Perdendo-me, Encontrando Você. Losing Me, Finding you TRILOGIA Trplo M Livro 01

C. M. STUNICH

Em breve: Livro 02- Loving me, trusting you C. M. STUNICH

Lrivro 03 – Needing me, waiting you C. M. STUNICH

Envio: Soryu Tradução: Amanda H. Disponibilização: Soryu Tradução e Revisão Inicial: Amanda H. Revisão Final: Grasiele Santos Leitura Final: Marci Souza Formatação: Marci Souza

Sinopse A ideia da Amy Cross de 21 anos de uma excitante noite de sábado é se enrolar com o seu namorado de livro favorito e, furtivamente esgueirar uma garrafa de vinho de sua mãe. Isto é, até que ela conhece Austin Sparks, o garoto motociclista com um passado que queima como fogo e um olhar que ela não pode desviar. Sem saber o que está fazendo ou por que ela está fazendo, Amy acaba na estrada com Austin, viajando de uma cidade para outra enquanto aprende coisas que ela sempre apenas leu em romances. No começo, parece que Austin é a fantasia de Amy que se tornou realidade, mas, conforme a jornada deles avança, ela começa a sentir que Austin está fugindo de algo. Amy sabe que ela vai fazer o que for preciso para ajudá-lo a encontrar-se. O que ela não espera é que ela vai perder-se no processo e quão bom é sentir-se livre.

Atenção O livro possui linguagem que pode ofender algumas pessoas mais sensíveis no que tange a religião.

Dedicatória Ao amável Clube de Leitura Triplo M por todas as suas excentricidades. Obrigado pelos nomes, as sugestões (pervertidas), e pelo contínuo entusiasmo que vocês mostraram a cada livro que leram. O mundo poderia usar muito mais como vocês. Em nenhuma ordem particular, eu dedico este livro a: Melissa, Mireya e Megan (as destemidas líderes do grupo). Jodie, Kimberly, Mint, Brandi, Jen, Amy, Sali, e todas as outras maravilhosas integrantes da Triplo M que me deixaram usar seus nomes. Para os blogueiros de livros que queriam este livro terrivelmente, eles estavam dispostos a esperar. E, é claro, à minha equipe de rua e a minha Tripulação de Gatinhas: Jennifer M., Leanne J. e Marlena F. Eu não poderia fazer isso sem vocês.

Capítulo 1 Amy Eu acordo com um rugido surdo que rapidamente se torna ensurdecedor. O som chocalha as janelas do meu quarto e manda o meu pai em uma fúria implacável sobre esses malditos criminosos, o que eu só posso presumir que se refira às gangues de motociclistas que têm estado zanzando pela cidade recentemente para o show de motos antigas. Meu pai faz isso todos os anos, diz essas coisas todo ano. Eu realmente deveria me mudar. — Amy. - Minha mãe fala, abrindo a porta da mesma maneira que ela tem feito todos os dias desde que eu comecei o jardim de infância. — É hora de se levantar. Vamos nos encontrar com sua tia na igreja para planejar a festa americana 1 no sábado. - Eu sorrio e aceno com a cabeça, seguro a minha língua e me recuso a dizer a ela que uma festa americana planeja-se sozinha. As pessoas levam pratos; outras pessoas os comem. Não há muito que inventar. — Obrigada, mãe. - Eu digo e sopro-lhe um beijo enquanto ela se afasta e se resigna a ouvir o meu pai reclamar. O que ele convenientemente se esquece é que esses “criminosos” compõem uma parcela bastante robusta da economia de verão da nossa cidade. Sem eles, eu não acho que muitas das lojas do centro ainda estariam funcionando. 1

Festa americana é um tipo de festa ou reunião informal onde todos os convidados se prontificam a levar comes e bebes - convidado leva um prato para depois poder compartilhar os pratos com os demais. Em algumas regiões do Brasil, essas festas são chamadas de "junta-panelas".

Eu suspiro e levanto enquanto outra onda de barulho aproxima-se

provinda

da

rodovia.

Movida

pela

minha

curiosidade, eu fico de pé perto da janela e divido as cortinas para que eu possa ter um vislumbre dos homens e mulheres que estão tão fora do meu jeito de ser que eles poderiam muito bem ser alienígenas. Eles usam couro e têm piercings e tatuagens. A estrada é a casa deles e a minha, a minha é esta prisão de três quartos e dois banheiros que é perfeitamente boa, mas tão sufocante que, às vezes, isso me deixa doente. Eu observo a

onda

de motociclistas passarem

e

pressiono a ponta dos dedos no vidro tremente. — Levem-me com vocês. - Eu sussurro conforme eles passam voando e desaparecem ao virar da esquina. Eu imagino qual seria a sensação de simplesmente fugir com eles, experimentar algo novo, algo diferente. Eu balanço a minha cabeça e me viro. Isso não vai acontecer, não comigo. Garotas como eu não envolvem seus braços em torno de homens em couro, montam pedaços enormes de metal que minha mãe se refere apenas como armadilhas da morte, dirigem até cidades onde nós nunca estivemos. Garotas como eu vestem suas regatas amarelas, casacos brancos e suas saias

abaixo

do

joelho.

Nós

pegamos

nossas

bolsas,

espalhamos generosamente algum brilho labial clarinho e nos sentamos no banco do passageiro, enquanto nossas mães falam sobre o bom garoto que acabou de se mudar para a cidade com seus pais. Coitado, eu penso enquanto imagino o destino dele. Ele poderia muito bem ter as palavras “carne fresca” tatuada em sua testa como um daqueles garotos

motociclista. As meninas da minha igreja vão ficar malucas por ele. Afinal, em uma cidade de cinco mil habitantes, não é como se nós tivéssemos muitas escolhas. Eu deveria ir para a faculdade, eu penso enquanto a minha mãe continua a falar em segundo plano. Talvez em algum lugar distante, muito distante. Eu suspiro e sorrio para minha mãe que está dando batidinhas no meu joelho. Como eu disse: eu, covarde. Ponto final. — Estou tão feliz que vocês estão aqui! - Minha tia diz quando sai pela porta da frente da igreja com uma roupa perturbadoramente parecida com a minha. — Nós temos um problema sério. - Ela suspira e faz o sinal da cruz que incomoda a minha mãe porque nós não somos católicos. Minha tia ama as funções da igreja, os bazares de caridade e as fofocas de igreja, mas eu não acho que ela realmente goste da igreja em si. Eu aposto que ela seria duramente pressionada para se lembrar do papel de Jesus em todas as coisas. Eu não estou julgando-a, mas eu acho que ela é superficial e transparente como um pedaço de vidro. Eu sou assim também, eu acho, mas eu desejo que eu não fosse. Eu gostaria de ter alguma substância. Eu ignoro a minha tia e viro um pouco para que eu possa ver a rua principal da cidade colina abaixo de nós. Está absolutamente lotada de pessoas, zumbindo com essa energia selvagem que faz com que os pêlos dos meus braços arrepiem. Eu nunca fui ao show de motos, o que parece estranho, já que eu vivi aqui toda a minha vida. Meu pai, no entanto, sempre me proibiu de ir. Este ano, muito embora eu

tenha 21 anos de idade, não é diferente. Eu realmente deveria colocar o meu pé no chão e avisá-lo que eu sou adulta e posso fazer as minhas próprias escolhas, muito obrigada, mas eu não me senti arrebatada o suficiente sobre qualquer coisa para tomar uma posição. Quando a minha mãe e minha tia começam a se mover para dentro, eu as sigo e me sento à mesa com as outras senhoras do lanche enquanto elas planejam a mesma festa americana que temos a cada mês, aquela que realmente não precisa de nenhum planejamento. Claro que, embaixo da mesa, eu tenho o maior mimo de todos, um que não envolve igrejas, suéteres amarelos ou caçarolas de queijo. Embaixo da mesa, o meu namorado do livro está chupando os meus dedos dos pés. — Eu quero você como eu nunca quis ninguém. - Adam diz para mim enquanto ele beija o arco do meu pé e começa a fazer o seu caminho para cima da minha perna, muito lentamente, provocando a minha pele com os seus dentes, saboreando as minhas coxas com o calor de sua boca até que ele chegue até a minha... — Amy? - Minha mãe diz, acenando com a mão na frente do meu rosto. Eu olho para cima e vejo sete expressões curiosas olhando para mim. — Hmm? - Eu fecho o livro ao redor da minha mão, decidida a mergulhar de volta assim que a situação permita, é a única maneira que eu vou continuar sã. O resto do dia não vai exatamente melhorar visto que nós temos planos de ajudar a minha prima a experimentar vestidos de noiva.

Minha mãe queria esperar até o show de moto acabar, mas Jodie está tendo um casamento forçado pela gravidez (não conte a ninguém de fora da família, por favor) e ela precisa de um vestido para ontem. O casamento será daqui duas semanas afinal, e não há muito tempo. Meu vestido de dama de honra vai ser fúcsia. Eu sei que é. Eu apenas sei. — Você pode fazer seus pãezinhos doces de caramelo 2 para sábado? Aqueles com noz? - Oh. Sim. Pãezinhos doces. Talvez eu possa roubar alguns para mim, colocá-los no meu quarto e preparar-me para o meu encontro quente com Micah, o namorado de livro que eu não conheço ainda, mas estou absolutamente encantada para subir na cama com ele. — Claro. - Eu digo com um sorriso enquanto eu enfio o meu cabelo castanho atrás da minha orelha. É da mesma cor que o tampo da mesa na qual estamos todas sentadas ao redor. Isso é meio deprimente. As senhoras voltam a discutir as cores de toalha de mesa e as disposições das cadeiras na sala de jantar enquanto eu abaixo a minha cabeça e reabro o meu livro. —Foda-me, Adam. - Eu digo enquanto viro e coloco a minha bunda no ar para o prazer visual dele. — Foda-me até que a vaca tussa. Eu resfolego com o riso e mais uma vez consigo chamar a atenção para mim. — Você está rindo de um livro? - Minha mãe pergunta, como se isso fosse muito estranho. Eu sei que ela lê romance também. Ela os esconde do meu pai debaixo da pia no 2

No original, sticky buns: http://sloblogs.thetribunenews.com/andallthetrimmings/files/2010/02/IMG_2853.jpg

banheiro e toma banhos extra-longos para que possa terminá-los. Eu balanço a minha cabeça e limpo a minha garganta. — Não, eu só tinha alguma coisinha na minha garganta. - Eu gesticulo vagamente ao redor da área do meu pescoço e tento ficar sorrindo. Eu consigo desviar a atenção delas, sair pela porta e entrar no carro sem maiores incidentes. — Eu duvido que nós sejamos capazes de encontrar uma vaga no estacionamento. - Minha mãe diz com um suspiro enquanto nós prosseguimos no caminho de volta para a cidade, minha tia seguindo muito perto atrás de nós. — Talvez eu tenha que deixá-la na porta para que Jodie saiba que estamos aqui. Você sabe como sua prima tem estado mal-humorada ultimamente. — Sim, eu penso, porque ela está grávida de três meses. Eu sorrio e tento não pensar sobre o corpo deliciosamente sexy de Adam. Eu estou quase terminando com ele, por isso, eu trouxe um extra. Daniel está pronto e esperando dentro da minha bolsa eu terminar esses últimos capítulos. — Tudo bem, mãe. - Eu digo com um sorriso alegre que rapidamente se transforma em uma boca aberta quando nós chegamos ao primeiro semáforo no centro da cidade e nos encontramos em um mar de personagens pitorescos que fazem

pequenas

gotas

de

suor

aparecem

entre

as

sobrancelhas da minha mãe. — Está tudo bem. - Eu digo a ela antes que ela comece a hiperventilar. — Eles são apenas pessoas. - Minha mãe escarnece.

— Pessoas sem Deus. - Ela diz, e eu não a corrijo. Não há sentido. Um cara com uma tatuagem de pentagrama acabou de passar e por mais que eu saiba que poderia significar qualquer coisa, minha mãe acha que é o sinal do Anticristo. — Você tem o seu spray de pimenta em sua bolsa? - Eu o tirei para acomodar Daniel, mas eu assinto com a cabeça e lhe digo que sim, eu tenho. Eu preciso de um ereader, eu penso enquanto imagino carregar milhares de livros na minha mão. Meu pai se recusa a comprar um para mim, dizendo que dispositivos digitais como esses são portais para o inferno em si mesmos. Ele me deixou ter um computador, mas ele desconecta o Wi-Fi à noite. Eu realmente deveria me mudar. — Vá direto para dentro e não fale com ninguém. — Tudo bem, mãe. — E, por favor, não deixe Jodie experimentar qualquer coisa que você saiba que não vai caber. Você sabe quão malhumorada ela tem estado ultimamente. — Tudo bem, mãe. Minha mãe para no meio-fio e me deixa na multidão de pessoas. Eu posso ver que ela não quer me deixar lá, mas que ela tem mais medo da ira de Jodie do que dos fanáticos por motocicletas. Eu teria que concordar com isso. Eu sigo em direção à porta da frente da loja de noivas e, em seguida, paro. Minha mãe não está olhando, Jodie não sabe que eu estou aqui ainda. Agora é a minha chance de olhar em volta, apenas dar uma olhada nas motos. Não vai demorar muito, afinal, há toda uma fileira delas estacionadas no final deste

quarteirão, logo atrás dos sinais vermelhos e da fita amarela que proíbem os carros a partir deste trecho da estrada. Eu olho por cima do ombro para me certificar de que minha mãe concluiu o retorno e começou a descer a rua. É bastante óbvio que eu não me encaixo aqui, o que é uma sensação estranha. Eu sou a sua típica menina americana branca de classe média, com olhos azuis e cabelo castanho claro, mas eu sou aquela que está atraindo olhares e sobrancelhas levantadas. Algo sobre isto é emocionante para mim, me faz manter a minha cabeça erguida e empertigar-me como se eu fosse algo especial. Em vez de me misturar na multidão, eu estou me destacando. Fantástico. Eu paro ao lado de uma grande motocicleta azul com metal que brilha como o lago no verão, reflete a luz do sol no início da tarde no meu rosto e me faz olhar de soslaio. Eu me curvo para ler a placa. — Você gosta de Kings Road 3, linda? - Uma voz diz atrás de mim, e eu giro para encontrar um homem de pé muito perto da minha traseira. Minha bunda, eu me corrijo. Você é uma adulta, você pode dizer isso. — Hum. - Meus olhos estão olhando diretamente para uma camiseta preta esticada sobre um peito largo, e eu tenho que inclinar meu queixo para cima para encontrar o rosto do homem com o corpo mais incrível desde sempre. Ai. Meu. Deus. Ele se parece com o meu namorado do livro! — Eu, uh, é bonita. - Eu digo, o que faz o Sr. Motocicleta rir.

3

Um dos vários modelo de Harley Davidson – notória marca de motocicletas.

— Bonita? - Ele diz com algum tipo de sotaque sulista que eu não consigo identificar. — Eu nunca ouvi alguém descrevê-la assim, mas eu acho que você está certa. Ela é uma puta fodidamente quente. — D-desculpe-me? - Eu digo, chocada com a linguagem deste homem, e com a sua cascata de cabelo loiro claro, seus olhos castanhos escuros que até agora estão varrendo o meu corpo como se eu fosse uma das motos a venda. Ele lambe os lábios e anda para ainda mais perto de mim. — E-ela? - O Sr. Motocicleta ri novamente e eu salto. Eu não posso evitar. Eu nunca estive tão perto de um homem, muito menos de um braço cheio de tatuagens e músculos que estão escorregadios e úmidos pelo sol quente no céu. — Não pode muito certamente ser um cara, certo? A única coisa na qual eu estou disposto a montar através do país é uma garota. - Ele pisca para mim, mas eu não consigo responder, não com ele tão perto de mim. Minha garganta acabou de se fechar e minha boca está seca. — Hum, bem. - Eu digo e a minha voz sai como um sussurro. O homem, que tem o rosto mais bem esculpido que eu já vi, estende a mão e roça os dedos em meu braço, me fazendo tremer. — Se você gostar disso baby, eu poderia mostrar-lhe a minha. - Ele diz e eu tenho que piscar várias vezes antes que eu possa responder. — A sua? — Minha moto, linda. Você quer vir ver? — Eu... - Eu vejo a minha mãe virar a esquina no fim do

quarteirão e reflexivamente estendo a minha mão para o enorme bíceps do Sr. Motocicleta. Meus dedos se enrolam ao redor de sua carne dura e todo o meu corpo entra em chamas. Oh. Meus romances de repente fazem muito mais sentido. Minha pele fica quente e corada, como se pudesse conduzir eletricidade. Eu olho para o rosto dele e vejo que ele está olhando para mim como se ele fosse o predador e eu, a presa. — Eu... Eu tenho que ir. - Eu digo quando passo ao redor dele e começo a voltar para o final do quarteirão em um ritmo ainda mais rápido do que eu vim. — Espera aí. - Diz o homem com os olhos escuros e crânios em seu braço. Ele agarra meu pulso e me gira ao redor. — Você está na cidade por causa do show? - Ele pergunta enquanto eu agarro a minha bolsa no meu peito e tento não desmaiar. Está muito quente aqui fora, e a minha pulsação está batendo no meu pescoço como uma coisa viva. — Eu moro aqui. - Eu sussurro e ele me libera com um sorriso malicioso e indecente que me dá todos os tipos de sensações estranhas no meu intestino. — Por quê? — Bem... -

Ele diz com um olhar por cima do meu

ombro. — Eu pensei que você talvez quisesse tomar uma bebida ou algo assim? — Hm. - Eu roubo um olhar para o fim do quarteirão e vejo que embora a minha mãe tenha sumido, minha tia está me olhando como se eu estivesse possuída. Uh oh. — Eu tenho que ir. - Eu começo a me afastar, mas ele me alcança e me agarra pelo braço, firme, mas não forte. Eu tremo. — Vamos lá, linda. - Ele diz. — Diga-me o seu nome.

