi aí que a porta de seu quarto se abriu e alguém entrou no quarto. —O que está acontecendo aqui?

LINDSAY Justin pulou de cima de mim, como se eu estivesse pegando fogo. —Não há nada acontecendo. — eu disse, sentando-me. Minha mente estava ainda se recuperava da luta e eu estava tonta. —Não é isso que parecia. — O RA8, Dennis, deu mais um passo dentro do meu quarto. Eu o conheci antes, quando estávamos entrando no dormitório, e ele parecia amigável o suficiente. Mas, agora, ele apenas olhou com raiva. —Nós estávamos apenas brincando Dennis. — eu disse, esperando que se eu usasse o nome dele iria acalmá-lo. —Sim, Dennis. — Justin disse, levantando-se. —Nós estávamos apenas brincando. —Qual é o seu nome? — Dennis exigiu.

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Residente assistente. 36

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—Não se preocupe com isso. — Justin se afastou de mim e estava perto da janela com os braços cruzados. —Você faz faculdade aqui? — Justin não respondeu então eu o fiz. —Não. — eu disse. —Ele não faz. Ele é apenas meu convidado. —Você autorizou sua entrada? — Perguntou Dennis. —Não. Eu não sabia que eu tinha que fazer. — Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Minha primeira noite em Cambridge e eu já estava em apuros. —Bem, você tem que fazer. Você vai ter que descer e coloca-lo para fora. —Tudo bem. —E eu ainda vou ter que te advertir por isso. — Dennis disse. Eu ia reclamar, mas então eu decidi não piorar as coisas. Eu não podia acreditar que estava levando advertência em meu primeiro dia de faculdade. —Foda-se— disse Justin. —Por que você vai adverti-la? Ela disse que não sabia. Ela cometeu um erro. —Ele se moveu para Dennis, desafiando e o olhar em seu rosto deixou claro que ele estava a dois segundos de uma luta. —Ei, ei, ei. — eu disse, levantando-me. —Está tudo bem. Eu nem sequer me importo. — Eu entrei entre os meninos e coloquei minhas mãos no peito de Justin. —Vamos lá, vamos para colocá-lo para fora ou talvez devêssemos ir tomar um café ou algo assim.

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Justin deu um passo para trás, em seguida, estendeu a mão e puxou delicadamente minhas mãos longe de seu corpo. Ele ainda estava olhando para Dennis. —Não, está certo. — disse ele. —Eu estou fora. E então ele se foi.

*** Eu não consegui dormir naquela noite. Eu virava na cama, com minha mente corrida. Meu corpo inteiro parecia estar em estado de alerta. Eu não conseguia parar de pensar em Justin. Não fazia sentido, uma vez que eu tinha acabado de conhecê-lo, mas havia algo sobre ele, algo que eu sabia que precisava estar perto. E agora eu não tinha certeza se um dia iria vê-lo novamente. Eu não sabia o número do seu telefone, ou seu e-mail, ou seu Facebook, na verdade, eu não sabia nada sobre ele. Meus pensamentos foram girando, repetindo tudo várias vezes. A maneira como seu corpo estava enquanto ele era costurado, como ele esperou por mim no hospital, como eu me senti quando ele me pegou em seus braços, o quanto eu queria beijá-lo. Era como um filme na minha cabeça, correndo em círculos. Finalmente, por volta das três da manhã, cai num sono agitado. Quando acordei, o sol entrava através das cortinas. Eram sete horas. O dormitório ainda estava tranquilo. Minha companheira de quarto Rachel estaria chegando a cerca de uma hora e eu percebi que eu deveria tomar um banho antes que ela chegasse. Saí da cama, deslizei nos meus novos chinelos de casa e agarrei minha nécessaire de banho. 38

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Então, quando eu estava prestes a sair, notei um pedaço de papel no chão como se alguém tivesse colocado algo sob a porta enquanto eu estava dormindo. Apanhei-o, esperando que não fosse um aviso alertando-me para o fato de que eu tinha levado uma advertência pelo o que tinha acontecido na última noite. Mas não era um aviso do Dennis. Era uma nota. De Justin. O que significa que em algum momento durante a noite, ele conseguiu voltar aos dormitórios novamente e colocá-lo debaixo da minha porta. “Eu vou fazer isso para você. JB”

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LINDSAY Aqui é a parte onde eu explico a minha experiência com o sexo oposto. Ao contrário da crença popular, eu não era lamentavelmente ignorante quando se tratava de meninos. Eu era ignorante, mas não tão lamentavelmente. Tinha um menino Ian Marlowe - que eu namorei no segundo ano, por cerca de três meses. Ele foi para uma escola diferente, então as únicas vezes que eu realmente o via era quando nossos pais concordavam em nos levar para algum lugar. Nós nos reuníamos muito no shopping, onde nós ficávamos no escuro do cinema e ele tentava colocar a sua mão dentro da minha camisa. Em seguida, lá estava o meu par para o baile, um cara chamado Steven McGruder que eu conhecia do clube de matemática. Nós deveríamos estar indo apenas como amigos, mas ele me beijou no final da noite. Eu tentei não pensar muito sobre isso, porque, embora Steven fosse bonito, ele não era um bom beijador. Sua língua era como uma lixa e seus lábios estavam muito moles. E, é claro, que eu tinha jogado “girar a garrafa” um par de vezes em várias festas. Bem, isso se você pode chamar viagens para fora com a equipe de debates de “festas”. De qualquer forma, o resultado final era que eu não sabia o que fazer com a nota que Justin deixou ou com as coisas que eu estava sentindo. 40

