MARGEM À OBRA Em primeiro lugar era preciso decifrar o manuscrito. Bártok escreveu seus esboços sobre algumas folhas separadas que tinha em mãos, algumas delas que, entretanto, já estampavam alguns trechos de outros esforços. Ademais, anotou as ideias que lhe vinham à mente sem contudo levar em conta as sequências pretendidas. As páginas não tinham numeração e a divisão dos movimentos sequer vem indicada. Em segundo lugar, foi preciso completar as harmonias e outras indicações que tão somente foram grafadas de maneira quase stenográfica. Assim se justifica a observação em sua carta “ é provável que algumas passagens serão penosas e de difícil execução”. Finalmente, à parte a observação de Bártok sobre “a orquestração [...] transparente”, não restaram quaisquer indicações sobre a instrumentação. Mas esta foi das dificuldades a menor, uma vez que as vozes principais e o contraponto de fundo foram, estas sim, claramente apontadas no manuscrito autógrafo.

Neste sentido, podemos dizer que a redação final deste magnífico concerto foi resultado de uma ´reconstrução´ árdua e minuciosa, que entretanto nos possibilita a fruição de uma de suas últimas e mais importantes obras.

CONCERTO DE ABERTURA DA TEMPORADA 2016

Agradecimentos: Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado Magnífico Reitor da UFPE

Profa. Florisbela de Arruda Camara e Siqueira Campos

Prof. Dr. Sérgio Dias

Sra. Maria Christina de Medeiros Nunes Sr. Thiago José Galvão das Neves

Pró-Reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças

Prof. Walter Franklin Marques Correia Diretor do CAC - UFPE

Profa. Cristiane Maria Galdino de Almeida Vice-Diretora do CAC - UFPE

Prof. Mauro de Almeida Maibrada

Chefe do Departamento de Música | CAC - UFPE

Prof. Rinaldo Fonseca Prof. Flávio Medeiros Prof. Antônio Barreto Funcionários da Madre de Deus

/ Composição . Sérgio Luíz Barboza

Pró-Reitora de Extensão e Cultura

Coordenação de Comunicação e Design / CAC . UFPE

São flagrantes as semelhanças entre o tema final da Fantasia Coral e aquele que, mais tarde, seria utilizado no derradeiro movimento da Nona Sinfonia. Alguns musicólogos atestam que, na Fantasia, o seu emprego denota um mero – para além de precoce – exercício composicional por parte do compositor que, mais tarde, configuraria o seu clímax desenvolvimental com o advento de sua última e mais complexa sinfonia dentre as que pôde concluir. De qualquer forma, a propriedade formal com a qual o compositor manipula suas ideias nesta empolgante fantasia, proporciona uma conjuntura que deixa transparecer as potencialidadeslatentes do então jovem mestre alemão.

Vice-Reitora da UFPE

ORQUESTRA SINFÔNICA DA UFPE CORO UNIVERSITÁRIO CORAL OPUS 2

Funcionários da Pró-Reitoria de Extensão da UFPE

Apoio

Realização

Em 1952, motivado pela perspectiva de reapresentá-la nos Estados Unidos, no âmbito de uma orquestra universitária, Stravinsky resolve submeter a partitura a uma revisão final. Todavia, tal esforço não apresenta grandes modificações em relação à versão de 28; a não ser quanto a pontuais aspectos da orquestração e o acréscimo das indicações metronômicas, para além dos títulos atribuídos aos três movimentos iniciais. A obra é rica em verve stravisnkyana. Redimenciona ambientes de sua terra natal, certamente revivendo cancioneiros de infância, bem como, aqui e ali, são reconhecidos trechos que remetem à Sagração da Primavera e ao Pássaro de Fogo. Nela são utilizados recursos poli-tonais, atonais e modalismo característico de suas ascendências russas. A transparência da orquestração é notável, assim como, devido a sua textura mais clara e objetiva, se presta francamente aos exercícios de uma orquestra jovem em franco desenvolvimento de suas potencialidades técnicas.