— Amy. - Eu digo baixinho, bem baixinho. — Amy Cross. — Austin. - Ele diz, e é isso. — Agora, Amy, eu não vou deixar você ir até que você prometa me encontrar aqui hoje à noite para uma bebida. - Eu olho nos olhos escuros deste homem e sinto que estou caindo e queimando ao mesmo tempo. Duas lindas, lindas maneiras para morrer. Minha tia está vindo em nossa direção, e eu posso ver que ela está cavando em sua bolsa. Ela provavelmente tem seu spray de pimenta na mão. Ou uma cruz. Eu tenho que sair daqui. — Eu... - Austin não parece com o tipo de homem que gosta de ouvir a palavra não. — Ok. - Eu digo e ele me libera com um sorriso. — Sim? Tudo bem, talvez às seis? – Eu assinto com a cabeça só para ficar longe dele, nunca pretendendo cumprir com o meu papel nesta barganha unilateral. — Vejo você, então, garota bonita. Eu me viro e corro todo o caminho de volta para a loja de noivas.

Capítulo 2 Austin — Que diabos foi isso? - Mireya me pergunta enquanto envolve seus longos dedos em volta do meu bíceps e respira seu hálito quente contra a minha pele. Eu observo a pequena bunda durinha de Amy enquanto ela alcança uma velha senhora em um chapéu de sol e começa a explicar as coisas com as mãos. Por que garotas assim sempre gesticulam tanto? Isso acaba comigo. — Apenas uma garota que eu convidei para beber algo. Eu conto a Mireya quando eu giro para encará-la e agarrá-la sob o queixo. Ela é exótica, com cabelos escuros e malhumorada. Ela também curte coisas que têm a capacidade de surpreender até a mim. — Se você transar com ela, eu posso olhar? - Mireya pergunta conforme envolve seus braços em volta da minha cintura e esfrega seus seios contra o meu peito, fazendo-me duro como uma rocha no meio da maldita rua. Ou talvez seja porque eu ainda estou pensando na pequena senhorita Amy com seus olhos azuis aguçados pra cacete e seu corpo arredondado inclinado sobre a moto, a bunda no ar como se estivesse esperando por isso. Eu sorrio. — Claro. - Eu digo a Mireya, agarrando seus quadris e encarando um cara no fim do quarteirão. Ele está verificando a bunda dela, e isso está me irritando. O que posso dizer? Eu sou um filho da mãe possessivo. — Ela pode ser difícil de

fisgar. - Eu digo, embora eu esteja fodendo com Mireya um pouco. Eu não quero apenas para fisgar Amy. Eu quero possuí-la. — Por que isso? - Mireya pergunta enquanto fica na ponta dos pés e beija meu pescoço. Ela está com este perfume que não falha em me excitar, nem mesmo depois de todos esses anos. Mireya e eu nos conhecemos há muito tempo. Eu acho que ela se casaria comigo se algum de nós curtisse isso, mas eu não sou exatamente o tipo que se casa. — Aposto cem dólares que ela é virgem. - Eu digo a ela enquanto passo meus dedos pelo seu cabelo escuro e beijo-a forte. Ela tem lábios que poderia domar um puma, essa menina consegue. Eu me afasto e agarro Mireya pela mão. Eu podia ter um encontro com Amy esta noite, mas isso não significa que eu não posso ter um pouco de diversão com Mireya até lá. — Mas eu sei que você não é. - Eu digo, e ela sorri

para

mim,

seus

espertos

lábios

curvando-se

maldosamente nos cantos. — Não, a menos que você queira que eu seja. - Ela sussurra, puxando a minha mão até a sua boca quente e mordendo meu polegar suavemente. Os olhos escuros de Mireya me atraem e tecem uma teia em volta de mim. Ela é fodidamente gostosa. Não é à toa que ela sempre foi a minha amante favorita. — Se você curtir inocentes, pequenas garotas do sul, eu tenho um par de botas de cowboy que eu poderia usar para você. - Ela pausa. — Com nada mais. - Eu sorrio e a puxo para frente, envolvendo meu braço em torno da cintura dela.

— Parece bom, para mim, linda. - Eu digo conforme ela me segue de forma obediente até o outro lado da rua e em direção às portas do nosso hotel. Eu não posso dizer que estou surpreso quando somos interrompidos. — Você! - Uma voz grita de rua abaixo, e eu viro para encontrar a velha senhora de chapéu amarelo assalto esbravejando na minha direção, a bolsa em uma das mãos, uma lata preta na outra. Maldição. Eu estive por aí tempo suficiente para conhecer uma lata de spray de pimenta quando vejo um. Amy está correndo junto atrás da mulher, com uma das mãos protegendo seu rosto da rua e a outra puxando a jaqueta rosa da mulher. Eu solto o meu braço da cintura de Mireya subitamente, como se eu tivesse medo de assustar Amy. Merda, Austin, se a garotar não puder lidar com isso, deixe-a ir. Eu mantenho o meu braço ao meu lado. — Sim? - Eu pergunto enquanto Mireya suspira e relaxa, afastando-se da cena do crime e indo até um bando de caras sem camisa que estão pairando um pouco perto demais da moto dela. Ela não gosta de se envolver em minhas desavenças. Não quer dizer que há um monte, mas eu tenho sido conhecido por iniciar alguns problemas. — Alguma coisa errada, Ruivinha 4? - Eu pergunto à senhora enquanto ela remove o chapéu e revela uma cabeça de desalinhados cachos laranja. Eu teria pensado nela como a mãe de Amy, mas não há nenhuma maneira que estas duas sejam proximamente relacionadas. Amy tem aquele longo cabelo 4

No original, a autora escreveu “gingersnap” que é um biscoito de gengibre. Mas, “ginger” também significa ruivo-alaranjado – o que é mais apropriado visto o contexto.

suave que é perfeito para puxar. Quando eu a vejo olhar para mim com uma expressão sofrida, eu só quero estender a mão e envolver seu cabelo em torno de meu punho, puxá-la até mim e tomar aqueles lábios sensuais entre meus dentes até que ela grite meu nome. — Com licença! - A velha senhora bufa enquanto acena a lata preta na minha cara. Eu não recuo. Estes idosos do Sul são duros como couros, e eu não estou de forma nenhuma pronto para enfrentar uma senhora cujo sangue corre com o fogo do sol e da terra, não senhora. — Mas você precisa manter suas mãos em si mesmo. Se eu o vir tocando a minha sobrinha novamente, eu talvez sinta a necessidade de ligar para o xerife e dar-lhe uma sugestão. É ruim o bastante nós termos que aturar a sua gente ano após ano, mas isso não lhe dá o direito de perseguir a minha família! Eu respiro fundo e tento controlar a minha raiva. Se a Velha Senhora Ruivinha fosse um homem, eu teria batido nela. Na situação atual, ela é uma bonitinha senhora com olhos como fogos de artifício e uma língua afiada. Um pouco de respeito pode ajudar bastante, desde que seja aplicada em todos os lugares certos. — Você está certa. - Eu digo a ela, embora meus olhos estejam todos para Amy. Eu não acho que ela saiba quão gostosa ela está naquele pequeno suéter. Se fosse por mim, eu o rasgaria para fora de seus ombros, jogaria contra este muro e lhe mostraria um bom momento de verdade. Amy parece que está precisando de um pouco de diversão. Seu pescoço está tenso e seus olhos vagueiam em todas as

direções para que ela não tenha que olhar para mim. Ela não está com medo. Oh não, não esta pequena adorável. Ela está excitada. Eu posso praticamente cheirar sua excitação, sua curiosidade. Esta é uma garota que esteve morrendo de vontade de sair por algum tempo, e é apenas uma questão de tempo até que ela acorde para o fato. Talvez eu possa ajudála com isso um pouco? — Eu não tinha o direito de tocar na senhorita Amy aqui. Se você puder aceitar as minhas mais profundas desculpas. - Eu estendo a mão e agarro a mão da Velha Senhora Ruivinha, pressionando-a nos meus lábios para um beijo. Ela cora, mas ela não me pulveriza com a lata dela, o que é uma outra espécie de euforia. Não há nada pior do que ficar pulverizado no rosto com essa merda. — Eu gostaria de compensar a pobre senhorita Amy ao levá-la para sair esta noite. — Eu já lhe dei a minha resposta. - Amy sibila enquanto solta a sua mão e dá uma respiração profunda como se ela estivesse se preparando para problemas. Seus olhos azuis finalmente travam no meu rosto e seguram o meu olhar sem pestanejar. Há muito mais na doce e pequena Amy do que parece à primeira vista. Ela está me dizendo que sim, mas está dizendo não a tia dela. Garota inteligente. Eu não sou normalmente o tipo de cara que tias aprovam. Elas querem foder comigo, talvez, mas eles não aprovam. Nuh uh. — Vamos lá, Megan. - Ela diz para a tia que finalmente colocou o spray de pimenta para longe com um suspiro. — Vamos antes que Jodie tenha um chilique. - Amy começa a se afastar, mas ela mantém os olhos nos meus até o último

segundo possível. Quando ela finalmente rompe o contato, eu tenho uma reação quase que física para ir atrás dela. Quão fodidamente estranho é isso? — Primeira vez que eu vejo você derrotado por uma senhora de idade. - Mireya fala quando volta tão rapidamente quanto foi embora. Eu não diria que ela é do tipo ciumento, mas talvez ela possa perceber que eu gosto de Amy. Bastante. E eu não tenho idéia do por quê. — Bem... - Eu digo enquanto ponho um cigarro na minha boca e pego Mireya em meus braços. — Você nunca esteve contra uma Velha Ruivinha como esta. Você é do Norte, portanto, você não tem idéia de como estas senhoras do sul são. — Oh? - Ela pergunta enquanto se inclina e beija o meu pescoço. — E você não acha que eu sou uma vadia durona? Por que você não me deixa provar isso? - Eu emaranhado meus dedos em seu cabelo e puxo sua cabeça para trás, para que eu possa dar uma boa olhada nela. Oh, sim. Mireya é gostosa, não há dúvida sobre isso. Por que diabos, então, eu estou pensando em Amy Cross quando eu começo a beijá-la?

Capítulo 3 Amy Minha tia e eu caminhamos silenciosamente de volta para a loja de noivas, parando apenas fora da porta para que Megan possa colocar-se sob controle. Ela está tão brava que seu rosto está vermelho como os tomates grandões que ela cultiva na frente de seu quintal. — Amy... - Ela começa, e o suor que está correndo pelas minhas costas em pequenos riachos se torna frio como gelo. — Não conte a Mamãe. - Eu digo, enojada com o som da minha própria voz. Não conte a Mamãe? Eu sou velha o suficiente para andar diretamente através das portas do único bar da cidade e pedir uma bebida com um nome sujo. Por que eu me importo com o que minha mãe pensa? O problema é, no entanto, o que eu me importo. Eu de fato me importo. Tia Megan suspira e passa sua mão pelos seus cachos vermelho-alaranjados. Ela parece mais do que apenas com raiva, quase... Confusa? Eu pisco para ela e me pergunto se ela está sentindo o mesmo formigamento em sua pele que eu estou. O homem é como uma feiticeira. Eu tento olhar sorrateiramente a rua para que eu possa pegar outro vislumbre dele. De Austin. Ele está longe de ser visto. Eu tento não me sentir decepcionada e concentrar-me de novo na minha tia que está ajustando o seu chapéu de sol e apertando seus pequenos lábios em uma fina linha reta.

— Há uma razão pela qual o seu pai prega contra esse evento. - Tia Megan diz, e eu tento não suspirar de alívio. Eu posso perceber pelo seu tom suave que ela não vai dizer uma palavra para a minha mãe. — Lembre-se, você foi criada na casa de Deus. - Eu assinto incerta quanto ao que essa afirmação tem a ver com a situação atual e coloco um sorriso falso no meu rosto. — Obrigada, Tia Megan. - Eu lhe digo enquanto ela funga e seus olhos deslizam para baixo, para a calçada. Ela percebe que eu a observo e mete seu spray de pimenta de volta na bolsa, agarrando o meu pulso e virando para me arrastar para a loja de noivas. Eu ouço a minha prima, Jodie, antes de vê-la. — Eu estou tão gorda! - Ela geme, e eu tenho que tentar o meu melhor para manter minha expressão neutra. Em toda a realidade, eu quero sacudir a minha prima e gritar para ela: Você não está gorda, você está grávida, porque você e Kyle ficaram com muita vergonha de comprar preservativos na farmácia. — Jodie, doçura. – Minha tia assobia, deslizando para dentro no cômodo e tomando o lugar da minha mãe que se afasta de Jodie e sacode a mão, como se talvez a minha prima estivesse apertando-a

forte demais.

Ela

me olha

com

curiosidade, mas não diz nada. Eu sorrio para ela e sento em uma das cadeiras laranja de plástico que circundam o espelho no qual a minha prima está fixada, virando de um lado para outro, examinando seu corpo em transformação com olhos críticos. Na realidade, ela é, provavelmente, ainda

um tamanho 36, o que dificilmente é gorda. Eu não digo nada, esperando pacientemente a minha prima me notar e declarar que eu vou vestir uma monstruosidade fúcsia de tafetá. Afinal, eu sou sua única dama de honra, por isso, é justo que eu pareça terrível. — Eu odeio a minha vida. - Jodie geme, caindo no sujo carpete azul da loja como um saco de batatas velhas. O canto da boca contrai-se, mas eu o forço de volta à quietude. Meu pai uma vez disse que ele teve a sorte de ter uma filha como eu: calma, passiva e tranquila. Ele disse que eu era como o lago em um dia de verão, sem vento, sem chuva, sem nuvens. Sem graça, eu penso enquanto a minha mente volta direto ao Sr. Motocicleta. Não há nenhuma maneira que eu poderia sair com ele, nem mesmo se eu quisesse. Especialmente se eu quisesse. A noite só iria acabar mal quando ele percebesse que a experiência mais emocionante da minha vida foi quando eu tive minhas amígdalas removidas na sexta série. Isso supondo que eu pudesse sair de casa sem os meus pais quererem saber onde eu estava indo, por que, quando eu iria estar de volta e todos os outros absurdos do tipo. Eu suspiro. Jodie para com seu ataque verbal autodepreciativo para olhar para mim, fungando e limpando os olhos azuis com as costas da mão. Seu cabelo está penteado no alto da cabeça, parecendo um rolinho de canela, todo enrolado em si mesmo e ela realmente parece muito bonita no vestido branco sem alças, o qual ela está sujando no chão com o seu chilique. Nós olhamos uma para a outra por um momento antes de ela

dar um sorriso fungado, reunir o tecido amassado em sua mão e se levantar. — Amy. - Ela diz, estufando o seu peito para fora como um pavão. — Eu tenho algo para lhe mostrar. Pelo menos alguém vai parecer magra e bonita no meu casamento. - Eu observo quando ela desliza pelo chão e para ao lado de um vestido inspirado nos anos oitenta... Fúcsia. Eu odeio estar certa algumas vezes. Jodie arranca o vestido da prateleira e gira em torno. Os laços turquesa nos quadris agitam-se como asas. Não. Eu engulo em seco e sorrio. — É bonito. Jodie guincha e praticamente joga o vestido em mim. — Experimente! - Diz ela, batendo palmas e parando para arrumar o cabelo no espelho, fazendo beicinho e piscando seus cílios. Jodie apenas diz que pensa que ela está gorda e feia, ela é realmente muito narcisista. Eu me levanto com a monstruosidade pendendo em minhas mãos em tafetá e cetim, e tento não vomitar. Eu tento me distrair ao fantasiar sobre Adam e os outros namorados de livro, mas acabo pensando no Sr. Motocicleta novamente. Se, por algum milagre de Deus, você fosse capaz de esgueirar-se para fora e esse tal cara Austin, o que você até mesmo iria vestir? — Você precisa de ajuda para entrar no vestido? Minha mãe pergunta, como se eu fosse incapaz de fechar o zíper de um vestido por mim mesma. Eu balanço a minha cabeça e desapareço por trás das cortinas nos fundos. Eu penduro o vestido no gancho que está preso torto na parede e

me pergunto se a Sra. Hall, a proprietária, sabe o que as palavras “orgulho de dono” representam. Eu tiro os meus sapatos, para que pareça que eu estou realmente fazendo alguma coisa aqui e abocanho mais alguns parágrafos do meu livro, deslizando-o em silêncio para fora da minha bolsa e segurando em uma das mãos enquanto eu deslizo o meu suéter para fora do meu ombro direito com a outra. — Você não pode me deixar aqui, contorcendo-me numa agonia feliz para sempre. - Eu sussurro para Austin. Eu paro e balanço a cabeça, releio a frase mais uma vez. — Você não pode me deixar aqui, contorcendo-me numa agonia feliz para sempre. - Eu sussurro para Adam. Opa. Estou começando a projetar o Sr. Motocicleta no meu livro. Nada bom. Eu absolutamente não posso sair com ele hoje à noite. Só iria acabar comigo adicionando outro nome para a minha lista de amantes de fantasia, só que este seria uma pessoa real. E ele só estaria na cidade pela semana. Ao contrário de Adam, Daniel e Micah, os quais eu poderia visitar a qualquer hora que eu quisesse, Austin era uma figura temporária. — Eu mandei uma mensagem para Kyle esta manhã e ele não, respondeu. Você não acha que ele está me traindo, não é? - Jodie começa a lamentar quando eu me sento no único banco da área de troca e deixo a minha mente ir. Esta é engolida pelo livro em apenas algumas frases curtas e, de repente, eu já não estou aqui, estou lá. Você não ama ler? — Eu não posso ficar. - Ele sussurra de volta, cobrindo meu queixo com as mãos e inclinando meu rosto para o dele.

