Marriage Trap Marriage to a Bilionaire #3 Jennifer Probst Sinopse: Carina Conte é apaixonada pelo melhor amigo de seu irmão Michael, Max Gray, desde que era adolescente. Agora,que conseguiu seu MBA, começou a trabalhar no novo empreendimento de Michael, um império de padarias em crescimento acelerado na América. Mas algumas coisas nunca mudam: sua família ainda a trata como uma criança. Com três irmãos lindos de morrer, ela ainda é o patinho feio da família. E Max, novo CEO da companhia, ainda mal a percebe. Max sabe que Carina Conte está estritamente fora dos limites. Mas, a ardente luxúria vence durante uma viagem para uma conferência, quando os dois compartilham uma escaldante transa de uma noite só – mas são flagrados pela mãe dela! Agora, forçado pela tradição italiana do velho mundo a um casamento para o qual não está preparado, Max fica mal e Carina, furiosa. Seu novo marido está prestes a perceber que nem no inferno há uma fúria como a de uma mulher transformada ...

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Maio/2013

As famílias podem ter todas as formas e tamanhos e produzir o seu próprio senso de loucura que apenas um membro pode entender. Este livro é dedicado a minha própria

família

e

as

lembranças

maravilhosas que eu valorizo. Mãe, pai, Steve, nós tivemos uma jornada do

inferno,

mas

chegamos

aonde

precisávamos. Eu vou sempre lembrar os

torneios

gargalhadas

do nos

Scrabble,

as

momentos

de

palhaçada da mamãe, a positividade obstinada

contra

todas

as

adversidades e os grandes jantares que transformaram nossa casa em um lar. Ansiosa por muito mais! E

para

maravilhosa

a de

minha casada,

família meus

segundos pai e mãe, Carolyn e Donald, obrigada por me receberem de braços abertos e me deixarem partilhar da sua forma de loucura e de amor. Vocês sempre me trataram como uma filha e irmã em vez de um parente. Eu amo todos vocês.

Prólogo Carina Conte olhava para a chama cintilante da sua fogueira e se lembrava de que não era louca. Ela era apenas uma mulher apaixonada. Sua mão tremia em volta do pedaço de papel. O livro de tecido violeta de feitiços de amor estava aninhado na grama ao lado de seus pés. Ela olhou em volta e pediu a Deus para sua família não acordar. Ela tinha prometido a sua cunhada que nunca tentaria fazer um feitiço, mas Maggie não precisaria saber. Escondida na parte de trás da propriedade, os aromas de madeira queimada e açafrão doce enchia suas narinas e ela rezava para que a luz da fogueira não revelasse sua localização. Carina olhou para a página. Ok, hora de convocar a Mãe Terra. Ela esperava que o padre Richard não ficasse chateado. Rapidamente recitou as palavras para chamar os poderes femininos da terra para proporcionar a ela um homem com todas as qualidades escritas em sua lista. Em seguida, ela jogou o papel no fogo. A leveza fluiu através dela e ela soltou um suspiro de alívio. Concluído. Agora, tudo que tinha a fazer era ser paciente. Ela se perguntava quanto tempo a Mãe Terra normalmente demoraria a conceder a sua dádiva. Claro, ela tinha feito o trabalho muito mais fácil para a entidade. Em vez de uma longa lista de qualidades, sua

lista detinha o poder de um único nome. O nome do homem que ela tinha sido apaixonada por toda a sua vida, o homem que olhava para ela como uma irmãzinha, o homem que era mundano e sexy, e se encontrava com algumas das mulheres mais bonitas do mundo, o homem que a deixava sem palavras durante o dia e que deixava seu corpo ardente durante a noite. Maximus Gray. Carina esperou até que todo o papel se transformasse em cinzas, em seguida, jogou um balde de água sobre o fogo. Ela limpou o local com rapidez e com movimentos eficientes, pegou o livro de tecido e fez seu caminho de volta para dentro de casa. A grama macia fazia cócegas em seus pés descalços e sua camisola branca subia ao seu redor como um fantasma. Uma sensação de emoção provocou um arrepio em sua espinha quando ela voltou às escondidas para seu quarto. Ela colocou o livro de volta na gaveta e se arrastou para a cama. Finalmente, foi feito.

Capítulo Um — Eu contratei uma nova associada. Ela vai ficar sob a sua direção, e você será o responsável por seu treinamento. Max cortou seu olhar para o homem sentado do outro lado da mesa. Suas terminações nervosas formigaram durante o anúncio, mas permaneceu em silêncio. Ele esticou as pernas sob a mesa de conferências, cruzou os braços na frente do peito e arqueou uma sobrancelha. Ele tinha trabalhado horas intermináveis e se matado para conseguir com sucesso o império da família, a La Dolce Maggie, sucursal italiana nos EUA baseada na La Dolce Famiglia, e dane-se agora se ele se afastasse. — Pretendendo me substituir, chefe? Mais como um irmão do que um chefe, Michael Conte lançou-lhe um sorriso. — E lidar com a sua mãe vindo atrás de mim para chutar minha bunda? Não tenho tal sorte. Você precisa de ajuda com a expansão. Max sorriu. — Parece que sua mãe é mais rigorosa do que a minha. Será que ela não instigou um casamento forçado com sua esposa? Que bom que você a ama, ou você já estaria ferrado. — Engraçado, Gray. O casamento não era o problema. Foram suas dúvidas sobre a minha esposa que verdadeiramente nos prejudicaram.

Max estremeceu. — Desculpe. Só estava tentando proteger um amigo de uma mulher com fome de dinheiro. Enfim, eu amo Maggie agora. Ela é forte o suficiente para levar a sua porcaria. — Sim, agora há uma admiração mútua entre vocês dois. — Melhor do que a guerra. Então, quem é o figurão que está chegando? — Carina. Max estalou a boca fechada. — Desculpe-me? Carina, sua irmãzinha? Você tem que estar brincando comigo, ela ainda não está na faculdade? Michael se serviu com um pouco de água do refrigerador e tomou um gole. — Ela se formou em maio passado e tem seu MBA pela SDA Bocconi1, e está treinando no Dolce di Notte. — O nosso concorrente? Michael sorriu. — Dificilmente. Eles não estão procurando conquistar o mundo como nós, meu amigo. Mas eu posso confiar neles para ensiná-la habilidades básicas de padaria. Eu queria que ela treinasse com Julietta, mas ela se recusa a ficar a sombra de sua irmã mais velha. Ela me pediu para vir para a América e seu estágio acabou. É hora dela se juntar à empresa da família. Capisce? Ah, inferno. Sim, ele entendeu. Max estava sendo transferido para serviço de babá da irmã mais nova do clã. Claro, ele a amava como um irmão, mas sua tendência a explodir em lágrimas com cenas emocionais não combinava bem com os negócios. Max estremeceu. E se 1

Universidade de Bocconi, sediada em Milão.

ele magoar os sentimentos dela e ela desmoronar? Isso era uma má ideia sob todos os aspectos. —

Hum,

Michael,

talvez

você

devesse

colocá-la

na

contabilidade. Você sempre disse que ela era capacitada para números, e eu não acho que a gestão é um bom ajuste. Eu tenho um horário louco e eu estou em negociações delicadas. Por favor, deixe-a com outra pessoa. Seu amigo balançou a cabeça. — Eventualmente, vou levá-la para CFO. Mas agora eu a quero com você. Ela precisa aprender sobre gestão e como La Dolce Maggie funciona. Você é o único em quem confio para ter certeza de que ela não terá problemas. Você é da família. As simples palavras bateram o último prego em seu caixão. Família. Michael sempre cuidou dele, e ele provou-se digno. Ele também sonhava com um lugar legal apenas para ele. O topo da cadeia alimentar, por assim dizer. Ninguém jamais questionou seu trabalho como CEO, mas ultimamente ele se perguntava se a falta do valorizado sangue Conte em suas veias prejudicaria sua posição. Contratos eram temporários, e o seu era renegociado a cada três anos. Ele ansiava por um lugar mais permanente no império que ele ajudou a construir, e a expansão de mais três padarias poderia ser a cereja do seu bolo. Se ele fizesse bem o seu trabalho, se garantiria no topo, ao lado de Michael – como um parceiro permanente em vez de um CEO empregado. Preocupar-se com uma doce menina vinda de uma escola de negócios só iria distraí-lo. A menos... Ele bateu seu dedo contra o lábio inferior. Talvez Michael precisasse ser lembrado de quão críticos seus esforços foram para a empresa. Quando lançasse alguns desafios a Carina, ele se certificaria

de destacar suas deficiências e a idade jovem, durante todo tempo a mantendo sob sua proteção. Após a expansão, Max pretendia explicar a Michael sua ideia sobre a parceria. Carina poderia ser capaz de ajudar a sua causa, especialmente se ele a orientasse e se ela dependesse de seu feedback. Sim, talvez isso fosse o melhor a fazer. — Ok, Michael, se é isso que você quer. — Ótimo. Ela vai chegar daqui à uma hora. Por que você não vem para jantar esta noite? Nós faremos uma pequena celebração de boas-vindas para achegada dela. — Maggie está cozinhando? Michael sorriu. — Claro que não. — Então, eu estou dentro. — Homem inteligente. — Michael esmagou o copo de papel, o jogou no lixo e fechou a porta atrás de si. Max olhou para o relógio. Ele tinha uma tonelada de trabalho para realizar antes de ela chegar.

Carina olhou para a elegante porta de madeira com letreiro brilhante de ouro. Ela engoliu o aperto que passou em sua garganta e bateu as palmas das mãos úmidas na saia preta. Isso era ridículo. Ela estava crescida e tinha passado por cima dos dias de sonhos com Max Gray. Afinal de contas, três anos era muito tempo.

Ela alisou para trás uma mecha de cabelo de seu elegante topete, endireitou os ombros, e bateu na a porta. — Entre. O som de sua voz rouca trouxe o passado em sua memória e arrebatou-a como um estrangulamento. Era um som rico de textura suave, insinuando sexo perverso e intenso, que apenas uma freira poderia ignorar. Talvez. Ela abriu a porta e caminhou com falsa confiança. Carina sabia que suas inseguranças não tinham importância. O mundo dos negócios somente observava o que estava aparente. O conhecimento a acalmou e ela tinha ficado muito boa em esconder suas emoções durante seu treinamento. Era simplesmente uma questão de sobrevivência. — Olá, Max. O homem atrás da imensa mesa de madeira olhou para ela com uma estranha mistura de calor e surpresa, quase como se ele não estivesse esperando a mulher que estava diante dele. Aqueles olhos azuis penetrantes e afiados percorreram a sua figura antes de seu rosto suavizar para uma educada recepção. Seu coração balançou, desmaiou e manteve-se estável. Por um momento, ela se permitiu embriagar-se na sua aparência. Seu corpo era magro e elegante, e sua impressionante altura sempre acrescentava um comportamento intimidador que era o ponto alto da maioria de seus negócios. Seu rosto refletia a imagem de um demônio e um anjo preso em um caso de amor. Maçãs do rosto fortes, um nariz elegante e uma testa curvada graciosa que tinham um toque de aristocracia. O cavanhaque sexy

acariciava sua mandíbula, acentuando a curva roliça dos lábios, pedia sexo puro. Grossos cabelos preto-carvão caíam em ondas indomáveis na testa realçando o azul vertiginoso de seus olhos. Enquanto ele se movia em direção a ela, caminhava com uma graça fácil, que geralmente um homem alto não teria, e o cheiro sedutor de sua colônia brincou com seus sentidos. A combinação ímpar de madeira, especiarias e limão a fez querer enterrar o rosto na curva do seu pescoço para senti-lo. Claro, ela não fez isso. Nem mesmo quando ele a abraçou brevemente dando lhe boas-vindas. Seus dedos mal descansaram em seus ombros largos contidos em seu terno azul-marinho feito sob medida. Ela há muito tempo enfrentou sua própria fraqueza e aprendeu lições fundamentais. Reconheça a sua debilidade. Aceite isso. Siga em frente. As regras simples de negócios eram aplicadas a todas as áreas de sua vida agora. Ela sorriu para ele. — Há quanto tempo. — Muito tempo, cara. O desconforto brilhou em seus olhos e depois desapareceu. — Eu ouvi que você se formou como primeira da sua classe. Parabéns. Ela deu um breve aceno. — Obrigada. E você? Michael disse que você está trabalhando muito na expansão da La Dolce Maggie. Sua mandíbula se apertou. — Sim. Parece que você estará me ajudando neste aspecto. Você já falou com seu irmão?

Carina franziu a testa. — Não, eu vim direto para a sede para que eu pudesse por poucas horas me colocar a trabalho primeiro. Eu imaginei que ele me levaria a uma turnê. Em que divisão ele me iniciará? Contas a pagar, orçamento, ou operações? Ele estudou seu rosto por um momento, seu olhar era de uma real carícia como se sondasse cada aspecto. Ela segurou firme e se submeteu à inspeção. Ela precisava se acostumar com a sua presença, pois esbarraria com ele no trabalho. Graças a Deus seria enterrada na contabilidade. Sua concentração básica e competência com números eram sólidas, e Max raramente precisaria verificar seu progresso. Um sorriso curvou os lábios sensuais brevemente e a distraiu. — Eu. — Desculpe-me? — Sua divisão. Você vai trabalhar comigo como minha assistente. Vou treiná-la. O horror tomou conta dela. Deu um passo para trás como se ele fosse um demônio pedindo para que ela desse sua alma por escrito. — Eu não acho que é uma boa ideia. Um riso louco escapou de seus lábios. — Quer dizer, eu não quero ficar no seu caminho. Vou falar com Michael e convencê-lo a iniciar-me em outro lugar. — Você não quer trabalhar comigo? — Ele ergueu as mãos. — Não há nada para se preocupar, Carina. Eu vou cuidar bem de você. Uma imagem dele deslizando os dedos em seu calor úmido e acariciando-a para o orgasmo brilhou ante sua visão. Deus sabia que

ele cuidaria de uma mulher. Em todos os sentidos. A cor inundou seu rosto, ela se virou rapidamente como se estivesse estudando seu escritório. Ridículo. Em cinco minutos em sua primeira reunião, ela já estava perdendo o controle. Seus saltos estalavam no piso de madeira enquanto ela andava e fingia interesse numa foto grande da praia. Este era o seu último teste e se recusava a falhar. Max era uma paixão tola de sua juventude e ela já não vivia sua vida em uma prisão emocional. Ela veio aqui por duas razões principais: provar o seu valor e exorcizar o fantasma de Maximus Gray. Fracassou até agora em ambos os aspectos. Ela limpou a garganta e olhou para ele mais uma vez. — Eu aprecio sua vontade em me treinar — disse ela agradavelmente — Mas eu me sentiria mais confortável em outros lugares. Seus lábios se curvaram. — Faça como quiser. Mas acho que o seu irmão tem uma ideia clara do que ele quer. Por que não fazemos uma breve turnê enquanto eu ligo para ele? Eu acho que ele esperava você um pouco mais tarde. — Tudo bem. — Ela ergueu o queixo em desafio. — Talvez seja o momento para lembrar a meu irmão de que ele não é mais responsável por mim. Carina fez questão de liderar a saída.

O que diabos estava acontecendo? Max andou obedientemente atrás da mulher calma e preparada na frente dele e tentou reorganizar seu juízo. Esta não era a menina que ele tinha visto da última vez na Itália, emotiva, dramática e inibida. Não, Carina Conte tinha crescido. Ele costumava se divertir com seu olhar de admiração e com seu hábito tímido de abaixar a cabeça quando algo a envergonhava. Carina foi criada para cuidar dos outros. Ela era uma pessoa muito agradável, extrassensível e uma menina adorável, e ele sempre se sentiu super protetor. Mas a mulher que ele encontrou agora parecia completamente no controle e capaz. A ideia de seu irmão mais velho de apoiá-la o chocou. Ele estranhou a pontada rápida de decepção pelas mudanças, em seguida, não deu atenção para isso. Talvez ela acabasse sendo um trunfo para a empresa. É claro, seu corpo tinha florescido também. Ou ele simplesmente nunca percebeu? Max desviou seu olhar da curva plena de seu traseiro enquanto balançava seus quadris num secular ritmo criado para deixar os homens loucos. Mais baixa que suas irmãs mais velhas, ela balançava

nos

saltos

de

dez

centímetros

que

mostravam

o

comprimento de suas pernas musculosas. Quando ele a apresentou à vários funcionários e fizeram o seu percurso em torno do térreo, percebeu que ela tinha crescido de outras maneiras também. Especialmente em seu decote.

Um calor correu e o apertou. A blusa branca delicada aberta no pescoço revelava um toque de rendas. Seus seios fartos se espremiam contra o material como se morrendo para escapar, tornando o respeitável traje de negócios dela numa roupa de stripper. Horrorizado com a súbita guinada de seus pensamentos, ele rapidamente imaginou freiras sem roupas e voltou ao controle. Carina estava fora dos limites. Ele era seu guardião e segundo protetor. Max sacudiu a cabeça e estudou seu rosto sob um ponto de vista quase acadêmico. Ela sempre foi uma menina bonita, mas geralmente usava tanta maquiagem que ele realmente não podia ver suas feições. Hoje, lábios vermelho-escarlate eram seu único acessório. A tonalidade morena de sua pele brilhava sob a luz e tentava um homem a tocá-la. Os indomáveis cachos haviam desaparecido num coque rígido que realçava as sobrancelhas grossas e as maçãs salientes do rosto. Seu nariz era todo italiano e dominava o seu rosto, mas o poder daqueles olhos escuros tempestuosos manteria uma pessoa em cativeiro sem querer sair. Ela nunca seria magérrima, e ele se perguntava por que a maioria das mulheres queria ser. As curvas exuberantes se espremiam contra as bordas retas de seu terno, tudo era tentador. Será que ela tem um amante? Merda, de onde é que esse pensamento veio? Ele esfregou os olhos e gemeu meio aliviado ao ver Michael no corredor. Seu irmão abriu os braços como na antiga tradição familiar, mas Carina não correu para seu abraço. Em vez disso, ela sorriu, caminhou lentamente pelo corredor e o abraçou de volta. A força desse vínculo brilhou em torno deles, e mais uma vez Max experimentou uma pontada de solidão. Ele sempre quis

um irmão para compartilhar sua vida. Pelo menos, Michael e suas irmãs eram sua família adotiva. Mas depois que o pai de Max foi embora, apenas um objetivo permaneceu e o manteve no caminho para a vingança: o sucesso. Portanto, não estrague tudo. Ele assentiu para a voz interior e se reorientou. Michael colocou seu braço em torno do ombro de Carina e andou. — Estou tão feliz que você finalmente está aqui, mia bella. Eu disse ao meu motorista para levá-la diretamente para a casa, no entanto. Maggie está esperando por você. Carina inclinou a cabeça para cima e sorriu. — E como está minha cunhada? — Irritada. — Você a culpa? — Ela riu. — Eu disse a seu motorista que houve uma mudança de planos. Pensei em fazer uma turnê, montar minha mesa, e seguir para sua casa. Max me deu uma visão geral do escritório. Michael bateu-lhe nas costas e se virou para Carina. — Você está em boas mãos. Por que não fica no escritório ao lado do dele? Tem estado vazio por algum tempo, e pode conseguir esvaziar as caixas hoje. Vamos realizar uma reunião de estratégia amanhã para alguns novos projetos. Um silêncio desconfortável estabeleceu-se em torno deles. Michael parecia confuso com a visão da expressão de pedra de sua irmã. — Sim, parece que precisamos expor algumas regras básicas, primeiro. Podemos nos encontrar no seu escritório?

Max assentiu. — Eu vou deixar vocês dois e encontrá-los hoje à noite. — Não, Max. Eu gostaria que você se juntasse a nós. — disse Carina. Seu olhar direto causou uma sensação estranha picando sua pele, mas ele ignorou. Ele concordou e eles se reuniram no escritório de Michael. As cadeiras eram profundas e confortáveis, feitas para longas horas de reuniões. Ele lutou contra uma risada quando a pequena estrutura dela foi engolida pelo veludo, e ela moveu lentamente seu traseiro para a borda do assento. Ela lançou-lhe um olhar aborrecido fazendo-o saber que sua diversão tinha sido percebida, e afetadamente fechou as pernas, saltos colocados firmemente no chão. Essas panturrilhas bem definidas foram feitas para prender os quadris de um homem quando ele empurrasse dentro dela. Jesus, começou o aperto. Ele era um homem velho, 34 anos. Claro, a aparência de bibliotecária quente foi um choque, mas Carina ainda era como da família e anos mais jovem. Segura. Inocente. Ela provavelmente vai morrer de vergonha se suspeitar que sua aparência balançou o mundo dele... e partes de sua anatomia. Ele rapidamente dispersou a imagem. — Michael, eu tenho algumas preocupações sobre o meu lugar aqui. Talvez você possa me deixar saber como você vê o meu papel, e nós podemos fazer os ajustes necessários. Seu irmão recuou. Parece que ele não tinha sido o único surpreendido pela racional Carina Conte. — Você não deve se preocupar com isso, cara. Ao final, você vai tomar a posição de CFO,

mas por enquanto você vai ajudar Max em todos os aspectos e funcionamento da La Dolce Maggie. Eu preciso que você aprenda todos os níveis da primeira operação. Claro, você vai viver com Maggie e eu. Eu montei uma suíte privada, e você pode decorá-la da maneira que você desejar. Quando tiver preocupações, venha a mim e vamos resolvê-las. — Michael praticamente sorriu com orgulho de sua oferta generosa. De alguma forma, Max suspeitava de uma enxurrada de problemas. Apuros. Ele esperava uma explosão do temperamento feminino. Carina assentiu. — Eu entendo. Bem, isso é muito generoso de sua parte e agradeço a oferta. Infelizmente, não vim para Nova York para morar na casa do meu irmão e ser a sombra de seu CEO. Eu tenho meus próprios planos. Estou me mudando para o apartamento antigo de Alexa este fim de semana. Quanto à La Dolce Maggie, eu acho que vou ser mais útil à empresa na contabilidade e nas operações já que essa será a minha posição permanente. Max não necessita de alguém o distraindo de seu papel aqui. Max rapidamente estalou sua boca fechada e orou, ninguém notou. Onde estavam os fogos de artifícios e o drama familiar? Carina era uma mulher apaixonada, emotiva e jovem que nunca segurou sua língua e seguiu cada sentimento que já tivera. Era por isso que se metia em tantos problemas. Lembrou-se da vez que ela saltou do carro para seguir um cão vadio na floresta e se perdeu. Dio, foi um fiasco. Eles pensaram que ela tinha sido sequestrada, mas a encontraram horas mais tarde com uma bola de pêlo sujo em seus braços num improvisado refúgio que tinha construído a partir de galhos e folhas. Sem nenhuma lágrima, ela anunciou sua ousadia ao ser encontrada e

saiu com o cachorro, enquanto seu irmão gritou e Max quase desmaiou de alívio. Michael olhou para ela. — Absolutamente não. Você é minha irmã e vai ficar com a gente. Nova York é um lugar assustador. Quanto à empresa, eu não preciso de outra pessoa no departamento de contabilidade no momento. Você vai aprender mais com Max. — Não. — Ela sorriu agradavelmente, mas sua palavra atravessou a sala como um balão estourando. — O quê? — Você não está me ouvindo, Michael. Se não podemos nos comunicar de uma forma adulta, isso não vai ser resolvido. Eu já recebi duas ofertas de emprego de empresas em Manhattan, e eu não lhes dei a minha decisão final. Eu quero provar o meu valor aqui, mas se você continuar a me tratar como a irmã mais nova, eu não vou ser capaz de fazer meu trabalho corretamente. Isso não seria justo para ninguém. Agora, se você tiver uma razão válida exceto a de Max querer manter um olho em mim e me deixar fora de problemas, eu gostaria de ouvi-lo. Se não, eu vou seguir feliz sem mágoas. Capisce? Max se preparava para o temperamento italiano de seu amigo e chefe. Havia uma coisa que Michael perseguia com o vigor da guerra medieval – a proteção de sua irmã caçula. Sua palavra significava lei na família Conte, passada por gerações de tradições antigas. A ideia de Carina de repente desafiando suas decisões no momento em que desembarcou em seu território atraiu a brutalidade dele. E, em seguida, o mundo se inclinou sobre o seu eixo.

Michael deu um breve aceno. Uma dica de um sorriso tocou seus lábios. — Muito bem, cara. Eu quero que você fique na minha casa porque Maggie vai aproveitar a sua companhia. Podemos guiá-la até que você se sinta mais confortável nos arredores. Quanto à empresa, eu sei que suas habilidades se superam com números, mas eu preciso de você tendo treinamento em todos os aspectos dos negócios, principalmente o de gestão. Max é o único em que confio adequadamente para aprimorar suas habilidades. Hein? Max procurou as câmeras, mas não encontrou nenhuma. Carina parecia satisfeita. — Muito bem, eu concordo que Max vai ser a melhor pessoa. Eu senti falta de Maggie também, então eu vou ficar durante uma semana. Mas eu realmente preciso me mudar – viver com o meu irmão mais velho não é o que eu esperava quando cheguei aqui. É hora de eu ter o meu próprio lugar, e o apartamento de Alexa parece perfeito. De acordo? Ele não parecia feliz em perder a última metade do acordo, e Max esperou por mais negociações. — Concordo. Os irmãos sorriram um para o outro. Quem eram essas pessoas? — Agora, deixe-me ir ao banheiro, então você me leva para casa? Eu estou exausta e preciso me trocar. — É claro. Nós faremos um pequeno jantar para comemorar sua chegada, mas você terá a chance de uma soneca. — Maravilhoso. — Ela graciosamente se levantou da cadeira e parou em frente a ele. — Obrigado pela turnê, Max. Eu vou te ver hoje à noite.

Ele assentiu ainda mudo pela reunião civilizada que tinha acabado de presenciar. Ela saiu da sala e ele olhou para seu chefe. — Que diabos foi isso? Por que não está estabelecendo as regras como você sempre faz? E o que aconteceu com ela? Ela não chorou ou ficou chateada uma vez desde que ela chegou. Michael acenou com a mão no ar e encolheu os ombros em seu paletó. — Maggie me convenceu de que ela precisa ser respeitada como indivíduo, a fim de tomar suas próprias decisões. Eu odeio isso? Sim. Mas ela cresceu agora, e precisa encontrar seu próprio caminho. — Seus olhos escureceram. — Eu sou seu irmão, e não seu pai. Mas eu aprecio que você mantenha um olho nela, mio amico. Eu confio em você para mantê-la segura e ajudá-la a aprender o que ela necessita a fim de administrar esta empresa. Um desconforto deslizou por sua espinha. — Administrar a empresa? Michael riu. — É claro. Ela é uma Conte e um dia vai tomar as rédeas completas da La Dolce Maggie. É por isso que a estamos treinando. Max olhou para o amigo e a frieza penetrou em seu peito. Será que ele verdadeiramente se reconhecia como família e era bom o suficiente para possuir uma parte dos negócios? Ele estava sendo egoísta ou ingrato? Eles construíram La Dolce Maggie juntos, mas em suas entranhas, Max sabia que ele era substituível. Carina poderia ser nomeada CFO, mas possuiria também uma parte da empresa. Ele nunca exigiu a permanência de Michael, com medo que sua amizade atrapalhasse uma decisão que deveria ser estritamente profissional. Por que sempre sentia a necessidade de lutar mais para realmente

fazer parte da família? Claro, seu pai idiota foi embora, mas a luta constante de merecimento o estava deixando cansado. — Vou vê-lo esta noite às sete. Obrigado, Max. A porta se fechou atrás dele. Max foi deixado na sala com o silêncio. Com memórias. E com uma sensação de mal-estar no estômago que parecia nunca ir embora.

Capítulo Dois Carina sentou-se de pernas cruzadas na cama e riu de como sua cunhada gingava e cuidadosamente deslizava na cadeira. Seus inchados pés descalços cutucavam o chão e o comprimento de sua saia e sua barriga enorme levantava-se e dominava seu corpo. Os cabelos cor de canela deslizavam em seus olhos e Maggie esticou lábio inferior e os soprou. Imediatamente os fios se separaram para revelar um par de olhos verdes deslumbrantes, agora cheios de irritação e desconforto geral. — Seu irmão é um merda. — anunciou ela. — O que ele fez agora? — Carina perguntou, tentando parecer séria ante a condição atual de sua cunhada normalmente elegante e serena. — Escolha da lista. Ele dorme e tem a ousadia de roncar enquanto eu repouso como uma baleia encalhada na cama. Ele desempenha um papel ridículo por continuamente me perguntar se eu preciso de alguma coisa. E hoje ele me informou que eu não estava autorizada a ir para minha próxima sessão de fotos, algo sobre ser muito perigoso para eu viajar. Carina engoliu um bufo de riso. Maggie estava na expectativa de mais oito semanas e ainda se recusava a acreditar que ela não podia seguir seu cronograma normal. — Bem, você sabe como Michael é

superprotetor. — ela disse. — E, humm, eu não sei como você pode até mesmo ser capaz de se ajoelhar para conseguir uma foto, Mags. Maggie franziu o cenho. — Eu sei. Por que você não me disse que havia gêmeos em sua família? — Teria feito diferença? — Talvez. Oh, Deus, eu não sei. Provavelmente não. Os homens são maus. Carina foi salva de responder a essa observação, pois a porta se abriu. Um rosto cercado por cachos negros apareceu. — Oh, eu estava esperando que você estivesse aqui. Carina! Carina gritou de alegria e elas se abraçaram e se beijaram. Alexa, melhor amiga de Maggie, era casada com o irmão de Maggie, e lembrava a Carina uma irmã mais velha. Cheia de entusiasmo e alegria, ela fazia parte do núcleo familiar, o que a fez se sentir como se pertencesse à família. Quando Carina a soltou, algo saltou em suas mãos, e ela recuou. — Oh, meu Deus. O bebê se mexeu! Alexa colocou as mãos sobre sua barriga inchada e sorriu. — Eu vou matricular esse aqui no karatê. — Com um correspondente gingado, ela jogou um beijo para Maggie e sentou-se na segunda cadeira. — Graças a Deus você está aqui. Preciso de algum tempo de menina séria. Meu marido está me irritando. Maggie riu. — Parece ser um consenso. O que é que meu querido irmão está fazendo agora?

— Ele me disse que eu não estou autorizada a ir mais para a livraria. Como se eu fosse deixar os meus negócios de lado porque eu estou grávida. Ele continua a me lembrar que não precisamos do dinheiro. — Alexa bufou. — Você sabe quantos animais podemos salvar com esse tipo de dinheiro? E, ele é todo cavaleiro sobre isso, dizendo que eu deveria ficar em casa e relaxar. Relaxar com uma criança de três anos de idade? Sim, claro, deixe-me colocar os pés para cima e comer bombons durante todo o dia. Não vai acontecer. Pelo menos a Book Crazy é calma e eu posso conversar com os adultos. Maggie estremeceu. — A última vez que a visitei, Lily me trancou em seu quarto e me fez brincar de festa do chá por horas. Eu estava bem na primeira hora, mas vamos lá. Quanto tempo você pode fingir beber chá e fingir comer cookies? Carina riu. — Vocês estão me matando. O que aconteceu com o felizes-para-sempre?

O

romance

depois

do

casamento?

O

relacionamento perfeito? As duas amigas trocaram um olhar. — Supere isso. — Maggie aconselhou. — A vida real é uma cagada. Alexa assentiu. — Você precisa de um homem que suporte as coisas boas e a merda. Porque há muito da merda. Carina as estudou, grávidas e com hormônios femininos e putos desconfortáveis. — Hum, Isso vale a pena? Maggie suspirou. — Sim. — ela admitiu a contragosto. — Vale à pena.

Alexa sorriu. — Definitivamente, vale a pena. Agora vamos falar sobre você. Alguma coisa boa para compartilhar? Você decidiu levar em conta minha oferta e se mudar para meu antigo apartamento? Uma excitação estremeceu de cima abaixo na espinha de Carina. — Sim. Parece perfeito. Vou me mudar em cerca de duas semanas. Mantenha Maggie matando meu irmão por um tempo. — Obrigada, irmã. Carina sorriu. — De nada. Parei no escritório da La Dolce Maggie e fiz uma turnê pela empresa. Max vai me mostrar o trabalho. — Max é um homem doce. Tão charmoso e útil. — disse Alexa. Maggie lançou-lhe um olhar preocupado. — É uma boa idéia, Carina? Você achaque você pode trabalhar em estreita colaboração com o Max? Na mosca. Carina se lembrou que há três anos, quando Maggie a confrontou sobre sua enorme paixão por Max. Oito anos mais velho, ele estava fora do seu caminho, Max a deixava noites sem dormir e descobrir a adequada forma de finalmente levá-lo a notá-la a deixou com ataques de choro. Maggie a ensinou a viver a sua própria vida, em suas próprias condições, primeiro. Mas o amor era teimoso. Não, ele havia lhe dado uma noite inesquecível para perceber que Max nunca iria vê-la como algo mais do que a irmã de seu amigo. A memória de sua humilhação cintilou perante ela, mas Carina necessitava do choque para encontrar sua própria vida.

Ela respirou fundo e olhou para sua cunhada. — Sim — ela disse com firmeza. — Eu estou bem trabalhando com Máx. Maggie estudou seu rosto, em seguida, assentiu. — Entendi. Bem, a maioria do pessoal provavelmente está nos esperando. — Ela se apoiou contra os braços da cadeira e balançou-se para frente. — Venha ficar conosco quando estiver pronta. — Ok, eu vou descer daqui a pouco. Carina deitou sobre os travesseiros estufados e olhou para o teto. Toda sua vida girava em torno da luta por seu lugar dentro da família, no meio de suas irmãs lindas e do seu irmão talentoso. Parecia que todos tinham um lugar especial, exceto ela. Uma antecipação crua fluiu através de seu sangue com o pensamento de uma vida nova. Outro país. Um novo emprego. Um lugar para viver por conta própria. As possibilidades eram infinitas, e se estendiam diante dela como um presente, e ela estava cansada de perder esses minutos por um homem que nunca a amaria. Casar-se e constituir uma família com um homem já não era o seu objetivo. Um caso ardente, sem regras, definitivamente era. Sua pele formigava. Finalmente, ela tinha se libertado das restrições e se destinado a explorar toda sua sexualidade. Ela iria encontrar um homem digno dela que mergulhasse de cabeça em uma relação física sem nenhuma esperança de compromisso em longo prazo. Menina má. Sim. Com o tempo.

O pensamento a alegrava. Ela rolou da cama, pegou o vestido vermelho do cabide, e foi se trocar.

Max estava se divertindo. Ele frequentemente jantava com Michael e Maggie, e muitas vezes eles eram acompanhados por Alexa e Nick. Horas confortáveis com risos, vinho e relaxamento lembravamno das noites intermináveis que passou com a família Conte, em Bérgamo. A Mama Conte e sua mãe tinham crescido juntas e eram amigas desde meninas, por isso, quando seu pai foi embora, Mama Conte adotou sua mãe e ele em sua própria família. Ele sempre se sentiu como um primo, em vez de um bom amigo. Uma coceira subiu sua espinha. Estranhamente, ele tinha mais dinheiro do que Michael, mas nunca quis um centavo disso, a não ser o que tinha ganhado com seu próprio sangue e suor. Como uma transação comercial, seu pai suíço rico mergulhou e seduziu uma menina italiana local. Eles se casaram rapidamente e quando o bebê chegou, ele depositou um cheque belo e gordo em sua conta bancária. Em seguida, se foi para sempre. Max nunca conheceu seu pai, mas seu dinheiro rendeu juros ao longo dos anos. Sem parentes agregados, sua mãe precisava de fundos para sobreviver, mas Max não concordava com isso, e não poderia esperar para seguir o seu próprio caminho. Ele não queria nada de um homem que pôs os olhos no seu filho recémnascido e foi embora sem olhar para trás. Um homem que humilhou sua mãe numa cidade católica antiquada e os obrigou a mostrar a mácula do abandono e divórcio.

Não, Max não se importou. Ele apenas jurou nunca trazer vergonha para sua mãe ou fugir da responsabilidade. Os pecados do pai não seriam transmitidos para o filho. Ele tinha certeza disso. Max se refrescou com seu copo de Chianti, pegou um pedaço de bruschetta, e se virou. Santo inferno. Ela desceu a escada trabalhada com graça, indiferente, um sorriso fácil, e um corpo assassino envolto em vermelho ardente. Ele nunca tinha visto ela de vermelho antes, muito menos num vestido. Ele só a tinha visto em roupas largas e camisas, suas curvas naturais sempre se escondiam da vista. Não mais. O decote enfatizou a exuberância de seus seios e a curva de seus quadris. Seus cabelos encaracolados caíam ao redor de seus ombros e pelas costas, implorando que dedos de um homem se embrenhassem

profundamente

e

desaparecessem.

Seus

lábios

estavam pintados num vermelho escarlate, realçando afundo o escuro de seus olhos. Ela parou na frente dele, e as palavras de saudação desapareceram em sua garganta. Ele estava tão acostumado a ela demonstrar um assumido desejo. Ele percebeu que ela tinha uma pequena queda por ele anos atrás. Ele sempre achou isso fofo e bastante lisonjeiro. Agora, ele teve uma péssima sensação, pois ela tinha seus próprios poderes mágicos. Max tinha levado a ela palavras lisonjeiras, protecionismo e um olhar de admiração pela admissão. Agora, ela o tratava do mesmo jeito que aos outros. A sensação de decepção arrebatou em seu peito, mas ele firmemente livrou-se disso.

— Hey. — ele disse. No meio do caminho envergonhou-se da expressão capenga, lembrou-se que ela era como uma irmã e que sua última namorada tinha sido da realeza. — Posso arranjar-lhe um pouco de vinho? — Absolutamente. Chianti? — Ela apontou para o copo, e um cacho passou sobre sua testa e em seu olho. O aroma limpo de pepino subiu para suas narinas, de alguma forma, mais intoxicante do que perfumes falsificados. — Uh, sim. — Perfeito. Ele se ocupou com a obtenção de seu copo e o estendeu a ela. — Obrigada. Seus dedos roçaram nele quando ela pegou o copo, e ele jurou que quase estremeceu de volta. O tremor pequeno era sutil, mas ainda presente. Exatamente o que ele não precisava. Ele balançou a cabeça forte e se reorientou. — Deixe-me saber se você tem alguma dúvida sobre a área. Eu ficaria feliz em lhe mostrar. Ela tomou um gole de vinho e fechou os olhos de prazer. — Hmm, há uma coisa que eu preciso, acima de qualquer outra coisa. — O quê? — Academia. Você pode recomendar uma? — Michael instalou uma completa na empresa. Eu vou te mostrar amanhã. Eu costumo me exercitar de manhã, se você quiser

se juntar a mim. — Seu olhar percorreu o corpo dele como se avaliasse a sua estrutura de músculos. Ele sorriu. — Quer que eu flexione? A Carina velha teria corado. Esta franziu os lábios e ponderou. — Talvez. — Pestinha. — Ele levantou uma sobrancelha. — Você sempre odiou malhar. — Ainda odeio. Mas eu gosto de comer, e eu tenho um problema de peso. Exercício equilibra. Max franziu o cenho. — Você não tem um problema de peso. Ela suspirou. — Confie em mim, quando a maioria das roupas são feitas para mulheres altas, pernas longas, sem quadris, você tem um problema de peso. Uma irritação coçou suas terminações nervosas.

— Isso é

estúpido. Você tem bunda e seios reais. Esse é o tipo de peso que um homem procura. Ele quase engasgou quando as palavras saíram de sua boca. Conversas com Carina nunca incluíam partes do corpo, e um calor tingiu realmente suas bochechas. O que diabos ele estava fazendo? Mas ela não parecia envergonhada. Na verdade, ela riu alto e brindou sua taça com a dele. — Bem disse, Max. Mas eu ainda posso aceitar a oferta. Como está Rocky? Um leve sorriso se curvou em seus lábios. — Ótimo. Ele está completamente curado e se transformou em um cachorrinho. É constrangedor. Eu nunca conheci um pit bull desinteressado de qualquer estranho a menos que esfregue sua barriga.

Seus olhos amendoados suavizaram. Sua família a considera Carina — a que fala com animais — por sua capacidade de se comunicar com qualquer animal. Depois que ele resgatou Rocky da rinha, a primeira chamada que ele fez foi para Carina. Ela disse a ele exatamente como lidar e tratar o pit bull abusado, e haviam trabalhado a longa distância como uma equipe para curar sua alma maltratada. — Eu mal posso esperar para finalmente conhecê-lo pessoalmente. — disse ela. — Fotos não são a mesma coisa. A imagem de Carina em sua casa e com o seu cão bateu nele. Era estranho o quanto ele esperava para vê-la em seu próprio território. Ele normalmente odiava trazer mulheres para a sua casa e tentava evitar a armadilha, indo para a delas. Carina tomou um gole de vinho e o surpreendeu com uma pergunta atrevida. — Como está sua vida amorosa? Quem é o sabor do mês? Ele trocou os pés. — Ninguém especial. — Você não fez 30 anos há um tempo atrás? — O que tem isso? — Perguntou. Ele odiava a defesa em seu tom. — Eu tenho apenas 34 anos. Ela encolheu os ombros. — Só perguntei se você tinha interesse em se estabelecer, ter uma família. Como eles. Os dois casais estavam juntos, absortos da conversa. A mão de Nick repousava ao lado da barriga de Alexa, e Michael inclinava a cabeça para sussurrar algo no ouvido de sua esposa. O ar de intimidade e alegria brilhava ao redor do sólido grupo e deixou Max com um buraco em seu intestino. Claro, ele queria isso. Quem não queria? Mas nenhuma mulher tinha feito com que ele quisesse desistir

de sua liberdade para se comprometer com ela para sempre. Ele jurava que ficaria solteiro para sempre, a menos tinha absolutamente cem por cento de certeza. Ele nunca andaria longe de sua esposa e família como seu pai. Ele nunca abandonaria alguém que precisasse dele. Portanto, ele não se deu ao luxo de cometer quaisquer erros dentro de seus relacionamentos. No momento que uma mulher quisesse ficar em sua cama por muito tempo, ou o convidasse para as funções

da

família,

ele

daria

um

longo

e

difícil

olhar

ao

relacionamento. Se não houvesse sentimento suficiente, ele seguiria em frente. Infelizmente, ele estava passando por anos sem uma relação permanente. — Um dia. — disse ele. — Quando eu encontrar a pessoa certa. — Sua mãe está ficando nervosa. — brincou ela. — Eu acho que ela está começando a fazer rosários extras com o padre Richard, rezando para que você não seja gay. Ele engasgou com o gole de vinho. Quem era esta mulher? Sua expressão maliciosa o fez querer desafiá-la. — Ah, é assim? E você, acha que eu sou gay? Seus músculos se apertaram quando ela tomou cada centímetro de seu corpo sob seu quente olhar. — Hmm, eu sempre me fiz essa pergunta. Você se veste muito bem. Você usa roupas de grife. E você é um bocado bonito demais para o meu gosto. Uma respiração exasperada saiu de seus pulmões. — O quê? — Sem ofensa. Eu prefiro o tipo bad-boy. Casual, cabelos longos, talvez uma motocicleta.

— Seu irmão iria matá-la, e eu aposto que você nunca montou em qualquer maldita moto. — A raiva o espetou, era ainda mais ridículo, porque sabia que ela estava brincando com ele. — E você sabe que eu não sou gay. — Tudo bem. — Ela levantou os ombros, como se ele agora a entediasse. — Pense o que quiser. Sua resposta evasiva o irritou. Se ela estivesse em uma moto com um cara tirando proveito? E por que ele se importa? Ela era uma mulher adulta, pelo amor de Deus, não era mais de sua preocupação. Ela podia namorar quem ela quisesse. A imagem dela segurando um cara em volta da cintura bateu-lhe com força total. Coxas apertando em torno do zumbido do motor. Cabelos escuros voando ao vento. O mergulho e a velocidade enquanto ela se prendia numa rigorosa promessa de um passeio muito diferente depois. Talvez fosse a hora de Carina Conte perceber que ele não era um homem que levava bem as provocações. Ele abaixou a cabeça. Seus olhos se arregalaram de surpresa quando ele mergulhou sua boca perto da dela, perto o suficiente para ver o brilho lindo de sua pele cor de pêssego, o vermelho escarlate de seus lábios e o suspiro minúsculo de respiração que ela emitia em tumulto caloroso. — Quer que eu prove que não sou gay? Ela parou por um momento, em seguida, se recuperou. — Eu nunca soube que minha opinião realmente importava. As palavras bateram com precisão deliberada. Seu intelecto aguçado escondido sob um verniz de doçura sempre o fascinou. Raramente ela tinha a coragem para lutar, e ele se viu gostando dessa nova mulher diante dele. — Talvez as coisas tenham mudado.

— Talvez eu não me importe. Um sorriso tocou seus lábios. — Talvez seja hora de eu dar a minha mãe uma mensagem. Um tipo de prova. A pulsação batia loucamente na base de seu pescoço. Ainda assim, seu tom de voz era frio e sob controle quando ela falou. — Talvez eu não goste de ser usada. — Ela deu um passo para trás e se despediu. — Talvez eu tenha mudado, Maximus Gray. Eu não sou mais o seu doce filhote de cachorro mendigando por um osso. Supere isso. Ela saiu com a cabeça erguida e se juntou a seu irmão. Max viu e perguntou que inferno ele tinha começado. Era louco? Qualquer tipo de desafio sensual estava fora dos limites, mas ela o atiçou. As implicações da conversa deles feriram profundamente. Ele a tinha tratado assim? A culpa o aliviou com o pensamento de ser condescendente com alguém que amava. E ele a amava. Como uma irmã. Max sacudiu a cabeça e foi pegar um pouco de ar. Ele precisava recuperar o controle. Sem mais lutas. Sem mais brincadeiras. Eles precisavam cultivar uma relação de negócios, enquanto ele ensinaria a ela as regras do jogo esperava que ela não o ultrapassasse nas habilidades necessárias para assumir o trabalho dele. A situação era bastante pegajosa sem outra complicação, especialmente uma atração sexual. Ele respirou o ar fresco e limpo e se acalmou. Este foi apenas um revés temporário causado por curiosidade. Não seria repetido.

Capítulo Três Estúpida. Ela tinha sido tão estúpida. Carina o observou sob os cílios enquanto ele ditava ordens por telefone para um de seus fornecedores. Ontem à noite tinha sido um grande erro. Desafiá-lo em qualquer nível sexual estava fora dos limites, mas ela não tinha sido capaz de se controlar. Pela primeira vez, ela o encontrou em pé de igualdade e a sensação inebriante foi demais para conter. Até que ele se inclinou para frente, sua boca a centímetros da dela. O inchado sexy de seu lábio inferior, a barba áspera abraçando o queixo e a mandíbula, a droga quente daqueles olhos azuis. Mesmo vestido de calça jeans, uma camisa branca de botões e casual jaqueta esporte na cor carvão, ele a lembrava James Bond em férias. Não qualquer Bond. Não, ele era todo o Pierce Brosnan, com sua suave boa aparência, cabelos negro-libertinos e corpo musculoso. Ela podia apostar que ele pularia de prédios e mataria os bandidos sem suar a camisa. Seu ligeiro sotaque enrolando cada sílaba era apenas uma sugestão para provocar uma reação quase hipnotizante em qualquer mulher no quarto. Ela quase desmaiou como uma heroína vitoriana. Em vez disso, lutou contra a neblina sensual com um instinto de sobrevivência e conseguiu sair por cima. Pena que a vitória foi de curta duração. A dor entre as coxas e a opressão de seus mamilos lhe dizia que ela nunca esqueceria totalmente Max. Seu corpo cantou e chorou em sua

presença. Mas ela tinha anos de prática, e era algo com que tinha que conviver. A conversa estranha manteve muitos níveis ocultos que ela não queria enfrentar. Pelo menos os dois se focaram nos negócios esta manhã. Eles tinham sido educados, calmos, e prontos para trabalhar, exatamente o que ela precisava. Ele desligou o telefone e distendeu mais de seis metros de músculos enrolados. — Caminhe comigo. Temos uma reunião com o setor de vendas. Ela pegou sua maleta e correu atrás dele, usando dois passos para cada um dos dele. A sede da La Dolce Maggie estava agora separada de La Dolce Famiglia, que sua irmã Julieta administrava na Itália. Quando Michael decidiu expandir os negócios da padaria em toda Nova York, ele tinha assumido um ambicioso plano para divulgar uma nova loja a cada trimestre. Cada local foi escolhido com base em um conjunto de estatísticas, e Carina concordou com as suas decisões depois de ler os relatórios. É claro, lidar com vários chefs, fornecedores e empreiteiros foi esmagador, e Max parecia estar envolvido em todos os níveis. Três homens estavam sentados ao redor da mesa reluzente de madeira polida. Vestidos com terno e gravata, exalavam uma impressão de nitidez e elegância. Levantaram quando eles entraram e deram boas-vindas. — Carina, este é Edward, Tom e Davi. Eles são os nossos melhores gerentes regionais e estamos reunidos para ver como aumentar as vendas em cada região. Carina é a minha nova assistente

de treinamento. — Eles a cumprimentaram calorosamente e todos se sentaram.

Max

imediatamente

mergulhou

em

uma

discussão

detalhada com relação às cotas, divulgação, e uma variedade de outros métodos que tinha aprendido na faculdade. Ela escreveu furiosamente em seu bloco de notas e tomou notadas respostas deles às sugestões de Max. Edward falou. — O principal problema que estamos enfrentando é nos separar da concorrência normal. Panera2 ainda é enorme. Other Mother3 e lojas populares na área com foco no pão. Naturalmente, nós temos os supermercados para os bolos. — Localização é fundamental. — Max disse. — New Paltz pode ser uma comunidade universitária, mas há uma mistura eclética do novo e do velho mundo. Estamos comprando publicidade em todos os jornais

locais

e

revistas.

Nós

usamos

locais

contratantes

e

fornecedores da comunidade, por isso temos que encontrar novas formas de manter a forte ligação. Nós não estamos procurando competir com as lojas de café ou supermercados. Queremos lugares de negócios, casamentos, festas grandes. Nós oferecemos todos os ingredientes frescos, variedade, criatividade. Uma padaria artística encantará. Esse é o nosso foco. Carina limpou a garganta. — Desculpe-me, Max. Você tem focado em eventos próximos da primavera? Feiras, degustações, mercados ao ar livre? — Há uma variedade de locais que podem reservar stands, mas não sei se valeria a pena — Tom disse. 2

Rede de Padarias

3

Outra rede de padarias, de menor porte.

— Vale à pena. — Max disse. — Faça isso. Muito bom, Carina. Ela tentou não sorrir com o elogio. — The Farmers Craft Festival acontecerá em duas semanas a partir de sábado. É um pouco tarde, mas se tivermos um pouco de degustação de amostras e publicidade, poderíamos ser capazes de abraçar isso. — Tom disse. — Faça-o. Encontre alguém para o stand. Lembre-se de manter o menu em segredo, entretanto. Queremos fazer surpresa do que estaremos oferecendo para que ninguém tente imitar. A pesquisa mostra mais vendas e o boca a boca é alcançado quando revelamos no último momento. — Feito. Eles falaram um pouco mais e Max puxou a cadeira para trás. — Tom e Dave, posso falar com vocês um momento? Carina recolheu seu material e Edward parou ao lado dela. — Ótima sugestão. Prazer em conhecê-la. Ela sorriu e estendeu a mão. — Obrigada. Carina Conte. — Irmã de Michael? — Sim. Ele parecia impressionado. — Bom. Você tem um belo sotaque. Da Itália? — Bérgamo. — Eu fui lá há anos. É uma cidade linda. — Seu olhar estava cheio de gratidão e um formigamento quente corria por sua espinha.

Usava o cabelo mais longo do que a maioria, quase como seu irmão e seus olhos castanhos sustentavam um sinal de ouro, dando-lhe um olhar misterioso. Ele era apenas alguns centímetros mais alto do que ela, mas seu corpo era sólido sob um apertado terno preto. — Deixe-me saber se você precisar de alguém para lhe mostrar a cidade. Eu ficaria honrado. — Obrigada, eu só posso aceitar a oferta. Ele sorriu para ela. — Bom. — Edward. — O nome dele cortou o ar bruscamente. — Eu preciso de você aqui. — Claro, chefe. — Ele deu uma piscadela e saiu. Carina conteve um sorriso de satisfação. Nada mau. Seu primeiro longo dia no trabalho e ela tinha um possível encontro. Não a nada como um pouco de apreço masculino para ajudar uma mulher focar sua nova vida. Ela colocou seus papéis perfeitamente em sua pasta e se dirigiu para a porta. Max ficou na frente dela, de braços cruzados, bloqueando a saída. A irritação pulsava dele em ondas. — Qual é o problema? — Não se envolva com os funcionários, Carina. Nós não gostamos de misturar negócios com prazer. Sua boca se abriu. — Desculpe-me? Eu tive uma conversa agradável. Ele se ofereceu para me mostrar a cidade. Desencana. Um músculo trabalhou em sua mandíbula. Seu olhar de desaprovação explodiu. Será que ele recuperou seu instinto de protegê-

la como um bebê? — Edward é bem conhecido por seu jeito mulherengo. — ele disse suavemente. Humor e horror se misturavam. Ela se ajustou com sarcasmo e jogou suas mãos para fora. — Oh, graças a Deus você me disse! Namorar um homem que gosta de mulheres, de vinho e jantar é um destino terrível. Pelo menos sei que se eu sair com ele será apenas para um caso curto. Ele se encolheu. — Eu estou tentando dizer que ele não é seu tipo. Carina o olhou fixamente. — Você não sabe qual é o meu tipo, Max. — ela falou com lentidão. — E você nunca saberá. Mas obrigada pela dica. — Ela passou por ele. — Eu estou fazendo uma pausa rápida para o almoço. Ele agarrou seu braço. Um calor queimou por seu casaco e explodiu sua calma. O amaldiçoava por pressioná-la assim. Ela estava farta de ser mimada por todos os homens de sua vida. Talvez fosse hora de provar a sua própria independência da forma mais básica possível. Seu tom de voz ficou gelado. — Há algo mais? — Os homens daqui são diferentes. — Ele franziu a testa como se estivesse prestes a falar-lhe sobre sexo. — Eles podem querer certas coisas que os homens com quem você namorou antes não quiseram. Oh, rapaz, isso pode ser divertido. Ela franziu o rosto como se estivesse confusa. — Você quer dizer sexo? Sua mão a apertou. — Sim, sexo. Eu não quero ver você se colocar em uma posição desconfortável.

— Eu entendo. Estou feliz que você apontou isso. Então, se nós sairmos para jantar, eles podem querer se divertir? Um vermelho vivo manchou as bochechas dele e ela sufocou um assovio. — É isso mesmo. Os homens americanos podem estar acostumados a dormir com as mulheres imediatamente, e podem não entender a sua inexperiência. Carina queimava com a humilhação, mas pela recompensa valeria a pena esta conversa. — Então eu não deveria ir para o jantar? — Não com Edward. Talvez você possa encontrar alguns homens agradáveis na igreja no domingo? Eles podem ter uns grupos de solteiros. — Ah, isso não será necessário, mas obrigada. Agora que você já esclareceu as coisas, eu sei exatamente o que fazer. Sua possessividade sumiu e ele deu um passo para trás. Um alívio cobriu seu rosto. — Ótimo. Eu não quero vê-la machucada ou enganada. — Isso não vai acontecer. Entenda, além de aprender sobre a empresa da família, eu vim para a América por uma razão. — Ela lhe deu um sorriso deslumbrante. — Eu vim para ter um caso. Em minhas próprias condições. Eu não estou procurando casar ou me estabelecer e, em Bérgamo, se você dormir com alguém, você tem que se casar. Você sabe como isso é restritivo. Essa não é uma das razões pelas quais você deixou de trabalhar com Michael? — Umm. — Certo. Eu vou ter meu próprio apartamento, meu estilo de vida, e eu poderei finalmente me enroscar em algo quente, sexo

fumegante, sem compromisso. Nada mais, nada menos. — Ela bateu em seu braço. — Eu vou aceitar a oferta de Eddie de me mostrar a cidade. Ele é bem o meu tipo. Carina o deixou em pé na porta com a boca aberta e não olhou para trás. Ela cumprimentou os funcionários ao longo do percurso, enquanto caminhava para o refeitório e apanhou seu pão de centeio com peito de peru. Era tão errado querer ter suas próprias experiências íntimas sem alguém olhando por cima do ombro? Ela teve encontros na universidade, mas sua mãe e Julietta a mantiveram sob um olhar atento. Quando ela entrava em grandes bebedeiras, sempre se deparava com um amigo de um amigo que conhecia sua família. A reputação de La Dolce Famiglia e de seu irmão mais velho era de longo alcance e a sufocava por todo o caminho de ida e volta até Milão. No fundo, ela era uma menina má presa no corpo de uma boa menina. Ela tirou um pouco de água do refrigerador, desembrulhou seu sanduíche e sentou no canto de trás do refeitório. Como é que Max sabia seu tipo? Ele provavelmente pensava que ela era uma tremenda virgem sem experiência, que desmaiava com o pensamento da ereção de um homem. Hah. Ele não sabe de nada. Claro, ela ainda era virgem, mas ela tinha tido experiências. Profundas experiências. A única razão pela qual

se

mantinha

distante

de

consumar

totalmente

um

relacionamento é que não tinha encontrado o homem certo para fazêla querer ficar nua pra valer. A maioria deles era tão educado e gentil que ela tinha medo de cochilar com a coisa toda. E certamente não jogaria fora sua virgindade em um encontro bêbado ou numa

aventura. Ela queria um comprometido, adulto e sexual caso. Nas suas próprias condições. Suas fantasias giravam em torno de um homem um pouco rude para comandar seu corpo em muitas maneiras deliciosas. Ela podia ser tecnicamente inocente, mas ela ansiava por um amante para pressioná-la em todas as direções. Física. Emocional. Agora que ela estava na América, tinha a intenção de encontrá-lo. E talvez Edward se encaixasse. Seus dedos tremiam com o pensamento da sugestão de Max para encontrar um homem na igreja. Dio, ele era louco. Ele certamente não encontrava suas namoradas lá. Ele não se envolvia em encontros castos também. Além de ser regular na revista Page Six, todos os tablóides amavam o bilionário solteiro; muitas fotografias mostravam claramente suas conquistas de fim de semana. Seu coração doía com esse pensamento, mas tinha há muito tempo aceito que ela nunca seria suficiente para Maximus Gray. A noite de sua humilhação piscava além de sua visão. Era início de seu terceiro ano na universidade, Michael e Max foram visitá-la, e Max permaneceu durante a noite. O plano era simples. Mais mundana, dotada de aparência física, ela iria seduzi-lo. Ela cuidadosamente vestia um vestido preto sexy, saltos assassinos roubados do armário de sua irmã, e o seguia num chique coquetel. A noite foi maravilhosa. Max deu atenção a ela a noite toda. Ele ria de suas piadas. Tocava seu braço. Aqueles olhos de um azul profundo ficaram envolvidos por horas. Ele não fazia nenhum movimento para se socializar com outras pessoas, e seu espírito se elevou enquanto se preparava para a segunda metade de seu plano. Com dois copos de vinho na mão, esperançosamente ela voltou para encontrá-lo no jardim para compartilhar seu primeiro beijo.