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Eu sabia que deveria estar chateada. Afinal, Justin chegou e me colocou em apuros com o meu RA e, então, aparentemente, pensou que seria bom esgueirar-se de volta para meu quarto no meio da noite e deslizar uma nota debaixo da minha porta. (Quem faz algo assim? E como ele tinha chegado aqui afinal?) Ele não deixou um número de telefone ou um endereço de e-mail, ou algum recado. Ele simplesmente deslizou esta nota debaixo da minha porta e o que? Agora eu deveria esperar ele voltar para a minha vida, apenas aparecer sempre que ele quiser? Foi um insulto. Outra parte de mim estava muito animada com a perspectiva de vêlo novamente. Ontem à noite, eu pensei que era impossível, que ele tinha deixado a minha vida para sempre. Mas agora havia uma chance de que ele poderia estar de volta. Fiquei surpresa ao descobrir que eu estava sorrindo. E eu me odiava por isso. Mas antes que eu pudesse decidir o quanto eu me odiava, houve um som de uma chave virando na fechadura e, em seguida, a porta do meu quarto foi aberta. A menina estava no corredor. Ela tinha longos cabelos loiros encaracolados e ela estava vestida com um par de leggings cinza, uma camisa fúcsia com um colete de couro preto por cima e três ou quatro longos colares de prata. Uma enorme bolsa preta vagabunda atirada sobre um ombro. —Olá. — disse ela. —Sou Lola. —Oh. — eu disse estupidamente. Eu não tinha ideia de quem era Lola, ou como ela tinha uma chave para o meu quarto. 41

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—Também conhecida como Rachel Flowers. — disse ela. Ela deixou cair o saco no chão. —Eu estou experimentando nomes. Eu estava completamente confusa. Esta pessoa em pé na minha frente era minha companheira de quarto? —Eu não... Eu não estava esperando por você até mais tarde. — Eu peguei um moletom largo das costas da minha cadeira e deslizei-o de repente, consciente de que eu estava vestindo apenas uma camisola de alças e um par de calças de pijama fino. —Você está experimentando nomes? — eu repeti. —Sim. Eu acho que os nomes são extremamente importantes. Seu nome controla quase tudo em sua vida, do jeito que você é percebido até que trabalhos você ganha. —Eu nunca pensei sobre isso realmente. —Você deveria. — Ela fez uma careta. —Embora eu não ache que Lola é o caminho certo. Eu não gostei da sua reação. Não sabia se tive uma reação e parte de mim queria perguntar-lhe sobre isso, mas a outra parte achava que se eu fizesse, seria levada a uma longa conversa que eu não tinha certeza se queria participar. —Achei que você não viria até mais tarde. — eu disse. —Sim, bem, meus planos mudaram. — Ela não ofereceu mais informações, apenas entrou no quarto e olhou ao redor. —Eu, hum... tomei a cama perto da janela. Eu espero que você não se importe. Nós sempre podemos mudar se quiser. —Não, está tudo bem. Eu não gosto de dormir perto da janela. Eu tive uma má experiência uma vez com um tornado.

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—Ah. — Eu estava começando há entrar um pouco em pânico. Minha companheira de quarto obviamente, tinha um parafuso solto. Eu nem sabia mais sobre o que era essa conversa, muito menos como acrescentar a ela. —Onde estão suas coisas? —Meus pais vão trazê-lo mais tarde. Eles são os que acordam tarde. Mas eu não, eu adoro o orvalho da manhã. Tentei me lembrar de que eu coloquei qualquer coisa no questionário da minha colega de quarto sobre se eu era, ou não, uma pessoa da manhã. —Isso é bom. — eu disse. — É bom começar o dia cedo. —Mmmm. — Ela estava nos armários agora e ela abriu o meu e passou a mão sobre a minha roupa. —Você tem muito preto. —Sim. O outro é seu. — eu apontei prestativa. Ela atravessou a sala e, nesse momento, ela viu a nota de Justin, que eu tinha deixado em cima da mesa. Imediatamente, eu me arrependi de ter deixado aberto assim. Mas como eu podia saber que minha colega de quarto insana iria entrar e começar a olhar para todos os meus bens pessoais? Rachel pegou o pedaço de papel. —Eu vou fazer isso para você. — ela leu em voz alta. Ela se virou para mim. —O que é isso? —Nada. — Eu estendi a mão e tentei tirá-lo de sua mão, mas ela o segurou fora do meu alcance.

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—Obviamente é alguma coisa. Eu senti meu rosto ficar vermelho, mesmo que eu não tivesse nada para me envergonhar. —É apenas uma nota. De um amigo. — Eu dei de ombros e tentei ser totalmente indiferente. —Um amigo? — Ela olhou para mim com um novo interesse. —Você está aqui por um dia e você já tem um cara? Será que você o conhecia antes chegar? —Não. Quer dizer, eu não tenho um cara. — Eu balancei minha cabeça. Falar com a Rachel era como falar com um tornado. Houve o som de pés se arrastando fora da porta e os olhos de Rachel se iluminaram. —Isso pode ser ele! Ela parecia contente com a ideia, e uma onda irracional de ciúme inundou pelo meu corpo. Eu queria que fosse Justin. Mas eu não queria que ele encontrasse a Rachel. Não era Justin, no entanto. Era Dennis, o RA que tinha nos confrontado ontem à noite em meu quarto. —Oh. — ele disse surpreso. —Oi. Eu não achei que você estaria acordada. Eu estava indo deslizar isto sob sua porta. — Ele acenou ao redor com um papel. —Sim, se junte ao clube. — disse Rachel. Ela encostou-se a porta e deu a Dennis um sorriso. —Me desculpe quem é você? — Ele perguntou. 44