Nossos lábios roçam delicadamente e meu coração espirala para baixo da minha barriga. Por que, depois de todas as noites maravilhosas que passamos juntos, ele quer me deixar? Eu deveria ter sabido não confiar em um homem que conheci em um bar. — Mas por quê? Você não está sendo honesto comigo, não é? - Adam ri amargamente e se desvia por um momento. Quando ele olha de volta para mim, seus olhos são quentes e cheios de paixão. — E se eu lhe desse uma última noite para se lembrar de mim? - Ele diz e, em seguida, sem esperar por uma resposta, empurra-me contra a parede e levanta a minha saia, posicionando seu pau duro contra a minha abertura. Eu tento protestar, mas... Mas alguém está a tentar espreitar para dentro da cortina. Eu rapidamente enfio o livro debaixo do meu suéter (tomando cuidado para não enrugar a capa) e arranco a minha camisa, de modo que eu não tenha nada cobrindo a minha metade superior, além do meu muito sem graça, sem renda, de muito bom gosto, sutiã bege. — Está tudo bem por aqui? - Minha mãe pergunta, sorrindo para mim com a boca, mas não com os olhos. Estes permanecem irritados e continuam movendo-se de volta para Jodie como se, talvez, Mamãe quisesse dar um tapa nela tanto quanto eu queria. — Tudo bem. - Eu digo, e ela se retira tão rapidamente como veio. Eu suspiro certa de que o choramingar da minha prima vai encobrir o som, e levanto-me. Minha saia cai no

chão em uma poça de tecido creme e deixa a minha calcinha de muito bom gosto, muito maçante, sem renda e bege acessível para o espelho capturar e refletir de volta para mim. Eu me viro para o reflexo e encaro o meu queixo pontudo, meus olhos redondos, meus lábios suavemente entreabertos. Eu não aparento ter 21 anos, eu penso enquanto solto uma alça do meu sutiã por cima do meu ombro e tento fazer uma cara sexy no espelho. Dezesseis anos, talvez? Minha cara de mulher sedutora realmente me faz parecer grotesca, por isso, eu paro de fazer isso e jogo meu sutiã no chão antes de pegar o vestido dos anos oitenta e vesti-lo antes que eu possa convencer-me do contrário. — Oh meu Deus! - Jodie grita quando eu saio de trás da cortina e me forço a sorrir enquanto minha prima pega a minha mão e me gira num círculo lento. — Você está absolutamente deslumbrante! - Eu pareço uma Barbie Malibu demente. — Obrigada. - Eu digo suavemente, minha voz tão colorida como uma tigela de cereal matinal do meu pai. Minha mãe e eu acabamos cruzamos os olhos, e eu posso ver que ela sabe que eu estou desconfortável no vestido. Sinto muito, ela articula silenciosamente, da mesma forma que ela faz quando eu sou pega em um dos sermões do meu pai como uma mosca em uma teia. E, nessa mesma forma, ela não faz nada para me ajudar. Jodie rapidamente se cansa de mim e volta a correr os vestidos através das prateleiras de metal com um horrível som de arranhado que faz os dentes doerem. Eu olho para a

janela da frente da loja com ânsia, observando as pessoas passarem em seus couros, correntes e peles com tinta. Alguns olham para dentro da loja, mas seus olhos passam por cima de mim, com vestido anos 80 e tudo. Eu fico parada lá, e desejo que algo aconteça, qualquer coisa. Talvez uma moto pudesse vir voando pela janela? Ou talvez uma briga pudesse começar lá fora, algo com pé de cabra e muitos grunhindo e xingamentos? Ou talvez Austin pudesse passar por aqui e me dar outra visão daqueles músculos tensos, o suor escorrendo pelas linhas de seus bíceps, pingando no cimento e chiando? Suspiro novamente e toco no ombro de Jodie. Ela gira para me encarar com um olhar confuso em seus olhos, como se talvez ela tivesse esquecido que eu estava lá, também. — Eu acho que eu vou tirar o vestido. - Eu digo. — Não gostaria de arruiná-lo antes do grande dia. Sem esperar pela resposta dela, eu começo a me afastar. E, então eu, o vejo. De pé na janela. Eu vejo o Sr. Austin Motocicleta. Eu o encaro por um longo, longo tempo, perguntando se é minha imaginação (eu tenho uma muito vívida, muito obrigada), ou se ele está realmente lá. Austin dá um sorriso, bonito e grande, exibindo-me belos dentes em uma boca de certo modo torta, uma que tem uma minúscula, pequenina cicatriz do lado direito, fazendose apertar um pouco quando ele articula algo para mim. Eu

não respondo, eu só olho. Eu fico olhando e olhando e olhando. Eu faço isso por tanto tempo que minha tia, minha prima e minha mãe todas viram para dar uma olhada. Assim como eu tinha imaginado, Austin tem suor escorrendo na testa e braços, persuadido, de sua pele pelo sol de verão, brilhando esplendorosamente na luz no início da tarde. Eu tento não olhar para uma gota que desliza para baixo da ponte de seu nariz e pendura-se ali, de alguma forma tentadoramente. Eu tremo e balanço a cabeça, tentando clarear meus pensamentos e me controlar. Eu pisco, e quando eu abro os meus olhos, Austin se foi. Os sinos que ficam na porta da frente soam, e eu tenho que reprimir uma mistura de medo e excitação. Ele está vindo para dentro.

Capítulo 4 Austin “Oh minhas estrelas fodidas, a pequena Amy Cross”, eu penso enquanto entro na loja de noivas e paro com as minhas mãos em meus quadris e um sorriso no rosto. Eu não posso evitar, ela parece tão malditamente fofa no seu horroroso vestido roxo. — Ei, linda. - Eu digo, captando um vislumbre de Mireya fora da janela frontal. É claro que ela me seguiu até aqui. Eu parei no meio do beijo para mover a minha bunda até o fim do quarteirão e descobrir onde diabos eu tenho que encontrar essa garota hoje à noite. Acho que este pensamento meio que escorregou da minha mente antes. Talvez eu estivesse muito focado naqueles grandes olhos redondos e naqueles lábios carnudos que ela enfia entre os dentes à menor provocação, os que me dizem que não há nenhuma maneira que essa garota seja tão angelical quanto parece. — Com licença? - Alguma senhora pergunta à minha esquerda. Eu olho para ela. “Ai caramba, aí está à mamã”e, eu penso quando observo o cabelo castanho, o rosto em forma de coração, os lábios franzidos. — Quem é você? Mamãe parece horrorizada. Eu sorrio e estendo a mão para o meu chapéu imaginário; boas maneiras são muito mais fáceis com um chapéu do caralho. — Com licença, senhora. - Eu digo, e eu viro o meu

olhar de volta para Amy que inclinou a cabeça para o lado, o cabelo caindo em uma onda de seda por cima do ombro. Ela parece um pouco muda, e se eu for honesto comigo mesmo, eu também estou.

“ Que diabos você está fazendo aqui,

Austin Sparks? Merda. Se você não parecia um imbecil antes, você certamente parece agora”. Eu faço o meu melhor para inventar uma mentira na hora. Infelizmente, eu sou muito bom com isso. As palavras saem da minha boca como a mais pura verdade de Deus. — Eu queria dar a senhorita Amy aqui um folheto, apenas no caso de ela ter falando sério sobre sua oferta. - Eu estou tentando ser sutil aqui, mas quando vejo Amy encolher, eu percebo que eu fodi as coisas regiamente. Eu molho meus lábios e retiro o folheto amassado que está enfiado no meu bolso de trás. A Senhorinha Ruivinha está lentamente estendendo a mão até sua bolsa, sem dúvida, preparando-se para jogar spray na minha cara, e há uma garota magricela em um vestido de noiva olhando para mim com olhos lacrimejantes e lábios trêmulos. Eu pego uma caneta do frasco sobre o balcão e rabisco o nome do bar que fica em frente do meu hotel. — Você pode me encontrar aqui, se você ainda quiser comprar a moto. - Eu me movo lentamente em direção à Amy, tentando o meu melhor para não assustar sua família. Elas todas estão olhando para mim como se eu fosse um fantasma ou algo assim, observando-me com expressões vigiadas e dedos vacilantes. Eu odeio dizer isso, mas estas senhoras precisam sair mais. Se elas acham que eu sou assustador, eles deviam encontrar Beck, ele realmente as aborreceria.

Amy pega o folheto de mim com uma mão firme e encontra meus olhos com os dela, atraindo-me para aquele rosto, aqueles lábios, aquela bonita pele pálida. “ Merda, porra, e foda-se, essa garota me tem laçado fortemente”. Eu deixo meus dedos roçarem os dela e não consigo evitar o sorriso que rasteja através de minha boca quando ela treme. — Moto? - A Mamãe está perguntando em uma voz alta e estridente que me diz que eu realmente já esgotei as minhas boas vindas. Eu tiro o meu chapéu imaginário novamente, dou a Amy uma piscadela e fujo de lá antes de chegarem os policiais ou os clérigos atrás da minha bunda. Mireya não parece feliz. — Que diabo foi isso? - Ela pergunta, balançando seus cabelos escuros sobre um ombro e beliscando seus lábios vermelhíssimos de forma tão apertado que a pele de seu rosto franze. Eu encolho os ombros já que eu realmente não sei a resposta para essa pergunta. — Nós nunca discutimos onde nos encontrar. — Não foi isso que eu quis dizer. Eu paro na beira da calçada e olho para o sol. “Merda está quente aqui.” — Eu sei. Mireya e eu continuamos andando, mas ela rapidamente me ultrapassa e desaparece na escuridão fria do lobby do hotel com nenhuma indicação de que ela quer que eu a siga desta vez. Eu nem sequer tinha tido uma bebida com a menina ainda e Mireya Sawyer já não era um fã de Amy

Cross. Eu esfrego a minha mão ao longo da barba em meu queixo e me pergunto se eu deveria me barbear. — Ei, idiota. - Gaine diz atrás de mim. Eu não me viro para olhar para ele, ao invés, mantendo o meu olhar sobre a multidão crescente e as linhas de metal brilhante que seguram o meu coração em um laço mais forte do que qualquer menina jamais poderia segurar. Há muitos MCs 5 aqui, cores voando6, inspecionando as motos uns dos outros, juntamente com toda uma horda de curiosos e idiotas tentando descobrir o que nós estávamos fazendo. As pessoas de couro sabem como manter distância, mas o resto das pessoas, aquelas em cáqui e suéteres, que não tem um pingo de maldito senso no sol quente, esses são os únicos que continuam tocando e pondo suas mãos onde não pertencem. — Eu vi você entrar naquele lugar de vestidos no fim do quarteirão. Você e Mireya têm algo acontecendo que você quer me contar? — Sim, claro. - Eu gargalho enquanto Gaine chega ao meu lado e enfia as mãos nos bolsos. — Você pode imaginar Mireya em um vestido branco com um monte de flores em seu cabelo? — Apenas no mesmo momento que imagino o mundo entrando em colapso. - Ele diz, e ele não está brincando, apenas afirmando um fato. Mireya está mais confortável em uma jaqueta de couro, com seu cabelo chicoteando ao vento e uma moto customizada metida entre suas doces coxas do que ela jamais estará como a esposa de alguém. Até mesmo o 5 6

Clube de Motoqueiros fora da lei. Cada MC tem suas “cores” que são os coletes ou roupas com o símbolo do grupo.

pensamento me faz rir. — Cristo fodido. - Eu digo enquanto puxo a minha camisa suada para longe do meu peito e me pergunto se todo o tempo que eu tenho passado no Norte está ferrando com a minha resistência natural ao calor. Eu costumava viver por um clima assim. Eu olho para Gaine e fico feliz de ver que ele parece, pelo menos, estar com tanto calor como eu, o suor escorrendo entre suas sobrancelhas grossas e para baixo da ponte pinçada de seu nariz. Ele passa a mão pelo cabelo escuro, ajusta seu colete de couro como se ele não pudesse esperar para tirar a maldita coisa. — O que você estava fazendo, então? - Ele me pergunta enquanto nós dois nos inclinamos contra as paredes de tijolos do hotel e Gaine coloca um cigarro na boca. Ele me oferece um, mas eu recuso. — Você tem uma operação de mudança de sexo programada que eu deveria saber? - Eu resfolego, mas eu não lhe respondo imediatamente. Eu poderia apenas lhe dizer que eu estava correndo atrás de uma garota. Isso, Gaine poderia entender, mas, por incrível que pareça, isso não é exatamente como me sinto. Eu não apenas quero conhecer mais sobre essa garota, eu preciso. Eu quero levá-la para cama e fazê-la minha e, em seguida, na manhã seguinte, eu quero fazer tudo de novo. Normalmente, eu gosto simplesmente de me levantar e ir embora. — Apenas tentando organizar uma ideia. - Eu digo, e é a vez de Gaine resfolegar para mim. — Em uma loja de vestido? — Loja de noivas.

— Que porra é essa. Como você até mesmo sabe disso? Eu suspiro e estendo minha mão por um cigarro. Gaine me entrega, juntamente com seu isqueiro. Minha mãe era dona de uma loja de noivas, mas eu não digo isso a ele. Ele provavelmente não iria importar-se de qualquer maneira. — Eu estava procurando por uma garota. — Parece um lugar estranho para fazer isso. - Ele zomba, balançando a cabeça e jogando o cigarro na calçada. — Uma loja de noivas não é para garotas que já estão compromissadas? - Gaine pausa como se ele tivesse acabado de pensar em uma coisa, enrugando a testa e apertando os olhos castanhos. — Ei, talvez você esteja aprontando algo lá. Se elas já estão prestes a se casarem, logo, sem ligações, sem preocupações, não é? — Não seja um maldito babaca. - Eu lhe digo conforme chupo em uma lenta baforada de fumaça e o úmido ar sulista. Gaine gosta de agir como um filho da puta durão, mas, na verdade, eu não acho que já o vi levar uma garota para seu quarto ou em qualquer outro lugar, no que se refere esta questão. Às vezes, eu o vejo olhando para longe como se ele estivesse esperando por alguém, mas eu nunca pergunto sobre isso. Algumas coisas são melhor apenas deixadas bem sozinhas. — Eu a convidei para umas bebidas anteriormente, mas não especifiquei o lugar. — Huh. - Isso é tudo o que Gaine diz e, então, nós dois ficamos

ali

em

pé,

embrulhados

em

nossos

próprios

pensamentos ferrados. A longa e quente tarde se estende diante de mim

enquanto eu cerro meus olhos e ouço o som das cigarras ao longe,

a

fumaça

do

cigarro

esvaindo-se

em

cachos

preguiçosos ao redor dos meus dedos. Eu poderia ter ficado lá durante todo o maldito dia se Melissa Diamond não tivesse aparecido do maldito nada e feito eu me lembrar de quem eu sou e o que eu tenho que fazer. — Sparks, nós estamos prontos para você. – Ela diz, inclinando a cabeça para o lado e passando rapidamente os olhos para cima e para baixo de Gaine como se ela certamente gostaria de vê-lo nu e disposto. Gaine olha para longe e finge que não percebe. Afinal de contas, é melhor não mexer com mulher do Pres 7, não se você não quiser o seu rosto esmagado em um ferro. Eu dou outra tragada no meu cigarro, jogo-o no cimento e dou uma fungada. — Tudo bem, Diamond. - Eu digo, dando a bombástica loira o meu olhar mais malvado. — Mas, desta vez, tente não foder as coisas.

7

Presidente, chefão, manda-chuva.

Capítulo 5 Amy A loja de noivas está silenciosa. Não, é pior do que o silêncio. Nesta sala, há a própria ausência de som, a nítida impressão de que fala ou ruído não é mais uma possibilidade. Minha família está muito ocupada olhando estupidamente para mim e pensando em todos os tipos de coisas horríveis para se lembrar de como formar palavras com os lábios trêmulos. — Mãe... - Eu começo, e ela se encolhe, a bolha de silêncio quebrada chocantemente quando os sinos na porta da frente tocam e a Sra. Hall, a dona da loja de noivas, entra. Ela passa os pés no capacho de boas vindas sujo com uma carranca e balança a cabeça como se ela simplesmente não pudesse acreditar na audácia desses malditos ianques. Eu gostaria de poder lhe dizer que eu não consigo acreditar na audácia de alguém que deixa a sua própria loja no meio do dia, enquanto ainda têm clientes e corre para a padaria atrás de uma dúzia de rosquinhas. Não querendo ser rude, nem nada do gênero, mas ela certamente não precisa delas. — Pare Amy. - Minha mãe diz enquanto tenta sorrir para a Sra. Hall. Sempre a agente da paz e da normalidade, ela não deixar transparecer que algo aconteceu e tira um pedaço de gaze da parte de cima do meu vestido. Atrás de seus olhos, uma tempestade cresce e eu sei imediatamente que ela vai contar ao meu pai todos os tipos de histórias

quando chegarmos em casa. — Sra. Hall? - Minha mãe pergunta quando a dona da loja põe-se atrás do balcão come barrinha de cereais e um copo laranja de plástico, cheio de café instantâneo. A mulher esfrega as bordas de sua boca com um guardanapo e olha para cima como se estivesse acabado de perceber que estamos lá. — Hmm? Os lábios da minha mãe retesam de forma quase que imperceptível e, em seguida, seu sorriso falso desabrocha como uma flor na primavera. — Vamos levar este vestido, por favor, mas nós vamos precisar acinturá-lo em cerca de um centímetro. - Mamãe aperta o tecido acima de meus quadris um pouco forte demais e agarra um pouco da minha pele no processo, fazendo-me estremecer. Jodie faz uma careta para mim e gira para longe, murmurando coisas horríveis sob a respiração. Eu

claramente

ouvi

a

palavra

vadia.

Minha

prima

simplesmente não consegue lidar quando ela não é o centro das atenções. Minha tia faz tsk-tsk e anda até a arara para continuar a varredura por vestidos para a pobre, gorda e grávida Jodie Stipe. Ninguém menciona Austin. Eu deixo o folheto cair no chão e deslizo-o subrepticiamente debaixo de uma das cadeiras de plástico com o meu pé. Eu vou pegá-lo mais tarde, no meu caminho ao ir embora. Por enquanto, eu me resignei aos cuidados ásperos da Sra. Hall e da minha mãe enquanto elas me picaram e giraram, cutucaram com agulhas, e começaram a espalhar

fofocas da cidade. Logo depois, Jodie começa a reclamar novamente e tudo volta ao normal. Pelo menos, no exterior. No interior, o meu sangue é liberado com endorfinas e meu coração não quer parar de bater para fora, num ritmo forte e desconexo. A pequena parte da minha mão, onde os dedos de Austin roçaram formiga terrivelmente e eu a levo até os meus lábios quando o tecido de cetim aos meus pés é rolado para cima e preso. Assim que a minha boca encontra a pele, eu tremo, imaginando o hálito quente de Austin em mim e como seus beijos podem ser se pressionados contra meus dedos numa saudação. Eu li um montão de livros, então, eu imagino que poderia ser algo assim. — Que bom que você pôde vir aqui esta noite, Senhorita Amy. - Austin diz enquanto estende a mão pega a minha mão com a sua, alisando a sua boca quente contra a minha pele com um leve beijo. — Eu estava esperando que você aparecesse. - Austin sorri para mim com seus dentes brancos e brilhantes e engancha seu cotovelo no meu. — Posso oferecer-lhe uma bebida? Eu paro quando a minha mãe levanta rudemente o meu cabelo para cima e pergunta a minha tia como ela quer que este fique no casamento. Eu ajusto a minha visão um pouco, tentando igualar o fogo nos olhos de Austin para a minha versão imaginária dele. Na verdade, eu acho que poderia trabalhar um pouco mais assim. Austin coloca para baixo a sua cerveja na madeira áspera do balcão e se vira para mim.