Nascido na Transilvânia e, tal como o seu colega Stravinsky, falecido nos EUA, Bártok atuou como incansável pesquisador de seu ambiente folclórico-musical, além de ter ainda se destacado como educador e exímio pianista. Como compositor, deixou-nos um vastíssimo catálogo de obras didáticas (Mikrocosmos, p. ex.) e para todas as formações instrumentais e vocais clássicas; bem como outras, cujas constituições permanecem de certa forma atípicas. Tal é o caso da Música para cordas, percussão e celesta e, no sentido formal, o Concerto para Orquestra. No que tange ao tardio Concerto para Viola e Orquestra (opus póstumo), vale a pena deixarmos falar Tibor Serly, musicólogo responsável pela orquestração mais célebre da obra:

Funcionários do Departamento de Música da UFPE p. visual

Foi no ano de 1808, para um concerto da Akademie, e em benefício próprio, que Beethoven compôs a sua originalíssima Fantasia Coral, para Piano e Orquestra, op. 80. No programa, que para os dias atuais seria considerado ´demasiado extenso´, o compositor apresentou ao público, para além da própria Fantasia, as estreias das quinta e sexta Sinfonias, o quarto Concerto para Piano e Orquestra e alguns trechos da Grande Missa em Dó Maior. Na ocasião Beethoven atuou como pianista e regente, sendo sabido que a introdução da Fantasia fora improvisada pelo compositor, que somente depois teria anotado o conteúdo da improvisação para efeitos de edição da obra.

Típico do espírito irriquieto de Stravinsky – que tinha o hábito de visitar (à guiza de auto-citação) ou revisar inteiramente algumas de suas obras, os Quatro Estudos para Orquestra são, em sua essência, adaptações que o autor empreendeu entre 1914 e 1918 das suas Três Peças para Quarteto de Cordas. Entretanto, para a presente versão orquestral, concluída em 1928 e estreada dois anos após, em Berlim, o mestre resolveu acrescentar um último movimento, intitulado Madrid, cujo conteúdo emana do Estudo para Pianola de 1917. Neste ano, o compositor, bastante entusiasmado com uma visita à Espanha e seguindo a motivação iniciada por seu conterrâneo Glinka (Une Nuit à Madrid e Jota Aragonese), resolve externar suas próprias impressões sobre a música ouvida na Ibéria, ainda a ecoar em sua mente.

28 Abril 2016 | 20h | Entrada Franca Igreja Igreja da Madre de Deus

Pouco tempo antes de sua morte Béla Bertók escreveu à William Primrose: “Estou muito feliz em lhe informar que a particella do Concerto para Viola está pronta. Falta apenas escrever a partitura, o que é todavia um merotrabalho mecânico. Se tudo andar bem, penso que concluirei o esforço em cinco ou seis semanas, o que quer dizer que lhe estarei enviando a grade [de orquestra] na segunda metade de Outubro e, algumas semanas depois, um exemplar (ou vários se você quiser) da redução para piano. A composição apresenta um certo número de problemas interessantes. A orquestração resultará transparente, mas do que aquela do Concerto para Violino. De mais, o caráter sombrio e viril do seu instrumento influenciará no aspecto geral da obra. A nota mais aguda é um ´lá´, entretanto exploro com frequência a tessitura mais grave. A obra está concebida num estilo deveras virtuosístico. É provável que algumas passagens serão penosas e de difícil execução. Nós ainda nos falaremos, tendo em conta as observações que você vier a tecer.” O que considerou Bártok “mero trabalho mecânico” acabou por se tornar uma tarefa labriosa, que exigiu muita paciência. As dificuldades a superar se deram em três ordens:

PROGRAMA

Sávio Santoro • violino Atuou como solista de várias orquestras brasileiras e realizou recitais nos EUA, Inglaterra, Finlândia, Itália, Romênia, Nova Zelândia, China, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, Trinidad Tobago, Benin e República Dominicana. Par- ticipou como violista co-solista da Osesp em sua tournée pela Europa em 2007 e foi membro da Jeunsesses Musicales World Orchestra. Dentre os prêmios que recebeu, destacam-se o 1° lugar na Showpiece String Competition – Boston University e membro-eleito da Pi Kappa Lambda (sociedade de honra em música norte-americana), além de dignidade Summa Cum Laude pela UFRJ. É Mestre em Música pela Yale University e Doutor pela Boston University com bolsas completas da Capes. Atualmente é professor adjunto de viola e música de câmara da UFPE.