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—Sou Rachel Flowers. — Aparentemente, a coisa toda de Lola acabou. —Oi! Sou Dennis, o RA. —Oh. — Rachel virou-se e dirigiu-se para o outro lado do quarto. Agora que ela sabia que Dennis era apenas o RA, ela estava aborrecida com ele. —De qualquer forma, Lindsay eu vim para você assinar isso. — Ele segurou um formulário oficial de procura. —É para o incidente que aconteceu aqui na noite passada. —O incidente? — Rachel perguntou interessada novamente. —Não foi nada. — Peguei o papel de Dennis e dei uma olhada. Ele basicamente disse que eu estava violando a regra 11.3 do Manual do Aluno e que todos os estudantes tinham que assinar na entrada. Havia um lugar para eu assinar o documento, reconhecendo que eu tinha a regra explicada para mim. —Foi sem dúvida alguma coisa. — disse Dennis. —Você não pode ter um arruaceiro correndo ao redor do prédio, Lindsay. —Arruaceiro? — Rachel estava animada. — Esse é o cara? JB? —JB? — Dennis cuspiu. —Esse é o seu nome? — Ele balançou a cabeça. —Soa como um bandido. —Ele é um bandido? — Rachel foi praticamente salivando para os detalhes. —Não ele não é um bandido. — Eu peguei uma caneta do copo na minha mesa e assinei o papel. Eu só queria que Dennis saísse de lá.

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—Sim ele era. — disse Dennis. Ele dobrou o papel perfeitamente em três. —E eu preciso que você saiba que, se você violar a regra novamente, haverá consequências mais severas. — Ele suspirou e sacudiu a cabeça. — Eu sei que a liberdade de faculdade pode parecer esmagadora às vezes. Mas temos que ter cuidado para tomar decisões sábias, especialmente, quando se trata da companhia que temos. Ele apertou meu ombro, como se eu fosse algum tipo de criança que não sabe de nada. Então ele se virou e saiu. —Uau. — Rachel disse, olhando para mim com admiração. Ela balançou a cabeça. —Você é uma espécie de mauzona. Eu nunca teria esperado isso. — Ela franziu os lábios pensando. —Principalmente, de uma Lindsay.

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JUSTIN Jardinagem não era o que eu queria estar fazendo, não hoje e nem nunca. Mas não tive escolha. Até que eu começasse a fazer algum dinheiro decente lutando, este foi o melhor trabalho com o horário mais flexível. Eu estava suando, minha camisa encharcada, quando levantei o último barril de grama cortada e joguei-o na parte de trás da caçamba do caminhão. Edwin, sentado no banco do motorista deu-me o polegar para cima em sinal. Eu joguei o barril na parte de trás e, em seguida, pulei no lado do passageiro. —Você quer que eu o deixe na academia? — Edwin disse, quando ele colocou o caminhão em movimento e começou a dirigir. —Sim. — Eu chequei meu celular. O encontro com o meu treinador deveria acontecer em cerca de dez minutos, então não importa o que, eu ia chegar atrasado. Eu pensei em ligar ou enviar uma mensagem para deixá-lo saber, mas decidi contra. Ele ficaria irritado não importa o que eu dissesse. Tarde era tarde, no que lhe dizia respeito. Nós começamos a dirigir em direção ao ginásio. O tráfego no Brookline era ruim, por isso ia nos levar algum tempo para chegar ao Kenmore Square. Enquanto isso, pequenas lâminas de grama voavam para fora da traseira do caminhão enquanto dirigíamos. Nem Edwin e

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nem eu ligávamos muito. Eu meio que esperava que talvez a grama voasse em volta e mancharia alguns dos carros dos ricos. —Eu, com certeza, poderia tomar outro café. — eu disse. —Você está tentando deixar o seu treinador chateado ou algo assim? —Foda-se ele. — Eu não estava com disposição para qualquer merda hoje. Eu tinha acordado do lado errado da cama, lembrando como a noite de ontem, com Lindsay, parecia que estava indo bem e, de repente, as coisas tinham apenas se invertido e acabou no pior caminho. Eu realmente não acredito que minha pequena nota ia fazê-la sentirse melhor sobre isso também. Ela, provavelmente, tinha jogado no lixo sem pensar duas vezes. —Eu não gostaria de treinar com você hoje. — Edwin riu. —Eu não posso treinar até o corte cicatrizar. — disse a ele, distraidamente tocando os pontos acima do meu olho. —Oh, sim. Eu esqueci. Bem, isso é sorte para quem iria enfrentar este mau humor que você está irradiando. —É verdade. — Eu balancei a cabeça, esperando o caminhão ir mais devagar, em seguida, pulei e corri para o Dunkin' Donuts. A fila era pequena, então eu peguei um par de cafés gelados e, em seguida, pulei de volta no caminhão. No momento em que Edwin me deixou em Kenmore, eu estava sentindo-me melhor. A cafeína tinha começado a bater na minha corrente sanguínea e eu decidi que Lindsay de Cambridge era a menor das minhas preocupações. Ela era apenas uma garota. Ia ter muito mais meninas quando eu assinasse para a UFC, e aquelas meninas gostariam 48

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que eu fosse um lutador. Eu não teria que explicar que o meu trabalho era mais do que, simplesmente, bater nas pessoas. Entrando no ginásio com o café na mão, eu respirei o familiar cheiro de suor, sangue e água sanitária. Urias estava trabalhando o saco no canto e havia uma dupla de rapazes rolando no tatame a meio gás, fazendo algum tipo de varredura de jiu–jitsu. Fora isso, o ginásio estava quase vazio, o que era muito normal ao meio-dia, em um dia da semana. Urias olhou para mim enquanto ele esmurrava o saco de velocidade com facilidade praticada. —O treinador está esperando por você no escritório. —Sim, eu estou indo para lá. —Ele disse que você está atrasado. — Urias respondeu. —Apenas um par de minutos. —Ele disse que você nunca está na hora. —Eu tenho um emprego. Urias quase pareceu dar de ombros, mas nunca parou de bater no pequeno saco preto com os punhos, um borrão de velocidade perfeitamente cronometrado e de poder. Urias era do meu tamanho e um par de anos mais velho do que eu. Ele era um garoto afro-americano, originalmente da Califórnia, que tinha recentemente se mudado para cá e, rapidamente, se tornou um nome conhecido no nosso ginásio. Ele parecia pensar que a única razão pela qual eu estava tendo a minha chance era porque eu era branco e favorecido por ser um garoto local.