Claro, ela não tinha planejado vê-lo em pé nas grades em arco enquanto beijava outra mulher. E não era uma mulher comum. Não, usava um vestido preto semelhante ao dela, exceto que seu corpo era longo, magro e perfeito. Carina assistiu com horror como Max murmurava no ouvido dela e sua mão apertava seu traseiro quando a levantou contra ele. Uma excitação misturava-se com um ciúme bruto que ela nunca tinha experimentado – a necessidade de ser a mulher que Max desejava, a mulher que ele amava. O restante veio em câmera lenta. Seu suspiro angustiado. A volta de sua cabeça enquanto ele olhava para ela. A mistura de arrependimento, do pedido de desculpas e da determinação em seus olhos. E ela soube naquele momento que nunca seria ela. A loira sorriu suavemente, como se Carina fosse uma prima ou uma irmã mais nova. Verdades duras se lançaram sobre ela. Ela nunca estaria em competição com todas as mulheres que perseguiam Maximus Gray. Ela não era bonita ou inteligente o suficiente. Ela não era sofisticada, espirituosa e sexy. Ela era apenas uma garota jovem, nova na faculdade e com uma paixonite. Ele a divertiu por algumas horas por causa de sua ligação familiar. Carina

decidiu

não

se

apressar.

Com

passos

lentos,

determinados, ela se aproximou e entregou o vinho a ele. Os dedos de Max encostaram-se a ela quando ele pegou o copo e o chiar de sua pele quente quase a fez chorar. Quase. Então, ela ofereceu à sua companheira o segundo copo. Ela saltou para trás como se percebendo o significado de seu gesto. Carina olhou para ele e memorizou seu amado rosto pela última vez. Ela o deixou no jardim com a mulher e não olhou para trás. Ela

renunciou mais do que o amor de sua vida. Ela desistiu de seus sonhos antigos e deixou sua antiga vida para trás. Ela voltou para faculdade e se tornou uma mulher diferente, caindo e jogando sua energia nos estudos. Formou-se com honras e foi imediatamente inscrita na Escola de Gestão SDA Bocconi, onde completou seu MBA e mergulhou num estágio intenso. Ela pode não ter gostado muito do mundo dos negócios, mas estava determinada a ser boa nisso. E, ela gostou do poder e do controle que suas novas habilidades lhe deram. Não era mais uma doce menina frágil que cuidava dos outros para ser feliz, e sim uma mulher que tinha o controle e estava pronta para os desafios da vida. Uma mulher que bastava por si própria, com habilidades experientes em negócios e uma mente clara. Aquela que nunca iria atrás de Max novamente. Ela terminou seu sanduíche, bebeu sua água e pegou sua bolsa. Trabalhar tão perto dele tinha trazido algumas lembranças. Ela precisava se manter fiel à sua visão e seguir em frente. Carina deixou seu almoço e voltou a trabalhar.

Duas semanas mais tarde, Max se perguntou se precisava transar. Ele olhou para o relógio e soltou um gemido. Quase uma hora. Seu estômago se agitava por causa do excesso de café. Os relatórios estavam atrasados e uma tensão estranha pulsava em seus músculos. O que estava errado com ele? Ele tinha prazos antes e nunca tinha

percebido tal... amargura. Toda tensão e nenhum lugar para ir. Quando foi a última vez que fez sexo? E onde estava Carina? Ela entrou pela porta com um sorriso e um saco engordurado nas mãos quando uma combinação ímpar de pensamentos passou pela mente dele. Sua saia era curta demais para o escritório e distraía um pouco os executivos, mas, quando ele levou isso até o seu irmão, Michael não pareceu se importar. Algo sobre moda e o que era apropriado. Ridículo. O que aconteceu com o comprimento até o joelho? E ela nunca usava meia-calça? De alguma forma, não ter essa barreira só causava mais estresse, especialmente com a interminável extensão da lisa pele morena nua. — Onde você estava? Eu preciso do relatório de fornecimento atualizado antes que eu possa seguir para a nova localização numa caminhada exploratória. Seus cabelos grossos estavam puxados para trás em um nó apertado, mostrando a curva graciosa do seu pescoço e rosto. O suor escorria pela testa quando ela deixou cair a bolsa sobre a mesa e jogou a pasta para baixo. — Desculpe. Wayne ligou avisando que estava doente, então eu lhe disse que iria cobri-lo. — Outra vez? — Ele olhou para o calendário. — Droga, é dia de abertura no Yankee Stadium, Carina. Isso é papo furado. Ligue para ele. Seu lábio inferior se contraiu em diversão. — Ah, deixe-o apreciar o jogo – não seja tão mau. Eu vou tê-los em uma hora. Aqui, talvez isso faça você se sentir melhor. — Ela retirou um grande pedaço de pizza de bruschetta, gotejando com tomate e alho o suficiente para

causar uma agitação saudosa. Seu estômago rugiu com a sugestão. Quando foi a última vez que ele comeu? Como se ela tivesse ouvido a pergunta, ela respondeu. — Você pulou o café da manhã novamente. Faça uma pausa e eu vou conseguir o relatório enquanto isso. — Você comeu? Ela acenou com a mão no ar e alcançou a porta. — Não estou com fome. — Pare. — O comando dele a fez parar. Ele pegou a faca de plástico e cortou um pedaço. — Você não vai a lugar algum até dividir isso comigo. — Não precisa. — Sente-se ou está demitida. Ela riu, mas obedeceu. Arrastou sua cadeira, pegou o pedaço com um guardanapo e caiu dentro. Por alguns momentos, eles mastigaram e apreciaram a comida, um alimento básico comum nas suas memórias de infância. Ele relaxou e um pouco da tensão saiu de seus ombros. Engraçado, a maioria das mulheres que ele namorava via a comida como uma necessidade ou como uma entidade do mal que incitava o ganho de peso. Quantas vezes Mama Conte preparou uma refeição em que só ele e Carina eram esquecidos à mesa? Sua paixão por comer num silêncio amistoso era algo que sentia falta. Michael e suas outras irmãs comiam rapidamente para voltar ao que estavam fazendo. Mas quando vinha a boa comida, Max adorava tomar seu tempo saboreando cada mordida. Carina tinha o mesmo tipo de respeito e honra pela refeição, do jeito que ela gostava de tudo na vida.

Ele se esgueirou numa olhada. A maldita saia subiu nas suas coxas. Seus saltos agulha de grife deveriam ser banidos do escritório e permitidos apenas numa boate. Eles eram muito sensuais com todas aquelas tiras. E por que será que ela não usava um perfume normal? Ele estava acostumado com musk pesado e floral artificiais. Em vez disso, ela cheirava a limpeza e frescor, como manteiga de cacau e um toque de limão. Max focou em sua pizza. — Como você está se segurando? Eu sei que eu tenho lhe dado muito trabalho ultimamente. — Eu não me importo. — Sua língua correu sobre o lábio inferior para pegar a última gota de azeite de oliva. Ele desviou o olhar. — Eu tenho um novo respeito por Michael e Julietta. Crescendo, eu pensava que era só sobre assar sobremesas e ter uma caixa para vendê-los. Ele riu. — Então, eu entendo. Quando Michael me contratou primeiro, eu não tinha ideia, mas aprendemos juntos e construímos um império. Gosto de ter participação em todos os departamentos, no entanto. Talvez eu seja um maníaco por controle. Ela revirou os olhos. — Definitivamente. Você nos deixava loucos quando éramos crianças. Nos atormentava e chorava quando não o ouvíamos. — Eu nunca chorava. — Claro que você chorava. E quando isso não funcionava você virava esses olhos azuis para qualquer fêmea à vista, e elas desmoronavam. Você ainda faz isso. Ele olhou para ela surpreso e com um pouco de vergonha. — Isso é ridículo. Você me faz soar como algum tipo de gigolô que usa sua aparência para conseguir o que quer.

Ela deu outra mordida e encolheu os ombros. — Bem, não apenas o seu corpo. Você usa o seu charme, também. — Para com isso. Você está me irritando. — Ele tentou não se contorcer na cadeira com a ideia dela pensar que a aparência dele o havia ajudado a conquistar posições. — Eu não ajudei a construir um império sem algum cérebro. — É claro que você tem cérebro. É daí que o encanto letal vem, você sabe quando usá-lo. Se você só tivesse músculos, seria mais fácil de ignorar. Por que ele estava engajado nessa conversa ridícula? Ele tentou fazer a coisa certa, mas sua boca se abriu. — Eu dou às mulheres o respeito que merecem. Sempre o fiz. Ela limpou sua boca no guardanapo e se sentou com os braços cruzados na frente do peito. O movimento puxou a blusa justa e conservadora contra a ondulação elevada de seus seios. — E aquela vez que Angelina ganhou um jogo de vídeo game novo e você a convenceu a emprestá-lo por um mês inteiro? Max tremeu com indignação. — Ela estava sendo legal comigo! — Sim, certo. Michael disse que ela seguia você na escola como um cachorro o tempo todo. Quando você cansou de jogar, você o devolveu e mal falava com ela. Ele empurrou o prato de papel no saco e o amassou. A irritação batia nele com a memória. Ele nunca quis que fosse assim. Ele sempre foi bom para Angelina, ele só não queria namorá-la.

— E aquela vez que você pediu para Theresa fazer seu trabalho de ciência? Michael disse que você apenas teve que se sentar com ela na hora do almoço e ela escreveu a coisa toda para você. — Por que Michael contou todas essas mentiras sobre mim? — Ele resmungou. — Essa coisa nunca aconteceu. Carina ergueu o queixo em triunfo. — Como esta manhã? — O que aconteceu esta manhã? Ela sorriu. — Você não deveria participar da festa na noite de sábado, na casa dos Walter? Ele a ignorou e limpou sua mesa, mas um desconforto queimava seu intestino. — É. Então? — Você disse a Bonnie que estava estressado e sobrecarregado e precisava de alguém para ir em seu lugar. Ela pulou e se ofereceu para representar La Dolce Maggie. — Como é que isso faz de mim um cara mau? — Ele resmungou. Ela sorriu. — Porque então ela perguntou a você se poderia ir com ela à ópera, lembra? Ela tinha um ingresso extra. Você deu um tapinha em seu ombro, lhe disse que estava ocupado, agradeceu-lhe por ir à festa em seu lugar, e a deixou com uma expressão confusa no rosto. Encare isso, Max. Quando se trata de mulheres, você é desagradável. O choque o manteve sem fala. Com o triunfo, ela se levantou da cadeira e jogou fora seu almoço. — Eu estava ocupado. — explicou. — E, eu não dei um tapinha em seu ombro. Eu não faço esse tipo de coisa com as mulheres.

De alguma forma, ela parecia encantada com suas respostas. — Sim, você faz. Você as deixa animadas com a esperança de que possam ter uma chance com você. Então você puxa o tapete delas. É um “movimento clássico de Max”, estive vendo por anos. Já era o suficiente. Ele não era esse tipo de cara e já estava na hora dela perceber isso. — Carina, eu não sei que tipo de homem você acha que eu sou, mas eu não arrasto uma porcaria como essa. Não importa o que seu irmão te falou. — Michael não teve que me dizer nada. Percebi isso há anos. Você fez isso comigo também. — O quê? — Seu rugido escapou antes que ele fosse capaz de controlar suas emoções. O insulto estremeceu cada músculo, enquanto olhava para ela. — Eu nunca fiz um movimento inapropriado em relação a você. Uma estranha expressão cintilou em seu rosto antes da explicação. — Não, claro que não. Mas você não pode ajudar, Max. Você paquera, encanta e faz as mulheres se sentirem como se fossem as deusas da sua alma mortal. Nós nos envolvemos e ficamos chocadas quando você passa para a próxima mulher. — Carina encolheu os ombros. — Eu era jovem. Eu tive uma queda por você uma vez. Eu superei isso. Nada demais. Vou pegar o relatório e estar de volta dentro do prazo. Ela o deixou enquanto sua cabeça girava como um personagem de desenho animado que tinha sido morto e passarinhos flutuavam em cima. Sua confissão, de fato abalou seu mundo. Claro, era tudo falso. Ele não tinha feito nada disso com as mulheres. Certo?

A memória da festa fez cócegas em sua consciência e sussurroulhe que ele era mentiroso. Lembrou-se, embora quisesse esquecer. De volta ao seu terceiro ano na faculdade, ela explodiu diante dele com uma energia juvenil e uma paixão que lhe roubou o fôlego. Lembrou-se do pequeno vestido preto que ela usava no lugar de suas habituais camisetas largas, o qual fez sua boca secar. Lembrou-se do seu sorriso, da expressão de adoração e da conversa atrevida que sempre estimulava seu interesse e o fazia relaxar. Ele disse a si mesmo que estava apenas sendo um pouco protetor porque ela era como uma irmã, mas seu corpo não reagia como se ela fosse da família. Ele cresceu desconfortavelmente duro e se imaginou fazendo algumas coisas muito ruins. Sozinho. Sem o pequeno vestido preto. Seus pensamentos o assustaram. Ele percebeu que tratava Carina como uma mulher durante jantar – uma mulher em quem estava interessado. Quando a loira no jardim se aproximou dele, não hesitou. Ela era o tipo que sabia pontuar e se encarregava do jogo completo. O beijo tinha sido cheio de intenção, mas monótono. Max não se importou, até que ouviu o pequeno suspiro atrás dele. Os olhos de Carina ainda o perseguiam. Profundezas escuras cheias de dor – traição. Ele esperava que ela fosse chorar e correr. Ele se preparou para o drama. Em vez disso, ela o encontrou com a cabeça erguida e um olhar de adeus em seu rosto, entregando as taças de vinho com os dedos, que tremiam. E ela foi embora. A dor o surpreendeu, mas ele enterrou isso rapidamente e voltou para a loira. Ele nunca tinha olhado para trás. Até agora.

Sua consciência o alfinetava. Max se perguntou se ela estava certa. Será que ele tratava as mulheres como objetos de conquista a fim de conseguir o que queria? Ele gostava de acreditar que as satisfazia. Ele gostava de mimar, valorizar e estragar. Claro, ele se recusava a ir muito fundo, mas isso era apenas para que pudesse protegê-las de terem os seus corações quebrados. Era honrado, o contrário de seu pai. Ele permanecia emocionalmente distante, mas cada desejo era cumprido e sempre se mantinha fiel. Pelo menos, até o rompimento. Muito melhor cortar a relação do que levá-la adiante. Não, ser honesto pode ser um pouco difícil, mas Carina estava errada. Engraçado, foi a primeira vez que ela admitiu seus sentimentos por ele. A rejeição natural de seu erro juvenil atormentou o ego dele, mas era melhor assim. Ela agiu como se ele fosse um mosquito irritante que se batia e se esquecia em alguns instantes. Ele era fácil de ser superado? Por que estava mesmo pensando sobre isso agora? Eles sempre foram amigos. Era o suficiente. Era perfeito. Ele empurrou os pensamentos perturbadores para longe e trabalhou durante a próxima hora. Um leve toque na porta quebrou sua concentração. — Estou interrompendo? Laura Wells enfiou a cabeça pela porta. Diretora de um fornecedor conhecido, ela e ele se reuniram há algumas semanas e tiveram uma boa conversa. O encontro levou um segundo, e Max sentia que ela era perfeita. Linda, com longos cabelos loiros ondulados, olhos verdes, um corpo magro, com pernas longas, e altura que quase combinava com a sua, ela também era esperta e tinha evidente experiência no assunto. Ele relaxou e acenou para ela entrar. — Não, eu preciso de uma pausa. É bom ver você. — Ela se aproximou com

uma graça natural. Seu terno discreto combinava com seus olhos e destacava sua altura magra. — Quero saber se você vai me salvar de um evento cheio de tédio. Eu preciso ir à festa dos Walter. Você vai? A culpa de Max o lembrou de como agiu com Bonnie. — Eu não tinha a intenção de ir. Ela fez um biquinho lindo. — Oh, por favor, venha comigo, Max. Minha agenda tem sido insana ultimamente e eu preciso combinar alguns negócios com prazer. A expressão nos olhos dela lhe disse o resultado da noite. Ponto. Ele precisava disso, uma noite fora com uma bela mulher que conhecia as regras. Talvez a promessa de mais. Pelo menos a promessa

de

um

encontro

satisfatório.



Seria

uma

honra

acompanhá-la. Eu vou buscá-la às sete. — Perfeito. Ele se levantou para levá-la para fora e quase bateu em Carina. Os lábios vermelhos-escarlate dela fizeram um pequeno — Oh — e deram-lhe imagens sujas de outras coisas que ela poderia fazer com aquela boca. Ele saltou para trás e praguejou. — Você me assustou. — Ela inclinou a cabeça. — Você está nervoso hoje, hein? Oh, Olá. Sou Carina Conte. — Laura sorriu e elas apertaram as mãos. A sensação de prazer tomou conta dele. Finalmente, ele iria mostrar a ela que estava falando sério sobre tratar bem suas companheiras. Ele fez as apresentações. — Laura será minha acompanhante na festa dos Walter.

O sorriso de Carina nunca se enfraquecia. — Que adorável. Você realmente deveria vir jantar uma noite na casa do meu irmão. Os convidados de Max são sempre bem-vindos. Uma inquietação o atravessou. Laura parecia um pouco ansiosa demais. Ele arrastou os pés e tentou fingir entusiasmo. — Hum, é claro. Eu vou voltar a ver você em alguns encontros. — As noites de sexta. — Carina murmurou. — Eu adoraria. Muito obrigada. Ele limpou a garganta. O que ela estava fazendo? Ele não estava pronto para Laura participar de eventos familiares. Max franziu a testa. — Você precisa de algo? — Carina estendeu uma pilha de papéis. — Aqui estão os relatórios. O Yankees ganharam. O segundo andar viu o jogo, e Wayne foi pego numa foto. — Você vai precisar repreendê-lo. — Eu vou falar com ele amanhã. — Da próxima vez que você permitir um dia de doença, verifique o horário do beisebol. E certifique-se de que eles não estão de ressaca. — Entendido. Sua eficiência o surpreendeu tanto quanto seu tranquilo controle. Não importava o que ele lhe pedia, ela fazia e nunca reclamava. Em questão de semanas, ela encantou a equipe com seu coração e seu humor. — Ouvi dizer que Tom foi embora cedo hoje também. Eu precisava dos números de vendas. Qual foi a sua desculpa?

— Ele não queria perder o concerto da Primavera de seu filho. — Ela nem sequer estremeceu. — Entrei em contato com Edward, e ele vai me ajudar a entregá-los a você dentro de uma hora. — Tudo bem. Eu preciso de você para trabalhar até tarde hoje de novo. — É claro. A porta se abriu novamente e Edward entrou. De repente, o escritório de Max parecia a Grand Central Station4. — Ei, chefe. Ouvi dizer que você precisa dos relatórios de vendas esta tarde. — Eu precisava deles horas atrás. — Carina e eu vamos trabalhar com eles agora. — Edward sorriu para Laura, e Carina se pôs a fazer as apresentações. Eles conversavam como se estivessem em uma festa íntima de chá, em vez de um escritório. — Eu acho que nós nos veremos na festa, então. Vamos tentar nos sentar juntos. — disse Edward. Max levantou uma sobrancelha. — Sentar-nos juntos? Você vai? Edward sorriu. — Claro. Estou levando Carina comigo. Ele observou como sua assistente disparou para seu vendedor um sorriso íntimo. Como se ela também tivesse a intenção de combinar negócios com prazer nessa festa. Uma irritação o consumia com a imagem de Carina dormindo com Edward. Pelo amor de Deus, ela não ouve mais? Ele reprimiu sua raiva. Hora para outra pequena conversa. E seria um pouco mais enérgico desta vez. Max conduziu

4

Grande Terminal de NY

Laura e Edward para fora e fez sinal para Carina permanecer em seu escritório. — Laura parece ser muito legal. O olhar dele tentava tirar a máscara educada dela, mas ele não conseguiu. — Ela é. Estou surpreso que você esteja participando de uma festa de trabalho com um parceiro de negócios. — Muitos funcionários do escritório vão a estas festas juntos. Seu tom brando o desafiou a levá-la para um embate. — Você deixou claro que eu deveria ficar fora de seus assuntos íntimos. Mas estou preocupado com a sua reputação na La Dolce Maggie. — Como assim? Hmm. O leve tremor das mãos dela finalmente se foi. A recente capacidade dela de controlar suas emoções instigavam seus instintos dominantes a forçá-la. — Você é um membro fundador desta empresa. Você não quer que ele espalhe pelo escritório que você é fácil. Um rubor atingiu seu rosto, mas ela permaneceu imóvel. — Fácil? Um encontro e você está me prostituindo no escritório, hein? Ele quase se jogou para trás, mas se conteve. — Os rumores são fáceis de começar. Eu já vi a maneira como Ethan da contabilidade está te seguindo, como um cachorrinho treinado. Você está namorando ele também? Lançou-lhe um sorriso lento. — Você não gostaria de saber? Ele olhou para aquela mulher que não conhecia mais. — Eu estou cuidando da sua carreira. Eu te disse várias vezes que os

homens americanos são diferentes. Eu quero que você seja cuidadosa. Capisce? — Você me desrespeita mais do que qualquer homem querendo me levar para a cama, Max. — Sopros minúsculos de respiração escapavam de seus lábios, mas ela permanecia no controle. Nenhum cacho perdido escapava do seu penteado impecável. Ele desejava tocar seus olhos amendoados que fervilhavam com o calor acumulado. — Homens com necessidades físicas são bastante simples. Mas você usa o seu cérebro magistral para jogar. Prepara armadilhas para as mulheres. Você gosta de controlar todos os elementos no campo de jogo para que ninguém se machuque, não é? Mas a pobre Laura já está caída por você, e não vai nem mesmo convidá-la para jantar. Merda, quando ela tinha ficado tão sarcástica? — Laura conhece as regras. Você não. Ela deu uma risada sem graça e avançou. Suas unhas vermelho cereja bateram na sua gravata em pura despedida. — Eu estou fazendo minhas próprias regras agora. E eu sou mais honesta que você. — O cheiro dela em volta dele o fez querer correr em círculos como um cachorro tentando pegar o rabo. — Você não pode ter uma relação verdadeira se sua vida dependesse disso, então você foca sua atenção em mim. Boa diversão, mas não vai funcionar desta vez. — Você não sabe nada sobre mim e minhas relações. Tudo que eu estou tentando fazer é guiar uma jovem em seu treinamento. Assim como Michael me pediu. Seu último tiro acertou o alvo. A raiva se evaporava por seus poros. Ela cambaleava para a beira de seu famoso temperamento e ele

se preparava para o drama seguinte – quase festejou isso. Esta era a Carina que conhecia e podia lidar. Em vez disso, ela se restabeleceu e lançou-lhe um olhar quase de pena. Voltou alguns passos. O corte rigoroso de sua jaqueta preta só enfatizava as curvas naturais de seus quadris e seios, uma contradição deliciosa que endureceu o seu pau e ferrou com sua cabeça. — Se é nisso que você precisa acreditar para dormir à noite, que assim seja. Mas enquanto você está confortável com suas ilusões, saiba disso: eu não me importo mais com o que você faz, Max. Seus relacionamentos não me dizem respeito, mas os meus, sim. E se eu quiser transar com Tom, Dick e Harry nos meus momentos de privacidade, fique de fora. Porque eu não quero dormir confortavelmente à noite. — Ela sorriu. — Não mais. — Seus saltos batiam na madeira polida. — Eu vou estar na contabilidade se precisar de mim. Ele olhou para a porta fechada por um tempo. Esta que ele enfrentou não era mais uma menina. Esta era uma Eva desabrochada e ele estava com mais problemas do que pensava. Ele retomou o seu controle e se perguntou o que aquele vazio no estômago significava. Como ele não sabia como se livrar dele, Max engoliu um pouco de água e seguiu adiante. Como ele sempre fazia.

Capítulo Quatro Carina andava em torno do apartamento minúsculo. Caixas cobriam o carpete bronze e a cozinha mal tinha espaço suficiente para caber uma pessoa com quadris generosos. O futon amarelo-canário espalhava cor e se misturava com o conjunto de aquarelas enlouquecidas pendurado na parede. Definitivamente não era um artista digno de uma exibição, mas pelo menos eram alegres e interessantes de se olhar. As grandes janelas se abriam para exibir uma série de árvores gigantescas, como se ela vivesse numa casaárvore moderna de um desses filmes de fantasia. Era perfeito. A alegria tomava conta dela. O apartamento de Alexa era sua primeira casa oficial, e era só dela. Finalmente, ela teria a privacidade que desejava e uma infinita variedade de oportunidades se estendiam à sua frente. Ela não pretendia desperdiçar um único momento. E começaria na próxima noite com seu primeiro encontro oficial. Passos ecoavam. Michael e Max empurraram a porta estreita e desabaram sobre o futon macio. — Essa é a última. Ela riu com a visão, dois homens fortes e masculinos bufando por causa da longa subida. — Eu pensei que vocês, caras, malhavam na academia todos os dias. No entanto, aqui estão vocês exaustos por mover algumas caixas.

Eles trocaram um olhar de incredulidade. — Você está brincando comigo? O que você colocou nessas caixas, afinal? Pedras? — Seu irmão perguntou. — Eu preciso muito de sapatos. E de meus equipamentos de arte. Max a encarou. — Deve haver uns 300 degraus, todos sinuosos e estreitos. E onde diabos está o ar-condicionado? — Alexa disse que o apartamento é antigo. E eu disse para contratar carregadores. — Não havia necessidade. Queríamos estar envolvidos. Carina conteve um suspiro. — Tudo bem. Obrigada a ambos, mas por que vocês não vão embora? Eu tenho que desembalar e arrumar. Maggie mencionou um jantar beneficente hoje à noite. Michael gemeu e se levantou. — Você está certa. Ela fica louca sobre o que vestir e não importa quantas vezes eu diga que ela parece ótima, ela diz que está gorda. Carina riu. — Basta lembrar que ela não está gorda, apenas está carregando dois corpos extras em sua barriga pequena. — Eu vou tentar. Você vai ficar bem? Você precisa de alguma coisa? Ela sorriu e o beijou no rosto. — Niente. Estou animada para me instalar e tenho tudo que preciso. Eu amo você, Michael. Seu rosto suavizou e ele beijou o topo de sua cabeça. — Eu também te amo. Max? Você vem?

— Em um minuto. Vá em frente. — Vejo você mais tarde. Seu irmão saiu e ela desviou o olhar para Max. Oh. Meu.Deus. Seus cabelos escuros estavam adoravelmente despenteados e uma gota fina de suor brilhava em sua testa. Sua camisa surra da umedecida grudava numa massa de músculos esculpidos em seu abdômen, peitorais, bíceps e outras partes deliciosas. A antiga calça de brim abraçava sua bunda e caía embaixo de seus quadris num convite perverso para uma mulher tocar. Ele sempre parecia se aproximar dela de uma maneira dominantemente deliciosa que fazia cair seu estômago, especialmente porque o topo de sua cabeça batia no queixo dele. Bem, treinada a ignorar sua atração física pelo homem, ela se concentrou em sua tarefa. Carina pegou a primeira caixa e a abriu com o cortador de caixa. — Max, não há necessidade de você ficar. Eu estou bem. — Sim, eu sei. Mas eu estou com sede. Quer uma cerveja? — Eu não tenho nenhuma. Ele sorriu e pulou do sofá. Quando ele voltou da cozinha, ele estendeu uma Moretti5 gelada. Fortes dedos bronzeados se encostaram a ela. — Presente de inauguração da casa nova.

5

Cerveja Italiana

— Yum. — Ela apertou a garrafa gelada na bochecha e rolou para baixo sobre seu pescoço. Um arrepio se espalhou por seu corpo e ela suspirou de prazer. — É tão bom. Ele soltou um som estrangulado da garganta. Ela desviou o olhar e olhos azuis escuros prenderam-na com ardor. Sua respiração ficou presa, mas conseguiu lutar contra isso e deu um passo para trás. Engraçado, ela nunca tinha visto aquele olhar no rosto dele antes. Quase como se ele estivesse... faminto. Ela bebia sua cerveja num silêncio tenso e pesado. Ela falou primeiro, tentando cortar a estranha tensão. — Então, grandes planos para o fim de semana? — Não realmente. — Temos uma visita ao sítio na segunda-feira, certo? — Sim. — O que você acha do meu novo lugar? — Pequeno. — Leu bons livros ultimamente? — Não. E você? — Sim, o Kama Sutra. — Isso chamou a atenção dele. Ele fez uma careta, mas não ofereceu nada além. — Você já leu esse? — Não houve necessidade. — Seu sotaque rouco garantia que ele se dava muito bem sem o bem conhecido manual de sexo. Ela interrompeu um pequeno gole. A raiva a beliscou quando percebeu que ele ainda tentava intimidá-la com a sua imponente

altura e sua energia masculina primitiva. Ele era um deus do sexo ambulante, ativo e verdadeiro, e estava farta de estar na sombra dele. Carina estreitou seus olhos e sua voz estalou. — Se você não tem nada a falar ou a oferecer aqui, eu acho que você deve seguir seu caminho. Eu tenho um monte de trabalho a fazer. Surpresa cruzou as feições esculpidas dele. Seus lábios se curvaram. — Estou incomodando ou algo assim? — É. Ou algo assim. Se tudo que você quer fazer é parecer um cartaz da Calvin Klein, por favor, vá a algum outro lugar. Tenho certeza que suas outras mulheres irão apreciar a vista. Ele engasgou com a cerveja e olhou para ela como se ela tivesse ficado verde. — O que você disse? — Você me ouviu. — Ela bateu a garrafa na mesa de café maltratada e começou a desembalar. O calor do corpo dele pulsava logo atrás dela, mas ela ignorou. — Você ficou louca? Porque é que a minha aparência de repente tornou-se tão irritante para você? Eu pensei que nós sairíamos um pouco. Pediríamos uma pizza. Nada de mais. Ela cerrou os dentes pela arrogância dele. — Obrigada pela generosa oferta de sua companhia Max. Mas eu tenho muito a fazer, e eu gostaria de ficar sozinha. Nós nunca saímos antes, a menos que Michael estivesse por perto, e eu preciso me organizar. — Você tem o fim de semana todo. — Eu vou à festa de amanhã. Então, eu gostaria de ter feito a maioria das minhas coisas.

— Ah, sim, a festa. Com Edward. Ela deu-lhe um olhar de advertência. A cena em seu escritório ainda ardia, mas que se dane se ele já sabia. Ela foi feita para mentir para o homem. Hora de dar a ele o gosto do que ela sempre sentiu. Uma inquisição. — Eu estou ansiosa para sair mais com Laura. Vou dizer a Michael que eu a convidei para jantar na próxima semana. Isso chamou sua atenção. Seu corpo ágil enrijeceu. — Eu gostaria que você não convidasse minhas acompanhantes para eventos sem a minha permissão. — Por quê? — Eu gosto da Laura, mas não estou com pressa. Encontros de família é família. Ela sorriu. — Mais uma que se vai, hein? Isso é muito ruim, eu pensei que ela tivesse o suficiente para interessar você por um tempo. — Ele prendeu a respiração. Ela alcançou a próxima caixa com uma eficiência impiedosa e disse a si mesma para não se envolver. Infelizmente, ele entrou na frente dela e a forçou a discutir. — O que você sabe sobre as mulheres que eu encontro? Só porque eu ajo lenta e cuidadosamente não significa que eu não possa me estabelecer. Carina jogou a cabeça para trás e riu. — Ah, isso é uma boa. Se eu tivesse um dólar para cada mulher errada que você escolhesse, eu seria mais rica do que você. Mas você não me escutou quando era jovem, e você não escutará agora. — Um nome.

— Sally Eckerson. Ele franziu a testa. — Nós namoramos por três meses. Foi um relacionamento bem sucedido. — Hmm, interessante. Ela acabou dormindo com o seu amigo Dale, lembra? — Ele franziu o rosto, imerso em pensamentos. — Oh, sim. Mas nós já tínhamos terminado. — Não, vocês terminaram depois que você a encontrou na cama com seu companheiro de quarto. Em seguida, houve a modelo loira que você namorou, ela tinha um QI imenso. Talvez dois. — Jenna? Não é verdade tivemos muitas boas conversas. Ela o olhou até que ele mudou em seus pés. — Max, você a levou para jantar na casa da Mama. Ela não sabia que havia uma guerra no Iraque ou quem era o presidente dos EUA. — Então, ela não era uma historiadora. Grande coisa. — Ela admitiu que não lia livros sem imagens. — A Vogue tem artigos nela. — Sim, como você lê a Playboy para histórias aprofundadas. — Isso é injusto. Acontece que eu amo as mulheres – todas as mulheres – e dou a elas uma chance. Só porque eu não encontrei a mulher certa, não significa que eu não esteja tentando. Carina balançou a cabeça. — Eu as vi entrar e sair pela porta a minha vida inteira. Você está tentando com todas as mulheres erradas por uma razão. Você tem problemas de intimidade. Cada uma está fadada a fracassar. — Seu coração traidor vacilou e cedeu um

centímetro. Por que ele não podia entender o que ela via toda vez que olhava para ele? Um homem cheio de amor que estava com muito medo de se envolver. Mas ela sabia, por experiência, que ele nunca estaria pronto para se estabelecer. Ele se recusava a namorar alguém digno dele, porque, então, ele não teria desculpas. Namorando mulheres que ele não poderia machucar, se salvava de seu próprio pesadelo. Seu pai. Ele nunca falava sobre ele, mas a ferida de ser abandonado quando bebê nunca realmente foi curada. Ele fixou para si mesmo padrões impossíveis, a fim de se proteger de nunca cometer o mesmo erro. Perderia sua honra abandonando as pessoas que amava. A decisão fácil era evidente, ele se recusava a ter uma chance com alguém. Ela estendeu a mão e tocou seu rosto. A barba áspera roçando os dedos, e o delicioso cheiro másculo de calor, suor e almíscar subiram para suas narinas. — Você não é como o seu pai, Max. — Ele estremeceu. Os olhos dele se encheram de choque, mas ela não lhe deu tempo para processar sua declaração ou registrara fraqueza dela em relação a ele. — Eu aprecio a cerveja e a ajuda. Mas eu realmente preciso começar a trabalhar. Vejo você no sábado. Desta vez, ela deliberadamente deu as costas para ele. Segundos se passaram. Em seguida, ela ouviu o barulho do copo sobre a mesa e a porta se fechou. Carina caiu com alívio. Ela nunca seguiria esse curso novamente. Nunca seria a mulher a salvá-lo e ele nunca a amaria do jeito que ela precisava. Mas havia todo um mundo novo lá fora, se

abrindo em possibilidades, e seria uma tola para não aproveitar. Começando com o seu encontro. Carina arrancou o iPod de sua bolsa, aumentou o volume e começou a trabalhar.

The FarmersCraft Festival atraiu uma enorme multidão para o Vale do Hudson. Max caminhava pelo campo estendido por hectares de tendas de feiras e parava ocasionalmente para examinar os artistas dos produtos locais. As mesas possuiam uma deliciosa variedade de itens exclusivos, a partir de cerâmica de casas de passarinhos esculpidas para pintura à mão a telas de aquarela. As empresas locais estenderam tapete vermelho para o evento e faziam diversas demonstrações para atrair os convidados, havia instituições de caridade locais, polícia e corpo de bombeiros, escolas de karatê e yoga. Dado o presente do sol e do calor, todos estavam de shorts e tops, prontos para um início de verão. Max respirou o cheiro de gordura e açúcar, pegou uma limonada caseira e foi em direção a sua tenda. Os gritos das crianças na tenda insuflável ecoaram no ar e uma sensação de paz pairou sobre ele. Era interessante como havia adotado o norte de Nova York como a sua segunda casa, sem estresse. Os picos das montanhas majestosas brilhavam na distância e lembrava a ele que eles permaneciam reis, abraçando o Rio Hudson em seus punhos. Ele amava a familiaridade entre os moradores sem o habitual esnobe, reservado para pessoas de fora. Aqui, eles eram todos da família, festejou o momento em que decidiu adotar a cidade local como sua.

Max aproveitava intensamente, parando ocasionalmente para conversar com donos de empresas diversas e se mantendo atento para a grande prova. Ele não pode supervisionar este evento, mas ele confiava em David para surpreendê-lo. Ele trabalhava bem com o chef em sua nova loja e as amostras que escolheram eram uma combinação vencedora. Agradecia a Deus por vetar o chocolate – teria sido uma sujeira derretida num dia quente como este. Seu olhar se prendeu ao banner enorme e à multidão espremida em torno da mesa. Sim. Suas sobremesas foram o maior sucesso se o que via era alguma indicação. Um flash de branco entrava e saía e uma risada rouca familiar passou por seus ouvidos como uma carícia. Em seguida, ele a viu. Definitivamente não era David. Ela usava um minúsculo short branco que não fazia nada para esconder sua bunda magnífica. Seu top era bastante conservador uma vez que o tecido cobria tudo, mas o amarelo brilhante direcionava a atenção apenas para a pressão dos seus seios. Seus cabelos estavam amontoados debaixo de um boné com a LA DOLCE MAGGIE explicitada em letras pretas e glamourosas argolas de ouro balançavam nos lóbulos das orelhas. Seu olhar automaticamente foi para aquelas bronzeadas pernas musculosas em pé. Assim como ele pensava. Com todas as outras mulheres usando chinelos, ela usava sandálias amarelas com saltos de sete centímetros que eram impraticáveis, ridículos e sexy como o inferno. Que diabos ela estava fazendo aqui?

Ele abriu caminho para frente da mesa, mas ela ainda não o tinha notado. Ela corria para trás e para frente com amostras de cassata – um pão-de-ló rechonchudo com creme de cannoli embebido em licor. Os pedaços de tortdi treviglio pareciam frescos e tentadores e os biscoitos de mel pareciam fazer um grande sucesso entre as crianças. Entre os malabarismos e os copos de café mocha gelado, Carina conversava, ria e entregava uma variedade estonteante de panfletos. Seu rosto brilhava com o suor, mas ela nunca vacilava. Os dois estagiários davam suporte, mas mesmo Max podia ver que estavam perdidos. Correndo para frente e para trás com as pernas esguias, eles pareciam incapazes de usar adequadamente a máquina de café expresso e usavam seu tempo para admirar sua linda chefe do sexo feminino. Como se finalmente tivesse percebido seu olhar, Carina parou em plena correria e virou a cabeça. Algo estranho estreitou o peito dele num aperto desconfortável que ele nunca tinha experimentado. O desejo estranho de pegá-la em seus braços o inundava e ele deu um passo à frente. Graças a Deus ele não terminou o movimento. Com um aceno casual, ela sorriu e voltou para seu trabalho como se ele nunca tivesse aparecido. O ego deu um tapa na sua grandeza, ele limpou a garganta e tentou se controlar. Ele abriu caminho para frente e olhou. — O que está acontecendo? Onde está David? Ela não parou seu ritmo e refletiu um momento para responder. — Não foi capaz de vir. Eu o estou cobrindo. Max sufocou uma maldição. — Por quê?

Ela encolheu os ombros. — Sua esposa está grávida. Ele estava na noite passada num Pronto Socorro – ela teve contrações falsas. — Ela está bem? — Sim, mas ele estava exausto e queria ficar com ela. — E Edward ou Tom? Eles deveriam te dar suporte. Ela sorriu e distribuiu um biscotti. — Eles tinham planos. Eu disse a eles que assumiria. Desta vez a maldição escapou. As habilidades de gestão dela eram inexistentes quando agia como uma cabeça-dura. Ela deixou os funcionários

fugirem

com

mentiras

ridículas

que

eles

nunca

pensariam em dizer a ele. Ela era inteligente, perspicaz, e uma bobalhona completa. Seu coração a coloca em apuros o tempo todo. — Você deveria ter me chamado, Carina. Dio, eu vou massacrar minha equipe de vendas na segunda-feira. Seus olhos se enraiveceram. — Não se atreva. Além disso, eu quero ficar aqui. Eu precisava aprender sobre as sobremesas, o que vende e o que não vende. Eu aprendi mais nas últimas horas do que já aprendi no escritório. Supere isso. Os dois adolescentes fizeram uma pausa da máquina assoviando e saíram. — Oi, Sr. Gray. — saudaram em uníssono. Ele balançou a cabeça e tentou não parecer um velho malvado. — Oi, pessoal. — Umm, Carina, estamos tendo problemas para mantê-la com o café expresso. Eu não consigo fazê-la funcionar direito.

— Ok, Carl, eu vou verificar isso. Aqui, distribua os doces agora. Não se esqueça dos panfletos. — Farei isso. Max abriu seu caminho em direção ao lado da mesa em forma de L, onde a máquina de café expresso com proporções monstruosas estava localizada. Ela se abanou e atacou as alavancas robóticas brilhantes. — Você é da gestão, Carina. A equipe está te explorando. Você se mudou ontem e deve estar esgotada. Ela lhe deu um sorriso cheio de atrevimento. — Fale por você. Eu sou oito anos mais jovem do que você. Resistência não é o meu problema. Ele teve uma súbita vontade de arrancar as roupas dela, derrubá-la no chão e ensiná-la sobre a resistência real. A imagem dela nua e gemendo sob ele agrediu sua visão. — Cuidado, menina. Talvez eu tenha que te provar que está errada. Em vez de recuar, ela murmurou com o um sorriso. — Você está brincando? O único tipo de resistência que eu preciso agora é a de um homem que pode fazer uma centena de xícaras de café em tempo recorde. Eu aposto que você nem sabe como fazer um expresso decente. Ele colocou a limonada em cima da mesa e olhou com incredulidade. — Você não acabou de dizer isso para mim. Eu sou italiano. Faço café caseiro a minha vida inteira. Ela bufou e finalmente domou a máquina. Um filete de líquido escuro apareceu no copo e o cheiro de ricos grãos torrados atingiu as narinas dele. — Claro, em sua cozinha brilhante agradável

com o seu equipamento gourmet. Por que você não suja as mãos, chefe, e me mostra o que você sabe? — Você está me desafiando? Carina encolheu os ombros. — Esqueça isso. Não gostaria de estragar suas roupas extravagantes. Ele murmurou uma maldição, jogou a limonada no lixo, e foi para trás da mesa. Com eficientes movimentos, ele vestiu um par de luvas, pegou um boné extra e agarrou os ombros dela. O pulo assustado dela combinava com seu próprio quando uma eletricidade sexual atingiu ambos. Ele saiu do caminho dela. A máquina cuspiu uma nuvem de vapor, como se o súbito momento íntimo deles a tivesse chateado. Ele puxou de volta as mãos e ocultou seus sentimentos com um grunhido. — Passe para o lado. As pupilas dela dilataram como se reconhecessem e respondessem ao comando da voz dele. Max ficou quente, e não tinha nada a ver com o clima ou o café. Algo sobre a conscientização em seus olhos escuros batia-lhe onde doía. Bem no seu pau. — Minha vez. Max sabia que havia algumas regras para a perfeição de uma boa xícara de café expresso. Os ingredientes eram fundamentais – feijão puro arábico médio assado e não torrado, água fresca em produtos químicos remanescentes para diluir o sabor e a máquina adequada. O resto era habilidade, especialmente a quantidade certa de pressão utilizada no fechamento do processo, o que poderia dar certo ou quebrar o equilíbrio. Ele se envolveu no ritmo perfeito que

impressionava as mulheres e sua própria mãe há anos. Retire o suporte do filtro. Adicione café fresco moído. Tampe enquanto segura o suporte do filtro para o lado. Despeje. Sirva. Repita. Max sentiu o olhar dela sobre ele, mas se recusava a quebrar o seu transe meditativo e participar de brincadeiras. Como a mulher se atreve a insultar sua habilidade? Carl assobiou quando ele torceu e serviu quatro copos de uma só vez. — Porra, Sr. Gray, você tem alguns movimentos certos. — Obrigado. Venha aqui e me deixe mostrar a você. Um dia você vai ser um desses meninos maus e impressionar uma garota especial. — Ele piscou. — Talvez até namorá-la. Os olhos do garoto se arregalaram. — O inferno, sim. Manda ver. Max ensinou aos estagiários a arte da sedução por meio do café. Carina passou por ele para pegar acanela. — Por que os homens transformam tudo numa forma de pontuar com as mulheres? — Um lado do seu seio roçou seu ombro e sua mão escorregou na alavanca. A máquina cuspiu em fúria. — Porra, você quebrou meu ritmo. E a resposta é simples. Os homens têm apenas duas coisas sobre o que sempre pensar: comida e mulheres. — Às vezes, sobre esporte. — disse Carl sério. Carina suspirou. As próximas horas voaram num turbilhão de atividades até que todos os ossos do corpo de Max doíam. Ainda assim, havia algo

sobre eles trabalhando juntos que se encaixava, cada movimento parecia coordenado. O vai-e-vem de brincadeiras entre eles deixava o trabalho divertido. Max percebeu que tinha a tendência de ser sério demais e as observações lúdicas dela fascinavam os estagiários, os quais sempre o viram como um chato. Ele também notou a longa fila de homens chegando e olhando ao redor da mesa para obter por segundos um vislumbre de pele nua exposta pelo minúsculo short branco. Carina parecia sentir a atenção e se divertia. Cada homem que saía da tenda olhava um pouco deslumbrado, o que só o irritou. Eram homens que apenas por causa de uma piscadela atrevida ou balanço dos quadris perdiam a função cerebral? Sim. Especialmente com Carina. Seu corpo era assassino, mas a sua capacidade de rir e ser aberta pegava a atenção masculina. Ela os fazia querer ser o centro das atenções. Centro das atenções dela. Max empurrou um pouco forte um copo sem tampa à sua frente. O líquido espirrou por cima da borda e ele gritou. — Você deveria ter usado o uniforme de vendas — disse ele. — Essa roupa é um pouco atraente. Ela revirou os olhos como se ele fosse um tio velho. — Claro, um terninho preto realmente me acomodaria. Está fazendo quase 40 graus. — Precisamos manter uma imagem profissional. Sua risada caiu mal no estômago dele. — Oh, Max, você não vale nada. Por que você acha que eu estou usando esse short? — A piscadela marota roubou sua respiração e o fez se sentir como um tolo.

— Você me ensinou bem. Não há razão para não usar o seu corpo, charme e cérebro para intensificar as coisas um pouco, hmm? Pela primeira vez, Max estava sem fala por um deslize de uma menina que tinha se transformado num adversário digno de qualquer homem. Ela sentiu sua vitória e, com um sorriso pequeno, serviu o último dos clientes.

Capítulo Cinco Carina se olhou de corpo inteiro no espelho. Ela parecia sensual. O prazer a envolvia enquanto ela se virava e via a saia longa passando por suas pernas. O tecido azul royal realçava sua pele dourada e os cabelos escuros. Definitivamente, era um avanço desde seu guarda roupa velho e o desejo de se esconder. Não, este vestido gritava — Eu estou aqui — e ela adorava. O corpete era confortável e cobria a frente corretamente, mas as costas

se

revelavam.

Ela

considerou

entrelaçar

uma

dessas

engenhocas terríveis de mulheres para colocar em seu busto, em seguida, decidiu pular o sutiã. Apenas uma mínima insinuação de seus mamilos se mostrava, uma provocação era melhor do que uma exposição total. Isso a fez se sentir sexy e nua sob o tecido. Impertinente. Exatamente o que ela precisava para se preparar para seu encontro. Os estrondos de Flo Rida se espalhavam pelo quarto e ela balançava os quadris para as notas afiadas enquanto aplicava a maquiagem. Felizmente, Edward iria achar sua roupa tão tentadora e a química iria voar entre eles. Ela imaginou sua mão deslizando sob seu corpete brincando com seus seios nus, torcendo o cerne duro entre os dedos enquanto ela se arqueava, abrindo as pernas e...

Uma imagem do rosto de Max passou diante dela. Ela fez uma pausa na aplicação do delineador e fez uma careta para si mesma no espelho. Maldito. Por que ele tinha que ser tão fodidamente sexy o tempo todo? Ela não pensava que ele iria se juntar a ela na feira, na tenda. Ele parecia completamente bem e elegante em sua camiseta de malha verde, calça cáqui e mocassins de couro. Os cabelos ao vento perfeitamente despenteados pela brisa, aquele nariz aristocrático se mantinha no ar enquanto ele a repreendia, ela não podia ajudar, mas o ameaçava e não acreditava que ele ia tomar o desafio. O homem era responsável por toda a empresa, ainda assim, ele trabalhou a máquina de café expresso como um mestre e até mesmo encantou seus dois estagiários que pensavam que ele era um cara fresco. Carina estremeceu com a lembrança. Ele tinha algumas habilidades sérias. Aqueles elegantes dedos deslizavam pelos botões e alavancas como um amante, persuadindo o melhor da máquina. Após a primeira hora, ele realmente relaxou e parecia estar se divertindo. Os dentes brancos brilhavam quando ele sorria e se dedicava à multidão, seus músculos se agrupavam e ondulavam com cada flexão e virada de seu corpo. Ela se viu olhando demais para a sua bunda, o tecido macio escovando seu traseiro e fazendo-a querer coisas. Coisas ruins. Com Max. Carina fechou os olhos. Dio, ela tinha que parar de pensar nele assim. Hoje à noite, ela pretendia conhecer melhor Edward e esperançosamente se dedicar a algumas preliminares quentes. Este seria o primeiro encontro oficial na América como uma mulher e não queria estragar tudo babando por Max. Não mais.

Ela terminou sua maquiagem e colocou suas sandálias de grife. As alças cruzadas envolviam suas pernas e brilhavam como safiras. Deus, ela amava sapatos. Quando ela lutou contra seu problema de peso, ela descobriu sua paixão por calçados. Eles nunca a faziam parecer gorda e foi uma ótima maneira de levantar a auto-estima. Suas unhas vermelho escarlate combinavam com seus lábios. Carina colocou algumas pulseiras e brincos de prata, pegou seu xale e sua bolsa frisada. Em seguida, dirigiu-se à porta. Hora do show.

Max olhou para sua companheira e se perguntou por que não sentia nada. Ele havia estado atraído por ela por um tempo. Após o comentário ousado dela em seu escritório, percebeu que ela queria levar o seu relacionamento para o próximo nível. A conversa com Carina queimava em seus ouvidos, era hora dele provar que ela estava errada. Laura oferecia tudo que ele estava procurando, e desta vez Carina não poderia ameaçá-lo com o impedimento da mulher errada. Ele pediu a Laura um copo de vinho e encontrou um assento no canto. Examinando a sala, Max mantinha uma orelha nos comentários dela e seu olhar nos outros convidados. À medida que os minutos passavam, se perguntava se Carina tinha mudado de ideia e cancelado seu encontro. Ele quase tinha desejado cancelar o seu. As longas horas na feira deram a ele uma queimadura leve, uma dor nas costas e um

tesão que não ia embora. Não que se importasse. Ele gostava do som da risada de Laura e o show do generoso decote de seu vestido preto. Sua reação estranha com Carina o preocupava e admitiu que já fazia tempo desde que tinha tido prazer com uma mulher. Muito trabalho e pouca diversão, Max brincou com ele mesmo. Ela entrou. Estranho, ela tinha sido uma parte da sua vida por tanto tempo, ele não a tinha percebido em seu país. Aqui, a presença dela brilhava, como se o sol aparecesse em céus tempestuosos para tentar banhistas com um pouco de calor. Os últimos anos mudaram e amadureceram tanto seu corpo como sua mente, até que o resultado invadiu o passado dele como um bando de cavalos de corrida em direção à linha de chegada. Max se rendeu e ficou olhando. A cor a favorecia agora. Ela geralmente cobria seu corpo com tons de azeite verde e cinza num esforço para se esconder. Hoje à noite, ela largou a prudência e virou o foco das atenções numa tentação pura. Graças a Deus, finalmente, suas pernas estavam cobertas. O fino e drapeado tecido azul royal fluía e se esticava sobre seus seios generosos, quadris e balançava no chão. Ele teve um vislumbre do scarpim combinando enquanto ela caminhava, a cabeça jogada para trás em uma risada. Sua massa pesada escura de cachos de chocolate estava presa e mostrava a curva vulnerável de seu pescoço. Edward segurava seu cotovelo em um gesto possessivo e sussurrava algo em seu ouvido. Ela riu de novo e se virou.

O ar correu para fora de seus pulmões. As costas nuas brilhavam sob as luzes ofuscantes, a pele morena acenando para ele correr a língua abaixo da linha de sua coluna para prová-la. O tecido se reunia em sua cintura e deixava a pele dela muito disponível para visualização. Como ela poderia usar um sutiã com um vestido assim? Seu olhar aguçou quando ela se moveu pelo salão. A pressão de seus mamilos sombreava o tecido delicado. Um soco de luxúria selvagem o percorreu deixando-o tonto. Confirmado. Ela não

estava

usando

sutiã.

Aqueles

seios

pesados

balançavam

livremente e brincavam com cada maldito homem no salão como num jogo de esconder e espreitar. Ignorando a multidão e, aparentemente, em um mundo próprio, o casal foi diretamente para a pista de dança. Edward a segurava apertado, muito apertado pelo que parece, a mão vagueando sobre seu quadril para se estabelecer em cima da bunda dela. Mas que diabos? Eles tinham acabado de chegar e ele não conseguia manter suas mãos para si mesmo? Eles nem mesmo tinham olhado em volta para ver quem estava aqui. Era um jantar de caridade, não uma boate. O que aconteceu com as apresentações necessárias? — Querido? Por que você está tão distraído esta noite? Ele balançou a cabeça. Difícil. Em seguida, forçou um sorriso. — Eu sinto muito, eu apenas vi um amigo. Você se importaria se eu a deixasse por um momento? Seus dentes brilharam ofuscantes e deram-lhe dor de cabeça. De quem eram esses dentes brancos mesmo? — É claro. Se você não demorar. — O beicinho deliberado disse tudo. Ele definitivamente poderia levá-la para cama hoje à noite. Ele memorizou esse pensamento e atravessou a sala.

O esforço temperamental de Adele corria em seus ouvidos. Ele passou pelo emaranhado de casais e chegou até eles. A cabeça dela se moveu uma polegada. Seu olhar pegou o dela. Uma profundeza sombria sem fim o sugou intensamente. A consciência queimava e ardia quando aqueles olhos se arregalaram. Ele reconheceu a atração – tinha vivenciado isso com o impulso e o aperto de excitação. A pele dele se arrepiou. A necessidade primitiva de a puxar para longe de Edward e reclamá-la crescia nele. Ele os alcançou e... — Max. Que surpresa. Edward se virou e sorriu. — Ei, chefe. Pensei que você não tivesse vindo. — Os planos mudaram. — Ele deu um sorriso estreito. — Se importa se eu interromper? — Claro. — Edward se inclinou e provocou uma risadinha em Carina. — Milady, eu vou reivindicá-la daqui a pouco. O rosto dela sorriu de prazer e o irritou. — Obrigada, gentil senhor. Max agarrou os dedos dela, os trouxe para seu ombro e pressionou seu corpo contra o dela. As pontas firmes de seus seios roçavam na sua camisa. Sua raiva aumentou tão rápido quanto seu pau. — Eu estou na Idade Média, porra? Ela piscou. — O que há de errado com você? Está irritado por trabalhar muito duro no festival?

Suas sobrancelhas se levantaram. — Não. Apenas nunca tinha associado você ao tipo engraçadinho. — Bem, pelo menos até agora. A velha Carina lembrava a ele risos e sussurros atrás das mãos em concha quando o assunto era sobre meninos. O que ele percebia agora era uma mulher sob medida com a necessidade de ser domada e tomada. — Você nunca me associou a um monte de coisas. Ele apertou os braços dele e chegou um centímetro mais perto. O cheiro de pepino da pele feminina limpa e fresca brincou nas suas narinas. Como pode uma coisa tão inocente e pura criar tanta corrida primitiva de luxúria? Merda, ele se sentia como se estivesse caindo num hospício correndo em busca de fuga. — Bonito vestido. — Obrigada. — Um pouco provocativo, você não acha? Você não está nem mesmo usando sutiã. Ela parou de dançar. Inclinou o queixo até olhar para ele com um brilho chocado em seus olhos. Manchas rosadas pontilhavam suas bochechas. — Você não acabou de dizer isso para mim. Ele deslizou um braço até a base de sua coluna e colocou a palma da mão contra a carne nua. A pele sedosa colocou sua raiva em um nível perigoso. — Você não acha que Edward é o tipo que toma isso como um convite? Eu estou tentando cuidar de você. Seja amiga. Ela baixou a voz num sussurro furioso. — Parece que você está muito concentrado no meu guarda-roupa, ultimamente, é o que acho. Você está tentando dirigir minha vida e odeia o fato de que você não

pode mais. O que eu uso ou não sob a roupa não é sua preocupação. Por que você está dançando comigo mesmo? Onde está Laura? — Você é como uma irmã para mim. — Max olhou para cima com um pouco de culpa. Sua companheira estava em silêncio, bebendo seu vinho e o esperando voltar. O que ele estava fazendo? Tinha uma mulher disposta que ansiava por sua atenção e ele estava perseguindo a única que não o queria. — Laura pode cuidar de si mesma por um momento. Carina bufou. — Eu aposto. Afaste-se, Max. Eu não vou falar com você novamente. — Tudo bem. Não venha correndo para mim, quando seu companheiro quiser mais do que você está disposta a dar. Ela se transformou de novo na rainha do gelo que ele ansiava por derreter. Um sorriso frio curvou os lábios escarlates. — Não tem problema. Estou disposta a dar bastante. Porra. O topo de sua cabeça atingia justamente seu peito. Sua pequenez deveria ser completamente incompatível com a altura dele, mas em vez disso ela se encaixava perfeitamente – um punhado de carne, quente e suave. Seus seios fartos pressionados contra ele e o comprimento de suas pernas realizando um jogo de provocação, cortando para trás e para frente entre eles em sensuais preliminares. Ele se imaginou empurrando suas coxas além e encontrando sua maciez com boas-vindas. Imaginou aquela boca exuberante se abrindo em um suspiro enquanto ele dava prazer a ela com a língua, fazendo-a se contorcer e gritar seu nome. Imaginou...

