O grupo Friends Addicted to Books (F.A.B.) escolheu esta obra para t raduzir, por não haver previsão de lançamento no Brasil. Somos um grupo de amigas virtuais, unidas pela mesma paixão: Livros. Se ndo assim, a disponibilização de nossas traduções é ausente de qualquer obtençã o de lucro, direta ou indiretamente. Nossos objetivos são estimular a foram publ icados em português. Após sua leitura, considere a possibilidade de adquirir a versão original, po is assim, você estará incentivando os autores e a publicação de novas obras. Tradutora: Bonnie Revisão Inicial: Taci Revisão Final: Su Revisão Final: Bruh Formatação: Bonnie

Totally Tormented (Addicted To You, #5) Lucy Covington

SINOPSE Lindsay Cramer, como uma boa menina, mantêm sua vida completamente em ordem, e ela têm todos os seus objetivos listados para verificação - obter bols a de estudos para Ivy League University, acabar a graduação, e passar para a esc ola de medicina. Ela trabalhou duro para chegar onde está, e ela está determinad a a não deixar nada - nem ninguém - entrar em seu caminho. Até que ela conhece Justin Brown. JB é lindo e do tipo de cara que é compl etamente errado para Lindsay - o tipo de cara que é completamente errado para qualquer uma. Ele bebe, luta e possui um passado secreto que Lindsay não tem c erteza se quer conhecer. Mas, quando os dois estão juntos, Lindsay não pode deixar de perder-se ne le. É a maneira que olhos dele ardem quando olha para ela. A forma como o seu sorriso a deixa tonta. A maneira como suas mãos tocam seu corpo. Rapidamente, Lindsay e Justin estão completamente viciados um no outro. Mas quando o seu jogo perigoso culmina com Lindsay tendo que fazer uma esco lha chocante, ela vai ser capaz de manter JB em sua vida? E, se assim for, ela vai perder tudo que conquistou no processo?

Totally Tormented é o quinto episódio da série Addicted To You.

Lindsay

J

ustin

estava

ferido. Não era tão ruim quanto pensei no primeiro momento, mas ainda era ruim. Depois que o tinha ajudado a se levantar chão, ele parecia estar melhorando gradualmente. Ele me assegurou que as tonturas tinham acabado, e que isso acontecia algumas vezes após uma luta dura. Ele estava todo machucado, seu corte foi retalhado novamente e seu olho direito estava muito inchado. Voltei com ele para o quarto e o fiz sentar na cama. Acendi a luz e ele fez uma careta. — O que diabos aconteceu? — perguntei, enquanto examinava os danos. O corte sobre o olho parecia horrível – isso definitivamente vai deixar uma cicatriz. — Alguns caras tentaram mexer comigo. — ele me deu um sorriso irônico. — Eles não sabiam onde estavam se metendo. Balancei minha cabeça. Ele estava tentando ser corajoso, mas sabia que estava atuando. Nenhum de seus ferimentos parecia horrível se olhado isoladamente, mas todos juntos, eu só podia imaginar o que ele sentia. — Não, sério. — disse. — O que aconteceu?

— Minha nova academia. — disse ele. — Tinha que provar do que eu era capaz. — Os caras da sua nova academia fizeram isso com você? — Sim. — queria dizer que sua nova academia não parecia ser o melhor lugar para ele, se as pessoas lá iriam espancá-lo assim. Mas algo me disse que este não era o momento certo. A última coisa que eu queria era começar uma grande discussão sobre sua academia. Agora ele precisava de ajuda. — O corte precisa ser limpo. — disse. Estendi a mão e toquei a pele ao redor de seu olho, e ele respirou fundo. — Estou bem. — disse, balançando-me. Sacudi minha cabeça. — Não, você não está bem. Se você não limpá-lo, vai infeccionar. Então, não só você vai ter uma cicatriz, terá um monte de problemas. — olhei para ele. — Você deveria, provavelmente, voltar na emergência e costurar novamente. — Foda-se. Não vou passar a noite toda no hospital. Suspirei. — Então, você pelo menos tem que me deixar limpar. Ele sorriu. — Tudo bem. Adoraria brincar de médico com você. — Estou falando sério, Justin. — Eu também estou. — ele estendeu a mão para mim, puxando o cinto da minha bermuda. — Vem aqui. Vem para a cama. — ele tentou me puxar para baixo ao lado dele, mas resisti. Cada parte do meu corpo estava me dizendo para sair de lá, ir embora, sair do apartamento e não olhar para trás. Quando ele tinha dito que precisava de mim, fiquei emocionada. Mas também, fiquei apavorada. Senti como se precisasse dele, também. Não conseguia parar de pensar nele, mesmo quando eu não estava com ele. E quando eu estava, sentia como se pudesse perder o

controle a qualquer momento - da minha mente, do meu corpo, dos meus sentidos, da minha vida. — Você precisa me deixar limpar o corte. — repeti com firmeza. — Depois de tirar uma soneca. — Não. — balancei minha cabeça. — Se deitarmos, vamos cair no sono. Você precisa me deixar limpar seu corte. Ele suspirou. — E então você passará a noite? Hesitei. Não sabia o que ele estava pedindo. O que ele quer dizer com passar a noite? Passar a noite, tendo sexo com ele? Ou ele quis dizer apenas passar a noite do jeito que estávamos fazendo? De qualquer forma, isso não importa. Eu queria estar com ele. Então assenti. Ele pegou minha mão e me levou para o banheiro. — Você tem algum antisséptico? — perguntei. — Sim. No armário de remédios. Ele começou a tirar a camisa, e meu coração começou acelerou. Por que ele tinha que tirar a camisa para que eu limpasse seu corte? Era muito perigoso para nós estarmos tão perto, enquanto ele estava sem camisa. Achei a água oxigenada e a peguei, juntamente com algumas bolas de algodão. Destampei a garrafa. Minhas estavam tremendo, mas de alguma forma, fui capaz de umedecer o algodão com a água oxigenada, sem entornar nada.

Afastei-me da pia, e Justin deu um passo em minha direção, até que ele estava tão perto que eu podia sentir o calor vindo de seu corpo. — Isso pode doer — avisei. Ele revirou os olhos, como se pudesse aguentar. Ele manteve seu olhar no meu, enquanto limpava seu corte, tendo o cuidado para não deslocar os pontos que restaram. — Você realmente precisa costurar isso. — disse. — Vai ficar uma cicatriz. Ele deu de ombros. — Cicatrizes não me incomodam. Elas não me incomodam também. Na verdade, achava que elas eram muito sexy. Achava que ele era totalmente sexy. Ficamos ali, por um longo momento, seus olhos nunca deixando os meus enquanto eu limpava seu ferimento. Estava finalmente dando uma boa olhada nele, agora que estávamos à luz, e meus olhos desceram para seu estômago. Havia hematomas florescendo em seus lados, e não pude me conter. Estendi a mão e passei meus dedos levemente sobre seu abdômen, maravilhada com o quão plano seu estômago era. Sua pele estava fria, mas a contusão estava quente. — Dói? — sussurrei. — Já estive pior. Algo no tom de sua voz me fez pensar que ele não estava falando apenas de dor física. Havia outras coisas, outros danos ocultos sob a superfície, outra dor que eu não conhecia. Queria que ele me falasse. De repente queria saber tudo sobre ele, mesmo que isso fosse ruim, horrível e assustador. Engoli em seco. Um choque de atração atravessou meu corpo, e imaginei como seria beijá-lo, tê-lo me tocando por toda parte, como seria a sensação de ter suas mãos movendo-se sobre meus quadris, minhas costas, meus seios, entre as minhas pernas. Qual seria a sensação de tê-lo se movendo dentro de mim, lentamente, enquanto beijava meu rosto, meus olhos, minha boca?

Dei um passo para trás em direção a pia, afastei-me dele e peguei outra bola de algodão. — Devemos limpar os arranhões em seus cotovelos, também. — Sim, Dra. Cramer. — disse ele obedientemente. Como ele podia ficar lá brincando assim quando tudo o que eu conseguia pensar era nele fazendo coisas comigo que nunca me permiti imaginar antes? Levei um segundo a mais para me acalmar antes de virar. — Ai! — ele gritou quando a bola de algodão atingiu o arranhão em seu cotovelo. — O quê? — automaticamente puxei para trás, alarmada. — Machuquei você? — Rá! — disse ele, sorrindo. — Brincadeira. Revirei os olhos. — Aí está. — disse, jogando as bolas de algodão no lixo. — Isso deve ser suficiente, pelo menos por enquanto. Ele se inclinou sobre a pia e olhou para o corte no espelho. — Parece bom. — Não, não está. Mas é o melhor que podemos fazer com você se recusando a ir para o hospital. — Hospitais são para as pessoas que podem pagar por eles. — Eu o conheci em um hospital. — apontei. — Sim, porque o meu treinador me levou. Mas adivinha? Esse cara não é mais o meu treinador. Perguntei-me novamente se isso era uma coisa boa, mas mantive minha boca fechada. Eu precisava sair deste espaço fechado com ele. Estávamos muito próximos. Estava começando a ficar quente aqui, e eu precisava respirar. Claro que, lá fora, estava o quarto, o que não era muito melhor.

Mas talvez nós pudéssemos encontrar algo para fazer, algo que me distraísse de seus ardentes olhos castanhos e das linhas duras de seu tanquinho. Talvez pudéssemos assistir a um filme ou algo assim, uma comédia brega que mantivesse minha mente fora de qualquer coisa que tivesse a ver com sexo. — Então você quer assistir a um filme ou algo assim? — tentei. — Você deveria descansar. — Não. Não quero assistir a um filme. E não estou cansado. — Oh. Bem, está com fome? Podemos pedir... — ele agiu como se não tivesse me escutado e, em vez disso, estendeu a mão e ligou o chuveiro. — O que você está fazendo?— perguntei alarmada. Ele estava abrindo o armário no canto, tirando duas toalhas azuis felpudas. — Ligando o chuveiro. Preciso me limpar um pouco. — Oh. — pensei que isso é o que eu tinha feito. Mas acho que podia ver o seu ponto. Não era suficiente apenas cuidar de seus cortes - ele provavelmente queria ter todo o seu corpo limpo. Ele regulou o registro do chuveiro de forma que a água estivesse tão quente quanto pudesse suportar, vapor começou a encher o ambiente. Já estava me sentindo sem fôlego, e isso tornou ainda mais difícil respirar. — Tudo bem. — disse. — Bem, hum, vou apenas esperar por você no seu quarto? Comecei a me mover em volta dele, em direção à porta, mas ele deu um passo na minha frente. —Por quê? — disse ele. —Não precisa de um banho, também, Pip? — Esticou seu dedo e traçou minha clavícula, movendo a gola da minha camiseta enquanto ele encontrava a alça do meu sutiã. Empurrando um pouco para baixo do meu ombro, me provocando.

— Oh, não. — disse. —Não estou suja. Quer dizer, estou limpa o suficiente. — Tem certeza, Pip? — ele disse maliciosamente. —Acho que você está muito suja. — Não vou tomar banho com você. — mas minha voz não soou convincente, mesmo para os meus próprios ouvidos. — Por que não? — ele estufou o lábio em um biquinho como se ele estivesse chateado por não estar recebendo o que queria. Ele estava tão adorável que eu quase não conseguia lidar. — Porque não. — disse com firmeza. — Porque, você não confia em mim? — E agora por que eu não confiaria em você? — perguntei sarcasticamente. — Você não fez nada, embora não provou ser totalmente confiável. Seu rosto escureceu por um momento, e tive a sensação de que eu tinha dito algo errado. Ele deu mais um passo em minha direção, empurrando seu peito contra o meu, os meus seios achatando contra a dureza de seus peitorais. Ele agarrou meus ombros. — Eu nunca faria nada para machucá-la, Lindsay. Você sabe disso, né? Assenti. Mas não tinha tanta certeza. Não é que eu pensasse que ele ia tentar me machucar. Era que eu me sentia começando a ser consumida por ele. Estava dandolhe a capacidade de me machucar só por deixá-lo chegar tão perto. Era como se amarrar a um trilho de trem, à espera de ser atropelado. Não seria culpa do trem se ele não conseguisse parar a tempo - mas você se machucaria de qualquer maneira, porque estaria deitado lá, sem ter para onde fugir.

— Venha. — disse, passando as mãos pelos meus braços até que chegou às minhas mãos. Entrelaçou seus dedos nos meus e, em seguida, puxou-os para que estivessem ao nível de seus olhos. Foi totalmente sexy, e ainda assim, ele fez parecer de alguma forma, inocente, como se estivéssemos jogando adoleta ou algo assim. Minha respiração acelerou e meu coração estava batendo rápido. Como ele podia ficar ali aparentemente tão bem, enquanto nós falávamos sobre tomar banho juntos? Era porque ele tinha feito isso com toneladas de garotas, o tempo todo? Sem dúvida, ele era mais experiente do que eu. Ele tinha um corpo que foi construído para o sexo, e eu tinha certeza de que as meninas se jogavam nele quando e onde podiam. — Não posso. — balancei minha cabeça. Mas a minha vontade estava começando a desmoronar. — Por favor. — sussurrou. Ele não estava brincando mais. Em vez disso, ele parecia intenso. Perguntei-me se ele estava tão ligado quanto eu, não que pudesse o imaginar mais ligado. Meu corpo parecia que ia explodir. — Justin... Suas mãos envolveram minha cintura e, em seguida, deslizaram sob a parte de trás da minha camisa, acariciando minhas costas nuas. — Você pode manter sua roupa de baixo. — disse ele. —O que pode ser tão ruim nisso? É como usar um traje de banho. Suas mãos me puxaram para mais perto dele, seus dedos moveram-se mais e mais em volta da minha camisa. Arrepios irromperam em meus braços, e respirei fundo. Não disse que sim, mas ele deve ter tomado meu silêncio como permissão, porque suas mãos se moveram ao redor do meu estômago, acariciando a minha barriga antes de deslizar para baixo e desabotoar minha bermuda.