- Caramba. Se não é a pequena Amy Cross. - Ele sorri e a borda do seu lábio, onde este está marcada, puxa para o seu rosto com a expressão. - Sua Mamãe soltou você de sua gaiola por esta noite? Eu encaro Austin e, subitamente, sinto-me sufocada no meu suéter estúpido, desejando que ele o tivesse rasgado dos meus ombros e, machucado o meu pescoço com seus beijos ásperos e ao raspar os dentes. Eu agarro fortemente a bolsa em minhas mãos para controlar o turbilhão de emoções na minha barriga e olho para longe. Não porque eu sou recatada ou

estou

com

vergonha,

mas

porque

eu

gosto

da

protuberância dura que eu posso ver nos jeans apertados de Austin e tenho que me parar de olhar para lá. Ele se move pela sala de forma rápida, muito rápida, tão rápido que eu não o vejo até que ele está me batendo contra a parede e colocando a mão em cima da minha saia. - Agora, Senhorita Amy, vamos ver se você está tão pronta para mim como eu estou por você. - Eu gemo e... — Amy! - Minha mãe ralha, como se talvez esta fosse à terceira ou quarta vez que ela tivesse dito o meu nome. Eu pisco várias vezes e me concentrar nos seus olhos castanhos, que são muito mais escuros e mais bonitos do que os meus. Apesar de sua herança alemã, Mamãe parece exótica de alguma forma, como se talvez um dos seus antepassados não tivesse sido totalmente honesto sobre a paternidade de seu filho. Infelizmente, eu não herdei nada disso. Meus olhos são claros, de um azul tão sem graça que é quase cinza, a combinação perfeita para o meu cabelo, o qual complementa

os painéis de madeira sem manchas que revestem as paredes da loja. — Vá mudar de roupa. Eu não questiono a ordem, não diga a ela que eu tenho fodidos 21 anos e posso tomar as minhas próprias decisões sobre como, quando e o que eu faço. Jodie e Tia Megan me observam com os olhos cerrados enquanto eu recuo para trás das cortinas e afundo no banco, pegando meu livro se como se fosse uma bebida fina, algo para acalmar meus nervos e fazer eu me esquecer dos meus problemas. - Adam? - Eu sussurro, mas ele está longe de ser encontrado. Ele me deixou. Adam me deixou. Meu coração choraminga enquanto o meu corpo grita, certa de que eu vou morrer sem seus braços fortes, e duros em volta de mim. O que vou fazer sem aqueles olhos escuros e aquele sorriso sexy? Eu fecho as capas e jogo o livro contra a parede, onde ele ricocheteia de volta para mim e me bate no braço. Minha mãe espreita a cabeça imediatamente para verificar o barulho, e eu mal posso reprimir a vontade de gritar. Apenas algumas horas atrás, eu estava resignada com o meu destino. Agora, de repente, eu não posso esperar para sentir aquela sensação de dor, angústia e desejo que está no meu livro. Talvez, a energia do show moto esteja trilhando seu caminho pelas minhas veias. Depois de todos esses anos morando a poucos quarteirões de distância, algo estava destinado a

passar para mim, não era? — Pare de enrolar, Amy. Se vista. — Sim, mãe. - Minhas palavras são ocas, mas meu pulso continua a retumbar como um fio vivo, fazendo do meu pescoço vulnerável e exposto, quase desesperado pelo toque de outrem. Eu fecho meus olhos e encosto-me contra a parede, correndo meus dedos pela pele pálida de minha garganta, deslizando-as sob o tecido do pesadelo fúcsia, provocando a carne macia dos meus seios com as minhas unhas. Eu paro de repente, afastando minha mão e ofegando como se eu tivesse corrido 2 km. “Amy Cross, você precisa sair mais.” Eu me levanto e solto o meu vestido no chão, olhando para mim mesma no espelho com os olhos arregalados e as bochechas coradas. “Sim, sair, sair com Austin Sparks”, eu penso enquanto envio um pedido de desculpas silencioso a Adam, Daniel e Micah. Com esperanças, eles vão entender quando eu não aparecer para nossos encontros esta noite.

Capítulo 6 Amy Minha mãe não fala comigo no caminho para casa, mas está tudo bem porque eu estou envolvida em fantasias que combinam Austin Sparks com uma variedade dos meus outros namorados favoritos de livro, criando um sonhar acordado que é quase ousado demais para o calor da tarde. É só quando paramos na garagem e eu vejo o carro do meu pai que eu começo a ficar nervosa. — Mamãe. — Vá para o seu quarto. - Ela me diz como se eu tivesse cinco anos e fosse indisciplinada. Eu franzo meus lábios, um hábito que peguei por observá-la. — Por quê? - Eu pergunto, arrancando o cinto de segurança e virando-me para olhá-la. Eu praticamente posso sentir o folheto queimando um buraco na minha bolsa. Honestamente, eu adoraria subir para o meu quarto e olhar para este, escolher algo para vestir, terminar meu livro, mas eu não gosto que me mandem o que fazer. Eu nunca gostei. O que eu não tinha de paixão e convicção, e embora eu não pudesse reclamar ambos ainda, alguma coisa no dia de hoje me fez querer uma explicação, no mínimo. Minha mãe balança a cabeça, mas não responde, mantendo os olhos fixos na pintura bege da porta da garagem.

— Mãe. – Eu estendo a minha mão para tocar o braço dela, mas ela dá um tapa com tanta força que a dor ricocheteia desde meus ossos até meu ombro, fazendo-me recuar e bater na porta do carro. Seus olhos estão iluminados por detrás com o fogo da desinformação e da ignorância. Eu não sei o que é que ela pensa que eu fiz, mas é muito, muito pior do que a mentira de Austin sobre eu tentar comprar uma moto. — Eu criei você para ser uma prostituta? – Ela pergunta e eu suspiro. — O quê? - Eu sussurro enquanto a minha mãe tira seu próprio cinto de segurança, com movimentos lentos e cuidadosos, como se ela estivesse tentando conter outra onda de violência. Ela puxa o espelho retrovisor em sua direção e verifica a sombra marrom, o batom bege e suas bochechas rosadas. Ela não poderia mostrar ao meu pai outra coisa senão a perfeição. — Eu não entendo. - Eu digo quando ela abre a porta e sai para a pálida calçada da garagem. — Eu não sei quem é aquele homem ou de onde ele é, mas eu sei que se você pretende vê-lo novamente, a ira do Senhor vai cair sobre seus ombros. - Ela faz uma pausa, uma mão ainda no puxador de porta, a outra estendida para ajeitar o seu cabelo. — Vá para o seu quarto e ore para Jesus por perdão. - Minha mãe bate a porta e desaparece para dentro da casa, deixando-me boquiaberta e com olhos arregalados. Eu fico sentada lá por algum tempo, imóvel, enquanto o ar frio dentro do carro começa a aquecer e me faz suar. De alguma forma, ela pôs na mente dela que eu...

Conheço Austin Sparks. Como? Por que ela pensaria isso? Eu nunca sequer tinha ido a um encontro. Eu abro a minha porta e estou pronta para ir atrás dela para interrogatório quando a minha amiga, Christy, bate no teto com os nós dos dedos e me faz saltar. Minha bolsa cai na calçada e abre-se, enviando o pobre Adam desmoronando-se pelo cimento em uma vibração de páginas. Christy pega o livro, batendo os polegares neste e entrega de volta para mim. — Onde você esteve? - Ela pergunta, olhando para o segundo andar de sua casa, onde sua mãe está nos espiando através das cortinas. É quase suficiente para me fazer pegar uma pedra e jogá-la no vidro. — Eu estive ligando para você durante o dia todo. — Fora com a minha mãe. - Eu digo e Christy pisca para mim interrogativamente quando a palavra desliza dos meus lábios como um chiado. Seus olhos azuis parecem mais bonitos hoje, rodeados com uma linha fina de delineador preto e cobertos com uma pitada de sombra azul. Eu percebo de repente que já faz três anos desde que eu a vi com tanta maquiagem: não desde o baile de formatura. — Por quê? O que

está

acontecendo?

-

Christy

olha

para

a

janela

novamente. Sua mãe se foi. Eu abaixo e pego minha bolsa, colocando-a sob meu braço enquanto eu fechava o metal quente da porta com o meu popô - com a minha bunda. — Eu estou indo para o festival hoje. – Ela declara com orgulho. Ah. O olhar de sua mãe faz um monte de sentido agora. Os pais de Christy podiam muito bem serem clones dos meus. Enquanto seu pai podia não ser o pastor, ele

sempre se sentava na primeira fila aos domingos, orava o mais alto, e doava mais dinheiro. Sua mãe e a minha são velhas amigas do colégio, assim como nossos pais, e sem ser por acaso, calhou deles comprarem a casa ao lado. Há esse terrível momento em que vejo a minha vida acontecendo da mesma maneira, eu me vejo espreitando das cortinas para Christy e minha filha enquanto franzo a testa, tão envolvida com aquilo que eu deveria ser e como me foi dito para agir, que estou apodrecendo de dentro para fora. Eu fecho meus olhos e luto para recuperar o fôlego enquanto o pânico se derrama sobre mim e traz arrepios na minha pele. — Sério? - Eu pergunto e, quando eu abro meus olhos, ela está balançando a cabeça. — Quero dizer, eu sempre quis ir e este ano... - Ela deixa o resto das palavras não ditas. Este ano, nós estávamos com idade suficiente para tomar nossas próprias decisões. Este ano, era hora de começar, as nossas vidas. Este ano, as coisas tinham que ser diferentes ou eu poderia muito bem morrer de tédio. — Já passou bastante do tempo, você não acha? Lembre-se depois do último ano, quando pensamos em ir e você se acovardou? Foi quando deveríamos ter ido. Christy pausa para pôr um pouco de cabelo atrás da orelha e, em seguida, brinca com a bainha alta de seu vestido. São poucos centímetros acima do joelho, um comprimento muito mais apropriado para alguém da nossa idade. Eu resisto à vontade de subir a minha até igualar a dela. — Eu sinto como se guardasse uma mulher, como se parei de amadurecer aos dezesseis anos. Eu não aguento mais.

É como se ela tivesse roubado as palavras diretamente da minha boca. Eu molho meus lábios e foco na covinha do seu queixo, em vez de seus olhos, preparando-me para dizer a ela o que ela certamente não vai acreditar. — Eu tenho um encontro com um motociclista. — Desculpe-me? Eu engulo em seco e olho por cima do meu ombro. A porta da frente permanece fechada e nenhuma das cortinas está aberta - meus pais não gostam que aqueles pagãos sejam capazes de ver dentro de nossa casa quando eles passam

dirigindo,

apenas

no

caso

de

eles

estarem

procurando algo para roubar. — Eu conheci um homem hoje, e ele me convidou para umas bebidas. — Puta merda. - Christy sussurra e é tão raro que qualquer uma de nós fale palavrões em voz alta que nós duas rimos. — Então, você disse que sim? - Ela pergunta e eu assinto, descrevendo o incidente para ela, incluindo a parte em que o Sr. Sparks passeou na loja de noivas e me deu o folheto. Eu o entrego para ela e ela o arranca da minha mão como se fosse feito de ouro maciço. — Ai meu Deus, conte comigo. - Ela sussurra enquanto suas unhas recém-pintadas roçam as palavras que Austin rabiscou. Tempered Iron. É o nome do bar no centro da cidade, o único bar, aquele que ninguém em nossa igreja jamais pôs os pés dentro. Christy desdobra o papel brilhante e deixa seus olhos deslizarem através de fotos de motos e mulheres vestidas em

couro, seu sorriso aumentando de tamanho até que é um completo sorrisão. Eu levanto meus lábios para combinar e pulo quando ouço a abertura da porta da frente atrás de mim. Quando eu me viro, meus lábios estão franzidos novamente. Meu pai está esperando por mim na varanda da frente, o rosto calmo, mas as mãos se contraindo. Meu coração começa a bater novamente, mas não do jeito que fez por Austin. Desta vez, é de medo. — Olá, Sr. Cross - Amy silva, estendendo a mão para pegar o meu braço. Ela conhece aquele olhar. Seu pai tem o mesmo, e a mãe dela também. Christy consegue ter isso pior do que eu. — Como você está? Meu pai não responde, mantendo seus olhos fixos nos meus, sugando o ar dos meus pulmões a cada segundo que nossos olhares permanecem presos. Eu só o vi olhar para mim desse jeito três vezes na minha vida - três vezes quando eu não atingi os seus padrões. Esta é a pior de todas. Eu me volto para Christy. — Mantenha o folheto. - Eu sussurro enquanto me afasto e dou um passo para trás. — Se você não ouvir falar de mim, vá. Pergunte por Austin. - Eu pisco para Christy, tentando dar-lhe uma cara corajosa antes de virar e enfrentar o meu pai. Ele sorri, mas apenas para manter as aparências, deslizando o seu braço em volta do meu ombro e me conduzindo pela escuridão legal da nossa casa. Ele cheira como

pepinos

e

tabaco,

uma

estranha

combinação

considerando que ele condena o fumo em quase todos os seus

sermões. O rosto dele está livre de qualquer restolho de barba,

perfeitamente

sereno,

as

sobrancelhas

escuras

ligeiramente inclinadas para baixo no centro, como se talvez ele estivesse perplexo com alguma coisa, mas não com raiva. Muito poucas pessoas podem notar a diferença. — Como foi seu dia, Amy? - Ele pergunta, usando sua voz de pastor, aquela que lhe implora a dizer tudo a ele, que promete que ele vai entender, mas, na realidade, condena. Eu vejo minha mãe enquanto nós passamos por ela no corredor e vejo que ela não está arrependida, não desta vez. Desta vez, foi ela quem me empurrou para teia do meu pai. Eu só espero que eu possa atenuar a situação antes que esta espirale para fora de controle. Eu tento honestidade parcial. — Não tão bom. - Eu lhe digo enquanto entramos em seu escritório e a porta se fecha atrás de mim. As persianas estão fechadas também, o que não é bom. A janela daqui dá para o quintal e está quase sempre aberta, a menos que ele esteja com alguém novo da igreja. Ou ele esteja

se

preparando para me punir. — Houve um pequeno malentendido na loja de noivas. - Eu digo, perguntando-me porque mesmo eu estou aqui, de pé, fazendo isso. Ninguém está me obrigando a fazer isso. Já se passaram três anos desde que a lei disse que eu tinha que ficar com os meus pais. Eu poderia ir embora a qualquer momento. O que está me impedindo? Medo? Não exatamente. Eu apenas não tinha encontrado algo para perseguir, ainda não.

— Conte-me sobre isso. - Ele diz, deixando cair o seu sorriso falso, deixando a contração muscular que está em suas mãos viajar até seus olhos. Ele não parece tão imponente em sua calça cáqui e camisa social branca, mas eu sei das coisas. Meu pai é o primeiro a julgar e o último a perdoar. Ele acha que a santidade dele lhe dá poder sobre o resto do mundo. Eu deveria estar acostumada com isso agora, mas eu não estou. — Nada aconteceu com aquele homem. Eu só o conheci hoje, e eu não estava querendo comprar uma moto. Meu pai balança a cabeça. — Amy. - Apenas esta única palavra. Eu começo a implorar, o que é estúpido. Eu deveria desvirar-me, sair da sala, subir as escadas, pegar uma bolsa e a encher de roupas. Eu apenas deveria ir embora. Em vez disso, eu fico parada e tento explicar-me com as minhas mãos. — Pai, me escuta. Eu não sei o que mamãe lhe disse, mas eu não fiz nada de errado. — Amy, sua mãe disse que ela conseguiu perceber pelo jeito que vocês dois se entreolharam, que você tinha pecado. Ela disse que pôde ver o diabo nos olhos daquele homem e o poder que ele tinha posto em você. Quando você começou a vê-lo? Quando ele veio para a cidade no ano passado? — Eu nunca fui ao festival! - Eu grito, soltando a bolha de frustração ao lado dos meus pensamentos de Austin, pensamentos que estão me levando a emoções que eu nunca tive antes. Eu sinto como se eu tivesse sido queimada pelo calor, com a ferida em aberto, e dolorida para o mundo, como

se, de repente, eu tivesse acordado e não conseguisse descobrir o porquê. Eu mal falei três frases com o homem e, ainda assim, eu não consigo tirá-lo da minha cabeça, mesmo agora. — Eu não poderia ter tido relações sexuais com ele. Eu digo isso em voz alta, porque isso é o que eles estão pensando. Eles estão pensando em mim como uma putinha suja, que foge e fode com homens que eu não conheço. Mas eu não sou. Eu não sou nada porque eles nunca me deixaram ser qualquer coisa. Eu desejo de repente que eu tivesse dormido com Austin, que tivesse tido encontros ilícitos durante anos. Pelo menos, então, haveria algo que valeria a pena falar. — Amy, a Bíblia diz que: “Por agora, toda disciplina parece mais dolorosa do que agradável, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça para aqueles que foram treinados por esta”. — Papai! - Eu digo, dando um passo à frente. — Eu tenho 21 anos. Eu sou uma mulher e esta não é a idade das trevas. - Eu olho nos olhos dele quando digo isso, e não posso deixar de perceber que esta é a primeira vez em toda a minha vida que eu já enfrentei o homem. A mão do meu pai vem rápido demais para eu ver e me atinge no rosto com uma fisgada que faz meus olhos lacrimejarem e envia-me tropeçando para trás para a porta do escritório. — Ensina a criança no caminho em que deve andar; mesmo quando for velho, não se desviará deste. - Meu pai me olha enquanto eu deslizo para o chão, segurando as laterais

do meu rosto e tentando parar o sangue que está vazando do meu nariz. Papai certamente sabe como bater, apenas o suficiente para machucar, não o suficiente para causar qualquer dano de verdade. Eu esfrego meu queixo e fecho os olhos, empurrando para longe a dor em meus dentes e crânio. Parece que os meus ossos foram quebrados e colocados de volta juntos. — Levante-se, Amy. - Ele me diz enquanto eu abro meus olhos e o observo atravessar a sala com passos lentos e cuidadosos. Eu sigo suas instruções, mas quando o próximo golpe vem, eu juro nas profundezas da minha alma que será o último.