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Nós não gostamos muito um do outro, mas eu tinha que reconhecer as suas habilidades. Urias era difícil de lidar para qualquer um, inclusive para mim. —Brown, o que diabos você está fazendo? — A voz soou fora, acusadora. Assustado, olhei para cima e vi o treinador Jansen com a porta do seu escritório aberta. Ele estava olhando para mim com seu olhar usual de aborrecimento. —Você está atrasado, venha aqui. Eu dei a Urias um último olhar antes de ir para o escritório do treinador. —Desculpe, meu último trabalho foi até tarde hoje. — Jansen resmungou, fechando a porta atrás de mim enquanto eu caminhava, passei por ele e sentei-me. —Eu acho que nós já tivemos a discussão onde eu disse que não quero ouvir as suas desculpas. — Ele veio ao redor do outro lado da mesa e sentou-se em frente a mim. Ele não era o que você esperava de um instrutor que ensinou um bandido, como eu, a lutar. Treinador Jansen era um tipo pequeno, não particularmente musculoso, com um cavanhaque e, principalmente, careca. Parecia que ele devia ter ensinado história em algum lugar ou talvez calcular impostos de alguém. Mas, na realidade, ele era um dos mais conhecidos treinadores do Nordeste e os caras vinham de todo o país para aprender com ele. Ele já tinha tomado um punhado de combatentes e treinou-os para onde eles estavam lutando em várias organizações em todo o mundo, ganhando a vida nesse jogo. 50

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Por essa razão, eu não podia responder ele, tanto quanto eu quisesse. —Desculpe por estar atrasado. — disse eu, finalmente. Ele olhou para mim por um tempo e então suspirou, batendo a mesa com os nós dos dedos. —Você me dá uma dor de cabeça maldita Brown. Tanto talento a dirigir, mas você não está com a cabeça em linha reta. —É, no entanto, estou completamente cem por cento comprometido. O treinador ergueu as sobrancelhas. —Você tem certeza disso? Por alguma razão, Lindsay passou pela minha mente, fazendo-me hesitar por um momento. —Claro que eu tenho certeza. — eu disse, mas agora minha mente estava correndo. Por que ela veio na minha cabeça em um momento como este? —Há algo desligando você, Brown. E é melhor lidarmos com isso, porque neste negócio a oportunidade de chegar ao grande show é pouca e distante entre si. —Eu sei disso. Acredite em mim, estou pronto para o meu tiro. Seus olhos se estreitaram e ele pareceu me analisar como um inseto sob um microscópio. —Acabei de falar ao telefone com Drew Ellis da UFF. Pela primeira vez, eu estava realmente sem palavras. Drew Ellis era o CEO9 da United Fighting Federation, a maior organização de MMA do mundo. Ele era como Donald Trump e Mark Cuban. Ele poderia fazer ou

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Chief Executive Officer, ou seja, Diretor Executivo. 51

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quebrar carreiras com um polegar para cima ou para baixo. Era tão simples. Finalmente, eu recuperei a minha voz. —Será que meu nome surgiu? —O seu foi o único nome que surgiu. — disse Jansen. —Bem, isso não é completamente verdade. Ele queria falar sobre você, mas eu trouxe o nome de Urias. Eu senti o sangue correr para o meu rosto. —Por que você falaria dele? —Porque eu preciso ser justo com meus lutadores. Você é o cara que tem o maior potencial e você é o único que Drew está interessado em assinar. Mas eu não tenho certeza se você pode lidar com a pressão. Eu não sei se você está pronto para ir para o profissional ainda. Minhas mãos involuntariamente apertaram, mas eu me controlei. —Você não pode me segurar. Isso não é justo. —Eu não disse que eu estava te segurando. Mas eu preciso me dar algumas saídas, no caso de você se rebelar contra mim, como você fez no ano passado. —O ano passado foi... Foi diferente. — murmuro de repente inseguro de mim mesmo. —O ano passado foi uma foda real. — ele respondeu, de repente ficando em pé. —Você estava pronto também. Claro, não teria significado uma luta no exterior, mas o dinheiro era grande e um par de vitórias teria lhe garantido um contrato com a UFF. O que você fez? Você foi um maldito psicopata e me fez parecer um idiota. —Não fui psicopata. 52

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—Seja o que for. — disse Jansen. — Podemos concordar em discordar sobre o termo clínico para a proeza do ano passado. A questão é que não pode acontecer novamente. —Eu sei. —E o fato de que você errou uma vez, significa que eu preciso ter um plano de B. Então eu tenho Urias em stand-by. Eu dei de ombros. —Tudo bem. Jansen veio e sentou-se na borda da mesa, olhando para mim. Seu rosto se suavizou. —Esta é uma boa notícia Justin. No próximo mês, Drew quer vê-lo subir e lutar mais um tempo. Se você ganhar ele vai oferecer-lhe um contrato de três lutas com a UFF. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Minha cabeça estava girando e meu coração disparado. —Você tem certeza? O treinador sorriu, o que era uma raridade. —Eu tenho certeza. — Ele estendeu a mão. —Diga-me mais uma vez que você está pronto e diga com vontade. —Claro que sim, eu estou pronto. — eu disse.

