Os Funerais da Mamã Grande Edição em Português Título Original: Los Funerales de la Mamá Grande (1972)
Sinopse: Sob o tema dos funerais mitológicos, em 1962, Gabriel García Márquez reuniu num pequeno volume sete contos e a curta novela que lhe dá o título. Neste livro aparece já, em todo o seu esplendor, o elemento mágico e telúrico que a partir daí definirá a sua obra. Estamos uma vez mais em Macondo e na sua região, entre episódios e personagens reconhecíveis, numa série de contos impossíveis de esquecer. No último texto é preciso enterrar a Mamã Grande, soberana absoluta deste mundo, que faleceu com a fama de santidade aos 92 anos e a cujos funerais compareceu não só o Presidente da República, como até o Supremo Pontífice, na sua gôndola papal, além de camponeses, contrabandistas, cultivadores de arroz, prostitutas, feiticeiros e bananeiros, que ali se deslocaram propositadamente. Os seus bens, que datavam da época da conquista, eram incalculáveis. Os seus herdeiros, no momento em que retiram do interior da casa o cadáver da defunta, fecham as portas e começam vorazmente a repartir a herança. http://www.wook.pt/ficha/os-funerais-da-mama-grande/a/id/2149106 Os livros de Márquez levam-nos para sítios mágicos, com os mais extraordinários personagens e os mais bizarros acontecimentos. Tudo pode acontecer numa história do autor. A escrita é muito descritiva, repleta de sensações/passagens/comparações únicas e polvilhada com pitadas de humor.
Gabriel García Márquez (Prémio Nobel da Literatura 1982) Descobre mais sobre o autor em: http://www.biografiasyvidas.com/reportaje/garcia_marquez/
Descobre mais sobre o Realismo Mágico em: https://www.youtube.com/watch?v=7wOCdoww9i0
Outros livros do autor: Cien Años de Soledad, 1967 (Premio Rómulo Gallegos) Crónica de una Muerte Anunciada, 1981 El Amor en los Tiempos del Cólera, 1985
Esta é, incrédulos de todo o mundo, a história verídica da Mamã Grande, soberana absoluta do reino de Macondo, que viveu em situação de domínio durante noventa e dois anos e morreu com fama de santidade a uma terça-feira de Setembro passado, e a cujos funerais veio o Sumo Pontífice. (…) A iminência da morte removeu a extenuante expectativa. A voz da moribunda, acostumada à homenagem e à obediência, não foi mais sonora que um baixo de órgão no quarto fechado, mas, ressoou nos mais afastados rincões da fazenda. Ninguém era indiferente àquela morte. Durante o presente século, a Mamã Grande tinha sido o centro de gravidade de Macondo (…) Quando se sentava a tomar o fresco da tarde na varanda de sua casa, com todo o peso das suas vísceras e da sua autoridade amassado na sua velha cadeira de balanço de cipó, parecia na verdade infinitamente rica e poderosa, a matrona mais rica e poderosa do mundo (…) A ninguém tinha ocorrido pensar que a Mamã Grande fosse mortal (…) A morte havia tomado posse da casa.