Capítulo 7 Austin Quando eu termino com Diamond, eu vou direto para o bar para tomar uma bebida, perguntando-me enquanto ando, se a pequena Amy Cross vai estar sentada lá com seu suéter branco, sandálias e com algo rosa e afeminado na mão. Deus, eu certo como o inferno espero que sim. Eu poderia usar uma boa distração. Meu tempo com Mel e o Pres não foi tão bom quanto eu tinha imaginado. Eu tinha esperado que esta cidade fosse uma moleza – era entrar e sair. Eu não poderia ter estado mais errado sobre isso. Eu suspiro e abro a porta para o Tempered Iron, parando para esquadrinhar o espaço atrás de uma cabeça cheia de cabelos longos e sedosos que estão apenas implorando para eu correr meus dedos por este. Eu não vejo Amy, mas o meu olhar acaba captando uma garota com cabelo claro quem está sentada no bar, flertando com Beck. Ela se parece com o tipo que é daqui. Beck está girando cachos loiros desta garota em torno de seu dedo e mostrando-lhe o mesmo antigo sorriso cansado que dá a toda mulher. Beck é um filho da puta de oportunidades iguais. Ele não discrimina com base na idade, raça ou credo; Beck vai foder praticamente qualquer coisa. Eu movimento-me pelo salão na direção deles enquanto checo o meu relógio. “Maldita seja, Diamond. São fodidos seis e trinta. Essa menina poderia ter vindo e já ter ido embora”.

Eu paro atrás da loira que está gargalhando ferozmente e espero até que Beck se incomode em olhar para mim. Ele está tão fodidamente fixado nos seios da garota que isso leva algum tempo. — Oh, oi Austin. – Ele diz quando finalmente me percebe, passando a mão pelo seu cabelo vermelho e dando de ombros no seu colete de couro. — Há quanto tempo você está aí? — Tempo suficiente para saber que você é um babaca. Eu lhe digo enquanto a garota se vira e me mostra uma cara que é muito bonita para uma cidade pequena como esta. Eu sorrio de volta para ela e pisco. — Austin Sparks. - Eu digo antes que ela possa perguntar. Ao contrário de Beck, eu ainda tenho algumas boas maneiras sulistas conquistadas arduamente

dentro

de

mim.

Os

olhos

azuis

dela

se

arregalarem e seus lábios úmidos se abrem em surpresa. — Oh. - Ela diz, sorrindo de repente. — O amigo de Amy? - Eu sorrio de volta, de forma agradável e ampla. Se ela está contando a suas amigas sobre mim, então, eu tive um bom começo. Eu olho em volta disfarçadamente por Mireya. Eu não a vi desde que ela saiu correndo mais cedo, e apesar de eu não precisar da permissão dela para passar o tempo com outras mulheres, eu preferiria que ela não estivesse sentada assistindo. — Acho que você poderia dizer isso... - Eu digo a garota enquanto puxo um banquinho de bar e deslizo sobre o couro preto e rachado. — Ela está aqui? – Eu faço um gesto para os banheiros com o meu queixo e a loira balança a cabeça.

— Hum, não. Ela... - A garota começa a mordiscar os lábios e eu vejo quando os olhos verdes de Beck são atraídos para o movimento como um predador caçando a sua presa. — Eu não sei se ela virá, mas ela realmente queria vir. - Ela me assegura enquanto eu peço uma bebida e recosto-me, deixando o ar condicionado banhar meu corpo suado. — Meu nome é Christy por sinal. Christy Hall. — Prazer em conhecê-la, linda. - Eu digo conforme tento reprimir a onda de decepção lá abaixo. Não só porque eu estava planejando levar a pequena Amy para o meu quarto. Não. Se fosse esse o caso, então, eu tenho certeza que poderia roubar Christy para longe de Beck sem muita dificuldade. A menina agora está focando toda a sua atenção em mim, agitando os cílios escuros e sorrindo coquetemente como se talvez ela nunca tivesse feito isso antes. Toda esta cidade está cheia de malditas virgens? Eu me pergunto quando as portas do estabelecimento abrem-se e eu viro a cabeça para verificar o recém-chegado. Bem, caramba, se ele não é a Senhorita Amy Cross em carne e osso. — Amy! - Christy grita, levantando-se antes que eu tenha a chance e correndo para abraçar a amiga. Amy recebe-a em seus braços com um leve sorriso, mas seus olhos estão assombrados e sua bochecha está escura com a maquiagem, como se ela estivesse tentando esconder algo. Meus olhos trilharam a longa linha do pescoço desde os seios fartos até a saia justa que ela vestia. Esta abraçava suas curvas como uma fodida luva, alisando suas coxas e

deixando duas longas pernas brancas expostas. Merda. Eu me sinto ficando excitado com a visão. Não é sempre que uma mulher tem esse tipo de efeito em mim. Na verdade, quanto mais eu penso sobre isso, eu não acho que uma mulher já teve este forte efeito sobre mim. Amy dá um passo para longe de sua amiga e olha para cima, capturando meus olhos com os dela e segurando-os com um olhar penetrante. Eu lambo meus lábios sem perceber e encontro-me dando passos largos pela madeira áspera do bar para cumprimentá-la. — Estou contente que você pôde vir Senhorita Amy. - Eu digo enquanto Christy dá um passo para trás para nos dar algum espaço. — Eu também. – Ela diz, a voz áspera como se ela tivesse estado chorando ou algo assim. Esta onda de raiva incha dentro de mim, fazendo-me desejar que eu pudesse encontrar quem diabos a fez se sentir desta forma, para que eu pudesse enchê-lo de porrada. Espera aí, Sparks, acalme-se um pouco. Você acabou de conhecer essa garota, e você não sabe nada sobre ela. Amy e eu damos um passo à frente quando as portas de vaivém movimentam-se e conduzem um novo grupo de pessoas. — Posso pegar uma bebida para você? - Eu pergunto, e ela hesita por um momento antes de assentir. — Claro. - Sua voz desta vez é um sussurro e sua mão continua flutuando até tocar a bochecha. — Algo que me deixe bêbada. - Ela diz, e eu tenho que fazer uma pausa e

mostrar-lhe uma sobrancelha levantada. — É claro, querida. O que você quiser. - Eu sabia que essa garota tinha algum fogo por trás daquele rosto inocente. Eu puxo o banquinho ao lado de sua amiga e dou um passo para trás, gesticulando distraidamente para Beck. — Esse ruivo de merda é Beck Evans. Ele monta uma Suzuki Savage, mas não joguem isso contra ele. —

Ei,

foda-se cara.



Beck

diz,

esfregando seu

cavanhaque enquanto Christy cai na gargalhada e Amy permanece calada e quieta. Eu deslizo para o assento ao lado dela e peço duas tequilas para nós. Quando o barman serve os nossos copos, nós dois estendemos as mãos ao mesmo tempo e acabamos roçando os nós dos dedos. Uma sensação de calor queima através de mim quando os olhos de Amy fixam-se nos meus e ela treme. Beck está tagarelando sobre alguma coisa no fundo, mas eu não consigo ouvir uma maldita palavra do que ele está dizendo. Quem diabos é essa garota? Eu me pergunto enquanto luto contra o desejo de estender a mão e agarrá-la, puxá-la contra mim e devastar aquela pequena boca com a minha própria. Amy desvia o olhar primeiro. — Desculpe o atraso. - Ela me diz, batendo com seus dedos no balcão e olhando para o pedaço de limão sobre o guardanapo como se ela não estivesse certa do que fazer com aquilo. — Eu tive algumas... Obrigações familiares para lidar. - Ela tenta sorrir, mas eu posso ver que, o quer que tenha acontecido hoje, realmente a danificou. Eu franzo minhas sobrancelhas e polvilho um pouco de sal na minha mão, bebo

minha tequila e mordo a limão. Amy me observa com cuidado, e eu posso perceber pelo seu rosto que ela não tem ideia do que ela está fazendo aqui. Algo em sua expressão diz que ela não veio até este bar de merda só para ver o pequeno eu. — Você está bem, linda? – Eu pergunto quando ainda outro grupo de pessoas entra no bar. Estava quase vazio aqui e agora o lugar está ferradamente lotado. Eu tento bloquear toda a conversa para que eu possa focar em Amy, e quase pulo para fora da minha pele quando uma mão cai sobre meu braço. Merda. E agora? Eu me viro devagar, tentando forçar para longe a irritação que está enrolando meus lábios. Não pareço ser capaz de evitar, no entanto, há algo sobre Amy que me faz querer todinha para mim. Distrações que se danem. — Ei. - É Mireya. Ela dá um passo para frente e bloqueia minha visão de Amy com seus olhos escuros e lábios vermelhos como cereja. É um contraste interessante com certeza. As duas mulheres não poderiam ser mais diferentes e, embora ambas sejam bonitas, eu encontro o meu olhar atraído de volta do entorno de Sawyer até Cross novamente. — Tudo saiu bem hoje? - Ela pergunta enquanto eu assinto com o meu queixo para Amy. Eu não respondo a pergunta dela. Primeiro, ela está sendo uma cadela rude (nada raro) e, segundo, e eu, certo como o inferno, não quero falar sobre o que aconteceu com o Diamond hoje. — Mireya Sawyer, conheça Amy Cross. - Eu digo enquanto Mireya suspira e dá um passo para trás, dando a Amy um olhar de cima a baixo que não diz que ela está

realmente

satisfeita

com

minha

escolha

de

mulheres.

Normalmente, Mireya vem junto se eu lhe der a chance. Hoje, eu posso perceber que ela apenas não está com vontade disso. Ela parecia a fim mais cedo, mas, seja lá o que for que ela pensou que aconteceu na loja de noivas deve ter mudado a idéia dela. — Prazer em conhecê-la. - Ela solta enquanto foge sem dizer mais nenhuma palavra e esbarra em Gaine com uma carranca estampada no rosto. Ele me dá uma olhada, mas segue Mireya para uma mesa no canto, chamando a minha atenção para o resto do salão. Parece que todo o meu fodido MC veio esta noite. Normalmente, eu seria o último a importa-me, mas, hoje à noite, eu sou todinho desta doce garota do sul com seu sotaque carregado e seus brilhantes sapatos brancos. Aposto que estes são os mais loucos que ela tem. Eu me volto para Amy e observo enquanto ela desliza a bebida pelo balcão e olha para esta com olhos entorpecidos. Sem tocar nem no seu sal ou no limão, Amy traga o líquido dourado e bate o copo sobre o balcão. E ela nem sequer pestaneja. Puta merda. Eu sabia que ela era exatamente o meu tipo de garota. — Como é? - Ela sussurra baixinho. Eu a observo com cuidado e tento pensar em outra coisa que não quão suaves seus seios seriam sob minhas mãos. — A estrada, eu quero dizer. Como é viajar o tempo todo? Não ter nenhum lugar para chamar de lar. É difícil? - Amy se vira na minha direção subitamente,

abrindo

bem

seus

olhos

claros.

Ela

é

fodidamente bonita, não há dúvida sobre isso, mas não são apenas seus olhos redondos e lábios inchados que chamam a minha atenção. Merda, eu não sei o que é, mas eu quero possuir esta garota, senti-la debaixo de mim enquanto eu deslizo para dentro e sei que ela pertence completamente e exclusivamente a mim. Até mesmo o simples pensamento de Amy com outro homem me faz ter vontade de pegar um desses bancos do bar e jogando-o para fora da fodida janela. E eu acabei de conhecer a garota. Eu não sei se fico chateado ou feliz com isso. — Às vezes. - Eu lhe respondo e eu fico surpreso de ouvir que minha voz sai como um sussurro. Beck olha de revesgueio para mim, esfregando a tatuagem Jolly Roger 8 em seu peito. Amy me olha duro, adentrando na minha alma com aqueles olhos. — Por quê? - Ela para e se vira para olhar para Christy que tinha desviado a sua atenção de volta para Beck. Quando ela vê que sua amiga está distraída, ela olha para mim novamente. — Existe algum lugar onde nós possamos conversar? Ela pergunta e meu corpo fica duro como uma maldita rocha. Quando uma garota faz essa pergunta, ela tem apenas uma coisa em sua mente. Eu começo a me perguntar se eu estava errado sobre a pequena Senhorita Amy, não deveria ser assim tão fácil. — A sala de bilhar está aberta. - O barman diz, estando perto demais de nós. Seu rosto é neutro, mas, apesar de suas tatuagens e cabelo preto na altura dos ombros, eu não acho 8

Nome dado às típicas bandeiras piratas que tinham uma caveira branca com dois ossos cruzado. No contexto, seria uma tatuagem de um crânio atravessado diagonalmente por dois ossos.

que ele tem uma maldita ideia do que a garota quer dizer. Eu começo a protestar para dizer a Amy que eu ficaria feliz em levá-la para o meu quarto de hotel, quando ela balança a cabeça e empurra para trás seu copo vazio. — Obrigada. - Ela diz, estendendo a mão como se ela fosse pegar minha mão e fazendo uma pausa. Ela deixa o braço cair para o seu tronco e mordisca seu lábio inferior. Depois de um tempo, ela para e olha de volta para mim. — Acompanha-me? - Ela pergunta e eu aceno com a cabeça, subitamente incerto sobre o que nas escuras profundezas do inferno está acontecendo.

Eu meio que gosto de me

considerar um especialista em mulheres. Eu já amei o suficiente para lhe dizer que, seja lá o que for que Cross está tramando, eu não experimentei antes. Eu me levanto e sigo atrás da pequena bundinha apertada, tentando manter meus olhos longe da mesa onde Gaine e Mireya sentam-se. Eu praticamente posso sentir aqueles olhos escuros em mim, observando, desaprovando. Inferno, Austin, o que lhe importa o que Sawyer acha? Ela não possui o seu rabo. Amy empurra as portas nos fundos como se ela soubesse exatamente onde ela está indo, levando-nos para uma sala com quatro mesas de bilhar e não muito mais. Assim que ela entra, ela gira para me encarar, seus belos cabelos aderindo aos seus lábios enquanto este flui ao redor do rosto dela. — Como eu faço para me juntar? - Ela pergunta e me custa um longo segundo intenso para descobrir o que é que ela quer. Eu estou tendo dificuldades em ignorar os picos de

excitação que estão percorrendo meu corpo, implorando-me para agarrar a garota e jogá-la sobre o feltro verde, transar com ela até que esses sentimentos estranhos dentro de mim se vão. — Eu não sei o que você quis dizer, querida? - Eu pergunto enquanto Amy dá um passo para mais perto, perto demais, e seu calor me envolve, provocando-me com o seu suave aroma de flores e sexo. Esta garota está pronta, ela saiba ou não. — A sua gangue, grupo, o que seja. As pessoas com o Triplo M na parte de trás de suas jaquetas. - Ah. A garota quer se juntar ao meu clube de motoqueiros. Eu paro por um momento e esfrego o queixo, tentando descobrir o que dizer. Ela não é a primeira garota a perguntar, mas ela é a primeira a parecer tão séria sobre o assunto, a olhar para mim com os olhos ardendo em fogo e uma voz trêmula com a necessidade, como caso eu não respondesse, ela fosse murchar e morrer. — Acredite em mim, Amy, quando eu lhe digo que você não quer fazer parte disso. — Não. - Ela me diz, olhando para cima agudamente. — Eu preciso fazer parte. E, em seguida, ela está dando um passo à frente e passando as mãos no meu peito, inclinando-se na ponta dos pés, de modo que o detalhe em renda no decote de sua blusa roça o tecido da minha camisa, perto, mas não perto ofodidamente-bastante. — Ajude-me. - Ela sussurra a voz ficando tão baixa que a última palavra mal chega aos meus ouvidos. Ou talvez

minha pulsação esteja bombeando muito alto na minha maldita cabeça para ouvir qualquer coisa; eu percebo que o zumbido e o tilintar de copos do bar se foi. Seja lá quem for essa garota, eu não me importo. Tudo o que eu sei é que eu preciso dela, agora, aqui, fodidamente rápido e malditamente furioso. Mas, então, eu me lembro de que ela é virgem e uma dama de cidade pequena que não sabe nada sobre nada, e eu não posso fazer isso com ela, a não ser que ela peça. — Não é uma viagem prazerosa. - Eu lhe digo, esperando, pelo bem dela, que ela recue ou eu não sei se serei capaz de me controlar. — Nós não ficamos apenas passeando por aí em motos bonitas e olhando a paisagem. Se você quiser fazer isso, ligue para a AMA 9. Você não quer ter nada com a Triplo M. Merda, nem eu quero ter algo com a Triplo M. - Não mais, eu penso, mas eu não posso mergulhar muito fundo para sentir pena de mim mesmo. É impossível ficar envolvido na minha mente quando meu corpo está assim tão rígido, pulsando com a paixão tão fortemente que dói. Que raio se passa com esta garota Amy? — Por favor. - Apenas estas palavras penetram-me com a força e o peso de um olhar que está além do desespero por algo diferente, algo novo. Os dedos de Amy enrolaram-se na minha camisa, roçam a pele do meu peito com força suficiente para machucar enquanto ela deixa seus olhos se fecharem e separa seus macios lábios molhados. Ah, merda, eu penso. Foda-se essa auto-contenção de bosta. 9

Alberta Motors Association: esta associação oferece serviços de pacotes de viagens (como a CVC), e um tipo de cobertura assistencial para qualquer problema com seu veículo nas estradas.

Eu estendo a mão e pego o queixo de Amy com força, puxando-a para frente para que ela tropece e caia totalmente contra mim, esfregando seus seios ao longo do meu peito enquanto minha mão desliza para baixo e agarra a bunda boa e firme dela. Ela grita, mas ela não disse uma palavra, os olhos cintilando abertos e presos nos meus sem um pingo de medo. Um sorriso perverso curva meus lábios. Eu sabia. Essa garota pode ser virgem, mas ela não é uma tola inocente; ela quer isso, talvez mais do que eu. — Deixe-me cuidar de você, baby. Seja o que for que esteja incomodando você, eu vou ajudá-la a esquecer - Eu digo, puxando o seu rosto até o meu e esmagando os meus lábios contra os dela.