Ele olhou para mim, seus olhos me questionando, e lentamente assenti. Abriu o zíper da minha bermuda lentamente, dolorosamente, em seguida, puxou minha camisa sobre a minha cabeça. Logo depois, ele deixou cair seus próprios calções, então ele estava ali, apenas em sua cueca, antes de pegar a minha mão e me puxar para o chuveiro. Disse a mim mesma que não era grande coisa. Nós já estivemos juntos em roupa íntima antes, quando fomos nadar no oceano. Mas alguma coisa estava diferente. Aquilo foi natação. Isto era banho. Isso era mais íntimo. Vapor preencheu o espaço, e, quando entrei no chuveiro, me senti um pouco tonta. A umidade aqueceu minha pele, e Justin ficou sob o spray, gotas de água se acumulando em sua pele. Arrepios irromperam por meus braços, e esperei que a água quente os fizesse ir embora antes que Justin os notasse. Ele estava olhando para mim e sua língua lambeu seu lábio superior. Quase gemi em voz alta, de tão sexy que ele era. Tentei pensar em qualquer coisa, exceto no fato de que estávamos aqui, quase nus juntos. Tentei pensar em baseball, parques de diversões, meu trabalho de psicologia, ou no fato de que eu ainda podia ter uma chance de me tornar assistente de pesquisa do Dr. Klaxton. Mas minha mente não conseguia se concentrar em nada, exceto em seus peitorais, seu estômago, seus bíceps, seu sorriso, o quão lindo ele parecia com o cabelo todo molhado. — Oi. — disse, e sorriu preguiçosamente para mim. — Oi. — olhei em volta do chuveiro, desesperada por alguma coisa que mantivesse minha mente fora de sua quase nudez. Meu olhar pousou em seu shampoo. —Isso é shampoo genérico? Ele se virou e pegou. —O que há de errado com meu shampoo? — Nada. — dei de ombros. — Se você está bem com genérico. Acho que é diferente para os homens. — Você é uma esnobe com shampoo! — disse ele.

— Não, eu não sou! — Sim, você é. — ele pegou o pote no chão, abriu e esguichou um pouco na palma da mão. Então ele se virou e começou a lavar seu cabelo. Seus músculos das costas flexionavam, desviei meus olhos. Quando ele se virou, água com shampoo deslizou pelo seu rosto, e ele sorriu. — Vem aqui. — O quê? — Anda. Vem aqui. — Por quê? — eu estava imediatamente em guarda. Ele revirou os olhos. — Relaxe. — disse. —Não vou fazer nada. — Então me diga o porquê. — Lindsay. — disse ele calmamente. — Você confia em mim? Abri minha boca para dizer o inferno que não. Mas alguma coisa na maneira como ele estava olhando para mim, e o tom grave de sua voz, me fez pensar que, se eu lhe dissesse que não confiava nele, ele ia se decepcionar. E muito. E eu não queria decepcioná-lo. — Sim. — eu disse, mesmo que não tivesse certeza de que era verdade. — Sim, eu confio em você. — Então venha aqui. Dei um passo em direção a ele. Ele deu um grande suspiro e depois ergueu os olhos para o teto exasperado. — Como é que toda vez que eu lhe peço para vir aqui, você dá metade de um passo?

— Eu não dou! — tomei outro meio passo em direção a ele. — Pensei que você disse que confiava em mim. — Eu confio! — Então prove. O olhar que ele estava me dando, como se pensasse que eu não ia fazê-lo, me deu tanta raiva que me empurrou contra ele. Por um momento, vi o flash em seus olhos, o vi queimar tão forte que eu tinha certeza que ele ia me possuir ali mesmo. Mas, em seguida, ele se mudou para trás de mim em um movimento fluido, empurrando seu peito contra minhas costas. — Feche os olhos. — sussurrou em meu ouvido. Minha respiração ficou presa na minha garganta, e teria pensado que tinha parado de respirar completamente, exceto pelo fato de que meu coração batia tão rápido que parecia que ia explodir para fora do meu peito. Fechei os olhos. Por um momento, tudo que podia sentir era o jato d’agua batendo contra mim. E, em seguida, senti suas mãos. Ele juntou meus cabelos, puxando-os para trás dos meus ombros de modo que eles ficassem pendurados nas minhas costas. E então ele começou a lavar meu cabelo. Seu toque era suave e gentil, o que eu não esperava. Tomou seu tempo, massageando meu couro cabeludo e pescoço. Permaneci sob o chuveiro, apenas apreciando seu toque, a maneira como suas mãos sentiam a minha pele. Quando terminou, se inclinou em direção a minha orelha. — Vire-se. — ele sussurrou, e fiz o que me foi dito. Fiquei sob o jato d’agua, de frente para ele, até lavar todo o shampoo do meu cabelo. — Está vendo? — disse. — Isso não foi tão ruim, foi?

Não tinha certeza se ele estava falando sobre o shampoo genérico, ou o fato de que tive de confiar nele. Balancei minha cabeça. — Não. — eu disse. — Não foi tão ruim. — Fique aqui. — disse ele. — Vou pegar uma toalha. E então ele saiu do chuveiro. *** Ele me deu uma toalha e uma de suas camisas para vestir e depois saiu do banheiro, para que eu pudesse me vestir. Minha calcinha e sutiã rosa estavam completamente encharcados e quando limpei uma mancha de vapor do espelho, notei, pela primeira vez, que estavam quase transparentes. Jesus. Eu poderia muito bem não estar vestindo nada. Balancei minha cabeça, lembrando-me que de agora em diante deveria me certificar de usar lingerie escura quando estivesse com Justin. Nunca sabia quando ia acabar sem minhas roupas. Pendurei minhas roupas molhadas na barra no chuveiro e, em seguida, vesti a camisa dele. Ela batia nos meus joelhos, mas eu não tinha nada por baixo. Ia dormir na mesma cama com Justin vestida assim? Mas o que mais eu podia fazer? Minha única saída seria dormir com minhas roupas. Sequei meu cabelo com a toalha e depois fui para o quarto de Justin. Ele estava usando calças de moletom American Eagle cinza e, claro, sem camisa. Ele estava esparramado de costas, passando pelos canais da TV. — Ei, Pip. — disse quando me viu. Os olhos dele fizeram aquilo novamente – se movendo pelo meu corpo, me analisando. Os lados de sua boca puxaram para acima em um sorriso quando ele terminou, como se ele gostasse do que viu. Corei e então subi para a cama com ele.

O quarto estava quente, mas ainda estava com frio do chuveiro, e tremi quando me aconcheguei a ele. Ele cheirava a sabonete e xampu e os lençóis eram macios. Ele colocou o braço em volta de mim e eu coloquei meu rosto contra o seu peito, ouvindo as batidas do seu coração. Ele mudava os canais ociosamente, passando por reprises de Sitcom, Infomercials, um filme de Adam Sandler, e Sports Center. — O que você quer assistir? — perguntou. Ele estava acariciando meu cabelo, e me senti tão relaxada que deixei meus olhos fechar por um momento. Sentei e me apoiei no travesseiro dele. —Não acha que é estranho que dormimos na cama juntos e ainda não sabemos nada sobre o outro? — Eu sei muito sobre você. — O quê? — Que você vai para a faculdade em Cambridge. Que você não gosta de fazer as coisas que são ilegais. Que você não sabe como fazer ovos mexidos. Estendi a mão e empurrei seu ombro. — Ei, Ei, Ei. — disse ele, alcançando e me bloqueando. — Cuidado, estou ferido. — Sinto muito. Machuquei você? — Claro que não. — disse, como se a ideia fosse ridícula. — De qualquer maneira, você acha não é? — Acho o quê? — Você acha que é estranho dormimos na cama juntos e não conhecemos muito sobre o outro!

Ele suspirou, e percebi que ele não queria falar sobre isso. Estendi a mão e desliguei a TV. — Ei! — ele protestou. — Estávamos assistindo isso. — Não, não estávamos. — Nós estávamos prestes a assistir. — Não, você estava prestes a assistir. Ele sorriu e virou-se para me encarar. O hematoma em seu olho estava se transformando de amarelo para roxo. E havia um circulo vermelho irritado ao redor dele, eu sabia que era doloroso. Um caroço floresceu na minha garganta – não gosto de pensar em alguém o machucando. — Tem certeza que não dói? — perguntei, mordendo meu lábio. — Eu disse, já estive pior. — Quando? — Você realmente quer falar sobre isso? — Acho que não. — deixei meus olhos se moverem para baixo de seu corpo, verificando todos os hematomas. — Ei. — ele disse, segurando meu queixo e inclinando-o para trás, me forçando a encontrar o seu olhar. — Não está doendo. Balancei minha cabeça, não compreendendo. Como seria sua vida? Como ele podia ficar bem com o fato de que ele tinha passado a noite lutando? Novamente, tenho um pressentimento estranho sobre sua nova academia. E mais uma vez, sabia que era melhor não dizer nada sobre isso. — Pip. — disse ele. — Eu juro, não dói.

Concordei, mas me senti sufocada, como se estivesse prestes a chorar, ou algo assim, o que era ridículo. Ele não era uma vítima. Ele fez a mesma coisa com outras pessoas. Justin deve ter percebido que eu estava ficando chateada, porque ele mudou de assunto. — Então, qual é seu filme favorito? — Meu filme favorito? — Sim. Você disse que não sabemos nada sobre o outro, então vamos lá. Qual seu filme favorito? Pensei sobre isso. — Sociedade dos poetas mortos. Ele revirou os olhos. — Deprimente. — Não! — O professor foi demitido no final, e o cara comete suicídio! — Sim, mas se trata de enfrentar seus medos. A parte onde Ethan Hawke se levanta na sua cadeira no final é super inspirador. — Você, provavelmente, só gosta desse filme porque Ethan Hawke está nele. — ele resmungou. — Eca, não. — disse. — Eu não gosto desse estilo. Sou mais do tipo de garota Channing Tatum. — Channing Tatum. — ele balançou a cabeça. — Vou foder esse cara. Rolei meus olhos. — Comida favorita? — Lasanha. Você? — Sorvete. Rocky Road. — esclareci.

— Não sorvete de iogurte como você estava comendo com o Adam? — Não. Não sorvete de iogurte, como eu estava comendo com o Adam. Na verdade, odeio sorvete de iogurte. — Bom. Sua mão estava na minha perna, seu dedo fazendo pequenos círculos na minha pele. Tremi. — Quer ficar debaixo das cobertas? — ele perguntou. Assenti. Ele estendeu a mão e apagou a luz, e subimos sob seu edredom. Seu quarto estava começando a se tornar familiar. Estava começando a me sentir mais em casa aqui do que em meu próprio quarto. — Ei. — disse, de repente me lembrando. — Onde está o Gilbert? — Gilbert sumiu. — Oh. Ele é. . . Quer dizer, que ele. . . — Não sei onde ele foi. — ele respirou fundo. — Quando voltei para o apartamento ele tinha ido. Ele desaparece sempre. Eu costumava tentar segui-lo de perto, mas nunca deu certo. — Sim. — Ainda o procuro algumas vezes, obviamente. Mas, no final, sei que ele vai fazer o que quiser. Houve um silêncio. Eu não sabia o que dizer.

— Cor favorita? — ele perguntou. — Roxo. Você? — Vermelho. — É claro. — houve outro silêncio, e, por um momento, só fiquei ali deitada, ouvindo sua respiração. A mão dele ainda estava na minha perna, mas agora os círculos se tornaram mais lentos e mais preguiçosos. Virei-me, e ele me puxou para perto, me abraçando. Ele empurrou meu cabelo do meu pescoço e descansou o seu queixo no meu ombro. — Está confortável? — murmurou em meu pescoço. — Sim. Seus braços apertaram em volta de mim. E talvez tenha sido porque eu sabia que ele ia adormecer logo, ou talvez fosse porque estava escuro e eu não podia vê-lo. Mas decidi fazer-lhe mais uma pergunta. — Você já se apaixonou? Senti seu corpo tenso. — Não. — ele hesitou, como se talvez fosse dizer outra coisa. Mas então, um segundo depois, disse: — Você? — Não. — esperei que ele me perguntasse mais alguma coisa, me pressionasse, me perguntasse se eu não queria estar. Mas ele não o fez. E depois de um momento, a respiração dele ficou cada vez mais profunda, e eu sabia que ele estava dormindo. Logo depois, eu estava também. *** Quando acordei, Justin já estava acordado.