— Eu acho que esta noite Laura está tendo sorte. Seu comentário ultrajante sufocou uma risada dele. Em seguida, ele iria ver o Chapeleiro Louco na pista de dança. Puta merda, ele estava enlouquecendo. — O quê? — Esse olhar em seu rosto. Todo intenso e sexy. Ela é boa o suficiente para a cama, mas não para ir ao jantar, certo? Impacto direto. Suas preliminares verbais o irritaram e o endureceram. — Errado. Ela tem tudo o que eu quero em uma mulher. O que nega completamente a sua teoria ridícula de que eu escolho as mulheres erradas porque eu tenho medo de intimidade. Ela aliviou suas mãos ao redor dos ombros largos, deslizou seus dedos nos cabelos dele, e forçou cabeça dele para baixo para encontrar o seu olhar. — Quer apostar? Um calor o perfurou profundamente e se rompeu com pressa. A língua dela deslizou para fora e molhou o lábio inferior em um gesto de provocação deliberada. — Hein? Uma gargalhada rouca se rompeu de sua garganta. O som se derramava sobre seu corpo como manteiga cremosa. — Pobre Max, você não pode sequer vê-lo. Laura tem uma pequena falha que é um obstáculo para você. Ele bufou. — Ok, o que é, Madame Eu-Posso-Ver-O-Futuro? — Ela odeia animais. Ele olhou para sua expressão presunçosa e lutou contra a necessidade de beijá-la em seu rosto. — Não é possível. Você não sabe

que de qualquer maneira, você está apenas brincando com a minha cabeça. — Acredite no que quiser. — afirmou levianamente. — Pergunte a ela mais tarde e veja o que ela diz. O pobre do Rocky será chutado para um abrigo de cães. De jeito nenhum ela vai estar perto de um pit bull. — Ela não vai ter nenhum problema com Rocky. Ele é inofensivo. Seu tom fresco e imparcial zombava dele e ele sofria para pressioná-la. — Quando você levá-la para sua casa você vai descobrir por si mesmo. Rocky ficará na casinha de cachorro. — Pare com isso. — Edward começou a caminhar em direção a eles. A dança foi oficialmente terminada. Ele a liberou quando Adele estendeu a última nota em um grito comovente e melancólico de solidão. Um lamento e algo mais, algo mais profundo o percorreu. — Seja cuidadosa hoje, Carina. Ela sorriu. Ele prendeu a respiração na transformação da inocente sedutora – do brilho misterioso de seus olhos para o puxão sedutor de seus lábios. — Não se preocupe. Eu vou estar me divertindo tanto quanto você hoje à noite. Com um lance de cabeça, ela o deixou na pista de dança e foi direto para os braços de Edward. Filho da puta.

Babaca. Carina ardeu com a ira que corria intensamente em suas veias. Ela sorriu para Edward quando ele substituiu Max e tentou mergulhar na dança. Como ele ousava ser todo homem das cavernas com ela? Especialmente depois de casualmente a informar de suas intenções de levar a adorável Laura para cama, como se ela fosse apenas algum amigo para ele se gabar de suas conquistas? Oh, ela estava tão irritada com o ego pomposo dele e a sua incapacidade de vera verdade. Aquela mulher era uma fachada. Tente contornar sua pele impecável e sua conversa inteligente e você encontrará nada além de fumaça, sem coração. Após a conversa delas, foi com Laura para o estacionamento do escritório, a qual ficou praticamente histérica com um cão vadio que vagava pelo prédio. Seu rosto se encheu de horror pelo vira-lata sarnento e ela em pânico obviamente chamou o segurança. Carina teve correr e interceder antes que o pobre coitado fosse transportado para uma jaula de cachorros. Ela se ajoelhou e sussurrou para ele e, depois de um tempo tentando, o cão se aproximou mais até que a deu uma meia lambida. Obviamente, um docinho sem um gene mau em seu corpo. Laura não se importava. Ela estremeceu e apontou uma unha longa para o cão. — Eu odeio animais. — afirmou. — Eles são tão bagunçados, sujos e necessitados. Carina, por favor, não toque nele. Provavelmente tem doenças. Deixe o povo da segurança levá-lo. E só assim, Carina descobriu porque Max encontrava Laura. Outra deficiência. Uma grande. Max adorava animais e nunca poderia

estar confortável com uma mulher que não amasse Rocky e quisesse uma casa cheia de animais de estimação. O homem era um pé no saco, mas tinha um coração mole. Ela lutou contra um gemido. Oh, Dio, estava fazendo isso de novo. Ficar chateada com as escolhas de Max. Envolvendo-se na vida dele para a morte dela. Quando é que ela iria aprender? Carina tomou uma respiração profunda e relaxou. Edward deslizou as mãos para descansar nas suas costas como Max. O calor intenso se estabeleceu contra sua pele com conforto. Ela adorava a sensação dos braços de um homem em torno dela – as possibilidades de intimidade e uma troca que ela desejava com cada célula de seu corpo. Claro, não havia a energia louca como quando Max a tocava. Ela duvidava que qualquer outro homem a faria acender como uma árvore de Natal sem controle. Mas isso não importava. Havia química suficiente para levá-lo hoje à noite para o próximo nível. Edward era atraente, engraçado, e ela queria sentir seus lábios sobre os dela, desejava experimentar a paixão inebriante de um beijo intenso e preliminares. Era embaraçoso o quanto ela sofria por uma sensação de perigo e grosseria. A maioria dos homens a tratava tão docemente, como se ela fosse uma flor delicada a ponto de quebrar. O toque lento de lábios e a tentativa de exploração da língua a frustravam a tal ponto que normalmente interrompia o abraço. Talvez Edward finalmente seria capaz de satisfazer seus desejos mais obscuros com menos... polidez. Como seria se um homem a quisesse tão ferozmente que a levasse sem permissão? Arrepiou-se com o pensamento impertinente. Felizmente, ela descobriria. Hoje à noite.

A noite passou em um borrão de sutilezas sociais, vinho fino, e olhares ocasionais em direção a Max. Ela manteve distância, mas quando saiu do banheiro feminino, percebeu os dois homens no bar, numa conversa profunda. Carina se esforçou ao máximo e se envolveu na conversa com algumas senhoras mais velhas, funcionárias da padaria, determinada a não correr para Max novamente. Trabalhar com ele era ruim o suficiente, mas agora ele enfiava o nariz em sua intimidade. Seu rosto queimava com a memória de seu comentário sobre o sutiã. — Carina? Ela se virou, e Edward ligou a mão casualmente com a dela. — Estou tão feliz que eu decidi vir para a festa. Estou me divertindo muito. — disse ela. — Eu também. Você está pronta para ir ou você quer ficar? Ela sorriu. — Vamos. — Eu estava esperando que você dissesse isso. — Ela engoliu em seco a promessa tentadora e foi para o carro. Quando ela apertou o cinto de segurança, uma leve névoa de chuva atingiu o pára-brisa, que de repente se transformou em uma feroz tempestade. Edward permanecia quieto enquanto percorria seu caminho ao longo das estradas molhadas em direção ao apartamento dela. Seus dedos se fecharam. Ela deveria convidá-lo? Muito cedo? Muito perigoso? Perguntas e cenários passavam por ela, fazendo-a desejar que ela fosse mais experiente com os homens. Até o momento em que ele puxou o freio, os nervos de seu estômago deram um nó. Ele empurrou a engrenagem para estacionar. — Uau, está ficando perigoso lá fora. Por que não a acompanho até a porta?

Seus instintos despertaram. Não, convidá-lo não era sábio. Ela não o conhecia muito bem. Mas a boa atuação no carro parecia perfeita. O martelar de chuva batia em torno deles e transformando-os num forte nevoeiro das trevas. — Não há necessidade de ficar todo molhado. Eu vou dizer adeus aqui. — Tudo bem. — Ela esperou. Ele se mexeu no banco e de repente parecia desconfortável. Carina empurrou a comitiva de vozes gritando em sua cabeça que ela não era boa o suficiente, sexy o suficiente, ou mulher o suficiente para Edward querer beijá-la. Ela fechou suas inseguranças naturais e avançou mais no banco. — Eu tive um momento muito bom. — Sua língua lambeu o lábio inferior. Seu olhar aguçado, e a tensão a confrontava. Graças a Deus, ele parecia interessado. Talvez ele fosse tímido? Tudo bem, ela faria o primeiro movimento. Ele seria uma boa prática para ela — Umm, eu também. Ela se moveu um centímetro. Os olhos castanhos dele cheios de uma estranha mistura de saudade e mal-estar. Carina fechou os olhos e deu um salto. Seus lábios tocaram os dele. Por um momento terrível, ele não se moveu. Seu coração batia de medo de seus sinais mistos, mas depois, com cuidado, como se tivesse medo de assustá-la, ele a beijou de volta. Lábios quentes se moveram sobre os dela e ela relaxou sob ele, convidando-o a uma exploração mais íntima. Os braços dela tocaram os ombros dele e ela queria que ele se rendesse ao abraço e esperava que ele a levasse mais profundamente.

Ele ignorou seus sinais, manteve as mãos firmemente em seu colo e manteve um tom suave, quase reverente para um beijo. Seu coração mergulhou em decepção. Lentamente, ela abriu os lábios sob os dele e lhe deu pleno acesso. A pele queimava com o contato, coração batendo; toda fêmea, fez um gemido profundo na garganta chorando por mais. Edward se afastou. A respiração dele era irregular. Um leve toque de pânico tocava sua expressão e ele deu uma risada curta. — Uau. Sinto muito, Carina, eu não quis fazer isso. Ela retrucou. — Você não quer me beijar? As mãos dele dispararam para agarrar as dela num gesto tranquilizador. — Não, você não entendeu. É claro que eu queria beijála. É que Max me avisou e... — Max? — Todos os músculos se enrijeceram. Um rugido ecoou em seus ouvidos e ela balançou a cabeça para limpá-la. — O que Max disse para você? Outra risada. — Nada, realmente. Max explicou apenas que você é nova aqui e me pediu para levar esse encontro lentamente, você não está pronta para qualquer coisa, qualquer coisa assim, bem... — Sexo? Ele deixou cair as mãos como se ela queimasse. O pânico estava de volta, desta vez de pleno direito. Carina observou a encenação sensual dela murchar como uma planta negligenciada que se transformava em uma erva daninha. — Não! Quer dizer, é claro que não vamos ter sexo. Inferno, Max iria me matar!

Ela se mobilizou para uma Guerra Civil mais uma vez, embora ela estivesse definitivamente no lado Sul. — Max não tem nada a ver comigo. — afirmou calmamente. — Ele é um velho amigo da família, mas ele não controla o que eu faço, e nunca interferiria com o seu trabalho. Se você está interessado em mim, é claro. Segundos se passaram. Ela esperou. Orou por um pouco de bom senso para este homem que poderia ser mais do que um primeiro encontro. Ansiava que ele a puxasse de volta em seus braços, cobrisse a boca com a sua, e declarasse que não estava nem aí para Max. Em vez disso, um frio leve se formou em torno deles que não tinha nada a ver com a chuva repentina. Ela tinha perdido. Max venceu novamente. — Eu sinto muito, Carina. — Angústia se mostrava em seu rosto. — Eu amo meu trabalho e eu realmente, realmente, gosto de você. Mas Max deixou claro que você precisa de um relacionamento permanente e eu não estou pronto para um compromisso. Ela reuniu a compostura que se envolveu confortavelmente em torno dela. Com um sorriso frio, Carina assentiu. — Eu entendo, eu realmente entendo. Obrigada pela noite encantadora. E não se preocupe por se sentir estranho no escritório. Vamos ser amigos. As palavras se prenderam na parte de trás da garganta dela como uma bola de manteiga de amendoim, mas ele brilhou em sua declaração. — Sim. Amigos está perfeito. Vejo você segunda-feira. Ela saiu do carro e correu para a porta. Colocou a chave na fechadura, acendeu as luzes e entrou. Ela espiou pela janela e esperou

o carro de Edward se afastar. Então, sem perder o ritmo, ela pegou as chaves e correu para seu carro. Suas mãos tremiam quando ela ligou a ignição e o calor da plena explosão tirou o frio do ar. A água pingava em uma poça no banco, mas ela ignorou o desconforto. A raiva queimava brilhante e clara até que havia apenas um objetivo em sua mente. Uma coisa para consertar a ridícula noite inteira desastrosa. Matar Maximus Gray.

Capítulo Seis Max ouvia a batida de chuva contra a janela enquanto bebia um gole de conhaque. O líquido dançava em sua língua com uma doçura de fogo. Em vez de acalmar seus nervos, seus dedos seguravam o copo com agitação. Ela tinha razão. Novamente. Como se estivesse sentindo sua perturbação, Rocky emitiu um murmúrio baixo, soltou a respiração e sentou a maior parte do seu corpo sobre os pés de Max. O calor reconfortante o acalmou um pouco, e ele deixou cair a mão sobre a cabeça do animal de estimação, um casco de ossos afiados e linhas feias faziam dele um dos cães mais vira-latas que ele já tinha visto em sua vida. Quando avistou a alma maltratada no carnaval, o vínculo foi instantâneo. Um pequeno stand havia se dedicado a doar filhotes livres, e ele passou por esse stand com sua acompanhante. Ela balbuciava e mimava os novelos bonitos de pele, enquanto Max permanecia paciente e checava os vários jogos. Ele imaginava que se ganhasse um dos animais de pelúcia, estaria numa posição perfeita para o agradecimento dela depois. Não que houvesse qualquer dúvida, a partir de observações óbvias que ela fazia enquanto a noite avançava. Ele estava planejando sua trajetória de sucesso quando seu olhar se prendeu num forte pit bull, enlameado no canto da cabine. Uma corda estava enrolada irregularmente muito apertada ao redor

de seu enorme pescoço e, literalmente, sufocando sua respiração. O cão não parecia se importar, apenas controlava a respiração para que não doesse muito, seus olhos se fechavam com o conhecimento de que isto era tudo e não havia absolutamente nada que pudesse fazer sobre isso. Sua boca estava inclinada e uma baba se derramava de um lado dos lábios. Contusões se acumulavam por seu corpo. Uma orelha estava meio cortada. Mas quando os olhos do cão finalmente encontraram e viram Max, um reconhecimento profundo fez com que Max

precisasse

possuir

este

cão,

colocando

todos

os

outros

pensamentos de lado. Era um lutador – dentro e fora do ringue. E merecia mais do que essa merda. As crianças que cuidavam da cabine do cachorro cobraram dele cem dólares para levar o cachorro embora. Provavelmente seria utilizado como cão-isca desde que seus dias de cão de lutas tinham se acabado. Max desamarrou a corda, se inclinou e disse ao cão que estavam indo para casa. Com a dignidade conhecida da raça e desconhecimento da multidão, Rocky se levantou do chão sujo e foi embora com ele da festa de carnaval. Max perdeu a acompanhante, mas ganhou o seu melhor amigo. E Laura o odiou. No momento em que ela entrou em seu apartamento e viu Rocky, ela soltou um grito feminino que o irritou. Ele passou alguns minutos explicando que o cão era inofensivo, mas quando ela estremeceu e insistiu para ele ficar preso, Max fez sua escolha. Pela segunda vez, ele escolheu Rocky e Laura o deixou sem olhar para trás. A parte triste é que ele não se importava.

Deus, ele realmente se parecia com seu pai depois de tudo? Incapaz de cavar fundo o suficiente para ficar perto de alguém e amálos do jeito que eles precisavam? Lembrou-se do dia em que soube da verdade. Outras crianças tinham papais e Max sempre se perguntou por que ele não, até o dia em que perguntou à sua mãe. Ela contou a ele a história com calma, dignidade e amor, o que o fez acreditar que tudo iria ficar bem. Ela nunca mentiu, mas, depois, ele ficou com raiva sua mãe por meses. Porque ela disse a ele a verdade. Ele queria tanto que ela tivesse mentido que lhe tivesse dito que seu pai tinha sido morto na guerra, ou partido por sacrifício de sua família, ou tivesse acontecido um acidente terrível para que ele pudesse se vangloriar com seus amigos de classe. Em vez disso, sua mãe o contou que seu pai os deixou depois que ele nasceu. Numa pequena cidade conservadora, isso foi uma enorme fofoca com mais cochichos do que as pessoas tinham experimentado em um longo tempo. Ir à igreja todos os domingos era uma tortura. O divórcio era desaprovado, sua mãe era a única que tinha quebrado essa regra fundamental. A maioria de seus amigos e familiares os protegiam do pior da crueldade, eventualmente, ele aprendeu a colocar barreiras para que nada os machucasse. Sua mãe tentou dar-lhe tudo, mas o desejo de saber por que seu pai não o queria o assombrava há anos, deixando um buraco vazio em seu intestino. Será que a maioria dos pais não ficava loucamente apaixonado por seu filho recém-nascido? O que ele não tinha que a maioria dos homens exigiam? Como poderia um pai recente se afastar de sua família e nunca contatá-la novamente? Quando ele finalmente fez 21 anos, ele decidiu descobrir.

Ele usou a Internet e seu fundo para encontrar Samuel Maximus Gray, que vivia em Londres. Lembrou-se da cidade suja da periferia.

Suja.

Lotada.

Classe

baixa.

Outrora

rico,

seu

pai

impecavelmente íntegro acabou perdendo sua fortuna e sua dignidade. Max seguiu para o pub local e viu como ele olhava para a televisão e bebia muito. Finalmente, se aproximou. Max se lembrava de cada detalhe como se o encontro tivesse rolado em câmera lenta. — Você sabe quem eu sou? Ele se levantou antes de seu pai, o coração acelerado e o suor escorrendo das axilas. O homem parecia diferente do jovem que sorria nas fotos de sua mãe. Este era calvo, com um rosto inchado. Seus olhos azuis tinham uma névoa sobre eles, como se a vida difícil e o álcool tivessem feito sua vítima. Ele levantou os olhos da sua cerveja Guinness e apertou os olhos na penumbra do bar. Estudou-o por um longo tempo. Max sentia cheiro de amendoim, fumo, cerveja, e fracasso. — Merda, sim. Eu sei quem você é. — Seu leve sotaque inglês cortava as palavras. — Não parece muito comigo, no entanto. — Max esperou, mas seu pai só olhava para ele. Sem desculpas. Sem constrangimento. Nada. — O que você está fazendo aqui? Max se aprumou. — Eu quero saber por quê. Por que você nos deixou? O homem sacudiu a cabeça e tomou um grande gole de sua cerveja. Ele limpou a boca com as costas das mãos. — Você não recebeu o dinheiro? — Sim, eu recebi o maldito dinheiro.

Seu pai se encolheu. — Então o que você quer de mim? Eu lhe dei com a certeza de que você teria o suficiente para construir a sua vida. Náuseas rolavam em seu intestino, mas ele se desligou disso, sabendo que ele tinha que terminar a conversa. — Você não quer saber como estamos? Sobre minha mãe? Sobre mim? Seus olhos azuis ficaram rígidos. — Eu amava sua mãe, mas eu nunca prometi a ela que ficaria. Eu não queria uma família. Eu fiz o melhor para você. Dei-lhe o suficiente para construir a sua vida e te deixei sozinho. A verdade cortou o ar forte e real. Seu pai nunca o quis. Nunca se arrependeu de ir embora. Nunca pensou neles. As feridas abertas em carne viva ardiam, mas Max se manteve superior, pois sabia que elas iam se curar. Nada jamais o feriria tanto como isso de novo. — Obrigado por esclarecer isso, papai. Ele saiu do pub, para a noite, e não olharia mais para trás. Max contemplou o líquido âmbar. Por que ele estava pensando nisso esta noite? Ele raramente pensava em seu pai e nunca tinha questionado suas decisões sobre as mulheres antes. Carina não sabia nada sobre sua vida amorosa, mas ela estava grudada nas entranhas dele como um carrapato, como nenhuma outra mulher que não a sua mãe já esteve. Max achava que a inocência e juventude dela o atraíam. Ele sempre quis uma irmã para proteger e valorizar. Então, por que ele não estava pensando mais nela como uma irmã?

A imagem dela beijando Edward atormentava seu estado mental. Certamente, tinha avisado ao homem com suficiente determinação para que nada de grave acontecesse. E se ele não tivesse? Deveria chamar Michael? Ou o telefone celular de Edward? Não, eles pensariam que ele era louco. E se ele fosse ao apartamento dela e confirmasse que ela estava bem? Ele batia seu dedo contra o queixo e lutava contra essa possibilidade. Então ele ouviu a campainha. Max tirou os pés debaixo da cabeça de Rocky e caminhou pelo corredor. Quem estava aqui tão tarde em um sábado à noite? Será que Laura voltou nessa tempestade? Ele espiou pela janela lateral e estudou a figura solitária em sua porta. Quem... Ele torceu a maçaneta e puxou. — Carina? Sua boca se abriu. Ela tremia no degrau mais alto, seu vestido vaporoso encharcado e colado ao seu corpo. Seus cabelos se penduravam em cachos irregulares ao redor do rosto, presos as suas bochechas. Descalça, suas unhas vermelhas se enrolavam em uma enorme poça debaixo da bainha do vestido. Ele estendeu a mão para puxá-la para dentro, mas com um único olhar para o seu rosto o coração dele parou. Fúria. Seus olhos cuspiam como uma deusa antiga resolvida em vingança. Queixo inclinado, boca pressionada, os dedos enrolados em

punhos, ela ofegava como se tivesse lutado dez rodadas no ringue, como se fosse o próprio Rocky Balboa. — Filho da puta. Ah, merda. Ele parou e se perguntou se era seguro deixá-la entrar. Com uma murmurada maldição, ele agarrou-lhe o pulso e a arrastou pela porta. Ela empurrou as mãos dele e o olhou enquanto molhava seu saguão. — Como você se atreve a interferir na minha vida amorosa? — ela sussurrou. — Você de todas as pessoas! Você que não reconheceria um relacionamento se tivesse um, vá para o inferno! — Isso é exatamente o meu ponto, Carina. — Max se valeu de seu comportamento profissional e calmo, como um manto. Se ele permanecesse lógico e apontasse seus medos, ela se acalmaria e eles teriam uma boa conversa nesse incêndio. Primeiro, ele precisava convencê-la exatamente por que ele interveio. — Edward não tem relacionamentos, e eu não quero que você tenha arrependimentos. Especialmente quando você o vir à luz fria da manhã. Você merece mais do que isso. Se possível, o seu argumento parecia enfurecê-la ainda mais. Ela brilhava com ondas pulsantes de energia, sua pele maravilhosamente enrusbecida. O tecido molhado moldava cada curva, seus mamilos duros empurravam contra a barreira num esforço para se libertar. Ele sufocou uma maldição enquanto seu corpo respondia com toda a loucura primitiva. Ele endureceu e mal se percebia a evidência contra o fino tecido de seu calção.

— Você não se atreva a dizer uma palavra sobre a minha vida. Não importa o quão longe nós formos! — Ela fechou a distância entre eles. Dando murros na camiseta dele, ficou na ponta dos pés e rosnou, — Eu mereço uma grande noite de sexo, Max. Você me negaria isso? Que negar o que você dá a si mesmo? Eu não sou uma boneca de porcelana perfeita colocada em uma prateleira para ser manuseada em momentos cuidadosos. Eu sou de carne e sangue e eu quero desordem, paixão e orgasmos. Ah, sim, ele conseguiu. Seu pênis pulsava com suas palavras. O cheiro de chuva fresca, de coco e de fêmea invadiram seus sentidos. Max lutou contra a loucura do momento, mas ela golpeava impiedosamente. — Você o assustou pra caralho e ele ficou com medo de tocar em mim. — Então eu estava certo. Nenhum homem merece você se ele não pode sequer enfrentar a alguém que bloqueie o que ele quer. — Você não pode julgá-lo, seu burro arrogante. Você é seu chefe e o fez acreditar que eu tinha algum medo, a pequena virgem com medo de um pouco de contato físico. Ela empurrou seu peito. A raiva se juntou à excitação e o incitou. — Não é o que você é? Não há nada de errado com a virgindade. Você quer entregá-la ao primeiro homem que tenta você? Um grunhido baixo escapou de sua garganta. — Sim! Eu tenho feito muitas coisas, Maximus Gray, coisas que não acreditaria. E eu gostei delas e quero mais, se quero transar com todo homem bonito em toda aquela fodida empresa, você não vai me parar. Você não tem o direito.

As palavras pairaram espessas e pesadas no ar. Um desafio. O alfa nele subiu para a superfície, onde a civilidade e a polidez desapareceram. Ela vibrava com uma quente tensão sexual que se assemelhava a uma bomba que levava ao inferno e trazia de volta, ele iria ser o homem a mudar isso. Ele lhe deu uma última chance enquanto se agarrava à beira do precipício. — Ok, então você é uma menina grande que pode tomar suas próprias decisões. Tudo bem. Eu vou ficar fora de sua vida, mesmo que você esteja cometendo um grande erro. Vá para casa e cresça. Ele

prendeu

a

respiração.

Aqueles

olhos

escuros

encontraram os seus e um pouco de loucura deve ter aparecido no rosto dele. Ela recuou um centímetro precioso e o estudou. Em seguida, sorriu. — Vá para o inferno, Max. Eu já terminei com você. Uma satisfação rugiu através dele. Ele desistiu dos seus limites e caiu no abismo sem arrependimento. Ele a agarrou pela cintura e a levantou contra seu peito. Três passos e as costas dela bateram contra a porta. Sua ereção se ajustou entre o entalhe molhado de suas coxas e ela emitiu um suspiro chocado com aqueles lábios macios. Suas pupilas se dilataram. — Você pediu por isso, menina. Então você terá. Ele abaixou a cabeça e tomou sua boca com a dele. Em algum canto obscuro de sua mente, ele sempre imaginou que quando beijasse Carina seria mais como uma experiência espiritual;

uma iniciação à ternura e ao suave deslize de lábios contra lábios. Em vez disso, a realidade rasgou-o com uma selvageria que ele não acreditava possível. Ele estava indo para o inferno e valia a pena cada momento maldito. Seus lábios se encaixavam perfeitamente aos seus, flexíveis e macios sob o calor brutal de sua boca. Ele se preparou para um protesto, então decidiu que era tudo sobre ensinar-lhe uma lição. Mas ela deu um pequeno gemido de fome, afundou os dedos em seus cabelos, e se abriu para ele. Ele explodiu. O sabor frutado permanecia em sua língua com uma doçura melosa que fazia parte da essência dela. Max não poderia ser gentil, se tentasse. Sua cabeça girava enquanto ele ficava mais bêbado com ela, mergulhando e saindo daquele calor sedoso. Isso não era timidez, não era a virgem não iniciada que ele pensava. Ela florescia e demandava a sua própria fome enquanto apertava e abria mais a boca, a língua delas e encontrando com cada uma de suas estocadas, desafiando-o a ir mais fundo. Ele a pressionou com força contra a porta e ela engasgou, envolveu as coxas dela firmemente em torno de seus quadris abraçando-a. Ele gemeu em agonia, desesperado por mais, arrancou as alças finas que seguravam seu vestido encharcado. Um seio saltou do tecido molhado, seu mamilo estava duro, brilhante, úmido e da cor de rubis. Sua palma segurou o peso duro e seu polegar retorceu a ponta. Ela explodiu. Suas unhas se cravaram em seu couro cabeludo e os dentes morderam seu lábio inferior. A crueza pura de sua excitação engrossou o seu sangue e, com uma maldição, ele baixou a cabeça e tomou o

mamilo em sua boca profundamente. Ele sugava, sua língua rodando e dando prazer enquanto ela emitia minúsculos gemidos, arqueando-se para mais. A criatura selvagem queimava em seus braços, ele a segurou firme enquanto lambia e provocava, até que um puxão forte na sua cabeça o trouxe de volta para cima. Ele estudou o rosto dela na luz. Os lábios inchados soltavam pequenos suspiros ofegantes, os olhos escuros cheios de uma fervente paixão que refletia a própria expressão dele. — Mais. — Sua voz soltava rouca e quebrada. — Eu quero mais. A tensão tinha sido construída entre eles há alguns dias. Max não estava dando a mínima para honra, polidez ou lições. Ele baixou a cabeça e mergulhou de novo, suas línguas lutando por domínio. Ele enfiou a ereção totalmente entre as coxas dela, o tecido fino de suas roupas apenas deixando o fogo entre eles mais quente. A outra alça se soltou e seus seios estavam livres para os seus dedos. Ele revirou os mamilos e beliscou-os levemente. O cheiro almiscarado da excitação dela o atingiu como um lobo no cio. Uma mão deixou um seio e pegou o material de sua saia, juntando-o em suas mãos e colocando-o no alto da coxa dela. Seus dedos trêmulos tocaram a pele úmida. Deslizou pelo pedacinho do fio dental rendado que mal a cobria. Agarrou o elástico. E mergulhou dentro dela. Ela gritou seu nome e uma corrente de líquido encontrou seus dedos. Apertado e quente, seu canal o comprimiu e sua cabeça explodiu como fogos de artifício, que ele mal conseguiu segurá-los juntos. Ela era totalmente fogo e luz, pura paixão palpitava de seu centro e encharcava sua mão. Ele engoliu os deliciosos suspiros dela e

sabia naquele momento que ele tinha que possuí-la. Sua. Possuir. Reivindicar. Para ele. O telefone tocou. O bip insistente cortou a névoa escura e penetrou em sua cabeça. Ele soltou os lábios dos dela, respirando pesadamente no silêncio repentino. Três toques. Quatro. Cinco. A secretária eletrônica atendeu. A voz de Michael se expandiu ao longo dos alto-falantes. — Sou eu. Só queria verificar como foi a festa – eu sei que é tarde. Queria saber como Carina se comportou no encontro dela. Tenho certeza que o seu ainda não terminou, meu amigo. Ciao. O clique ecoou. Lentamente, Max tirou os dedos debaixo da calcinha. Alisou seu vestido. Sem uma palavra, ele permitiu que o corpo dela deslizasse para baixo da porta até que os pés descalços bateram no chão. Ela estremeceu, mas em vez de levá-la em seus braços como ele desejava, ele recuou. Uma emoção entupiu a parte de trás de sua garganta e tirou todas as palavras de conforto ou pedido de desculpas. Dio, o que ele fez?

Carina olhou para o homem que ela amou toda a sua vida e tentou lutar contra o profundo tremor de seus ossos. Seu vestido molhado pesava sobre seu corpo e destroçou outro arrepio. Claro, ela

não sentia frio antes. Primeiro raiva, depois o beijo mais apaixonado que já tinha queimado em seu corpo vivo, como uma bruxa em um ritual. A sala se inclinou. Ela forçou uma respiração pelo nariz e boca, desesperada para controlar suas ações diante dele. A partir do olhar de horror do rosto dele, parecia que Maximus Gray a tinha subestimado. Um pouco de satisfação correu por sua espinha. Ele sentiu isso também. Provavelmente, ignoraria isso. Mas para o resto de sua vida, ela finalmente soube a verdade. Max beijando era melhor do que qualquer fantasia que ela já tinha imaginado. Ela pressionou os dedos sobre os lábios machucados. Havia mais paixão naquele beijo do que em qualquer coisa que ela tinha experimentado. Ele poderia tê-la comido viva, e mais um segundo com seus dedos curvados em seu calor úmido teria provocado um orgasmo que faria a terra tremer. Se o telefone não tivesse tocado, ela provavelmente estaria em convulsão com ele agora. O calor inundou seu rosto, mas Carina sabia que isso era um ponto decisivo. Um teste. Se ela se assustasse, fugisse, nunca haveria outro beijo. De alguma forma, uma porta se abriu dentro do relacionamento deles, e ele não sabia como lidar com isso. Ele não poderia fingir esse tipo de atração. Seu olhar deslizou para a sua ereção. De jeito nenhum ele poderia escondê-la também. Ela apostou e lançou tudo o que tinha. — Uau. Bem, eu acho que isso foi tardio. Pelo menos saiu do nosso caminho. Seus olhos azuis penetrantes brilharam com espanto. Ele parecia lutar com as palavras. — O quê?

Carina deu uma risadinha e abaixou a cabeça com falsa vergonha. — Nossa, Max, quero dizer, o que você esperava? Eu estava irritada, chateada, e sempre tivemos uma ligação. Era apenas natural testar isso uma vez. Agora podemos seguir em frente. Certo? Seu coração batia com tristeza, mas a cabeça dela sabia que precisava seguir o truque até o fim. Se ele pensasse que ela tivesse acreditado que o beijo significou alguma coisa, ele estaria fora de sua vida mais rápido do que um mágico tiraria um coelho do chapéu. Ela não podia arriscar. Não agora. Não quando percebeu que ainda queria mais. O olhar dele despedaçava a cuidadosa fachada dela, mas ela se manteve firme. — Isso foi minha culpa. Eu nunca deveria ter pressionado a questão. Sinto muito. Eu – eu não sei o que aconteceu. Ela acenou com a mão no ar, embora as palavras dele cortassem como navalhas. — Não precisa se desculpar. Nós dois precisávamos queimar um pouco da tensão sexual. Vamos esquecer isso. — É isso que você quer? — Ele perguntou baixinho. Seu sorriso brilhava com esplendor. — É claro. Que esta seja apenas uma lição para você ficar fora da minha vida pessoal a partir de agora. Sem mais ameaças ou intimidação em meus encontros. Entendeu? — Ele se encolheu, mas acenou com a cabeça. — Ótimo, agora é melhor eu ir. — Não. — A palavra a parou imediatamente. — Eu não vou deixar você dirigir nesta tempestade. Você vai ficar aqui hoje à noite. — Eu vou ficar bem. A chuva diminuiu e eu vou dirigir com cuidado.

— Não. — Ele repetiu o comando e balançou a cabeça como se estivesse jogando fora o resto do nevoeiro. — Eu tenho uma tonelada de quartos de hóspedes. Vou pegar roupas. Vá se sentar perto do fogo e eu estarei de volta. — Mas... Ele desapareceu no corredor. Carina estremeceu e escondeu o rosto com as mãos. De jeito nenhum ela poderia ficar aqui. A noite toda? Ela iria quebrar, andaria na ponta dos pés para o quarto dele para seduzi-lo. Especialmente agora que ela tinha experimentado uma prova. O aroma almiscarado de terra dele, a barba por fazer raspando o pico sensível de seu mamilo, o impulso sedoso de sua língua quando ele tomou sua boca, a tormenta saborosa de conhaque. Ela deteve a lembrança. Ela não poderia cometer erros. Não até que ela estivesse sozinha e capaz de avaliar a situação. Ter um novo plano. Agora, ela precisava dele para se sentir mais confortável e sem ameaças, quando possível. Carina mudou-se para a sala de estar e sentou-se no tapete creme espesso na frente do fogo. Sua carne aqueceu-se com o calor das chamas e deliberadamente relaxou seus músculos num esforço para diminuir os batimentos cardíacos. Rocky voltou para a sala de estar e se sentou ao lado dela. Murmurando calmantes palavras de como ele era lindo, ela acariciou sua orelha debilitada e o enviou para o paraíso dos cachorrinhos quando seus dedos encontraram seu sinal canino encantador. Carina admitiu que era muito ciumenta. — Coloque. — Max empurrou uma grande camiseta, meias quentes e um roupão de flanela para ela. Rocky tirou suas pernas e

rosnou em protesto. Ela riu, coçou a barriga dele uma última vez, e foi se trocar. Seu olhar foi para as linhas elegantes da mansão dele. Como Michael, ele ganhou uma fortuna construindo La Dolce Maggie, e seu estilo se mostrava caro e de bom gosto. Os espaços demonstravam ser de homem solteiro, da decoração espartana ao bar totalmente abastecido e sala de jogos. Os televisores eram de cinema, sofás de couro confortáveis e reclináveis e suportes para copos de cerveja enquadravam a cena. Uma espiada na sua cozinha mostrou-lhe ladrilhos de cerâmica imaculados, armários de cerejeira e elegantes aparelhos de aço inoxidável. Nem um prato na pia. Ou ele tinha um cozinheiro, uma empregada doméstica ou comia fora toda noite. Ela se trocou rapidamente e se reuniu a ele na sala, sentando no seu lugar anterior. A madeira estalou e ela puxou os pés para cima, colocou o roupão sobre os joelhos e olhou para as chamas. O olhar dele se sustentava nela, mas ela permaneceu em silêncio, deixando-o falar primeiro. Rocky se acomodou e, com um bocejo de cachorrinho, descansou a cabeça maciça em seu colo. — Você estava certa. Suas palavras saíram com um respeito relutante. Ela inclinou a cabeça em uma pergunta e o enfrentou. — Sobre o quê? Max se sentou na cadeira de couro com uma taça de conhaque em seu cotovelo. Ele estudou o rosto dela como se sondasse uma resposta. — Sobre de Laura. Ela odiou Rocky. Ela escondeu um sorriso de satisfação. — Eu te disse. — Como você sabia?

— Eu a vi no estacionamento com medo de um vira-latas. Sua verdadeira personalidade surgiu. Ela não está acostumada a crianças, a cães ou a problemas. Ela vê apenas a superfície e um cão como Rocky a assustaria. Ele soltou uma risada estrangulada e tomou um gole de conhaque. — Sim, você sempre teve um instinto sagaz com as pessoas. Lembra-se da nossa amiga Julietta na escola? Você a desafiou de imediato. A lembrança a alcançou e ela sorriu. — Eu tinha esquecido isso. Eu sabia que ela estava apenas fingindo ser amiga para chegar perto de Michael. — Michael estava feliz. Ela era sensual. Ela revirou os olhos. — Oh, por favor. Você achava que qualquer mulher que andasse sobre duas pernas era sensual. Discrição não era uma de suas aptidões. — Eu discordo. Porra, Julietta estava chateada, porém. Michael se recusou sair com ela como uma punição justa pelo que ambos sofreram. Carina suspirou e deixou cair o queixo nos joelhos. — Julietta não foi usada por pessoas que se acostumaram com ela. Eu me tornei tão hábil, aprendi como identificar uma mentira a uma milha de distância. — Quem iria querer mentir para você? — Garotos estúpidos. Cada vez que um menino na escola gostava de mim e me convidava para sair, eu descobria que ele só queria chegar a Venezia ou a Julietta. — Ela forçou uma risada, mas a

lembrança ainda incomodava, saber que ela sempre era classificada como a terceira melhor. Imaginar que sua personalidade era um grande tédio em comparação com sua peculiar, sensual e a fiada inteligência. Ser lembrada de tempos em tempos que não podia confiar no simples fato de um homem a convidando para sair, porque sempre suspeitava que estivesse sendo usada. Mas não mais. Ela trabalhou duro para construir sua confiança e se tornar a mulher que ela sempre quis ser. Carina deu de ombros. — Isso é consequência. Parte de ter duas lindas irmãs mais velhas, eu acho. — Parece-me que você está a uma longa distância da menina que não acreditava em si mesma. Seu comentário a assustou. Ela se aconchegou mais fundo no confortável roupão xadrez. — Eu sei. É por isso que vir para a América tem sido tão importante. Não é apenas pelo trabalho para La Dolce Maggie – é sobre ter a liberdade para descobrir quem eu sou. — O fogo piscava e a esquentava bem, como a luz nos olhos de Max. Como se ele entendesse. Como se ele tivesse estado lá. — Se eu tentava seguir um rumo novo, minha família estava sempre lá pronta para me tirar do desastre. Eu não era capaz de cometer meus próprios erros. Os meus encontros foram conferidos de perto, meus estudos eram obrigatórios, e acho que eu perdi meu caminho. Esta é a minha oportunidade de crescer e experimentar o mundo por minhas condições. Eu acordo no meu apartamento sem ninguém para me agradar. Eu ganho o meu próprio dinheiro, pago meu próprio aluguel e não me desculpo ou tenho que dar desculpas. Max fez uma careta. — Eu sinto muito, Carina. Bérgamo é a nossa casa, mas eu sei o que se sente ao não ser autentico. Difícil de tentar algo novo sem toda a cidade fazendo julgamento.

— Exatamente. — Um sorriso curvou os lábios dela. — Eu me lembro quando minha namorada e eu escapamos para um daqueles clubes clandestinos. Queríamos ficar bêbados e paquerar, nos divertir. No momento em que pedi as bebidas, o Padre Richard me viu e disse ao barman que eu era menor de idade. — Você está brincando comigo? — Não, ele não estava de uniforme, e eu acho que ele era um dançarino muito bom. Eu nunca olhei para ele do mesmo jeito novamente, e Mama esfolou minha pele por um bom tempo quando ela descobriu. — Pobre bebê. Nem pensar em ser mau. — E ninguém para ser mau com isso. A tensão girava entre eles. Rocky gemeu como se ele tivesse pegado a corrente e levantou a cabeça. O beijo pairava no ar como uma prostituta em praça pública. Totalmente em seu rosto e em nenhum lugar para sutilmente esconder. De repente, as emoções da noite caíram sobre ela. Um cansaço se aproveitou de seu corpo e lágrimas queimavam suas pálpebras. Tão estúpido. Ela precisava sair dali antes de seu plano inteiro desmoronasse e Max iria perceber que ela era apenas um bebezão. Ela levantou-se e apertou o roupão em volta dela. Sua voz saiu rouca, mas ela evitou o olhar dele. — Eu vou para a cama. Estou exausta. Que quarto eu devo usar? — No topo das escadas. Primeiro à esquerda. — Obrigada.

Ela passou por ele com a respiração presa, mas ele não fez nenhum movimento para impedi-la. Quando seu pé atingiu o primeiro degrau, palavras entraram em seus ouvidos como uma carícia. — Aqueles homens eram idiotas, Carina. Você sempre foi linda. Ela mordeu o lábio. Apertou o corrimão. E se recusou a responder.

Carina estudava a tela a sua frente e lutava contra a necessidade de lançar algo na parede mais próxima. Ela estava oficialmente, fisicamente e criativamente frustrada. Seus dentes morderam o lábio inferior. Levara anos para finalmente controlar suas famosas emoções. De birras para acessos de choro, ela sempre sentiu as coisas mais profundamente do que o resto de sua família. Agora, estava orgulhosa de sua contenção e capacidade de se jogar sem o campo de força do drama em volta. Infelizmente, parte da perda da emoção escapou para sua pintura, precisava encontrar uma maneira de voltar a ter contato com sua diva artística. Murmurando baixinho, ela abriu as janelas para deixar um pouco de ar fresco circular e aumentou o volume para ouvir Usher. O ritmo irritadamente sexy lhe pedia para explorar algo mais profundo em sua arte, mas ela não sabia o quê. Pelo menos, não ainda. Seus retratos habituais pareciam entediados e não tinha interesse em paisagens. Ela deixou os pensamentos flutuarem quando atacou o espaço em branco com alguma cor ofuscante. Era engraçado como mesmo tão

frustrada quanto estava agora, havia um sentimento de satisfação nunca presente enquanto estava no escritório. Por muito tempo, trabalhou na direção de um objetivo: deslumbrar a sua família com suas habilidades para negócios, deixando-os tomar conhecimento para garantir seu lugar na empresa, em última análise. Sua facilidade com a contabilidade só deixou mais fácil continuar seu objetivo, e, dos muitos aspectos do mundo dos negócios, a maioria permanecia chata, entretanto, ela gostava das pessoas da La Dolce Maggie. Seu sonho de uma carreira no mundo da arte levou sua família e seus amigos a acariciá-la na cabeça e incentivar o seu hobby. O instinto lhe dizia que poderia ser mais do que isso com um pouco de trabalho, mas ela nunca tivera a confiança para ir contra o sistema. Parecia muito mais fácil terminar seu mestrado e se estabelecer. Se ela não endurecesse, Michael ficaria em cima e ela poderia decepcionar sua família. Tentava duramente ser firme mas, quando ouvia as sensíveis histórias das pessoas, seu coração mole a traía. Ela conhecia bem seus recursos: números e sua motivação para trabalhar duro. No entanto, parecia que muitas das qualidades reverenciadas para ser uma boa pessoa raramente eram apreciadas no mundo dos negócios. Max administrava La Dolce Maggie, assim como seu irmão. A resolução deles de não suportar tolices não admitia argumentos dos concorrentes, ainda assim eram generosos e amigáveis com os funcionários. Ela não podia nem culpar o sucesso deles por serem homens, pois Julietta era a versão feminina deles e administrava La Dolce Famiglia com punho de ferro e saltos altos. O pensamento de passar anos enfiada em um terno atrás de uma mesa formigava seus nervos com pavor. Metade da diversão

vinha de suas interações, mas a maioria delas acabava com sua cobertura ou com o salvamento da bunda de alguém. Ela não se importava, mas Max estava ficando desconfiado. Logo isso poderia trazer à tona que suas habilidades de gerenciamento eram ruins. Max. A lembrança de seu beijo a sacudiu como um parque de diversões. Deus, foi tão quente. Aquela língua forte, a maneira como ele assumiu o controle do beijo, o jeito que ele empurrou o vestido e a desafiou com seu olhar para detê-lo. Era tudo que tinha sonhado para um encontro sexual, e, claro, tinha que ser com o homem que era feito disso. O destino tinha um terrível senso de humor. Ela acrescentou fúcsia e manteve as linhas ousadas enquanto pintava em estilo livre para relaxar. Não que ele tivesse mencionado o beijo ou até mesmo reconhecido a noite. Uma semana se passou e ele evitava ficar sozinho com ela a todo custo. Seus lábios se curvaram com o pensamento. O grande e mau Maximus Gray com medo de gastar muito tempo com ela, uma inocente. Dane-se se ela não deu a ele algo para se pensar também. Não tinha ideia daquele tipo de química explosiva. Sua ereção provou seu interesse, mas ele provavelmente estava apavorado, Michael iria matá-lo por pegar a sua irmã para um test-drive. Covarde. A idéia explodiu em sua cabeça. O pincel parou ar. Um caso de uma noite.

A imagem de Max nu a empurrando para o orgasmo a fez apertar as coxas. Por que não? Ela não tinha interesse nele a longo prazo, planejava encontrar seu próprio homem. Mas talvez uma noite para liberar a tensão sexual deles poderia ajudar os dois. Ela estaria livre daquela adoração boba que mantinha como uma menina e seria capaz de experimentar sua fantasia. Michael não tinha que saber, teria de convencer Max que seria apenas por uma noite. Sem recriminações, futuro ou perguntas. Ela também era muito mais realista. Não, ela arrancaria venda dos olhos e planejaria como a mulher que era agora. Apenas uma única noite perfeita cheia de orgasmos com Max e então seria capaz de prosseguir. Ela jogou a cabeça para trás e riu com a possibilidade. Ah, sim. Isso poderia ser divertido. Carina voltou para o seu trabalho com um novo foco e começou o plano.

Capítulo Sete Max apertou o botão do interfone. — Você pode chamar Carina para mim, por favor? — Ele deu de ombros, tirou o paletó e o pendurou na parte de trás da cadeira. Sua pele coçava. Provavelmente de sua raiva aumentando. Ela fez isso de novo. A

última

semana

foi

torcida

numa

cadeia

de

eventos

indisciplinados que deixaram suas têmporas com dor. Desde a noite em que ele perdeu o controle e beijou-a, seu carma tornou-se ruim. Muito ruim. Talvez ele merecesse. Ele tomou um gole de café morno e tentou envolver o seu cérebro em torno de suas opções. Seu

treinamento

começou

tão

bem.

Ela

trabalhou

incansavelmente, era boa em contabilidade, mas a linha de fundo o preocupava. Ela ia mal em gestão. No geral, ela ia mal no mundo dos negócios por uma péssima razão. Seu coração. A mulher não tinha um osso cruel em seu corpo. Não importava o quanto ela tentasse recusar e combater os conflitos e razões da gestão de uma cadeia de padarias, ela não conseguia se conectar com a frieza que sua irmã Julieta era capaz de se conectar. Quando os funcionários ligavam doentes, ela enviava cartões de melhoras e os procurava. A equipe de vendas levou menos de uma semana para

descobrir que ela era um alvo fácil. Max apostava que em vez de sopa de galinha, eles precisavam de aspirina para a ressaca. O alto nível da gestão precisava ser respeitado e temido. Os admiradores dela adoravam sua otimista personalidade, generosidade e capacidade de trabalhar em equipe. Infelizmente, ela cobriu traseiros demais e tornou-se a equipe inteira. A porta se abriu. Ela entrou apressadamente com uma de suas minissaias, que são sua marca registrada, e uma blusa puritana sexy que lhe dava sonhos ruins. Desde seu colapso insano, ele tinha cuidado extra para manter o tempo sozinho com ela ao mínimo. Não que ela parecesse dar ao encontro deles uma segunda consideração. Apesar de tudo, parecia que o primeiro beijo deles não tinha feito a terra tremer. Seu ego ferido zombava dele diariamente. Será que ela beijava todos os homens assim? Foi ele um de muitos agora e não vale sequer corar de vergonha? — Você precisa de mim? Ela bufou um pouco e inclinou o quadril contra a borda da mesa. Os saltos altos de sete centímetros lhe acenaram para ir à segunda rodada e desta vez fazê-la gozar. Max virou-se rapidamente como suas bochechas corando e apanhou uma mecha com raiva. — Eu pensei que nós tivéssemos concordado em manter o nosso segredo da sobremesa até a abertura. — Ele manteve sua voz dura e fria, lembrando-se que era apenas negócio. — Precisamos construir entusiasmo e curiosidade nos locais para uma iniciação bem sucedida. Correto?

Ele olhou para ela. Sobrancelhas desenhadas em uma carranca confusa, o dedão do pé bateu no chão num ritmo desconhecido. — Claro que me lembro. — Então, por que eu recebi uma chamada informando que a Pete’s Bread Shop agora está vendendo um de nossos doces? Ela engasgou. — Qual? — Polenta e Osci. — O bolo úmido amarelo lembrava a textura de polenta, mas tinha um creme de avelã como recheio, equilibrado com vários pássaros de chocolate de damasco, elaboradamente esculpidos e empoleirados no topo. Matéria prima em Bérgamo, muitas padarias americanas se mantiveram longe dos verdadeiros clássicos italianos e se fixavam com o básico, o que fazia esta adição única. — De jeito nenhum. — Carina balançou a cabeça. — Falei com Pete alguns dias atrás, quando fomos ao local. Ele não tem o talento para fazer essa sobremesa, ou o chef de pastelaria adequado. Bingo. Max a perfurava com seu olhar. — Você falou com o nosso concorrente? Ela se aprumou. — Bem, sim, ele se aproximou de mim para se apresentar. Ele foi muito educado e agradável e quis nos apresentar o bairro. — Eu aposto. Lembre-se da conversa. Você disse a ele que estávamos fabricando a sobremesa?

— Absolutamente não. Ele estava conversando sobre um tio que visitou a Itália e que adorava uma certa pastelaria e queria saber. . . — Ela parou. Uma faísca de pena o atravessou pela conscientização súbita e pelo horror em seu rosto. — Oh, não. — Ele queria saber o nome e se estávamos servindo isso. Certo? Ela mordeu o lábio. — Eu não posso acreditar que caí em seu truque. Ele parecia tão genuíno. Ele me disse que seu tio estava doente e gostaria de saborear a sobremesa mais uma vez e eu disse que a estaria servindo na abertura. — Ele esperava que ela abaixasse a cabeça, mas ela encontrou seu olhar de frente. — Eu sinto muito. Eu realmente estraguei tudo. Com outro empregado, ele o teria dilacerado e o deixado cozinhando por alguns dias. Ele abriu a boca, mas causar mais estresse em Carina era impossível. Sua honestidade crua quando cometia um erro só o fez sofrer para atravessar a sala e abraçá-la como nos velhos tempos. Ele manteve a distância e limpou sua cabeça. — Eu sei. — Ele fez uma pausa e estudou seu rosto. — Carina, você gosta de trabalhar aqui? Ela apertou os lábios. — Sim. Desculpe-me, eu errei, mas Michael está contando comigo. Eu vou fazer melhor. Seus bonitos olhos de chocolate se encheram de determinação. A necessidade de confortá-la o esmagou, mas ele continuou com seus pés enraizados no chão. — Eu sei que Michael quer que você eventualmente fique na La Dolce Maggie. Você é dedicada e inteligente, eu nunca questionei suas qualidades, cara. Mas é isso que você quer?

O flash de dúvida foi rapidamente sepultado. — É claro. É para isso que eu treinei. Não tenho a intenção de deixar aminha família. O orgulho o atravessou. A mulher diante dele tinha mais lealdade e ética de trabalho do que qualquer um que ele tivesse conhecido. Ainda assim, ele se lembrou de sua criatividade e vontade de pintar. Lembrou-se que a mãe dela a liberava de trabalhar na cozinha para ser surpreendida com seu talento. — Você não respondeu a minha pergunta. É isso que você quer? Ela afundou os dentes brancos na carne macia de seu lábio. Ele se lembrou que mergulhou a língua entre os lábios de rubi e os devorou. Max conteve um gemido de miséria absoluta. — Isso é tudo que eu tenho. — disse ela suavemente. Ele inclinou o queixo para cima e estudou o rosto dela. Por que ela diria algo tão estranho? Infinitas opções se esticavam à frente dela. Michael podia ter esperanças de ela pegar o comando, mas o seu amigo iria apoiá-la se ela insistisse num caminho diferente. Venezia buscou uma carreira na moda, e Michael sempre se gabava de seu talento e individualidade. Ele sentia que o coração dela não pertencia à indústria dos negócios como o de Julietta. Em seus instintos, ela pertencia a outro lugar. Ele só não tinha certeza de onde. Um toque rápido na porta tirou sua atenção. Jim espreitou a cabeça, fones de ouvido firmemente no lugar. — Chefe, temos um problema. Michael precisa de você para chegar até a zona portuária. Há algum tipo de confusão como fornecedor e o chef está pirando. — Uma chamada em conferência não pode resolver isso?

— Não, isso necessita de uma abordagem prática. — Tudo bem. Diga a Michael que eu estou a caminho e vou informá-lo mais tarde. — Entendi. — Jim desapareceu. Max encolheu seus ombros em seu paletó e pegou sua pasta. — Deixe-me corrigir isso e nós vamos nos falar mais tarde. Cubra-me enquanto eu estiver fora. — É claro. Ele partiu para porta e fez uma nota para aprofundar isso depois.

Duas horas mais tarde, Carina verificava atentamente a pilha de

papel

enquanto

trabalhava

como

assistente

de

Max.

Os

acontecimentos da manhã ainda a incomodavam, mas ela decidiu avançar e compensar isso. Uma besteira dessas não deveria fazê-la se incomodar. Todo mundo comete erros no início – não é isso que Max e Michael sempre dizem a ela? Ela flexionou seu pescoço para trás e para frente e tentou se concentrar na infinita variedade de números que enchiam a tela do computador. O telefone tocou. — Sim? A voz da secretária chegou pelo telefone. — Robin está aqui para ver Max. — Da Robin’s Organics? — Ela questionou. — Sim, ele diz que é urgente.

— Mande-o entrar, por favor. O homem que entrou tinha cabelo castanho desgrenhado, lamacentos olhos castanhos e bochechas rosadas. Ele usava uma camisa vermelha com ROBIN RULES rabiscado na frente e calça jeans com um buraco nela. Não era o típico executivo de negócios de um dos seus mais importantes fornecedores. Definitivamente, um homem que tem as mãos na sujeira. Ela se levantou e apertou sua mão. — Eu sou Carina Conte. Max não está aqui no momento. Posso ajudá-lo? Um músculo se contraiu em seus olhos. — Eu tenho que discutir um problema com você, Sra. Conte. Eu espero que você possa me ajudar. — Carina. E, eu vou certamente tentar. Deixe-me abrir a sua conta conosco. — Ela bateu em algumas teclas e leu a história e as atuais notas. — Você trabalha com a gente há um tempo, desde que La Dolce Maggie abriu. Estou correta? — Sim. Nós temos uma reputação sólida da melhor fruta orgânica do Vale do Hudson. Mas nós estamos tendo problemas na loja de Newburgh. Os figos e framboesas foram entregues com atraso. O chef me disse esta manhã que ele dispensou nossa conta. Carina franziu a testa. — O chef não tem a palavra final no que decidimos. É a primeira vez que isso acontece? Ele fez uma careta. — Não. Já aconteceu algumas vezes no último mês.

Ela se recostou na cadeira e o estudou. Batia o lápis contra a borda da mesa. — Quando fornecedores atrasam, nós não podemos fazer nossos produtos de pastelaria. Isso é um problema sério. — Eu sei, e sinto muito. Eu queria vir em pessoa e dizer o que está acontecendo. — Ele limpou a garganta. — Coloquei meu filho nos negócios e ele tem dirigido o caminhão. Ele trabalhou bem por um tempo, acabou de se formar na faculdade, mas ultimamente ele tem se envolvido com amizades erradas e... — Robin parou, em seguida, continuou. — Ele tem se envolvido com drogas. Rouba dinheiro. Não faz as entregas. Eu acreditava que estava tudo bem e não verificava seu trabalho. Os olhos dela se suavizaram com simpatia. Ansiava por chegar e pegar a mão do pobre homem, que estava obviamente sofrendo por seu filho. — Eu sinto muito. O que você vai fazer? — Ele procurou a reabilitação. Ele não vai trabalhar para mim de novo, eu lhe prometo. Eu estou pedindo para me dar um voto de confiança e me deixar continuar com a loja em Newburgh. Minha empresa tem uma sólida reputação e eu não quero perder a conta da La Dolce Maggie. Carina passou os olhos nos relatórios e observou a história com a Robin’s Organics. Sem problemas reais até poucas semanas atrás. Como o homem esperava por sua decisão, ela pensou vagamente no que Max e Julietta fariam nesta situação. Eles seriam empáticos, mas profissionais. Provavelmente pediriam um desconto pelos erros. Definitivamente, mostrariam o seu descontentamento. Mas ela não era um deles e seu instinto lhe dizia que Robin teve o bastante sem ela arrancar suas bolas.

— Eu vou precisar que você garanta ao meu chef de lá que ele não vai mais receber nenhuma entrega atrasada. Você pode prometerme isso? — Sim. Eu já contratei alguém novo em quem posso confiar completamente. Não haverá erros adicionais. — Entendido. Vou cuidar disso, e vamos começar com uma proposta clara. Um alívio cintilou no rosto dele. Seus olhos deram um puxão final, ele se levantou para apertar sua mão. — Obrigado, Carina. Eu realmente aprecio isso. — De nada. Boa sorte com seu filho. Eu sei que seu coração está provavelmente quebrado, mas eu tenho certeza que você vai fazer todo o possível para ter certeza de que ele se recupere. Tendo a família para contar é metade da batalha. Ele acenou com a cabeça bruscamente e saiu do escritório. Ela suspirou, seu coração sofria pelo homem. Trazer filhos ao mundo é como um risco de amor. Ela deu-lhe crédito por sua coragem e honestidade. Outra hora se passou enquanto ela atualizava planilhas e esperava por Max. Ele entrou no escritório, obviamente, aborrecido. Não que sua aparência agradável denunciasse um fio de cabelo fora do lugar ou um amassado no seu ajustado terno cinza-ferro. A gravata roxa estava perfeitamente amarrada e não torta. Mas suas feições estavam fechadas em desagrado e seus olhos estalavam um fogo azul enquanto ele jogava sua pasta na mesa.