*** Eu me senti como Norm, entrando em Cheers, quando entrei no O'Doyle e fui recebido por gritos de —JB! — de Taryn e do Big Timmy. Como de costume, havia poucos “barflies” velhos cuidando e bebendo

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suas bebidas, um jogo de beisebol na televisão, coisas que eu viria a esperar. Puxei um banquinho e Taryn se aproximou sorrindo. —Você parece como o gato que pegou o canário. — disse ela. —O que isso quer dizer? —Isso significa que você está muito orgulhoso de si mesmo. —Isso é porque eu estou. Big Timmy passou por mim batendo no meu ombro, quando se dirigia para a porta da frente. Ele estava carregando sua revista na outra mão. —Então, o que está acontecendo? — perguntou Taryn, inclinando-se sobre o bar. Eu olhei para ela, tentando vê-la objetivamente. Conhecíamo-nos há anos e era difícil pensar nela como outra coisa senão a mesma garota louca que bebia quarenta anos e fumava maconha comigo nas noites de sexta, quando era suposto estar em casa na cama. Ela era loira de olhos verdes e maçãs do rosto salientes, típica garota irlandesa. Mas eu podia ver que ninguém iria achá-la muito bonita, talvez até bonita em certas circunstâncias. Eu sabia que ela ainda tinha sentimentos por mim, mas o fato é que eu sempre senti mais como se ela fosse minha irmã mais nova ou algo assim. Os dias de nós curtindo estava no passado e sempre ficaria, tanto quanto dependesse de mim. —Nada está acontecendo, na verdade. — eu disse de repente, menos ansioso para dizer-lhe a grande notícia sobre o meu negócio com a UFF. —Eu estou apenas tentando ter uma atitude positiva. 54

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—Ah. — Ela pareceu sentir que eu não estava sendo totalmente honesto. Havia um olhar lânguido de dor em seus olhos. —Bem você quer alguma coisa? —Só uma Sam Adams e um sanduíche de peru. Ela apertou os lábios balançando a cabeça. —Uma Sam chegando. — E em seguida ela se afastou. Por alguma razão, eu não quero compartilhar minha emoção com Taryn e os frequentadores do O'Doyle. Eu queria dizer a alguém. Eu queria dizer a Lindsay. A constatação deixou-me um pouco irritado. Por que eu ainda estava mesmo pensando nela? O que ela tem a ver com alguma coisa? Taryn colocou a garrafa de Sam Adams para baixo. —Seu sanduíche sairá em um minuto. — disse ela. —Você parece preocupado, JB. Alguma coisa está acontecendo com você. Eu suspirei, tomando um longo gole de cerveja. —Eu acho que devo estar ficando louco. — eu admiti. —Ah, é? Bem, não seria a primeira vez, não é? —Mas desta vez é sobre uma garota. Nos olhos de Taryn brilhou algo, talvez a raiva, talvez decepção, mas depois se recuperou. —Os problemas de menina são a minha especialidade. —Bobagem.

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—Eu sou uma garota, JB. Eu sei como elas pensam. Então vá em frente e derrame o feijão, já. O que aconteceu? Quem é ela? Eu não poderia ajudá-la, eu tinha que falar com alguém. Então eu comecei a contar a Taryn sobre o meu encontro com a Lindsay e depois quando fui até o seu quarto no dormitório e a coisa toda. Taryn balançou a cabeça algumas vezes em descrença. Finalmente, quando eu estava acabando, ela colocou a cabeça entre as mãos. —Oh meu Deus, JB. O que diabos está errado com você? —Vamos lá, não é tão ruim assim. Ela olhou para mim. —Sim, é assim tão ruim. Você não entende. Ela não é só um caipira de Southie. Esta menina é sofisticada e séria. Ela está indo para a Universidade de Cambridge. —O que? Eu devo ser intimidado por isso? Isso faz dela melhor do que eu? —Não, mas torna-a diferente. Olhe para você em seu jeans manchado de grama e camiseta, bebendo uma cerveja antes das cinco, em um dia da semana. Esse não é o tipo de cara que vai impressionar alguém como ela. Eu balancei minha cabeça e fiz uma careta. —Eu não vou mudar quem eu sou para bajular uma garota Cambridge. Foda-se. —Você não está enganando ninguém, JB. É óbvio que você está apaixonado. —Apaixonado? O quê? — Eu zombei, olhando para os meus patronos companheiros, como eles iam rir só de pensar em mim apaixonado por uma garota aleatória. 56

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Mas a única pessoa cujos olhos eu peguei era um bêbado envelhecido no fim do bar. Ele sorriu para mim sem dentes. Nada como morder o cão que te mordeu na noite anterior. — Ele riu e em seguida bebeu o que estava em seu copo. —Você precisa acertar as coisas com essa garota. — disse Taryn. —É preciso mostrar a ela que você se importa. Mostre-lhe com classe. —Você acha? —Eu não acho, JB. Eu sei. — Ela virou-se e me deixou com meus próprios pensamentos.

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LINDSAY Aqui está como eu passei o dia: 1. Obtive o meu cartão de identificação, que eu não tive tempo para fazer ontem, o que levou cerca de três horas, uma vez que, aparentemente, ninguém teve tempo de fazê-lo ontem também. 2. Assisti a um seminário de biologia, com um orador convidado que falou sobre ética médica. Foi extremamente interessante e emocionante e me fez perceber que eu poderia querer ter uma aula de ética neste semestre. Eu só tenho que ver se havia uma aberta. 3. Tentei não surtar com o fato de que eu tinha estado no campus por um dia e já tinha sido notificada por meu R.A. 4. Queria saber quando e se Justin ia aparecer novamente. Às cinco da tarde, eu fui para o refeitório e comi um sanduíche de presunto e queijo no jantar. Pensei em ter um café, mas eu não acho que seria bom para os meus nervos. O refeitório estava praticamente deserto. Os veteranos estavam chegando hoje, mas a maioria deles estava ocupada com a mudança em seus dormitórios e era muito cedo para o jantar, de qualquer forma. Então, eu estava sentada sozinha, comendo meu sanduíche com batatas fritas e navegando através do catálogo de curso.