Ele estava acariciando meu cabelo e passando os canais. — Finalmente. — ele brincou. —Pensei que você nunca iria acordar. — Há quanto tempo você está acordado? — de repente estava em pânico, sem saber quanto tempo ele tinha estado me observando dormir. Eu estava babando? — Não por muito tempo. Apenas alguns minutos. — desligou a TV e rolou. Fazendo uma careta. — O que há de errado? — perguntei automaticamente. — Nada. — Justin, se você está... — Não é nada. — disse ele. — Estou apenas dolorido, isso é tudo. — e virou de barriga para baixo. — Provavelmente só preciso de gelo nas minhas costas. — virou a cabeça e olhou para mim. — Ou você poderia me fazer uma massagem. — ele balançou as sobrancelhas para cima e para baixo, e eu revirei os olhos. Mas por dentro, eu estava tonta. Gostaria de ter uma desculpa para que eu pudesse tocá-lo. Estendi a mão e comecei a esfregar seus ombros. — Unh-huh. — ele balançou a cabeça. — Fique em cima de mim. — O quê? — Fique em cima de mim. Nas minhas costas. — Vou te machucar.

Ele zombou da ideia. — Você tem que estar brincando comigo. Engoli em seco e, em seguida, subi em cima dele, escarranchada sobre suas costas. Eu não estava usando nada sob a camiseta dele, então a puxei para baixo o melhor que pude. Ele estava com moletom, então não era como se nós estivéssemos pele com pele, mas ainda assim. Comecei em seus ombros, massageando minhas mãos em sua pele. Seus músculos estavam tensos, odiava que alguém tivesse feito isso com ele. Me perguntei novamente se deveria dizer algo sobre sua nova academia, talvez não ser o melhor lugar para ele. Mas realmente não era da minha conta. O acariciei, movendo-me para seu pescoço e deixando minhas mãos permanecerem sobre o lugar onde seus cabelos encontravam sua pele. Corri meus dedos pelo seu cabelo, massageando seu couro cabeludo suavemente. Ele soltou um suspiro de prazer. Minhas mãos foram para as costas e, depois de alguns minutos, pude sentir seus músculos relaxarem. De repente, ele se virou, agarrando meus pulsos para me impedir de sair de cima dele. — Justin! — engoli em seco. Mas ele me segurou firme. — Hora de trabalhar o meu peito. — disse ele, com os olhos brilhando. — De jeito nenhum. — tentei me mover, mas ele me segurou perto. — Por que não? — ele brincou. — Está com medo? — De quê? — Do que pode acontecer. — ele estava falando sério agora, e, pela primeira vez, pensei ter visto um lampejo de medo em seus olhos. Ele estava com medo do que poderia acontecer?

Mas por que ele estaria? Ele não era inexperiente como eu. Então do que ele tinha medo? — Não. — eu disse. — Não estou com medo. — Talvez você devesse estar. — O que significa isso? — Eu não sei, não sei o que estou dizendo. Ainda devo estar tonto de ontem à noite. — algo como frustração brilhou em seu rosto, e então ele estava se levantando, cruzou o quarto até sua cômoda, e o encanto se foi. Abriu a gaveta da cômoda, em seguida, puxou uma camisa e a vestiu. Não tinha certeza do por que ele, de repente, estava tão chateado. Eu não tinha feito nada. Vi quando ele pegou o telefone da cômoda e verificou a tela. Franziu a testa, em seguida, deu um golpe na tela, como se estivesse retornando uma chamada. — Ei. — disse quando a pessoa respondeu. — Quem é? Oh, ei... Sim, tudo bem. Sim. Definitivamente. Me mande uma mensagem com o endereço. Okay. Tchau. Ele colocou o telefone de volta e se virou para mim, sorrindo. — Era o meu novo técnico. — disse ele. — Do Slaughterhouse. — Do quê? — Do Slaughterhouse. — O nome da sua nova academia é O Matadouro? — estava pasma. Quem diabos pensou que esse era um bom nome para uma academia? — Sim. Enfim, eles estão fazendo uma festa na casa do meu treinador esta noite. Em Brookline. E eles querem que eu vá. — Isso é ótimo. — puxei a parte inferior da camisa que eu estava usando. —Hum, você... Quer dizer, você tem certeza que esta é uma boa academia?

Ele tinha um olhar desconfiado em seu rosto. — O que você quer dizer? Dei de ombros. — Eu não sei, eu só... O que aconteceu com você ontem à noite, é meio... Isso é normal? — Não exatamente, mas é como eles fazem as coisas lá. É o seu método de ensino. — Tudo bem. Parece apenas um pouco duro, isso é tudo. Ele se afastou de mim, e acho que o ouvi murmurar algo que soava como, — Você não entenderia. — O quê? Balançou a cabeça. — Nada. — atravessou o quarto e, em seguida, pegou minhas mãos. — Você tem que vir comigo. — Onde? — Para a festa. — Sério? — Sim. Vai ser divertido. Posso apresentá-la a todos. Hesitei. A última vez que conheci alguns de seus amigos, não tinha exatamente ido tão bem. Dito isto, não gostava que ele tivesse acabado de dizer que eu não entendia algo sobre ele ou a sua vida. Podia até ser verdade, mas não queria que fosse dessa forma. Queria entendê-lo. Assim, mesmo que eu soubesse que tinha chance de ser um desastre total e completo, dei-lhe um sorriso. — Claro que eu vou com você.

Justin

P

egamos

o

trem para Brookline, em seguida, nos dirigimos para o endereço que Quarry me mandou por mensagem. Estava meio chocado que ele vivesse em uma das áreas mais caras de Boston. Brookline era o topo da cadeia alimentar, e até mesmo os esnobes mais esnobes com as famílias mais ricas não tinham necessariamente os fundos para morar lá. Eram mansões, Mercedes, BMWs e europeus ricos, com suas roupas extravagantes e seus filhos arrogantes. Pelo menos, é assim que eu sempre pensei nisso. O lado bom de estar em Brookline era que Lindsay, provavelmente, se sentiria um pouco mais confortável do que estaria se eu fosse levá-la para algum lixão em East Boston. Finalmente, chegamos ao endereço que Quarry enviou. A casa estava do lado menor e não se classificava como uma mansão, também, mas ainda era Brookline, o que significava que provavelmente valia milhões de qualquer maneira. Havia um monte de carros estacionados na calçada e na rua em frente. Eu podia ouvir a música que vinha de dentro da casa. Subimos e a porta se abriu para nós antes mesmo de tocarmos a campainha ou qualquer outra coisa. Vi Z, vestido com uma camisa de botão amarela com alguns botões abertos, sua expressão tornando-se acolhedora quando me viu. —Aqui está o homem do momento. — Z, disse, rindo. — parece que você entrou em uma briga com os fuzileiros navais. Quer dizer, com todos eles.

— Me sinto assim, também. — apertamos as mãos, e a sua envolvia a minha quase que completamente, mas ele era gentil como um filhote de urso. Então ele olhou para Lindsay. — E você é? — Oi, sou Lindsay. — disse ela. — Que nome lindo. — Z quase ronronou. — A festa terá um pouco mais de classe. — eles apertaram as mãos. Eu queria rosnar: para trás Z - ela está comigo. Mas depois me lembrei que ela realmente não estava comigo. Éramos apenas amigos. E, além disso, Z não estava fazendo nada, apenas sendo cavalheiro, e talvez um pouco sedutor. — Vocês dois entrem e fiquem à vontade. Sei que Quarry ficará feliz como o inferno que você veio JB. Quando entramos, tentei entrar na atmosfera da casa sem ser oprimido por tudo. Havia pessoas por toda parte, muitas das quais não conhecia. Claro, a maioria dos caras eram lutadores. Isso era óbvio, a partir de suas faces marcadas, tatuagens, piercings, que era geralmente a aparência dos lutadores. Ao mesmo tempo, as pessoas tentaram vestir-se melhor, porque estávamos em uma parte chique da cidade e Quarry provavelmente exigia esse tipo de respeito de seus convidados. Havia dois andares, mas definitivamente menos pessoas no primeiro andar. O segundo andar era de onde a música vinha, uma forte batida de hard rock que começou a nos envolver lentamente à medida que chegamos mais perto da sala de estar. Não era apenas um bando de caras, também. Havia muitas mulheres e muitas delas tinham o que eu pensava que era o look —groupie de luta — para elas. Vestidas com saias curtas e minúsculos tops, eles mostravam seus bens descaradamente. Davam-lhe uma aparência que indicava que estavam dispostas a qualquer coisa. Desde que você estivesse no MMA mundial, elas estavam interessadas.

Queria puxar Lindsay para perto de mim, queria que as pessoas vissem que ela estava comigo. Eu não tinha nenhum desejo de ficar com essas vadias chatas que gostavam de passar por lutadores como se tivéssemos cartões de beisebol que elas poderiam recolher e depois vender por dinheiro algum dia. Logo, pareceu que estávamos chegando ao coração da festa, o centro de tudo. Quarry estava conversando na sala de estar, estava cercado por sua equipe - minha equipe. Reconheci muitos dos mesmos caras que tinham estado comigo na gaiola ontem. Quando eles me notaram, o ambiente começou a se acalmar. Finalmente, alguém sussurrou no ouvido de Quarry, ele se virou e me viu. Sua expressão normalmente intensa cresceu instantaneamente ainda mais. E então ele sorriu. — Olhe para a sua cara. A lenda nos agraciou com sua presença, rapazes. Justin O Bárbaro Brown chegou! — ele veio em minha direção, rindo. — Alguém consiga para este homem uma bebida, Quarry disse. Olhei para Lindsay para ver como ela estava. Ela sussurrou-me baixinho. —Será que ele só se referiu a você como O Bárbaro? — É a primeira vez que escuto isso. Quarry veio e colocou seu braço forte em meu ombro, ignorando Lindsay. — Você percebe o que fez na noite passada? — ele me perguntou, quase confidencialmente. — Eu mal me lembro da noite passada. — Bem, deixe-me refrescar sua memória, JB. Você colocou em exibição uma amostra de primeira classe de coragem e coração e até mesmo o mais importante, talento e técnica. Me dá calafrios pra caralho toda vez que penso sobre isso. — Só fiz o que tinha que fazer.

— Isso é o que eu gosto em você. Sem confusão, sem ego. Você só vai lá e faz o que vem naturalmente, você é um assassino maldito. E nós vamos torná-lo ainda melhor. Os outros caras da equipe pareciam estar nos observando interagir com uma mistura de cautela, respeito, e talvez inveja também. Não tinha certeza se eu gostava de toda a atenção que estava recebendo. Teria sido diferente se eu tivesse vencido uma grande luta ou obtido um cinturão na UFF. Mas tudo o que eu tinha feito foi ter um pequeno —momento— durante o treino, essencialmente. Não importava o esquema das coisas, não queria comemorar por algo que não contava. Ainda assim, era melhor ter ganhado meu respeito cedo. Agora, esperava que os outros caras recuassem um pouco e me permitissem ter o meu lugar na academia. Esse podia ser um ambiente áspero, se os outros membros da equipe estivessem constantemente testando você durante o treino, e eu tinha feito uma declaração bastante grande para impedir que isso acontecesse. Jimbo, o baixinho com cavanhaque que lutei primeiro, me entregou uma cerveja aberta. — Fico feliz em ter você na equipe. — disse, enquanto me deu a cerveja. — Você bateu como um caminhão Mack, por sinal. — Obrigado. — eu disse, cheirando a cerveja. — Devo confiar que isso não está envenenado? Jimbo riu. — Eu não enveneno as bebidas, mano. Talvez eu mijasse nela, mas não estou bêbado o suficiente para puxar esse tipo de proeza hoje à noite. Além disso, você bate com muita força. — ele piscou. — Que tal uma para a sua amiga? — perguntou Quarry. — Sim, claro. — Jimbo entregou à Lindsay a cerveja que ele estava segurando em sua outra mão. —Iria beber, mas primeiro as damas. Olhei para Lindsay. Ela olhou como se tivesse sido jogada na sarjeta. Todavia, sorriu como uma boa mentirosa. — Obrigada.