— Nós temos grandes problemas. Eu preciso de uma reunião com Robin´s Organics. Uh-oh. Carina se levantou da cadeira dele, foi para frente da mesa e se inclinou contra ele. Ela manteve sua voz suave e controlada. — Robin já veio me ver. Max levantou a cabeça. — Do que você está falando? Quando? — Ele veio enquanto você estava na zona portuária. Ele está atrasado com as entregas das últimas semanas e estava com medo de perder nossa conta. Tive uma longa conversa com ele e consertamos isso. Não deve haver nenhum problema adicional. Um músculo trabalhou na mandíbula dele. O cheiro almiscarado de sua loção pós-barba batia nela. — Eu apenas escutei um interminável discurso do nosso chef de pastelaria, que insistiu para que eu dispensasse esta conta. Qual foi a desculpa dele? — Seu filho tem lhe dado problemas e eles estão com falta de pessoal. Max levantou uma sobrancelha com desprezo. — Como isso é meu problema? Você o ameaçou? Pediu um desconto no preço pelas suas merdas? A irritação mordia os nervos dela.

— Eu não senti que era

necessário, Max. Ele trabalha para nós há anos e nunca tivemos problemas anteriores. Todos nós passamos por problemas pessoais e os relacionamentos são a base no mundo dos negócios. Dar-lhe uma palestra ou insistir para chegar a um acordo não era a coisa certa desta vez.

A explosão dele foi ficando mais perto. Ele amaldiçoou e passou os dedos pelos cabelos. Carina odiava a forma como as ondas apenas caíam em perfeita forma. Ele era mesmo humano? Como pode uma coisa viva ser criada de tal forma, respirando sexo dos deuses? A memória de suas mãos levantando-a e batendo-a contra a parede deixou sua barriga trêmula e uma umidade latejante que exigia satisfação. Em vez disso, se concentrou na grosseria de seu comportamento. — Os relacionamentos são importantes, mas os fornecedores respeitam a firmeza. Se você deixá-los falhar uma vez, eles vão saber que podem repetir isso. Mais uma vez você está sendo muito mole. Você precisa assumir e equilibrar isso. Os punhos dela se cerraram pelo tom condescendente. — Assumir? — ela perguntou em voz baixa. — Isso não tem nada a ver com ser mole, tem a ver com a construção de confiança. Ele confia em nós para dar a ele esse crédito, o que inspira lealdade e um desejo de nunca nos decepcionar novamente. Negócios 101, Máx. Talvez você precise fazer um curso de reciclagem. Ele deu alguns passos até que estivessem cara-a-cara. A respiração dela estava ofegante e ela reprimiu o turbilhão de emoções pronto a explodir. De maneira nenhuma ela iria perder a paciência na frente dele no escritório. Era hora de perceber com quem ele estava lidando. — Talvez você precise dizer ao nosso chef para esquecer as tortas de figo para a festa dele hoje à noite. Que tal isso?

Ela levantou-se na ponta dos pés e jogou a cabeça para cima. — Talvez você possa assumir e dizer a ele que somos nós que decidimos na La Dolce Maggie. Ele é um babaca temperamental e sempre foi. Seus lábios se torceram em um grunhido. — Ele faz uma excelente comida. — Ele faz por seus problemas para alcançar o auge, por ser mediano, faz exigências ridículas. Você é só mimos com ele. Ele estendeu a mão e a agarrou pelos braços. Seu rosto estava tão perto dela, que viu a curva perversa do lábio inferior, a barba sexy colada na mandíbula e a queimação nos olhos azuis. — Eu sou o chefe, e eu tomo as decisões finais. — Pena que você não está fazendo o certo. A respiração dele correu quente sobre a sua boca. Os lábios dela se separaram. Aqueles dedos agarraram profundamente os braços dela enquanto ele lutava com sua irritação. — Você está ficando um pouco tagarela para alguém que está supostamente em treinamento. O desejo bateu nela forte e rápido. Seus mamilos empurraram contra a seda pura de sua blusa e imploraram uma mordida impertinente dos dentes dele. Sua voz caiu para um sussurro. — Então me faça calar a boca. Ele hesitou por um momento. Cuspiu uma maldição. E bateu a boca sobre a dela. O beijo foi quente, rápido e exigente. A língua dele cresceu entre os lábios dela e empurrava profundamente enquanto ele a levantava e a colocava em cima da mesa. Ela se abriu mais para ele e se agarrou

em seus ombros. Sua saia foi para o alto de suas coxas e ela saltou em direção à borda para separar mais as pernas. Ele entendeu seus frenéticos movimentos, empurrou o material até a cintura, agarrou seus tornozelos e os envolveu em torno dele. Carina caía no beijo enquanto uma variedade de sensações molhava sua calcinha e a deixavam louca por mais. Ele devorava sua boca como um predador faminto coma intenção de destruir sua presa por inteiro. Sua mão apertou a carne sensível atrás de seu joelho, então deslizou em direção à calcinha de renda branca. Ele capturou o gemido dela mordendo seu lábio inferior, banhando a carne inchada com a língua. — Eu preciso te tocar. — falou asperamente. — Eu preciso... — Faça-o. Faça isso agora. Os dedos dele deslizaram sob o elástico e marcaram o gol. Ela gemia e arqueava sob o mergulho feroz, cavando seus saltos agulha profundamente em suas costas. O polegar dele sacudia seu clitóris inchado e esfregava contra aborda de seda em uma provocação selvagem. Ela puxou seu cabelo, abriu mais as pernas e deslizou em direção ao orgasmo. O interfone tocou. — Max, a sua visita das duas horas está aqui. Sua boca se soltou da dela. Ela lutava para não arrastá-lo de volta para terminar o trabalho, mas o vacilante olhar do seu rosto a fez soltá-lo. Os dedos dele deixaram dor e vazio e o cheiro da excitação dela se impregnou ao ar. Sua respiração vinha irregular e desigual enquanto ela deslizava para fora da mesa, puxou para baixo sua saia e alisou para trás a blusa. Em seguida, olhou para ele.

— Cristo, o que diabos estou fazendo? Eu não quis fazer isso. A frente da calça estava inchada em contradição óbvia. Cansada por

ele

negar

a

atração

ardente,

ela

inclinou

a

cabeça

e

intencionalmente deixou cair o olhar. — Para mim, parece que você quis fazer isso. — Carina. — Esqueça isso, Max. Vá para a sua reunião. Eu te vejo mais tarde. Não seria capaz de aguentar mais as suas desculpas e culpas, saiu do escritório. Ah, sim, estavam progredindo. Ele a beijou duas vezes até agora e obviamente queria mais. Ela só precisava convencêlo a tentar. De alguma forma, ela precisava levá-lo sozinho a um território neutro para terminar o que começaram.

Algumas noites depois, Carina colocava a porcelana azul escuro sobre a mesa. Graças a Deus que era fim de semana. Desde seu segundo encontro com Max, ele parecia decidido a provar que tinha cometido um erro que jamais seria repetido. Um verdadeiro incentivo para o ego feminino, ela zombou interiormente. Ela

se

virou

e

encontrou

uma

sombra

preta

enorme

predominantemente empoleirada na cabeça da cadeira. Ela cruzou os braços na frente do peito e fez um som tosco. — Dante, você sabe as regras. Fora da cadeira. — O gato monstro

deu-lhe

um

olhar

aborrecido

e

lambeu

sua

pata.

Frequentemente, os animais a respondiam. — Eu quis dizer isso. Saia. Agora. Dante balançou sua cauda, levantou a cabeça e deu um assobio de advertência. A voz de Maggie cortou o quarto. — Dante, desfaça essa postura. — O gato levantou a cabeça e saltou para baixo. Com um olhar de nojo, ele se dirigiu para Maggie para uma massagem rápida contra sua perna e ronronou. Carina soltou um suspiro. — Como você faz isso? Ele é o mais desagradável, pé- no-saco e teimoso gato no mundo. Ele é o único animal que não me ouve. Maggie sorriu. — Sim, eu sei. Ele não é ótimo? Jantares as sextas à noite eram essenciais na vida nova de Carina, e ansiava por eles. Reuniam-se uma semana na casa de Alexa e Nick, outra na de Michael e Maggie, tinha se acostumado a relaxar num ambiente acolhedor longe do escritório. Carina deslizou para a banqueta e trabalhou na salada. Sua cunhada tentava não esbarrar no balcão com a barriga, e Carina lhe deu crédito. A saia vermelha moderna e a casual camiseta de gola cavada a faziam parecer chique e elegante na maternidade. Maggie verificou o pão de alho e tomou um gole do copo de espumante seltzer. — Diga-me o que está acontecendo em sua vida amorosa. Como foi seu último encontro? Edward, certo? Carina escondeu uma careta e acrescentou um punhado de azeitonas. — Umm, não vai muito bem. Nada de mal, apenas monótono entre nós.

Maggie franziu o nariz. — Sem química é uma merda. Eu não posso te dizer a quantos encontros eu fui sem sentir nada. Zero. Quaisquer outras perspectivas? — Além do pessoal do trabalho, eu não tenho certeza de onde mais encontrar os homens. O que você fazia quando era solteira? Maggie riu. — Muitas coisas ruins, que é exatamente o que você precisa fazer. Eu vou dar a você uma lista de alguns clubes onde você pode ir aos fins de semana. Eu iria com você para dar apoio moral, mas você não vai conseguir escolher com um prego perto de você. Ela bufou. — Você provavelmente escolhia antes de mim, mulher. Você ainda é quente. Sua cunhada corou com gratidão. — Você é uma irmã tão boa. — Eu quero dizer, Maggie, você tem esse apelo sexual que eu sempre quis. Como você faz isso? — Fazer o quê, cara? — Conseguir o seu homem. Maggie gargalhou e jogou a panela de pão tostado no balcão. — Carina, você já tem tudo o que precisa com esse seu corpo assassino. Apenas lembre-se disso – homens gostam de mulheres correm atrás do que eles querem. Se um homem te atrai, se conecte com sua megera interior e solte-se. Ele não terá nenhuma chance. — Você acha? — Umm, não. Eu sei.

O pensamento de mudar para ser sedutora a excitava. Por que não tomar a iniciativa e ir atrás do que queria? — Sério, você precisa sair para dançar e se divertir. Muitos homens vão estar lá para praticar. Todas essas sugestões ridículas de encontrar com homens em livrarias e igrejas me irritam. O comentário de Max sobre a igreja ecoava em sua mente, ela mordeu o lábio para não rir. — Ou a mercearia. Honestamente, quando um homem chegou até você e lhe pediu para cheirar o seu pão para ver se estava fresco? — Ou a academia! Sim, nada mais quente do que uma mulher fedorenta com maquiagem deslizando no rosto e sacudindo os músculos. Você pode nos ver respondendo ao comentário. — Quanto você levantou hoje, baby? — Sim, mas eu ainda não estou pronta para a Internet. Não, a menos que eu esteja desesperada. — Deixe isso para os manda-chuvas. Alexa vai se divertir muito postando seu perfil. — Eu ouvi isso. — A voz de Alexa cantou do corredor. A campainha tocou e o murmúrio de vozes baixas ecoou pelo corredor. — Ah, é, finalmente, Max. Você pode recebê-lo, Michael? — Ela gritou. Ainda estava rindo de sua conversa com Maggie, quando percebeu o sotaque feminino. Curiosa, ela espreitou a cabeça em torno da parede. Porcaria. Ele trouxe uma mulher.

Ela apenas observou como sua futura transa de uma noite entrou na mansão com uma mulher em seus braços. Não era qualquer mulher. Max só namorava a elite, e esta fedia a realeza e a privilégio. Cabelos vermelhos enrolados como uma forma de arte ao redor de seus ombros e sua figura magra gritava tamanho trinta e seis. Os olhos verdes oblíquos tinham um jeito sonolento que transbordava sensualidade. Unhas à francesinha e saltos agulha alertavam as mulheres para ficarem longe de seu homem. E o homem dela esta noite era Max. Carina tentava não olhar furiosamente enquanto se escondia na entrada da cozinha e espiava. — O que é isso, querida? — Maggie perguntou. — Você está chateada. Ela limpou sua expressão irritada e forçou um sorriso. — Não, apenas verificando o gosto de Max para a semana. Este parece sério. — Hmm, eu não achei que ele estava trazendo uma mulher hoje à noite. — Maggie enfiou a cabeça para fora da cozinha e viu como os homens conversavam e Max fazia as apresentações. — Ah, esta é Victoria Windsor. O pai dela é Duque de alguma coisa, então ela é alguma coisa da realeza. Max já saiu com ela antes. Ela deve estar de volta à cidade. Carina piscou. Seu ódio a invadiu com proporções monstruosas. — Oh. Sua cunhada aguçou seu olhar e suas garras. — Quer que eu me livre dela? Basta dizer a palavra e eu vou culpar a loucura dos hormônios da gravidez. Uma risada escapou de seus lábios. — Não, claro que não. Eu disse a você que esqueci completamente Max.

Um bufo pairou no ar. — Sim, e depois eu vou vender à você a Ponte do Brooklyn. — Por que eu iria comprar uma ponte? Maggie acenou com a mão. — Não importa. Eu continuo esquecendo nossas ridículas expressões americanas. Ela pegou a salada do balcão e a levou para a sala de jantar. O enorme espaço aberto tinha uma mesa de madeira de cerejeira de grandes dimensões, com bancos de couro elegantes e um armário de porcelana combinando. O cristal brilhava debaixo do lustre de gotas, Maggie pegou algumas garrafas de vinho do bar no canto. A formalidade era atenuada pelo conjunto de velas, iluminação suave, e aquarelas maravilhosas de paisagens toscanas que decoravam as paredes. Flores frescas enfeitavam o centro. Toques femininos estavam espalhados por toda a mansão de seu irmão solteirão; Carina amava o contraste do macio e do duro, da simplicidade e da exuberância que agora reluziam pela casa. Alexa bamboleou e gemeu. — Eu quero tanto um vinho que eu possa prová-lo. Vocês me tragam a melhor garrafa quando vocês me visitarem no hospital. Quem está com o Max? —

Parece

ser

a

pergunta

da

noite.



Maggie

falou

arrastadamente. — O nome dela é Victoria, atual namorada de Max. Alexa estremeceu. — Ela é muito magra. Eu não gosto dela. A satisfação pulsava pelo seu corpo com essa declaração. Quem não gostava de comer era suspeito na família. Maggie deu de ombros. — Eu a vi uma vez, ela é realmente agradável. Talvez seja um sinal.

Carina rangeu os dentes. Porra, se ela soubesse que estaria competindo com uma princesa de merda usaria pelo menos um vestido. Ela estava vestida com um jeans casual, camiseta branca e tênis Keds. Sabendo que ela estava parecendo ter 12 anos, amaldiçoou sua estupidez. Mulheres que queriam seduzir homens como Max precisavam ter seu plano. Uma rodada para a cadela. O barulho dos saltos ecoou e Max apareceu na sala de jantar. Ele fez as apresentações de novo e acenou para ela como se suas línguas nunca tivessem tocado a boca um do outro. — Carina, esta é Victoria. Carina é uma amiga íntima. Ela inclinou a cabeça. — Sim. Intima. Prazer em conhecê-la, Vicky. A mulher estremeceu com o apelido, mas Carina deu-lhe crédito quando ela assentiu. — É adorável conhecer a família de Max. A última vez que eu estive na cidade foi muito breve e nós só fomos a festas formais, certo, querido? — Unhas vermelho-sangue acariciaram o braço dele. — Esperamos que esta viagem seja mais longa. Max sorriu, mas ela viu que o humor não alcançou seus olhos. Ele quase parecia... ressentido. Como se tentasse provar um ponto de que nunca haveria nada entre eles. Interessante. Ele se recusou a olhar diretamente nos olhos dela, o que fez Carina se lembrar dos cães vadios que frequentemente pegava, os quais inclinavam a cabeça para evitar um completo contato. Para evitar a verdade de suas circunstâncias. A negação era impressionante em todas as espécies. Nick passeava com uma travessa de penne alla vodca. — Espero que todo mundo esteja com fome. — Carina mordeu o lábio quando as

mulheres incisivamente olharam para a figura de vara de Victoria, mas ela fez um esforço e esfregou as mãos. — Tragam os carboidratos, meninos. — Maggie e Alexa sorriram e sentaram-se à mesa. O instinto de Carina dizia a ela que havia uma razão muito boa para Max trazer Victoria para o jantar, e estava prestes a descobrir. — Então, Victoria, o que você faz? — Trabalho com caridade, principalmente neste momento. Eu me formei em Direito, em Oxford, mas a prática da Advocacia não foi tão satisfatória como a da caridade. Eu ajudei a fundar um orfanato para crianças em Londres. Max se ajeitou na cadeira como se estivesse prestes a fazer uma apresentação. — Victoria tanto possui formação como também experiência nas ruas. Sua fundação ajuda a centenas de adolescentes que não têm lugar para ir. Uma vez que eles atingem um nível no sistema, a assistência social não pode mais ajudá-los. Alexa assentiu. — Sim, como o filme do Batman. The Dark Knight Rises, lembra-se, Nick? A fundação do Bruce Wayne mostrou esse problema. Muito impressionante. Nick riu com a capacidade de sua mulher para relacionar tudo a livros, filmes ou poesia. Victoria abaixou a cabeça e disse para Max: — Querido, você me lisonjeia. Eu tinha proteção atrás de mim. Você trabalhou ao máximo, de modo que você merece todos os elogios. Carina se perguntou se ganharia uma cárie por causa de toda aquela doçura entre eles. No entanto, ele não a tocava. Max sempre foi carinhoso, especialmente com alguém por quem tinha sentimentos. Quantas vezes ela o observou mimar e acariciar suas acompanhantes? Mas ele mantinha distância, como se jantasse com a realeza, e não

com sua família. Mãos espalmadas sobre a mesa. Respeito e admiração em seus olhos, mas nenhum sinal de luxúria caindo sobre ela. Hmm, interessante. Victoria conversava um pouco sobre a sua caridade e não fazia nenhum movimento para tocá-lo também. Eles pareciam mais como companheiros do que amantes. A faísca de atração sexual assentavase monótona, completamente, sem mesmo uma contração de interesses entre eles. Qualquer mulher que não queria mergulhar na cama com Max tinha algo mais acontecendo com ela. Frigidez? Carina colocou o chapéu de Nancy Drew e jurou descobrir isso. Maggie voltou à conversa para Alexa. — Então, vocês já descobriram um nome para o bebê? Nick assentiu. — Se for uma menina, vamos chamá-la de Mary como a mãe de Alexa. Carina suspirou. — Isso é tão adorável. E se for um menino? Nick atirou em sua esposa um olhar de advertência. — Nós ainda estamos trabalhando nisso. Alexa se endireitou e retificou. — Se for um menino, o chamaremos Johan. Nick esfregou a testa. Caiu um breve silêncio. Maggie finalmente quebrou a educada pausa. — Pelo amor de Deus, por quê? Onde diabos você tirou esse nome? — Adivinha — disse Nick. — Você a conhece melhor do que ninguém.

Carina olhava sua cunhada analisando as possibilidades até que ela engasgou. — Você está louca? Oh, meu Deus, você está tentando nomeá-lo por Johan Santana! Alexa apertou os lábios. — É um nome lindo e não tem nada a ver com o Mets. — Maggie soltou uma risada histérica e enxugou os olhos. — Mentira. Santana armou a primeira rebatida do Mets na história e você está tentando recriar a glória. Eu me lembro daquela noite bizarra. Você chorou tanto que eu pensei que você iria entrar em trabalho de parto. Carina se lembrava de ter ouvido sobre a obsessão de Alexa com o time de beisebol New York Mets, e também o ressentimento em relação a equipe de Nick, o New York Yankees. Graças a Deus ela não era um fã de esportes. Parecia mais estresse do que precisava, especialmente a partir do brilho no rosto de Alexa para com sua melhor amiga. — Deixe-me em paz, Maggie. Foi um belo momento para apreciar. Nosso filho deve se orgulhar de ter esse nome. Nick bufou e encheu sua taça de vinho. — Sobre o meu cadáver — ele murmurou. — Santana está em declínio desde então e não armou um jogo decente nas últimas cinco partidas. Que tal Derek como nome? Alexa bateu o garfo. — Absolutamente não! Nenhum filho meu vai ser chamado de Derek Jeter, seu, seue, seu... apaixonado pelo Yankee! Nick suspirou. — Vamos falar sobre isso mais tarde, querida. Você provou a lula? Eu me superei desta vez.

Alexa resmungou, mas voltou para sua refeição e Carina se esforçou para não rir do absurdo das conversas do casal. — Você tem um projeto acontecendo em Nova York, ou você veio para visitar Max? — Michael perguntou a Victoria. — Papai está aqui para negócios e eu pensei que podia acompanhá-lo. Eu adoraria ver um jogo ou a ópera, se eu puder conseguir Maxie por um tempo livre. — O apelido causou uns murmúrios ao redor da mesa. — Coitado, tem trabalhado tão duro com inauguração. Talvez eu possa forçá-lo a tomar algum tempo livre esta semana se eu conseguir a permissão de seu chefe. — Claro, desde que tudo esteja indo bem, ele pode ter um descanso. Carina pode cobri-lo. — Como é doce. Não é maravilhoso trabalhar com um amigo próximo da família? — Seu sorriso era genuíno sob os brilhantes dentes brancos e a culpa beliscou Carina. Como ela ousa julgar as pessoas pela aparência? Vitória parecia uma mulher agradável, experiente que apenas tinha a aparência de uma supermodelo. Era culpa dela? Não. Ela decidiu recuar. Se Max queria segui-la, talvez fosse melhor. Sua constante necessidade de sair com mulheres que eram erradas para ele a fascinava e ele parecia decidido a provar que tinha mudado. Victoria conversava sobre um amigo dela com quem estava preocupada. — Richard foi meu alicerce há alguns anos. Nossos pais são melhores amigos e nós crescemos juntos. Pobre homem está passando por um divórcio trágico agora. Casou com a mulher errada. Estou fazendo todo o possível para tentar ajudá-lo nisso. Maggie e Alexa fizeram barulhos simpáticos.

Carina pegou o desejo cru no rosto da mulher quando ela pronunciou o nome. Richard. — É uma pena. — ela disse, remexendo um pedaço de massa. — Ele tem muita sorte de ter você. Uma pontada de arrependimento brilhava nos olhos de Victoria. — Sim. Eu continuo a dizer-lhe isso. Bingo. Victoria estava apaixonada por Richard e o macho idiota provavelmente não sabia disso. Não é à toa que ela estava tentando desesperadamente que isso funcionasse com Max. Ele nunca exigia muito de suas namoradas. Talvez houvesse tensão e ela queria se acalmar? Ou ela queria tentar fazer ciúmes em Richard? Uma empatia pulsou no estômago de Carina. Victoria lutava contra a mesma maldita situação que ela. Sonhava com um homem que olhava para ela como uma irmã mais nova. Patético. Bem, o mínimo que podia fazer era libertá-la de Max e salvá-la de cometer um trágico erro. — Onde está Lily? — Max perguntou enquanto pegava alguns pedaços de salada no prato de sua namorada, então ele parou. Uma azeitona preta rolou e caiu cima da mesa. Victoria não fez nenhum movimento para pegá-la com o garfo. A falta de apreciação da mulher pela comida entristeceu Carina. — Dormiu na casa do Nonni. Eles mimam suas vontades e Nick pensou que podíamos ter uma noite de adultos. Nick puxou um saca-rolha e piscou para a esposa. — Sim, talvez nós dois vamos fazê-lo após às 10 desta noite. Ouse sonhar.

Carina riu. — A paternidade mudou você. — Droga. — Michael saltou. — É por isso que você precisa se divertir quando você é solteiro. Max e Carina estão no crepúsculo de suas vidas. — Ele fez uma careta quando Maggie deu seu poderoso gancho de direita em seu braço. — Brincadeira, cara. Você me torturou o suficiente antes de nos casarmos. Eu não mudaria nada, mas devo admitir que a vida parecia perfeita. Ela assentiu com a cabeça e levantou uma mão para ele pressionar um beijo contra sua palma. Uma necessidade bruta subiu e sufocou Carina. Ela encheu a boca de massa, pois esperava alimentar pelo menos a fome física. Victoria bateu o garfo pensativamente contra seus lábios de botox. — Eu não posso esperar para ter filhos. — ela anunciou. — Estou exausta dos intermináveis namoros e festas. Você não concorda, Max? Um rubor se arrastou pelo rosto dele enquanto todo mundo ficava olhando. Carina prendeu a respiração. — Claro. — Ela olhava como se estivesse esperando ele se explicar. — Eu estou ansioso para me estabelecer no futuro. Victoria inclinou a cabeça. — Futuro? O que significa isso? O quão longe no futuro? Você sabe, o papai precisa de mim para se casar em breve, certo? Alexa e Maggie soltaram seus utensílios. Mesmo Nick e Michael se inclinaram para frente para saber a resposta. Max limpou a garganta e estendeu a mão para o vinho. Ele tomou um gole, mas o silêncio ainda pulsava em torno da mesa. Como

um lobo preso, seu olhar correu em pânico ao redor da mesa, em seguida, fechou com a dela. Calor puro ardia e brilhava nos olhos azuis. A verdade bateu com força total. Ele queria que Victoria fosse sua escolhida. Mas ela não era. Ele também não tinha ideia de que ela estava apaixonada por outro homem. Talvez sentisse a distância óbvia dela e decidiu que ela seria mais uma aposta segura. Lentamente, Carina relaxou e começou a apreciar o show. — Max adora crianças. — disse. — A mãe dele espera que ele se acalme por um tempo agora. Mas onde é que vocês viveriam? Um som estranho saiu da garganta dele, em seguida, morreu. Victoria saltou. — Oh, nós poderíamos resolver isso. Eu preciso estar na Inglaterra por alguns meses do ano, mas no resto do tempo podemos estar em Nova York. É claro, nós visitaremos a Itália para que eu possa conhecer a mãe de Max. Não parece maravilhoso, querido? — Sim, é claro. Um dia. — Quando? Carina comprimiu uma risadinha. Ela finalmente viu um pleno ataque de pânico masculino. — Em breve. — Max pegou um guardanapo, limpou a boca, e se levantou da mesa. — Humm, desculpem-me por um minuto. Volto logo. Ele lançou-se ao fundo do corredor e desapareceu. Victoria recuou de surpresa.

Carina levantou da mesa. — Se vocês me desculparem por um segundo, eu voltarei logo. Ela o seguiu.

Max fechou a porta para a biblioteca da casa. O que estava errado com ele? Ele empunhou suas mãos e as apertou contra os olhos. Victoria era a mulher perfeita. Ela era bonita, inteligente, e queria se estabelecer, e criar uma família. Ele sempre gostou de sua companhia quando ela vinha para a cidade. Provar que Carina estava errada era importante. Suas palavras zombavam e dançavam em sua cabeça como um coringa diabólico enlouquecido. Você sempre escolhe as mulheres erradas. Impossível. Claro, ela tinha grandes exemplos, mas Victoria finalmente provou que ela estava errada. Então, por que não houve conexão real ou qualquer desejo de levar a relação para o próximo nível? A imagem de seus dedos mergulhando no fogo molhado brilhava diante dele. A dor aguda de seus saltos em sua volta. O doce sabor de sua boca atrevida e o cheiro de sua excitação. Empurrar aquela minissaia sobre suas coxas tinha sido a mais doce fantasia se tornando realidade. Se não tivesse sido interrompido, ele a teria deitado na mesa e mergulhado dentro dela. Jesus, algum dia poderia ser perdoado. Dificilmente. Duas vezes?

Ele precisava de seu próprio cartão esculpido no inferno. Um leve toque na porta foi seu único aviso. Seu nariz se contraiu enquanto o aroma limpo de pepino e melão subiu no ar. A consciência o arrepiou por baixo da sua espinha. O ar descontraído e acadêmico da biblioteca de repente estalava com eletricidade. As solas suaves de seu Keds6 mascarava seu progresso, mas o calor do corpo dela queimava logo atrás dele. Maldita para estragar sua cabeça. Maldita para fazer com que ele a queira. Ele se virou para encará-la. — Eu estou indo. — disse ele. — Só precisava de um minuto. Ela se aproximou. Ele deu um passo para trás. Um toque de um sorriso curvou seus lábios. — Foi o casamento ou as crianças que assustou você? Ele contrariou-se e tomou seu golpe como um homem. — Eu não sei. Max esperava um comentário sarcástico, mas ela balançou a cabeça como se entendesse. — Eu entendo. Ele cruzou os braços na frente do peito. — Vá em frente. Você não vai desmascará-la? Ela teve a coragem de olhar surpresa. — Por quê? Se você gosta dela, estou feliz por você. Ela realmente parece um tipo bom, apenas não gosto de suas limitações à comida. Sua vontade de sair com outras mulheres depois daquele beijo zombava dele. Por que ele queria arrastá-la contra ele e provar que 6

Marca de tênis

significou alguma coisa? — Você não vai ser capaz de encontrar qualquer coisa de errado com ela. Já verifiquei. Ela ama os animais. — Ótimo. — Ela acredita em caridade. Pode gerir uma empresa. Tem uma base familiar sólida. Estou lhe dizendo, ela é perfeita. Seus lábios se contraíram, na verdade. — Estou muito feliz por você. Espero que você se comprometa e se acalme. Melhor você do que eu. Eu estou ansiosa por um pouco de diversão. Sexo quente agora. Os bebês mais tarde. Ele estendeu a atenção. Seus lábios carnudos derramaram as palavras como mel. Quente. Sexo. A raiva rondou em seu intestino e o coalhou. — Pare de dizer besteiras como essa. — Por quê? Você não pode deixar isso mais desconfortável do que o que aconteceu há poucos dias. Ele se encolheu. Porque ele queria tanto fazer isso de novo, ele disse a ela o contrário. — Isso foi um erro. — Sua voz saiu estrangulada. — Ambas as vezes. — Se você está dizendo... Suas palavras cuidadosas torceram o estômago dele. Como é que uma mulher usando Keds de repente controla a situação? A mente e o corpo dela atingiram sua força de vontade por completo. Ele agarrou a desculpa final. — Qualquer coisa física entre nós seria uma completa traição de confiança. Não é? A Carina antiga teria corado e gaguejado. Olhado para ele como se ele fosse Deus e se afastaria. A nova Carina fechou a distância e

virou-lhe o queixo. Todo o seu um metro e meio brilhava com feminina potência. — Será? — Ela murmurou. Seu pau esticou o tecido de suas calças em desacordo. Com todo o sangue deixando sua cabeça, levou lhe um ou dois segundos para responder. — Sim. Seria. — Coitado. — Não brinque Carina. Não podemos dormir juntos. À noite em que eu te beijei foi um erro horrível. Assim foi o episódio no escritório. Eu ainda me sinto culpado por isso. Aqueles olhos escuros ferviam com mistérios e segredos que ele mataria para descobrir. A língua dela escapou para lamber o lábio inferior. Bom humor refletia no rosto dela. — Desculpe matar suas ilusões, Maxie. Mas eu estou apenas à procura de um homem mau para me divertir. Sua inocente camisa branca e seu tênis ridículo só o fizeram querer arrancar o tecido para revelar suas curvas de sereia. O sabor dela o assombrava. E, como se ela soubesse, ela se inclinou, e sua respiração sussurrou em seus lábios numa carícia provocante. — Quer se divertir? Uma batida passou. O sangue correu para seu pau e encheu sua cabeça com um som estrondoso. Ele era um homem experiente, bem versado na arte da sedução. Mas esta potência o nocauteou e o deixou boiando. Sua cabeça gritou Inferno, sim. — Não posso. — A palavra presa na garganta. — Estou namorando Victoria.

Lentamente, ela se afastou. Levantou os ombros. — Entendido. Eu vou respeitar o seu novo relacionamento e não vou incomodá-lo novamente. — Ela caminhou até a porta, e balançou os quadris em uma dança graciosa. A deliciosa curva de suas nádegas piscou adeus. — Só mais uma coisa. Algo que você provavelmente deve saber. — O quê? — Certifique-se de ficar perto de Richard. Ele franziu a testa. — Richard é um de seus amigos. Não há nada acontecendo entre eles. Ele está lidando com um divórcio. — Ela é apaixonada por ele. Sempre foi. Sempre será. Pergunte a ela. — Ela piscou. — Vejo você lá fora. Max ficou enraizado no chão e se perguntou quando sua vida tinha ido completamente para o inferno.

Capítulo Oito — Eu preciso de você em Las Vegas. Amanhã. Max gemeu, jogou seu copo de café frio no lixo e puxou sua gaveta de coisas boas. Tirando dois copos, derramou grappa7, entregou uma a Michael e fez um brinde. Um encostar rápido no copo e o líquido desceu quente e macio. — Você está me matando, Michael. Eu tenho uma inauguração em New Paltz na próxima semana e você quer que eu saia agora? Michael esfregou os dedos sobre o rosto como um gesto de frustração. — Sinto muito, meu amigo, eu odeio fazer isso com você. O Venetian Hotel em Las Vegas está interessado em instalar a nossa loja, eu preciso de alguém para conseguir e comprometer o meu comprador. Sawyer Wells está no comando agora. Vocês dois não são amigos? — Sim, o conheço há anos. — Ótimo. Eu pretendia fazer a viagem sozinho, mas mamãe decidiu viajar esta manhã. Eu não posso sair esta semana. Ele franziu a testa. — Está tudo bem?

7

Bebida alcoólica de origem italiana. Tradicionalmente é feita a partir de bagaço, um subproduto do processo de vinificação.

— Sim, mas Maggie não pode viajar nesta fase e não quero deixá-la. Mamãe está chegando amanhã. Ela quer ver Maggie com seus próprios olhos antes do nascimento. — Como está a sua saúde? Será que ela ainda está tendo problemas de coração? Michael balançou a cabeça. — Ela sempre precisa ser observada, mas Julietta diz que ela está indo muito bem. O médico a examinou e disse que não terá problemas se fizer um longo voo. Eu preciso de você para ficar em Vegas alguns dias, no máximo. Fechar o negócio. Max assentiu. — Feito. O rosto de Michael relaxou e ele soltou um suspiro profundo. — Obrigado. Eu vou lidar com quaisquer problemas aqui. Ah, e eu estou enviando Carina com você. Ele pulou da cadeira como se sua bunda estivesse em chamas. — O quê? Absolutamente não. Seu amigo lançou a ele um olhar confuso. — Por quê? Ele

decidiu

negara

súbita

tensão

que

puxou

desconfortavelmente seus músculos. — Ela não está pronta para algo como isto. Preciso me concentrar e não posso me preocupar com ela. Michael se inclinou para trás e acenou com a mão no ar. — Entendido. Você não tem que tomar conta dela. — Ele sorriu. — Sinto muito se a coisa com Victoria não deu certo, mas eu aposto que dentro de poucos dias você vai ter alguma gata adorável de Vegas em seus braços. Carina não vai te atrapalhar. Esta é uma oportunidade para ela aprender desde o início como nós assinamos o acordo inicial. Ela precisa ver todas as etapas e estará lá para ajudá-lo com qualquer

documento, recados, etc., eu posso enviar Edward com você. Ele é um excelente

vendedor.

Ele

pode

ajudar

a

mostrar

nosso

comprometimento. A grappa voltou de seu estômago e o sufocou. Ele tossiu violentamente, enquanto sua cabeça girava. Michael se levantou para bater em suas costas. — Não Edward. — ele conseguiu dizer. — Eu tenho tido alguns, problemas com ele. — Eu preciso entrar em cena? — Não! Não, eu tenho tudo sob controle. Eu não preciso de mais ninguém para a viagem. Eu posso lidar com isso. Nós vamos ficar bem. Eu posso lidar com isso. Não há necessidade de um vendedor nesta fase. — Sim, eu sei que você pode. — Michael colocou a mão em seu ombro. — Este negócio nunca teria acontecido sem você, meu amigo. Obrigado por sempre estar aqui. Uma imagem de Carina apoiada contra a porta com seu vestido levantado passou diante de sua memória. O suor picava sua testa. — Não tem problema. — Eu vou dizer Carina para estar pronta para viajar. — Ele pegou sua pasta e deu-lhe um grosso arquivo. — Aqui está a papelada. Eu vou ter o jato abastecido e pronto pelas nove. Quando a porta se fechou atrás dele, Max gemeu. Ah, sim. Ele estava definitivamente ganhando um carma por um momento angustiante de prazer com a única mulher que ele não podia ter. Agora, ele teria que passar alguns dias em Vegas com ela. Sozinho.

Ele lutava contra o pânico. Talvez estivesse se superestimando. Carina não tinha mencionado àquela noite desde sua declaração. Seu ego ainda ardia e não era capaz de dizer que sua Victoria cobiçava outro homem. Um que ele realmente conheceu antes. Pior, foi o conhecimento de que eles não tinham química sexual. Ele se desesperou o suficiente para criar alguma, mas ela precisava se casar e a pressão de seu pai provavelmente incitou o pânico. A longa conversa deles foi proveitosa e ela finalmente admitiu seus verdadeiros sentimentos por Richard. Ele a beijou na testa e desejoulhe sorte, esperando que ele a tenha convencido a dar o salto e ir atrás do homem que amava. Quanto a Carina, ela fingia que não tinha acontecido nada entre eles. Ela agia alegremente. Amigável. Casual. Como se eles nunca tivessem tido as línguas um do outro na boca e como se ele nunca tivesse estado com os dedos ao redor de seu mamilo. Pare. Vegas era negócio. Ela queria aprender. Não havia nenhuma razão para entrar em pânico com a ideia de passar alguns dias com ela. O fascínio de um novo acordo esquentava seu sangue. Para o inferno com isso. Ele amava Vegas. O calor. A adrenalina. O pecado. Ele estaria vendo seu velho amigo, jogando poker, e fazendo o que ele fazia melhor: fechar um negócio e encontrar uma mulher por pouco tempo. Alguém para tirar Carina de sua mente, para voltar a se concentrar nos negócios. Ele pegou o arquivo e começou a trabalhar.

Carina lutava bastante para não saltar para cima e para baixo em seu assento como uma criança, mas, para falar a verdade, estava muito difícil. A limusine ia devagar pelas ruas de Las Vegas e seus sentidos estavam em curto. Uma cidade que existia por uma única razão e se vangloriava por seu objetivo: prazer. Um lugar para se perder, esquecer suas inibições e ter Max finalmente na cama. Bem vindo a Las Vegas. Max a olhou com uma diversão mal velada, mas ela não se importou. — Podemos ir ver Celine Dion? Ele torceu o nariz. — Claro que não. — Circo de Soleil? Seus lábiosse curvaram. — Talvez. Se eu estiver bêbado o suficiente. Ela mostrou a língua e ele riu. — Eu me recuso a deixar a sua opinião desgastada estragar o meu prazer. Sonhei em vir a Las Vegas e não posso acreditar que estou aqui. Será que as dançarinas realmente andam praticamente nuas? — Sim. — Quantas vezes você esteve aqui? Ele relaxou no assento e Carina escondeu o olhar faminto. Vestido em um terno escuro, com abotoaduras de ouro personalizadas, seus cabelos bem domados, ele viraria a cabeça de qualquer mulher,

incluindo uma dançarina de Vegas. Um animal persona civilidade. A gravata vermelha brilhante insinuava que fervia sob a aparência e os dedos dela coçaram para arrancá-la dentro da limusine, abaixar a tela escurecida e realizar uma de suas fantasias impertinentes. Em vez disso, permaneceu imóvel e ouviu a sua resposta. — Algumas vezes para negócios. Outras, por prazer. — Eu aposto. Sem casamentos na capela Elvis, anulados, certo? — Pestinha. Ela sorriu e colocou a cabeça para fora da janela, abandonando qualquer atitude de sofisticação. O ar abafado caiu sobre ela e saltou seus cachos crespos num desastre, mas ela não se importou. Eles chegaram ao Venetian Hotel e Carina riu do falso imaginário da Itália ao seu redor. As mais elegantes esculturas em mármore, as inúmeras fontes de água e a vegetação exuberante acenaram para ela dentro das portas de abertura majestosas. Ela esperava que os hotéis de Las Vegas fossem um pouco exagerados, mas havia um toque de pura elegância com o mobiliário. Max parou na recepção do hotel. A cabeça dela saltava para frente e para trás enquanto tentava assimilar o golpe de todo o poder do lobby do cassino. Uma esfera de ouro gigante dominava o centro do chão altamente polido, desencadeada por colunas, arcos grandes crescentes e um teto pintado elaborado para rivalizar com a Capela Sistina de Michelangelo. Uma variedade confusa de texturas, cores e exuberância embaçaram seus sentidos com prazer. Eles receberam as suas chaves e foram levados para a torre. Sobe, sobe, sobe, eles continuavam subindo, até que o gigante de João

e o pé de feijão parecia ser vizinho. As portas do elevador se abriram, e eles introduziram seu código e entraram na suíte de cobertura. Carina engasgou. Ela sabia que Michael e Max eram muito, muito ricos. De origens humildes, ela assistiu o império da família crescer até que eles não precisassem mais se preocupar em pagar as contas, manter o hábito de usar os sapatos de Venezia, ou pagar uma educação universitária. A casa foi renovada, mas ela ainda era localizada em Bérgamo. Seu ambiente nunca mudou e a pessoa interior que ela era permaneceu intocada pelo sucesso ou dinheiro. Mas olhar ao redor da suíte a deslumbrou completamente. A sala de estar aberta ostentava um sofá azul ardósia, uma poltrona reclinável e lindos móveis de cerejeira. Ricas telas de pinturas de cenas italianas decoravam as paredes mundanas e a janela do chão ao teto mostrava a cidade em toda a sua glória. Ela ficou muda enquanto caminhava ao redor observando, o abastecido bar da piscina, a banheira Jacuzzi e a cama king-size maciça com tantas almofadas, ela queria se esticar e tirar uma soneca agora. — Eu acho que preciso questionar Michael sobre um aumento — ela murmurou. Max riu. — Este é o seu negócio, cara. Você é da família, então você é uma parte de tudo que foi construído, inclusive o dinheiro. — Eu não me sinto confortável tirando proveito de algo pelo qual nunca realmente trabalhei. — ela disse honestamente. — Eu quero ganhar meu próprio direito ao dinheiro.

O rosto dele rosto suavizou, e por um breve momento, seus olhos azul-bebê se encheram de um orgulho feroz. — Eu sei. Você tem personalidade, o que muitas mulheres não apresentam estes dias. Carina bufou. — Muitas mulheres apresentam, Max. Você apenas procura as erradas o tempo todo. — Podemos dar ao meu péssimo histórico uma pausa hoje? — Claro. — Um lampejo de culpa acendeu nos olhos dela. — Eu sinto muito por Victoria. Ele deu de ombros. — Você estava certa. Como é habitual. Pelo menos ela está indo atrás de quem ela realmente quer. — Ele deliberadamente mudou de assunto e apontou para a porta adjacente. — Eu vou te mostrar seu quarto. Ele se aproximou, digitou um código abrindo a porta. Ela entrou em uma suíte combinada com a sua própria cama e banheiro. Ela soltou um grito de excitação, tirou os sapatos e fez algo que ela queria desde que entrou pela porta. Ela correu a toda velocidade e se lançou sobre o colchão. Afundando na suavidade pura, ela gemeu e se esticou, deleitando-se com a sensação acolhedora dos travesseiros e cobertor. — Estou no céu. — ela declarou. Max ficou parado ao lado da cama, rindo. — Você nunca poderia resistir a um bom salto. Lembra-se de quando seu primo Brian e eu montamos uma engenhoca horrível para que você pudesse fingir que era uma ginasta olímpica? Ela riu. — Oh, meu Deus, é verdade! Eu tentei saltar, mas você fez a engenhoca muito alta e eu quebrei meu pulso.

— Eu pensei que seria punido por meses, mas você voltou do médico e ninguém nunca mencionou isso de novo. Ela se apoiou em seu cotovelo e descansou a bochecha em sua palma. — Porque eu nunca falei. — Hein? Carina sorriu com a lembrança. — Eu sabia que você ia ficar em apuros. Inferno, você e Michael sempre foram encarregados de ter certeza que eu estava segura. Eu disse a mamãe que eu construí a coisa sozinha. Ele olhou para ela por um longo tempo sem pestanejar. — Você mentiu por mim? A questão suave de repente fez coisas más em sua barriga. Ele olhou para ela como se a visse sob uma nova perspectiva, mas ela não sabia se era uma coisa boa ou ruim. Talvez se lembrar da infância não fosse uma grande ideia em seu plano mestre de sedução. Era melhor mudar de tática rapidamente. — Estou procurando mudar o terrível futon do apartamento de Alexa. Deixe-me saber o que você acha deste colchão. Ele vacilou, depois recuou. — Não, eu não sei o que você está procurando. — Ah, vamos lá, há muito espaço. Eu não tenho piolhos. Simplesmente se deite e me deixe saber se é melhor do que a cama de sua casa. Sua testa se enrugou. — Como você sabe que tipo de cama que tenho?

— Eu não sei, mas você parece um pouco pomposo sobre todo esse luxo, por isso achei que deva ser enorme. Você não tem um quarto de solteiro com terríveis padrões de zebra e alto-falantes escondidos que impulsivamente tocam Let’s Get It On de Marvin Gaye, não é? Ele se afastou horrorizado. — O que você sabe sobre coisas assim? Há tantas coisas erradas com essa descrição, não consigo nem enumerá-las. — Ótimo. Querido, eu saí com um que tinha esse tipo de gosto. Ele fechou a porta atrás dele, apertou um botão e essa música horrível veio para me pegar de bom humor. Ele deu um passo mais perto. — Eu espero que você não tenha dado a ele o que queria. Não com esse tipo de truque barato. Ela sorriu. — Não, eu não fiquei impressionada. — Ela se mexeu, moveu um dos travesseiros e fez sinal para ele se juntar a ela. — Só um minuto. Diga-me o que você acha. — Carina. — Esqueça. Não quero que você amasse seu terno. Seu comentário o tocou. Os traços dele se apertaram como se ela tivesse lançado um desafio. Nunca recuaria a partir deum desafio, ele tirou os sapatos. Ela comprimiu

uma risadinha

quando

ele

cuidadosamente se posicionou ao lado dela com um enorme espaço entre eles. — Então, o que você acha? Ele suspirou. — Eu não posso acreditar que estamos avaliando camas. Eu sinto que estou em um comercial sobre colchão.

Ela saltou para cima e para baixo. — Firme e espaçoso. As camadas definitivamente são numerosas. E os travesseiros são perfeitos. — Os travesseiros murcham. Os homens odeiam travesseiros macios, eles sentem que os estão sufocando. — Sério? — Sim. Mas o colchão tem uma boa espessura. Firme o suficiente para ter... — Sexo. Cada músculo do corpo dele enrijeceu. Carina prendeu a respiração quando sua cabeça se virou. Seus olhares se encontraram e ela praticamente estremeceu com a necessidade de subir em cima dele, pressionar a boca sobre a sua e se render. As pupilas dele se dilataram e a mandíbula se apertou. Ela esperou. Moveu-se um centímetro extra lentamente, fazendo sua camisa descer para expor um pouco do decote. Com descontração deliberada, ela levantou a perna para o lado e a saia deslizou indecentemente para o alto de sua coxa. Seu delicioso aroma de loção pós-barba, limão e sabão limpo a encheu, mais inebriante do que qualquer colônia de grife do mercado. A tensão apareceu e zumbiu no ar. Ela esperou. — Eu ia dizer sono. Ele rolou para o lado, se levantou e olhou para ela com desaprovação.

A frustração a beliscou e as dobras entre suas pernas pulsaram chateadas com ela. Apertou os lábios em um mal-humor. — Mentiroso. — ela sussurrou. Ele se moveu. Com a velocidade da luz, ela se viu deitada de costas. Um joelho duramente pressionado entre suas coxas a abrindo. Ele prendeu seus pulsos sobre a cabeça dela em um aperto casual, e pairou. Lábios esculpidos pararam uma polegada dos dela e aqueles olhos azuis dispararam faíscas de fúria e fogo que desencadearam uma reação louca e sensual. Seu corpo amoleceu sob o comando dele numa necessidade de ser dominada e possuída. Todas aquelas impertinentes fantasias escondidas saltaram para a vida e para fora da escuridão. — Você está jogando um jogo perigoso, cara. — Sua voz saiu em um ronronar sedoso reforçado em aço puro. — Desafie um homem a um grande jogo e você poderá se arrepender. Uma satisfação inebriante rolou através de seu sangue e invadiu a cabeça. Dio, ela estava tão quente que sua pele praticamente derreteu fora de seus ossos. Isso era o que ela desejava: o dominador sexual Max, que poderia levá-la ao orgasmo com um toque de seus dedos talentosos. Carina levantou o queixo e encontrou seu olhar. — Talvez eu tenha mudado minhas preferências e goste disso. — Agora quem é o mentiroso? — Ele baixou a cabeça e mordeu o queixo dela. Seu corpo estremeceu e um gemido se construiu no fundo de sua garganta. Sua língua a lambeu numa rápida prova e ela se arqueou. — Você acha que pode controlar os resultados, mas provocar um homem que está atraído por você não é sábio. Eu pensei que você fosse mais inteligente, menina.

— Alguma vez você achou que eu quero mais do que qualquer homem pode suportar? — As palavras corajosas perderam um pouco do impacto quando ele puxou a orelha dela e um suspiro ofegante escapou. — Todo esse tempo você esteve errado, Max. Não sou eu quem não pode lidar com eles. — Ela sorriu para ele num puro desafio. — Eles que não podem me aguentar. Ele levantou a cabeça. O ar faiscava e crepitava entre eles. — Vamos descobrir, não é? Sua boca bateu sobre a dela. Foi um beijo de punição, uma lição de aprendizagem; um controle de uma forma que ele dominava. Carina jurou provar que ele estava errado. Os dedos dele se apertavam em torno de seus pulsos enquanto se lançava e a conquistava, então ela se rendeu. Carina implorava por mais, somente mais, enquanto seu corpo se arqueava para se aproximar e sua língua se encontrava e combinava com cada impulso dominante. Ela se rendeu completamente e adorou cada momento. Seus mamilos se apertaram duramente e os nós cutucavam a blusa. Sua umidade crescia, tentou abrir mais as pernas para ele, até que ele murmurou uma maldição, empurrou sua saia e a pressionou mais. Ele não diminuía a pressão agressiva de sua boca enquanto a outra mão deslizava pela perna dela e pressionava a palma da mão contra sua calcinha úmida. Carina gemeu e mordeu seu lábio inferior, o convidando com seu corpo e – de repente, havia apenas o vazio. Ela lutava para respirar e por sua sanidade enquanto ele se mantinha ao lado da cama. Os olhos dele se arregalaram com choque e alguma outra coisa, algo perigoso e faminto que, de repente surgia

para a vida. Ela se sentou, ajeitou seu cabelo bagunçado e não fez nenhum movimento para ajeitar suas roupas. — O que foi isso? — Ele rosnou em fúria. — Você deveria me soltar, não gozar. Ela rosnou como um pit bull bravo. — Quem diabos é você para criar um desafio e não conseguir superá-lo? Eu não tenho medo de sua pequena demonstração, Max. Eu te disse, eu estou pronta para mais. — Dio, você é louca e implora por problemas. Eu já tive o suficiente. Estou colocando você no próximo voo daqui. Com o corpo ainda cantarolando com a excitação, ela estreitou seu olhar e cuspiu as palavras. — E o que você gostaria que eu dissesse para Michael quando chegasse a casa? Ele girou e empurrou seus dedos em seu cabelo. — Eu mereço que Michael saiba. Eu o traí. — Oh, pelo amor de Deus, supere a si mesmo. Não é da conta da empresa do meu irmão com quem eu durmo. Você está agindo como se estivéssemos na era medieval, você duelando pela perda de minha honra. As pobres mulheres, provavelmente nunca experimentaram um orgasmo com todos aqueles malditos homens tentando protegê-las. Ele gemia como se dividido entre riso e horror. Carina se divertia com a perda repentina de controle enquanto ele se esforçava para aprender a lidar com ela. Finalmente. Max agarrou-se à menina que conheceu no passado, mas era tempo de ver a realidade e decidir se ele a queria. Ele a queria. — Você está indo para casa. Eu vou lidar com Michael.

— Não. — Ela se levantou da cama, alisou sua saia, e endireitou sua blusa. — Eu não vou para casa. Eu vim para aprender a fechar um importante negócio e eu vou. Mas eu quero que você pense sobre algo, Max. Nós podemos ter uma noite juntos. Apenas uma. Precisamos nos livrar disso, ter muito sexo, e voltar a sermos amigos. Ele balançou a cabeça e se afastou como se tivesse medo que ela se lançasse sobre ele. — Você não pode fazer tal coisa. Eu não sou certo para você. — Eu sei. — Ela ignorou a dor e abraçou a aposta de tê-lo por uma noite. Saciar o desejo que ela tem vivido por anos e seguir em frente. — Eu não tenho mais uma queda por você, mas eu tenho necessidades sexuais que quero satisfazer. Eu venho sendo protegida e resguardada por toda a minha vida, mas eu sou uma mulher adulta agora. É hora de você aceitar isso. Sua ereção óbvia e a expressão de conflito deram a ela a confiança que precisava. Ele a queria. Ele tinha muito medo de tentar. Carina respirou profundamente e lançou-lhe a verdade. — Estou seguindo em frente, Max. Estou em busca de um relacionamento maduro e sexual que me satisfaça. Nada a longo prazo. Eu só comecei a voar mais alto e nenhum macho vai me grampear muito em breve. Nós estamos atraídos um pelo outro, respeitamos um ao outro e temos uma ligação.

Por que não temos um caso de uma noite? Em Las

Vegas. Onde ninguém nunca vai ter de saber. O queixo dele se apertou. Um calor ardia em seus olhos. Bom. Ele ficou tentado, que era tudo o que ela precisava para agora. Ela fechou a distância entre eles e ele prendeu a respiração. Total poder feminino brilhava dela. Ela sorriu lentamente. — Agora, você se importaria de sair? Estou indo para a piscina. Vejo você depois.

Ela não o esperou responder. Carina empurrou e fechou a porta atrás dela.

Max estudou o homem do outro lado da mesa. Olhos planos como os de um tubarão. Boca numa linha firme. Nada de tremores de uma tensão em seus pulsos e dedos enquanto ele virava a carta. Ele se sentou na cadeira almofadada, estendeu a mão para seu charuto e sorriu para Max. — Quando você quiser. Max ignorou a provocação e se concentrou em sua mão. Ele lançou suas cartas. — Pague para ver. — Derrubou seu par de ases e esperou. — Quando você quiser. Sawyer Wells riu e copiou o movimento. Três duques olharam para ele. — Foda-se. — Há quanto tempo, Max. Eu senti falta do seu humor. E, claro, do seu péssimo jogo de poker. Max dobrou e acendeu o seu próprio charuto. A mesa de poker elaborada totalmente abastecida com fritas era apenas uma parte das características da sala de estar de seu amigo de longa data. O bar era como uma impressionante prateleira que tinha tantas vodkas aromatizadas, rum, licores, que o convidado poderia exigir. O caro revestimento das paredes rivaliza com qualquer famoso colecionador de obra de arte. Decorado em tons de vermelho vivos e tons de terra,

sempre associava Sawyer Wells a um homem que respeita a vida de luxo e foca em cada elemento de prazer sem desculpas. — Você só está tentando me embebedar para me induzir a um péssimo negócio com o seu hotel. O homem loiro balançou a cabeça e sacudiu a fumaça cinza do charuto. Sua pele clara e olhos dourados o faziam parecer um surfista indiferente ou um entediado príncipe. Até que ele virou de lado e revelou sua cicatriz. Um terrível corte surgiu em sua bochecha, às vezes escondido por seus longos cabelos. Max sabia, ambas as suposições estavam absolutamente erradas. O homem fez sua própria fortuna, possuía um sutil senso de humor, e um cérebro que desafiava os executivos mais experientes. — Não é o meu hotel. Estou apenas administrando a Venetian por mais alguns meses. Estou construindo uma nova cadeia para rivalizar com o imbecil do Trump. — Max riu. — E quanto a sua capacidade de beber, vamos apenas dizer que é melhor do que o seu jogo de poker. — Aposto que a plataforma foi fraudada. Eu deveria ter jogado no piso principal do cassino. — De alguma forma eu não acho que você vai ser assolado pela pobreza por causa de alguns milhares. — Seu rosto refletia uma lembrança que Max não entendia. Eles se conheceram em um iate na Grécia, onde Max estava de olho em uma linda princesa que tentava se opor a seu pai superprotetor. O problema ocorreu quando Sawyer entrou em cena com a mesma intenção. Max ganhou a luta e a princesa. Ele a largou no dia seguinte e os dois homens acabaram com alguns arranhões, uma ressaca, e uma amizade que continuou. Quando ele descobriu que Sawyer conhecia Mama Conte, o sincero apreço se transformou em profunda afeição e se mantiveram

próximos ao longo dos anos. Mas além da falta dos pais e de seu sucesso nos negócios, Max não sabia nada sobre de onde ele tinha vindo. Felizmente, não dava a mínima. Como aprendeu com a experiência, um passado não faz o futuro de um homem. — Há outros planos enquanto você está aqui? — Sawyer perguntou. — Além da minha estratégia para tirar seu dinheiro? — O que você desejar. Jantar, algumas apostas, deixando alguma energia para uma companheira. Sawyer arqueou uma sobrancelha. — Uma mulher em particular? Uma imagem de Carina passou diante dele. Deliberadamente deu uma tragada no charuto. — Não. É melhor assim. Sawyer concordou. — Normalmente é. Ninguém se machuca e o passeio é todo o prazer. Ainda assim, algo me diz que você está incomodado com alguma coisa. Max bufou. — Não use seus sentidos de bruxa em mim. — Você deve ter medo deles por uma razão. Devo estabelecê-lo com alguém? Um sorriso puxou seus lábios. — Eu posso chegar na minhas próprias mulheres, Sawyer. Eu não preciso de suas sobras, mas obrigado pela oferta. — Você apenas pode sonhar em ter uma chance com minhas rejeições. Lembra-se de Paris? Eu o juntei com uma modelo e você não pode terminar o trabalho. — Eu gostei mais da sua namorada.

— Então? Eu a trouxe para casa naquela noite. — Sim, mas ela dormiu comigo no fim de semana seguinte. — Bastardo. Max riu do insulto que não tinha nada de aborrecido. Sawyer tinha sido seu parceiro em muitas escapadas femininas, todas para a sedução das próximas e para a perspectiva de prazer. Um vazio estranho pulsou em suas entranhas. Desde que Carina apareceu de novo em sua vida, sentia que a maioria de suas relações e ações eram... monótonas. Ela fazia tudo mais vibrante e significativo. O que estava errado com ele? — Sawyer? — Sim? — Você nunca quis. . . mais? Seu amigo arrumou os cartões e organizou a pilha de fichas. — Mais o quê? Sentindo-se ridículo, ele encolheu os ombros. — Você sabe. Mais das mulheres. Mais da vida. Ele fez uma pausa em seu embaralhar e considerou a questão. — Ainda não. Espero que um dia, no entanto. Por que, Max? Você quer? Ele empurrou a emoção de lado e deliberadamente riu. — Não, só perguntando. É melhor eu ir. — Sim, eu vou tomar providências para vê-lo em poucas horas quando eu puder ganhar a segunda metade de seu dinheiro.