Capítulo 8 Amy Austin agarra-me rudemente e me bate contra seu corpo firme, agarrando a minha traseira (bunda, Amy, é uma bunda) e queimando meu rosto com sua boca quente. Um barulho me escapa e envia arrepios pelos meus braços e pernas. É um som que eu nunca ouvi sair da minha garganta e que é um pouco surpreendente. Minha mente, tão acostumada a analisar tudo, quer se concentrar nisso, forçarme para longe deste homem que cheira a gasolina e couro, mas ela perde a disputa para as necessidades do meu corpo. Há muito negado o seu direito básico de se sentir humana, ela levanta meus braços por sua própria vontade, esforçandose contra a minha incerteza e meu temor ao desconhecido. Meus dedos emaranham-se no cabelo aloirado de Austin enquanto sua língua desliza na minha boca, provocando-me com quentes golpes escorregadios enquanto seus próprios dedos massageiam a minha bunda com uma ferocidade que é quase assustadora. Oh céus, eu percebo quando outro gemido desliza para fora de mim e se mistura no espaço de ar quente entre Austin e minha boca. “Você é exatamente como o meu namorado de livro favorito. Agora eu sei por que eu estava tão atraída por você”. Eu tento o meu máximo para não recordar a cena muito excitante na qual Glance Serone enfia o seu pau duro na terrivelmente sedenta por sexo Senhorita Sali Bendtura.

Eu falho miseravelmente. E, então, eu estou pensando sobre aquela cena e quantas vezes eu li e como eu me esfregava em círculos através do algodão grosso da minha calcinha bege de muito bom gosto, muito maçante e sem renda. — Austin. - Eu sussurro quando ele avança e usa o peso do seu corpo para me por bem onde ele me quer. Eu quero continuar beijando para sempre, saboreando o sensual rapaz do sul e boas maneiras e uma fodida boca imunda, mas eu acho que ele tem outros planos. — Se você não quiser isso... - Ele sussurra enquanto arranha a minha orelha com seus dentes muito brancos. — Então, é melhor você me dizer agora, porque quando eu começar, eu não vou ser capaz de parar. Que injusto, eu penso, porque, de verdade, não há jeito algum que eu possa falar com beijos escaldantes sendo pressionados nas laterais do meu pescoço e no meu ombro. Em vez disso, outro som escapa de meus lábios, explodindo no ar como um suspiro de alívio. Finalmente, eu penso. Depois de todos esses anos lendo sobre bad boys, machos alfa e homens deliciosos com nomes ridículos, é a minha vez. Minha. Minha.

Desculpe, Horse; Desculpe, Kellan Kyle;

Desculpe, Ty McCabe; Desculpe, Travis Maddox; Desculpe, Gideon Cross. Mas eu estou rompendo com todos vocês. 10 — Isso é o que eu pensava. Austin Sparks esmaga-me contra a mesa de bilhar com seus quadris, a aspereza da sua calça roçando contra a 10

Referência aos protagonistas de alguns romances: Thoughless da S. C. Stephens; Trilogia Never Say Never da C. M. Stunich; Belo Desastre da Jamie McGuire; Série Crossfire da Sylvia Day.

suavidade das minhas coxas enquanto ele empurra a minha saia com as mãos quentes. — Preparem-se para isso, linda. E, em seguida, ele está me girando, tão subitamente que a minha boca escancara e a minha bochecha (o lado não machucado, felizmente) bate no feltro da mesa de bilhar.

Capítulo 9 Austin Austin desacelere, eu digo a mim mesmo enquanto fico cara a cara com a bunda de Amy. Oh merda. Se eu tinha pensado que era boa antes, eu acho que é malditamente perfeita agora, boa, redonda e rechonchuda. Eu resisto à vontade de estapeá-la, imaginando que talvez isso fosse um pouco demais para Cross para lidar no momento. Um passo de cada vez, Austin. Eu respiro fundo e espero ela protestar e dizer para eu me afastar e me mandar. Ela não faz isso. Ao invés, Amy geme e rebola o calor do seu corpo contra a minha virilha. Merda, o inferno, maldição, eu penso enquanto abro o zíper do meu jeans e estendo a mão até o meu bolso traseiro atrás de um preservativo. Pense o que quiser sobre isso, mas é certo como inferno que isso vem a calhar em momentos como estes. — Melhor fazer silêncio. - Eu a aviso quando ela geme e move suas mãos de volta para preparar-se, como se talvez ela já tivesse feito isso antes. Eu encaro a parte de trás de sua cabeça, o longo do fluxo de cabelos sedosos e, até mesmo, o breve pensamento de outro homem colocando as mãos sobre Amy me põe nesta raiva violenta da qual eu estou suscetível a começar a dar socos. A bochecha dela, ela teve uma briga com um namorado? Sem perceber o que eu estou fazendo, eu

aperto o quadril dela com tanta força que ela grita, e o som do bar desaba em torno de mim: vozes, copos tilintando, cadeiras deslizando pela madeira gasta do chão. Eu nem sequer penso em parar, isso não é mais uma opção. Eu molho meus lábios e me curvo sobre Amy, mais determinado do que nunca a tê-la, reclamá-la, marcá-la como minha. Por mais louco que isto soe, eu já estou bolando uma lorota para o Pres, preparando-me para lhe dizer que eu encontrei o nosso próximo recruta. É estúpido como o inferno e não faz muito sentido, mas quando eu imagino os braços de Amy em torno de mim, a estrada estendendo-se diante de nós, eu sinto algo. Eu não consigo descobrir o que é no momento. Afinal de contas, eu tenho uma das garotas mais bonitas que eu já vi curvada sobre uma mesa de bilhar na minha frente. Mas, mais tarde, eu vou resolver isso. Afinal, Amy Cross não é a primeira garota de cidade pequena com quem eu tive um pouco de diversão, apenas a primeira que conseguiu me desconcertar. — Shh. - Eu sussurro no ouvido dela, puxando o seu cabelo para trás com meus dedos, sentindo-a estremecer sob o peso do meu corpo. — Se alguém ouvir você, eles vão querer vir ver o que está acontecendo. - Eu paro e ouço o som de sua respiração, os gemidos suaves que conseguem escapar de sua garganta apesar de lábios selados. — A menos que você goste de ser observada? - Eu pergunto enquanto lambo sua orelha e empurro os quadris para frente, esfregando a protuberância dura do meu pau ao longo de sua saia justa. Amy balança a

cabeça, e eu não posso evitar, além de segurar uma risada, levantando-me e empurrando a sua saia o resto do caminho para cima.

Capítulo 10 Amy Austin

está

me

provocando.

Bastardo,

eu

penso

enquanto suas mãos ásperas acariciam as minhas coxas e expõem a minha calcinha bege de muito bom gosto, muito maçante e sem renda. Ele para por um momento, e eu dou um grande fôlego, preocupada que ele vai parar, que ele vai se afastar do algodão folgado balançando a cabeça e murmurando baixinho. — Que garota bobinha, você. - Ele ri e, em seguida, ele está puxando-a de volta com força e deixando-a cair no chão, onde se emaranha em torno dos meus tornozelos. Mais uma vez, eu uso o meu conhecimento de leitura para manter o momento tão quente e perfeito quanto possível. Afinal, Sali Bend disse certa vez a seu amigo igualmente faminto por sexo, Brandi Waters: “Quando a calcinha cai, Deus amado, garota, certifique-se de soltar pelo menos um tornozelo ou, quando ele chegar àquele momento épico onde ele quer chutar as suas pernas afastadas e penetrá-la, você não vai estar pronta!” Eu levanto um dos meus saltos brancos (minha mãe comprou para mim para a Páscoa do ano passado, se você deve saber) para fora do buraco da perna e ponho-o de volta ao chão, preparando-me para o que eu tenho certeza que vai ser uma experiência de mudar a vida. Afinal de contas, esta é

a noite do meu primeiro beijo, da minha primeira vez e da minha nova vida porque, caso Austin me deixe integrar o seu clube de motoqueiros ou não, eu vou embora. Eu realmente não posso dizer o que é que deu em mim, mas é tarde demais para parar a erupção agora. A possibilidade de mudança levantou a sua cabeça, e eu não consigo desviar o olhar deste olhar penetrante. Eu sinto um calor pressionando contra mim, e eu não posso evitar as borboletas que decolam de no meu estômago, deixando-me uma bagunça de antecipação. É melhor que isso seja tão bom na vida real como é nos meus livros, ou eu vou ficar bem chateada. Eu fecho meus olhos e suspiro quando algo empurra para dentro de mim, deslizando profundamente em um lugar que eu nunca fui. Não parece com um... Pênis... Então, eu olho para trás para Austin, e vejo que ele está me provocando com sua mão, acariciando-me de forma que fazem os meus dedos enrolarem e meus lábios separarem-se com suaves suspiros de prazer.

Capítulo 11 Austin Eu tento pegar leve com Amy, mas não é algo que venha naturalmente. Estou lutando contra cada instinto do meu maldito corpo que está me pedindo para empurrar para dentro de seu calor e fazê-la minha. Em vez disso, eu acaricio a sua escorregadia buceta com dois dedos, deslizando-os para dentro e para fora o mais suavemente possível, enquanto meus músculos tremem e meus lábios contraem-se com o meu desejo reprimido. — Austin. - Amy choraminga e eu tenho que fechar meus olhos para evitar forçar-me dentro dela. Eu estive com virgens um punhado de vezes anteriormente, e eu sei que a maioria delas não consegue tomar tudo logo de cara. Nunca me incomodou antes, mas com Amy, eu não posso evitar querer possuí-la lentamente, dar-lhe um bom momento. Parece que ela colocou um feitiço em você, Austin Sparks, minha mente sussurra, mas eu ignoro o pensamento, focado totalmente no pulsar suave do corpo de Amy e na sensação latejante abaixo. Caramba, eu terei sorte se eu sobreviver a isso, eu penso, enquanto deslizo meus dedos e toco o seu clitóris, sorrindo enquanto ela treme e sacode contra mim. — Merda. - Ela diz e a palavra soa estranha vinda daquela boca macia, daqueles lábios arredondados.

— Você gosta disso? - Eu lhe pergunto serenamente, trabalhando fortemente para manter a minha voz baixa. Não há nada que eu queira mais do que falar sujo com a Senhorita Amy até que, até mesmo o seu rabo core bem rubro, mas, o pensamento de Mireya, Beck ou Gaine aparecendo por essas portas e nos encontrando, convence-me que é melhor eu acabar com isso rápido. Quanto tempo até que alguém ponha na cabeça quer jogar bilhar? Eu tenho um pressentimento muito bom que, se outro homem entrar aqui e vir Cross curvada sobre esta mesa, eu vou ficar violento e chutar a bunda dele. — Então, eu acho que você vai gostar disso ainda mais.

Capítulo 12 Amy Austin desliza seus dedos lentamente para fora de mim, tirando o fôlego junto com estes até que eu sou deixada me sentindo apertada e vazia, tudo ao mesmo tempo. Há esse breve

momento

de

hesitação,

onde

minha

criação

conservadora badala alto em meus ouvidos e promete danação eterna para o que eu estou prestes a fazer. Mas, em seguida, Austin está pressionando seus quentes quadris contra mim, agarrando-me com as duas mãos em um aperto de criar hematomas e empurrando a quente e longa plenitude de seu corpo dentro de mim. Danação eterna? Isto vale tanto a pena. Eu tento ficar quieta, mas o calor de Austin está queimando dentro de mim, espalhando-me aberta, quebrando paredes físicas e mentais, e eu simplesmente não consigo parar os sons que brotam dos meus lábios enquanto ele me atravessa com esta terrivelmente deliciosa dicotomia de prazer e dor. Seus dedos se envolvem no meu cabelo e puxam a minha cabeça para trás enquanto um grito ameaça romper da minha garganta, parado apenas pelo calor de sua mão cobrindo meus lábios e me silenciando enquanto ele puxa para fora apenas o suficiente para que eu jure por tudo que é mais sagrado que eu vou morrer. Exatamente quando eu estou começando a pensar em cores de caixões, ele volta

apressadamente, enchendo-me e lançando-me tão fortemente contra a mesa de bilhar que esta treme e guincha ao moverse pelo chão. Austin solta o meu cabelo e a minha boca, e agarra as bordas da mesa em busca de apoio, xingando muito baixinho, a voz rouca e grossa. — Fodido Jesus Cristo. - Ele sussurra quando me penetra de novo, atingindo algo dentro que envia arrepios pela espinha e faz com que os meus dedos enrolarem violentamente em torno das bordas da madeira. Austin move suas mãos para cima das minhas e agarra com força, grunhindo enquanto puxa para fora e desliza para dentro, provocando-me com este horrível dar e tirar sobre qual eu li, mas nunca entendi. Não de verdade. Não até agora. Não até ele. Austin Sparks.

Capítulo 13 Austin Estar com Amy não é parecido com nada ou alguém que eu já experimentei. Eu não só quero transar com ela uma vez e deixar isso como um bom momento. Não, eu quero que ela seja minha, total e completamente. É uma experiência estranha pra caralho, que me faz questionar a minha própria sanidade. Subitamente você quer correr para alguma igreja e se casar com a garota? Mas não. Não é isso tampouco. Algum pedaço de merda de papel não vai me dar o que eu preciso, eu acho que a única coisa que vai acalmar esta aflição é ter o corpo quente e apertado de Amy pressionado contra o meu. Eu fecho meus olhos e tento esquecer os pensamentos. Eu nunca, jamais, tive uma descoberta emocional e uma experiência de mudança de vida no meio do sexo, e eu não estou prestes a começar a fazer isso agora. Nenhum imbecil em seu juízo perfeito iria querer ter uma conversa consigo mesmo com Amy Cross envolta escorregadia e molhada em torno de si. Especialmente não eu. — Você está perto, baby? - Eu lhe pergunto enquanto ela fica tensa em torno de mim e arqueia as costas, jogando seu cabelo cor de canela por cima do ombro enquanto levanta seu queixo e sacode a cabeça violentamente como se ela não tivesse ideia do que estou falando. A visão é quase o bastante para me fazer gozar, e é preciso tudo o que tenho para eu me

segurar e continuar, enfiando e puxando com movimentos lentos e controlados, enquanto meus músculos da coxa começar a ter cãibras e meus dedos contraem-se. E então eu estou ficando muito puto com o maldito preservativo, desejando que eu pudesse arrancá-lo do meu pau e gozar dentro dela. — Você vai me matar. - Ela geme talvez muito alto, já que, eu juro por Deus, parece que estamos sendo vigiados. Quando eu olho por cima do meu ombro, não há ninguém lá que eu possa ver. — Eu vou morrer. - Eu tento desacelerar, inclinando-me para frente para que eu possa varrer minhas mãos pelo seu tronco, desejando que eu tivesse tempo de arrancar cada centímetro de vestuário e explorar seus seios, sua barriga macia, suas coxas. Exceto por Mireya, eu não costumo dormir com a mesma garota duas vezes, portanto, eu estou ficando ansioso, querendo saber como eu vou me sentir se eu deixar Cross escapar de mim antes que eu termine com ela. — Relaxe, doçura. - Eu lhe digo enquanto ela morde com força o lábio inferior e espremendo os olhos fechados, apertando-se em torno de mim tão firmemente que eu mal posso mover meus quadris. — Relaxe e deixe as coisas acontecerem.

Capítulo 14 Amy Existem

algumas

coisas

que

são

traduzidas

perfeitamente da vida real para a escrita, aquela dança que vem da ponta dos dedos do autor como pétalas ao vento, girando um pouco de prosa que é quase tão boa, se não melhor, do que ver com os próprios olhos. Orgasmos não são uma delas. Oh, acredite em mim quando eu digo que eu já li muitos, centenas, talvez milhares. Eu já li: explosões de luz e som, convulsões, fogos de artifício, explosões prazerosas de energia irrefreável e transcendem este reino da existência que conhecemos. Nenhum desses é preciso. Eu acredito que os franceses são acurados com a expressão: la petite mort - a pequena morte. — Pare. - Eu digo a Austin com força, tentando discernir esse sentimento crescente na minha barriga. A cada impulso dos quadris de Austin, eu sinto este sentimento espiralar desde lá de baixo e infundir o meu corpo com esta sensação de urgência, como se eu não parasse agora, eu realmente, estaria perdida. — Eu disse pare. - Eu repito, mas minha voz só sai um sussurro fraco. — Por favor. — Eu não posso. - Austin geme com os dentes cerrados, deixando sua cabeça cair para trás enquanto suas mãos apertam tanto em torno de mim que elas machucam, prendendo-me como algemas de aço contra a mesa enquanto

seu corpo bate no meu, apagando ridículos 21 anos de uma virgindade religiosa e as incontáveis horas de leitura de romances pelo caminho. Eu estou dolorida, desejosa e quero tudo de uma vez, mas não posso fazê-lo parar. Eu estou aprisionada, e eu quero estar aprisionada. Eu gosto da sensação do corpo quente e suado de Austin contra o meu, possuindo-me, abrindo-me e queimando-me. É uma sensação boa e, provavelmente, é apenas uma entre o punhado de coisas que eu decidi fazer sozinha, contra os desejos de todos, apenas para mim. Mas eu digo de novo porque é a única coisa que posso pensar em dizer, e eu estou fodidamente (uau, é bom dizer isso) certa que estou no meu limite. — Austin, pare! - Eu acho que estou gritando, mas eu não tenho certeza porque o meu corpo escolhe este exato momento para a onda de prazer atingir o ápice e deixando-me como uma tola, largando o meu corpo contra o feltro, queimando a suave pele da minha barriga contra as fibras verdes conforme Austin continua a se mover dentro de mim até que meus olhos lacrimejam e meu coração para de bater por um ínfimo segundo. “Eu acho que poderia me apaixonar”. E, em seguida, um segundo pensamento: quase tão rápido, mas muito mais prático. “Com este homem? Esta seria uma ideia muito ruim, Amy”. Eu seguro o meu próprio grito, cravo minhas unhas na madeira da mesa de bilhar e espero até que esteja terminado,