— Bem, aproveitem a festa. — disse Quarry. — Socializem-se. Bebam. Há um pouco de comida na cozinha, a menos que esses abutres tenham acabado com tudo. — Acho que há pizza saindo. — disse Jimbo. — Nós falaremos mais tarde. — Quarry disse, dando em meu ombro um aperto forte e, em seguida, movendo-se para fora da sala. Um pequeno grupo de lutadores seguiu depois dele, incluindo os três profissionais que lutaram na UFF. Todos que eu tinha lutado e envergonhado ontem à noite, e um dos quais nocauteei. Eles não pareceram tão amigáveis comigo como todos os outros tinham sido até agora. Não havia um sorriso no grupo, mas alguns olhares maléficos quando deixaram a sala. Jimbo percebeu a tensão. Quando foram embora, ergueu as sobrancelhas em reconhecimento silencioso. — Como disse, eu estou contente de tê-lo na equipe. — Nem todo mundo se sente como você, aparentemente. — tomei um gole de cerveja e não percebi nenhum gosto remoto de mijo, o que era reconfortante. Jimbo encolheu os ombros. —Você sabe como é, JB. Há sempre uma ordem, uma hierarquia, se você preferir. — Você fala muito bem para um cara que ganha à vida dividindo o rosto das pessoas. — eu disse. — Eu não luto para viver, ainda. — ele suspirou. — Na verdade, sou um gerente da Costco. Isso paga as contas. Sorri, tentando imaginar um cara como o Jimbo fazendo algo normal, das nove às cinco. Ele deve ter uma renda muito boa com um emprego do tipo administrativo. — Desculpe se chateio você. — disse Jimbo para Lindsay. — Nem um pouco. — disse ela, tomando um gole de sua bebida relutantemente. — Estou apenas... Assimilando tudo

Enquanto isso, olhei em volta e vi a forma que os caras estavam checando Lindsay. Aparentemente, ela não era a única — assimilando — Praticamente todos os homens na sala, e até mesmo algumas das mulheres estavam atirando – apreciativos, ou nos casos das garotas, ciumentos - olhares para ela. Por que foi que o meu estômago imediatamente apertou e eu quis colocar meu braço em volta de Lindsay? Mudei-me um passo mais perto dela, sabendo que não podia realmente me comportar como os meus instintos queriam. Não podia agir como se ela fosse minha namorada, porque ela não era. E ela nunca poderia ser. Então por que a trouxe aqui? Por que lhe implorou para dormir na cama com você ontem à noite, e por que está esperando que ela fique mais uma vez? O que há de errado com você? Jimbo se distraiu com uma luta que estava sendo mostrada na TV de tela plana gigante na outra sala, e foi até lá dá uma olhada. Tomei outro gole, mais longo, da minha cerveja. Eu não tinha nenhuma resposta real e não queria ter que admitir isso. Sentia-me confuso e um pouco irritado. Queria estrangular os caras que estavam olhando para ela, e queria me estrangular pela forma como estava me sentindo em relação a ela. Ela é uma amiga. É, isso aí. Uma amiga. Mas eu sabia que não era assim tão simples, e odiava que não podia ser. Odiava saber que, em breve, eu ia ter que lidar com a situação e que ia doer. Porque essa coisa toda só podia ter uma maneira de acabar, com Lindsay e eu em caminhos separados. Ainda não, apesar de tudo. Apenas gostaria de estar com ela enquanto ainda podia. Olhei para Lindsay e ofereci um sorriso de desculpas. — Sei que esse não é exatamente o seu cenário. — Eu não sou uma flor de estufa, Justin.

— Eu sei disso. Ela tomou um gole de cerveja, tão rápido que me perguntei se ela estava “fingindo” Isso. Depois de Jimbo ter brincado sobre mijar na cerveja, eu não podia culpála. — Então, — disse Lindsay — O cara disse algo sobre você bater como um caminhão. E ele tinha um hematoma sob seus olhos. Ele é o cara com quem você lutou ontem? — Um deles. Seus olhos se arregalaram. — Quantos eram? Tomei um gole da minha cerveja e tentei olhar para baixo, para qualquer lugar, pois não tinha coragem de olhar para Lindsay. — Não tenho certeza. — admiti. — Tudo virou um borrão depois dos primeiros três ou quatro. — Você lutou com mais de três ou quatro pessoas? — Lindsay balançou a cabeça. — Não se sente estranho de estar em uma festa com os mesmos caras que te espancaram na noite passada? — Primeiro de tudo, — disse, virando-me para ela — Não fui espancado ontem à noite. Eu estava em uma luta. E estou acostumado a sair com o mesmo cara que talvez eu tenha que socar na próxima semana ou no próximo mês. Faz parte do jogo. — Realmente não entendo isso. — Tenho certeza de que isso é verdade. — disse. Soou um pouco mais rude do que eu queria, e Lindsay fez uma careta. — Sei que você acha que eu sou ingênua e ridícula. — me disse — mas a verdade é que não gosto da ideia de pessoas te machucando.

Estava prestes a respondê-la, quando vi Malcolm Stevens me acenando do outro lado da sala. Malcolm — Pitbull — Stevens foi o lutador de destaque que tinha me dado o inferno na noite passada. Ele parecia ainda maior e musculoso em sua camisa de manga longa e calça jeans. Ao lado dele, estava uma jovem, provavelmente por volta da minha idade. Ela tinha cabelos longos e escuros, uma pele morena, lábios carnudos que rapidamente se transformaram em um sorriso quando olhei. Ela era sua namorada, uma groupie, ou algo totalmente diferente? Será que isso importava? Não realmente. Mas Malcolm acenou para mim de novo e pensei que deveria tentar ser educado. — Ei, aquele cara quer falar comigo. — disse para Lindsay. Lindsay olhou para longe. — Tudo bem. — disse ela. — Pode ir. Não sabia dizer se ela estava magoada, mas não tive tempo para resolver isso, e eu estava um pouco irritado com ela por, de repente, ficar mal-humorada comigo. Ainda assim, preferia ter ficado sozinho - apenas Lindsay e eu - do que estar nessa festa, sentindo como se ela me odiasse e que não tínhamos que estar juntos. Quando atravessei a sala e me aproximei de Malcolm, ele estendeu sua cerveja e brindamos. — Saúde. — disse Malcolm. Ele se virou para a garota de cabelos escuros ao seu lado. — Este é o novo garanhão da academia. — ele falou. — Justin Brown? — ela disse, olhando-me com confiança total. — Eu te conheço? — perguntei.

Ela sorriu secretamente. — Não, mas ouvi muito sobre você nas últimas horas. Você é a conversa da cidade. Do que eles estão chamando-o, O Viking ou algo assim? — O Bárbaro. — disse Malcolm. — Pessoalmente, eu gosto. Ele tem talento. — Se você diz que sim. — respondi. Não estava completamente certo do que eu pensava de tudo isso, inclusive do meu novo apelido. JB era bom para mim - era o que sempre me chamaram — Eu sou Brooklyn. — disse a moça, piscando os olhos escuros para mim. — Prazer em conhecê-la. — Você não é muito curioso, não é Senhor Bárbaro? — Não estava ciente de que havia algo sobre o qual eu deveria estar perguntando. — Bem, quando você conhece alguém, é educado pergunta-lhes sobre si mesmo. Você não quer saber nada sobre mim? — ela bateu os cílios de brincadeira. Malcolm riu. — Brooklyn, ele não dá a mínima pra você. Ele vai ser uma estrela. — Brooklyn virou-se e deu-lhe um soco forte em seu ombro. — Ou. — disse ele, fazendo uma careta. — Isso realmente machuca. — Boa forma. — disse, e significava isso. — Você bateu com boa técnica, virou sua mão e tudo. — Tenho observado as pessoas lutarem toda a minha vida. — disse ela. — Peguei algumas coisas aqui e ali. Estava um pouco intrigado. Ela era objetivamente bonita, meio que me fazia lembrar a Katy Perry, com o cabelo escuro, figura cheia e um pouco de atitude. Ela parecia interessada em mim, também. No passado, teria ido para

cima dela. Mas, por alguma razão, simplesmente não conseguia ficar muito interessado. Em vez disso, me peguei tentando roubar um olhar atrás de mim para ver o que Lindsay estava fazendo. Meu estômago chacoalhou. De alguma forma, no pouco tempo que estive longe, ela foi abordada por Tim — Sting — Young e Virgil Jones. Tim foi o Campeão pesado na UFF e Virgil era um lutador dos meio-pesados. Ambos eram bonitos, habilidosos, encantadores e confiantes. Tim era especialmente preocupante, porque, embora eu tenha batido a merda fora em Virgil ontem, Tim tinha sido uma besta completamente diferente. Lindsay estava olhando para os dois enquanto eles cuspiam seu jogo para ela. Ela parecia meio apaixonada por eles, na verdade. Ela riu muito de alguma coisa que Tim disse, cobrindo a boca enquanto suas bochechas ficavam coradas. — Aquela é a sua namorada? — virei-me para encontrar Brooklyn me olhando com um sorriso astuto nos lábios. — Ela parece estar se divertindo. — Ela não é minha namorada. — disse, mas as palavras saíram duras e ácidas. — Tem certeza? — Completamente. Brooklyn cruzou os braços e encostou-se à parede. Percebi que era só eu e ela conversando. Malcolm tornou-se absorto em uma conversa com um cara branco com dreadlocks e um gesso em seu braço. Queria muito ver o que estava acontecendo atrás de mim com Lindsay e esses caras. Por que ela estava rindo? Será que ela realmente achava esses idiotas engraçados?

— Acho que você gosta dela, embora. — disse Brooklyn, cortando meus pensamentos. — Somos apenas amigos. — tomei mais um gole da minha cerveja e afastei meu olhar de Lindsay. — Ela não é meu tipo. — E qual é o seu tipo? Dei de ombros. — Áspero, sabe o que quer, não tem medo de nada. E não faz joguinhos. — Todo mundo joga. — Eu discordo. — Você está jogando agora, com o ela-não-é-o-meu-tipo. — Bobagem. Brooklyn endireitou-se me enfrentando de repente. — Então prove. — Provar o quê? — Prove que não está jogando com aquela menina. Prove que você não está com ela. Beije-me, agora. — sua voz se tornou um pouco mais rouca, e, quando ela se aproximou de mim, se inclinou para frente apenas o suficiente para que eu tivesse uma visão de seu amplo decote. — Eu não vou fazer isso. — disse, balançando a cabeça e levando a cerveja para os meus lábios. — Isso é porque você está mentindo. — Eu não minto.

— Talvez não para mim, Justin Brown. — disse ela, recostando-se contra a parede de novo e tomando um gole lento de sua bebida. — Mas você pode estar mentindo para si mesmo. — Você pode me chamar JB. — disse a ela. — E não tenho que provar nada para você. Mas ela tinha um ponto. Por que eu estava gastando toda essa energia mental com alguém com quem eu sabia que não podia estar? Estava apenas tentando me torturar? — Tanto faz. Parece que nem todo mundo é tão tímido como O Bárbaro. — Brooklyn riu, quando ela olhou por mim. Me virei a tempo de ver Tim e Virgil levando Lindsay para fora da sala. — O quê que... — instintivamente, fui até eles. Me encontrei com Lindsay em apenas alguns passos, agarrando-lhe o pulso. — O que você está fazendo?— disse. Ela girou, se afastando de mim. — Qual é o seu problema? — Onde você está indo? Tim e Virgil estavam nos observando agora. Virgil riu. — Relaxa, cara. Estávamos indo lhe mostrar a Sala de jogos incrível do Quarry. Nem sequer prestei atenção nele. Olhei para Lindsay. — Você está bêbada? — Não, eu não estou bêbada! Nem sequer bebi uma cerveja. Estou totalmente bem. — Ela está bem, JB. — disse Tim. — Então por que você não relaxa? — Preciso falar com você por um segundo. — disse a ela. — Agora.

— Tudo bem. — ela suspirou. — Vamos. — A levei para longe daqueles dois palhaços, até o primeiro andar, onde tudo era calmo e tranquilo e nós podíamos ter um pouco de privacidade. — Por que você está agindo como um idiota? — disse ela, no momento em que estávamos sozinhos. Fiz uma pausa antes de responder. Ao vê-la ali, a luz da janela em cascata sobre seus ombros, ela parecia quase angelical. Isso me surpreendeu momentaneamente - e uma voz dentro da minha cabeça gritou, BEIJE-A JÁ! O QUE DIABOS HÁ DE ERRADO COM VOCÊ? Mas recuperei meus sentidos. — Não estou tentando ser um idiota, Lindsay. Mas sei que esses caras - os que você estava conversando - não são caras legais. — Era inofensivo. — Como você sabe? — Apenas sei. Como eu sabia que você era inofensivo. — Talvez você esteja errada sobre mim. Isso a acalmou. Ela fechou a boca e olhou para baixo, seus olhos vagando como se estivesse tentando chegar a algo para combater a minha lógica. Finalmente, ela falou novamente, suavemente, próximo a um sussurro. — Você me trouxe a esta festa estúpida. O que você espera que eu faça, Justin, fique no canto a noite toda enquanto você conversa com as garotas bonitas? — Foi minha culpa. Não devia ter te trazido aqui, Lindsay. Deixe-me chamar um táxi. Agora, ela olhou para mim de novo, e a dor em seus olhos era inconfundível.