Max apagou o charuto. — O que vocês americanos dizem? Ah, sim, se atreva a sonhar. Os risos Sawyer ecoaram pela sala.

Três horas mais tarde, Max discretamente ajeitou a gravata e pediu ao companheiro para verificar o ar condicionado. O suor arrepiava sua pele sob o terno de grife e causava uma coceira incômoda. Ele tentava mantê-los juntos e trazer sua cabeça de volta ao negócio. Abrir uma padaria em Vegas era um divisor e pretendia ter sucesso. Afinal, o negócio era o seu coração e alma, o único item em sua vida que provocava uma profunda satisfação e orgulho. Ele tem desejado este sentimento por toda a sua vida, enquanto tinha que lutar para provar que era digno. Só porque seu pai não pensava nele como suficiente não significava que ele tinha que acreditar nisso. Sua mãe mostrou-lhe amor e o apoiou todos os dias. Merda, ele não iria desapontá-la, tornando-se um homem ferrado, gemendo na terapia pelo abandono de seu pai, como se fosse uma desculpa para falhar. O problema era a sua concentração. Toda vez que se concentrava no trabalho ou se distraía com um jogo no cassino, a oferta ridícula cantava em seus ouvidos e zombava de sua sanidade. Uma noite. E ninguém teria que saber. Mas ele saberia. Será que ele poderia viver com a culpa? Será que uma noite desencadearia uma série de eventos horríveis para puni-lo por pensar com o pênis no lugar de seu cérebro?

A reunião começou e se desenvolveu. Max sabia que Sawyer e sua equipe estavam interessados, mesmo com o chef famoso do Venetian que fazia de tudo, até bufê de casamento. A consideração de uma padaria em um hotel era reveladora, embora Max percebesse que o Venetian era alvo de compradores casuais em vez de bufê. Ele fez uma nota para verificar novamente com Michael, mas imaginava que a exposição de uma loja de pedestres poderia dar a eles um pouco de variedade. Seria um grande campo de testes. Primeiro ele precisava calcular as estatísticas das multidões e hábitos de compra e triturar alguns números. Carina mantinha a boca fechada, tomava notas e ouvia atentamente. Ele começou a envolvê-la quando Sawyer focou sua atenção para o outro lado da mesa. — Signorina Conte, é um prazer conhecer a irmã de Michael. Eu espero trabalhar com você e Max no futuro. Ela sorriu. Seu rosto se iluminou com uma profundidade natural de emoção que ainda o fascinava. Como se ela convidasse cada pessoa para uma visita dentro de sua alma, não se importando se ele era digno. Max sempre se sentia especial quando ela lhe concedia atenção e ferozmente protetor contra outros que procuravam roubar um pedaço dela. — Obrigada, Sr. Wells. Acho que La Dolce Maggie seria um ajuste perfeito para o Venetian e estamos ansiosos para mudar para o próximo passo. Max soltou a respiração e se levantou. — Senhores, foi um prazer. Precisamos levantar alguns números e vamos voltar com sua oferta. — É justo, Maximus. — O tom de Sawyer saiu calmamente enquanto ele balançava a mão. — Nós não podemos desistir do nosso

serviço especializado, mas acho que você vai ter um prudente benefício com uma loja no lobby. Max concordou e manteve uma expressão preocupada. — Eu agradeço, mas eu não tenho certeza que há dinheiro suficiente para o negócio. — Tomar a primeira oferta da mesa era ridículo e os dois homens sabiam. Ambos também sabiam negociar muito bem. Max pegou os papéis, pegou sua pasta, e... — Na verdade, Max, eu acho que a oferta foi muito generosa. — Carina se aproximou deles com um olhar pensativo. Max congelou, mentalmente chegando a ela e rezando para que ela não estragasse tudo. Conhecendo seu incrível talento para números, ela já havia feito as estatísticas. Max forçou uma risada e agarrou seu braço. — Mas é claro que é. Sawyer é sempre generoso. É melhor irmos para fazer nossa chamada de conferência programada. Sawyer passou ordenadamente na frente de Max e sorriu calorosamente para Carina. Um tubarão disfarçado como Nemo, ele foi para matar. — Você tem um talento para os números, signorina! Estou tão feliz que você concorda que é muito justo. Por exemplo, você nunca recebeu tal oferta para abertura, em Tribeca, certo? Eu falei para vocês diminuírem a proposta de abertura a fim de ganhar visibilidade para a cadeia. E é isso que Vegas vai fazer por vocês! Max abriu a boca, mas já era tarde demais. — Ah, eu não sabia que você sabia disso. — ela disse com uma risada agradável. — A margem de lucro foi calculada com um mínimo que seria recebido com um pouco mais. Eu acho que Michael vai estar bastante satisfeito com a sua oferta, como Max. Sawyer sorriu e encontrou o olhar de Max.

Merda. Sua associada em treinamento tinha acabado de mostrar a barriga dela e permitiu ao tubarão uma mordida fatal. Haveria mais negociações nesta mesa e a alegria óbvia de Sawyer confirmou isso. Carina irradiava sucesso, como se tivesse pessoalmente fechado um grande negócio, em vez de destruí-lo. Max apertou o cerco contra a sua raiva. — Vamos ver, não é, Sawyer? — Definitivamente. Seus dedos apertaram em seu braço em sinal de advertência. — Vamos. — Ele deu um aceno final e a guiou para fora da sala de conferências, no corredor e no elevador. Ela abriu a boca para dizer algo, mas seu olhar deve ter sido suficiente. Uma confusão cintilou em seu rosto, mas ela se manteve em silêncio, quando eles chegaram ao seu quarto, digitou o código e entrou. Ele deixou cair pasta, arrancou sua jaqueta e gravata, e explodiu. — O que você fez? Você tem um MBA, pelo amor de Cristo, e você quebra a primeira regra do comércio em negociações? Você nunca, jamais, diz a eles que é uma boa oferta em uma consulta inicial. Você só deu a Sawyer sua aprovação, o que significa que ele nunca vai elevar sua oferta. Nós agora não temos espaço de manobra e teremos que aceitar ou recusar. — Ele amaldiçoou violentamente e caminhou. — Michael vai me matar. Eu não acho que há uma maneira de sair dessa bagunça agora.

O sangue drenava do rosto dela. Seu sussurro áspero chegou aos seus ouvidos. — Dio, mi dispiace. Eu sinto muito. Eu não pensei, eu pensava que o negócio era sólido e eu me animei e falei cedo demais. A culpa é minha, Max. Eu vou assumir as consequências. Ele gemeu. — Não há consequências para você, Carina, só para mim. Eu nunca deveria ter trazido você, eu deveria ter confirmado que você não deveria falar nada e apenas observar. Esqueci-me de que a formação escolar é completamente diferente da vida real. Ela marchou e bloqueou o seu próximo passo. — Não há necessidade de você me proteger disso. O que fiz foi indesculpável, eu me empolguei. Vou ligar para Michael para que ele saiba o que aconteceu. Max pegou uma respiração profunda e tentou se acalmar. Gritar com ela não era uma opção. Ele poderia dizer a Michael o que aconteceu, mas ele era o responsável por este negócio, Carina, não. Ele suavizou sua voz. — Eu vou pensar em algo. Não há necessidade de envolver seu irmão neste momento. Por que você não volta para a piscina e relaxa enquanto eu resolvo isso? Desfrute do hotel, enquanto estamos aqui. Ele esperava um sorriso agradecido. Em vez disso, ele foi empurrado de volta por um impulso forte e tropeçou uma vez, antes ele se contivesse. Aqueles olhos de cigana cheios de fúria e o corpo dela arrepiado de energia, lembrando-o da noite em que ele a beijou. — Como você se atreve a me amparar, Maximus Gray! — Ela rosnou e fechou os punhos. — Pare de me proteger e me tratar como uma criança prestes a explodir em lágrimas quando fica em apuros! Eu estraguei isso e não há desculpa. Não é sua culpa, e eu estou farta de você assumir a culpa.

— Você está brincando comigo? — Ele balançou a cabeça em desespero total. — Eu digo para você ir para a maldita piscina e você está gritando comigo? Eu não preciso disso agora. Não cabe a mim brincar de jogos femininos para descobrir o que você quer. Você quer ser tratada como uma empregada regular? Tudo bem, se considere oficialmente fora deste negócio. Você vai voltar para casa amanhã e supervisionar o escritório enquanto eu tento um jeito para sair dessa bagunça aqui. Melhor? — Muito. — A expressão drenava do rosto dela, apoiou-se, envolvendo os braços em volta dela mesma. De repente, ela parecia tão sozinha. Uma emoção entupiu sua garganta e cada célula de seu corpo gritava para levá-la nos braços. — Sinto muito, Max. — Ela deu uma risada sem graça. — A partir do momento em que comecei a trabalhar aqui você está lutando à sua volta tentando apagar meus incêndios. Eu preciso de algum tempo para pensar se este é o melhor lugar para mim. — Carina. . . Ela balançou a cabeça com força e correu em direção à porta. — Não, não. Eu preciso ficar sozinha por um tempo. Eu vejo você mais tarde. Antes que ele pudesse dizer outra palavra, ela fugiu. Max deixou cair o rosto nas mãos e rezou pedindo força. Força para não estrangulá-la. Força para não tocá-la. Força para mandá-la embora e ele não ter que lidar com essa massa de emoções loucas de repente colocando-o em um turbilhão. Uma noite.

Ele empurrou a imagem tentadora de sua cabeça. Esperou uma batida. Em seguida, foi atrás dela.

Carina estava sentada no bar do cassino brincando com a borda do guardanapo colocado sob seu martini de maçã. A bela cor verde a acalmou, juntamente com o deslizamento ácido do licor. Como era decadente beber à tarde em Las Vegas, onde a noite se misturava com o dia e ninguém se importava. Talvez ela fizesse um passeio de gôndola e depois enviasse uma foto para sua mãe e irmãs. Elas se divertiriam por sua garotinha estar neste glamouroso cenário. Ela sufocou o pequeno soluço e cerrou os dentes. Deus, odiava chorar. Isso dava a ela lembranças ruins de sua raiva, das emoções incontroláveis anos atrás. Enquanto Venezia recebeu a beleza vivaz e Julietta um intelecto legal, ela ficou presa num ferro-velho de emoções. Sempre muito a dar, muito confiante... muito estúpida. Sempre flutuando nas bordas da vida e assistindo aos outros se arriscarem. Ela pensava que o mundo dos negócios a golpearia de forma a dar-lhe a direção que tanto desejava. Um lugar para finalmente pertencer e se sentir mais confortável em sua própria pele. Ao invés, apenas a esticou com mais força ao ponto de dor. Lamentar, lamentar, lamentar. Ela sorria para si mesma enquanto sua deusa interior assumia o controle e batia nela. Ela tinha errado. Muito. Agora ela tinha que corrigir o erro, em vez de deixar para Max, como de costume, protegêla. A derrota tinha um gosto amargo, mas ela tinha a intenção de fazê-

la descer mais fácil com seu martini. Em seguida, deslizaria sobre sua calcinha de menina grande e se reuniria com Sawyer Wells. Sozinha. — Vem sempre aqui? Ela segurou um suspiro. Ele se acomodou no banco ao seu lado, pediu uma cerveja e esperou. — Max, quando é que você vai entender que não tem que me proteger? Eu não posso sentar aqui mesmo e me embebedar? Eu estou sozinha. Não há grandes homens maus. É meio da tarde. Vá fazer algo importante. — Eu estou. Tentar arrastá-la das profundezas sombrias da depressão é importante. — Seu sorriso inocente estrangulou uma risada dela. Basta estar na órbita dele para torrar seu cérebro e sua determinação. Ela levantou sua bebida e tomou outro gole. — Nós todos cometemos erros no início. Eu não devia ter gritado. — Essa foi a única coisa boa que você fez. — Vamos chamá-la de uma curva no aprendizado e seguir em frente, ok? — E sobre a transação? — Eu vou assumir ou corrigi-lo. Talvez deixe Sawyer cozinhando por um tempo. Eu não estou preocupado. Seu olhar preocupado rasgou seu coração. Ela sentia como se o colocasse para baixo. Um MBA e ela cometeu o erro mais básico que um novato poderia cometer. Mostrar suas cartas muito cedo. Sim, bem-vindo a Las Vegas.

A mão dele deslizou pelo bar e apertou os dedos dela. Sua mão forte e quente acertou seus nervos e suas defesas habituais foram embora. — Eu não tenho certeza se isso é o certo para mim, Max. — Você ainda é nova, cara. — É mais do que isso. Levei muito tempo para aprender a equilibrar minhas emoções devido à necessidade de ser controlada no negócio. Eu realmente gostei do desafio, mas eu tenho medo que nunca vá ser forte o suficiente para o sucesso. Em vez de chutar a bunda de alguém quando ligam doentes, eu quero levar a eles sopa de galinha. Ele estendeu a mão e colocou uma onda perdida atrás da orelha dela. O gesto gentil lhe deu coragem suficiente para olhá-lo nos olhos. Lábios esculpidos se levantaram num meio sorriso. — Ninguém quer que você mude quem você é. Nestes poucos meses, você já conquistou a lealdade e o coração de todos. E não é porque você é uma banana. É porque você é especial, e todos sabem disso. — Você só está tentando me fazer sentir melhor. — Não. Eu esperava tomar conta de uma menina e mantê-la longe de problemas. Em vez disso, eu tenho uma mulher que sabe exatamente o que fazer e está apenas tentando encontrar seu caminho. Você tem força quando se trata de relacionamentos. Você sabe o que é necessário e não tem medo de se dar. — Ele estudou as mãos entrelaçadas. — E você estava certa sobre Robin. O elogio aqueceu seu sangue. — Estou surpresa por você concordar. — Às vezes eu levo as coisas longe demais e esqueço que eu estou lidando com pessoas. As pessoas cometem erros.

— Sim, não gosto do meu problema. — Isso é fácil de corrigir. A melhor coisa a fazer é tomar fôlego e se afastar da situação. Você tem uma tendência a se dar, por isso, se você receber um pedido que arranque suas emoções, diga que você vai ligar de volta. Enrole-os na decisão. Dessa forma, você pode avaliar a situação de forma mais clara e não se prender numa curva. Faz sentido? Carina concordou lentamente. — Sim, faz. — Eu estraguei tudo quando eu comecei a trabalhar para Michael. Eu fiz um relatório errado para um executivo num negócio que estávamos prestes a fechar. Salvei o cara de pagar meio milhão de dólares. Ele assinou antes que eu tivesse percebido erro. — O que Michael fez? Seus olhos brilharam. — Deu-me o inferno. Fez-me sentir como uma merda. Em seguida, deixou isso para trás e nunca mencionou isso novamente ou sustentou isso sobre minha cabeça. Eu nunca mais dei um dólar de graça. Seu espírito se iluminou. O cassino brilhou ao seu redor com energia, mas naquele momento ela se sentiu completamente sozinha com um homem que parecia saber exatamente o que dizer para acalmar seu coração. — Eu sei de uma coisa que me faria sentir melhor. Não é menos que uma falha. — Atrevo-me a perguntar? — Celine Dion está fazendo um show hoje à noite.

Ele estremeceu. — Qualquer outra coisa. Meu carro, meu dinheiro, o meu cão. Não me faça ouvir My Heart Will Go On. — Hmm, como você sabe o título da canção, Max? Ele a ignorou e tomou um gole de sua cerveja. Sua mão deslizou da dela e ela tentou não lamentar a perda. — Eu assisti a esse filme Titanic uma única vez. Carina riu. — Você está tão encrencado. Nós estamos indo. Show às sete horas. — Como você sabe que eu posso conseguir ingressos? É provável que estejam esgotados. Ela bufou. — Vai fazer o que você faz melhor. Jogar charme a alguma mulher indefesa. Oferecer-lhe o corpo. Nós estaremos bem. — Tudo bem. Desde que estejamos de acordo em fechar este tema da conversa. Você se saiu mal. Nós vamos corrigir isso e avançar. De acordo? Ela sorriu. — De acordo. — Ótimo. Eu tenho algumas reuniões, de modo a ter o resto do dia de folga. Eu vou te levar para jantar antes do show e vamos testar as habilidades do restaurante veneziano. — Perfeito. Ele jogou algumas notas sobre o bar e se levantou. — Tente não entrar em qualquer problema. — Boas meninas não têm problemas, não é?

Ele lançou-lhe um olhar de advertência e saiu. Ela cuidou do resto de seu martini e examinou suas opções. Uma coisa estava clara. Ela precisava consertar as coisas do seu próprio jeito – não importando o custo. Infelizmente, havia um único caminho. Retire-se do negócio. Ela traçou a borda do copo e segurou um suspiro. Mesmo com suas habilidades, seus erros superavam seus acertos. Talvez fosse hora de cavar um pouco mais fundo e descobrir o que ela realmente queria, em vez de tentar ser uma cópia de todos os outros. Sua alma ansiava por liberdade e criatividade. E se La Dolce Maggi e não pudesse oferecer o que ela realmente necessitava? Os pensamentos dançavam em sua cabeça, mas se concentrou em uma coisa que ela podia controlar. Consertar a bagunça. Ela bebeu sua bebida, pegou sua bolsa e voltou para a sala para entrar em contato com Sawyer Wells.

Capítulo Nove Sawyer pertencia a Las Vegas. Carina escondia seu nervosismo enquanto ele rondava em seu escritório como um gato selvagem de grande porte. Ele apertou a mão dela e a convidou a se sentar, como se decidisse jogar com a comida antes de tomar uma mordida. E, meu Deus, parecia que ele poderia morder. Sexo vibrava ao redor dele em ondas, mas havia algo mais profundo que assustava até a alma dela. Ele lembrava o vampiro loiro de True Blood, menino-dourado com olhares ardentes e olhos cor de âmbar que hipnotizavam qualquer mulher indefesa. Seus exuberantes lábios faziam uma curva cruel e seu rosto era uma massa de linhas duras com as maçãs do rosto afiadas e uma cicatriz terrível que se curvava de sua testa para baixo na sua bochecha. A cicatriz só aumentava a aparência perigosa. Usava o cabelo extra longo, quase como o seu irmão, mas não o suficiente para travar um empate. Ela tinha feito o dever de casa e conhecia todos os fundamentos. O homem ostentava uma longa linha de hotéis de sucesso que ele assumiu e acumulou todo o lucro. Então, algo aconteceu e ele avançou para o próximo desafio. O Venetian era seu brinquedo atual que levava muito a sério, mas a fábrica de boatos sugeria que pretendia apresentar uma cadeia de hotéis de luxo em todo o país. Ele viajava para a Itália com frequência e Max parecia conhecê-lo mais do que como um parceiro casual de negócios. Ela sentou-se em frente ao balcão na extensa cadeira de madeira e olhou ao redor. Seu escritório ficava no último andar do Venetian. Do

teto ao chão, as janelas exibiam a cidade em sua glória, e lembrava-lhe mais uma suíte que um local de trabalho, combinando com móveis de madeira, estantes e um bar na piscina. A arte linda enchia as paredes, uma intrigante mistura de paisagens naturais e literatura erótica. Ela estudou as linhas de um casal nu, mas na sombra, embrulhados em torno de si mesmos. A sensualidade simples mexeu com algo dentro dela até que ela desejou estudar o quadro. Ele a pegou olhando e um rubor corou suas bochechas. — Você gosta de arte, Carina? — Muito. Eu pinto. Ele se acomodou na cadeira de couro atrás da mesa e a estudou com um ar pensativo. — Interessante. — ele murmurou. — Profissionalmente? — Não, eu coloquei isso de lado para que eu pudesse terminar meu MBA. Eu sinto falta, no entanto. —

Você

não

deveria

negar

uma

parte

de

sua

alma.

Eventualmente, ela irá murchar e morrer, ou apodrecer por dentro até que você tenha que cortá-la. — Seu rosto se fechou como se lutasse contra uma imagem do passado. — A vida é curta demais para arrependimentos. — Sim. — A conversa estranha a sacudiu. Caramba, tinha uma cama king-size no quarto anexo? E por que ela estava pensando que, de repente, ele não só dormia lá, mas fazia outras coisas? — Eu tenho muitos contatos no mundo da arte. Se você pensar em realizar uma exposição séria, deixe-me saber. Meu revendedor pode descobrir talentos imediatamente.

Ela deu um olhar interrogativo. — Você nunca viu o meu trabalho. — Eu tenho bons instintos. — Eu vou manter isso em mente. — Carina cruzou as pernas. O olhar dele enroscou na extensão de carne nua de sua saia e lentamente trabalhou seu caminho até seu corpo. A valorização em seus olhos parecia honrar a mulher por dentro, em vez de objetivar o corpo dela. Sua voz grave a fazia lembrar-se de ressacas e de muita nudez. — É um prazer ter este tempo com você. O meu assistente disse que queria falar sobre o negócio. Max vai se juntar a nós? Ela colocou as palmas das mãos para baixo de sua saia, respirou fundo e deu um salto. — Não, Max não sabe que eu estou aqui. Eu gostaria que você mantivesse isso entre nós. Ele inclinou a cabeça. Ela prendeu a respiração e se perguntou se ele tinha a capacidade de ver em sua alma. — Que interessante. Eu costumo recusar, desde que você não está dirigindo as negociações, mas você me intriga. Eu não posso prometer, porém, esconder qualquer coisa de Max se eu discordar de suas intenções. Ela assentiu com a cabeça. — É claro. Eu queria que você soubesse que eu estou deixando Vegas e eu estou fora do negócio. Uma sombra cintilou em suas feições. — Você será demitida? — Não, Sr. Wells. — Sawyer.

— Sawyer. Ele permaneceu em silêncio, mas ela não lhe deu mais informações. Depois de alguns instantes, um sorriso relutante puxou os lábios dele. Felicitou-se em ganhar a pequena briga. — É tudo o que você deseja contar a mim? — O número que lhe dei foi incorreto. Max já me disse que vai continuar com o acordo se você insistir em manter a minha hipótese. A margem de lucro não é justa o suficiente para dar o salto em Las Vegas, especialmente quando estaremos competindo com o seu buffet em casa. Ele a estudou. Uma consciência estranha escorria por ela. Quase como se ele tivesse catalogando seus segredos e decidindo ou não desafiá-la. Ele juntou os dedos. — O Michael sabe? — Ainda não. — Eu entendo. Então, você está saindo da situação, a fim de salvar o negócio. — Correto. Você não pode usar o meu erro contra Max ou o meu irmão. — Você acha que eu iria ameaçar seu irmão? Usá-lo como alavanca para ter mais lucro? Incitá-lo a concordar com o valor ou demiti-la? Ela ergueu o queixo e se recusou a se esconder. — É claro. Você é um homem de negócios. Se eu fosse você, eu teria chamado Michael e diria que se eles não dessem a você esse valor não haveria negócio. Eu diria que a irmã dele ferrou tudo e agora tinha que efetuar o negócio.

— Ela fez uma pausa. — Se você empurrá-lo sobre essa questão, então, eu vou renunciar. Um lampejo de surpresa atravessou seu rosto. — Você iria tão longe para salvar este negócio? — Sim. E, Sr. Wells. — Sawyer. — Eu não blefo. Seus lábios se torceram. — Que intrigante. Você definitivamente complica as coisas. Um alívio a percorreu. Finalmente, ela tinha feito algo benéfico para a empresa. Pelo menos Max começaria do zero e seu irmão não seria colocado em uma situação embaraçosa. — Eu tenho certeza que você

vai

encontrar

um

plano

alternativo.

Você

parece

ser

extremamente adaptável. — Eu vou te dizer isso, Carina. Seu erro não irá surtir efeito se as negociações avançarem. — Obrigada. — Ainda assim, eu acho que deveria ganhar algo neste negócio todo. — Desculpe-me? Um sorriso brincou em seus lábios. Sua respiração ficou presa na sensualidade latente em seu olhar encapuzado. — Seja minha acompanhante hoje à noite. — O quê?

— Meu encontro. A menos que você e Max estejam juntos? Ela balançou a cabeça um pouco demais. — Não, Max e eu não estamos juntos. Por que você quer me ver? Seu tom mostrava pura diversão. — Você é uma mulher bonita, com coragem. Eu vou te levar para jantar e, em seguida, vamos visitar o clube. Carina

tentou

descobrir

que

jogo

era

aquele.

Ele

era

extremamente atraente, mas fora de seu alcance. Não era? Ela soltou um suspiro. — Não pense que você pode me fazer derramar mais segredos. — Você se subestima. Sete? — Vou jantar e assistir a um espetáculo com Max. — Depois, então. Dez. Mais uma vez, ele a esperou. A sexualidade amarrada batia nele em ondas. Não era exatamente o que ela necessitava? Um homem que a queria e não tinha medo de convidá-la? Em vez de se sentar ao lado de Max e ouvir Celine cantar sobre o amor não correspondido, ela poderia conhecer o Sr. Louro, Alto e Sexy... e talvez fazer o seu futuro amante de uma noite ficar um pouco ciumento? Ele riu e balançou a cabeça. — Você é uma delícia. Eu não tive que trabalhar tão duro para conseguir que uma mulher concorde com um coquetel há um tempo. — Drinques antes do jantar. No bar. Às seis. — Feito.

Ela caminhou até sua suíte para tomar banho e mudar de roupa para a noite, não tendo certeza como seu maior erro no negócio deu-lhe um encontro quente. Ela teria uma noite feita em Las Vegas, antes de voltar para casa, e pretendia fazer mais isso. Foda-se Celine Dion.

Carina atravessou as portas do famoso bar V e olhou para seu acompanhante. As linhas elegantes e sensuais do salão se encaixavam com seu humor. Duplas espreguiçadeiras de couro atravessavam o bar, e as multidões já tinham se reunido para saborear os seus martinis populares. Paredes geladas de vidro revestiam a sala com privacidade. Perfeito para um rápido cocktail antes do jantar dela com Max. Imediatamente, ela foi levada para a mesa de canto onde Sawyer se levantou para cumprimentá-la. Ele se favorecia de preto, era a cor perfeita para ele. Magro e elegante, com os cabelos batendo em seus ombros e moldando as características duras de seu rosto. Ele tinha uma aura perigosa que a intrigava. Ela pediu um dirty martini e eles se empenharam na conversa fiada. — Você está gostando de Vegas até agora? Carina fez um sinal ao seu redor. — O que há para não gostar? Eu estive presa em Bérgamo toda a minha vida, de modo que isto é como uma refeição gourmet depois de viver de biscoitos.

Ele sorriu. — Eu já viajei para Milão muitas vezes e conheci sua mãe. Eu sempre amei a tranquilidade de sua casa. — Bérgamo é parte de minha alma. Mas eu vivia com três irmãos

mais

velhos,

que

eram

super

protetores,

era

difícil

experimentar algo novo e excitante. Eu estou me divertindo com minha prova da liberdade. — Liberdade é uma bebida inebriante. — Aqueles olhos brilharam com malícia. — Como o primeiro gole de um bom vinho. O gosto é mais explosivo devido a ser contido por muitos anos. — Ela arrancou uma azeitona de sua bebida e retirou o palito. O olhar dele seguiu a sua boca em claro interesse. — Você é um poeta, Sawyer Wells. Quem diria? Como você conheceu a minha mãe? — Nós nos conhecemos anos atrás. Ela me tirou de uma situação delicada e eu prometi a ela a minha lealdade. Ela levantou uma sobrancelha. — Você vai me contar? — Não. Carina sorriu. — Você deve ter lido o manual para mulheres. Nós amamos um bom mistério. — Eu pensei que vocês gostassem de nos corrigir também. Salvar-nos de nós mesmos. — Nós gostamos, mas vocês raramente se deixam levar. Um arrepio patinou por sua espinha ao surto repentino de calor em seu olhar. Ah, sim, ela estava fora do campeonato. Este homem era um mestre em sedução e ela pertencia ao campo de treinamento.

Ainda assim, a sua inebriante reação e seu humor afiado a puxaram, assim como a assustaram muito. — Você vai dizer a Max sobre o nosso encontro? A menção do nome dele a arrancou de volta para a realidade. Seus dedos se cerraram. — Se ele perguntar. Sawyer pegou o movimento e se inclinou. O cheiro de madeira e almíscar a envolveu com sensualidade. — Fale-me sobre o seu relacionamento com Max. — Ele é o melhor amigo do meu irmão. Nós crescemos juntos e ele seguiu Michael para Nova York para abrir La Dolce Maggie. — Amigos de infância? — Sim. Por que tantas perguntas sobre Max? Sawyer estudou. — Ele reivindicou você? Ela cuspiu em seu gole seguinte. — Desculpe-me? — Vocês estão dormindo juntos? — Não. Mas eu não sei por que você está interessado. — Não sei por que você deveria ter medo dessa pergunta, Carina. Você não é apenas bonita, mas inteligente. Uma combinação perigosa. Eu quero ter certeza de que você está livre. Seu tom intenso a envolveu com a possibilidade. Este homem a queria. Por que não desmaiar e o convidar para o seu quarto? Maldito Max. De alguma forma, ela ainda estava presa em sua paixão de infância, e isso só a deixava puta.

— Eu estou livre. E estou cansada de falar sobre Max. Ele estendeu a mão e pegou a dela. Uma sacudida agradável vibrou dentro dela, mas nada como a intensa excitação que gotejava no seu ventre quando Max a tocava. Não que estivesse pensando em Max. — Assim como eu. Embora seja necessário liberar você para que você mantenha seu jantar. Ela inclinou a cabeça e seus cabelos caíram sobre um ombro. — Mas ainda não. Um sorriso tocou seus lábios. — Não, ainda não. O que você pinta? — Retratos. Os membros da família, bebês, animais. Eu adoro olhar para além da aparência das pessoas e tentar capturar algo que eles nunca veem. Lembra-me de como a minha cunhada descreve a sua fotografia. — Eu não posso pintar um boneco, mas eu posso apreciar. Lembro-me de minha primeira viagem para a Itália e ficar extasiado com a arte. Eu quase fui preso na Galeria Uffizi, porque eu não queria sair. — Sim, eu tenho seguido a galeria toda a minha vida. A primeira vez que eu coloquei os olhos sobre a Capela Sistina eu soluçava como um bebê. — Você nunca quis pintar profissionalmente? A saudade tomou conta dela, feroz e crua. Quanto mais ela via seu futuro na La Dolce Maggie, mais sua alma gritava por algo

diferente. Carina hesitou, sem saber muito o que compartilhar com ele. — Sim, mas eu nunca acreditei em mim o suficiente. Sawyer concordou. — Eu sei como é isso. O silêncio entre eles vibrava com a atração da amizade e da possibilidade de mais. Carina sorriu. — Agora, me diga sobre o mundo glamouroso dos hotéis. Eles conversaram por uma hora até a hora de encontrar Max para o jantar. Sawyer apertou-lhe a mão. — Carina, eu gostaria que você se juntasse a mim depois. Eu vou te mostrar o clube e podemos dançar se você quiser. Carina hesitou. Sua necessidade por Max lutava com a tentação diante dela. — Eu não sei. — ela sussurrou. — Eu vou estar no Tao esperando por você. Você decide. Ele deu um beijo em sua bochecha e a deixou. Suas fantasias passadas guerreavam com seu presente. Tempo para escolher.

Carina voltou para o saguão, onde Max a esperava. O olhar em seu rosto quando ele a avistou definiu o tom para a noite.

O queixo dele caiu. Seu olhar foi para sua roupa, suas feições apertadas. — Você não pode usar isso. — sussurrou em fúria. — Pelo amor de Deus, Carina, que vestido é, esse vestido é.... — Hmm, um simples ‘você está bonita’ teria sido adequado. No momento em que ela viu o vestido Versace ela enlouqueceu. Uma cruzada elegante de tiras embrulhava seus peitos em um jogo perverso de esconde-esconde, até que o espectador não tinha ideia do que era tecido e do que era carne. A saia cortava na altura da cintura, em seguida, caía no chão, em uma série de cortes irregulares, e a cor de pêssego complementava sua pele morena. Uma rápida visita ao Spa cuidou da sua depilação à brasileira, e mesmo que ela tivesse gritado, a dor bem que valeu a pena. Ela deixou seus cabelos soltos para baixo e usava apenas uma algema de ouro grossa ao redor de seus pulsos, lembrando uma escrava sexy. Sua mudez atual fez o preço valer à pena. Melhor ainda quando ela finalmente se virou. Ele sibilou em uma respiração. O tecido na parte de trás começava na curva de suas nádegas. Ela começou a noite com um jogo malcriado, ela pretendia ganhar. Ela jogou o próximo comentário sobre o ombro. — Se você não gosta, você sempre pode tirá-lo. Ele não disse uma palavra. O

restaurante

Canaletto

estava

cheio,

mas

eles

foram

imediatamente levados para uma aconchegante mesa do lado de fora perto da St.Mark’s Square. As cores cremes lindas e luzes brilhantes davam um ar de elegância íntima, com vista para o Grand Canal, onde as gôndolas flutuavam passando e murmúrios de conversa soltas no ar. Sentindo-se como se tivesse sido transportada para Veneza, Carina

relaxou e pediu um copo de Monte Pulciano e gostou do magnetismo terreno na sua língua. Qualquer coisa era melhor do que permitir pôr sua língua fora da boca como uma idiota. Por que ele sempre tinha que parecer tão. . . perfeito? Onde Sawyer era todo o sexo cru e escuridão, Max lembrava um playboy polido, com um charme e elegância fáceis, criados em seus ossos. Seu terno tinha sido substituído por uma escura camisa de seda azul, calças casuais e botas de salto baixo em couro. Seu relógio Constantin Vacheron brilhava como prata polida em seu pulso quando ele pegou o seu vinho e tomou um gole. O plano era simples. Usar o tempo durante o jantar para seduzilo. Infelizmente, ela percebeu que ele decidiu jogar seu próprio jogo: retrospectivas. — Lembra-se quando você trouxe aquele cara da escola para casa e Michael e eu seguimos você para o Sam’s Cafe? — Ele balançou a cabeça como se fingindo lembrar. — Nós nos escondemos nos arbustos e quando o cara se inclinou para beijá-la, Michael saltou para fora. O cara ficou tão assustado que deixou você lá e nós tivemos que levá-la casa. A imagem ainda a atormentava. A humilhação de ter Michael a perseguindo com seu companheiro seriamente minou sua vida amorosa. — E seu ponto é? — Ela perguntou secamente. — Desculpe, só para lembrar como seu irmão é super protetor. Isso é tudo. Ponto de tomada. Lançar seu irmão mais velho na conversa foi um definitivo assassinato de sedução. Também um lembrete direto dos riscos envolvidos. Ela precisava aumentar sua aposta. Carina tomou

outro gole de vinho, lambeu os lábios e sorriu. — Eu tive um encontro com Sawyer esta noite. Ele olhou para ela. A expressão atordoada no rosto acalmou sua confiança. — O que você está falando? Sawyer pediu para sair com você? — Sim. Ele cerrou os dentes com seu temperamento masculino. — Quando? — Eu fui vê-lo em seu escritório. Eu disse a ele que estava saindo do negócio devido ao meu erro, e que o valor que eu dei era impraticável. Uma maldição cruel escapou de seus lábios. — Você deveria me deixar lidar com isso. Carina ergueu o queixo. — Se eu cometer um erro, eu o corrigirei, Max. Você deveria saber disso. Ele esfregou a testa. — Eu sei. Eu apenas queria que você não se sentisse como se tivesse que enfrentar o mundo por si mesma, a fim de provar que você é digna. A declaração a bateu com força total. Ele a conhecia, mais intimamente do que qualquer outro homem. — Bem, está feito agora. Sawyer concordou em não deixar o meu erro afetar as negociações. — Você sentiu que tinha que sair com ele? Ele a pressionou? — Não. Eu quis.

Ele jogou de volta. — Sawyer não é para você, Carina. Fique longe dele. Ele pode ter repetido os próprios pensamentos dela, mas ainda estava puta. — Você não sabe mais o que é melhor para mim. Quanto tempo vocês são amigos? — Tempo suficiente para saber que ele não é bom para você. — Então, quem é? Ele praticamente se chocou com o desafio direto, focando sua atenção em seu vinho. Ela esperava um pouco de ciúme para forçá-lo, mas, mais uma vez, ele recuou de um desafio por se esconder atrás do seu senso de honra. — Vamos mudar de assunto, não é? — Claro. Eu fiz uma depilação brasileira hoje. Ele engasgou com o pedaço de pão na boca. Olhos com lágrimas, ele baixou a voz. — Você está brincando comigo? Não fale sobre coisas como essa. O suor na testa dele dizia a ela que ele estava desconfortável em outros aspectos. — Por que não? Se você insistir em temas de conversa que me retratam como uma menina, eu acho que tenho que lembrá-lo que eu estou crescida. — Ela piscou. — Quer ver? Um rubor subiu por sua bochecha. — Não. E não deixe ninguém ver, também. — Ele se mexeu na cadeira. — Você está trabalhando um plano fodido comigo e você não está pensando nas consequências. — Vamos ver as opções, então? — Ela levantou a mão e enumerou os itens com cada dedo. — Nós dois somos adultos. Atraídos

um pelo outro. É só por uma noite. E seguimos em frente. Que problema eu estou trazendo? O garçom trouxe pratos iguais de robalo chileno cozido sob uma grande crosta salgada. Batatas Yukon foram cortadas e servidas à mesa, com pingos de óleo, alho e ervas. Ela espetou um excêntrico pedaço de peixe e gemia sobre a textura da pele linda e crocante. — Porra, isso é bom. — disse ela. — Eu sei. A polenta é cozida perfeitamente. Experimente-a junto com o tomate. — Ok. Eles comeram num silêncio reverente por um tempo, cada um caindo num coma induzido pelo prazer do alimento. Finalmente ele se levantou e voltou-se para a conversa. — Deixe-me dizer a você todas as razões pelas quais não deveríamos ter um caso. — Uma noite só. — Que seja. Primeiro, o seu irmão confia em mim para protegêla e eu perderia a sua lealdade. Segundo, se nossas mães soubessem disso elas pirariam. Terceiro, você, tecnicamente, trabalha para mim, e isso poderia atrapalhar as linhas entre nós nos negócios. — Michael e nossas mães nunca vão saber. Nossa relação de trabalho não será afetada já que eu vou estar em outra divisão. Por que não devemos ceder a nós mesmos? Não seria melhor se você fosse minha primeira experiência sexual, em vez de alguém que eu não conheço? Espetos de raiva ondulavam em torno dele. — Não jogue fora sua virgindade por alguma porcaria de sociedade que diz para as

mulheres aproveitarem o dia. Deve ser especial, com alguém que ama. E não usada em uma aventura física sem futuro. A resposta é não. Você pode argumentar, persuadir-me e seduzir-me o quanto quiser. Eu não vou dormir com você ou me envolver em um caso curto que poderia arruinar toda a nossa história. Eu não vou arriscar. Uma crua necessidade explodiu em sua barriga e a estrangulou. Isso não estava funcionando. Sua fantasia de uma noite era apenas isso: uma fantasia. No fundo, ela simplesmente não valia a pena o risco para ele. Outra experiência lhe dizia que ela não era o tipo de mulher que conduzia um homem a um tão louco de desejo que o faria quebrar as regras. Mesmo semi-nua e jogando seu orgulho. Querido Deus, até mesmo as tentativas de sua sedução foram centradas em torno de uma conversa lógica de ativos e passivos de um caso. Humilhação a queimava. Ela almejava engatinhar na sua cama, puxar as cobertas sobre a cabeça e chorar. Assim como tinha feito tantas vezes em seu passado, quando ela tinha percebido que Maximus Gray nunca poderia querê-la da maneira louca que ela o queria. O sonho flutuou para longe em uma nuvem de fumaça, quase como uma miragem. Max olhou para ela com preocupação. O mesmo maldito olhar que ele sempre lhe dava que nunca poderia satisfazer ou arranhar a superfície de suas piores fantasias. Talvez alguém pudesse. Uma imagem de Sawyer brilhou em sua mente. Um homem interessado nela como uma mulher, não como uma amiga de infância. Com ele, ela poderia ser capaz de experimentar tudo o que ela desejava. Talvez seja a hora de saltar para o desconhecido. Ela estava tão cansada de ir para a cama noite após noite sozinha. Solitária e insatisfeita aos 26 anos de idade. Como isso era lamentável?

Lentamente, ela limpou os lábios com o guardanapo e forçou um sorriso. — Eu acho que a sua decisão está tomada. — Confie em mim, isto é o melhor para todos os envolvidos. Ela assentiu com a cabeça. — Entendido. Embora, haja uma coisa que você deve me prometer. — O quê? Carina ergueu o queixo e encontrou seu olhar. — Deixe-me ir. Ele piscou. — Desculpe-me, eu perturbei você, cara. Por favor, não me diga que eu perdi a sua amizade. Significa tudo para mim. Ela forçou de volta as lágrimas que queimavam suas pálpebras. — Você nunca vai me perder completamente. De certa forma, eu acho que eu vou ser sempre uma parte de sua vida. Mas eu não posso jogar mais este jogo. Eu preciso seguir em frente e fazer minhas próprias escolhas, em minhas próprias condições. Hoje à noite, você tomou a decisão de cortar o laço entre nós. Você perdeu o seu direito de me dizer com quem dormir. Ele cerrou os dentes e se inclinou para frente. — Por favor, não me diga que você vai se desrespeitar a fim de se vingar de mim. A risada sem humor escapou de seus lábios. — Dio, como você é arrogante. E você tem todo o direito de pensar isso, porque eu te dei muito poder. Mas não mais. Eu não vou dormir sozinha esta noite. E isso não é porque eu estou me desrespeitando, seu bastardo. É porque eu finalmente estou reivindicando o que eu estou querendo há muito tempo. Um homem que me faça explodir de prazer e que possa me levar a lugares que desejo ir. Um homem que me abrace e me dê

orgasmos e compartilhe a noite comigo. Você renunciou a isso esta noite. — Carina, não. Ela empurrou sua cadeira para trás e se levantou. — Se você tem qualquer respeito por mim, você vai me deixar sozinha. Eu mereço isso, Max. — Carina colocou o guardanapo na mesa. — Obrigada pelo jantar. — Espere. Ela fez uma pausa. Segundos se passaram. Os sons do movimentado restaurante fluía em torno deles, o clique de talheres e copos, o toque de riso, o slide dos barcos que passavam rio abaixo. Ela esperou enquanto ele parecia lutar com seus demônios. Um músculo marcava sua mandíbula. Um momento decisivo se colocava entre eles. Seu coração a esmagava e ela esperou pela decisão final dele. Seus traços esculpidos se torciam em uma expressão torturada e ele abriu a boca. Suas palavras pairaram no ar como um balão de desenho, em branco até o artista esboçar o final. A boca dele se fechou. Ele deu um breve aceno com a cabeça e ela encarou um desconhecido sem emoção que tinha tomado sua decisão. — Eu não vou incomodá-lo novamente. Sua garganta se apertava, mas ela se conteve. Quando ela foi embora, se recusou a olhar para trás.

O que ele fez? Max olhou para o amontoado de pratos sobre a mesa e agarrou as bordas de sua sanidade. Ele pegou seu copo de vinho, drenou o resto do líquido e fez um sinal para uma recarga. A noite se transformou em um desastre e ele não tinha certeza de por que um pânico louco bombeava por suas veias. Ele tomou a decisão certa. Foda-se, era a única decisão. Não havia nenhuma maneira de que ele pudesse levar Carina para a cama por uma noite, reclamar sua virgindade, e voltar aos negócios. Por que ela não podia entender isso? Eu não vou dormir sozinha esta noite. Sawyer. Suas palavras finais o assombravam. Será que ela buscaria o amigo para provar seu ponto de vista? Ela estava atraída por ele? O que ela quis dizer com “desejos escuros” ou “fantasias”? Seus punhos se cerraram em seu colo enquanto uma matriz de imagens zombava dele. Carina nua com outro homem. Carina gemendo, a cabeça jogada para trás, mordendo aquele exuberante lábio inferior enquanto

um

estranho

empurrava

para

dentro

dela.

Carina

murmurando o nome de outro homem. Ele lutou contra a raiva e a loucura e lembrou a si mesmo de se acalmar. Primeiro, ela tinha um bom plano, mas duvidava que ela continuasse com isso. Ela provavelmente flertaria um pouco, dançaria, talvez até mesmo beijasse alguém para satisfazer a sua curiosidade.

Tudo o que ele precisava fazer era manter distância e ficar de olho nela. Ele não iria interferir e ela não tinha que vê-lo. Quando sua experiência terminasse, eles voltariam para Nova York e, talvez, as coisas pudessem se acalmar. Ela encontraria um homem bom que seria digno dela e sem quaisquer problemas emocionais. Alguém legal, mais jovem e respeitável. Não um mais velho, cansado, macho ferrado que tinha problemas de compromisso como ele. Estar com ela a qualquer preço era um desastre garantido. Ele a teria machucado e não seria capaz de ficar sozinho. Ele perderia a amizade e o respeito de Michael, e sua carreira. Um caso de uma noite só não valia a pena. Nem mesmo com uma mulher que acalmava sua alma e lhe fazia desejar ser um homem melhor.

Capítulo Dez — Você aproveitou seu jantar com Max? Carina se sentou em um camarote privado acima da boate Tao. Sawyer a encontrou na porta onde a famosa estátua de Buda de vinte pés cumprimentava os convidados. Chocada com o duelante contraste da sexualidade crua e da calmante espiritualidade que o clube oferecia, Carina sabia que tinha tomado a decisão certa. Mulheres em vestidos pequenos se banhavam em banheiras de mármore enormes com pétalas de rosa, enquanto as paredes vermelhas e a luz de velas aqueciam os sentidos. Era um lugar para perder suas inibições. A música hip-hop chicoteava a multidão em um frenesi, mas Sawyer imediatamente tomou seu cotovelo e a guiou para cima para uma sala escondida atrás de cortinas de veludo exuberantes. Champagne gelado em taças delicadas e buquês de flores enchiam a sala com aromas exóticos. Obviamente à prova de som, nenhuma música alta ecoava no seu santuário. Um arrepio patinou por sua espinha pela pergunta. — Sim, foi bom. — Ela tomou um gole de champanhe enquanto seu companheiro a comia com o olhar. A intensidade amarrada em seus olhos a sacudiu, mas ela se recusou a se esconder. Sawyer Wells estava com sorte esta noite e ela também. Fim da história. O olhar no rosto de Max finalmente bateu a porta do passado deles.

— No que você está pensando? Seu comando a fez sair do transe. — Nada. — Você tem certeza? A verdade pulsava entre eles. De repente, seu flerte simples girou para a pista expressa. Como se soubesse que a questão era muito mais profunda, ele esperou por uma resposta. A noite se estendia diante dela com infinitas possibilidades e ela estava doente para chegar em segundo lugar com um homem. Nesse momento, ela aproveitou sua liberdade e as escolhas à sua frente. Desta vez, não iria escolher errado. — Eu tenho certeza. Seus lábios se torceram em um sorriso, e de repente ele pairava sobre ela. Todo o sensual calor se juntou ao redor dela. — Eu estou contente. Hoje à noite eu quero te dar prazer. Eu não tenho me interessado por uma mulher há muito tempo. Eu posso me lembrar. Arrepios rechearam seus braços. Vários copos de champanhe tomados depois, um zumbido agradável fazia cócegas em seus ouvidos eo mundo se tornava lindamente borrado. Ela sentiu que a noite terminaria na cama dele e caiu na tagarelice. — Você traz todas as mulheres até o seu clube para seduzi-las? — Não. A maioria delas tenta me seduzir. — Como é que elas fazem isso? Sawyer riu. — Você ficaria surpresa. Mas eu não quero falar sobre outras mulheres. Você gosta da música? — Dança?

— Sim. — Vamos conhecer o clube, então? Ela vibrou com prazer. — Eu adoraria isso. Ele a levou para fora das cortinas, descendo as escadas, no salão principal. O som da música atravessava os alto-falantes em um ritmo de hip-hop indecente. Seu sangue se aquecia com o álcool, ela ligou seu braço com o dele e ele contornava a multidão de pessoas com facilidade. Mulheres em saias brilhantes curtas e saltos altos balançavam seus quadris. Homens agarravam quadris e nádegas e empurravam para trás e para frente em uma demonstração pública de seus produtos. Luzes brilhavam e cegavam. A sensualidade mundana de corpos seminus, perfume e suor enchiam o ar, e algo dentro dela balançava livre e liberado. Liberdade pulsava em suas veias e calor queimava dentro dela enquanto dançava. Sawyer a agarrou e a puxou, ela deslizou seus braços ao redor de seu pescoço. Com cada batida da música, seus corpos se tocavam, deslizavam, e reconectavam. O cheiro glorioso de ele a dar o passo final. Seus olhos se fecharam. Os dedos dele se enrolaram em seus cabelos e ele falou em seu ouvido. — Venha para o meu quarto. — A palavra sim pairou em seus lábios. Suas pálpebras se abriram. Ela precisava de mais tempo para decidir. Ela ignorou a pergunta e continuou a dançar, deixando o pulso da música atravessá-la. Seu olhar se conectou com um par de olhos azuis penetrantes atrás de Sawyer. Max. Ele estava no bar, a multidão explodia enquanto ele estava sozinho e a observava. Um remorso gritava por liberação, somente para ele, mas já era tarde e ela precisava deixá-lo ir.

— Sim. — de repente ela explodiu em Sawyer. Ela esperou Sawyer beijá-la. Em vez disso, ele se afastou e estudou sua expressão. Então, lentamente se virou. — Vamos. — Carina segurou sua mão e o puxou para fora da pista, mas já era tarde demais. Max apareceu diante dela, todos os músculos vibrando com pura fúria. Seu sangue se aqueceu, em resposta sua calcinha ficava molhada. Seu corpo acordava sob seu comando. — O que diabos está acontecendo? — Suas palavras foram dirigidas a Sawyer, mas ela pulou entre eles. — Não é da sua conta. — ela sussurrou. — Você prometeu me deixar em paz. — Sawyer olhou para o amigo com os olhos duros. — Acalme-se, meu amigo. Vocês não namoram, ela deixou claro que está disponível. — Esta é a irmã de Michael, pelo amor de Deus. — Então? Ela também é uma bela mulher que escolhe seus próprios amantes. Eu acho que ela fez sua escolha para a noite. Sua mão disparou e agarrou Sawyer pelo colarinho. — Eu vou te matar. Sawyer não teve tempo de reagir. O demônio interior dela saltou para fora e se lançou para Max, empurrando-o forte. — Você não tem o direito — ela gritou. — Deixe-nos em paz. — Carina, você não tem ideia do que está fazendo. — Ele balançou Sawyer num ataque de temperamento masculino que ela nunca vislumbrou nele antes.

— Basta. — De repente, Sawyer estava livre e saiu da linha de fogo de Max. — Carina, cara, por favor, sente-se aqui por um momento. Eu estarei de volta. Eu preciso falar com Max. — Mas... — Por favor. Tremendo de emoção reprimida, ela deu um aceno fraco e sentou-se num banco próximo. Ela observou Sawyer arrastá-lo para fora. Por que ele estava fazendo isso? Ele não a queria o suficiente para si, mas se recusou a dar a ela a oportunidade de pertencer a alguém. O jogo doente que tinha jogado ao longo dos últimos meses a torceu em nós. Uma canção passou. Outra. Ela observava a multidão se perder na música e saltou de seu assento. Foda-se Max. Foda-se Sawyer. Fodam-se todos eles. Ela estava indo dançar. Carina se empurrou para o chão e entregou-se à música.

Max estava acostumado a lidar com uma gama de emoções. Quando finalmente estava velho o suficiente para saber a verdade sobre seu pai, experimentou a raiva violenta. Fúria negra e acumulada torcia suas entranhas e o sufocava com força. Então, ele usou sua juventude para tornar-se digno. O suficiente para que seu pai tentasse eventualmente procurá-lo e reclamá-lo como filho. Quando ele falhou mais uma vez, experimentou o gosto amargo de derrota, tristeza, e um desejo de vingança.

Nada comparado com o momento em que ele tinha visto Carina nos braços de Sawyer. Ele seguiu Sawyer para sua mesa particular, onde o cheiro de Carina ainda pairava no ar. Seus dedos se flexionaram e ele arquejou como um boxeador indo a uma dúzia de rodadas, se recusando a sucumbir a um nocaute. — O que você está fazendo com Carina? Sawyer alisou as rugas em sua camisa e deu-lhe um olhar de advertência. — A única razão pela qual você foi capaz de me tocar foi porque eu deixei. Só essa, meu amigo. Não me teste de novo. — Você não tem o direito de tocá-la, e eu posso chutar o seu traseiro, assim como eu fiz há dez anos. Um toque de um sorriso curvou os lábios de Sawyer. — Ah, eu me lembro disso. Mas eu estava bêbado naquele momento. Você ganhou a mulher naquela época. Como de costume, você não a manteve por muito tempo. Desta vez, eu acho que você chegou muito tarde. Max caminhou pelo quarto, em um esforço para não saltar e meter a porra dano seu velho amigo. — Ouça. Ela é uma inocente e irmã mais nova de Michael. Se você a tocar, ele vai voar aqui em um batimento cardíaco e fazer da sua vida um inferno. Sawyer acenou com a mão em rejeição. — Eu não sou tão facilmente intimidado quando tenho uma mulher que eu quero. Uma mulher digna de luta. Será que você não desiste dela? Tenho a certeza que questionei o relacionamento de vocês e ela me disse várias vezes que não estão juntos.

— É claro que eu não estou com ela! Eu nunca trairia Michael ou foderia a vida dela. Você tem um estilo de vida diferente, Sawyer, confundirá a cabeça dela. Ela merece mais do que eu ou você. Ela precisa de um relacionamento comprometido. Sawyer o estudou por um tempo, seus olhos escuros cortando o papo furado e batendo o ponto principal. — Carina nunca me disse que queria alguém a longo prazo. Na verdade, parece que é o oposto. Você sempre gostou de ser o parceiro dominante na sua vida sexual. Por que as minhas escolhas são tão diferentes? — Não é tudo sobre o poder e sexo comigo. Merda! Ela é virgem! — Por que você tem tanto medo de sua virgindade? Acho que você está mais ligado a isso do que ela. — Ele apontou um dedo para ele. — Você realmente olhou para ela? Assim que eu tomei o controle ela praticamente derreteu em minhas mãos. Ela tem tendências submissas e ficará melhor com um amante dominante, alguém para empurrar seus limites. Eu normalmente gosto de uma mulher que é um pouco mais mundana e experiente, mas Carina está fervendo por uma experiência sensual. Ela só precisa do homem certo. — Esse homem não é você. Você nunca cruzou a linha dos negócios antes. Temos um acordo sobre a mesa. Sawyer foi até o bar e serviu dois copos de conhaque. — Carina não está mais trabalhando neste acordo. Ela parou. — Sim, mas ela ainda trabalha para a empresa. Ele entregou-lhe o copo e Max jogou para trás o líquido em um lance limpo. — Ela confessou algo para mim hoje. Ela parece prestes a tomar uma decisão de permanecer na empresa ou escolher um futuro

diferente, mas eu não acho que ela está pronta para assumir isso ainda. — Sawyer sorriu. — Ela é uma fera presa numa concha inocente, quando ela descobrir sua paixão, vai ser invencível. A ideia de que ela tinha se envolvido em uma conversa íntima com Sawyer abalou seus nervos. Ele bateu o copo sobre a mesa e passou os dedos pelos cabelos. O que diabos estava acontecendo? Ele pegou a única coisa que restava para controlar. — Vou ligar hoje à noite para Michael se você tocá-la. Ele vai arruinar você e eu vou colocar você no hospital. Seu amigo caiu na gargalhada e só o irritou ainda mais. — Você não ouviu a si mesmo? Carina não é um brinquedo ou uma posse, mas uma mulher adulta. Mas parece que você sabe disso. Você simplesmente não quer pensar nela assim, porque então você não terá mais desculpas. Sawyer balançou a cabeça. — Você está ferrado, Maximus. Normalmente eu vou atrás do que eu quero e não importa as consequências, especialmente para uma mulher tão magnífica como Carina. Ela é uma inocente, uma Eva nascendo. Seu espírito é livre e puro. Por ela vale a pena lutar. — Sua diversão morreu e um desafio provocou o ar. — A única razão pela qual eu vou ficar de lado é pelo olhar no rosto dela quando ela viu você. Ela ficou atraída por mim, mas só na superfície. Você é o que ela quer. — Sawyer se afastou e murmurou uma maldição. — Eu não gosto de ser o substituto do amante que ela anseia. Resolva isso com ela ou eu vou ter minha chance mais cedo em vez de mais tarde. Uma angústia dolorosa rasgava Max. Ele não poderia resistir a ela novamente. Se ela se oferecesse de novo, ele iria para o inferno e aguentaria as consequências. Escorregaria em seu calor apertado e

transaria com ela sem parar até conseguir tirá-la da cabeça, era seu único recurso. Seu código moral e seu profundo desejo travavam uma batalha desagradável. Como se sentisse seu conflito, Sawyer diminuiu a distância entre eles e apertou seu ombro. — Você quer? De homem para homem, olhou para o amigo e disse a verdade. — Sim. Mas vou desistir de tudo em que acredito. Nunca daríamos certo. Ela é boa demais para mim. Sawyer concordou. — A gente nunca sabe o futuro. Eu acho que depende do quanto você está disposto a apostar. Seus pensamentos giravam numa velocidade estonteante. Os demônios ganharam, incitando um desejo e uma excitação que ele nunca tinha experimentado. Os meses intermináveis de tensão foram aumentando, até que tudo o que podia focar era finalmente reclamála. Para se enterrar em seu perfume e calor. Para sentir a sua boca aberta sob a sua, deslizar os dedos em seus cabelos. Para ouvir o seu riso e gemidos e para ser o homem que finalmente a ensinaria sobre o prazer. Para reivindicá-la por apenas uma noite e tocar o céu. Sem outra palavra, ele deixou a sala e foi encontrá-la. Não demorou muito. Não mais no banco, ele a viu na pista de dança em meio a um emaranhado de homens e mulheres num mundo bêbado onde a música governava e a escuridão mascarava as realidades do dia. Em Las Vegas, a noite sempre vencia. Sua pele brilhava sob as luzes giratórias. Suor deslizava por seu pescoço e escorria para o vale de seus seios. Ela jogou a cabeça para trás e girou, ele prendeu a respiração quando percebeu que Sawyer

estava certo. Carina emanava o poder de uma deusa, evidente na curva sorridente dos lábios, dos olhos fechados e dos quadris balançando. O vestido rodava e revelava a pele nua de suas coxas. De repente, ele sabia que iria morrer se não pudesse tê-la. Todos os caminhos o levaram a este momento e à mulher na frente dele. Ele chegou até ela, agarrou seus quadris e a puxou com força contra ele. Seus olhos se abriram, e ela deixou escapar o fôlego em um assobio agudo. Sua ereção inchou em suas calças e ele a puxou para perto, para que ela sentisse todo o poder de sua excitação. Sua mulher sedutora não o recebeu em seus braços com um sorriso como convite. Em vez disso, ela zombou e empurrou seu queixo. — Eu acho que não. Vai encontrar uma garçonete agradável. Onde está o Sawyer? Ele percebeu então que isso não ia ser fácil, mas seria divertido. — Não está aqui. Supere isso. Ela bufou e não avançou um centímetro. — Eu não preciso superar isso, Max. Desde que você não é o homem para a tarefa, por que você não se afasta? Ele sorriu. Baixou a cabeça. E mordeu a curva sensível de seu pescoço. Um tremor passou por ela. Sua mão se estendeu e passou sobre o nó duro de seus mamilos que cutucavam o tecido. Querido Deus, obrigado. Ela não estava usando sutiã. — Eu estraguei tudo. Sawyer me fez ver o quanto idiota eu fui. Negar o quanto eu quero você.