IGOR STRAVINSKY (1882-1971) Quatro Estudos para Orquestra (versão revisada de 1952) - Danse - Excentrique - Cantique - Madrid

Antonio Nigro • piano

LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827) Fantasia Coral, op. 80, para piano, coro e orquestra - Adagio (Cadenza) - Finale Allegro, Allegro Molto, Adagio ma non Troppo, Marcia assai Vivace, Allegretto ma non Troppo (quase Andante con Moto), Presto

BÉLA BARTÓK (1881-1945) Concerto para Viola e Orquestra (op. Póstumo) - Moderato - Adagio Religioso - Allegro Vivace

solo de piano Prof. Antonio Nigro solistas sopranos Tarcyla Perboire e Fábia Sobral solista mezzo Jéssica Soares solistas tenores Alexandre Borba e Matheus Soares solista barítono Luiz Kleber Queiroz maestro Sérgio Dias (regente titular e diretor artístico da OSUFPE) maestro Flávio Medeiros (regente dos coros)

solo de violino Prof. Sávio Santoro Intervalo

Nasceu na cidade do Recife, tendo iniciado seus estudos musicais com a Professora Esther de Mello e Silva. Posteriormente passou a ser orientado pelo Prof. Flávio Medeiros, na Escola de Música das Graças. Em 1991, ingressou no Curso de Extensão da UFPE na classe do Prof. Edson Bandeira de Mello. Cursou na mesma universidade o Bacharelado em Piano, e seguiu para a Alemanha, em 1998, como bolsista da Capes e do programa Elgin Roth Stipendiat, para continuar seus estudos na Martin-Luther Universität Halle-Wittenberg, na classe do Prof. Dr. Marco Antonio de Almeida. Foi professor de piano da Martin-Luther Universität Halle-Wittenberg, do G. Fr. Händel Konservatorium e da Kirchenmusikhochschule na cidade de Halle/Saale na Alemanha. Desde 2013 é professor efetivo da UFPE. Em 2012 foi convidado pelo Itamaraty para realizar recitais de câmara com o Prof. Sávio Santoro na América Central, Europa e Ásia. Atualmente é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Neuropsquiatria e Ciências do Comportamento na UFPE.

Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Pernambuco primeiros violinos Valter Soares(spalla) Kedma Johnson (concertino) Jade Martins Aline Lucena Otniel Santos Bruno Mozart Ruaylan Diniz Silverson Henrique Júlio César Brito João Bosco Kervinn Wesly

segundos violinos Rebeca Iva (chefe de naipe) Samuel Oliveira Bernardo Lourenço Cleidson Luan Ronald Santos Dayanne Aguiar Thaís Noronha Jonathan Silva Deivson Nascimento Max Galvão

violas Alexsandro Castro (chefe de naipe) Raquel Paz Felipe Vianna Cecília Santoro Raul Victor Martins Reuel Gomes Gabriel Silva Roberta Vieira contrabaixos Ailton Silva (chefe de naipe) Carlos Souza Orlando Araújo Prof. Fernando Rangel

violoncelos Herlane Franciele (chefe de naipe) Valquíria Janie Fernando Trigueiro Gabriel Conolly Cecília Cabral Gabriel David Esmeraldo Sales flautas Eltony Nascimento Karen Dantas(flautim) Emerson Galdino Marcos Rocha inspetor Rafael Dantas

oboés Lúcio Sócrates Alexsanderson Marconni Priscylla Britto George Brito (corninglês)

clarinetes Ângelo Lima Emerson Rodrigo Willames Guilherme Lorenna Benjamin (clarone)