— Você não vai comigo? Eu queria ir com ela, mas sabia que nada de bom viria disso. Eu não podia ser seu namorado, por mais que gostasse da ideia. O melhor que eu podia fazer agora era protegê-la de mim, deste mundo. Mandá-la embora e, em seguida, fazer o meu melhor para ficar longe dela. — Não posso ir com você. Este é o meu trabalho, é onde estou destinado a ficar. Mas não é onde você está destinada. — Tudo bem. Estou indo embora. — ela se virou e saiu pela porta. — Lindsay! — segui atrás dela. — Ei, estou chamando um táxi para você. Aonde você vai? Ela continuou descendo a escada. — Estamos em Brookline, não Southie. Posso ir para casa em um trem ou mesmo andar. Sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma. — Lindsay, por favor. Tente entender... Ela estava começando a correr agora. — Me deixe em paz, Justin! — ela gritou, virando na esquina e eu soube que era uma perda de tempo correr atrás dela. *** Algumas horas mais tarde, e três ou quatro bebidas a mais, saía com Malcolm e Jimbo, que eram dois caras muito legais. Nós saímos da sala de jogos e fomos para a piscina, enquanto Brooklyn assistia e fazia pequenos comentários sarcásticos. Eu podia dizer que ela estava interessada em mim. O que me surpreendeu foi que não senti muito interesse nela. Ela era atraente, ela estava vestida com uma roupa sexy, ela obviamente tinha um corpo firme. E ela não era idiota também. Na verdade, era muito perspicaz. Estas eram todas as qualidades que eu normalmente gostava em uma garota.

Mas por alguma razão, não estava preocupado em dar a Brooklyn qualquer atenção. Finalmente, foi ficando tarde o suficiente para que as pessoas começassem a ir embora. Estava me sentindo um pouco bêbado e deprimido. Continuava querendo enviar uma mensagem para Lindsay, só para ter certeza de que ela tinha chegado em casa bem. Deixe-a em paz, disse a mim mesmo. Ela não quer que você a chateie. É o melhor. Brooklyn tinha nos observado jogar bilhar por quase uma hora. Quando Jimbo saiu para ir ao banheiro, ela se aproximou de mim. — Então, qual é o problema? Você apenas é totalmente indiferente a mim ou o quê? Debrucei-me sobre o meu taco de bilhar. —Não sou indiferente. Estou cansado. Tive cerca de um milhão de rodadas na noite passada. — Isso não é desculpa. — ela sorriu e se inclinou para sussurrar no meu ouvido. — Estou indo para casa. Quer vir? Pensei sobre isso. Um milhão de possibilidades passaram pela minha cabeça. Imaginei-a nua, em cima de mim, nós dois suando, fazendo isso como animais. Então, depois, imaginei como seria estar deitado ao lado dela tentando descobrir como sair dali sem parecer um idiota. — Acho que estou muito cansado das lutas. — disse — Pode ficar para outra vez? Ela fez uma cara de surpresa. — Não é sempre que um cara diz não para mim. Especialmente alguém que trabalha para o meu pai. Mas faça como quiser, Justin Brown. Faça como quiser. — e então ela saiu do quarto, seus quadris se movendo, enquanto ela balançava a bunda provocativamente. Malcolm observou-a ir e depois assobiou, olhando de volta para mim. — Você percebe que a filha do Quarry quer foder até explodir seu cérebro, certo? — Ela é a filha de Quarry?

Malcolm riu. — Claro que sim. E ela é quente como o inferno. Que há de errado com você? Eu estava atordoado. — Eu só... Porra. Eu não tinha ideia. — Essa garota é outra categoria. Ela é a mulher perfeita. Quente pra caralho, sabe lutar dentro e fora, e não é demasiada gasta no departamento de cérebros, também. Suspirei e esfreguei minha cara. — Eu só não estou pensando direito ultimamente. — Obviamente que não. — Malcolm balançou a cabeça e tomou o seu shot. — Todos os caras da maldita academia tentaram algo com ela num momento ou outro, e ela nunca mostrou um pingo de interesse até você. — ele riu para si mesmo. — E então ela escolhe um palhaço que não dá a mínima para ela, porque ele está preso à outra garota. — Eu não estou preso a ninguém. Malcolm revirou os olhos. — Claro que você não está. — ele riu. — Continue dizendo isso a si mesmo, irmão. Poucos minutos mais tarde, tinha perdido o gosto pelo jogo e pela cerveja. Era hora de ir. Quando estava saindo, alguém colocou a mão no meu ombro. Me virei e vi Quarry lá, olhando para mim com uma expressão estranha no rosto. Por um instante, me perguntei se Brooklyn tinha dito algo ruim sobre mim. E então ele sorriu. — Você se divertiu essa noite? — Sim, me diverti. Obrigado. Incrível o lugar que você tem aqui. — Obrigado. O construí com meu sangue e ossos. Quase literalmente. — Seus duros olhos pareciam olhar para a minha alma. — Cada tijolo, paguei em células cerebrais e hemoglobina. — É um quadro sombrio.

— É o que é. Guerreiros nasceram para lutar, e nós sabemos que o corpo é apenas moeda. — Eu gostaria de manter o maior número de células cerebrais possíveis, no entanto. — Então você está no negócio errado. Dei de ombros. — Acho que nós vamos descobrir. Quarry se aproximou. Podia sentir o cheiro de cerveja velha e batatas em seu hálito. — Você pode ser grande, cara. Grande. Sabe quantos caras podem dizer isso? Balancei minha cabeça. — Não. — Quase ninguém. — respondeu. — Eu não era grande. E não poderia ter sido grande, também. E de toda a minha equipe, não há um cara agora que possa estar no topo do esporte. Nem mesmo Tim, e ele é foda demais. Mas ele é só - o que ele é. Eu não tinha certeza se Quarry estava falando sério, ou talvez apenas estivesse bêbado. Afinal, Tim era um profissional e manteve o cinturão dos pesados. — Bem, obrigado pelo elogio. Aprecio isso. Agora Quarry se inclinou ainda mais perto. — Você tem a responsabilidade de seu próprio potencial. — ele rosnou. — Você tem que fazer tudo - eu quero dizer tudo - para trazer o melhor de si mesmo. Não importa o quê. Custe o que custar. Assim como Lance Armstrong fez a porra de tudo para ser o melhor. — Sim, mas ele trapaceou. Isso fez Quarry sorrir. — Ele também foi o melhor que já existiu no ciclismo, e garanto que ele não trocaria esses anos por nada neste mundo.

— Acho que não. — minha cabeça estava começando a girar, uma combinação do álcool e de não ter descansado tanto quanto deveria depois de lutar na noite passada. — Agora pense sobre o que eu disse, te vejo na academia amanhã. — Ok, te vejo amanhã, treinador. — desci as escadas, disse adeus a Z, sai da casa e deixei a festa para trás. Peguei o trem para casa, meu cérebro lento pelo excesso de álcool e por perguntas que não tinham respostas. Não tinha certeza do que Quarry estava tentando me dizer, se havia mesmo alguma coisa por trás de todo esse absurdo sobre Lance Armstrong e meu potencial para a grandeza. E então voltei meus pensamentos para Lindsay, perguntando onde ela estava agora, querendo mandar uma mensagem para ela, falar com ela, qualquer coisa. Consegui resistir à tentação, mas foi muito difícil. Uma vez em casa, o apartamento estava muito quieto. Wyatt devia ter ido para a cama e Gilbert não tinha voltado, por isso estava vazio e silencioso, e ligar a TV para acompanhar não ajudou. Servindo-me um copo grande de água, tomei algumas aspirinas, em seguida, subi na cama, fechei os olhos e tentei deixar o meu corpo relaxar, para que eu pudesse cair em um sono tão necessário. Mas o sono não vinha. Eu virava na cama, ouvindo o som das batidas do meu coração, olhando para o teto. Suspirei alto, frustrado. Nunca tive problema em adormecer. Na verdade, eu era conhecido como uma espécie de cara que podia dormir em qualquer lugar, e muitas vezes dormia antes mesmo da minha cabeça bater no travesseiro. Estava bêbado, cansado e espancado, sabia que deveria ter estado mais do que pronto para apagar. Exceto que eu não conseguia. Algo estava estranho, algo estava me impedindo.

Você sabe o que é, disse a minha mente. Você sabe por que não consegue dormir. O rosto de Lindsay passou pela minha memória. E então comecei a lembrar o que senti quando estávamos no chuveiro juntos, a maneira como pude ver tudo, quando a água fez sua calcinha e sutiã se agarrarem firmemente ao seu corpo. Pude ver tudo. Agora eu estava duro. Estava mais duro do que já estive em toda minha maldita vida e tudo que eu queria fazer era dormir. Era tão frustrante que quase gritei. Talvez você precise apenas se aliviar, pensei. Mas não. Não. Se eu fizesse isso agora, estaria pensando em Lindsay. Estaria fantasiando com ela. Você já não faz? Fechei meus olhos e tentei pensar em nada, mas tudo o que aconteceu foi que conjurei a imagem de sua bunda incrivelmente sexy naquela calcinha molhada. — Foda-se. — amaldiçoei, sentado ereto na minha cama. — Foda-se. O resultado final era que eu só precisava que Lindsay voltasse e dormisse comigo esta noite. Precisava dela comigo, na minha cama. Não ia tocá-la, mas eu tinha que tê-la perto mais uma vez. *** Pouco tempo depois, eu estava do lado de fora do seu dormitório, debatendo se devia ou não entrar sem avisar. Você poderia mandar uma mensagem para ela. Não, ela só iria me ignorar. Mensagem de texto, chamada de telefone, eles não funcionavam nesse tipo de situação. Isso exigia uma aparição em pessoa. Isso exigia comunicação face-a-face, com certeza.

Eu a tinha irritado e ferido seus sentimentos. Ela estava furiosa. E agora eu queria que ela viesse e passasse a noite no meu apartamento. Precisava explicar. Claro, eu sabia que de certa forma não havia uma boa explicação para nada disso. Não podia acreditar que eu estava de pé aqui, debatendo comigo mesmo. Então pensei que talvez devesse ir para casa. Se não conseguia dormir, não dormiria. Ou você poderia dizer a Lindsay a verdade. Diga por que você não vai beijá-la, diga-lhe por que você a mandou para fora da festa. Basta dizer-lhe toda a maldita coisa. Alguém estava saindo do dormitório. Era um cara alto, magro, com loucos cabelos crespos que todos os caras descolados ostentavam nos dias de hoje. — Ei, você poderia segurar a porta? — perguntei, subindo os degraus. O moderninho parou e segurou a porta, mas quando me viu, sua expressão mudou. — Você mora aqui? Continuei andando com confiança. — Sim, na verdade, eu moro. Obrigado por ser cuidadoso, todavia. — disse a ele, enquanto eu passava. — Que você tenha perguntado antes de deixar um cara estranho entrar no nosso prédio, me faz sentir muito mais seguro. Não olhei para trás para ver se ele estava olhando para onde eu ia. O fato era, eu não deveria estar aqui a esta hora da noite. O inspetor não estava de serviço, então não havia maneira de eu assinar, o que significava que, provavelmente, nenhuma visita era permitida. Oh, bem. Eu teria que ter cuidado para não ser pego como da última vez. Quando cheguei à porta do quarto de Lindsay, tive outra onda de arrependimento de última hora.

Não faça isso, pensei. Apenas vire-se e vá para casa. Você provavelmente ainda está um pouco bêbado e maluco de todo dano que sofreu ontem. Liguei o foda-se e bati. Eu ia lhe contar a verdade, simples assim. Depois de um longo momento, ela abriu a porta. Quando me viu, ficou surpresa. Pensei que veria um lampejo de felicidade, mas não tive essa sorte. No momento seguinte, seus olhos tinham esfriado e sua boca estava comprimida. — O que você está fazendo aqui, Justin? — Posso entrar por um segundo? Ela hesitou, em seguida, abriu a porta um pouco e me deixou entrar. — É tarde. Eu estava dormindo. — Não, você não estava. — sorri. Ela não sorriu de volta. Ela estava vestindo uma camisa e esses shorts minúsculos, e eu queria tanto envolver meus braços em torno dela e mantê-la perto de mim, sussurrar em seu ouvido, sentir seu corpo contra o meu. — Justin, você precisa ir para casa. — Eu tinha que te ver. Preciso falar com você. Dar explicações sobre a maneira como agi antes... Ela balançou a cabeça cansada. — Não, eu não quero falar sobre isso, eu só - eu não... Eu não posso estar perto de alguém que me trata dessa maneira. Abri a boca para responder, mas agora houve outra batida na porta. — Lindsay? É Dennis. — Merda. — ela sussurrou. — Estou entrando. — disse ele em voz alta e abriu a porta.

— Eu não disse que você poderia entrar. — Lindsay disse a ele. Ele olhou para nós, balançou a cabeça, como se estivesse surpreso e desapontado por nós dois. —Tive que vir e verificar porque um estudante relatou um homem estranho entrando no edifício há poucos minutos e vindo para este andar. — Você tem que estar brincando. — disse. — Está todo mundo por aqui realmente tenso? Os olhos de Dennis estreitaram. — Alguma vez você já ouviu falar de terrorismo? — Não. — disse com uma cara séria — Por favor, explique. — Não ficaria surpreso se você não tivesse. — ele olhou para mim com desgosto. — A sua ignorância é óbvia, amigão. — Dennis, por favor. — disse Lindsay. — Sinto muito. Ele só veio por um segundo. Ele balançou a cabeça. — Vou ter que te notificar de novo, Lindsay. Eu te avisei, e agora você tem dois avisos. — ele os marcou em seus dedos como um idiota. Meu sangue começou a ferver. — Olha cara, eu vou embora. — comecei a andar em sua direção e ele se afastou com as mãos para cima. — Não faça nada. — alertou. — Ou vou ter que prendê-lo. — Não vou te machucar. Estou dizendo que estou indo. Não a disse que estava vindo para cá, entrei escondido. Não é culpa dela, então, por favor, não a notifique. — Regras são regras. Como posso ter certeza de que você não está mentindo para encobri-la?