até que eu tenha morrido um pouco e volte à vida com esta agitação estranha de endorfinas e hormônios envenenando meu sangue da melhor maneira possível, deixando-me, ao mesmo tempo, tanto em frangalhos, como uma estátua sólida. Eu sei, então, que vou precisar de tempo para entender isso. Um pouco pode ser bom, ou bastante, não tenho certeza, mas em toda a realidade, eu não tenho ideia do que é que eu acabei de fazer. E, em seguida, Austin está se afastando de mim e recuando, deixando esta corrente fresca de ar que é tão desconfortável quanto embaraçosa, deixando-me aberta e exposta para a (até agora) sala vazia. Eu ouço um zíper sendo puxado e, então, os dedos ásperos de Austin estão roçando a minha pele, puxando a minha saia de volta para o lugar e girando-me para encará-lo. Eu engasgo com as palavras que não virão, ali de pé com as costas ereta e minhas unhas ainda cavando a madeira. Eu sei que os meus olhos devem estar redondos como bolinhas de gude e meus lábios franzidos. Eu não pareço ser capaz de me mover de jeito nenhum, nem mesmo para pegar minha calcinha. Eu observo enquanto meu peito sobe e desce rapidamente, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona ou algo assim. Austin sorri para mim com seus dentes grandes e brancos, e estende a mão para afastar um pouco de cabelo que ficou preso aos meus lábios. Literalmente, um segundo depois, as portas balançam e a cabeça loira de Christy aparece, sua boca formando um

questionador 'O'. Eu tento sorrir para ela, mas não consigo. Eu nem mesmo consigo me mexer. Tudo o que posso fazer é olhar para Austin e tentar não notar o brilho de suor em seus músculos, o jeito como o seu cabelo aloirado complementa o bronze de sua pele feito pelo Sol. Eu me sinto... Eletrificada, como se talvez eu pudesse conduzir toda uma sinfonia de energia com meus dedos agora. Sorrateiramente, eu chuto minha calcinha sob a mesa de bilhar. Deixe que alguém a encontre mais tarde e pergunte-se por que alguém, com uma calcinha bege de muito bom gosto, muito maçante e sem renda, esteve ali fazendo algo que até mesmo usuárias de fiodental raramente fazem. Como os britânicos poderiam dizer: trepar. Em público. Oh diabos. — Eu estava pensando em ir embora. - Christy diz, suas sobrancelhas saltando para cima e para baixo enquanto ela tenta sinalizar para mim que quer ir embora. — Está ficando um pouco... Estranho aqui. Há alguma garota dançando no bar... - Christy faz pausa aqui como se para dar uma ênfase. — Sem camisa. - Eu observo a garganta de Austin como ele engole e, em seguida, geme não como ele fez apenas alguns minutos mais cedo, mas como se algo que Christy disse o incomodou. Como um fantasma se materializando no fino ar, o ruivo (Beck, não era?) aparece atrás da minha amiga e coloca uma mão tatuada no ombro dela, mostrando-me os nós de seus dedos polvilhados com grandes letras garrafais. ESPERANÇA. Pergunto-me brevemente o que está na outra.

— Eu poderia acompanhá-la, se você quiser. - Ele diz a ela, mas eu já estou balançando a cabeça e procurando ao redor pela minha bolsa. Eu não consigo encontrá-la em lugar algum, mas eu percebo que não importa; não tinha muita coisa de qualquer jeito. Bem, não muito, exceto pelo pobre Adam, mas eu penso que, depois do tempo que eu acabei de passar com Austin, ele pode estar bem bravo comigo de qualquer maneira. — Nós estamos bem. - Eu digo, começando a me afastar, sentindo uma coceira curiosa entre as minhas coxas que uma parte é necessidade inchada e latejante, e duas partes são dor. A região fricciona quando eu ando e é maravilhoso e terrível ao mesmo tempo. Eu rezo para que isso vá embora rapidamente. Austin agarra meu braço com uma pegada forte, apertando, mas não ferindo. Ele não quer que eu vá. Eu paro de resistir e olho por cima do ombro para ele, meus olhos ainda maiores, mais arregalados e mais redondos do que já eram. Eu imagino que eu pareço com um cervo surpreendido por faróis com aquele olhar. Austin não parece se importar. — Nós estamos? – Ele pergunta, como se ele não entendesse. — Você está indo embora? Mas você acabou de chegar aqui. - Ele parece perplexo, como ele não pudesse me entender, nem mesmo pudesse entender a si. Ele não quer que eu vá. Eu engulo em seco e tento não notar a forma curiosa que Christy está olhando para mim, como se ela pudesse me cheirar ou algo assim. Oh Deus, é assim tão óbvio? Eu me pergunto, voltando para o meu conhecimento

de romances em busca de conforto. Citações vêm voando para dentro do meu cérebro sem serem convidadas. Ele podia sentir o cheiro nela – sexo, luxúria e desejo - como suor e mangas amadurecendo no sol quente, muito quente. Por mais patética que seja a citação, ela levanta a questão: eles podem cheirar-me, porra? (Ah, eu amo você, palavra com p, você é a minha nova melhor amiga). Eu olho para Beck e vejo que ele está olhando para mim e Austin com um grande e gordo sorriso pervertido em seu rosto bagunçado. Perdoe a minha língua, mas ele se parece um pouco com uma puta de qualquer maneira, portanto, talvez ele tenha

noção das coisas.

Claramente,

pelas

próximas palavras dela, eu consigo dizer que Christy não tem. — O que vocês estavam fazendo aqui de qualquer forma? - Ela pergunta, parecendo genuinamente confusa. Eu abro a boca e deixo escapar a primeira coisa que vem à mente, apenas para manter Beck quieto. Ele estivera prestes a dizer algo rude, eu pude perceber pelo brilho em seus olhos verdes e as linhas de riso franzindo o seu rosto. Eu não tenho vergonha do que fiz, mas isso não significa que eu queira que Christy saiba ainda. Em breve, eu lhe contarei. Eu vou contar a ela e a todos os outros porque eu não me importo, porque, em breve, eu deixarei a cidade de uma vez por todas. — Apenas fazendo uma pergunta. - Eu digo com indiferença. Eu observo enquanto Austin libera meu braço, deixando um ponto formigando onde sua carne estava tocando a minha. Eu observo seu rosto, seus lábios, seus

olhos, desesperada por algum tipo de dica sobre a resposta à minha pergunta anterior. Como eu faço para me juntar? Como eu consigo uma passagem só de ida para fora daqui? Eu não tinha ilusões de grandeza quando vim aqui. Esta foi uma manobra desesperada na melhor das hipóteses, e eu nunca esperei que Austin Sparks caísse de joelhos e me pedisse para casar com ele, mas eu espero que ele vá me ajudar. Eu tinha esperado isso mesmo antes de eu ter tido relações sexuais com ele - e não foi por isso que vim aqui, em primeiro lugar. Meio que apenas... Aconteceu. — Dê-me algum tempo e eu verei o que posso fazer, doçura. - Austin diz e eu noto que as sobrancelhas ruivas de Beck subiram até a metade da sua testa. Christy olha para Austin, depois para mim e, em seguida, por cima do ombro com uma careta. Eu ouço o quebrar de vidros da área do bar e uso essa distração para me afastar de Austin. Eu estou com medo do que pode acontecer se ele me tocar de novo, do que eu farei para realmente fazê-lo me tocar novamente. Lá embaixo, algo se agita. — Eu acho que você deixou sua bolsa no bar. - Christy diz enquanto eu a sigo para a área principal do bar sem olhar para trás. Como prometido, a garota com o brilhante batom vermelho e cabelo escuro está balançando a cabeça em torno do balcão, mostrando, a todos no salão, a sua virilha vestida de couro enquanto ela espalha suas pernas bem abertas e cai de bunda no chão e, em seguida, fica de pé novamente. Talvez seja só eu, mas, por alguma razão, eu sinto que ela

está me observando enquanto eu ando na ponta dos pés até os bancos do bar e pego a minha bolsa no chão. — Aspirante a Coyote Ugly11, eu sussurro para mim mesma conforme recuo e fujo para fora das portas da frente, em direção ao calor intenso, muito intenso, de uma noite de verão sulista.

11

Referência ao filme “Show Bar”. A protagonista é uma aspirante cantora/compositora que se muda para Nova York para ser um sucesso na indústria fonográfica – para se sustentar, ela vai trabalhar num bar, o “Coyote Ugly”, onde as atendentes, em certas ocasiões sobem no balcão e dançam/cantam sensualmente para os fregueses. Como o bar é um sucesso, as garotas que trabalham lá são conhecidas como “coyotes”.

Capítulo 15 Austin Eu observo Amy ir embora com uma sensação de vazio no meu estômago, como se talvez eu devesse ir atrás dela, agarrá-la pelo braço, arrastá-la para o meu quarto e conhecêla um pouco melhor. Muito embora nós tivéssemos acabado de fazer sexo, essa sensação de querer possuí-la não tinha diminuído nem um pouco. Eu não sinto qualquer alívio lá embaixo, como se tivesse a porra de um fogo queimando dentro de mim, e eu tenho que apagá-lo antes que este me transforme em cinzas. Merda. Que porra foi que essa menina fez com você? Eu me pergunto enquanto fico parado como pedra, ciente de que Mireya está fazendo-se de tola pela atenção, mas incapaz de fazer-me importar o bastante para ir detê-la. Tudo no que consigo pensar é Amy e sua buceta apertada, seus olhos azuis e lábios inchados. Ela tem um corpo que eu mal posso acreditar e uma faísca em seus olhos que me fez curioso, curioso demais. — Você está bem? - Beck pergunta, inclinando-se contra uma das portas pesadas para mantê-la aberta, como se ele estivesse esperando-me para se juntar a ele ou algo assim. O pensamento de voltar para aquele bar está me fazendo mal do estômago. Talvez eu vá escorregar para fora pela parte de trás e seguir para o meu quarto, eu preciso pensar um pouco melhor nessa merda. Além disso, eu penso, eu ainda estou com tesão pra cacete e poderia usar algum tempo sozinho.

— Bem. - Eu digo a ele, apalpando-me lá embaixo em busca de um cigarro. Eu ainda posso sentir o cheiro de Amy em mim, toda flores e doce, como se tivesse sido mergulhado em um maldito prado ou algo assim. Eu me paro e fecho os olhos, dando longas e lentas respirações profundas para me controlar. — Bem assim, hein? – Beck pergunta. — Cala a porra da sua boca. - Eu digo, deslizando o cigarro entre meus lábios e abrindo meus olhos. Quando eu disse que nenhuma mulher jamais teve esse efeito em mim, eu falei sério. Eu até nem mesmo me lembro do meu próprio sobrenome agora. — Ela é aquela que Gaine disse que você perseguiu na loja de vestidos? — Loja de noivas. — É ela? Eu não lhe respondo imediatamente, curvando-me para pescar a calcinha mais feia do mundo que eu já pus os olhos de debaixo da mesa de bilhar. Eu a enfio no bolso de trás antes que Beck possa ver e fico de pé. — Sim, é ela. - Eu respondo, olhando em volta pela saída. Meus olhos pousam no sinal apenas um segundo tarde demais, atraídos de volta para a entrada do bar e o rosto sorridente de Diamond. — Austin. - Ela começa e, seja o que for que ela queira, eu sei que não vou gostar. Eu a observo passar os dedos magros pelo braço de Beck e tento não odiá-lo por gostar pra

cacete dela. Apesar dos meus avisos em contrário, Beck gosta de jogar com Melissa, e eu sempre me pergunto se a próxima vez vai ser a última, se o Pres vai pegar os dois como coelhos e esmagar crânio dele com um taco de baseball. Isso poderia acontecer. Inferno, a vadia poderia até mesmo entregá-lo porque, bem, é apenas o tipo de pessoa que Mel é. — Kent quer falar com você, se você tiver um minuto. O que ela quer dizer é: é melhor pra cacete que eu crie um minuto para ir falar com Kent. Eu suspiro e acendo o cigarro, perguntando-me se eu deveria mencionar Amy agora ou esperar o resto do festival, ver o que acontece. Eu gosto da garota, claro, mas eu quero que ela se junte a minha MC? Eu quero arrastá-la por todo o país comigo? Afinal, ela não tem uma moto própria - duvido que ela sequer se sentou na parte de trás de uma moto. Ela seria minha para cuidar, e eu não tenho certeza se estou pronto para algo assim. Ela foi uma boa foda, com certeza, mas talvez isso seja tudo o que ela é? Uma trepada quente que vai desaparecer no fundo distante da minha memória como a maioria das garotas. Claro, eu estou pensando toda essa merda agora, mas, quando eu tive minhas mãos nos seus quadris e meu pau dentro dela, eu estava cantando uma música diferente. Merda. Eu

sigo

Beck

e

Melissa

de

volta

para

o

bar,

cuidadosamente mantendo meus olhos desviados de Mireya. Ela quer que eu olhe para ela, até mesmo parece meio desesperada por isso, mas eu não posso. Eu não posso olhar para ela depois de Amy e deixá-la ver na minha cara o que eu

estou pensando e como eu me sinto. Eu acho que ela pôde sentir alguma coisa depois da loja de noivas, mas eu não vejo como confirmar seus piores medos vai ajudar. Um olhar para Amy e eu fui capturado. Mireya e eu estivemos entre idas e vindas durante anos, e ainda assim, eu não quero possuí-la como quero com Amy. Talvez ela queira isso, talvez não, mas eu não posso deixá-la ver, ainda não. Eu não posso deixá-la ver que uma garota que eu nem mesmo conheço me tem encantado,

manipulado

como

se

eu

estivesse

sido

amaldiçoado. Talvez seja melhor eu não dizer nada a Kent agora. Eu não sei o que essa garota fez comigo, mas eu não posso deixar isso me atrapalhar. Eu tenho outras coisas com as quais me preocupar. Beck se afasta e se junta a Gaine numa mesa perto da frente, deixando-me a escorregar num assento na frente de Kent. Melissa desliza ao lado dele e monta no seu colo, bloqueando a minha visão do rosto dele. Puta de merda, eu penso enquanto ela começa a beijar o pescoço de Kent e mostrando-me que ela não poderia importar-se fodidamente menos sobre quem somos e o que fazemos. Aposto que ela não tem sequer uma pista do que Triplo M realmente significa. — O quê? - Eu digo com raiva. Kent pode ser o presidente do nosso clube de motoqueiros, mas isso não significa que eu tenho que aceitar merda dele. Ele sabe disso, eu sei disso. Na maioria das vezes, nós nos mantemos fora do caminho um do outro, mas não desta vez. Desta vez nós temos influências externas. O inimigo do meu inimigo é meu

amigo e toda essa besteira. — Eu consegui as chaves da garagem. - Kent me diz, e como eu já sei onde isso vai dar, eu começo a me levantar. — Eu não vou fazer isso. - Eu lhe digo enquanto sopro fumaça no rosto arrebitado de Melissa e desejo que ela não fosse tão bonita para que ela não pudesse andar por aí com aquele olhar arrogante como a porra no seu rosto pontudo todo o maldito tempo. — Você me trouxe para fazer um trabalho, e eu o faço. Eu o faço bem, aliás. E, então, você me pede para ser babá, e eu fico bem com isso também, mas eu não farei isso. - Eu aponto para a mesa com o dedo para dar ênfase. Existem regras pelas quais os motociclistas vivem que Kent simplesmente parece não conseguir entender, mesmo depois de passar toda a sua vida adulta dentro e fora de diferentes MCs, provando o país e sentindo o vento no rosto, e ainda assim, ele não tem um único pingo de respeito dentro de si. — Tudo bem. - Apenas estas palavras expelidas da boca apertada de Kent me fazem desconfiado como o inferno. Melissa

suspira

e

se

recosta,

revirando

os

olhos

e

murmurando algo sobre homens. Eu encaro os dois por um longo tempo, memorizando a palidez da pele de Kent e a forma

como

seus

olhos

escuros

cintilam

como

uma

tempestade de verão. Ele não gosta de ser desobedecido, mas o que é que ele vai fazer sobre isso? Ele precisa de mim e sabe disso. Mas eu também preciso dele e ele sabe disso também.

— Eu vou voltar para o hotel. - Eu digo aos dois conforme eu saio apressadamente e empurro as portas abertas ao ir embora. Com o canto do meu olho, eu capto o olhar de Mireya, afiado e penetrante, e eu sei que tenho mais do que apenas um problema para me preocupar hoje.