Negando o que há entre nós. — O polegar sacudiu a ponta de seu seio novamente. — Eu cansei de fugir. Ela se recusou a se render. — Mentiroso. Você vai me acompanhar para o meu quarto e me meter na cama. Dirá que eu vou me sentir melhor na parte da manhã e se dará palmadinhas nas costas por conseguir deixar a inocente Carina longe do grande lobo mau. Foda-se, Maximus Gray. Eu vou procurar Sawyer. Ela torceu em seus braços, mas ele girou em torno dela e levantou as nádegas dela com força contra ele. Desta vez, ele pegou um suspiro minúsculo quando esmagou sua boca sobre a dela. A música batia e sua língua mergulhava fundo, empurrando para cada canto para ter certeza que ela sabia quem dominava quem. Em segundos, o corpo dela se derreteu em sinal de rendição e ela enfiou os dedos nos cabelos dele. Ele tomou seu tempo até que a sua intenção fosse reconhecida, depois, lentamente, quebrou o beijo. O lábio inferior dela tremeu. — Max? — Eu sou o grande lobo mau, cara. Agora leve seu traseiro para o seu quarto. Ela não se moveu. — Por que agora? Ele fechou os olhos para negar a verdade, mas ela merecia mais. Quando ele finalmente abriu os olhos, ele a deixou ver tudo. — Porque eu quero você. Eu sempre quis você, Carina. Eu não te mereço, ou esta noite, mas a ideia de outro homem tocando em você me faz querer enfiar a porrada nele. O sorriso que iluminou seu rosto o perfurou direto através de seu peito. — Bom, tudo bem então. Vamos.

Ele a arrastou para fora da pista de dança, os dedos firmemente presos nos dela, pelo cassino onde o som de máquinas caça-níqueis subiam no ar. Por meio de uma grande multidão reunida em torno da mesa de roleta, torcendo por um homem vestido com uma bermuda suja e uma camiseta com uma longa fila de fichas ao lado dele. Em torno da barra de cerejeira cheia de casais vestidos com roupas brilhantes cocktail e smokings, com bebidas de neon ao seu lado. Dentro dos elevadores, onde ele deslizou o cartão no slot, disparou para a cobertura, e a levou para o quarto. Eles mantiveram o seu silêncio, passou o momento de todas as palavras. Somente a ação. Ele procurou uma vez a fechadura, finalmente entrou com ela no quarto e chutou a porta para fechá-la. Max sonhou seduzir Carina Conte muitas vezes. Desde que ela explodiu de volta em sua vida, ele passou noites muito culpado com o pau na mão e uma imagem dela por trás de suas pálpebras fechadas. A maioria de suas fantasias girava em torno de uma introdução lenta para o sexo com muitas preliminares, beijos suaves, e uma pressão cuidadosa em sua carne macia. Velas brilhantes, música romântica e uma cama grande macia. Hoje à noite, haveria apenas sedução, afirmação, prazer. Ele a bateu contra a parede, levantou seu vestido e tomou sua boca. Os dedos dele batiam na pele macia que borbulhava com o calor, os gemidos dela enquanto sua língua empurrava contra a dela. Ela tinha gosto de champanhe, chocolate intenso, uma inebriante combinação de pecado. Max mordeu o lábio inferior dela e segurou suas nádegas para sustentá-la mais solidamente contra ele. Sua cabeça girava e ele lutava pelo controle de ferro que ele normalmente ostentava em suas atividades na cama. Nunca tinha experimentado tão crua necessidade

de seduzir para tomar, reivindicar e possuir. — Você vai pagar por me provocar, cara. Não se engane. Ela se arqueou e ele cheirou sua excitação. A satisfação cresceu pela reação dela às suas palavras. Ela gostava de preliminares verbais, uma de suas atividades favoritas. Ele trilhava beijos minúsculos e mordiscava abaixo da curva sensível de seu pescoço enquanto sua coxa separava mais as pernas dela para ter acesso total. Sua virgem inocente mordeu com força a sua orelha. — Até agora você foi a muita conversa e a nenhuma ação. Max sorriu. E puxou a calcinha. — Orgasmo número um. Eu vou te dar o que você realmente quer somente quando você pedir desculpas pela sua tagarelice. — Traga-o. Ele trouxe. Um dedo mergulhava profundamente enquanto seu polegar batia seu clitóris. Ela pingou em torno de seu dedo, e ele acrescentou outro enquanto massageava seu canal apertado, o tempo todo rodando em círculos provocando todo o estreito centro. Ela gritou e torceu, lutando contra ele por mais numa demanda que nenhuma mulher experiente possuía. Suas unhas se cravaram em seus ombros quando ela chegou e um grito rasgou de sua garganta quando o orgasmo caiu sobre ela. Max olhava seu rosto enquanto ela se desfazia e seu pênis pulsou com uma necessidade dolorosa para terminar e tomá-la. Em vez disso, ele estendeu o prazer dela, continuando o seu ritmo e suavizando a volta. Ela caiu contra ele e Max fez um esforço para manter o controle.

— Oh, Deus — ela gemeu. Seu corpo tremia em seu rescaldo. Ele beijou a boca inchada e ansiou por outro gosto. — Isso foi muito bom. — Eu não vou acabar com você. Eu ouvi um pedido de desculpas? — Um sorriso de satisfação curvou os lábios dela. — Eu não esperei todos esses anos para isso, esperei? Dio, de onde ela tinha vindo? — Você sempre foi um pouco moleca. Vamos brincar, vamos? — Ele baixou a cabeça e encontrou seu mamilo através do tecido de seda. Ele usou a língua para umedecer o tecido, em seguida, o moveu para o lado e sugou. Toques suaves em sua boceta só aumentou a tortura, e logo ela ofegou e arqueou contra sua mão, implorando por mais. — Pronta para se desculpar? — Sim. — Tarde demais. Eu vou te dizer quando eu estou pronto para aceitar o seu pedido de desculpas. — Ele puxou o nó apertado e rodou sua língua, então, mudou-se para o outro seio. Ele brincou e a empurrou de volta ao limite, até que ela perdeu todo o orgulho e implorou. A ladainha de seu nome nos lábios dela o balançou e uma possessividade crua batia através de seu sangue. Mais um toque em seu clitóris, uma mordida em seu mamilo e ela mergulhou de novo. Ela estremeceu e deu-lhe tudo. Longe demais para jogar mais, ele abriu o zíper do vestido e o empurrou para o chão. Seu corpo glorioso o cambaleou. Seios pesados coroados com mamilos de rubi. Um suave inchaço em seus quadris e barriga. Pele morena sem fim e uma boceta nua com a depilação que ela o tinha torturado. Seus lábios

brilhavam molhados e rosados sob o seu olhar, ele murmurou uma maldição e a varreu em seus braços. Ele a colocou na cama e se despiu, colocando um preservativo, na parte inferior da cama. Ela se deitou e o observou com olhos famintos, o que apenas o endureceu ainda mais. — Você é tão bonito. — ela falou com a voz sufocada. Ele balançou a cabeça e se juntou a ela na cama. — Não, você é fodidamente linda. Além de qualquer coisa que eu já sonhei. Mas você ainda me deve pelo tormento da depilação brasileira. As mãos dela acariciaram as suas costas, nádegas e coxas. Suas mãos suaves e unhas afiadas torturavam sua resistência. Meu Deus, ele não seria capaz de durar muito mais tempo, mas ele queria que ela ficasse tão excitada e molhada, que ela não sentiria qualquer dor quando ele a tomasse pela primeira vez. — Você gostou? Ele a beijou profundamente e o cheiro intenso de coco de seu creme corporal subiu para suas narinas. — Eu preciso buscar mais. Seus olhos se arregalaram. — Orgasmo número três. — Max, eu não acho que-oh, Deus! Ele separou suas coxas e enterrou a boca contra a dobra de sua pélvis. Nenhum cabelo manchando a perfeição de sua feminilidade posta nua para sua exploração. Ele pressionou beijos de boca aberta sobre o montículo, para baixo de suas coxas e sobre sua barriga. Usou os dedos para separar os lábios. E provou. Seus gritos frenéticos aumentaram e cantaram em seus ouvidos. Seu sabor de almíscar, de terra e sua excitação tomaram conta dele e tomou a última gota de cada impulso em seu canal e de cada lambida

em seu clitóris como uma concessão da humildade dele para a dádiva dela. Logo, ela gozou de novo, Max sabia disso. Com os dedos trêmulos, ele pegou a camisinha e rasgou o pacote. Embainhou a si mesmo. E deslizou pelo corpo dela. Os olhos escuros dela estavam turvos e nebulosos, e seu corpo estremecia com seus orgasmos. — Baby, olhe para mim. Ela lutava para olhar. — Você ganhou, eu sinto muito. Sua luxúria o pisou. Existiria outra mulher para comparar? Ele tinha sido destruído para o resto da sua vida, ou ele encontraria alguém que pudesse dar tanto quanto Carina? — Pronta para mais? — Sim. Mostre-me o que eu estava perdendo. Ele empurrou um centímetro. Outro. Ela agarrou seus ombros e pediu mais. Suor corria na testa dele e seus músculos se apertavam com a agonia torturante. Deus, ela estava tão molhada e quente, mas ele não queria machucá-la. Mais um pouco e ele estaria quase na metade do caminho. Se ele não morresse primeiro. — Maldito — ela resmungou. — Mais. Não me venha com essa besteira de cuidado, Maximus Gray. Tome-me agora! Ele cerrou os dentes e se acalmou. Em seguida, mergulhou. Minha. Cetim molhado e tão apertado que ele mergulhou no céu e no inferno. Ela enrolou as pernas em torno de seus quadris e afundou seus saltos profundamente. A cabeça dela se atirou de volta no travesseiro, ela pediu mais. E ele deu a ela.

Cada estocada profunda o apertava com calor e necessidade cegos. Ele estabeleceu um ritmo constante que logo explodiu em uma viagem louca de desejo e necessidade. Desesperado, Max segurou o controle para ser mais lento, mas ela não deixou. Ela chorou, implorou e pediu até que ele liberou seu controle e deu-lhes o que eles tanto queriam. Ela se apertou debaixo dele e explodiu. Ele seguiu o caminho dela. O orgasmo o estilhaçou em pedaços irregulares e gritou o nome dela. Ele rolou e a colocou na curva de seus braços, puxando o lençol sobre eles. Ele deu um beijo nos cabelos emaranhados. Esta virgem tinha apenas explodido sua mente.

Carina acordou do melhor sono de sua vida. O quarto estava escuro e por um momento turvo. Seus músculos doíam como um treino da manhã depois da malhação. Ela se esticou e acertou o peito firme. Max. Em sua cama. Sim. Alegria floresceu. Perguntava-se a vida toda qual seria a sensação de ter total atenção de Max no quarto. E dane-se se sua fantasia empalideceu a realidade. Ele era um amante feroz, selvagem, que exigia tudo e dava de volta. Não era de admirar que não se sentia

à vontade para dar a sua virgindade até agora. Aquelas gentis e educadas seduções não a faziam queimar. O fogo de Max e sua dominação satisfizeram algo que ela nem sabia que possuía. Seu corpo foi torcido e utilizado, bem como o seu coração. Esta noite era um presente raro de proporções épicas. Seu coração doía com o pensamento da manhã, mas pelo menos ela teria essa memória preciosa e um conhecimento profundo de sua alma. — Não me diga que você está pronta para a rodada vinte e quatro. — Ele gemeu e a arrastou em cima dele. Seus cabelos muito pretos estavam deliciosamente despenteados. A parte áspera em torno de seu queixo enfatizava a curva sensual de seu lábio inferior. E o menino que ele era podia fazer coisas más com aqueles lábios. Carina enterrou seu rosto contra o peito dele. A parede sólida de músculo amortecia seu rosto, e os cabelos enrolados faziam cócegas em seu maxilar. Ela correu os dedos sobre a extensão forte de seus bíceps e respirou o cheiro delicioso de sexo, sabão, e de homem. — Esses oito anos realmente pediram por resistência, hein? Ele resmungou e bateu nas suas nádegas. Ela gritou, mas a picada agradável apenas a deixou mais excitada, ela se mexeu sobre seu pênis endurecido de repente. — Malcriada. Será que você quer ser domada? — Se esses são os castigos que receberei, então eu espero que não. Max piscou com um ar preguiçoso de um predador após uma soneca. — Eu posso precisar de mais tempo para me recuperar nos intervalos, mas eu posso ir para as rodadas mais longas sem implorar parada.

A barriga dela apertou e um arrepio delicioso correu pela sua espinha. Ela nunca teria o suficiente dele na cama ou fora dela. — Você tem mais prática. Dê-me tempo. Ele sorriu, torceu os dedos em seus cabelos, e trouxe sua boca até a sua. — Escrava. — Ele a beijou completamente, mas com uma profundidade que lhe dizia que não tinha pressa, embora o corpo dele indicasse de outra coisa. — Você precisa de um banho para relaxar os músculos. Eu não quero você muito dolorida. — Que horas são? — Não é de manhã. Eles não têm relógios no quarto e eu não me importo. Você é minha até o amanhecer. Seu comando ocasional fez seus mamilos endurecerem com interesse. Com um último tapinha em seu traseiro, ele rolou para fora da cama e caminhou para o banheiro anexo. Momentos depois, a torrente de água chegou a seus ouvidos. — Eu sempre quis usar essa banheira de hidromassagem, mas parecia muito só para um. — Nu, ele caminhou até a cama e estendeu a mão. O vestígio em torno de seu queixo lhe dava um olhar jovial e a lembrava do pirata delicioso dos romances históricos que amava. — Venha comigo. Ela avançou para fora da cama e puxou o lençol com ela. Ele sorriu. — Eu acho que não. — Ele puxou o lençol de sua mão e pegou em sua forma nua. — Você é extremamente linda para se desperdiçar com roupas de cama do hotel. — Carina se encolheu num surto repentino de modéstia e seguiu para o banheiro principal. Ele andava com uma graça masculina que realçava sua bunda dura. Sua

boca ficou aguada e imaginou como os dentes dela se afundariam nos músculos rígidos. Seus pés descalços deslizavam sobre o mármore brilhando, ele tinha colocado alguma música sexy de R&B8. O teto alto dava a ele uma impressão de ser inspirado nos banheiros antigos, enquanto a luz caía sobre eles e um espelho enorme estava pendurado na parede no lado oposto. Ele a levou com poucos passos e a ajudou a entrar. A água quente fumegante penetrou em sua pele e derreteu a rigidez. Grandes bolhas com um maravilhoso perfume de lavanda a cercavam. Ele desligou a água e ficou em pé diante dela em plena glória. Meu Deus, ele a lembrava da imponente estátua de David. Músculos fortes esculpiam ombros e braços enquanto ele os descansava em seus quadris. Rica pele morena cintilava com um brilho fino de suor. Seu peito era um redemoinho de cabelos escuros que estreitavam uma linha fina para baixo de seu estômago e além. Afastadas, suas poderosas coxas se apoiavam, ele tinha uma aura de poder e graça, nu e vestido – um homem confortável na pele nua. Quando seu olhar terminou em sua pesada ereção, ela experimentou seu primeiro rubor. — Ah, você tem um pouco de timidez. Vamos ter certeza de tirar isso de você antes de seu próximo orgasmo. Suas palavras sujas a aceleraram e seus mamilos já cutucaram através da espuma. Ele deu uma risada baixa e se juntou a ela no banho. Agarrando seus quadris, ele deslizou facilmente sob ela e a colocou em cima dele, para que ela se esparramasse em seu colo. As 8

Rhythm and Blues

costas dela pressionaram contra o peito dele, e seus dedos circularam seus seios, ocasionalmente, sacudindo seu mamilo com o polegar. Carina gemeu e mexeu em seu colo. A pele molhada dos corpos em conjunto e sobre suas partes íntimas a deixava louca. — Max? Ele puxou os cabelos dela para o lado e mordiscou seu pescoço. — Você tem tantas partes sensíveis que não quero perder nenhuma. As roupas deveriam ser ilegais para você usar. Eu a manteria nua. Ela riu, mas ele estava fazendo algo muito travesso entre as suas pernas e o som se transformou num suspiro. — Eu como demais. Julietta e Venezia sempre estão de dieta para se manterem magras. Ele apertou seus seios. — E elas não têm partes divertidas para brincar. Confie em mim, Carina, eu nunca cobicei uma mulher tanto quanto a você. Suas curvas inspiram arte erótica e mil orgasmos. — Suas palavras soaram algo verdadeiro, claro e relaxado dentro dela. As pernas dela flutuaram se separando e deu a ele um melhor acesso. — Eu acho que você receberá uma recompensa por essa declaração. — Eu acho que vou querê-la agora. — De repente, ele se ergueu e se guiou sobre os joelhos dela. O entusiasmo com a posição vulnerável só a deixou mais úmida e ela vislumbrou o reflexo de corpo inteiro deles no espelho. Ele murmurou alguma coisa baixinho e pegou seu olhar no espelho. Ela não reconheceu a mulher diante dela. Nua. Ajoelhada. Seus cabelos selvagens ao redor de seus ombros, lábios machucados e um olhar sonhador. Max parecia um guerreiro prestes a reclamar a sua

mulher e ela assistiu com fascinação quando ele pegou um preservativo e cobriu-se. — Você gosta de assistir? — Sua pergunta rouca arrancou um gemido de seus lábios. Ela assentiu com a cabeça, perguntando-se por que ela queria fazer tudo com ele hoje à noite, até que ela desmoronasse completamente satisfeita e gasta. — Essa é minha garota. Segure a borda da banheira. Ela agarrou o mármore branco elegante e segurou. As mãos dele esfregaram sua bunda, como que se aquecendo para algo, e então ele estava dentro dela em um impulso acentuado. O prazer era muito intenso. Ela agarrou com mais força quando ele a tomou profundamente. A batida da água na banheira, a imagem visual dele a tomando por trás, a força implacável do orgasmo, tudo se acrescentando e se misturando num inferno. Os olhos escuros dele ficaram selvagens quando ele encontrou os dela no espelho. — Você é minha, Carina. Lembre-se disso. Ele chegou entre as pernas dela. Empurrou novamente. Ela gozou. Carina se sacudiu debaixo dele e se deixou flutuar. O apertar e soltar dos músculos, a requintada dor/prazer de mamilos apertados e a batida do clitóris; todas as sensações arrastaram-na para um novo mundo que ela nunca tinha experimentado. Seus dedos agarraram a superfície escorregadia da banheira enquanto seu corpo tentava encontrar equilíbrio, ela se perguntava se ele a destruiu para a vida. Quantos anos ela tinha passado sonhando com algo que ela nunca poderia ter imaginado? Aqueles beijos educados com rapazes

antes dele nunca chegaram ao seu coração. Ela tinha experimentado tremores de excitação com carícias – até mesmo orgasmos pelo impulso de dedos talentosos do sexo masculino e por ela própria. Mas Max atingiu além de qualquer superfície e varreu toda fantasia sombria que ela escondia para viver. Ele exigia mais do que educadas reações. O sexo era sujo, suado e cheio de tantas contradições deliciosas que ela nunca tinha percebido que existia. Ela nunca se contentaria com nada menos do que isso. Ah, a mulher que ela poderia ser com o amante certo. Um profundo cansaço caiu sobre ela e ela relaxou contra Max, à deriva no prazer por um tempo.

Um banho e uma garrafa de água compartilhados mais tarde, ela sentou-se nua em seu colo na cadeira do salão elegante. O fogo estalou e um cobertor os enrolou em um casulo de calor. Carina descansou a cabeça no ombro dele e suspirou. O silêncio abafado tecia uma sensação de proximidade e ligação entre eles. Carina falou em voz baixa. — Eu acho que eu quero sair da La Dolce Maggie. Ele passou as mãos suavemente sobre suas costas. — Fale comigo. É sobre seus erros anteriores? — Não, é mais que isso. Eu não acho que eu estou mais feliz. Ele endureceu. — Por causa de mim? — Não, seu idiota. Por causa de mim. Eu não sei se pertenço ao mundo dos negócios. Eu queria desejar. Só porque eu sou boa em analisar números não significa que quero fazer isso dia após dia. Eu

odeio cubículos, vendas e planilhas. Eu não tenho o instinto assassino como você e Julietta. Ele soltou um suspiro. Passou um tempo antes de falar. — Eu não sei se Michael vai aceitar a sua decisão. — Sim, eu sei. Eu não tomei a minha decisão final ainda. Eu vou me dar mais algum tempo e ser honesta comigo mesma. — O que você quer fazer em vez disso? Ela suspirou e se aconchegou. — Não tenho certeza. Voltar para minha pintura e levá-la a sério. Encontrar uma maneira de combinar aquilo em que eu sou boa com algo mais criativo. Eu não tenho medo de descobrir mais. — Eu vou apoiá-la de qualquer forma, Carina. Eu acho que você faz um excelente trabalho no La Dolce Maggie. Mas você precisa ser feliz, você merece. — Obrigada. — Uma pontada de perda caiu sobre ela. Ela finalmente se sentiu como se realmente pertencesse a alguém que a entendia, mas sua noite preciosa estava quase acabando. O tempo seguia sem cessar. Logo, a madrugada iria quebrar sobre o horizonte e arrastá-la de volta à realidade. Ela já sabia que não havia futuro. Mesmo se eles fossem capazes de superar Michael, Max deixou bem claro

que

não

estava

interessado

em

se

comprometer

num

relacionamento, especialmente com ela. Ele estava seguro por trás das barreiras construídas desde a infância, e citou a idade, família, e um monte de outros obstáculos, a fim de racionalizar a sua decisão. Ela odiava isso, mas se recusou a lutar. Ela merecia alguém que a quisesse o suficiente para superar as adversidades. Carina ignorou a sensação de vazio interior e jurou acabar com ela.

— Por que você não costuma falar sobre o seu pai? Sua mão parou nas costas dela. Ela o esperou. Depois de algumas batidas, ele retomou a carícia. — Porque ainda dói. A honestidade crua estremeceu através dela. Ela levantou a cabeça e cobriu o rosto. — Eu sei que ele foi embora depois que você nasceu. Eu sei que ele era suíço, muito rico e encantou sua mãe em um antigo romance. Mas você nunca explicou sobre o seu relacionamento... se você já o encontrou ou teve contato. Carina sabia que ultrapassou a linha. Esperava que ele se retirasse para seu porto seguro e lhe desse uma resposta aborrecida. Ele sempre evitou falar de seu passado, sua mãe e Michael nunca mencionaram isso, embora Max fosse parte de sua família. Então, ele deu a ela o segundo presente da noite. — Eu tinha 21 quando eu finalmente decidi procurá-lo. Todo esse tempo eu esperei algo acontecer. Um cartão. Um presente. Bilhete. Eu finalmente percebi que ele nunca iria entrar em contato comigo, então eu decidi fazê-lo. Um rico empresário suíço que desapareceu

completamente

parecia

estranho.

Eu

sempre

me

perguntei se ele tinha se envolvido em algum escândalo e queria me proteger. Eu até pensei que ele estava morto. O coração dela se despedaçou com seu tom de voz baixo. Ela colocou os braços em volta dele para o calor do seu corpo e escutou. — Eu encontrei com ele em Londres. Ele acabou apenas como um velho bêbado que não deu a mínima. Sem passado exótico ou desculpas legítimas. — Alguma vez você falou com ele?

— Sim. Ele sabia quem eu era quando o vi no bar. E ele não se importou. Nunca me quis como um bebê e não ligou a mínima que cresci. Ele me deu dinheiro. Ele achava que deveria ser o suficiente. Carina se perguntou como era a sensação de o seu próprio sangue negar qualquer parte de sua herança ou de memórias. Não era de admirar que ele se isolou tanto. E nem que ele nunca quis dar uma chance a nada permanente. — Mas eu finalmente fui capaz de deixá-lo ir. Eu estava cansado de viver a minha vida por um fantasma que nunca existiu realmente. Deixei Londres no dia seguinte e nunca mais olhei para trás. Ambos sabiam que era uma mentira. Todo mundo olhava para trás. Mas, por enquanto, ela permitiria a ele o espaço. — Eu acho que sua mãe o perdoou. Acho mesmo que sua mãe ainda o ama de alguma forma. Ele esticou o pescoço e olhou para ela. — Não. Mamãe nunca o menciona. Por que você acha isso? Ela estendeu a mão e os dedos dela se enroscaram nos cabelos dele. — Porque ele deu você à ela. E você valia tudo, Maximus Gray. Algo brilhou em seus olhos – uma emoção que ela nunca viu antes. A ternura que se espalhou sobre ela e como mel derreteu cada parte de seu corpo. Ela apertou a boca na dele. Com um gemido baixo, ele deslizou a língua para dentro e empurrou profundamente. Ela encostou o tornozelo sobre o seu pau e mudou seu peso. Ele se mexeu para a vida. — Droga, um dia você vai ser para alguém um grande marido. — As palavras saltaram de sua boca e ela amaldiçoou. — Ah, merda,

você sabe o que quero dizer. Não coloque o seu ego em confusão. Isto é apenas sobre sexo. — Obrigado por me lembrar do meu uso e finalidade. — Os dedos dela se movimentaram, envolvendo seu pênis e brincando. Ele gemeu e permitiu a ela o livre acesso, até que sua ereção pulsava em sua mão e o poder bombeava pelas veias dela. — Baby, você está me matando. Ela deslizou para baixo de seu corpo, montou nele e baixou sua boca. Em seguida, sorriu. — Ainda não, mas eu vou. Ela o tomou completamente e fechou os lábios em torno de seu eixo. O aroma e o sabor dele a impulsionava e passou longos minutos apreciando lhe dar prazer. Palavrões rudes disparavam da boca dele a deixando ainda mais quente. Ele se ergueu e a agarrou antes que ela pudesse protestar. — Camisinha — ele falou. — Agora. Carina se atrapalhou, mas a conseguiu em segundos. Com um movimento rápido, ele a levantou e a abaixou. Ele a encheu e tirou todos os outros pensamentos de sua mente, mas como se ela pudesse levar mais dele. Inclinando seus quadris, ela definiu o movimento, até que ele não pode esperar mais e assumiu o controle. Ela o montou em um frenesi furioso, até que ambos se desfizeram juntos. Ela caiu sobre ele em uma grande piscina de satisfação derretida, e se perguntou se ela andaria de novo. Ou faria qualquer coisa de novo sem pensar em Maximus Gray. — Onde diabos você aprendeu a fazer isso?

Ela comprimiu uma risadinha com o tom irritadiço, embora o corpo dele parecesse feliz e satisfeito. — Eu não posso. É muito embaraçoso. — Nós estamos no orgasmo número 10. Passamos do embaraçoso. — Uma banana. Em vez de rir, ele levantou a sobrancelha. — Porra, isso é quente. Carina riu com prazer e percebeu que ela apenas poderia ainda estar quase amando Max. Quase. Ela mordeu a súbita onda de emoção. Não, ela nunca admitiria ou expressaria tais palavras novamente, não desde a noite em que queimou o feitiço de amor e sonhava em se casar com o homem que ela amava com o coração, mente e alma. Em vez disso, ela não disse nada. Apenas beijou seu rosto e o manteve perto. E esperou amanhecer.

Capítulo Onze Ele tinha deixado as cortinas abertas. A luz fraca da manhã entrava e o lembrava que a noite tinha oficialmente terminado. Ele olhou a mulher ao seu lado. Ela dormia profundamente, seus bonitos e pequenos roncos confirmando sua exaustão. O que diabos ele iria fazer? Deixar um bilhete? Trazer seu café? Discutir a noite? Permanecer em silêncio? As infinitas opções se mostravam diante dele e, como homem, ele já tinha garantido a escolha errada. Os cabelos cheios dela se espalhavam sobre o travesseiro como um anjo negro e ele viu os sinais denunciados do detrito queimarem nas suas bochechas e no pescoço. Seus lábios pareciam inchados e machucados. Um pedaço de culpa o perfurou. Teria ele a usado muito duramente e muito bem? Ele nunca pensou nela como uma virgem. Cada movimento confirmou sua sexualidade aberta e crua. Ela era um sonho molhado que se tornou realidade – uma puritana com o corpo e a alma de uma sedutora. Na cama ela exibiu uma nua verdade confirmando que ela dava tudo de si mesma. Assim como em sua vida. Esse dom inestimável e raro. Do qual não era digno. Um que nunca pediria a ela para dar a ele novamente. Uma dor vazia passou por ele, mas se recusou a examinar a emoção. Talvez tomasse banho, se vestisse e trouxesse o café. Ele confirmaria o quanto ela significava para ele, quanto às intermináveis

horas fazendo amor o mudaram para sempre. Em seguida, explicaria mais uma vez por que eles precisavam acabar com isso. A menos... A possibilidade explodiu diante dele. E se eles continuassem o relacionamento? Carina em sua cama. Levando-a para jantar. Seduzindo-a para desistir do seu próprio negócio. Trabalhando lado a lado. Talvez isso pudesse funcionar. Talvez... Michael Conte e sua família o inspirou a dar o máximo de si mesmo. Quando seu pai foi embora, Max precisou construir algo com que ele pudesse contar. Sua palavra. Sua honra. Sua confiança. Isso significava tudo para ele, definia quem ele era como homem. Se Michael descobrisse que tinha dormido com Carina, ele nunca poderia ter de volta essa confiança, e isso poderia quebrá-lo. Ele nunca deixaria isso acontecer. E o que ele poderia oferecer? Ele não tinha a capacidade emocional para dar a ela o que ela merecia. Um dia, ela pediria um anel. Crianças. Uma vida de compromisso permanente. Tudo o que podia dar era o momento – de bom sexo, companheirismo, respeito. Eventualmente, ela se aborreceria com seu lixo e seguiria em frente. Ainda pior, e se ele fizesse algo para machucá-la? Ele fez a promessa há muito tempo de nunca usar quaisquer ações para ferir o coração de uma mulher. Isso era também extremamente delicado, ele não queria a responsabilidade. Ela era extraordinária em todos os sentidos e completamente além dele.

Decisão tomada, ele deslizou para fora da cama e foi em direção ao banheiro. A batida na porta o surpreendeu. Max apurou os ouvidos, mas uma outra pancada leve ecoou no quarto. Droga, não eram mesmo seis horas da manhã. Não queria acordar Carina, ele colocou sua boxer e abriu a porta. Ele não podia acreditar em seus olhos. Mama Conte estava na porta. — Maximus? — A expressão confusa dela registrava em câmera lenta.

Como

se

presa

em

um

filme-catástrofe,

o

resto

dos

acontecimentos rolava lentamente no tempo e tinha uma qualidade surreal. A mãe de Carina olhou para o número na porta e de volta para o pedaço de papel que ela segurava na mão. — Eu sabia que você estava em Las Vegas também, mas este é o quarto de Carina. Max ignorou seu coração batendo rapidamente e lhe deu um grande abraço. — Mama Conte, que surpresa agradável. Não, este é o meu quarto, mas deixe eu me vestir e eu vou encontrá-la lá fora e mostrar onde Carina está. Ele quase ganhou. Ela jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada. — Homem tolo, sua roupa de baixo não me ofende. — Ela nitidamente o contornou e deu alguns passos no quarto. Tirou o casaco. — No verão inteiro, frequentemente corria com sua bunda nua na minha casa. — Pegou a camiseta na parte de trás do sofá. — Vá em frente e se troque.

Ela tropeçou em um sapato de salto alto. Olhou para a trilha em ziguezague de roupas. Aventurou-se mais para dentro da suíte em direção às portas francesas abertas do quarto. Seu olhar seguiu o dela. Um par de ligas rendadas. Um pedaço de fio dental. Sua camisa. Ele abriu a boca para impedi-la, mas ela parou bem antes do quarto. O baixo ronco ficou mais alto e se transformou em um grunhido áspero. A queda de cachos escuros contrastando com o branco puro do lençol. Lentamente, Mama Conte foi até a cama e olhou para a filha. Nua. De repente, o filme entrou em ação louca e ele caiu. Ele pulou na frente da cama e mostrou suas mãos para afastar um ataque de mãe maluca. — Oh, Dio mio, Mama Conte, não é o que você pensa. Bem, é o que você pensa, mas você não deveria ver. Oh, Dio, me desculpe, desculpe. — Seu balbucio aumentou até que ele percebeu que tinha acabado de se remeter a sua juventude. Olhos escuros voaram para seu rosto, tentando dar sentido à cena. Momentos se passaram. Finalmente, ela balançou a cabeça como se tomasse sua decisão. — Leve-me para o seu quarto, Maximus. Agora. Nós precisamos conversar. — Ela caminhou até aporta. — Você tem um minuto para se trocar e sair daqui. E não acorde Carina. A porta se fechou atrás dela.

Max passou seus dedos pelos cabelos e se instalou no inferno. Suor irrompia sobre sua pele. A melhor amiga de sua mãe e de seu

cuidador

secundário

se

sentou

diante

dele,

imersa

em

pensamentos. Ela não falou desde que chegaram a seu quarto. Apenas o dirigiu para a cadeira e o deixou ensopado em seu próprio suor pelos próximos dez minutos. Tendo criado quatro filhos e enterrado um marido, sua figura pequena era magra, mas forte. Com seu talento próprio e trabalho duro, ela havia construído La Dolce Famiglia de uma pastelaria caseira numa das maiores redes hoteleiras da Itália. Seus cabelos grisalhos estavam torcidos em um coque na parte de trás de sua cabeça e exibia graça e linhas esculpidas em seu rosto. Sua bengala se encostou à parede. Ela usava sapatos ortopédicos agora, com cordões grossos e solas para ajudá-la a ficar de pé. No entanto, ele nunca tinha tido tanta merda de medo de uma velhinha em toda sua vida. — Há quanto tempo isso está acontecendo? Sua voz quase se agitou, mas ele gaguejou. — Só uma noite. Esperávamos que ninguém jamais soubesse disso. Nós nunca quisemos machucar ninguém. — Hmm. — Suas sobrancelhas se uniram. — Você planejou para que isso acontecesse? — Não! Não, nós dois sabíamos que um relacionamento não seria bom um para o outro. Houve uma atração, é claro, mas eu pensei que tinha tudo sob controle. Carina perdeu a paciência comigo e Sawyer Wells começou a ir atrás dela e... — Sawyer Wells, está aqui?

Ele acenou com a cabeça. — Sim, ele administra o Venetian agora. — Hmm.. Vá em frente. — Bem, Sawyer e eu entramos numa briga por Carina, então as coisas ficaram fora de controle, eu sinto muito. Eu vou fazer qualquer coisa que você pedir para consertar isso. Ela estendeu a mão e acariciou a dele. Um leve sorriso curvou seus lábios finos. — Sim, Maximus, eu sei. Você sempre foi um bom menino. Um pouco selvagem, mas um bom coração. Michael vai ficar chateado, mas vamos fazê-lo entender. — Ele vai me matar. — Max gemeu. — Bobagem, eu não vou deixar ele te matar. Os arranjos devem ser feitos rapidamente, no entanto. Tarde demais para trazer sua mamãe aqui, mas você vai fazer o que Michael fez. Ter um casamento agradável no jardim em Bérgamo no final deste ano. Seu alarme interno aumentou. — Eu vou ligar para casa e explicar que você queria fugir. A oportunidade que Vegas oferece é impagável. Por que, as pessoas fazem casamentos bastante agradáveis aqui o tempo todo, você não concorda? Casamento? — Por esta tarde, você pode preencher a papelada e escolher a capela. Eu tenho que voar para Nova Iorque amanhã de qualquer maneira. Michael estava bastante irritado, que eu insisti em parar em

Las Vegas antes de ir para Nova York, eu sempre quis ver a cidade. Sabe se a cantora Celine Dion está na cidade? Max olhou para ela. Que casamento? Por que eles estavam falando de Celine Dion? Se ele tivesse seguido o plano, ele teria levado Carina para o maldito concerto, a deixado no quarto e eles não estariam nessa confusão. Mas o pensamento de nunca tocar sua pele ou fazê-la gozar parecia esmagador. — Você está fazendo a coisa certa. A única coisa moral. Tudo vai dar certo. Toda implicação das palavras da Mama Conte bateu com força nele. O quarto se inclinou. Girou. Estabilizou. Ela esperava que ele se casasse com Carina. Sua respiração se contraiu num estrangulamento. — Espere um minuto. Eu acho que houve um mal-entendido. — Mama Conte inclinou a cabeça para o lado. — Sim, nós passamos a noite juntos, mas aqui não é a Itália. Na América, às vezes essas coisas acontecem e o relacionamento não é mantido. — Ele riu. O som parecia meio enlouquecido, como um super vilão maníaco. — É claro que nós vamos continuar amigos e próximos, mas não podemos nos casar. A mãe de Carina enrijeceu. Gelo regava as feições dela e parava o coração dele. — Por que não, Maximus? Merda, merda, merda, merda. . . — Porque eu não sou bom o suficiente para Carina! Eu trabalho em horas loucas, eu sou instável, ela precisa encontrara si mesma. Ela se sente presa comigo, eu tenho certeza, ela precisa de um homem que

queira se estabelecer e assumir cuidar dela e ter filhos. Alguém mais adequado. Alguém que não eu. Um silêncio sepulcral caiu sobre a sala. Pânico arranhava seu intestino. Não havia nenhuma maneira de que ele pudesse se casar com Carina. Ele arruinaria a vida dela e quebraria seu coração. Ele não funcionava a longo prazo. Ele não se comprometia. Mama Conte estendeu a mão, pegou a dele e apertou. Seus dedos delicados o agarraram com urgência. — Você está errado. Você é perfeito para Carina, e sempre foi. Suas ações na noite passada só adiantaram o que era para ser desde o início. — A mulher mais velha sorriu. — Agora, chega de absurdos. Você faz parte da família e sempre fez. Sem conversa fiada sobre a ruína dela. É tempo de você se estabelecer com uma mulher que pode ser o que você precisa, que é o seu par. — Mas... — Você vai decepcionar sua mãe porque de repente está com medo? — Seu tom de aço cortou a névoa e o coração do problema. Sua mãe nunca levantaria a cabeça novamente se as notícias se espalhassem, de que ele dormiu com Carina e não se casou com ela. Isso poderia arruinar a reputação dela e tudo que eles trabalharam tão duro para construir. O sentimento de confiança, honra, lar. Ele estaria fazendo exatamente o que seu pai fez. Abandonando sua responsabilidade. A humilhação da mãe dele mais uma vez na pequena cidade que a havia finalmente perdoado. Sim, ninguém se casava apenas porque tinha feito sexo, mas uma vez que todos descobrissem o que aconteceu, um grande efeito colateral iria ocorrer. Ele arrastaria sua família e Carina para o fundo do poço. Ela não se

sentiria livre para voltar para casa. E ele não seria capaz de olhar sua mãe nos olhos. A única opção cristalizava como vidro torcido. Casamento. Ele precisava se casar com Carina. Era a única maneira para fazer as coisas direito. Sua honra exigia e era tudo que tinha. Uma estranha calma caiu sobre ele. Ele provou o fruto proibido dela e agora necessitava reclamá-la permanentemente. Ela estava indo ser sua esposa e não havia mais nada a fazer. Resumindo, ele finalmente se tornaria uma parte permanente da família que ele sempre amou. Mas a que preço? Que tipo de marido ele poderia ser para Carina? Ele nunca seria digno, mas ele poderia ser suficiente para provar que ele nunca seria como o seu pai? Ele tinha que ser. Grato por ele não estava sofrendo um colapso, ele balançou a cabeça e fez sua escolha. — Sim. Mas me deixe fazer do meu jeito. Carina irá se recusar a se casar comigo se achar que a estamos intimidando. Você sabe como ela é teimosa. — Você está certo. Entre e pergunte a ela. Faça-a feliz. Isso é tudo o que importa. Suas palavras sacudiram seu coração. Palpitações de pânico faziam cócegas em suas terminações nervosas. — E se eu não puder? Ela estendeu as mãos e segurou ambas as bochechas dele entre suas mãos desgastadas. Olhos escuros deram o conhecimento e a paz que ele precisava. — Você acha que eu iria deixar Carina se casar com

alguém que não é digno dela? Você precisa confiar mais em si mesmo, Maximus. Confie que você é suficiente e nada parecido com o homem que deixou você. Eu vi você crescer e eu estou orgulhosa de você. De suas escolhas e de como você cuidou de sua mãe. — Ela beliscou seu rosto como se ele fosse uma criança. — Seja o homem e o marido que eu sei que você pode ser, meu menino doce. Pegue este presente. Ele estremeceu e lutou por compostura. Qualquer palavra de protesto morreu em sua garganta. — Agora, eu vou descer e tomar café da manhã. Venha me pegar quando você estiver pronto. Ele assistiu a senhora sair e soltou uma golfada de ar. Esperou uma batida. Em seguida, foi acordara sua futura esposa.

Carina ouvia a voz de fundo, mas estava agradavelmente tonta e relaxada com as endorfinas de horas de sexo fantástico. Ela gemeu no travesseiro gordo e se esticou. A voz de Max ficou mais alta, então ela finalmente se virou. — Bom dia. Sua voz era profunda, sexy, e combinava com o olhar dele de manha-após... Cabelos despenteados caíam em desordem sobre a testa dele. Chocantes olhos azuis brilhavam com uma mistura de emoções que ela não podia entender, então, ela o puxou para a frente e beijou os lábios esculpidos. Sua barba áspera contrastava deliciosamente com a pele sensível dela. Houve um momento de hesitação, como se ele não

tivesse certeza de como responder. Em seguida, ele mergulhou com força total. Ele apertou suas costas no colchão e a beijou como um amante aceitável. Estocadas profundas de sua língua e corpo inteiro em contato. Ele provou a excitação masculina quente e uma pitada da essência dela, das intermináveis horas que fizeram amor. Finalmente, ele se afastou e sorriu para ela. — Foi a melhor saudação. Ela riu e acariciou sua bochecha. — Eu concordo. Onde está o meu café? — Vindo. Eu me distraí. Queria te perguntar uma coisa. — Não se preocupe. — Seu coração se desfez, mas ela sabia o que estava por vir. E queria desesperadamente falar primeiro. — Nós vamos tomar café, nos vestir, e nunca mencionar a noite passada. Eu não quero que você se preocupe, Max. Isto é o que eu queria e eu posso lidar com isso. — Ela forçou uma meia risada. — Tudo bem ser uma mulher americana cansada pelas mudanças. Usar um homem para seu prazer físico e jogá-lo de lado. Outra fantasia cortada da minha lista. Estranhamente, ela não avistou qualquer alívio em seus olhos. Em vez disso, ele se afastou e se sentou na beira do colchão. Examinou sua perna nua e se recusou a encontrar o seu olhar. — As regras mudaram, Carina. Pelo menos para mim. Confusão a inundou. Ela se sentou e empurrou o cabelo bagunçado do rosto. — Do que você está falando?

Ele limpou a garganta. Olhou para cima. — Eu quero que você se case comigo. Ela piscou. — Você está louco? A mão dele tremia enquanto ele esfregava a testa. Estava nervoso? Teria ele tirado alguma conclusão porque fodeu com a irmã de seu melhor amigo? — Só você para fazer essa pergunta depois de uma proposta de casamento. Não, eu estou perfeitamente são. Eu não quero fingir que não aconteceu nada entre nós. Estamos em Vegas. Estamos destinados a ficar juntos. Vamos nos casar. Ela sonhou a maior parte de sua vida com tais palavras vindo dos lábios deste homem. Não era a fantasia de toda mulher ouvir um homem propor isso depois de uma noite de prazer sem fim? O final perfeito para toda comédia romântica e novela. Então, por que ela não se lançou em seus braços gritando “sim”? Porque seus instintos a alertaram que algo estava errado. Por que a reviravolta repentina? Como ele poderia ter ido de nenhum compromisso para um casamento em menos de 24 horas? Ela ignorou o balbuciar da nova Carina sussurrando que não se importava, em vez disso, ouviu a antiga Carina, mais sábia. — Umm, estou lisonjeada, verdadeiramente. Mas se você está tão empenhado em não esconder a nossa relação, por que nós não apenas namoramos? Ele balançou a cabeça. Duramente. — Eu não quero namorar. — A aura dele pulsava com poder masculino e dominação, induzindo-a a se submeter. Porra, suas tendências controladoras a excitavam. Quem diria? — Eu esperei toda a minha vida para ter certeza, e eu não quero esperar mais. Você sempre disse que tinha sentimentos por mim. Vamos fazer isso. Vamos nos casar e começar uma vida juntos.

Vamos fazer isso? Ela engoliu em seco e tentou falar depois da batida do seu coração. — Por que a mudança repentina? Tivemos regras seguras. Uma noite e seguir em frente. Você disse que não queria sossegar. Você citou a diferença de idade, Michael, minha família, o seu desejo de viajar. O que está acontecendo, Max? Em segundos, ele pairava sobre ela e tomava sua boca. Segurando a cabeça dela, ele atacou seus lábios e saqueou todos os cantos, até que ela se pendurou e cravou as unhas em seus ombros. Ela estremeceu em pura luxúria e amoleceu embaixo dele. Ele quebrou o contato e olhou profundamente em seus olhos. Comando cru brilhava e tentava. — Eu mudei de ideia. Eu quero você, de todo jeito, o tempo todo. Não me faça implorar. Apenas me diga que você vai se casar comigo. Ela abriu a boca para dizer que sim. Por que não? Ela passou a noite mais incrível de sua vida com o homem que sempre desejou. Eles estavam em Vegas, onde aconteciam coisas malucas e os casamentos de improviso eram a norma. Talvez ele tivesse descoberto nas primeiras horas da noite que a amava? Afinal, não era essa a única razão por que gostaria de se casar com ela? A menos... Seu estômago torcia por um conhecimento que não queria sondar. Mas esta era a nova Carina, e não era estúpida o suficiente para apenas acreditar que Max Gray de repente tinha estado mordido de amor o suficiente para tirar a liberdade dele.

Ela o empurrou e sentou-se. Estudou-o com olhos duros. Determinação esculpia as linhas do seu rosto como se enfrentasse um negócio que precisava fechar. Carina seguiu seus instintos e o testou. — Obrigada pela oferta, Max, mas eu gosto das coisas do jeito que estão. Vamos ver onde isso leva. Não precisa se apressar para o casamento depois de uma noite louca. Um surto de pânico brilhava naqueles olhos azuis. Sua mandíbula se apertou. — Você está me ouvindo? Estou pedindo para você se casar comigo! Eu estou dizendo que você é única, e eu quero fazer isso agora, hoje. Vamos ficar loucos e dizer os nossos votos em Vegas. Nós sempre fomos destinados a ficar juntos e eu finalmente percebi. Ele se inclinou para frente e ela sabia que ele iria seduzi-la. Tirar o sim de seus lábios e de seu coração antes que tivesse tempo de pensar seriamente sobre o que estava acontecendo. Para sua própria sobrevivência, ela subiu de volta na cama e levantou os braços, em um esforço para afastá-lo. — Por que agora? Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. — Por que não agora? Na noite passada, provei que você era a única. Uma bola gelada de miséria apunhalou o estômago dela. Ele mentia. Os músculos dele se tensionaram como se estivesse se preparando para uma partida de boxe. Uma parede de distância surgiu em torno dele. Completamente contraditória com o estado relaxado de um homem coma mulher que ele ama, ele começou a andar, outro sinal de nervosismo. O que ela não estava vendo? Isso não era apenas sobre culpa. Isso era puro pânico, como se tivesse apanhado...

Preso. Carina engoliu seco após o nó na garganta. — Quem descobriu? Ele congelou. Passou os dedos pelos cabelos. Andava um pouco mais. — Eu não sei do que você está falando. Eu só lhe pedi para se casar comigo e estou sendo questionado como um prisioneiro de guerra. Desculpe-me se eu estou um pouco confuso. — Michael? Será que ele ligou para o hotel? — Não. Escute, eu não quero voltar para casa e namorar. Eu quero fazer disso um relacionamento permanente. Viver com você, dormir com você, trabalhar com você. Esta é a coisa certa a fazer, cara. A coisa certa a fazer. Ela colocou o lençol com firmeza ao redor de seus seios nus e lutava por sanidade. Seus dedos tremiam, mas ela conseguiu forçar as palavras. — Diga-me a verdade, Max. Agora, ou eu juro por Deus, eu vou completamente largar isso. Você me deve. Ele se afastou dela, mas os músculos de suas costas nuas ficaram rígidos. Uma maldição cruel escapou de seus lábios, e, finalmente, ele a enfrentou. — Sua mãe está aqui. Ela entrou no quarto esta manhã e nos encontrou. Carina suspirou e balançou a cabeça. — Dio, não. O que ela está fazendo aqui? Como ela soube onde nos encontrar? — Ela queria parar e ver você antes de voar para a casa de seu irmão. Michael lhe deu o número do quarto. Seu cérebro girou em dormência com as terríveis possibilidades. Não é de admirar que ele tinha se proposto a casar. Se sua mãe o

pressionou para ser honrado, Max cedeu imediatamente, sob o pretexto de honra. Raiva e humilhação torciam suas entranhas. Ela não podia nem mesmo ter um caso de uma decente noite corretamente. Que outra mulher envolvida em sexo bruto e sujo tinha que enfrentar a ira de sua mãe na manhã seguinte? Sua pele ficou úmida com os nervos, ela precisava desesperadamente de roupas e solidão. Em vez disso, ela se fez falar. — Agora eu entendo. — Sua risada soou oca através da sala em silêncio. — Nada como uma mãe superprotetora para estimular uma proposta. Não se preocupe, eu vou cuidar dela. Onde ela está? — Tomando café da manhã. — Eu vou descer e falar com ela. Limpar a bagunça toda. Você pode me dar alguns minutos para me vestir, por favor? Ele se aproximou e se ajoelhou ao lado da cama. O coração dela oscilou entre a emoção pura e a traição na expressão de pedra dele. Como facilmente ele tentou conquistá-la com falsos carinhos que não significavam nada. Será que ele realmente acreditava que ela era tão estúpida e teria um casamento por gratidão? Será que ele ainda pensa tão pouco dela? — Nós temos que nos casar, Carina. Seus olhos se arregalaram. — Claro que não. Não temos que nos casar. Estou na América agora, só porque nós fizemos sexo não significa que temos de torná-lo legal. Eu nem quero me casar com você! Max empurrou de volta, mas permaneceu áspero. — Sua mãe não vai aceitar nada menos. Sua família vai descobrir e isso vai arruinar a sua reputação. — Bom, minha reputação precisava de um pouco de cor.

— Isso não é engraçado. Minha mãe também saberá, e isso vai quebrar o coração dela. Uma ira de emoções sacudiu seu corpo. Maldito. Carina fechou os olhos e rezou para acordar desse pesadelo. — Ela vai superar isso. Vamos fazê-los entender. Não vai afetar nossas vidas em Bérgamo ou aqui. — Eu não posso fazer isso com ela. Eu não posso deixá-la acreditar que eu virei as costas para tudo que eu valorizo. Nós não temos nenhuma outra escolha. Os olhos dela voaram de volta abertos. — Oh, claro que sim, temos outra escolha. Eu preciso que você vá, Max. Por favor. Deixe-me ir ver minha mãe, eu prometo que vou limpar a coisa toda. Ok? Ele a estudou na luz da manhã e, lentamente, acenou com a cabeça. Com movimentos graciosos, ele se afastou da cama. Suas últimas palavras se acumularam nos ouvidos dela em advertência. — Vá vê-la. Mas eu já sei que não vai fazer diferença. A porta adjacente se fechou. Lutando contra um pânico bruto, Carina saltou da cama e vestiu algumas roupas. Seus músculos doloridos gritavam em agonia enquanto ela colocava um jeans, vestia um top preto e torcia seu cabelo em um coque. Empurrando um par de chinelos em seus pés, ela escovou os dentes e desceu para o buffet. A sala de jantar elegante tinha arcos largos e amplas janelas abertas. Ela caminhava pelo corredor principal, enquanto as mesas intermináveis expunham travessas fumegantes de café da manhã e de alimentos de almoço para satisfazer qualquer apetite ou fantasia.

Chefs com chapéus brancos acenavam para ela enquanto ela passava e procurava por sua mãe. Finalmente, ela fixou o olhar numa senhora sozinha na varanda com três pratos de comida em sua frente. A forte bengala esculpida estava ao lado da mesa. Seu coração conheceu o rosto familiar que a apoiou em toda a sua vida. Mama Conte sorriu para ela e a puxou para um beijo. Ela cheirava a xarope de bordo doce e torradas de canela. — Minha querida Carina, eu nunca vi tanta comida em minha vida. Ou como uma farsa, no lindo Grand Canal. — Olá, mamãe. — Ela tomou a cadeira em frente a ela. — O que você está fazendo aqui? — Eu queria parar e ver você antes de voar para casa de Michael. Também queria conhecer a famosa Vegas. Quem teria sabido que tanto glamour existia no coração do deserto, não? — Sim. Espere que eu vou começar a lhe mostrar. Mas eu tenho boas notícias para você primeiro. — Sim? — Max e eu vamos nos casar. Carina entregou para a mãe dela. A mulher era uma jogadora de pôquer experiente. Seu rosto se iluminou e ela bateu palmas de alegria fingida. — Não! Eu não sabia que você e Max estavam se vendo. Eu estou muito feliz, minha querida. Espere até eu contar a suas irmãs. — Devemos esperar para nos casar na Itália ou aqui? — Oh, definitivamente aqui. Olhe para este lugar – é perfeito para um casamento!

— Mama, pare com isso. A mulher mais velha não vacilou. Apenas olhou para ela com os olhos firmes escuros, sem um pingo de remorso. — Parar com o quê? — Eu sei o que aconteceu, mamãe. Você descobriu que Max e eu dormimos juntos e você o obrigou a me pedir para casar com ele. Como você pôde? Como você pode forçar um homem a me aceitar como uma espécie de responsabilidade? Mama Conte suspirou e afastou seu prato. Ela esperou um momento e tomou um gole do café forte. — Eu não quero te enganar, Carina. Eu pensei que seria mais romântico se Max perguntasse a você, sem você acreditando que tinha alguma coisa a ver comigo. Ela engasgou. — Tem tudo a ver com você. Deixe-me tentar explicar. Max e eu passamos a noite juntos, mas não queremos uma relação de longo prazo. Nós não estamos juntos. Ameaçando-o com a honra, você o está forçando a fazer uma escolha que ele não quer. Podemos resolver isso. Se você mantiver toda a coisa para si mesma, ninguém vai saber. Ninguém vai se machucar. A mulher que criou quatro filhos e construiu um império estreitou seu olhar e se inclinou. Carina tremia sob seu olhar ditador. — Você não entende. Você dormiu com Max. Eu não criei você ou Maximus para fugirem de suas responsabilidades. Só porque você veio para a América não significa que você perdeu seus valores. Isso deve ser feito direito. O coração de Carina batia tão alto que o som rugia em seus ouvidos. Ela respirou fundo e tentou tratar essa situação como um negócio que tinha de vencer a qualquer custo. Infelizmente, sua mãe era a oposição mais forte que ela já tinha enfrentado. — Mama, eu

nunca quis te magoar, mas esta é a minha vida agora. Eu não posso me casar com Max. Você deve entender isso. — Por quê? — Porque! Porque nós não gostamos um do outro assim. Porque quando duas pessoas transam isso não significa necessariamente um compromisso de vida. Mama Conte assentiu e cruzou os braços na frente dela. Sua voz tornou-se fria. — Eu entendo. Então você deve me responder uma pergunta. Se você estiver disposta a me machucar e zombar de tudo o que eu fiz para criar você, com toda ética e moral nas quais seu papa e eu acreditávamos, você deve prometer me dizer a verdade quando eu te perguntar isso. Vergonha a inundou. Carina cerrou os dedos e assentiu. — Eu prometo. Pergunte-me. — Olhe-me nos olhos, Carina Conte, e diga-me honestamente que você não ama Max. A respiração soprava para fora de seu corpo como se ela tivesse sido agredida. Carina olhou para sua mãe com uma combinação de horror e de alívio. Basta dizer as palavras. Diga-lhe muito simplesmente que não ama Max e ela iria se safar. Claro, existe a culpa, sua mãe ficaria desapontada, mas não haveria casamento forçado. Nenhuma relação falsa ou falsos votos de carinho que ambos não se sentiam. Eu. Não. Amo. Max. Ela abriu a boca. Os anos de crescimento sob os cuidados de sua mãe passaram diante dela. Após a morte de seu papa, o mundo

desabou sobre seu alicerce e foi difícil encontrar o equilíbrio. Michael ajudou. Mas sua mãe era a rocha que mantinha tudo isso com eles. Um punho de ferro e um coração que batia ouro puro, ela estava ao seu lado todas as noites enquanto chorava e contava histórias de seu papa, nunca com medo de falar sobre o homem que era o amor da sua vida. Ela se transformou por causa da tristeza com honestidade e coragem, e Carina jurou que iria duplicar a homenagem a sua mãe. Enquanto as palavras se formavam em sua língua, seu coração a chamava de mentirosa e,nesse instante, chegou ao momento decisivo. Sua mãe esperava. Confiando que ela dissesse a verdade. Confiando que ela seria verdadeira consigo mesma e não agiria como uma covarde. Ela ainda amava Max. A compreensão bateu em suas costas. Tristeza e desesperança inundaram seu corpo como um tsunami que teima por destruição. Sua voz se quebrou. — Eu não posso. Sua mãe se aproximou, pegou a mão dela e a apertou. — Eu sei. Você sempre o amou. Sabendo disso, eu tenho que impor este casamento e você deve tentar encontrar o seu caminho. Max tem sentimentos profundos por você, minha doce Carina. Eu não vou permitir que ele negue isso a si mesmo ou a sua chance. Se você não concordar com isso, eu vou chamar a mãe de Max. Vou contar tudo a Michael e você vai fazer mais danos do que você pode imaginar. Porque você vai partir meu coração. Sua garganta apertou e, de repente, ela estava completamente esgotada. O esforço deslizou por seus músculos e ela caiu na cadeira.