Queria bater nesse palhaço tão forte, mas, no final, eu sabia que não podia fazer nada para impedi-lo. — Você não pode simplesmente ter um pouco de decência? Ela não fez nada. É minha culpa. — Você precisa ir embora. — disse ele. — mas Lindsay, estou te notificando mais uma vez por ter um convidado aqui depois do toque de recolher. — Tudo bem. — disse ela, levantando as mãos. — Que seja, Dennis. Faça o que você precisa fazer. — Lindsay, sinto muito. — disse, saindo pela porta. —Eu realmente não tive a intenção de causar problema. Eu vim para explicar. — Por favor, vá para casa, Justin. Por favor. E então eu fui.

Lindsay

F

echei a porta e

me encostei nela, a raiva atravessando meu corpo. Não podia acreditar nele! Aparecer aqui mais uma vez, quando ele sabia que já tinha me dado problemas uma vez por fazer a mesma coisa. Ele, obviamente, tinha bebido, e Deus sabe mais o quê. O que ele pensava? Que podia simplesmente aparecer quando quisesse, e ter-me à sua disposição sempre que ele queria? Estava tão cheia dele que nem sequer achei engraçado. Respirei fundo e me joguei na minha cama. Meus olhos se encheram de lágrimas, e, antes que eu percebesse, estava chorando. Meu coração parecia que estava quebrando. Como podia alguém que eu conhecia por tão pouco tempo, alguém que nunca beijei, me fazer tão triste? Era um sinal claro de que ele não era para mim. Mas então por que me sentia tão mal por estar longe dele? A porta do meu quarto se abriu, e Rachel entrou, não a tinha visto todo o fim de semana. Ela estava longe, passando o tempo com seus amigos na BU. Rapidamente enxuguei minhas lágrimas, envergonhada. Sabia como ela se sentia sobre mim e Justin, e não queria que ela me visse chorando. — Ei. — disse brilhantemente. Tentei pensar em um motivo pela qual eu ficaria acordada até tão tarde. —Não conseguia dormir, então decidi estudar. — Legal. — ela não parecia tão preocupada. Ela atravessou para o outro lado da sala e tirou as botas que usava. Em seguida, desabou sobre a cama. — Você teve um bom fim de semana? — perguntei. Peguei um lenço de papel da mesa de cabeceira e enxuguei meus olhos, grata que eu tinha limpado minha maquiagem quando cheguei em casa. Pelo menos agora eu não seria uma bagunça completa.

— Foi muito divertido. — disse Rachel. Mas ela estava de costas para mim. Ela estava deitada na cama, completamente vestida, olhando para a parede. Sua voz soava distante e plana. — Tudo bem?— tentei. Ela se virou e sorriu para mim. — Está tudo bem. Apenas cansada, eu acho. — ela colocou a mão em sua cabeça. — E tenho uma dor de cabeça. Muita bebida, provavelmente. — Sim. — dei-lhe um olhar — sei como é — mesmo que eu não soubesse. — Você se importa de apagar a luz? — perguntou ela. Sua mão estava sobre os olhos. — Estou realmente cansada. — Oh. Não, tudo bem. — apaguei a luz e, em seguida, deitei na cama. O dormitório parecia estranhamente calmo. Geralmente havia sons de pessoas tocando música ou alguém no andar de cima pisando de um lado para o outro, ou o barulho do elevador enquanto se movia através do edifício. Mas agora não havia nada. O silêncio era desconcertante. Estendi a mão, peguei meu iPad e coloquei os fones em meus ouvidos. Tentei ouvir música, mas todas as músicas me faziam pensar nele. *** Dr. Klaxton, obviamente, não ia dar a mínima para o meu coração partido, então me certifiquei de acordar cedo para sua aula. Rachel e eu agarramos cafés e bagels do refeitório, e, em seguida, sentamos e passamos a leitura, interrogando-nos sobre as questões de revisão. — Acho que, definitivamente, nós aprendemos. — disse a ela enquanto subíamos os degraus do prédio de ciências. — Se ele nos fizer uma pergunta, vamos estar preparadas.

— Talvez. — ela mordeu o lábio. Seu cabelo loiro estava puxado para trás em um rabo de cavalo, e seus olhos estavam brilhantes, mas havia círculos escuros sob eles, como se talvez ela tivesse tido problemas para dormir. — O que quer dizer com, talvez? Sabemos a resposta para cada pergunta da revisão. — Sim, mas você não sabe o que ele vai perguntar. Ele pode nos pedir algo que não tem nada a ver com a leitura. — Uau, que pensamento mais pessimista. — provoquei. — Não é pessimista. — ela encolheu os ombros e abriu as grandes portas duplas. — Só realista. Queria lhe perguntar por que uma menina que tinha uma foto de uma deusa colada em seu notebook para dar sorte, de repente, se tornara realista, mas não tinha tempo. Estávamos entrando na sala de aula. Dr. Klaxton estava com dois minutos de atraso, o que achei meio irônico. Esperava que no meio da aula, ele me destacasse para algum tipo de tortura, mas ele não o fez. Ele era o mesmo de sempre, de pé no púlpito, pontuando seus pensamentos, enquanto, de vez em quando, deslizava os dedos finos em sua caneca de café para pegar uma jujuba. Quando a aula acabou, dei um suspiro de alívio. Nós não tínhamos sido chamadas. Enquanto um garoto na fila da frente chamado Tyler, tinha sido interrogado pelo o que pareceu ser uma vida. Rachel tinha razão - Tyler não só foi questionado sobre a leitura. Mas também teve que fazer inferências com base no que ele tinha lido. O que era muito mais complicado do que simplesmente regurgitar as coisas que você tinha memorizado. — Nós conseguimos. — disse a Rachel enquanto fechávamos nossos notebooks.

— Pois é. E, tudo o que estudamos não serviu para nada. — ela parecia azeda. Era a primeira vez que eu realmente tinha ouvido o seu tom mal humorado. — Ok. — disse, deslizando minha bolsa por cima do meu ombro. — Despeje. — Despejar? — Seja o que for que está te deixando tão chateada. — Não estou chateada. — mas seus olhos se voltaram para o lado, um sinal claro de que ela estava mentindo. — Alguma coisa obviamente a está incomodando. Você esteve azeda toda a manhã. Ela suspirou. — Não é nada. Estou pirando por nada. — Bem, o que é? — Eu não... Dr. Klaxton se aproximou de nós sem aviso. — Bem, bem, bem. O que temos aqui? Duas meninas que têm algum tipo de festa da fofoca na minha sala de aula? — ele estava de pé no corredor alguns metros de distância, olhando para nós com desgosto. — Nós não estávamos fofocando. — disse Rachel. — E o fato de você simplesmente assumir que, por sermos meninas nós... — Nós estávamos indo embora. — disse rapidamente, agarrando o braço de Rachel e começando a puxá-la para a porta. De jeito nenhum eu ia deixá-la ter uma discursão com o professor Klaxton enquanto ela estava com este humor. Dr. Klaxton suspirou. — Por que vocês, jovens, sempre estão com tanta pressa?

Queria dizer que era porque se estivéssemos sempre devagar, corria o risco de sermos humilhados por pessoas como ele. Mas não o fiz. Em vez disso, só procurei caminhar em direção à porta. — Srta. Cramer. — Dr. Klaxton chamou atrás de nós. — Posso lhe falar um momento? Virei-me. — Por quê? Quer dizer, hum, a respeito de que? — É em relação ao trabalho que escorregou sob a minha porta do escritório neste fim de semana, mesmo que eu especificamente disse que não iria aceitá-lo. Rachel me deu um olhar estranho. Eu não tinha tido a chance de dizer a ela o que eu tinha feito. — Oh. — disse. —Hum, tudo bem. — voltei-me para Rachel. — Está tudo bem. — disse ela. — Vejo você no nosso quarto mais tarde. Ela continuou em direção à porta. Virei-me novamente. Dr. Klaxton veio em minha direção. — Você fala inglês, Srta. Cramer? — Claro. — inclinei meus ombros, determinada a não deixá-lo me abater, não importava o quanto ele tentasse. — Então você me entendeu, quando eu lhe disse que não aceitaria o seu trabalho. — Sim. — Então por que você deixou isso debaixo da minha porta? Pensei sobre isso. — Porque eu não quis aceitar um não como resposta.

— Entendo. — seus lábios franziram e mudou-se para o lado. Estava começando a reconhecer isso como um de seus gestos característicos, ele fazia isso, quando estava pensando. — Você percebe que os meus assistentes de pesquisa passam seus dias sendo essencialmente meus escravos? Assenti. — E você ainda insiste em conseguir essa posição, mesmo após a discursão que tivemos na sala de aula no outro dia? Aquela em que te humilhei na frente de todos? — Sim. — Por quê? — Porque quero aprender tudo o que puder. Mesmo que isso signifique que teria de suportar coisas que não são agradáveis. Ele estreitou os olhos para mim. — Muito bem. — disse ele. — Carter lhe dará instruções sobre onde se reportar ainda esta semana. — Carter...? — Sim. Carter. Meu assistente de ensino. Ele vai entrar em contato. — Ah. Então, isso significa...? — meu coração estava quase pulando para fora, mas o segurei de volta, como um balão que eu tinha medo de deixar ir. — Sim, Srta. Cramer. Provavelmente vou me arrepender, mas estou lhe dando um dos cargos de assistente de pesquisa. — Oh meu Deus! — disse. — Obrigada! Muito obrigada. — Não me agradeça. — disse ele. — Agradeça a Carter. Aparentemente seu Trabalho fez uma boa impressão sobre ele. -- Ele acenou com a mão para mim. — Agora, vá em frente, dê o fora daqui antes que eu mude de ideia.

E assim eu fiz. *** Praticamente voei pelo campus de volta para o meu quarto. Não podia acreditar! Fale sobre uma reviravolta! Estava tão animada que, no começo, não vi a caixa bem em frente a minha porta. Era uma caixa de papelão marrom pequena, do tipo que você consegue em qualquer agencia de correios. Havia um envelope de cor creme preso ao topo, e meu nome estava escrito sobre ele por um marcador preto. A minha mãe tinha me enviado um pacote? Ou talvez tenha sido algo do Dr. Klaxton. Abri o envelope. Dentro havia um cartão, com a foto de um cão na frente. Era um Bassett Hound, com orelhas caídas e olhos tristes. Embaixo da imagem, impressa com caracteres malucos, estavam as palavras — Eu sinto muito. Dentro, havia uma nota escrita à mão: Não se preocupe, paguei a um garoto dez dólares para deixar isso na frente de sua porta. Sinto muito sobre o que aconteceu ontem à noite. Deixe-me me desculpar com você. JB Dentro da caixa havia dois filmes - Sociedade dos Poetas Mortos e O Lutador. Percebi que ele estava me enviando o meu filme favorito, junto com um de luta, que era provavelmente o seu. Meu peito se apertou, e meu primeiro instinto foi o de pegar meu telefone e ligar para ele, para lhe dizer que sentia sua falta, que já o tinha perdoado. Mas, então, senti raiva. Ele não teria que me deixar um presente bonitinho e uma nota bonitinha se ele não tivesse agido como um idiota. Eu não teria que perdoá-lo e ficar animada sobre coisas como esta se ele simplesmente agisse como uma pessoa normal. Era a segunda nota que ele me deixava.

Ele estava sempre desaparecendo, ele estava sempre fugindo. Era completamente irritante. Percebi que, no final, ele estava apenas tentando manipular minhas emoções, enchendo-me da sensação de dor e raiva. Bem, eu não ia ser tão estúpida e ingênua mais. Peguei tudo, em seguida, abri a porta do meu quarto. Enrolei o cartão e o joguei no lixo, em seguida, coloquei os DVDs no chão e pisei sobre eles. Mas suas capas protetoras não quebraram, então, peguei O Lutador e puxei o DVD fora de sua capa. O disco era brilhante e perfeito. Passei a mão sobre a parte inferior do mesmo, sentindo como era suave. E então o quebrei sobre meu joelho. — Uau. — disse uma voz. — Acho que você não gosta desse filme, não é? Olhei para cima, meu rosto quente. Carter estava de pé na soleira da porta, dando-me um olhar divertido. — Carter! — disse. — O que você está fazendo aqui? — E por que eu não tinha fechado a porta antes de decidir ir como louca para cima de um pobre DVD indefeso? — Queria passar por aqui e ver se você tinha falado com o Dr. Klaxton. Ia ligar, mas queria parabenizá-la pessoalmente. — Eu falei com ele. — disse. — Depois da aula de hoje. Muito brigada, muito mesmo. Por me recomendar. — Sim. — ele olhou para o DVD quebrado na minha mão, e um lampejo de apreensão se moveu sobre seu rosto, como se tivesse medo que ele tinha cometido um erro, e que eu era muito louca e instável, o tipo de pessoa que perseguia professores e quebrava as coisas. — Isto não é o que parece. — disse. — Então você não estava quebrando DVDs sobre o seu joelho? — ele abaixou-se e pegou o disco. — O Lutador. Muito apropriado.