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Quando terminei fui para o outro lado do campus, os fones do meu iPhone em meus ouvidos. Houve um toque no meu ombro. Justin. Mas não era. Foi Adam. —Ei. — ele disse sorrindo. —Como vai? —Bem! — Algo me disse que ser notificada no seu primeiro dia realmente não se qualifica como “bom”, mas eu não queria dizer a ele. —Vejo que você tem o seu cartão de identificação. — Ele estendeu a mão e o tocou. —Oh. Sim. — Eu estava usando em uma corda em volta do meu pescoço, mas de repente eu percebi que as pessoas provavelmente não faziam isso. Então eu estendi a mão e puxei-o para fora. —Como está sua perna? —Tudo bem. — Ele deu de ombros, como se não fosse grande coisa e ele não tivesse acabado de pirar com isso, 24 horas antes. —Então, ouça, um grupo de nós vai ouvir uma banda amanhã à noite em um lugar chamado Frog. Deve ser bacana. Algum interesse? —Eu adoraria. — eu disse honestamente. Meu maior medo era que eu iria acabar gastando toda a noite sozinha no meu quarto do dormitório, sem amigos e nada para fazer. Um bar com uma banda barulhenta não era exatamente a minha cena, mas agora que eu estava na faculdade, eu estava determinada a sair da minha zona de conforto.

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—Adam. — a voz de uma garota chamou do outro lado da quadra. Uma menina bonita com longos cabelos escuros e um punhado de sardas correu até nós. —Oh, oi Michelle. — disse Adam. Poderia ter sido minha imaginação, mas pensei ter visto um olhar de aborrecimento jogar na cara dele. —O que você está fazendo? — Ela perguntou. —Passeando. — Ele não fez nenhum esforço para me apresentar. —Oi. — Michelle disse calorosamente. —Eu sou Michelle. —Lindsay. —Prazer em conhecê-la. —Você também. Nós três ficamos desajeitadamente ali por um momento. —Bem, nós estávamos voltando para os dormitórios. — disse Adam incisivamente. —Oh, eu também. — disse Michelle. —Eu vou com você. —Lindsay! — Alguém chamou. Eu me virei. Justin. Só que desta vez, era realmente ele. Ele estava correndo pela grama, os ombros para trás, com as mãos nos bolsos. Ele estava usando um par de calças cáqui frescas e uma camisa ButtonUp azul marinho. Seu cabelo estava molhado, como se tivesse acabado de sair do chuveiro. Ele estava lindo e meu coração acelerou. —Eu vou, hum, eu vou conversar com você mais tarde? — Eu disse a Adam. 60

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—Não é o cara do hospital? — Adam perguntou incrédulo. —A pessoa que estava sendo costurada ao mesmo tempo que eu? —Costurado? — perguntou Michelle, parecendo em pânico. —Por que você estava sendo costurado? —Vejo você mais tarde. — eu disse, deixando-os para trás quando corri para Justin. Por um momento, eu estava com medo que Adam tentasse seguir-me, mas ele não o fez. —Oi. — disse Justin. —Oi. —Eu vim para fazer as pazes com você. — Ele estendeu um dente de leão. Eu sorri e tomei-a, inalando seu doce perfume. Sua mão roçou a minha e eu me perguntei como seria a sensação de ter suas as mãos por todo meu corpo. O pensamento me chocou e me animou. —Você não tem que fazer isso para mim. — Eu disse, ainda segurando o dente de leão. —Deixe-me levá-la para jantar. —Agora? — Eu tinha acabado de comer, mas não havia nenhuma maneira de que eu fosse dizer isso a ele. —Sim. —Ok. Sim. Apenas deixe-me ir me trocar bem rápido. — Eu hesitei. Obviamente, eu não poderia trazê-lo de volta para o meu dormitório. — Você vai esperar aqui? —Claro.

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Corri de volta para o meu quarto, tomando o caminho mais longo para não encontrar com Adam e Michelle. Quando cheguei lá, Rachel estava longe de ser encontrada. O que eu deveria usar para jantar com Justin? Onde estávamos indo? Ele estava vestindo uma calça cáqui e uma camisa de botão, então eu tirei um vestido de verão azul claro para fora do meu armário e o vesti. Eu adicionei um par de plataformas cor creme, um colar de ouro comprido, depois escovei meu cabelo e acrescentei um pouco de gloss. Mas então eu hesitei. Eu realmente deveria estar fazendo isso? Um arrepio estranho de medo deslizou pela minha espinha. Eu não tinha ideia de quem era esse cara ou o que ele estava fazendo aqui. Ontem à noite, ele estava agindo como um bandido completo e hoje à noite ele estava vestido como um banqueiro de investimento. Cada parte de mim gritava que este cara era uma má notícia. Mas eu não me importo. Algo sobre ele foi me cativando, me empurrando em direção a ele e tudo o que implicava, mesmo que acabasse por ser ruim. Eu saí pela porta e enquanto eu caminhava para o outro lado do campus, tive de resistir ao impulso de correr. Justin era imprevisível... E se eu voltasse lá, e ele se foi? Mas ele não foi embora. Ele estava sentado em um banco. —Pronta? — ele perguntou. —Pronta.