fagotes Marcílio Souza Mirella Mayanne Jean Fonseca

trompas Esdras Campos Sérgio Costa Bruno Bononi Prof. Rinaldo Fonseca

trompetes Augusto França Daniel Ferraz Jonatas Gomes arquivista Tainá Menezes

trombones Raffael Santana Adriano Mendes Thomas Barros (trombone baixo)

tuba Haroldo Carneiro

piano Felipe Oliveira

percussão Diógenes Saraiva Emerson Coelho Erick Saraiva Wesley Marllon tímpanos Emerson Rodrigues Danilo Fernandes harpa Priscila Gama

montador Victor José

Coro Universitário - UFPE soprano

contralto/mezzo

tenor

baixo

Ana Júlia Lacerda, Anabela Simão, Anamelia Poggi, Clara Batista,

Alexandra Jarocki . Altamira Santos, Ângela Souza, Auxiliadora

Alexandre Pimentel, Avner Pereira, Carlos Oliveira, Deivson Avlis,

Alef Adonais, Alison Barcelos, Ângelo Lima, C.A. da Silva, Ecenilson

Cristina Silva, Fabiana Leão, Florisbela Campos, Jade Duarte, Lêda

Soares, Cláudia Carvalho , Denise Arcelino, Helena Revoredo, Ingrid

Emerson Rodrigo, Estêvão Batista, Ewerton Lima, Gilberto Nogueira,

Dias, Emanuel Pereira, Eric Saraiva, Israel Kelson, João Falcão,

Oliveira, Lenilza Moura, Liliane Talmon, Luíza Veras, MariaHelena

Nascimento , Josy Andrade , Luciane Chagas, Miriam Leal, Rafaela

Igor Morais, Igor Rafael, Jair Tavares, Jean Felipe Oliveira da Silva, Jean

Leonardo Barbosa, Lucas Garcês, Paulo Borba, Paulo Lopes, Paulo

Matos, Maria Letícia, Marilu Rodrigues, Mayra Estevam, Maxwellen

Almeida, Suíla Kimberly, Tânia Valéria, Tereza Silva, Thaís Noronha ,

Tessier, Jessé Miquéas, Lucas Barbosa, Luiz Guilherme Matos, Marcos

Nascimento, Rafael de Souza, Samuel Penha, Tiago Calado, Wilson da

Pereira, Naára Avellar, Norma Lopes Bastos, Pollyanna Monteiro,

Zoraide Coleto

Antonio de Araújo, Mário Monteiro, Matheus Marques, Moisés Júnior,

Silva Leite

Rebeka Muniz, Rilma Impieri, Rosana Torres, Rosy Carneiro, Sandra

Rafael Matos, Raudney Santos, Robson Pinheiro, Sóstenes Alberto,

Chacon, Suzane Gomes, Zilda Pires

Tiago Antunes, Tiago Sá, Vinícius Alencar correpetidor Lucas Brayner

Coro Opus 2 sopranos

contralto/mezzo

tenor

baixo/barítono

Ana Lins, Clara Natureza, Dolore Olive, Fábia Sobral, Florisbela

Amanda Mota, Denise Arcelino, Gabriela Martinez, Ingrid Phaelante,

Alexandre Borba, André Durão, Estêvão Cunha, Eudes Naziazeno,

Anderson Rodrigues, Armindo Ferreira, Daniel Gouveia, Guilherme

Campos, Gleici Paula, Isabel Soares, Mariane Mariz , Mayara Santiago,

Ivanilde Germínio, Josy Andrade, Lúcia Helena Cysneiros, Thaís Noronha

Felipe Alves, Mário Monteiro, Matheus Soares

Jacobsen, ,Ígor Morais, Jorge van der Linden, Luiz Kleber Queiroz, Marcus Vinícius, Messias Muniz Júnior, Paulo Borba Fernandes, Riva Gervásio

Naára Avelar, Natália Santana, Norma Lopes Bastos, Pollyanna Monteiro, Rosy Carneiro, Tarcyla Perboire correpetidor Bruno Motta