— Não, quer dizer... Eles foram um presente. De um garoto. Que eu estou com raiva. — assim que as palavras saíram da minha boca, me arrependi. Elas me fizeram soar ainda mais louca. Mas Carter não pareceu negativamente surpreso. — O que ele fez com você? — Abandonou-me em uma festa. — disse. — Flertou com outra garota. Me colocou em situações perigosas. Me meteu em problemas com o meu RA. Carter balançou a cabeça. — E então ele deixou DVDs em um esforço para que você o perdoasse? — Sim. — disse. — ele me deixou uma carta dizendo que ele queria se desculpar. — Sim, eu aposto. — disse Carter, balançando a cabeça. — Bem, estou contente que você tenha sido capaz de colocar sua raiva para fora de uma forma construtiva. — ele pegou o disco de Sociedade dos Poetas Mortos. — Talvez você devesse quebrar este, também. — De jeito nenhum. — peguei o disco e o segurei protetoramente contra o meu peito. — Este é o meu filme favorito. — Eu amo, também. — disse Carter. — É muito inspirador. — É inspirador! — disse. Estava prestes a adicionar “é isso que eu estava tentando dizer a Justin” — Mas percebi que me faria parecer ainda mais louca do que ele talvez pensasse. — Devíamos vê-lo juntos algum dia. — disse ele. — Eu tenho uma TV de tela grande no meu apartamento. — Concordo. — eu disse.

Algo se passou entre nós, então. Algo estranho. Atração? Não chegou a tanto, mas o clima mudou definitivamente. Era tão sutil que me perguntava se tinha imaginado isso. — Quando você quiser. — disse Carter, dando-me um sorriso. — Eu tenho que ir. — Tudo bem. — Vou mandar uma mensagem para você mais tarde. — disse ele. — E nós podemos nos encontrar em breve? Engoli em seco. Ele estava me convidando para um encontro? E se ele estivesse, eu queria ir? Será que eu poderia ir? Ele era o meu chefe? Ou ele era apenas, como, tipo, o meu supervisor? — Você sabe, — ele continuou, como se sentisse as minhas reservas. — Para que possamos nos reunir com os outros assistentes de pesquisa. — Oh. — eu disse. — Certo. Hum, tudo bem. Legal. — Legal. Ele ficou lá por mais um momento. — Vejo você por aí, Lindsay. — disse ele. — Até mais. *** Passei o resto do dia na aula, estudando, comendo o jantar e tentando não pensar em Justin. Toda vez que seu rosto entrava na minha mente, a raiva fluía através de mim. E então pensava no seu sorriso, no modo como o seu cabelo tinha se enrolado em torno de sua testa no vapor do chuveiro, na forma como as suas mãos haviam tocado minha perna nua. Fiquei toda cheia de luxúria e desejo, e tive que tomar algumas respirações profundas e impedir-me de verificar o meu telefone.

Andei ao redor do campus com meus livros, na esperança de que, se eu continuasse em movimento, manteria meus pensamentos longe. Estudei na biblioteca, em um banco, no laboratório de informática e na sala dos alunos. Estava no meu quarto estudando quando Rachel me mandou uma mensagem. Não a tinha visto durante todo o dia, e estava começando a ficar um pouco ansiosa. Não tinha certeza se ela estava louca porque eu não tinha lhe dito sobre deslizar o meu trabalho no escritório do Dr. Klaxton. Isso, mais o fato de que ela estava agindo de forma estranha me deixou preocupada que estivesse acontecendo algo com ela. O que vc está fazendo? Ela me mandou uma mensagem. Quer ir a uma festa comigo e com meus amigos? Fiz uma careta para a tela. Ela estava indo para uma festa em uma noite de aula? Ela realmente devia ter alguma coisa com esses novos amigos. Talvez ela conheceu um rapaz ou algo assim. Achei um pouco engraçado, que ela estava me atormentando sobre sair com Justin, e ainda assim ela estava fora festejando nas últimas noites. Mas isso era o que eu estava começando a aprender sobre Rachel. Ela era complicada e uma contradição total. Eu gostava. Ela mantinha as coisas interessantes. E ela parecia feliz em sua mensagem, e não com raiva de mim por tudo, então, fiquei aliviada. Mesmo assim, tinha um monte de trabalho a fazer, especialmente agora me tornando uma das assistentes de pesquisa do Dr. Klaxton. Eu precisava ficar a par das coisas, porque não tinha certeza de quanto tempo isso iria implicar. Então respondi Rachel e a deixei saber que eu estava estudando, mas disse-lhe para se divertir e que eu iria vê-la mais tarde. Eu ainda estava lá, sentada de pernas cruzadas na minha cama estudando, quando ela entrou no quarto algumas horas mais tarde. — Tão cedo? — perguntei. Ela não me respondeu. Em vez disso, se aproximou de sua mesa e jogou sua bolsa, em seguida, puxou o laço do cabelo e sacudiu o rabo de cavalo. Depois, chutou seus sapatos. E foi aí que percebi que ela estava chorando. Rímel manchando seu rosto, e os círculos escuros que estavam lá esta manhã estavam mais pronunciados.

— Oh, não. — disse, jogando meus livros para o lado. — Rachel, qual o problema? Ela balançou a cabeça e então realmente começou a soluçar, seus ombros tremendo. Pulei da cama e corri para ela, envolvendo-a em um abraço. —Está tudo bem. — disse. — Está tudo bem. — não parava de repetir isso enquanto acariciava seu cabelo e a deixava chorar. Finalmente, ela se acalmou o suficiente para que eu fosse capaz de levá-la até sua cadeira e a sentasse. Dei-lhe um lenço de papel, e ela enxugou os olhos. — Obrigada. — ela fungou. — De nada. — puxei minha própria cadeira para ela, de modo que estávamos sentadas uma diante da outra. — Você quer falar sobre isso? Ela hesitou, depois enxugou os olhos novamente. — Estou envergonhada. — Seja o que for, tenho certeza de que está tudo bem. — Não está. —Estou certa de que podemos resolver isso. — Nós não podemos. — ela balançou a cabeça. — Já tentei pensar em como posso corrigi-lo, e eu não posso. Eles vão fazer o que quiserem, e não posso impedi-los. Balancei minha cabeça. — Não estou entendendo nada. Ela tomou uma respiração vacilante. — Fiz algo realmente estúpido. — ela disse suavemente. — E agora vou pagar por isso. — Comece pelo começo. —Tudo bem. — ela puxou uma respiração profunda, e lhe dei um sorriso tranquilizador.

— Bem, você sabe que passei o fim de semana na BU, né? Assenti. — Bem, eu e minha amiga Alexa... Nós conhecemos alguns caras. — Ok... — Nós saímos com eles todo o fim de semana. Eles foram muito legais, sabe? Nós festejamos e bebemos e apenas... Eles eram legais. — Tudo bem. — disse com cautela. Meus sensores em alerta. Festas, bebida, tudo isso parecia que estava indo para algum lugar ruim. — E então, uma noite, estávamos na casa deles. Hum, eles viviam em uma casa de fraternidade, e eles começaram a brincar, sabe, tirar fotos. Um dos caras, Henry, tinha acabado de ganhar uma câmera digital muito boa, e queria experimentá-la. A sensação de mal estar foi aumentando no meu estômago. Tive um pressentimento de onde isso ia dar. — De qualquer forma, eles conseguiram que eu e Alexa começássemos a pousar juntas. Então estávamos bebendo mais, e, em seguida, Alexa... Ela desmaiou no outro quarto. Mas eu continuei... Quer dizer, eles continuaram tirando fotos de mim. Ela estendeu a mão e apertou a minha mão com tanta força que eu estava com medo que ela poderia quebrá-la. Mas não me atrevi a me mexer Imaginava o quanto isso era difícil para ela, e não queria correr o risco de que ela parasse de falar. — E então todos eles foram dormir, ficando só eu e Henry, e ele ficava me dizendo o quão bonita eu era. E eu tinha bebido tanta coisa, e então... Quando ele me disse para tirar a minha camisa, eu fiz. — Ela olhou para mim, a vergonha em seus olhos. — Agora você acha que eu sou uma vagabunda.

— Absolutamente não. — disse. — Eu acho que esse cara é um idiota por tirar vantagem de você. — Então agora ele tem fotos minhas de topless. — disse ela. — Todos eles têm. No começo eu estava um pouco chateada, mas depois ele me pediu para ir hoje noite, então percebi que ele queria me ver de novo. Pensei que eu poderia pedir-lhe para excluí-las, sabe? E talvez ele. — ela começou a chorar novamente. — Mas sou uma estúpida, Lindsay. Ele realmente não queria me ver. Ele queria me chantagear. — Chantagear você? — balancei minha cabeça. — Para quê? — Ele me disse que se eu não fizesse coisas com eles... Com todos eles, ele ia colocar as minhas fotos on-line. — Você está brincando comigo? — disse. — Que bando de idiotas! Ela assentiu com a cabeça. — Mas a culpa é minha. — disse ela. — Eu não deveria ter feito isso. — Não é culpa sua. — disse. — Não foi o mais inteligente deixá-los tirar essas fotos, mas não é sua culpa que eles estão tentando chantageá-la. — balancei a cabeça, irritada com o fato de como alguns caras podem ser horríveis. — Ok. — disse, entrando no modo de planejamento. — A primeira coisa que temos que fazer é chamar a polícia. Peguei meu celular, mas Rachel estendeu a mão e agarrou meu braço. — Não! — ela disse. — Nós não podemos! — Por que não? — Porque não posso provar que ele tentou me chantagear, e, além disso, se formos à polícia, as imagens provavelmente vão acabar on-line de qualquer maneira - elas sempre acabam - e haverá notícias sobre elas e... ... E... — ela balançou a cabeça. — Não quero correr esse risco. Só não vou ver Henry novamente e manter a esperança de que eles não publiquem as imagens em qualquer lugar.

— Mas Rachel... — Não há nada mais que eu possa fazer, Lindsay. Ela olhou desamparada. Senti-me impotente. Eu gostaria que houvesse algo que pudesse fazer, alguém que poderíamos chamar e que soubesse como lidar com isso. Então percebi que havia. Peguei meu celular. — Nada de polícia. — disse Rachel. — Não vou chamar a polícia. — disse a ela. Então, disquei o número dele.

Justin

F

inalmente, eu

estava assinando na recepção do dormitório de Lindsay - como um bom rapaz. Ela me encontrou na entrada e mostrou ao atendente seu ID de aluno. Então tive que mostrar a ele a minha licença antes que eu assinasse a folha de hóspedes. Logo depois, tinham me dado um passe de hóspedes e eu estava livre para ir. — Obrigado por ter vindo. — disse Lindsay em voz baixa, enquanto nos dirigíamos para o seu quarto no dormitório. — Tudo bem. — disse. Ela sorriu um pouco, mas sentia que ela estava incrivelmente ansiosa. — Como está sua amiga?— perguntei. Lindsay não tinha me dito muito sobre o que estava acontecendo, só que sua colega de quarto estava em apuros e talvez eu pudesse ajudar de alguma forma. — Não está bem. Por favor, seja gentil com ela. — Absolutamente. Não se preocupe, vamos resolver isso. — Obrigada. Ela abriu a porta do quarto, e a garota que conheci na outra noite, Rachel, estava sentada na cama, com as pernas para cima, braços em volta de suas pernas e o queixo nos joelhos.

Ela parecia uma criança. E também parecia assustada, ficou claro que ela estava chorando. — Ei. — disse. — Sou JB. Da outra noite, lembra? Ela olhou para mim. Então olhou para Lindsay. — Ele é... Você confia nele? — Sim. — Lindsay assentiu enfaticamente. — eu confio nele, Rachel. Você pode dizer a ele o que aconteceu. Rachel colocou a mão sobre o rosto e começou a chorar. — Estou tão envergonhada. Eu sou uma idiota. Lindsay passou a mão pelo seu cabelo longo. — Ela está com muito medo, Justin. Esses caras estão basicamente a chantageando. Cruzei os braços. — Chantagem? Tipo, eles estão tentando extorquir dinheiro dela? — Mais ou menos. — Lindsay suspirou. — Posso dizer-lhe, Rachel? Rachel assentiu. — Sim. — ela fungou. — Só não posso dizer eu mesma. Não acredito que fiz isso. — Ela saiu e foi para uma casa de fraternidade fora do campus ontem. Ela estava saindo com um cara que ela gostava e ele a convenceu a tirar algumas fotos picantes... —Tudo bem. — Já sabia onde isso estava indo. — Ela pensou que era apenas algo entre os dois. Então ele a convidou para a casa hoje, e, desta vez, alguns de seus irmãos da fraternidade estavam lá. Disseram-lhe que iam vazar as imagens por toda a internet e humilhá-la, se ela não... Você sabe... Rachel olhou para mim com olhos arregalados e assustados. — Eu sei que eles vão fazer isso. Eles me mostraram algumas fotos de outras meninas,

também. E me disseram que a única razão pela qual eu não as tinha visto em qualquer lugar foi porque aquelas meninas colaboraram. Concordei que compreendia. — eles estão dizendo que querem Rachel fazendo coisas sexuais com os irmãos da fraternidade, e, se não o fizer, eles vão humilhá-la com as fotos que ela tirou no outro dia. — Sim. No mesmo instante, eu estava em chamas. Mas a minha voz saiu surpreendentemente calma. — Vamos lá, vocês duas. Vamos fazer uma pequena excursão. Rachel e Lindsay trocaram olhares preocupados. — O que você quer dizer? Vamos à polícia ou algo assim? — Não, nós estamos indo para a tal casa. Vou cuidar disso. — eu quase parecia alegre. Era estranho, porque, por baixo disso, estava tão irritado como nunca tinha estado. —Tem certeza? — perguntou Lindsay. —Você me chamou aqui por uma razão. Vamos. Vamos. — Comecei a andar com um propósito. Lindsay e Rachel levantaram e me seguiram para fora do quarto e, em seguida, saímos do dormitório. Me senti como um fio sobtensão. Estava pronto para a ação, e tinha um propósito. — Há um monte de caras na casa. — Lindsay disse-me, enquanto caminhávamos. — Então, pode não ser o tipo de lugar onde você pode simplesmente entrar e... — É em Mass Ave? — a interrompi.