*** 62

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Pegamos o metrô até um restaurante na Rua Stuart chamado Ferguson. Era uma churrascaria, o tipo de lugar que eles não têm em Ohio, pelo menos, não de onde eu era. Estava escuro lá dentro, com velas nas mesas e toalhas de mesa branca. O metre puxou minha cadeira e eu estava tão surpresa que quase cai. Eles encheram nossas taças com água com gás e eu abri o cardápio. —Você já esteve aqui antes? — Eu perguntei. —Não. Mas ouvi dizer que é bom. —Parece bom. — É melhor que seja, para os preços, eu pensei. O bife custa 58 dólares. Isso era ridículo. —Sim. — disse ele. —Eles... humm... Os comentários para este local são excelentes. Houve um silêncio enquanto nós dois olhamos para os nossos menus. Por alguma razão, eu percebi que as coisas estavam se tornando estranhas entre nós. Eu me mexi no meu assento. —O que você vai querer? — ele perguntou, por fim. —Hum, talvez um pescado grelhado. Você? —Bife, com certeza. —Legal. —Fechei meu menu e cruzei as mãos no meu colo. Em torno de nós, as pessoas estavam bebendo vinho rindo e falando. Eu me senti ridiculamente fora do lugar. Nós ficamos em silêncio novamente. Isso estava ficando mais e mais complicado. Era como se nós dois estivéssemos com medo de dizer ou fazer algo errado. O que era 63

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ridículo uma vez que, aparentemente, Justin tinha invadido meu quarto ontem à noite. Como ele poderia estar preocupado em fazer algo errado depois que ele já tinha feito algo parecido com isso? O garçom veio à nossa mesa. Eu pedi primeiro e então Justin pediu seu bife. —Como você gostaria que fosse cozido? — perguntou o garçom. Ele era um homem baixo de bigode branco e ele parecia entediado. —Bem passado. — disse Justin. O garçom franziu a testa. —Você tem certeza? Este é um excelente corte de carne, e cozinhar demais deixa o sabor envelhecido. —O sabor envelhecido? — perguntou Justin, olhando para ele incrédulo. —Sim. —Bem passado. — Justin disse novamente. Ele fechou seu menu e entregou ao garçom que estava um pouco irritado. —Qual acompanhamento? —O que vem com ele? — perguntou Justin. —Nada. Você precisa pedir seus acompanhamentos separados. —Oh. — Justin tomou o menu de volta e olhou para ele. —Purê de batata e milho. Ele olhou para mim. —Soa bem? —Parece bom. 64

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O garçom suspirou, pegou o menu de volta e saiu. —Que idiota. — Justin murmurou. —Como eu ia saber que não vem com nada? —Eu não sabia também. —Não? —Não. —Sério? —Realmente. Por que eu deveria saber que suas refeições não vêm com acompanhamento? —Eu não sei. Eu apenas pensei que você provavelmente tinha frequentado lugares assim o tempo todo. —Não. — Eu balancei minha cabeça. —Na verdade, lugares como esse me deixam desconfortável. Ele sorriu. —Eu também. Mas eu queria levá-la em algum lugar especial. —Você não tem que me impressionar. — disse a ele. —Eu sou de baixa manutenção, realmente. De repente, ele se levantou. —Vamos dar o fora daqui. —Mas nós pedimos. Ele deu de ombros. —E daí? Nós não comemos. E, além do mais, eu acho que um lugar como este aguenta. Ele se levantou, pegou minha mão e me levou para fora do restaurante. 65

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Uma vez que estávamos na rua, fiquei aliviada. O ar no restaurante era abafado e quente, mas lá fora a noite estava fresca. Ainda estava claro e Justin continuou segurando minha mão enquanto caminhávamos pelas ruas de Boston. Ele me levou para Quincy Market, onde pedimos brownie e sundaes para o jantar e comemos em uma pequena mesa de ferro forjada na rua de paralelepípedos. Quando terminamos, pedimos café e quando fui colocar açúcar no meu, Justin me parou. —Bolhas. — disse ele. —O quê? —É uma superstição. — Ele apontou para as bolhas no topo do meu café. —Se você bebê-las, você terá boa sorte. —Você realmente não acredita nisso, não é? Ele deu de ombros. —Não é verdade. — Mesmo assim, ele se aproximou e pegou minha colher e em seguida, mergulhou-a em meu café, pegando as bolhas. Ele estendeu-a para mim, e eu os bebi obedientemente. —Pronto. — disse ele. —Agora você vai ter boa sorte. —E você? Ele olhou para sua xícara. —Não há bolhas para mim. — Ele olhou para mim, seus olhos castanhos faiscando. —Mas isso é bom. Eu já estou com sorte. Corei e rapidamente tomei um gole da minha bebida para que ele não observasse o efeito que ele tinha sobre mim. Foi estranho. Havia tanta coisa que eu não sabia sobre ele, tanto que eu queria perguntar. 66

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Mas agora, neste momento, estávamos nos divertindo e eu não queria arruiná-lo. Algo me dizia que, quanto mais eu descobrisse sobre a vida de Justin, mais eu iria questionar o que eu estava fazendo com ele e como ele me fazia sentir. E eu não queria enfrentar isso. Terminamos nosso café e caminhamos ao redor de Boston de mãos dadas. Falamos sobre as pessoas passando, sobre celebridades, sobre obstinados fãs de esportes de Boston. Nós brincamos ao redor. Mas nós não entramos em nada pessoal. Senti que talvez Justin sentisse isso também, que quanto mais nós falássemos sobre detalhes, mais arriscaríamos descobrir o quão diferente erámos. Depois de um par de horas compramos sorvete e sentamos sobre um muro de pedra que dava para Newbury Street. —Eu costumava vir aqui com o meu pai. — disse Justin. Foi a primeira vez que ele mencionou algo sobre sua família. Dei uma lambida no meu copo de manteiga de amendoim com chocolate. Algo me disse que eu precisava pisar com cuidado. —Vocês são próximos? — Eu perguntei. Ele não respondeu, apenas olhou para o chão. Quando ele olhou para cima ele sorriu e enxugou uma gota de sorvete em meu queixo com o guardanapo. Corei. —Eu sou uma bagunça. —Não, você não é. — Ele estava me olhando com aquele olhar intenso o que me fez querer desviar o olhar. Mas desta vez não. Desta vez, eu mantive meus olhos nos dele. —Você é linda. — disse ele.