Como uma criança, ela queria chorar e rastejar para o colo de sua mãe para consolo. Mas ela tinha crescido e tinha que enfrentar suas próprias consequências e decisões. Não havia mais uma escolha. Ela tinha que se casar com Max. Mas ela não tinha que gostar disso.

Carina bateu na porta dele. Seu coração fraco explodiu com luxúria e algo mais profundo quando ele respondeu e se afastou. Agradeceu a Deus que ele colocou algumas roupas, mas pouca. O short azul sua dose pendurava embaixo e mostrava seu estômago de tanquinho. A camiseta parecia velha e suja, e o tecido desgastado se agarrava a seus ombros e peito como uma amante. Ela lutou contra o impulso de se inclinar e puxar uma respiraçãode seu cheiro – mistura de sabão, café e uma dica de almíscar. Ele tomou banho e seus cabelos estavam úmidos e bem domados na testa. — Tudo bem? — Um pé descalço estava encostado no outro enquanto ele a encarava. — Você estava certo. Ela quer que a gente se case. Carina esperou por uma maldição viciosa. Um ataque de pânico completo. Qualquer coisa para dar a ela uma desculpa para quebrar o coração de sua mãe e receber o castigo. Em vez disso, ele acenou com a cabeça como se ele já soubesse. — Eu imaginei. Você quer café? — Ele

fez um gesto em direção à mesa de serviço de quarto. Cúpulas de prata foram levantadas para revelar ovos mexidos e torradas, e uma garrafa cheia de café estava ao lado de um vaso com uma única haste longa rosa. Seu temperamento explodiu. — Não, eu não quero qualquer maldito café! E eu não quero um marido que não me quer, também. Você realmente quer fazer isso? Você quer ficar preso a uma relação permanente que você nem mesmo escolheu? Ele ergueu sua xícara e a estudou. O rosto dele lembrava uma máscara, completamente desprovido de qualquer emoção. — Sim. — Por quê? Ele tomou um gole da bebida fumegante. — Porque é a coisa certa a fazer. A raiva se desencadeou. — Foda-se, Max. Vou me casar com você, mas eu não vou ser o seu pequeno fantoche. Apenas lembre-se de que eu nunca pedi por isso. Eu não preciso de sua pena, ou boas intenções. Eu tive a minha noite perfeita e eu não preciso de outra. Ela bateu a porta atrás de si.

O dia passou num borrão. A La Capella era um espaço de inspiração toscana que se encaixou perfeitamente. Os ricos tons de terra, pisos de mármore

altamente polidos e bancos de mogno lembravam sua casa. Carina colocou o vestido branco longo simples Vera Wang com os dedos dormentes. Sua mãe arrumou seus cabelos como se fosse um casamento real, torceu os fios rebeldes em cachos brilhantes volumosos. Quando ela colocou o véu de pérola incrustada na cabeça e cobriu o rosto com a película branca, ninguém viu as lágrimas que brotaram de seus olhos. Ela sempre imaginou suas irmãs rindo ao seu lado e que caminharia para o altar para o homem que a amava. Em vez disso, ela parou na porta e finalmente entendeu como sua cunhada se sentiu tentando controlar seus ataques de pânico. Seu estômago embrulhou e a transpiração explodiu em sua pele, fazendo-a coçar. Música brega de órgão deriva no ar, Carina deu um passo para trás em seus sapatos Ciccotti, com saltos de dez centímetros e diamantes reais, que a encorajavam a correr. Inferno, ela seria uma noiva em fuga. Encontraria um caminhão da FedEx pediria carona numa grande aventura. Mudaria o nome dela, se disfarçaria e... Seu olhar se chocou com o dele. Sua aura toda gritava controle. Penetrantes olhos azuis do oceano sustentaram os dela e deram-lhe a força necessária para arrastar a respiração. Um ao outro. Sua mãe colocou o braço firmemente ao dela, levantou sua bengala e começou a longa caminhada até o altar. Nunca quebrando o olhar, ele a observou completar a caminhada até ela estar diante dele no altar. Ele era a perfeição masculina. Vestido com um smoking preto, com detalhes em vermelho e uma rosa na lapela, exibia esbelta graça e elegância.

Ele recitou os seus votos com uma voz que não tremeu. A seriedade do momento em conflito com o impulso de sua decisão. De alguma forma, não parecia real até que ela disse as palavras. Sua língua ficou presa na resposta. Será que ela realmente queria isso? Casar com um homem que não a amava? As perguntas giravam e causavam estragos na sua cabeça. Um silêncio hesitante correu a capela. Sua mãe inclinou a cabeça e esperou. O sangue rugiu em seus ouvidos, ela se mexeu. Uma leve pressão nos dedos a trouxe de volta. Lentamente, ele acenou com a cabeça. Incentivando-a a dizer as palavras. Exigindo que ela desse o salto. — Eu aceito. Ele deslizou a coroa de luz de três quilates de diamantes em seu dedo. Reivindicada. Seus lábios eram quentes, mas seu beijo era casto. Um final formal para uma cerimônia que iria mudá-los para sempre. Sawyer ofereceu-lhes uma sala de jantar privada. Uma banda popular cantava clássicos favoritos italianos, eles festejaram com vinho, massas e vários aperitivos. O bolo foi criado pessoalmente pelo chef da confeitaria do Venetian em honra ao casamento. As próximas horas se desdobraram para ela como se estivesse fora de si. Ela sorria quando necessário. Fez ligações para a mãe de Max e sua família para dar a notícia. Ela forçou gritinhos de felicidade com suas irmãs e desenhou uma cena de seu namoro secreto que a fez engasgar. Em todo o tempo, Max não a tocou.

Ele mal olhou para ela enquanto fizeram a dança obrigatória. Ela bebeu champanhe em um esforço para esquecer, até que finalmente chegou ao seu quarto. A cama king-size zombava dela. Sua noite de amor ainda se agarrava no ar, ou talvez fosse apenas sua imaginação. Ele ficou na frente dela, vestido com seu smoking impecável, em toda sua glória e graça, tão próximo, mas a galáxias de distância. Seu corpo desabava e derretia sob o calor repentino do olhar dele. — É a nossa noite de lua de mel. Imaginou-o tirando seu vestido de casamento e calcinha. Separando suas coxas. Mergulhando a cabeça para chupar e lamber, até que ele finalmente empurraria no fundo dela e a faria esquecer tudo, exceto a maneira de como ele a fazia se sentir. Ela pegou a garrafa de champanhe no suporte de refrigeração e um copo. Tirou os sapatos. E sorriu ironicamente. — A nós, Maxie. Boa noite. Em um acesso de raiva, ela saudou e caminhou com o champanhe. Fechou a porta e a trancou. Caiu contra a parede com seu vestido de casamento. E chorou.

Capítulo Doze Duas semanas mais tarde, Max percebeu que sua vida estava diferente. Max gostava de ordem e simplicidade. Seu quarto refletia seu estilo de vida, cheio de móveis de cerejeira e decorações espartanas. Agora, a escuridão explodia com toques de luz – um tapete tangerina se atirava nos pisos de madeira, um lenço de babados rosa estava pendurado no gancho atrás da porta, frascos de vidro de perfume e vários pares de sapatos agrupados no canto. Seu banheiro exclusivo agora cheirava a melão, pepino e sabão fresco. A navalha tinha sido transferida para o gabinete e substituída por vidros de loção e cremes. Quando ele desceu pela escada em espiral para a sala de estar, notou algumas revistas de celebridades no sofá ao lado de uma série de romances com capas sensuais. Max pegou um para colocá-lo na estante de livros, mas decidiu espiar. Depois de ler a cena, ele se perguntou por

que seu rosto ficou subitamente

quente. Ele

rapidamente o arquivou e caminhou para a cozinha. Vazia, exceto pelo monte de migalhas de pão em cima do balcão de granito branco, como um pequeno rato. Ele seguiu a trilha pelo corredor e para trás da casa. Ela reivindicou o solário como seu novo espaço de trabalho e parecia passar horas intermináveis aqui. Max bateu na porta e a abriu. Ela estava no derramamento de luz no centro da sala, olhando para uma tela em branco. Ele raramente utilizava o espaço que não para armazenamento, mas ela o transformou num turbilhão de organização.

Caixas

desapareceram,

escuras

persianas

foram

arrancadas e o papel de parede, rasgado. Agora, vida nova respirava no refúgio da artista, com sol fluindo pelas grandes janelas, paredes de um forte de pêssego e prateleiras infinitas cheias de suprimentos. Ele tinha ligado o sistema de som e Beyoncé cantava letras sensuais em volume alto. Os dedos de Carina agarravam um pincel embebido em verde musgo e sua blusa já tinha toques de cor e mancha de carvão. Esboços básicos enchiam as paredes com uma variedade de figuras, ela tentou pintar uma paisagem, mas ela abandonou no meio. Seus cabelos estavam presos no alto da cabeça em um trançado confuso. Ela apertava os lábios em concentração, vendo algo que não existia, no entanto, uma imagem que ela queria revelar, Max ficou fascinado por esta mulher que nunca tinha vislumbrado antes. Rocky estava em uma piscina de sol na janela, roncando. O melhor amigo do homem tinha ido rapidamente para o lado negro. Suas aptidões de conversar com animais hipnotizaram o cachorro completamente, ele a seguia fielmente de sala em sala, confirmando sua nova escolha, número um. Em questão de duas semanas, ela virou sua vida. Ela estava um pouco perdida com a desorganização dela. Ela deixava a tampa fora da pasta de dentes, seus sapatos eram jogados pela porta e não pareciam chegar ao cesto com ela lançando. Ele descobriu que ela compartilhava sua paixão por dramas de crime forense e pelo desastre ocasional do lixo da realidade. Às vezes eles se sentavam juntos com Rocky ao lado deles, bebiam vinho e assistiam à televisão num silêncio feliz. As refeições de quatro estrelas que ele gostava de experimentar finalmente tinha outro participante, ele tinha mais prazer criando pratos para ela. É claro, continuou à espera do pânico atacá-lo devido ao conhecimento de que sua antiga

vida tinha acabado e que ele estava amarrado a uma mulher para sempre. Ele imaginava que experimentaria sentimentos de raiva, ressentimento, ou terror puro. Mas desde aquela noite desastrosa de lua de mel, quando ela atirou suas palavras com fúria, ele manteve distância. Eles chegaram a uma trégua provisória e se tratavam com polidez extrema e respeito. Max pensou que estava aliviado que ela não o estava empurrando para intimidades falsas. Não esperava que ela ficasse tão ressentida com o casamento também. Ela não precisava mais dele para qualquer coisa, óbvio em seu foco súbito de descobrir se queria continuar trabalhando na La Dolce Maggie. Ela não tinha mencionado isso ultimamente, e desde que não tinha havido obstáculos maiores, talvez Carina tivesse decidido desistir disso. — Carina? Ela se virou e o coração dele foi capturado. Com os cabelos soltos e bagunçados ao redor de seus ombros, um risco de carvão vegetal em seu rosto e seu avental sujo de tinta, ela parecia diferente de seu normal. Seu short curto expunha uma extensão da perna bronzeada e unhas vermelho-cereja brilhavam em seus pés descalços. Ela franziu o cenho. — O quê? Ele trocou os pés e de repente se sentiu como um adolescente. — No que você está trabalhando? — Não tenho certeza. — Ela enrugou o nariz duma forma bonita que ele tinha começado a perceber. — Meu material usual não está satisfatório. Eu sinto como se eu estivesse procurando por algo mais, mas eu não tenho certeza o que é ainda. — Você vai chegar lá.

— Eventualmente. — Ela fez uma pausa. — Você quer alguma coisa? Cristo, por que ele se sentia como um idiota? Perseguindo sua própria esposa para algum tipo de conversa. Max pigarreou. — Eu estou fazendo o jantar. Pensei que você pudesse querer fazer uma pausa. — Você guarda um prato, por favor? Não posso parar agora. — Claro. Não trabalhe muito duro. — Hmm. O som ausente e de dispensa dela o irritou. Por que ela estava brava por ser forçada a se casar? Ele sacrificou a sua vida também. — Você está pronta para a nossa inauguração em duas semanas? Você fez um bom trabalho se preparando para isso. Pode ter que trabalhar até mais tarde nos próximos dias. Como se percebendo que ela se esqueceu de dizer-lhe algo sem importância, ela cortou a mão no ar. — Ah, eu me esqueci de dizer. Eu estou saindo. Ele se mexeu para trás em seus calcanhares. — O quê? Ela passou a mão pelos seus cachos e um flash de tinta vermelha pintou fios aleatórios. — Desculpe, eu quis dizer a você mais cedo. Não é apenas trabalhar para mim mais. Vou falar amanhã com Michael. Eu vou ficar o tempo que for necessário até arrumarem um assistente competente. O choque o mantinha imóvel. Quando tinha decidido isso? Desde que chegou de Vegas, ela havia continuado a trabalhar no escritório,

mas tinha diminuído suas horas. Ela fazia o seu trabalho com total capacidade, mas ele sabia que o seu entusiasmo habitual tinha diminuído. Suas entranhas balançaram com a ideia de não vê-la no escritório, mas combinado com um sentimento de orgulho. A imagem de sua noite juntos zombava dele. Nua em seus braços, ela confessou suas emoções de uma forma que o fez se sentir querido. Agora, ela tomou suas próprias decisões sem pensar. Um profundo desejo passava por ele, mas não sabia o que fazer sobre isso. — O que você vai fazer então? Carina sorriu, seus olhos brilharam de excitação. — Eu vou trabalhar na loja de Alexa, BookCrazy. — Interessante. Eu sabia que Alexa precisava de ajuda com o segundo bebê vindo, mas não tinha uma ideia sequer que você gostaria da livraria. — Eu parei no início da semana para lhe dar alguma ajuda. Seu contador adoeceu e realmente as coisas se complicaram. Eu disse a ela que iria dar uma olhada em suas finanças, mas depois de trabalhar algumas horas, eu percebi que eu amei o lugar. Um sorriso curvou os lábios dele pelo entusiasmo dela. Ela sempre o surpreendia com sua habilidade de mudar de uma executiva controlada para uma mulher de coração aberto cheia de vida e de amor. — Eu não estou surpreso. Livrarias são a mistura perfeita de negócios e criatividade. — Exatamente! Vou treinar com ela pelas próximas semanas e fazer um teste. Orgulho o irradiou. — Você vai arrasar como você faz em todo o resto.

— Obrigada. Eles olharam um para o outro. Ele queria fechar a distância entre eles, tanto física como emocionalmente. Afinal, eles estariam casados por muito tempo. Sua conexão durante o sexo foi arrasadora. Por que eles deveriam negar essa parte do seu relacionamento? A consciência sensual apareceu e ela arrastou uma respiração. A tensão se misturava e ele cresceu pronto para jogar. A ideia de ela cair em cima da mesa de trabalho para afundar em seu calor úmido o fez querer pisar e bufar como um garanhão. Ele deu um passo para frente, seus olhos escurecendo coma promessa. Ela virou-lhe as costas. — Obrigada por se preocupar comigo. De volta ao trabalho. Max sufocou uma maldição na clara dispensa dela. Quanto tempo isso iria durar? Será que ela puniria ambos por causa de um casamento forçado? Talvez ele precisasse mostrar a ela o que estava perdendo, o quão certo era eles irem para cama. Talvez, fosse a hora de seduzir sua esposa. Ele esperou, mas ela já havia se mexido e atacado o vazio com alguns golpes afiados. Ele a deixou à luz do sol, sozinha, e se perguntou o que iria fazer.

O que ela estava perdendo?

Carina olhou para a imagem em frente a ela. Tecnicamente, o sombreamento e a estrutura estavam sólidos, mas o elemento desconhecido estava faltando. Era o fator. Ela girou o pescoço em círculos minúsculos e olhou ao redor. Que horas eram? O sol estava muito longe e a última vez que Max tinha se preocupado com ela, foi na hora do jantar. Seu relógio confirmou que ela tinha estado pintando durante várias horas. Frustração mordiscava no limite de seus nervos. Era difícil mergulhar no ofício após vários anos sem nenhuma prática. Sua pintura era algo para o qual não tinha tempo uma vez que se comprometeu com a escola de negócios e esperava uma carreira sólida, ainda que as vozes interiores gritassem para ela criar. Nope. As vozes voltaram – grandes tempos. Mas agora suas habilidades estavam enferrujadas e seus contornos usuais eram vazios. Ela finalmente se inscreveu nas aulas de arte para ajudá-la a se reconectar com os princípios básicos necessários para seu ponto de partida. Entre seu novo trabalho na BookCrazy e sua arte, sua vida finalmente parecia entrar no rumo certo. Já era tempo. Exceto por seu errado casamento. A lembrança de Max em sua sala de trabalho queimava por trás de suas pálpebras. Toda sensualidade e calor casuais concentrados com força total. Ela foi capaz somente de virar, mas a dispensa foi crucial. Se ele estava acreditando que ela era sua doce cachorrinha pronta para implorar ao primeiro estalar dos seus dedos, ele aprenderia a verdade. Persegui-lo toda a sua vida estava exaustivo. Era tempo de recuperar a sua auto-estima e decidir como queria dirigir esta relação, desta vez em suas condições.

Carina suspirou e olhou para si mesma. Eca. Uma bagunça completa. Rocky levantou a cabeça de suas longas horas de sono e bocejou. Ela riu e caiu de joelhos para acariciá-lo, coçando aparte superior da barriga até que atingiu o lugar certo e as pernas dele começaram a bater em êxtase. — Eu acho que estou com ciúmes do meu cachorro. Ela olhou para cima. Sr. Quente descansava na porta com um frasco em suas mãos. Uma desgastada Levi´s vestia seus quadris e uma simples camiseta brancas e esticava em seu peito largo. Seus pés estavam descalços. O corpo dela ficou em alerta total, pronto para jogar. Ela olhou para ele com desconfiança. — Rocky será sempre o número um. O que é isso? Um brilho perverso dançou nos olhos dele. O coração dela acelerou. — Você trabalhou durante o jantar. Pensei em trazer para você um tratamento para aumentar o nível de açúcar no sangue. — Que atencioso. — Não é? Quer provar? Ela olhou para o frasco, em seguida, de volta para ele. — O que é isso? — Chocolate. A palavra saiu da boca dele como calda quente de chocolate. O estômago dela desabou. Ele deslocou seus quadris e aquele olhar quente viajou da cabeça até a ponta dos dedos dos pés nus dela. Carina tentou limpar sua garganta, mas sua saliva tinha secado. O

homem deveria ser ilegal. Ela forçou as palavras. — Não estou com fome. — Mentirosa. Seu temperamento se acendeu. — Eu não vou jogar estes jogos com você, Max. Por que você não segue adiante e faz o que você sabe fazer melhor? Vá cuidar de alguém que precisa. — Não quero mais ninguém. As palavras arderam e queimaram como uma chama. Ela jogou a cabeça para cima e rangeu os dentes. — Então, o que você quer? — Você. Agora. Tire a roupa. Carina congelou. — O quê? — Como um predador, ele diminuiu a distância com uma graça preguiçosa e um olhar atento. Ela apertou os dedos em punhos e lutou para respirar. Ele parou na frente dela. Pulsos de energia se atiravam nela, exigindo que ela ouvisse. Algo dentro dela se levantou e gritou para obedecer. Caramba, por que o comando dele a deixava tão quente? E por que ela queria tanto obedecer? — Deixe-me dizer tudo que quero Carina. Eu estive deitado na minha cama nas últimas semanas com uma ereção que não quer desaparecer. Pensando naquela noite, mais e mais, e imaginando quantas maneiras diferentes poderia fazer você gozar. O calor a envolveu. Seus seios incharam contra as restrições de seu sutiã e seus mamilos se apertaram em pontos dolorosos. Segurando-a completamente sob seu feitiço, ele abaixou a cabeça e parou a centímetros de seus lábios. Seu aroma nadou em torno dela e a deixou tonta. Ele apertou um polegar para no lábio inferior e o

arrastou de um lado a outro. — Eu sei que você está chateada. Eu sei que eu estraguei tudo. Mas eu te quero tanto que estou ficando louco. Por que não nos damos isso? Suas palavras expunham uma profunda verdade que ela tanto queria acreditar. Nisso ela poderia confiar. Seu pênis se pressionava contra sua coxa e o corpo dela chorava por alívio. Arrepios, sexo, orgasmo satisfatório. Não mais. Não menos. Assim como naquela noite. Carina hesitava na beira do abismo. Ela poderia jogar uma partida perigosa, sabendo o que ela ainda sentia tão profundamente por ele? Ele estendeu a mão e pegou um pincel limpo do cavalete. Com movimentos lentos e deliberados, ele correu a escova para baixo sua bochecha. Ela estremeceu com o toque provocante, suas terminações nervosas chiavam como ovos em uma frigideira quente. — Digamos que sim. Porque eu quero jogar. Seus joelhos enfraqueceram como num típico clichê. Ela se perguntou se desmaiaria também, ou levantaria a perna quando ele finalmente a beijasse. Excitação martelou através de seu sangue e atingiu seu clitóris, até que não havia outra resposta a dar. — Sim. Os dedos dele se moviam, desabotoando a blusa e a jogando no chão. A camisa dela subiu pela cabeça. Ele estudou seu sutiã preto com um olhar de bad-boy e a envolveu. Ela assoviou uma respiração quando ele o desabotoou com um movimento hábil e as pequenas rendas caíram a seus pés. Grandes mãos rodearam os seios, elevando,

acariciando, até que um gemido subiu da garganta dela. Sem pausa, seus dedos deslizaram para baixo e puxaram o botão de seu short. Abriram o zíper. E tiraram. Tentando não ofegar, ela ficou na frente dele com uma calcinha preta minúscula. Um rubor quente manchava suas bochechas. Ele inclinou a cabeça e a beijou. Profunda e completamente, com um movimento preguiçoso de sua língua. O sabor de café e hortelã a intoxicaram, até que apertou contra ele e beliscou a boca dele como punição. Quando ele se afastou, um brilho selvagem iluminava seus olhos azuis. — Você é tão fodidamente bonita. Deixe-me olhar para você. Você toda. Meio bêbada por seu olhar ardente, ela saiu da calcinha. Max olhou para ela por um longo tempo, faminto para tocar cada parte de do corpo dela nu. Saber que ele estava completamente vestido só aumentou a umidade entre suas pernas e a sensação de ser surpreendida e ordenada. Com um sorriso satisfeito, ele enfiou a mão no bolso e tirou um lenço de seda longo. Seus olhos se arregalaram. — Estamos fazendo a coisa do Cinquenta Tons de Cinza? — Ela sussurrou. Max riu. — Dio, eu adoro você. Podemos pensar nisso. Para esta noite, eu só quero vendar você para um teste. Você confia em mim? Ela hesitou, então se lembrou de que era apenas seu corpo, apenas o sexo. — Sim. O tecido estava frio quando ele o passou sobre seus olhos e delicadamente o prendeu. Escuridão a engoliu. Demorou um momento para ela conseguir se orientar. Ela usou seu sentido de cheirar e a

sensação de calor de seu corpo para localizar aposição dele. Suas orelhas tencionaram quando ouviu uma tampa girar e um barulho suave, em seguida, o farfalhar de roupas. Sua voz rouca baixou em seu ouvido. — Relaxe e aproveite. Diga-me o que você está cheirando. Ela respirou fundo e o perfume celestial intenso a fez gemer. — Chocolate. — Muito bom. Agora, uma prova. — Ele colocou uma pequena gota em sua língua. O sabor agridoce explodiu em sua boca em uma corrida doce de açúcar. — Hmmm — Sua língua percorreu e lambeu seu lábio inferior. — Delicioso. Ele prendeu a respiração. — Minha vez. Ela abriu a boca e esperou, mas nada aconteceu. Em vez disso, o curso de uma escova suave contra o mamilo dela a surpreendeu. Ela empurrou de volta na reação, mas ele continuou os insistentes movimentos provocantes, até que seu mamilo estava revestido de chocolate. Carina engasgou com a sensação enquanto os botões se apertaram em antecipação. — Linda. — ele murmurou. Sua língua estava quente e úmida enquanto ele a lambia, até que ela se arqueou e jogou os ombros para o equilíbrio. Dardos de excitação pingaram no seu corpo e ela crescia molhada e dolorida. — Você está certa, baby. O chocolate é delicioso. — Bastardo. Sua risada baixa atravessou suas terminações nervosas. — Você vai pagar por isso.

E ela pagou. Ele pintou o outro mamilo e chupou em sua boca, girando em torno de sua língua e ao redor até que ela implorasse por misericórdia. O pincel se tornou um instrumento de tortura e êxtase orgástico. Ele desenhou uma linha para o vale de seus seios e mergulhou em seu umbigo. Lambeu. Mordiscou seu estômago e para baixo de suas coxas. Sua respiração soprava quente no seu núcleo, mas ele ignorou firmemente as súplicas e investigava a curva sensível do joelho dela, panturrilha, e até mesmo o tornozelo. Carina se dissolveu em uma massa de contorção e sensação. Sua mente, presa na escuridão, girava e se dirigia para cada pico e vale pelo som de sua voz, ou o toque de suas mãos. Ela ofegava enquanto chegava perto e num poderoso orgasmo, presa no precipício, aguardando sua demanda vir. — Por favor. Eu não aguento mais. Ele a silenciou e pintou os lábios dela com o chocolate. Em seguida, a beijou profundamente e com fome, compartilhando o sabor doce entre eles. Suas pálpebras ardiam com lágrimas frustradas. De repente, ele a levantou no ar e ela foi carregada. O som de pincéis caindo e frascos saltando alertaram seus ouvidos. Ele a colocou sobre uma superfície dura, que ela rapidamente concluiu ser a sua mesa de trabalho. — Estamos quase terminando. Há apenas um lugar que eu não provei ainda. — Não! — Oh, sim. — Ele abriu as pernas e a escova brincou com o botão apertado entre as suas pernas. Mergulhou em seu canal. Ela cravou as unhas em suas palmas e lutou por sanidade. Então ele colocou sua boca sobre ela.

Ela gritou e gozou intensamente, seu corpo se destroçava em espasmo após espasmo. Lágrimas saltaram de suas pálpebras enquanto ela desabava, ele a segurou sobre a mesa, a fazendo aproveitar tudo até o final. Carina ouviu um rasgo, e uma maldição. Em seguida, ele a reivindicou. O impulso de seda de sua ereção a levou de volta para o pico, e desta vez ele se juntou a ela, quando ela gozou pela segunda vez. O tempo parou. Horas, minutos, segundos se passavam. A venda foi solta e ela piscou. O rosto dele ficou à vista. Sobrancelhas grossas. Maçãs do rosto rígidas. Maxilar duro e sensual, lábios cheios que Michelangelo teria chorado por eles. Ele sorriu. — Você gosta do chocolate? Ela cuspiu uma risada. — Você realmente é um bastardo, não é? Christian Grey não perde em nada para você. Ele riu com ela. — Meu nome pode ser semelhante, mas eu nunca diria “Até mais, baby.” Sua boca se abriu. — Você leu? Ele a olhou ofendido. — Vi isso no Twitter. Agora, não me irrite ou eu vou te torturar com chantilly. Carina perguntou se havia algo de errado com ela. A ideia parecia um pouco interessante. Ele a ajudou a sair da mesa e empurrou os cabelos dela para trás com um movimento suave. Ela percebeu que o casamento repentino finalmente tinha sido consumado. Devido à mercê do corpo dela, Carina se perguntou se tinha feito um pacto com o Diabo. Sua nudez só aumentava sua vulnerabilidade. Será que ela realmente

pensava que era possível separar sexo de seus sentimentos por este homem? Pânico arranhava seu intestino. — Max, eu.... — Hoje não, cara. — Percebendo seu dilema, ele a pegou em seus braços. — Eu vou te levar para cama agora. Eu vou te mostrar algumas das minhas outras habilidades que aprendi lendo romances eróticos. Carina se agarrou a ele e decidiu não se aprofundar ainda mais.

— Você e Carina estão com problemas? Eles

se

encontraram

no

escritório.

As

grandes

janelas

mostravam os jardins e o som do zumbido das abelhas e a água fluindo flutuavam pelas telas abertas. Michael entregou a ele um copo de conhaque e se sentaram nas cadeiras de couro de grandes dimensões. A sala exalava uma aura de calma e serenidade, com estantes do chão ao teto, lâmpadas vermelhas decorativas e um piano de cauda contra a parede oposta. O cheiro de couro, papel, madeira alaranjada polida enchia o ar. Depois que Carina deu a notícia a seu irmão que iria sair, ele pediu para ver Max em particular depois do trabalho. Max concordou, sabendo que era hora de esclarecer algumas coisas. Muitas mentiras foram contadas e ele estava ficando doente com isso. — Por que você pergunta? — Ela é a herdeira dos negócios da família. Eu não dei a ela muito trabalho porque imaginei que ela precisava tirar a coisa da arte

da cabeça. Agora, ela quer trabalhar com Alexa na livraria e eu estou preocupado. Eu pretendo passar La Dolce Maggie para ela como minha segunda no comando. É o seu legado. Sua garganta apertou. O sangue era sangue, e ele não o tinha. Não importava que ele tivesse se esforçado tanto e tivesse feito da empresa um sucesso. Ele podia ser acolhido como família, mas nunca seria chamado de família, apesar de ser casado com Carina. Se Michael não o queria para assumir o comando, era hora de ele procurar outro lugar. Construir algo de sua autoria. Mas foda-se se ele deixaria o amigo mexer com sua esposa. Sua voz saía fria como uma garrafa gelada de Moretti. — Supere isso, Michael. Ela não quer trabalhar para a padaria, e ela não vai. Michael acenou com a mão no ar, geralmente conseguia o que queria. — Você pode me ajudar a convencê-la. — Não. Michael olhou. — O quê? Ele se desenrolou da cadeira e fechou a distância entre eles. — Eu disse que não. Ela está feliz com a pintura. E adivinha o quê? Ela é incrível. Carina tem talento e paixão e ela disse muitas vezes que era apenas um hobby para todos nós. Ela está descobrindo quem ela é, e eu adoro vê-la. E se eu não sou bom o suficiente para você porque eu não tenho o seu precioso sangue correndo em minhas veias, é hora para eu seguir em frente. Michael se sacudiu como se tivesse apanhado. — Scusi? Do que você está falando?

— Dê a sua padaria preciosa para Maggie, ou para seus filhos. Estou esperando que seja suficiente. — Uma louca risada escapou de seus lábios. — Engraçado, eu acho que finalmente entendo como Carina se sentiu todos esses anos. Tentando estar à altura, mas errando o alvo. Deixe-a sozinha. Deixe-a ser quem ela quiser, sem a gente para dizer a ela o que nós queremos. Michael colocou o copo sobre a mesa e o olhou. — Eu não sabia que você se sentia assim. Por que você não me disse nada? — Eu queria ser suficiente, sem depender de nossa amizade. Seu amigo soltou um discurso de maldições vívidas. — Todo este tempo eu contei com você para estar aqui e você nunca questionou o seu papel. Porque você é família, Maximus. Meu irmão, meu amigo, meu braço direito. Você estar envolvido no negócio nunca esteve em questão. Eu nunca pensei em colocar isso por escrito. Mi dispiace. Eu vou corrigir isso. A simplicidade de sua aceitação o atordoou. Todo esse tempo, mas não tinha nada a ver com não ser bom o suficiente. Apenas o traço comum masculino de estar na frente se esquecendo de mostrar seus sentimentos. Osonho por tudo que ele trabalhou tanto brilhava na frente dele. Tudo o que ele precisava fazer era chegar e pegar. Hora de colocar tudo sobre a mesa. — Eu dormi com sua irmã em Las Vegas. As palavras soaram como um pneu furado no meio da igreja. Michael inclinou a cabeça. O canto agudo passava pelas janelas abertas. — O que você quer dizer? Vocês se casaram em Las Vegas.

Max enfiou as mãos nos bolsos e encarou o homem que amava como seu sangue. — Antes de nos casarmos. Tivemos um caso de uma noite. Michael levantou-se da cadeira de couro e cruzou o tapete cor de vinho oriental. Suas características sombrias permaneciam calmas, mas a fúria fria de seus olhos brilhava. — Você dormiu com ela antes de se casarem? Em uma viagem de negócios na qual enviei vocês? — Correto. — Mas você a ama o suficiente para se casar? — Não. Sua mãe nos encontrou na manhã seguinte e nos convenceu a nos casar. Sua respiração zumbiu nos seus dentes. — Você nunca amou a minha irmã? Tratou-a como uma de suas mais baratas amantes enquanto eu confiava em você? — a voz de Michael baixou como aviso. — Eu quero todos os detalhes. — Não. Ele empurrou de volta. — O que você tem a me dizer? Max se manteve firme. — Já não é sua preocupação. O que acontece entre Carina e eu está fora dos negócios da gente. Eu devialhe a verdade, mas eu não vou ajudar você a mudar a mente de minha esposa sobre a empresa. Ela precisa encontrar seu próprio caminho e eu a estou apoiando todo o tempo. A traição nos olhos do amigo o cortou mais profundo do que qualquer ferimento de faca. — Como você se atreve a falar comigo assim? Eu confiei em você para proteger a minha irmã, mas você a

usou. Você se casou com ela sem amor e zombou da nossa amizade. — Sua mão tremia enquanto Michael apontava um dedo no ar. — Você partiu meu coração. A cena de O Poderoso Chefão passou diante dos seus olhos, e de repente Max sabia o que sentiu Fredo. Merda, que confusão. Ele viu o olhar frio de seu amigo e pediu calor. Ele não tinha escolha. Ele percebeu que seu coração precisa proteger Carina do dano e, finalmente, apoiá-la. — Sinto muito, Michael. Eu nunca quis magoar você. Mas este é o nosso negócio, não seu. — Eu estava pronto para dar-lhe uma parte permanente da empresa! Fazer de você um parceiro. Isto é como você mostra sua lealdade e respeito por minha família? Max ignorou sua raiva e tentou manter a calma. — É a minha família também. Carina agora é minha esposa. — Eu não sei se podemos trabalhar juntos por mais tempo, Maximus. Não assim. Não sem confiança. O sonho de parceria explodiu como fogos de artifício, e pedaços voaram em torno dele como papel carbonizado. Talvez, se ele explicasse mais a situação, Michael finalmente entendesse. Eles podiam discutir juntos as opções de e... Não. Naquela noite ele tinha empurrado entre aquelas coxas de seda e a mantido toda a noite. Ela o pressionou com raiva, paixão, risos e o confortou quando ele falou sobre seu pai. Ela o fez se sentir vivo e inteiro. Ele adorava jantares longos, falar sobre o trabalho e vê-la com o seu cão. Que se foda se ele trairia a frágil confiança que eles tinham

deixando-a fora dos negócios. O irmão dela já não tinha direitos de propriedade sobre a vida dela. Ou dele. Max soltou uma risada sem graça. A compreensão de que ele não se importava mais com a parceria sacudiu sua compostura. — Eu não me importo. — Scusi? — Se você não pode mais trabalhar comigo, eu entendo. Carina significa mais. Michael estreitou seu olhar. — O que você está dizendo? — Não me venha com a parceria. Me demita. Não importa. Mas certifique-se de ficar de fora da vida de Carina e deixá-la tomar a sua própria decisão, incluindo o que acontece com nosso casamento. Ele saiu da sala com suas palavras duras, sem olhar para trás. O inferno com isso. Ele estava cansado de mentir e dando desculpas para o seu comportamento de merda. Ele tinha feito o suficiente para durar a vida toda.

Capítulo Treze Ela dormiu com Máx. Novamente. Carina foi para casa depois de seu turno na BookCrazy, batendo os dedos distraidamente no volante enquanto ela tentava dar sentido a situação. Ela se ofendeu com a farsa dele, a proposta meia-boca sob a pressão de sua mãe. Mas a excitação nos olhos dele forçava seu cérebro a tirar da cabeça até que não havia nada mais, só a rendição. O corpo dele não mentia. Por que ela não deveria apreciar esse ponto de seu relacionamento? Eles eram casados, pelo amor de Deus. O sussurro interior gritava a verdade. Porque ela ainda estava apaixonada por ele. Sempre tinha sido. Sempre seria. Como uma pesada cruz sobre as costas, ela nunca conseguiu superar seus sentimentos por Max. Fazer sexo complicava as coisas. Ela seria menos capaz de manter suas barreiras e ser forte, de ser a mulher controlada que ela tanto precisava ser. Curiosamente, em todos os outros aspectos de sua vida ela se sentia... diferente. Mais forte. Deixar a La Dolce Maggie foi difícil. Ela apostava que Michael ainda acreditava que poderia incentivá-la a voltar e Julietta a colocou numa chamada urgente para tentar mudar sua mente. As conversas só confirmaram que ela tinha tomado a decisão certa. Sua pintura progredia aos trancos e barrancos, suas

aulas finalmente mostraram o que ela precisava para romper suas barreiras e pintar o que sua alma gritava. As fotografias eróticas na parede de Sawyer tinham chamado por ela e as imagens que incentivaram seu pincel fizeram-na se contorcer tanto de vergonha como também de orgulho. Quem teria pensado que ela era uma mulher que ardia por um amante dominante e uma artista que amava a arte erótica? Mesmo seu trabalho na livraria acalmava algo dentro dela. Ela finalmente encontrou uma mistura perfeita de negócios e criatividade, trabalhava com livros e gostava de usar suas habilidades de contabilidade para ajudar Alexa. Se o seu casamento não tivesse começado sob falsos pretextos, tudo estaria perfeito. Ela era louca, por ficar? Por que ela tão somente não arrumava as malas e se mudava? A lenta tortura de estar com ele e não conseguir o que ela queria era brutal. O inferno com isso. Ela estava indo embora. Seguindo em frente. Ela cantaria um monte de músicas de mulheres zangadas e com um pouco de loucura iria limpar seu passado com um enorme salto além. Mentirosa. A voz interior gargalhava com alegria. Ela não estava pronta ainda. Um minúsculo raio de esperança a mantinha enraizada na casa e na vida dele. Não era isso que ela ouvia que as vítimas de tortura mantinham vivo por anos? A esperança de fuga e salvamento. Sim, sua própria alma lhe dizia que não estava pronta para desistir do sonho do homem que amava. O pensamento de nunca mais ver seu rosto amado novamente fazia a ação impossível. Pelo menos, por agora.

Carina suspirou e dirigiu até a casa. Ela estacionou o carro na pista circular e fez seu caminho por baixo da passagem pavimentada. Roseiras exuberantes e pinheiros pontiagudos criavam uma paisagem mística em torno da Mansão de Max. Mini fontes de água forravam o caminho para os jardins e o som da água escorrendo acalmava seus nervos. Ela amava arrastar suas telas para a beira da piscina e pintar. Mentalmente em virtude de sua agenda, calculou que poderia ter uma hora para esboçar antes de ir até a loja para o seu segundo turno. Ela arrancou as chaves de sua bolsa. Uma pomba caiu na frente dela. Carina recuou com horror quando o pássaro branco de neve caiu do céu e tombou na calçada. A perna dele se torcia, ele levantou a pequena cabeça, depois deslizou de volta para a calçada e permaneceu imóvel. — Oh, meu Deus. — Soltando as coisas ela se ajoelhou no chão. Definitivamente respirando. Ainda estava vivo. A etiqueta em seu pé prendia um número e, com dedos trêmulos, ela começou a examiná-lo cuidadosamente. A asa estava em um ângulo torto, quebrada. Pernas e pés pareciam firmes. Ela não conseguia encontrar qualquer vestígio de sangue no chão, mas os olhos dele estavam fechados. Ela gentilmente pegou o pássaro, o embalou nos braços, e levouo para dentro. Imediatamente, ela pegou uma toalha velha macia e colocou-o no meio. Piscando para conter as lágrimas, ela chamou o veterinário, em seguida, fez uma rápida pesquisar na Internet para confirmação e instruções. Carina pegou o telefone e discou.

— Max, eu preciso que você volte para casa. Eu preciso de ajuda. — Eu estou indo. Ela clicou no botão e esperou.

— O que você acha? Carina olhou para o pássaro agora colocado em um tanque de peixes de grande porte, sua asa bem embrulhada em fita. Seus olhos estavam abertos, mas um pouco vidrados, como se ainda não tivesse certeza do que tinha acontecido. Max examinou o número na etiqueta e escreveu-o em um pedaço de papel. — Eu acho que nós estamos fazendo todo o possível. O veterinário disse que não parece haver ferimentos internos, de modo que a asa deve ficar curada e poderemos enviá-lo de volta. Vou fazer uma pesquisa com o número e ver se consigo contato com o proprietário. Ela torceu as mãos e viu a pomba respirar. Max puxou-a em seus braços e ela se inclinou em seu peito, respirando seu perfume familiar. — Vai ficar tudo bem. Você não é conhecida como aquela que conversa com animais à toa. Se ele tem uma chance, é por sua causa. Ela sorriu para o título íntimo com que sua família a coroou por seu talento e conexão com os animais. Por um momento, ela relaxou em seu calor e proteção. — Me desculpe, eu te fiz deixar o trabalho. Ele apertou um beijo no topo de sua cabeça. — Eu estou feliz que você me chamou. — ele murmurou.

Conforto torcia em seu calor. A ereção dele se pressionava contra sua coxa. Carina endureceu e o ar ficou espesso com a tensão sexual. Deus, ela o queria. Queria retirar a gravata vermelha sexy e o terno risca de giz, subir em seu colo e montá-lo até que ela esquecesse. Esquecesse que ele não quis se casar com ela e que não a amava do jeito que ela precisava que ele a amasse. A memória dele chupando o chocolate nos seus mamilos e entre as coxas queimava por trás de suas pálpebras. A maneira como ele a abraçou com ternura durante toda a noite, como se ele sentisse que ela precisava de algo mais. Ela respirou fundo e o empurrou. — Não. Ele cerrou os punhos e olhou para longe. Os músculos dele endureceram e o esperou. — Eu sinto muito. Eu posso esperar até que você esteja pronta. Eu só... sinto sua falta. Seu coração gaguejou. Maldito. Ela tremia de raiva. — Mentira. Você sente falta de estar no comando desta relação inteira. Você sente falta de mim ofegante atrás de você como um cachorro atrás de calor, com você ditando as regras. Não seja condescendente comigo e finja que é mais do que isso. Suas sobrancelhas se juntaram. — Eu me recuso a deixar você falar de si mesma assim. — afirmou friamente. — Você tem todo o direito de ficar chateada, mas não nos rebaixe tanto. As coisas mudaram. Carina balançou a cabeça em descrença. — Nada mudou. A única coisa diferente entre nós é o sexo. O resto é apenas uma grande mentira.

Ele endureceu. Uma sombra caiu sobre seu rosto. — Estamos casados agora. Será que não podemos avançar? Não é como se fôssemos estranhos e não tivesse nada entre nós. O último fio frágil de seu temperamento quebrou. — Onde diabos está o meu felizes-para-sempre, Max? Sonhei com uma proposta real, com um homem de joelhos dobrados e jurando o que ele realmente

queria.

Você

sabe

o

que

tenho?

Boas

intenções,

responsabilidade e uns poucos orgasmos. — Ela praticamente cuspiu suas próximas palavras.

— Você quer tanto transar? Como que a

minha mãe lhe chantageando agora? Ou você só quer transar comigo para me engravidar e lhe garantir um herdeiro? Furiosos olhos azuis a encontraram e a desafiaram com uma crueldade que a fez estremecer. — Eu vou te perdoar por este comentário. Uma vez. Eu também vou deixá-la sozinha, mas lembrese: quando eu achar que você teve tempo suficiente, eu virei atrás de você. — Ele sorriu cruelmente. — E eu prometo que você vai implorar por mais. — A porta bateu atrás dele.

Ele era um babaca. Max olhou para a escada e ouviu os acordes de Rihanna vibrando no ar. Dois dias se passaram desde a briga deles. Ela manteve a distância e o tratou com uma polidez gelada que o deixou louco. Ela trabalhou longos turnos na BookCrazy, escondida na sala de arte e evitou o jantar.

Uma solidão que ele nunca tinha notado antes impregnava o ar de sua casa. Sua energia pulsava pelos quartos, mas ele ansiava por contato direto, uma conversa real. Ele perdeu o sorriso, o entusiasmo e a sagacidade dela. Ele sentia falta de tudo dela. Rocky ficava mais tempo com ela do que ele. Ele não deveria ter forçado. Quando ela veio tão naturalmente para seus braços, o cheiro dela em volta dele o deixou drogado. A suavidade de suas curvas pressionando contra seu peito. A escova de seda de seus cachos. Ele sofria para levá-la para o quarto e reclamá-la mais uma vez. Agora, ele percebeu que foi a consagração do mau momento. Max gemeu. Tão estúpido. Em vez de ser racional e dar a ela o tempo que ela precisava, a havia ameaçado. Sim, o sangue tinha definitivamente ido para sua outra cabeça e ele não tinha desculpa. Sua declaração sincera sobre seus próprios felizes-para-sempre se gravaram em seu cérebro e partiu seu coração. Era isso o que ele tinha feito a ela? Arrancado suas ilusões e sonhos? Ele sempre se preocupou se iria quebrar o coração dela um dia. Claro, ele foi forçado a se casar com ela, mas por que não sentia isso como obrigação? Por que ele ansiava para chegar em casa e conseguir um olhar? Ela merecia muito mais. Em vez disso, ela o tinha. A depressão caía sobre ele. O inferno com isso. Ele cozinharia o jantar e a forçaria a interagir. Max seguiu para o quarto, tirou a roupa e vestiu um jeans e uma camiseta preta. Ele derramou dois copos de Merlot e foi fazer um prato de frango e salsa de que ela gostava. Os movimentos meditativos de preparar uma refeição o acalmava. A

cozinha tinha sido construída sob encomenda, com bancadas em granito creme, um frigorífico Sub-Zero, forno de tijolos para a pizza, e um fogão Viking. A ilha cortava a área principal com uma pia separada da área de trabalho, um bar-café com banquetas estofadas de couro. Ele pegou algumas panelas de cobres, regou com azeite e começou a cortar tomates e cebolas. Dez minutos mais tarde, ela descia as escadas e ficou enquadrada na cozinha. — Eu estou indo. Não me espere. Ele jogou a faca e inclinou um quadril contra o balcão. — Eu estou fazendo o jantar. Onde você vai? — Livraria. — Fique para uma prova. Você precisa de comida antes de seu longo turno. Ela trocou de pé, obviamente tentada. — Não posso. Eu vou pegar algo no café. — Eles só têm lanches, você precisa de proteínas. Pelo amor de Deus, eu prometo que você não terá que ficar muito tempo comigo. Sente-se. — Eu não... — Sente-se. Ela puxou uma cadeira e se sentou. Sua resposta imediata o lembrou de sua obediência no quarto e deu-lhe um instante duro. Ele deslizou o frango em um prato, coberto com salsa e o colocou no balcão com um garfo. Ela saboreou com era de costume, fazendo os sons deliciosos de prazer. Ele se mexeu com desconforto e tentou se ajustar. — Você encontrou alguma coisa sobre nossa pomba?

— Sim. Eu segui a pista de seu proprietário cerca de cinquenta quilômetros daqui. Ela é um pombo-correio, conhecida como pombo das rochas. Seu nome é Gabby. Ela não é um piloto regular, mas ele a manda em missões ocasionais para mantê-la esperta. Alguns dos amigos dele pertencem a um clube e acho que todos os seus pombos voltaram, exceto Gabby. Ele estava frenético. Max encheu seu próprio prato e deslizou para o banco em frente a ela. — Eu não sabia que pombos-correio mesmo existiam. Ele está vindo para buscá-la? Ela tomou um gole de vinho. — Não, eu expliquei o que fizemos e os danos à asa de Gabby, ele concordou em me deixar cuidar dela aqui até ela estar curada. Então eu posso deixá-la voltar para casa. Se não houver quaisquer problemas com a sua recuperação, ele vai passar aqui para pegá-la, mas eu acho que ela já está melhor. Ela é alerta e parece saber o que está acontecendo. — Quanto tempo antes que ela possa ser liberada? — Duas a três semanas, dependendo do caso. — Um sorriso apareceu no rosto dela. — O proprietário disse que ela foi usada para trocar cartas entre casais separados. Não é legal? Ele sorriu de volta. — Extremamente. Só tome cuidado, cara. Você sempre se apega. O nariz dela franziu. — Eu sei. Ela é apenas um pássaro, então eu deveria estar bem. — Oh, sim. E sobre o esquilo? Uma risada escapou dos lábios dela. — Eu esqueci isso! Mas eu era jovem.

Ele bufou e mordeu outro pedaço de frango. — Você o nomeou Dale, dos desenhos da Disney. Eu acho que ele fingiu que machucou a perna. Você o colocou no galpão com uma gruta só para ele. Não admira que o roedor não queria sair. — Não o chame de roedor. Ele era doce. Ele não ficou muito tempo. — Ele era um maldito. Mordia a mim e a Michael o tempo todo enquanto tentávamos brincar com ele. Então, ele trouxe todos os seus amigos para a festa de roedores e estávamos com medo até de entrar e pegar nossas motos. Seus olhos escuros brilhavam e as linhas em seu belo rosto se suavizaram. — Papa ficou tão bravo. Eles fizeram buracos na parede e ergueram torres de nozes. Ele me forçou a se livrar de Dale. — Você chorou por dias. — Tenho dificuldade em deixar ir aqueles que eu amo. A confissão surpreendente irrompeu pela sala. Ela afastou-se, obviamente, lamentando suas palavras e se concentrou em seu prato. Max falou baixinho. — Eu sei. Eles sempre parecem voltar para você, no entanto. Carina se recusou a olhar para cima. Ele lutou contra a vontade de acariciar e beijar seu rosto para a tristeza ir embora. Em vez disso, ele serviu mais vinho e mudou de assunto. — Como está o seu trabalho? Você ainda está fazendo retratos? Uma estranha expressão cintilou em seu rosto. — Mais ou menos. Eu estou tentando algo novo.

— Eu tenho muitos contatos no mundo da arte, Carina. Eu adoraria apresentá-la a um consultor. Se eles gostarem, talvez uma exposição possa ser arranjada? Ela balançou a cabeça entre as mordidas. — Não, obrigada. Eu estou lidando com isso por conta própria. Ele engoliu sua frustração e se lembrou de que ela precisava fazer seu próprio sucesso. Ele já acreditava nela. Ela só precisava acreditar em si mesma. — Tudo bem, eu respeito isso. Você não tem que trabalhar longas horas na BookCrazy, você sabe. Alexa disse a Michael que você é incrível, mas você sempre tem turnos duplos. Eu não vejo mais você. — Eu preciso do dinheiro. Ele inclinou a cabeça. — Você é de uma das famílias mais ricas da Itália. Eu também não sou pobre e você é minha esposa. Por que diabos você precisa trabalhar por dinheiro? Ela ergueu o queixo numa inclinação teimosa que o deixava louco. — Michael é rico. Você é rico. Eu não sou rica. Eu posso ter um fundo fiduciário enorme, mas eu vou fazer o meu próprio dinheiro, assim como todos os outros. Se isso significa trabalhar em turnos extras, eu não vou reclamar. Ele engoliu uma maldição. — A família cuida dos seus. O que é meu é seu. Porque você não pode entende isso? Ela deu um bufo pouco feminino. — Do mesmo jeito que você não consegue entender como me sinto ao falhar em tudo que fiz.

Sua boca caiu aberta. — Falha? Você tem sucesso em tudo que toca. Sua voz se transformou em gelo. — Eu não sou estúpida, Max. Você pode querer me levar de volta para cama, mas mentir não vai ajudar. Eu falhei sendo uma chef como Mama. Eu não era boa nos negócios como Julietta e Michael. E sou uma merda em tudo que faço, moda pessoal, beleza, ou como Venezia. Não me insulte. Seu coração se partiu. Esta mulher bonita, espirituosa e boa acreditava que não tinha valor. O desejo de estrangulá-la ou beijá-la guerreou dentro dele. Em vez disso, ele engoliu passado o aperto na garganta e disse a verdade. — Você teve sucesso em tudo o que é preciso neste mundo, Carina. Pessoas. Animais. Amor. Nada mais importa, você sabe. Mas você simplesmente não vê isso. Ela se acalmou. Aqueles olhos profundos escuros se arregalaram de espanto. Uma conexão entre eles ardia, quente e brilhante e o ar ficou entupido de emoção. Ele largou o garfo para chegar a ela. Carina pulou da cadeira e deu alguns passos para trás. — Eu tenho que ir. Obrigada pelo jantar. Ela voou para fora da cozinha e o deixou sozinho e vazio.

Alguns dias mais tarde, Carina estudou as pinturas na frente dela com um olhar crítico. As aulas tinham ajudado com as formas e lhe ensinado algumas técnicas que a levaram para o próximo nível.

Seu professor ainda comentou sobre entrar em contato com alguém para a representação, especialmente se ela completar uma série lógica. Um minúsculo fio de alarme deslizou por sua espinha. A exibição pública significaria mais do que sair do armário como um artista otimista. Isso significaria desnudar e gritar — Olha para mim! — No meio da Times Square. O verdadeiro problema, é claro, era sua família. Seu apoio, grupo essencial bem-intencionado que acreditava que ela tinha talento, mas que pintava como um hobby. Nem por uma vez ela tinha expressado que sua alma gritava pela oportunidade para ser uma artista profissional. A arte era muito respeitada em Bérgamo, mas os negócios eram venerados, principalmente com as famosas padarias da La Dolce Famiglia com o nome Conte. Carina mordiscou o lábio inferior e rabiscou seu nome na parte inferior. Sua primeira peça oficial concluída. E se alguém visse, acreditaria que era uma vagabunda. As linhas foram borradas em um preto nebuloso cinza que lançava o casal na sombra. O mamilo duro da mulher revelava sua excitação e seu rosto chamava a atenção do espectador com um fascínio cru como se estivesse lutando pelo orgasmo. As costas do homem estavam viradas e bloqueavam o resto do corpo nu dela. Músculos magros se agrupavam e uma tatuagem de uma serpente se sustentava no ombro esquerdo. A janela esboçada no lado direito da pintura dava a impressão um sentimento de voyeurismo espreitando o mundo sensual deles, enquanto a luz do dia e a sensatez permaneciam através do vidro.

Ela fechou as mãos, em seguida, lentamente trabalhou os dedos. A cãibra em seu pulso lhe dizia que ela tinha trabalhado por horas. Uma excitação mordiscou suas terminações nervosas. Foi muito bom. Ela sentia isso profundamente dentro de suas entranhas, um sentimento de satisfação que raramente experimentava. Desde que começou a faculdade. Ela tinha lutado contra o impulso de seus instintos há bastante tempo, então só criava retratos vazios e bidimensionais que a deixavam insensível. A bruta natureza erótica a abalou. Quem diria que Max rasgaria as portas de sua alma e arrancaria as fechaduras? Não há volta da sensatez, das criações limpas. No momento em que colocou os olhos sobre os retratos no escritório de Sawyer, sabia que precisava ir fundo e pintara nudez. Não importa o que aconteceria com seu trabalho, pelo menos ela estava dizendo a verdade. Sobre sua natureza. Seus desejos. Necessidades. Fantasias. Sobre o tempo. Ela limpou seus pincéis, guardou seus acrílicos e tirou a blusa. Tempo para dar a Rocky um trato e verificar Gabby. Ela convidou a família para o jantar e esperava ter tempo para um rápido cochilo no solário. Gabby a saudou com um arrulho normal que estava começando a amar. Já temia a hora que precisaria deixar Gabby voar para longe. O brilho do pássaro, sabidos olhos que diziam uma história profunda com um exótico passado que Carina gostaria de saber. Talvez tivesse uma conversa com seu proprietário antes de liberá-la. Ela verificou o curativo e a bandagem, a alimentou levou o convertido tanque de peixes para fora no fundo pátio. A piscina

olímpica estava cercada pela vegetação exuberante, palmeiras importadas, vermelho vivo e íris roxas para envolver os nadadores numa lagoa tropical. Rocky se acomodou no lado de fora, não dando a Gabby um segundo de pensamento e se estatelou ao seu lado em uma poltrona. Carina deslizou na cadeira Adirondack com seus animais ao lado, um copo de Merlot em cima da mesa e o som do jorrar da água e do vento no fundo. Uma sensação de paz caiu sobre ela. Ela murmurou comentários ocasionais a Gabby e a Rocky e, lentamente, as pálpebras se fecharam. — Carina? O nome dela deslizou da boca dele como mel e caramelo, todo suave, grudento e delicioso. Ela sorriu e levantou o rosto para cima, muito relaxada para levantar os braços. O delicioso cheiro de homem, sabão e uma pitada de colônia picante derivava na brisa. — Hmmm? Dedos suaves acariciaram sua bochecha. Ela apertou contra a mão quente e beijou-lhe a palma. Um baixo murmúrio. — Ah, cara, há uma tempestade que se aproxima. Você deve entrar. — Ok. — Ela se esticou, querendo que ele despisse suas roupas, separasse suas coxas e escorregasse em casa. Os músculos dela se apertaram numa antecipação deliciosa. Ela mordiscou seu pulso forte e suspirou. — Bom gosto. O cheiro é bom. — Dio, você está me matando. A névoa difusa de sono turvou suas boas intenções e as ondas do seu cérebro. Ela piscou e estendeu a mão. Empurrado para trás os fios revoltos dos cabelos dele na testa. Traçou o gancho arrogante de seu

nariz, seus lábios suaves e cheios. — Você é tão bonito. — ela murmurou. — Muito bonito para mim, no entanto. Você não é, Max? — Foda-se. Eu não sou nenhum santo. Seus lábios caíram sobre os dela. Quentes, ávidos, bebericando de sua boca como se saboreasse um copo de vinho caro. O gosto dele explodiu em sua língua e ela gemeu, abrindo-se totalmente para ele. Ele a beijou por muito tempo, momentos lentos, mais e mais, até que ela se derreteu na cadeira e a carne entre as pernas dela crescia inchada e molhada. Quando ele finalmente levantou a cabeça, ela sabia que ele tinha ganhado. Esperou por ele para pegá-la elevá-la para o quarto. E, naquele momento, ela não se importava mais. A campainha tocou. O barulho levou Rocky a sair de seu local de descanso e latir. Ela acordou para a realidade como uma aterrissagem difícil e se levantou. Max sacudiu a cabeça. — Eu posso matar quem está naquela porta. — ele disse. Com um último olhar duro, ele desapareceu pelas portas francesas. Carina deslizou para fora da cadeira. Ela se perguntou se o destino interveio para salvá-la. Quanto tempo ela poderia aguentar antes de cair de volta na cama dele? A voz de sua cunhada flutuou através da tela e ela deu um respiro profundo para acalmar seus nervos. Ela estava a salvo da tentação agora. Por um tempo. Maggie bamboleava enorme, desconfortável e muito chateada. O esticado vestido preto de malha batia nos joelhos dela e chinelos de strass esbofeteavam o piso de mármore. — Se eles não saírem de mim

agora, Carina, eu vou tirá-los eu mesma. — Ela entrou na sala de estar, ficou à beira da cadeira confortável e caiu para trás. Carina tinha a sensação de que ela não levantaria ao menos que tivessem um guindaste. Ela murmurou com simpatia e um pouco de humor. — Provavelmente na próxima semana, Maggie. Eles estão perto. Maggie olhou e pegou o copo de água com gás com limão de Max. — Não, eles não estão. Eu fui ao médico ontem, que me disse que não havia uma contração à vista. Nada. Niente. Eles estão bem e confortáveis aqui. Eles recebem comida, dormem e brincam de karatê quando estão entediados. Por que eles sairíam? — Ela gemeu. — Eu não queria fazer uma cesariana, a menos que seja necessário, mas eu acho que é o único caminho. Eles precisam se sentir ameaçados ou nunca sairão. Carina acariciou a mão de sua cunhada. — Eu aposto que dentro de cinco dias você vai estar segurando dois, perfeitamente saudáveis, bebês felizes. Lembra-se que a mesma coisa aconteceu com Alexa? Ela estava duas semanas atrasada quando ela teve a primeira. — Sim, isso foi um motim. Nick quase dirigiu para ao hospital sem ela. Max trouxe Mama Conte e um pouco de chá e se sentaram em frente à lareira. — Sim, eu ouvi essa história, um clássico. Como está Alexa? — ele perguntou. — Está bem. Eles levaram Lily para o Sesame Place no fim de semana. Você sabe como ela é obcecada pelo Elmo.