— Sim. — Foi o que pensei. — sorri novamente e acenei com a cabeça. Caminhamos por um tempo. — Estou realmente com medo de voltar. — disse Rachel. — Não se preocupe, você vai se sentir muito melhor quando terminarmos. Vai ser tranquilo. — disse, literalmente, estalando meus dedos. A verdade era que eu teria quebrado em música e dança se tivesse um pouco mais de tempo. Não podia esperar para conhecer esses caras. Tive que abrandar várias vezes para permitir que as meninas me acompanhassem, mas, eventualmente, nós estávamos em Mass Avenue e a casa da fraternidade estava à vista. Rachel apontou para ela. — É aquela. Você poderia dizer que era uma casa de fraternidade, porque as letras gregas foram coladas na porta da frente. Fora isso, o pátio estava bem conservado e tudo parecia em ordem. Não era exatamente Animal House1, pelo menos não à primeira vista. — Vamos. — disse, arrastando minha voz, como se estivéssemos indo para a casa dos meus avós para o jantar. — Não queremos deixá-los esperando. Lindsay agarrou meu braço. — Você tem certeza, Justin? Não quero que eles façam alguma coisa com Rachel. Ela já passou por muita coisa. — Ninguém vai machucá-la. Acredite em mim. — olhei em seus olhos e ela viu que eu estava falando sério. — Ok, ok.

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Referência a um filme americano – O clube dos Cafajestes (título brasileiro).

Começamos a caminhar novamente. À medida que atravessamos a rua e nos dirigimos para a entrada, encontrei-me experimentando uma sensação muito semelhante ao entrar na gaiola. Eu estava afiado, alerta, com uma energia tremenda. Praticamente corri para a porta da frente, mal me contive. Não queria ser demasiado ansioso. Finalmente, chegamos à entrada e bati bem alto e toquei a campainha. Alguns segundos depois, a porta foi aberta por um cara loiro em uma camisa polo. Ele parecia o tipo. Quando viu Rachel, seus olhos se arregalaram momentaneamente. Então ele fixou seu olhar de volta para mim. — Há algo que eu possa ajuda-lo? — Sim, preciso entrar. — comecei a me mexer e ele colocou o braço sobre a entrada. Logo depois dele, pude ver alguns outros caras ao redor, e eles começaram a nos notar. —Você não pode simplesmente entrar em nossa casa. — As bochechas do loiro estavam coradas. —Minha amiga Rachel me disse que deixou algumas fotos importantes aqui. Preciso pegá-las. — Nós não temos nenhuma foto de ninguém aqui. Logo três outros rapazes se aproximaram da porta. Estavam todos muito bem construídos e olhando duramente. Eles tinham atitude. Eu estava animado. — Existe um problema aqui? — um deles disse. Ele era o maior deles, com cabelo castanho curto, olhos azuis, e ele não se preocupou em colocar uma camisa. Seu torso era musculoso e pálido. Ele olhou para mim e em seguida, para Rachel. — Rach, o que diabos está acontecendo? — Não olhe para ela, não fale com ela. — eu disse gentilmente.

Seus olhos azuis fixaram-se mim. — O que diabos você está falando mesmo? Sorri, minha voz ainda amigável. — Eu lhe disse para não falar com ela. Ela está comigo, ela está sob a minha proteção. O cara moreno riu e olhou para seus amigos, que balançaram a cabeça. — Você acredita nesse cara? — ele olhou para mim mais uma vez. — Ouça, amigo. Eu não sei o que você está fumando, mas não estamos interessados em falar com você ou com qualquer uma dessas putas. Você está machucado e esfolado já, então, claramente, você sabe como ter sua bunda chutada. Odiaria ter que fazer isso com você de novo tão cedo. — Não vou ter minha bunda chutada. Mas o que vou fazer é entrar agora e pegar as fotos que você tem. — Lenny, chame os malditos policiais agora. — o líder gritou por cima do ombro, os olhos ainda fixos em mim. — Eles irão acompanhá-los para fora de nossa propriedade privada. — Isso, vá em frente. — disse eu. Lindsay agarrou meu braço. — Justin, vamos lá. Vamos embora. — Sim Justin, escute sua amiga e saia antes que percamos a porra da nossa paciência. Eu ri. — Você não vai chamar a polícia. — Sério? Por que não? — Por causa de toda a merda ilegal acontecendo dentro de sua casa. — Dei um passo para frente. O líder moreno inclinou para trás para lançar um soco óbvio e eu aproveitei a oportunidade para saltar para frente e dar uma cabeçada em seu

rosto. Ele caiu para trás com um grito. Instantaneamente, virou um caos. Mas eu estava acostumado ao caos quando lutava, e eles não estavam. Talvez eles jogassem basquete, futebol americano ou baseball. Talvez eles esquiassem. Mas tudo o que eu estive fazendo na última década da minha vida era lutar. Em ruas, nos bares, na escola, e, finalmente, na academia e por fim, na gaiola. Tudo o que esses idiotas tentaram fazer para me machucar não era nada para mim. Um deles tentou me agarrar e me segurar, mas girei rapidamente e joguei uma cotovelada nas costelas, quando saí. Ele grunhiu de dor. Outro deu um soco, que evitei com um ligeiro movimento de cabeça. Eles estavam todos amontoados na porta, de modo que não tinham habilidade para se espalhar. Isso me permitiu intimidar de frente. Comecei jogando combinações de socos fortes destinados a causar devastação rápida e total. Não me importava em quem batia. Cada soco fez o máximo dano. Dei um murro no nariz de um deles e senti um crack. Bati na boca de outro e no estômago de mais outro. Dei um chute frontal que pegou no joelho de alguém. Logo, havia quatro rapazes no chão na minha frente. Um garoto louro de cabelos finos, devia ser um calouro, correu de mim para o canto empunhando um taco de beisebol. — Saia daqui. — disse ele, acenando com o taco ameaçadoramente. — Se você me ameaçar de novo, vou quebrar o taco no seu rabo. — disse a ele. — Cai fora! — ele gritou. Sua voz falhou um pouco.

Perto dali, um grupo de quatro ou cinco caras ficou observando em silêncio. Entrei na casa e calmamente caminhei para o garoto com o bastão, mantendo o contato visual durante todo o caminho. Ele poderia ter me atingido a qualquer momento, mas ele apenas segurou-o no alto, ameaçando fazê-lo. Finalmente o alcancei e arranquei o bastão de suas mãos. Ele olhou para mim, aterrorizado. Dei um tapa nele, não muito forte. — Nunca ameace alguém com um maldito taco de beisebol a menos que signifique que você vá usá-lo. Agora me mostre onde estes cabeças de merda mantêm as porcarias de seus computadores e câmeras. — Não sei onde. Eu não sei de nada. — disse o garoto loiro. Lindsay e Rachel ainda estavam do lado de fora, horrorizadas. Enquanto isso, os quatro caras que eu tinha espancado estavam começando a se reunir, lentamente. — Rachel, é esse o cara que mexeu com você? — perguntei, apontando meu taco para o cara sem camisa e com cabelo escuro. Ela assentiu com a cabeça. — Isso. É o Henry. — Ok, Henry. — eu disse. — Levante-se agora mesmo. Ele olhou para mim com medo. Um olho já tinha inchado e fechado. — Vamos lá, garotão. Levante-se antes que eu rasgue esse seu maldito olho bom para fora de sua cabeça. — Tudo bem. Ok. Empurrei-o nas costas com o taco de beisebol. —Vamos lá, vamos ser rápidos.

Ele subiu as escadas e nos levou para um grande quarto com beliches. Havia duas mesas, um aparelho de televisão, e latas de cerveja vazias e garrafas de bebidas alcoólicas em todos os lugares. E havia um laptop em uma das mesas que estava aberto e funcionando. Próximo a ele estava uma câmera digital. — São as coisas que ele usou para tirar fotos de você, Rachel? — perguntei. Ela assentiu com a cabeça. — Sim. Acho que sim. — É? — perguntei a Henry. Ele assentiu. — Vou apagar as imagens bem na sua frente. — disse ele. — Estávamos apenas brincando sobre mostra-las para as pessoas de qualquer maneira. — Você tem arquivos de backup em seu computador? — perguntei. — Não. Mas eu vou provar isso. Vou passar por todo o computador na sua frente. — Não minta para mim, Henry. — Não estou mentindo, cara. Juro. As fotos estão apenas na câmera. Olhei por cima do ombro. Uma fila de paus de fraternidade estavam de pé na escada e pelo corredor. Sorri para eles. — Você quer que eu te mostre o que está no computador? — Não. — atravessei a sala e levantei o bastão acima da minha cabeça e, em seguida, trouxe-o para baixo com força total no laptop. Pedaços dele saíram voando por toda parte. — Que porra é essa? — Henry gritou.

Quebrei o computador e o disco rígido externo ao seu lado. Os atingi vez após outra até que não eram nada, somente pedaços de plástico em todos os lugares. Então peguei a câmera, a ergui em minha mão. — Bonita câmera digital que você tem aqui, Henry. — Você destruiu todos os meus arquivos, meu trabalho de escola, tudo. — ele olhou para a carnificina. Então joguei a câmera na parede, onde ela quebrou em cinco ou seis pedaços. Peguei o maior pedaço e o coloquei no chão. Então bati naquele pedaço com o taco de beisebol e o despedacei. O quarto parecia que tinha sido atingido por um tornado. — Acho que terminamos aqui. — eu disse. — Vamos lá, meninas. — vireime e me inclinei no ouvido de Henry. — Ah, e se eu ouvir uma coisa ruim sobre você de novo de qualquer um... Vou voltar com alguns amigos que são ainda mais loucos do que eu, e vou quebrar a porra dos seus joelhos. Ok, Henry? — Sim. — ele não olhou para mim. Nós caminhamos ao longo do corredor e descemos as escadas, passando por outros irmãos da fraternidade. Olhei para cada um deles, enquanto nós passávamos, desafiando alguém a me dar um soco, ou fazer qualquer coisa. Ninguém o fez. Finalmente, estávamos do lado de fora novamente e joguei o bastão no gramado e continuei andando. Fizemos nosso caminho pela rua. — E se eles chamarem a polícia e lhes disserem o que você fez? — Lindsay disse. — Eles não vão. Porque eles são idiotas culpados. — Tem certeza? — Tenho. — virei-me para Rachel. —Você está bem? — perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça, um pouco incerta. — Nunca vi nada como isso. Foi tão... Violento. — Às vezes, essa é a única coisa que as pessoas entendem. Agora nunca deixe um cara te amedrontar novamente, Rachel. Ok? — Tudo bem. — Prometa-me. — Eu prometo. Nós três continuamos até que estávamos de volta no hall do dormitório. — Você vai entrar? — perguntou Lindsay. — Estou cansado. — disse, e era verdade. Toda a adrenalina tinha ido embora e eu estava esgotado. O fato de que eu não tivesse dormido não estava ajudando em nada. — Você pode dormir aqui esta noite. — disse Lindsay. Nos encaramos. É claro que eu queria. Mas depois pensei sobre tudo o que tinha acontecido entre nós nos últimos dias. Lembrei-me da forma como ela tinha me expulsado de sua vida e só me chamou porque precisava de algo. Não a culpava. Só sabia que algo havia mudado para mim. — Não acho uma boa ideia. — disse a ela. — Acho que vou para casa. — Tudo bem. — ela piscou algumas vezes e olhou para longe. — Bem, muito obrigado por nos ajudar. Não tenho como lhe agradecer por isso. — Está tudo bem. Eu gostei. Na verdade, teria pagado para me deixar fazê-lo, se eu soubesse o quão divertido seria. — coloquei minha mão para fora e acariciei seus cabelos, querendo lembrar de como eram. — Cuide-se, Lindsay. — Disse a ela.

Disse-me para tirar uma foto mental de como ela estava naquele momento, para mantê-la em minha mente. Porque pretendia que essa fosse à última vez que a veria.

Fim do Livro 5

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