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Ele estendeu a mão e afastou meu cabelo do meu rosto. Então ele inclinou-se para baixo. Ele estava tão perto que eu podia ver a pequena cicatriz no topo de seu lábio, as pequenas manchas de ouro em suas pupilas e a ampla curva de seus ombros. Ele se inclinou para baixo, e eu sabia o que estava prestes a acontecer. Meu corpo ardeu. Fechei os olhos e esperei o beijo. E então eu ouvi o grito de perto. —JB! — a voz chorou. —Ei, JB! Abri os olhos, sabendo que o momento tinha passado.

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JUSTIN Lindsay levantou-se do muro e se afastou de mim assustada com os gritos, e me virei para ver três caras vindo em nossa direção. —Droga. — eu murmurei. Minha chance de beijar Lindsay escapou enquanto eles continuaram sua abordagem, assobiando alto e fazendo piadas. Eram três caras da minha academia. Urias, Begsy e Quinn. Eles pareciam gorilas bêbados puros, com suas camisetas apertadas e músculos salientes. Os logotipos em suas camisas diziam coisas como Bata para fora e Agressão. —Ei, olha quem se limpou. — disse Urias sorrindo amplamente do meu desconforto óbvio. Olhei para Lindsay. Ela parecia nervosa e incerta. —Você não consegue ver que eu estou em um encontro? — Disse, à medida que se aproximava. —Oh, eu pensei que você estava vindo de um funeral. — Begsy respondeu. Ele era pequeno, um garoto encorpado com um moicano vermelho louco e tatuagens por todo o caminho até seu pescoço. —Olha os fracassos. — ele riu, apontando para minha camisa. —Isto não pode ser. — disse Quinn. —Eu não estou vendo isso agora. Cara, a minha imagem de você foi completamente destruída. Senti meu rosto ficar vermelho de vergonha, embora eu soubesse que não havia nenhuma razão para me importar com o que estes 69

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palhaços pensavam sobre a minha roupa. —Sai fora daqui. Estávamos em um restaurante agradável. Eles não permitem moicanos e porra Bata para fora. —Oh, eu vejo meu velho. — Urias respondeu, com um sotaque britânico falso. —O querido JB foi jantar fora em um estabelecimento muito respeitado. Devemos respeitar sua privacidade, você não acha? Eles estavam todos rindo agora. Eu balancei minha cabeça. — Fodam-se caras. —Ei cara, eu não acho que falam assim em bons restaurantes. Você realmente deve se vergonhar de si mesmo. — Quinn disse. —Esses caras são da minha academia. — eu expliquei para Lindsay. —Sim, nós somos seus amigos, ele estava tentando esconder de você. — Begsy disse. —Primeiro de tudo, nenhum desses palhaços são meus amigos. — disse. —Ela não acredita em você. — Quinn riu. —Ela está apavorada agora. —E, em segundo lugar, deixamos aquela porra de restaurante, porque é uma merda. — eu continuei. —Oh, merda! A verdade vem à tona! — Urias gritou e deu-me um high five. Todo mundo estava gritando e gritando e rindo. Incluindo eu. Bem, nem todos, menos Lindsay. Ela só estava ali de pé, olhando ao redor inquieta.

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Eu me senti mal, mas a verdade é que eu não sabia o que fazer. Eu deveria ignorar os meus companheiros de equipe, fingir que eles não eram meus amigos? Eu não poderia fazer isso. —Ei, agora que você já está todo fantasiado. — Begsy disse: —Vocês deviam vir com a gente. Há uma festa no Big Timmy esta noite. Ele vai estar fora da cadeia. —Você sabe que ele tem o melhor erva na cidade. Nós vamos ficar fodidos. Quinn disse. —Por acaso, — ele se virou para Lindsay —o seu menino adora ficar doidão da porra. Ele te disse isso? Eu apenas ri. —Cala a boca cara. — A verdade é que eu não tinha fumado maconha em meses. Não, desde a merda do ano passado, quando eu quase estraguei a minha chance de lutar profissionalmente. Mas eu não ia anunciar o fato. Eu estava limpo agora e, além de algumas bebidas, eu estava principalmente sóbrio demais. Mas esses idiotas não tinham qualquer respeito a menos que estivessem lutando e festejando o 24 de julho. À medida que os meninos começaram a andar de novo, eu olhei para Lindsay. —Você quer ir à festa? — Eu disse de repente, inquieto e estranho, como se nós nem sequer nos conhecêssemos mais. Lindsay balançou a cabeça. —Eu acho que eu deveria voltar para o dormitório. Tenho que acordar super cedo amanhã. —Vou levá-la de volta então. — eu disse. Eu queria dizer aos rapazes para esquecê-la, que eu não ia para a festa estúpida. Eu queria estar com Lindsay e contar a ela sobre a minha vida, sobre o possível acordo com a 71

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UFF que validaria todo o esforço que eu tinha colocado nestes últimos anos. Mas Lindsay apenas suspirou. —Não, não seja bobo. Vá com seus amigos. —Eu quero ir com você. —Por favor, Justin, estou bem. Eu vou tomar um táxi de volta. Ok? — Ela já estava se afastando de mim. Olhei para os meus amigos que estavam nas proximidades, esperando por mim. —Lindsay é sério... —Basta ir. — disse ela. —Não se preocupe comigo. — E então ela virou-se e saiu...

*** FIM DO LIVRO 1 ***

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