Um relâmpago iluminou o céu, e um estrondo de trovão soou baixo e ameaçador. — Era para cair uma tempestade hoje. Esperava que Michael não a pegasse. Ele está atrasado. — Sim, ele iria de carro para Manhattan para sua reunião, mas decidiu ir de trem. Há algum grande protesto acontecendo em Wall Street hoje e ele não queria ficar preso no trânsito. Ele deve estar bem. Maggie esfregou a barriga enorme. — Não tenho certeza se eu posso mesmo comer esta noite. Indigestão terrível durante todo o dia. — A melodia de toque de “Sexy Back” cresceu pela sala, e Maggie se aproximou de sua bolsa. — É Michael. Eu não posso alcançá-lo. Carina pegou o telefone celular rosa intenso e entregou a ela. O lado de Maggie da conversa incluía amaldiçoar com palavras e murmurações simpáticas. Finalmente, ela desligou. — Você não vai acreditar. Há um grande apagão na cidade e todos os trens estão atrasados. Ele está preso lá por mais algumas horas. Carina mordiscou o lábio. — Será que ele vai ficar bem? Há polícia? Onde ele está agora? Maggie suspirou. — Ele vai comer no La Mia Casa. É um pequeno restaurante italiano que eu costumava frequentar e agora ele está viciado nele. Eu conheço Gavin, o proprietário. Ele vai cuidar bem de Michael. — Graças a Deus. Bem, você pode dormir aqui se quiser. Vamos pedir um jantar caseiro. Mama Conte bufou. — Eu vou fazer o jantar, Carina. Eu sinto falta de cozinhar para minha família e minhas habilidades estão ficando enferrujadas. Hoje à noite vamos ter uma festa do pijama.

— Podemos assistir Magic Mike? — Maggie perguntou. Max levantou uma sobrancelha. — De alguma forma eu acho que Mama Conte não vai gostar dessa escolha. — Por quê? — A senhora exigia. — É sobre o quê? — Strippers masculinos. — Maggie disse. — É bom. Sua mãe olhou pensativa. — Eu vou tentar. Max gemeu. — Eu vou matar Michael. As horas voaram com boa conversa, risos e comida. Michael chamou mais uma vez para um registro e para confirmar que estava bem, mas provavelmente não seria capaz de sair da cidade até de madrugada. Maggie apoiou os pés sobre um travesseiro e se aconchegou sob um edredom. Max finalmente cedeu e lhes permitiu assistir ao filme, mas prontamente se arrependeu quando as três mulheres ofegaram na primeira cena. Ele jogava pipoca na tela da televisão para distraí-las. Maggie suspirou com satisfação quando os créditos finais rolaram. — Eu amo esse filme. — declarou ela. — É tão profundo. Max bufou. — É pornografia feminina. Eu me sinto sujo só assistindo. — Você é louco, só porque a galinha quente não tirou as roupas dela. — Eu tenho mais respeito pelas mulheres do que os homens. — Sim, claro, acho... Oh, meu Deus.

Carina olhou para Maggie. Puro horror contorcia as suas feições. Ela respirou fundo e olhou para baixo em choque. — Acho que minha bolsa estourou. — A umidade do sofá confirmava isso. Ela esfregou o estômago. — Eu pensei que era indigestão, mas agora estou pensando que estava em trabalho de parto hoje. — Ela olhava pela sala em pânico. Carina congelou. Max prendeu a respiração. Mama Conte levantou do sofá com um sorriso sereno. Seus olhos escuros brilhavam. — Você vai ter seus bebês, Margherita. — disse ela. — E tudo vai ficar bem. Lágrimas nadavam nos olhos verdes de Maggie, ela balançou a cabeça duramente. — Michael não está aqui. — ela sussurrou. — Eu preciso dele. Mama Conte pegou suas duas mãos e apertou. — Eu sei. O seu trabalho de parto vai demorar muitas horas por causa dos gêmeos. Ele vai estar aqui. Se eu conheço o meu filho, ele vai fazer o que precisar para estar ao seu lado quando seus bebês nascerem. — Eu estou com medo. Sua mãe riu. — Mas, claro, você está com medo! Esta é uma das coisas mais assustadoras que você vai fazer na sua vida. Estamos todos aqui com você, Margherita. Você tem uma família agora e nós não estamos saindo. Maggie respirou fundo. Assentiu. Em seguida, pegou o telefone. — Tudo bem. Deixe-me chamar Michael e o médico. Max, você pode deixar o carro pronto? Carina, você pode subir e encontrar algumas coisas para me trazer? Robe, escova de dentes, camisetas, esse tipo de coisa?

— Claro. — Carina se levantou do sofá e puxou Max com ela. Seu marido estava com a cômica expressão de um homem com medo de se mover, como se uma palavra pudesse provocar contrações e gritos em Maggie. — Max? — Hein? — Tenta fazer melhor que Nick, ok? Pegue o carro e chame Alex e Nick para nós. Deixe-os saber o que está acontecendo. Você pode fazer isso? — Claro. — Não saia sem nós. — Os olhos dele em pânico fez algo dentro dela amolecer. Ela agarrou suas mãos e trançou os dedos dentro dos dele. Max piscou em surpresa, e ela sorriu. — Temos que ver nossos sobrinhos ou sobrinhas nascerem hoje. Não vamos esquecer nada, ok? Ele abaixou a cabeça e a beijou. Apenas um toque mais suave, um sussurro de lábios correndo sobre os dela lembrando-lhe de que não estava sozinha. — Você está certa. Obrigado por me lembrar. Ele a soltou e desapareceu no corredor.

Capítulo Catorze — Eu quero drogas! Maggie não chorava, gritava ou gemia. Ela exigia emputecida, até que sua maneira irritável deixou cada enfermeira do local com medo de ir ao quarto dela. Max a entretinha com um cubo mágico como ponto de foco dela e Carina deu um crédito ao homem. Enquanto cada contração ondulava na tela, ele pedia a ela para respirar pela dor e se concentrar no cubo. Ele recebia as maldições e insultos dela no tranco e não vacilava. Quando ele a deixou para pegar um copo de gelo, ela encontrou o cubo ao lado da cama e o atirou na sala. A única pessoa que sua cunhada parecia ouvir era Mama Conte. Sua mãe nunca mimou Maggie

e não a deixava ter mau

comportamento. Mas ela não saía do lado dela e falava com ela com uma voz suave baixa, dizendo-lhe sobre o nascimento de cada um dos seus filhos e sua história especial. No espaço entre as contrações, Maggie se acalmou e a ouviu. Até a próxima onda bater. Carina arrastou Max para fora do quarto por um momento. — Michael está vindo? — ela perguntou. — É a hora e a última vez que verificaram ela estava quase dilatada o suficiente para empurrar. Max envolveu os dedos pelos cabelos e trocou os pés. — Ele me mandou uma mensagem dizendo que deveria estar aqui dentro de uma hora. Isto é um pesadelo. Michael e Alexa fora no mesmo maldito dia. Eu estou doente com isso, Carina. Ela quer muito me matar.

— Não, ela está com dor e com medo e seu marido não está aqui. Mas você é o mais próximo disso, Max. Vocês são amigos desde a infância. Ele gemeu. — O que aconteceu com os dias em que os homens tinham que ficar na sala de espera? Merda, eu não tenho que olhar para baixo enquanto ela empurra, não é? — Escuta, amigo, você não está cuspindo dois seres humanos de sua vagina. Engole isso. Ela precisa de você. Suas palavras penetraram no cérebro dele. Ele se levantou e acenou com a cabeça. — Desculpe. Eu farei isso. Maggie

rosnou

entre

as

ondas

rapidamente

crescentes

balançando no monitor. — Eu me inscrevi para uma fodida peridural e eu quero agora. — Olha a linguagem, Margherita. — disse sua mãe. — Já passou desse ponto e está quase na hora de empurrar. — Não sem Michael. — Ela cerrou os dentes e ofegou. — Eu não vou empurrar até Michael chegar aqui. Sua mãe limpou o suor da testa. — Ele vai estar aqui. — Eu não vou fazer sexo novamente. Eu odeio sexo! Carina mordeu o lábio e virou-se. Sua mãe concordou. — Eu não culpo você. A voz de Max cortou o quarto com uma exigência aguda. — Maggie, olhe para mim. Concentre-se no meu rosto quando as contrações vierem. Eu vou lhe contar uma história.

— Eu odeio contos de fadas. — Esta é mais como uma aventura de ação. Eu vou dizer a você sobre a primeira vez que Michael e eu descobrimos nosso vínculo. Maggie parecia um pouco interessada. Ele sentou-se na cadeira ao lado da cama e se inclinou. O monitor bipava e Max falava. — Nossas mães sempre foram amigas próximas, então nós basicamente crescemos juntos. Um dia, elas nos levaram para o playground e não havia essa coisa de escalada alta. Eu acho que nós tínhamos seis anos na época? De qualquer forma, ambos entramos num jogo de egos de quem poderia chegar ao topo primeiro. Michael era um pouco menor do que eu, mas ele era mais rápido, por isso era uma espécie de jogo mesmo. Nós dois corremos para o alto, tentando chutar o outro fora num jogo louco como no filme O Senhor das Moscas, e então chegamos lá, na mesma exata hora. — Max balançou a cabeça pela lembrança. — Eu me lembro do momento quando nós olhamos um para o outro. Como se nós dois tivéssemos percebido que seríamos melhores amigos e faríamos tudo juntos. — Então, nós tentamos empurrar um ao outro. Maggie lutava para respirar. — Você está brincando comigo? Ambos eram psicopatas? O que aconteceu? — Michael e eu caímos e quebramos os braços. A mesma maldição. Mama Conte bufou em desgosto. — Eu estava falando com a mãe de Max por apenas um minuto, em seguida, ouvimos estes gritos. Ambos os meninos emaranhados na terra, sangue por toda parte. Eu acho que quase desmaiei. Corremos para eles, que estavam chorando, mas rindo ao mesmo tempo, como se tivessem ganhado algo importante.

Max sorriu. — Nós éramos parecidos e nos chamávamos ‘irmãos de ossos’. Carina revirou os olhos. — Oh, eu entendo. Em vez de irmãos de sangue, eram irmãos de ossos. Pessoalmente, eu acho que ambos sempre foram um par de idiotas. Lágrimas deslizaram pelo rosto de Maggie. O coração de Carina quebrou por sua cunhada, ela sofria para fazer coisas certas. — Ele não vai chegar a tempo, não é? Max se inclinou sobre a cama e olhou para Maggie. Ferozes olhos azuis ordenaram-lhe a ir fundo. — O certo agora não importa, Maggie. Eu estou aqui para você. Apoie-se em mim e pense que Michael é meu irmão gêmeo. Use-me, e vamos fazer esses bebês nascerem. Eu não vou sair do seu lado. A enfermeira entrou e a examinou. — Vamos ver, docinho, estamos prontas para empurrar? Maggie suspirou. Lentamente, ela estendeu a mão e pegou a mão de Max. — Não vá, ok? — Nunca. — Sim, eu acho que estou pronta agora. Carina e sua mãe ficaram de um lado e, no outro, Max. O tempo passava até os segundos se transformaram em minutos de novo. Ela empurrava e resmungava e amaldiçoava. Cada empurrão trazia os gêmeos um pouco mais, até que Maggie deitou sobre os travesseiros, exausta. Rosto vermelho do esforço, a transpiração rolando para baixo de sua testa, ela aspirava o ar. — Eu não posso. Não mais.

— Sim, mi amore. Mais. Carina amassava os dedos contra seus lábios enquanto seu irmão entrava no quarto. Comandando e confiante, tomou o lugar de Max e as mãos de sua esposa. Pressionando beijos em suas bochechas e na testa, ele murmurou algo em seu ouvido e ela concordou. Forçou novamente. E empurrou. — A cabeça está vindo. Bebê número um. Mais um, Maggie, faça o seu melhor. Aguente e empurre! — Um lamento pairou no ar, Carina assistiu o recém-nascido enrugado deslizar para o mundo. Escorregadio e vermelho, o bebê se torcia em irritação e soltava outro rugido. — É um menino. — Ela deitou o bebê na barriga de Maggie e vozes giravam em torno deles. Maggie soluçou e tocou seu filho. — Ele é tão bonito. Oh, meu Deus. — Você não acabou, amor. — a enfermeira a tocou. — Aqui vem o número dois. Mais um empurrão, Maggie. Com um rugido, Maggie cerrou os dentes. Bebê dois bateu para fora. — Outro menino! Parabéns, mamãe e papai. Você tem dois filhos lindos. Carina assistia com admiração como seu irmão tocava os bebês maravilhado, com os olhos molhados de lágrimas. Sua mãe ria com prazer. A sala explodiu em atividade enquanto os bebês eram pesados, medidos e embrulhados em iguais cobertores de malha com gorros. Enquanto trabalhavam cuidando de Maggie, Michael conversava com seus filhos e os levantava. — Conheçam Lucas e Ethan.

Sua mãe estendeu a mão e segurou Lucas, balançando-o e murmurando em italiano. Carina pressionou um beijo na bochecha de sua cunhada. — Você foi ótima, Maggie. — ela sussurrou. — Eu sinto muito que Alexa não pode estar aqui com você. Eu sei que você sentiu a falta dela. Maggie sorriu para ela. — Não, Carina, estou feliz que era você. Era para você estar aqui comigo esta noite. Eu te amei no momento em que nos conhecemos e a vi florescer como uma linda mulher. Você é realmente minha irmã, eu gostaria que você fosse madrinha de Lucas. Alegria explodiu dentro dela até que não havia mais nada, só pura emoção. Ela assentiu, muito emocionada para falar. Sua mãe se aproximou e colocou o pacote coberto em seus braços estendidos. — Conheça o seu afilhado Lucas. Ela olhou para a pele enrugada. A boca perfeita se amassava em um pequeno Oh. Os cabelos negros espreitavam por debaixo do gorro de malha azul e rosa. Seus dedos tremiam enquanto ela balbuciava e acariciava sua pele sedosa. Ele era uma vida, respirando milagre, prova do que pode florescer a partir de duas pessoas que se amam. Ela piscou um brilho de lágrimas e olhou para cima. Max olhou para trás. Seus olhos azuis escureceram com uma necessidade bruta, que atingiu todo o espaço e rasgou seu coração. Ela prendeu a respiração. E esperou.

Ele era apaixonado por ela. Max assistia a sua esposa. Ela conversava com o bebê e deslocava os calcanhares dela enquanto o balançava para frente e para trás num ritmo antigo que as mulheres pareciam possuir. Uma estranha emoção agarrou suas entranhas e o rasgou, deixando uma poça de sangue atrás. Sua cabeça latejava e sua boca estava seca como após uma noite de muita bebida. E a verdade finalmente veio na forma de um terremoto rivalizando com qualquer cenário de fim-de-mundo do Apocalipse. Ele a amava. Sempre a amou. Foi por isso que nenhuma mulher parecia se encaixar na sua vida. Ah, tinha sido tão fácil colocar a culpa em outros fatores. Sua carreira. Seu desejo de liberdade e aventura. Sua idade. Desculpas eram lançadas para o desfile interminável de mulheres, todas iguais. Exceto por Carina – a única constante. Sua amiga. Sua amante. Sua alma gêmea. Assistindo Maggie dar à luz juntou todas as peças de seu coração. Desafiou-o em sua besteira e sua falsa sensação de honra, orgulho e a então chamada respeitabilidade. De repente, não tinha nada a ver com ser como seu pai. Tinha a ver com ter a coragem de lutar do seu jeito pela mulher que amava. Dando-lhe tudo para que ela pudesse finalmente escolher. Ele nunca tinha dado uma chance a Carina. Todos os anos, ele fez as regras para se manter distante e seguro. Mesmo o casamento foi baseado em uma proposta falsa que zombava de todos os verdadeiros sentimentos que tinha pela única mulher que o completava. Com a cabeça girando, ele caminhou

lentamente e parou ao lado dela. Olhando para o bebê, ele inclinou o queixo dela para cima, para que encontrasse seu olhar de frente. — Venha para casa comigo agora. Ela piscou. — Por quê? — Eu estou lhe pedindo para fazer isso por mim. Por favor. Carina suspirou e assentiu. — Ok. Ela entregou Lucas a Mama Conte. Michael se aproximou e colocou a mão em seu ombro. — Obrigado, meu amigo. Você estava certo. Eu não irei interferir novamente. Você não é apenas meu parceiro de negócios, mas meu irmão, e sempre esteve aqui para mim. Perdoe-me. Ele abraçou seu amigo e bateu-lhe nas costas. — Não é necessário o perdão com a família. Parabéns, papai. Estaremos de volta mais tarde. — Si. Ele levou Carina fora do hospital e se manteve em silêncio dirigindo para a casa. Ele ficava olhando para o perfil dela, mas ela se manteve distante, olhando pela janela, pensando profundamente. Quando ele a descobriu na piscina naquele dia, dormindo com seus animais ao seu lado, ele quase caiu de joelhos. Seu lindo rosto relaxado ao sol, lábios úmidos separados, sua beleza exuberante o bateu como um soco. Ela respondeu a voz e toque dele de imediato, o subconsciente dela já sabia que ela pertencia a ele. Se Maggie não tivesse interrompido, ele havia se afundado em seu canal, quente apertado e já a havia convencido de que é onde ela pertencia. Sob ele. Dentro dele. Com ele. O tempo todo.

De alguma forma, ele precisava convencê-la da verdade. Ele precisava ligar seu corpo mais uma vez ao seu, então pedir a ela que não fosse embora. Implorar para perdoá-lo. Era seu jogo final para tornar real seu casamento.

Ela precisava acabar com seu casamento. Carina olhou para fora da janela. A realidade da situação apareceu no momento em que Lucas e Ethan deslizaram para o mundo. Ela estava vivendo uma mentira. Ela queria tudo com Max, mas ela nunca teria. Porque a linha de fundo era simples. Max nunca poderia amá-la do jeito que ela precisava, era hora de deixá-lo verdadeiramente ir. Ela sentiu que ele queria confessar a sua própria decisão. Talvez eles finalmente concordassem, se separariam e lidariam com as consequências da melhor forma possível. Ele guiou para o caminho da casa deles muito rápido e a escoltou no percurso e no interior. Uma ordem brusca e Rocky parou de latir. Ele gemeu e se sentou no chão, dando a ele aquele olhar de cachorro triste que sabia que ela estava em apuros, mas não sabia como ajudar. Com o coração batendo forte, ela tomou uma respiração profunda. — Max, eu acho... — No andar de cima. Sua barriga se fechou e afundou devagar. Deus, ele era sexy. Ele parecia quase primitivo com as narinas queimando e os olhos azuis

brilhando quentes de calor. Os mamilos dela pressionavam contra sua camisa e as dores da necessidade aumentavam. Ela amaldiçoou a rouquidão de suas palavras e tentou limpar a garganta. — Não. Precisamos conversar, Max. Eu não posso mais fazer isso com você, ou a mim mesma. Isso não está funcionando. — Eu sei. Estou prestes a corrigir isso agora. No andar de cima. Arrepios estremeciam os braços dela. Ele agarrou seu braço e a levou para a escada. Seus pés obedeceram, até que chegaram no quarto. A cama dominava o ambiente com um ar quase ofensivo. Ignorando seu coração batendo forte, ela o encarou com as mãos cruzadas na frente do peito. — Feliz agora? Pronto para me dizer seu plano agora? Como você vai consertar essa bagunça de um casamento e nosso relacionamento ferrado no quarto? Ele arrancou sua camisa. Carina salivava por todos os músculos nus e rígidos. Um, dois, três, quatro, cinco, seis. Sim, um verdadeiro pacote de seis. O estômago dele fazia Channing Tatum parecer rechonchudo. O que ela estava fazendo? O que ele estava fazendo? Oh, não, ela não estava indo ter relações sexuais com o homem de novo. Ele era um louco fodido por pensar que ela era tão estúpida. — Eu não vou fazer sexo com você, Max. Você está iludido, se você acha que está indo de volta ao começo. Ele tirou os sapatos. — Oh, nós estamos fazendo sexo. Agora. Eu sou um idiota por esperar tanto tempo e não mostrar como me sinto. Nós poderíamos ter uma conversa agradável, arrumando a cozinha, mas você não iria acreditar em uma palavra do que eu dissesse. — Suas calças caíram até os tornozelos e ele chutou para o lado. Sua ereção se inchava em sua boxer. — Então, vamos fazê-lo de uma maneira melhor. — Seu olhar a fixou à parede. — Dispa-se.

Carina engasgou. Seu corpo se animou, pronto para jogar com toda a perfeição daquele nu masculino diante dela, mas colocou sua mente de volta no lugar. Ela o estudou com um ar clínico, que gritava para ela que ele era um mentiroso. — Não obrigada. Quando estiver pronto para conversar, me avise. Ele riu, baixo e perverso. — Carina, meu doce. Quem teria pensado que você gosta de jogar duro? Mas você gosta. Outra razão por que você é perfeita para mim, a minha outra metade. Eu preciso de uma mulher que não quebre, me desafie em todos os níveis, especialmente no quarto. — Ele a apertou contra a parede e mordeu sua orelha. A respiração quente dele corria em seu ouvido. — Uma mulher cuja alma é pura e que sabe rir. Uma mulher que me pega. — Suas mãos descansaram contra o corpete e ele brincava com a parte das tiras de sua camisa. Um puxão aqui. Um puxão lá. Carina conteve o gemido de necessidade e endureceu sua decisão. Se ela vencesse nesta rodada sem ceder, ela poderia sair pela porta com seu orgulho. — Eu vou te mostrar que a única coisa que eu sei, é que você é a única mulher que eu quero. Você também construiu muitas barreiras, baby. É como entrar num campo minado, e eu sei que é tudo culpa minha. Mas o seu corpo não pode mentir para mim. E você vai saber que o meu não pode, tampouco. Ele puxou o corpete e o rasgou ao meio. Seus seios se derramaram livres, ele os acariciou com as palmas das mãos, esfregando os nós apertados enquanto os lábios devoravam sua boca. Um puxão rápido e seu short e a calcinha estavam fora, deixando-a nua na frente dele. O jogo duro aumentou tanto a excitação dela que uma gota de umidade deslizou por sua coxa, mas ela se recuperou e mordeu o lábio inferior dele.

Ele se afastou. Seus olhos azuis escureceram para um cinza tempestuoso e ele deliberadamente torceu seus mamilos, então um raio minúsculo de dor a percorreu. Carina não poderia parar o gemido que caía de seus lábios. — Não vai tornar mais fácil, não é? — ele murmurou. — Tudo bem. Eu gosto de um desafio. Ele a virou e a enjaulou com suas coxas. O peito dele pressionava suas costas, ele cutucou sua ereção contra sua fenda. — Bastardo. — Pernas mais abertas, por favor. — Foda-se. Ele chutou as pernas dela com os pés até que ela estava aberta e vulnerável. As bochechas dela coraram quando ela cheirou sua própria excitação. Os dedos dele deslizaram para baixo sobre a curva de seu traseiro, apertando a carne sensível. Ela se mexeu, mas ele apenas riu. — Isso te excita? — Claro que não. — Mentirosa. — Os dedos dele mergulharam fundo e ela se arqueou. Ela fechou suas mãos e ofegava por controle. Sua bochecha se achatava contra a parede fria e o desamparo absoluto de sua posição apenas aumentava sua necessidade de mais. O homem reclamou seu coração e alma, mas como tinha chegado tão profundamente em suas fantasias? Jogava e brincava até que ela se contorcia como uma coisa selvagem, pronta para fazer qualquer coisa para a liberação. Os lábios dele mordiam e lambiam a área sensível de sua nuca e sua espinha, ele balançava contra ela num ritmo que a deixava louca.

— Eu quero, eu preciso. — Eu sei, cara. Hora da verdade. Diga-me que você pertence a mim. Sempre me pertenceu. — Não. Ele rodou o botão apertado entre as suas pernas e os seus joelhos cederam. Max a segurou com um braço, mas não parava os círculos impiedosos que a mantinham no limite. — Diga-me. Um soluço preso na garganta. Tão perto... o orgasmo brilhava diante dela em toda a sua glória até seus nervos desfiarem e seu cérebro fritar. Os quadris dela pressionavam de volta num tormento. — Eu te odeio, Maximus Gray. Eu odeio você. Os lábios dele deslizaram sobre o rosto úmido. — Eu te amo, Carina. Você pode me ouvir? Eu te amo. — Ele fez uma pausa e a ergueu na ponta dos pés. — Agora goze para mim. Ele afundou os dedos em seu canal e esfregou duro. Ela gritou quando ondas de prazer a abalaram e a rasgaram em pedaços. Ele a levantou, a colocou na cama e encaixou um preservativo nele. Em seguida, mergulhou. Meu. Carina cavou seus saltos nas costas dele e deu-lhe tudo. Ele se enterrou tão profundamente que não havia mais nada, só ele. Nenhuma gentileza marcava a ferocidade de seus golpes. Ele a levou de volta para o limite e a empurrou mais uma vez.

Seu calor e força a cercavam. Ela flutuou e mal notou sua própria libertação. Carina não soltou dele quando a escuridão finalmente caiu, e ela não teve que pensar mais.

Max acariciou os cabelos dela umedecidos com o suor e colocou sua bochecha contra a dela. Sua mão segurou seu seio e uma coxa enrolou-se entre as pernas dela. O aroma dela grudou em sua pele. Ele se perguntou por que tinha levado tanto tempo para perceber que a amava. Ele entendeu por que tinha evitado o amor no passado. Sim, ele tinha medo de ter um compromisso devido a seu pai, com medo de que tivesse alguns de seus genes, com medo de machucar outra mulher, como sua mãe tinha sido ferida durante todos aqueles anos. Mas a principal razão era simples. Medo. Seu coração já não pertencia a ele. Era assim que Carina se sentia todos esses anos? A tortura, o medo e a alegria de querer estar com o outro? Ele daria sua vida por ela, mas ainda não era a sua escolha. Ela se deitou ao lado dele, o corpo dela era seu, mas sua mente ainda estava longe, muito longe. — O que você está pensando? — Ele sussurrou. Ela levantou a mão e apertou seus lábios contra a palma da mão dele. — O quanto você significa para mim. Todas aquelas vezes que você entrou pela porta com Michael, eu me perguntava como seria ser amada por você. Fazer amor com você. Eu assistia mulher após

mulher desfilar na minha frente e orava pela minha vez. Agora eu estou aqui, com muito medo de sofrer com isso. Ele a virou para encará-lo. Olhos cor de chocolate cheios de tristeza e vulnerabilidade que rasgaram seu coração. — Eu te amo. Não se trata de fazer a coisa certa, ou não me tornar como o meu pai. Quero uma vida com você e eu não vou me contentar com qualquer outra mulher. Ela não se moveu. Não reagiu às suas palavras. Seus cabelos encaracolados escuros caíam sobre seus ombros e revelavam a inclinação de um queixo teimoso, bochechas cheias e nariz longo. Ela era forte, bela e perfeita. Pânico rugia através de seu sangue e escurecia seus ouvidos. — Carina, por favor, me escute. Eu nunca pensei que poderia ser bom o suficiente para você. Minha idade, nossa família, tudo que eu acreditava ser. Agora eu entendo que eu poderia passar todos os dias da minha vida fazendo você feliz, agora que você se casou comigo. Fazendo-me digno de você. — Eu quero isso também, Max. Mas eu... — O quê? — Seu silêncio sacudia os nervos dele e a esperança de um felizes- para-sempre. O que mais ele poderia dar a ela? O que mais ela poderia querer? Ele estudou seu rosto e olhou profundamente em seus olhos. Então ele sabia. — Você não acredita em mim. Ela se encolheu. — Eu quero acreditar em você. Eu acho que você quer desta vez. Mas eu sempre vou esperar a queda. O tempo todo, eu tenho medo de perguntar por que você me escolheu. Eu olho

para você e meu coração incha e eu não sei o que fazer com todas as minhas emoções. É como se eu ainda tivesse 16 anos, esperando agradá-lo, ou conseguir um sorriso. Frieza atravessava a pele dele. De certa forma, isso não era nem sobre ele. Isso era sobre os próprios complexos dela, como não se sentia bem o suficiente. Ele poderia viver assim? Sempre a tranquilizando, preocupando se ela iria desaparecer por causa das inseguranças? Dio, que bagunça completa. Como ela não vi ao quão especial ela era? Como ele não a merecia? — Nós não somos mais crianças, Carina. Não é hora de você realmente perceber como os outros a veem? — A verdade bateu, ele sentou-se. — Você está certa, no entanto. Eu preciso de você para me encontrar no meio do caminho. Eu preciso de uma mulher que acredita no meu amor por ela, que vai estar ao meu lado e não vai ter medo que algo vai me fazer ir embora. Eu preciso de alguém forte e corajosa. — Ele ajustou seu maxilar e tomou sua decisão. — Você é tudo isso, meu amor. E mais. Mas se você não acreditar, não temos uma chance. — Eu sei. — Sua voz quebrou. Com um movimento gracioso, ela se levantou da cama e ficou nua diante dele. A resolução brilhava nos olhos escuros dela, junto com um pedaço de tristeza que perfurou o coração dele. — Esse é o motivo pelo qual eu não posso estar com você agora. Eu preciso saber se sou suficiente por conta própria antes que eu possa aproveitar esta oportunidade novamente. Sinto muito, Max. Mas eu vou te deixar. Ela o deixou sozinho em seu quarto, olhando para a porta fechada atrás dela. Deixou-o perguntando se ele nunca seria inteiro novamente. Deixou-o imaginando o que iria acontecer.

Capítulo Quinze Alexa apoiava Ethan em um braço enquanto se acomodava no futon amarelo canário. Seu olhar varreu o alto apartamento estúdio com lembranças carinhosas. — Eu não posso acreditar como o tempo passa rápido — ela comentou. Sua barriga enorme repuxava sua camiseta de maternidade que estampava BOOKCRAZY BABY MAMA. — Você não tem ideia de quanto vinho foi bebido neste apartamento. Maggie balançava Lucas enquanto cuidava dele. Sua cunhada deu um suspiro. — Ou quantos encontros de Alexa terminaram mal. Vinho foi definitivamente necessário. As meninas riram e Carina ajustou a tela, ela estava trabalhando. — Bem, eu tenho uma boa vantagem inicial. Minhas noites de sexta-feira consistem em filmes água com açúcar e uma garrafa de vinho tinto. — Você não tem que ficar longe de nossos jantares de sextafeira, Carina. — disse Alexa. — Max é civilizado, de qualquer maneira. Desde que você o deixou, Michael diz que ele pisa no escritório causando estragos, agindo como Miss Havisham em sua grande mansão antiga. Carina balançou a cabeça. — Não, isso é bom para mim. Eu tenho muito trabalho a fazer. — Ela olhou para a pintura na frente

dela – o último da série – e empurrou as lágrimas. — Eu sinto falta dele, no entanto. Maggie suspirou. — Eu sei, querida. Mas eu acho que você fez a coisa certa. Você teve uma grande atração por Max em toda sua vida, era sempre sobre o que você podia fazer por ele. O casamento é uma rua de duas vias. Você precisa ser forte por si própria antes de poder ser forte para outra pessoa. Alexa olhou para a amiga com espanto. — Porra, que profundo. Maggie sorriu. — Obrigada. Praticando sensibilidade para a maternidade. — Bem, eu disse que estou à procura de um parceiro em tempo integral para BookCrazy. — disse Alexa. — Você seria perfeita e eu não teria que me preocupar com Maggie enchendo e afugentando os meus clientes. Eu já estive em contato com um advogado. Podemos elaborar os contratos, logo que você decidir. Uma excitação envolveu sua barriga. Pela primeira vez, ela tinha descoberto um talento que traria seu próprio dinheiro e a faria feliz. Agora, com a pintura final da coleção, ela estava pronta para dar mais um grande salto. Ela fez uma chamada para Sawyer, um consultor estava vindo olhar o seu trabalho. Ela foi avisada que ele era brutal, se não houvesse a chance de uma venda, ele diria a ela diretamente. Carina ficou emocionada – ela queria honestidade e sabia que, se sua arte não fosse boa, ela trabalharia mais da próxima vez. Finalmente, a sua vida começou a mudar e ter foco. Exceto pela saudade de seu marido.

Um

pedaço

dentro

dela

parecia

estar

permanentemente

quebrado sem ele. Desde o dia em que ela foi embora, ele não teve contato com ela. Dez dias se arrastaram, parecia até que iria ficar louca se não pudesse ver o rosto dele. Ele assombrava seus sonhos à noite e durante o dia. Ela conseguiu colocar a maioria de sua angústia no seu trabalho e esperava que o sentimento de coragem de seus retratos fosse percebido pelo espectador regular. Era engraçado como a mágoa se transformava em ótima arte. Carina voltou para o presente. — Eu adoraria ser proprietária de parte da BookCrazy. — disse ela. — Obrigada por confiar em mim, Alexa. — Você está brincando? Você trabalhou pra caramba e provou seu valor. Eu dou não nada de graça. Maggie assentiu. — Ela é uma banana com crianças e cães, mas um tubarão quando se trata de negócios. Carina riu. — Bom saber. Então, como Gabby está indo? Ela parece completamente curada. — disse Maggie. Carina olhou para a pomba que arrulhava em sua jaula. Gabby gostava de ouvir os outros pássaros nas árvores e parecia contente em ficar ao seu lado. Mas Carina sabia que era quase hora de deixá-la ir. A asa estava totalmente curada e seu proprietário a queria de volta. Uma chama pequena de incerteza a percorria. Talvez Gabby precisasse de mais tempo. Talvez ela ainda não estivesse pronta. — Ela vai estar pronta para voar em breve.

Alexa suspirou. — Eu adoraria ter uma pomba como animal de estimação, mas os cães provavelmente ficariam com ciúmes. Maggie roncou. — Sim, meu irmão com um pássaro. Ele quase matou os peixes. Isso é um desastre feito. Alexa mostrou a língua. — Bem, nós temos que ir. Só queria parar e me certificar de que estava bem. — Carina despediu-se delas e de seus sobrinhos com um beijo. Maggie apertou sua mão. — Basta lembrar que estamos aqui se você precisar de nós. — A qualquer hora. — Obrigada, pessoal. Carina as olhava ir embora com o coração pesado. Então, ela voltou ao trabalho.

Carina desligou seu telefone celular com dedos trêmulos. Ela tinha uma exposição. Ela soltou um grito e saltou ao redor da sala, dançando com movimentos de hip-hop e tremendo a bunda completamente. O consultor tinha separado o seu trabalho apontando cada item que não iria ser vendido. Ela pegou a crítica com o queixo para cima e um coração de aço. Disse-lhe que ia fazer melhor da próxima vez. Ele acenou com a cabeça, deu-lhe o seu cartão e saiu. Uma semana depois, Sawyer ligou com a notícia de que seu amigo não podia tirar seu trabalho da sua mente. Ele queria ajustar

algumas coisas, criar mais uma peça original, então ele lhe daria uma chance. Uma vertigem apareceu como bolhas de refrigerante, até imaginou que podia voar. Carina olhou para seu BlackBerry e pousou num número. Ela queria ligar para Max. Não sua mãe, ou Michael, ou Maggie. Ela queria ligar para seu marido, que provavelmente não seria o seu marido por muito tempo. O que lhe disse para pintar para sua felicidade e que ela era muito mais do que ela pensava que era. Bateram na porta. Com o coração batendo forte, ela decidiu que o destino havia lhe enviado uma resposta. Se fosse Max, ela pularia em seus braços e imploraria seu perdão. Carina se aproximou e abriu a porta. Sua mãe se encontrava no limiar. Seus ombros caíram, mas ela fez um sorriso alegre. — Oi, mamãe. Estou feliz que você está aqui. Eu tenho uma notícia maravilhosa. Com um beijo na bochecha, a bengala de sua mãe batia nos pisos de madeira desfigurados. — Diga-me. Você parece feliz. Carina lhe deu a notícia. O orgulho no rosto de sua mãe satisfez algo profundamente dentro dela. — Eu sabia que você faria sucesso com sua pintura. Você estava muito focada nas últimas semanas. Posso vê-las? Pânico mordiscou seus nervos. — Umm, eu vou mostrar a você quando eu tiver acabado. Você pode vê-las na exposição.

Mama Conte balançou a cabeça. — Eu sinto muito, Carina, é por isso que eu vim falar com você. Eu estou pronta para ir embora. Vou voltar até o final da semana. — Ah. — O som minúsculo parecia patético até mesmo para seus ouvidos. Ela tinha se acostumado a ter a mãe por perto. Os jantares de sexta à noite eram turbulentos e, como um casal divorciado, ela e Max alternavam cada noite de sexta para dar um ao outro a possibilidade de estar com a família. Com um profundo suspiro, sua mãe apoiou a bengala contra o sofá e sentou-se sobre as almofadas desgastadas. — Você está se sentindo bem, mamãe? — É claro. Apenas pronta para ver minha casa. Carina sorriu e se sentou ao lado de sua mãe. Ela tocou as mãos experientes e as uniu às dela. Mãos que trabalharam, embalaram bebês e acalmaram lágrimas. Mãos que construíram uma empresa forte amassando massa e fazendo malabarismos com uma dúzia de bolas no ar ao mesmo tempo. — Eu entendo. Eu vou sentir tanto sua falta. — E você vai ficar bem aqui sem mim? Você quer voltar para casa? Ela deu um beijo na mão de sua mãe. — Não. Estou construindo meu lar aqui do meu jeito. Sinto-me mais forte. Mais como uma mulher que sabe o que quer e menos como uma menina. Mama Conte suspirou. — Porque o seu coração estava quebrado. Nós amadurecemos mais rápido dessa forma. Nem bom nem ruim. Simplesmente é assim. — Sim.

— Mas devo dizer-lhe algo sobre Maximus. — Mama. — Shhh, apenas escute. Quando você era pequena, você costumava olhar aquele menino com seu coração em seus olhos. Eu sabia que era um amor para sempre, não uma paixão. Mas você era muito jovem, e Maximus é um bom menino. O trabalho dele era protegê-la até que você fosse uma mulher. E ele fez. Sua mãe sorriu com a lembrança. — Eu sempre vi o jeito que ele olhava para você. Quando ele pensava que ninguém estava olhando e ele estava seguro. Com um olhar melancólico e amoroso que enchia meu coração. Eu sabia que o tempo precisava passar, a fim de construir esse amadurecimento tanto com você como com ele. Sei que há mágoas, mas foram necessárias para vocês chegarem até aqui. Na manhã que eu encontrei vocês, mencionei o casamento por uma razão específica. Eu sabia que ele precisava de um empurrão. Ele estava com muito medo de Michael e de seus relacionamentos do passado. Algo precisava quebrar essa barreira para dar a vocês dois uma chance. Talvez eu tenha sugerido isso, mas aquele o homem faz o que quer, não foi a honra dele que o fez pedir sua mão em casamento, não se ele não quisesse. — Max adora você. Mas agora é a sua vez de tomar uma decisão. Você precisa ser forte o suficiente para ficar ao lado dele e pedir seu amor. Você vai ter que dar uma chance a si mesma. Todos nós acreditamos em você. Não é hora de você acreditar em si mesma? — Eu não sei, mamãe. Eu não sei. Sua mãe suspirou profundamente e olhou para fora da janela. — Eu esperava que ele agisse de forma diferente, mas não foi assim é

você que é tão teimosa. Claro, eu tive o mesmo problema com o Michael e Maggie, mas graças a Deus que deu certo. Carina inclinou a cabeça. — O que você quer dizer? Mama Conte gargalhou. — Oh, meu, eu sabia que quando eles apareceram, estavam mentindo sobre casamento. Eu também sabia que eles eram perfeitos juntos, então arrumei o padre para vir para a casa. A boca de Carina caiu aberta. Sua mãe tinha caído doente e pediu para Maggie e Michael se casarem na frente dela. Incrível. O tempo todo sua mãe sabia de tudo, e planejou seu próprio golpe. — Você é cruel. Por que eu não sei disso? — Eu sou uma mãe. Nós fazemos o que precisamos para nossos filhos quando eles precisam de um empurrão. Agora, eu queria poder conseguir que Julietta olhasse para um homem em vez de uma folha de cálculo. Carina riu. — Boa sorte. Carina estendeu as mãos e levou a mãe em seus braços. O cheiro familiar de fermento, farinha e conforto se juntaram ao redor dela e acalmaram sua alma. — Eu te amo, mamãe. — E também te amo, minha doce menina. Elas ficaram abraçadas por um tempo antes de Carina se sentir forte o suficiente para deixá-la ir embora.

Estava na hora. Carina foi para fora com Gabby em seu braço. O sol quente se derramava sobre sua pele e as penas brancas da pomba brilhavam. — Eu amo você, doce menina. Ela acariciou seu peito felpudo. A ave inclinou a cabeça e balbuciou como se sentisse seu adeus. Carina hesitou. Completamente curada, ela sabia que nunca ia ver Gabby novamente, sabia que ela ia voar para sua casa e deixá-la para trás. A ficha caiu e se estilhaçou em mil pedaços. Max a amava. Ela não duvidou dela mesma por muito tempo? Quando era a hora de agarrar sua felicidade, com um claro entendimento que era merecedora de Maximus Gray e tudo que ele tinha para oferecer? Estas últimas semanas sem ele mostraram que ela poderia ficar sozinha. Vá atrás de seus sonhos. Falhe e não desmorone. Pergunte o que quer, sem medo. Ela poderia viver sem ele, mas ela não queria. Seu marido a amava, mas ele precisava de uma mulher que fosse digna. Ela nunca acreditou em si mesma o suficiente para darlhe tudo, sempre com medo que ele percebesse que ela não era boa o suficiente. As palavras de sua mãe giravam em sua cabeça e a deixavam tonta. Não é hora de você acreditar em si mesma?

Sim. — É hora de voar, Gabby. Carina levantou seu braço. As asas da pomba bateram e ela levantou voo. Elevando-se graciosamente para o céu, suas asas brancas batiam contra a madeira das árvores, a viu desaparecer. Nuvens inchadas flutuavam, até não sobrar nada. Sua barriga se firmou. Um profundo conhecimento pulsou por dentro. Ela confiava no instinto e percebeu que era tempo de avançar. Hora de ser a mulher que sempre foi destinada a ser. Hora de reivindicar seu marido.

Capítulo Dezesseis Max olhou para o letreiro sobre a galeria de moda em SoHo. O nome de Carina foi escrito com caligrafia elegante, alegres luzes brancas se amarravam ao redor de seu nome chamando a atenção de curiosos. Ele soltou uma golfada de ar e esperava que tivesse força suficiente para passar a noite. O

convite

para

sua

primeira

exposição

foi

um

tanto

surpreendente e irônico. Orgulho o sufocava. Sua talentosa e bonita esposa finalmente descobriu o seu valor e ele não estava aqui para comemorar com ela. Mas ele não podia negar a necessidade de vê-la em sua glória mais uma vez. Necessitava colocar o seu olhar sobre o trabalho dela, embora lembrasse que fez amor com ela no solário enquanto cobria o corpo dela com tinta de chocolate. Seu

estômago

se

enrolava

em

uma

bola

sólida

de

arrependimento. Max abriu a porta e entrou. O espaço era grande e aberto, com pilares amplos naturalmente separando a sala em quadrantes. Com um completo bar, garçons passeavam dando champanhe, vinho e uma variedade de aperitivos. O público circulava em vários grupos, conversando e rindo enquanto andavam ao redor da sala. Seu olhar foi diretamente para o canto direito, quase como se ele cheirasse a presença dela. Ela jogou a cabeça para trás e riu de algo que um homem disse. O vestido longo preto brilhava sob a luz. Seus cachos escuros estavam

presos no alto da cabeça e domados, mas Max sabia que um deslize da presilha faria aquela sedosa desordem cair sobre os ombros dela em abandono selvagem. Os olhos dela brilhavam com uma alegria interior e confiança que ele nunca tinha visto antes. Sim. Ela estava feliz sem ele. Reprimindo a sua emoção, se virou e caminhou para a primeira exibição. O choque o mantinha imóvel. Ele esperava retratos com alma e coração, ela sempre revelava nas poucas peças de seu trabalho que ele teve a sorte de ver, um afeto natural. Estes pareciam ser de um artista diferente. Bruto e corajoso, sombreado em preto, cinza e uma fatia ocasional de vermelho, os casais na tela eram exibidos em diferentes poses eróticas. Uma mulher arqueava-se contra a parede, enquanto seu amante apertava os lábios em seus seios nus. Os corpos pulsavam com uma sensualidade mundana, mas hesitavam, enquanto uma janela esboçada à direita parecia ser um espelho entre a privacidade e o mundo exterior. O espectador parecia quase um voyeur da cena, estendendo à mente o necessário o suficiente para manter o olhar na pintura. Quando Max se deslocou e olhou para outros, um casal parecia preso numa teia de relações. Uma tela esboçava a vulnerabilidade e o desejo no rosto da mulher enquanto ela olhava para seu amante. O perfil duro dele não mostrava nada, somente linhas rígidas e uma forte resolução. Outra detalhava um casal com as testas se tocando, lábios a um sussurro de distância e olhos fechados para o espectador, ele foi forçado a imaginar o que eles estavam pensando.

Max olhou para cada quadro com uma fome que raramente sentia. O trabalho era extraordinário, ele percebeu que o talento de sua esposa crepitava com uma paixão e uma profundidade que poderia balançar o mundo inteiro da arte. Ele estava olhando para o início de uma longa carreira de sucesso. Não era de admirar que Sawyer parecia tão animado. Ele descobriu a mais nova artista quente do pedaço. As pessoas se juntavam ao redor dele e tentavam conversar com ele. Os garçons paravam e perguntavam se ele precisava de alguma coisa. Ele não respondia. Apenas absorvia o trabalho dela e sentia como se soubesse que a última parte do segredo da alma dela tivesse sido mantido escondido. Agora, isso se revelava numa glória totalmente despida. Dio, ele a amava. Ele chegou cedo para ter certeza que evitaria Alexa, Nick, Michael e Maggie. Seu plano era ridículo e completamente masculino. Esgueirar-se, ver seu trabalho, torturar-se, e correr para fora. Ir para casa e ficar loucamente bêbado com seu cachorro aos seus pés. — Max? A voz dela soou em seus ouvidos. Quente como Eva. Doce como um anjo. Ele cerrou os dentes e se virou. Ela sorriu para ele com carinho, ele achou que teria queimaduras solares. Uma necessidade primitiva se assolava dentro dele como convulsões, mas ele lutou contra isso e conseguiu sorrir de volta. — Oi, Carina. — Você veio.

Ele ergueu um ombro. — Eu tinha que ver. Por que ela olhava para ele com tal cobiça? Tortura? — Eu estou contente. O que você acha? Sua voz rasgava sua garganta. — Eles são... tudo. Ela piscou como se lutando contra as lágrimas, e outro pedaço do coração dele foi arrancado. Ele não teria mais nada até o final da conversa. — Você não viu o final. Ele está aqui em um monitor separado. — Eu não posso, Carina. Eu tenho que ir. — Não! Por favor, Max. Eu preciso te mostrar. Era isso que o amor fazia sentir? Uma dor dilacerante que empurrava você sob a água como uma correnteza e se recusava a deixar você vir à tona? Ele engoliu seu segundo protesto e assentiu. — Ok. Ele seguiu em direção ao fundo da sala e voltou alguns passos. A galeria se abriu mostrando uma vitrine sob um holofote. A pintura estava pendurada no teto num esplendor único. Max deu um passo para frente e olhou para cima. Era ele. O título ousadamente cortava toda a parte superior: Maximus. Com o peito nu. Descalço. Jeans ajustados abaixo de seus quadris. Feições meio turvas e lançadas na sombra, ele olhava diretamente nos olhos do espectador e segurava seu olhar. Um turbilhão de emoções devastava o rosto e os olhos dele, uma tempestade de tamanho poder que abalou seu coração. Ele viu tudo naquele olhar. Vulnerabilidade.

Determinação.

Um sinal de

arrogância. Necessidade. E uma

capacidade de amar. Seu coração se apertou. Ele se virou. Carina estava diante dele, aqueles olhos escuros, cheios de adoração, amor e uma força que ele nunca tinha visto. — Eu amo você, Max. Eu sempre te amei, mas eu precisava me amar antes que eu pudesse dar o que você precisava. Eu não sei se é muito tarde, mas eu prometo que se você me der outra chance, eu vou ficar ao seu lado e ser a mulher que você merece. Porque eu sou aquela mulher. A outra metade da sua alma. A questão nunca foi eu voltar para você. A questão é... você vai voltar para mim? A alegria explodiu e bombeou em suas veias. Ele deu um meio sorriso e a puxou em seus braços. — Eu nunca fui embora, cara. Ele tomou sua boca e a beijou profundamente, carinhosamente, como se selassem seus votos de casamento em Vegas meses atrás. De repente, a família de seu coração o rodeava. Max foi puxado em um círculo apertado, enquanto Michael e Nick batiam nas suas costas e Alexa e Maggie enxugavam as lágrimas. Ele estava finalmente, verdadeiramente, em casa. — Já era hora de vocês voltarem. — Alexa fungou. — Nós não poderíamos ficar mais nesse drama. As noites de sextas-feiras estavam começando a ficar uma merda. Max sustentou Carina apertadamente ao seu lado e riu. — Vamos corrigir isso nesta semana. Festa na nossa casa.

O consultor correu e atravessou a sala. Sua expressão normalmente sisuda sumiu. — Umm, Carina, eu posso falar com você um segundo? — Claro. — Ela beijou Max duramente nos lábios e se afastou. Depois de uma conversa sussurrada, ela voltou com um olhar confuso. — Eu vendi tudo. Max sorriu. — Eu não estou surpreso. Seu trabalho me surpreendeu. Mas é melhor começar... você vai ter que pintar muito mais e eu preciso lhe dar inspiração. Ela riu e enterrou os dedos nos cabelos dele. — Faça-o — ela sussurrou. Max olhou para a mulher que amava. Sua esposa. Sua alma gêmea. Sua para sempre. — Vamos para casa.

Ela estava em um emaranhado de lençóis, exausta, saciada e mais feliz do que nunca. — Finalmente pronta para ser chamada de velha? Carina levantou sua cabeça um centímetro do travesseiro e caiu para trás. — Nunca. Eu só preciso de um minuto. Ele riu baixo e deslizou para fora da cama. Ela ouviu passos enchendo o closet e depois voltando. O cheiro almiscarado dele subiu para suas narinas e a fez se agitar novamente. Dane-se se o seu

marido a tinha transformado numa ninfomaníaca, ela amou cada momento. — Eu tenho um presente para você. Isso a fez se sentar. A parte feminina dela se derretia com a ideia de seu marido lhe comprar um presente. — Você tem? — É. Eu estava guardando. Esperando que você fosse voltar e eu fosse capaz de dar a você. A caixa retangular estava embrulhada em papel vermelho e negro. Ela mordeu o lábio de prazer e olhou para a caixa. — O que é isso? — Abra-o, querida. Ela rasgou o papel como uma criança no Natal e levantou a tampa. Prendeu a respiração. Um par de sapatos estava no papel de seda branco. Não eram apenas sapatos. Estes eram saltos de quatro centímetros forrados com diamantes. Feito de vidro puro. Ela levantou um no ar e viu o brilho das pedras preciosas. Os dedos dos pés escondidos davam aos sapatos uma sedutora sensualidade, o vidro delicado era sentido suavemente ao toque. — Meu Deus, Max, você se superou. Eles são lindos. — Você me disse uma vez que você não teve seu felizes-parasempre que você sempre quis. Eu pensei em tentar compensar isso, lhe dando um verdadeiro par de sapatos de Cinderela.

Lágrimas arrepiaram suas pálpebras e ela fungou. — Maldito seja, Maximus Gray. Quem teria pensado que havia um romântico completamente piegas escondido sob seu exterior? — Eu te amo, Carina. — Eu também te amo. Ele pressionou sua testa na de sua esposa e prometeu nunca deixá-la em dúvida de seus sentimentos novamente.

Epílogo Maggie suspirou e olhou ao redor da sala de estar. — Há muitas crianças nesta sala ou eu perdi alguma coisa? Carina riu e colocou a chupeta na boca de Maria. O grito dela terminou no ar enquanto ela chupava com ganância. Lily passava ao redor da sala brincando com seus bonecos Dora e Boots, enquanto Nick Jr. chorava ao fundo. Ethan e Lucas estavam em dois cercados, tinham acabado de ser alimentados e colocados lá. — Espere até Max e eu entrarmos no ringue. Nós vamos ter que começar uma cadeia de serviços de babá, só assim veremos a luz do dia com nossos cônjuges. — Você está grávida? — Alexa engasgou. Ela segurava uma xícara de chá falsa na mão e fingia beber enquanto Lily ria. — Não, nós não estamos prontos ainda. Eu estou trabalhando em outra exposição e Max tem uma inauguração de uma padaria nova. Estamos nos divertindo agora. Na verdade, nós estamos voando para a Itália em um mês para ficar um tempo. Nós dois sentimos saudades de nossas mães. Maggie suspirou. — Sinto falta de Mama Conte também. Mas os bebês são muito jovens para uma viagem. Como está Julietta? Ainda não namorando? — Minha irmã é bastante negativa sobre o sexo oposto. Parece que ela está convencida de que um homem vai tirar o controle dela e tentar privá-la de sua carreira. Ela é teimosa.

Alexa riu. — Talvez ela precise de um feitiço de amor. A Mãe Terra pareceu bastante generosa comigo e com Maggie. — Maggie lançou um filhote de cachorro de pelúcia nela, que bateu na sua cabeça. Alexa mostrou a língua. Feitiço de Amor. Uma sensação estranha do destino fez cócegas na sua espinha. Seus olhos se arregalaram quando ela se lembrou daquela noite quando ela fez uma fogueira e jogou o papel na mesma. Um papel que continha um nome: Maximus Gray. Seus braços se arrepiaram e ela segurou Maria mais perto para se aquecer. — Umm, meninas? Do que vocês estão falando? Quando Maggie me deu esse livro de feitiços, ela disse que era apenas um disparate bobo e ninguém utilizava isso. Alexa assobiou com o riso. — Impagável! Sra. Maggie finalmente confessou e me disse que lançou seu próprio feitiço por um homem antes de casar com Michael. Funcionou. Maggie deu de ombros. — Então o que? Sim, é uma coincidência. Mas Carina jogou fora o livro de feitiços e agora ela está casada com Max. Por isso, foi apenas o acaso nossos maridos virem depois de chamarmos a Mãe Terra. Carina engoliu. — Eu menti, Maggie. — O que você quer dizer? — Eu lancei um feitiço de amor. Algumas noites depois, eu escapei para dentro da floresta e realizei o ciclo. Eu queimei meu papel no fogo.

A sala ficou em silêncio. Até mesmo os bebês pareciam sentir algo grande no horizonte e a tranquilidade do desenho animado Max & Ruby se adicionava ao silêncio. — Você escreveu todas as qualidades que você queria em um marido? — Alexa sussurrou. — Será que Max cabia na sua lista? Carina olhou para as duas mulheres e engoliu. — Eu não listei quaisquer qualidades. Eu só escrevi seu nome no pedaço de papel. Maggie saltou como se tivesse visto um fantasma. Alexa recostou-se contra a almofada azul e balançou a cabeça. — Caramba. O feitiço funciona. Maggie ria, mas soava falso. — Impossível. Estamos sendo ridículas. Pare de me assustar. — Onde está o livro, Carina? Você o deu a outra pessoa? — Não, está na minha estante com um monte de outras coisas. Eu não joguei fora. Os olhos de Alexa brilharam. — Eu acho que nós precisamos assegurar a entrega do livro para alguém. Ou seja, sua irmã. — O quê? Julietta nunca iria executar um feitiço de amor. Ela é a prática da família. Isso não poderia realmente funcionar. — Ela fez uma pausa. — Poderia? Maggie tocava o queixo com interesse. — Ideia interessante. Carina vai para a Itália em um mês. Talvez ela possa encontrar uma maneira de ter certeza que Julietta execute o feitiço. Então vamos finalmente saber. Dois poderiam ser coincidência. Três pode ser exagero, mas seria possível. Quatro vezes seria uma confirmação.

Carina olhou para as duas mulheres. Elas estavam certas. Sua irmã merecia este tipo de felicidade e se a realização de um feitiço de amor empurrasse Julietta na direção certa, valia a pena tentar. — Eu vou fazer isso. Maggie pegou três copos de vinho, derramou o Chianti valioso e serviu. Elas levantaram seus copos num círculo e sorriram. — Salute. Carina bebeu. As crianças brincaram e dormiram. As mulheres conversavam e riam. Os homens passavam para um ocasional beijo ou para fazer um comentário. Quando Carina olhou para o marido, ele sorriu para ela com uma suavidade e um calor que a completavam. Seu casamento errado lhe deu tudo o que sempre sonhou. Seu felizes-para-sempre.

Fim

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