Capítulo 16 Amy Christy e eu caminhamos para casa devagar, apreciando o som das cigarras e o ar quente contra a nossa pele. A minha está irritada e escorregadia, e meu corpo não quer nada mais do que se enroscar nos braços de Austin como as garotas em meus livros, saboreando o forte sentimento reconfortante de outro corpo atrás de mim. Ele não é seu namorado, Amy, eu lembro a mim mesma. Austin Sparks não é o namorado de ninguém. Ele é apenas... Alto, definido, delicioso e incrível. Eu balanço a minha cabeça para limpá-la e tento lembrar-me que ele é um motoqueiro, um nômade, se você preferir. Claro, eu meio que lhe pedi para me levar junto com ele. Eu me pergunto brevemente se eu cometi algum tipo de faux pas 12 ou algo assim. Eu já ouvi dizer que gangues de motoqueiros,

às

vezes,

têm

suas

próprias

regras

e

hierarquias. E se ele tentar fazer de mim a sua amante? E quão terrível isso seria? Eu dou suavemente uma tapa no rosto e sou recompensada com um olhar arregalado de Christy. — Eu beijei Beck. - Ela desabafa e depois cora três tons de vermelho, começando com cor rosa e terminando com um rubor carmesim que a faz parecer bronzeada. — E eu gostei. Eu jogo a minha cabeça para trás e rio, parando na beira da 12

Escorregadela, deslize, descuido, rata, faux pas ou gafe são termos que designam ações ou palavras impensadas que involuntariamente causam constrangimento ao autor e/ou às pessoas a ele próximas.

nossa rua para abrir e levantar meus braços do meu tronco e girar

lentamente.



embaixo

ainda

está

machucado,

dolorido, mas eu me sinto mais como uma mulher, seja lá o que isso signifique. Eu suspeito que tenha menos a ver com sexo e muito mais a ver com o fato de que eu não apenas tomei as minhas próprias decisões hoje, como também desafiei os meus pais ao mesmo tempo. Aparentemente, hoje foi tudo sobre estréias, registros e novas experiências. — Eu beijei Austin. - Eu admito e faço uma pausa para assistir um sorriso se formar nas bochechas de Christy, fazendo seu rosto parecer esculpida pelo luar enquanto sua silhueta é marcada pelo contraste com céu azul-marinho. Está totalmente sem nuvens, deixando a lua nua e roliça, orgulhosa de sua própria pele e feliz de compartilhar isso com o mundo. Eu deixo meus braços caírem de volta para o meu flanco. — E eu gostei, também. — Eu sabia! - Christy diz, apontando para mim e girando sobre seus calcanhares. — Eu pude perceber que havia algo diferente em você. - Eu quase deixo escapar o que aconteceu, conto-lhe todos os detalhes sórdidos, mas então eu me lembro de que Christy não lê romances como eu, e que sempre que eu usei a palavra sexo na conversa, ela tinha corado. Eu fecho a minha boca. Olhar para ela, toda linda e inocente à luz prateada, faz eu me sentir como uma má pessoa. Como posso ir embora quando eu sei que ela vai ficar presa aqui? Mais cedo, eu estava com tanta raiva de meu pai e, em seguida, tão extasiada com Austin que eu nem sequer imaginei a minha melhor amiga na situação. Eu olho para a

garota que me ajudou a esconder o chapéu pontudo de bruxa que eu fiz com papel no acampamento da igreja, para que eu não fosse surrada de cinto, e eu sei que eu não posso fazer isso com ela. Eu preciso de mais tempo para pensar. Eu mexo meus pés e, em seguida, jogo meus braços em volta do seu pescoço, apenas para completar. Ela ri e, em seguida, empurra-me, dando-me um olhar engraçado que diz que talvez ela tenha alguma ideia de que algo está acontecendo. Infelizmente, assim como todo mundo, eu tendo a

depreciar

Christy

às

vezes,

quando,

com

toda

a

honestidade, ela provavelmente é a mais perspicaz de nós duas. — Nós somos patéticas? - Ela me pergunta enquanto ambas olham em direção as nossas respectivas casas. Nada parece errado, mas eu acho que não saberemos até que nós realmente entrarmos. Se ele me pedir para ir ao seu escritório de novo, eu vou fugir. — Por que você pensaria isso? - Eu pergunto a ela, voltando-me para ver os olhos azuis de Christy infundido de perguntas. — Esta é uma conversa que nós deveríamos ter tido quando tínhamos quatorze anos. - Eu levanto minha sobrancelha. Ela levanta as mãos. — Ok, dezesseis anos, no mais tardar. Amy, eu tenho 21 anos e eu acabei de beijar um cara que cheirava a graxa e tinha SEM ESPERANÇA13 tatuado em suas mãos, com o único propósito de dizer que eu 13

Em inglês, é apenas uma palavra: “Hopeless”. O personagem tinha tatuado “esperança” em uma mão e “sem esperança” na outra.

tinha feito isso, que eu realmente coloquei a minha língua na garganta de alguém. - Ela se inclina e aperta-me em torno dos braços, forte, adicionando outra camada de algo para a lista de coisas que tenho que descobrir. Eu deixei aquela casa hoje à noite com uma missão e voltei com obstáculos. — Para onde vamos a partir daqui, Amy? Eu sei que o seu pai bateu em você de novo hoje. - Eu abro a minha boca para falar e não consigo encontrar nada para dizer; Christy sabe e não há sentido algum em tentar adoçar o que aconteceu. Meu pai me bateu hoje, seis vezes para ser exata, mandou-me voando contra a parede, e tirou sangue do meu nariz e dor de meu crânio. Não foi a primeira vez, mas foi o pior. Se ele descobrisse o que aconteceu com Austin, seria melhor eu correr para as montanhas, porque acho que ele iria pirar. Meu pai não é o tipo de homem que gosta de perder o controle. Como ele vem me controlando desde o dia em que eu nasci eu suponho que ele provavelmente teria um colapso mental no mínimo. — E os meus pais vão me bater pra caramba quando eu voltar para dentro. - Christy engole forte. — Então, o que fazemos? Como nós paramos com isso? Eu não quero acabar como Joan. Eu penso na nossa falecida amiga, Joan Jennise, que acabou ficando grávida do primeiro cara com quem ela teve relações sexuais e foi forçada a se casar pelas famílias dos dois, - bem parecido com a minha prima, Jodie. Ela se enforcou dois dias antes do casamento. Ela se sentia presa, mas ela não precisava. O mundo está de braços aberto e pronto, esperando nós escaparmos dessa bolha e nos

juntarmos. Eu abro minha boca para falar quando uma porta se abre nas proximidades, e eu chicoteio minha cabeça ao redor para encontrar a mãe de Christy olhando para nós, iluminada por trás pela luz amarela proveniente de sua porta e rasgando as belas sombras com uma eletricidade rigorosa. — Bosta. - Christy sussurra, deixando cair suas mãos para os lados e me dando um sorriso torto. — Terminamos a nossa conversa amanhã? - Eu assinto com a cabeça, mas mantenho meus olhos no rosto sombrio de sua mãe, querendo que ela mantenha as mãos longe da minha amiga. Amanhã, eu vou encontrar Austin e eu vou ver se há espaço para duas pessoas, e se não houver, bem ele que se foda então. Christy e eu vamos arrumar um jeito. — Cuide-se. - Eu digo a ela quando ela passa, cheirando a cigarros e perfumes. Seus pais vão ficar furiosos. — E eu amo você. — Eu você também, Aims. Ela desaparece na sua casa e a porta fecha-se com um terrível ultimato, quase como se ela estivesse indo para o abate ou algo assim. Eu tremo e envolvo os braços ao redor de mim, de repente com frio, apesar do calor úmido da noite. Apenas mais alguns dias enquanto eu resolvo isso, eu rezo enquanto caminho para a minha própria casa com passos lentos. Eu ia subir até a janela, já que, para ser honesta, essa foi à maneira que eu saí, mas eu sei que a mãe de Christy vai contar a minha mãe de qualquer maneira, então, eu opto pela porta da frente.

Melhor enfrentar meus demônios quando eu estou cheia da energia maravilhosa que, de alguma forma, Austin empurrou para dentro de mim. Um sorriso ilumina o meu rosto por um breve momento e depois desaparece quando eu abro a porta e encontro os meus pais na sala, olhando-me como se eu fosse à coisa mais desprezível que eles já puseram os olhos. — Você se divertiu? - Minha mãe satiriza, não realmente se importando se eu me diverti ou não. O que ela realmente quer dizer que não é apropriado, por isso, ela vai manter isso para si mesma até que estejamos sozinhas. Mamãe não gosta de mostrar ao Papai o seu lado violento. Meu pai permanece em silêncio, tomando um gole de seu chá e virando o rosto para longe do meu. Mau sinal. Seu silêncio é eloquente e me faz correr pelas escadas até o meu quarto, onde eu tranco a porta e encosto-me contra esta com os olhos fechados. Algum dia, quando eu não estiver esperando, ele vai revidar. Eu não sei quando ou como. Poderia ser público - como quando eu tinha dezesseis anos e ele falou sobre a minha menstruação para toda a igreja - ou poderia ser privado, como o dia em que ele queimou toda a minha coleção de livros no quintal. Eu me deixo escorregar até o chão, mantendo meus olhos bem apertados e tentando pensar. Pense. Pense. Eu não posso simplesmente pular na parte traseira de uma moto e decolar (embora eu tenha que admitir, há muito apelo nisso). Eu tenho Christy em quem pensar e dinheiro e um futuro. Além disso, se eu desaparecer, a minha família

nunca vai falar comigo. Nunca. Apesar de seus defeitos, eu os amo. Eu poderia viver sem ver minha mãe novamente? Eu penso sobre isso, realmente penso sobre isso por um momento, e fico surpreso ao descobrir que minha mente voa de volta para Austin Sparks e suas mãos quentes em meus quadris, seu corpo enfiando dentro do meu. Eu tremo e levanto-me rapidamente, movendo-me para o banheiro e entrando no chuveiro sem sequer me preocupar em tirar a roupa. Eu ligo a água fria e mordo o lábio para conter um grito quando a água bate forte e envia arrepios por todo o meu corpo. Eu não tenho tempo para fantasiar sobre Austin agora. Mas tudo que eu quero fazer é fantasiar sobre ele. Sobre o sexo. Eu toco o doce desconforto entre as minhas pernas e tento não gemer com o lampejo de prazer que ricocheteia pelo meu sangue. Uau. Vamos apenas dizer que eu tinha grandes expectativas e Austin Sparks não decepcionou. Eu mantenho meus olhos fechados e começo a me explorar, sentindo com as minhas mãos o que Austin sentiu com seu pênis, roçando os pêlos suavemente com as pontas dos meus dedos e, em seguida, deslizando facilmente dentro daquele calor intenso. Eu imagino que a minha mão é o pau de Austin, caindo no chão do chuveiro e espalhando minhas pernas amplamente. Penso em seus lábios se movendo, gemendo meu nome e, então, minha visão fica branca e minhas costas arqueiam, enviando outra espiral da petite mort pela minha coluna e cérebro, deixando-me abobada. Ah, sim, os orgasmos são

certamente do caralho. Eu movo a minha mão para cima, até a minha boca, e deslizo os dedos por dentro. Eu espero que Austin Sparks diga sim, que ele não tenha tido o bastante de mim, porque eu certamente não tive o bastante dele. Eu me provo, deixando a água gelada ensopar o meu cabelo e roupa, e descobrindo que o que eles dizem está errado: até mesmo um banho frio não pode fazer você se esquecer se a memória é suficientemente quente. E Austin Sparks é quente o suficiente para derreter. Eu só espero que ele não me derreta.

Capítulo 17 Amy Eu acordo na manhã seguinte com batidas suaves da minha mãe na porta do quarto. — Amy? - Ela pergunta a voz neutra, sem nenhum sinal da raiva que estava fervendo sob a superfície na noite passada. — É hora de se levantar. - Ela faz uma pausa. — E destranque esta porta. Isso faz eu me sentir como uma criminosa. - Eu escuto seus passos enquanto ela se afasta da porta e desejo fervorosamente por um celular. Mas eu não tenho um desses também. Papai diz que as únicas pessoas que precisam de celulares são as pessoas que têm segredos a esconder. O resto de nós, ele prega, pode usar o telefone no corredor, como uma boa pessoa, honesta e normal. Eu suspiro e balanço os pés para fora da cama, lembrando-me, quando o ar quente beija a minha pele, que eu dormi nua pela primeira vez na minha vida. Eu dormi nua e sonhei com homens com tatuagens em seus braços e segredos em seus olhos. Eu esfrego a minha mão no meu rosto e levanto-me, indo até a janela e espreitando a rua tranquila. Ontem à noite, a cada vez que uma motocicleta passou, eu acordei com

um

sobressalto,

o

coração batendo,

e divertidas

fantasias de Austin escalando a treliça e arrebatando-me na minha cama. Eu sorrio e solto a cortina, seguindo até a minha cômoda e temendo o que eu vou ver dentro de cada

gaveta. Haverá Cardigans perfeitamente dobrados, camisolas em tons pastel, e saias com estampas florais. A roupa que eu usava na noite passada tinha sido feita com antigos trajes de Halloween e, honestamente, era a coisa mais sexy que eu possuía. Eu suspiro e me visto com uma saia bege, blusa amarela e suéter branco. No entanto, eu uso os mesmos sapatos. — Você dormiu bem na noite passada? - Minha mãe pergunta conforme eu venho descendo as escadas devagar, tentando ignorar a dor entre as minhas pernas. Pelo menos você

não

sangrou,

eu

penso

que,

imaginando

quão

embaraçoso isso que teria sido. Pelo menos Austin não sabe que ele foi o meu primeiro, e eu definitivamente não pretendo dizer-lhe, muito obrigada. — Eu dormi. - Eu minto, perguntando-me como Christy está, pensando que talvez eu devesse ir lá agora e checá-la, arrastá-la para a cidade comigo para falar com Austin. Minha mãe me serve uma xícara de café e adiciona leite e açúcar, não se preocupando em perguntar em como eu gostaria, ela nunca perguntou. — Eu tenho boas notícias. - Ela me diz enquanto mexe o líquido turvo com uma colher. Eu fico olhando para o rosto dela, as bolsas roxas sob os olhos e a contração em sua bochecha. Ela ainda está com raiva de mim, mas ela está escondendo muito bem. Eu me pergunto: por quê? — Sua tia e prima decidiram mudar a data do casamento. - Ah, que bom, eu penso. Então, talvez eu possa sair daqui antes que eu seja obrigada a ir.

— Isso é bom. - Eu digo, tentando ser agradável, perguntando-me se o meu pai ainda está aqui em algum lugar ou se ele já saiu. Eu certamente espero que ele tenha saído. — Qual é a data? — Amanhã. - Minha mãe diz e eu tento não deixar meu queixo cair. — Amanhã? – Mamãe empurra o meu café pela bancada, mas não olha para mim. — Nós decidimos que um casamento faria bem a família, aproximando-nos novamente. - O meu coração começa a bater forte, sentindo uma armadilha. — Oh? — E, além disso, Jodie está... - Ninguém na minha família vai admitir em voz alta que a minha prima está grávida fora do casamento. Eu tento me lembrar de que estamos no século XXI, mas não é fácil. — Ficando impaciente para começar a família dela. - Aham. — Sua tia vai trazer o seu vestido mais tarde. Eu presumo que você vai estar aqui para experimentar? - Eu a encaro, mas não sei o que dizer. Eu penso em Austin novamente. Porra nenhuma, linda. Isso é o que ele diria, eu sei que é isso. Eu começo a ter sentimentos de formigamento na minha... Como é que eu digo? ... Minha vagina? Muito científico. Lá embaixo? Muito Cinquenta Tons. Minha xoxota. Minha buceta. Eu sorrio. É muito bom ser imoral, não é mesmo? Minha mãe percebe o meu sorriso e me dá um olhar estranho. Eu tusso e ajeito as minhas feições em uma

expressão mais maçante e neutra. — Christy e eu temos planos. - Eu digo a ela, lutando por algo de útil para dizer. — De ir comprar sapatos novos para a festa americana no sábado. Eu presumo que esta foi adiada? — Vai funcionar como a recepção. – Ela diz secamente e, em seguida, olha para os meus sapatos de salto brancos, franzindo o nariz em desgosto, muito embora tenha sido ela quem os comprou para mim. Claro que vai. Não poderíamos quebrar essa pequena tradição especial agora, não é? — E escolha alguns para o casamento enquanto você estiver fora. - Eu tento sorrir para ela, mas meus lábios sentem-se quebrados, como se eu tivesse abusado deles com expressões falsas por tanto tempo que já não querem obedecer às minhas instruções. Eu tomo um gole rápido do meu café, decido que da próxima vez eu vou experimentar puro, e sigo para a porta da frente, indo direto para a casa de Christy. A mãe dela atende e educadamente me diz que a minha amiga está indisponível, mandando-me embora com uma fungada e um sorriso de escárnio. Oh saco. Eu finjo ir embora, dobrando de volta quando a Sra. Hal finalmente para de olhar para fora das cortinas, e deslizo pelo portão dos fundos, seguindo na ponta dos pés até o deck e procurando por uma pedra para atirar na janela da minha amiga. Ela está certa; Christy está certa. Nós paramos de amadurecer e estamos presas em um ciclo perpétuo de termos 16 anos de idade. Eu pego uma pequena pedra branca e a jogo no vidro,

encolhendo-me com o alto “ping” quando esta ricocheteia de volta e quase me acerta na cabeça. A janela abre-se deslizando e Christy se inclina para fora, com um sorriso triste manchando seu rosto bonito. — E aí, estranha. - Ela diz e estremece, esfregando seus olhos.

Eu

não

vejo

quaisquer

contusões

de

verdade,

entretanto, o pai dela é tão bom quanto o meu para ter certeza que ninguém saiba o que se passa por trás de portas fechadas. Minha mão inconscientemente se levanta até a minha

bochecha.

Está

dolorido,

mas

é

esquecível.

Honestamente, a dor suave entre as minhas pernas dói mais. — Quais as novidades? — Nós vamos até a cidade comprar sapatos - Eu digo, parando quando a mãe de Christy aparece no deck traseiro, apertando os olhos verdes para mim como se ela desejasse que eu desintegrasse ali mesmo no gramado. Entretanto, ela provavelmente não gostaria de prejudicar o perfeito mar de verde, talvez, por isso, ela está apenas desejando que eu caísse morta e fosse para o inferno. Sim, eu penso. Isso soa um pouco mais parecido com o estilo da Sra. Hall. — Esgueirando-se pelos quintais alheios, Srta. Cross? O que sua mãe diria? - Eu suspeito, ela já saiba o que minha mãe diria por que eu tenho certeza que elas acabaram de falar uma com a outra pelo telefone. A Sra. Hall bufa e balança a cabeça como se eu fosse tão ridiculamente inacreditável. Ela tentou me proibir de sair com Christy uma vez porque eu coloquei delineador preto na escola e ela me viu, chamando-me de adoradora do Satanás. Hoje, ela tem

uma expressão facial semelhante. — Mas vocês duas estão em necessidade desesperada de sapatos novos, e eu não estou prestes a ir até aquele... Festival. - Ela cospe a palavra como se fosse veneno e a deixa ferver no ar quente da manhã. — Então vão, mas não demorem. - Tão logo, Christy está desaparecendo de sua janela, e eu sei que ela está no meio da escada. A Sra. Hall passa a mão sobre seu cabelo loiro e toca seu coque, apenas para se certificar de que ainda está em perfeita ordem, antes de se virar e sumir na escuridão de sua casa, batendo a porta na minha cara. Eu volto pelo quintal e espero na varanda da frente por Christy, sorrindo quando ela surge vestida com uma roupa que é quase idêntica a minha. Suéter azul claro, camisa branca, saia de estampa floral. — Por favor, diga-me que você bolou algum plano? - Ela pede destravando as portas do seu carro e abrindo o lado do passageiro para mim. — E que nós não vamos realmente comprar sapatos. -Entre. - Eu digo a ela, perguntando-me exatamente o que é que eu vou dizer. Ela move-se apressadamente pela frente do carro e entra, imediatamente irrompendo em uma surpreendente enxurrada de lágrimas. Eu vejo sua mãe olhando pela janela e aperto seu braço desajeitadamente. — Vamos lá. - Eu digo a ela, baixando a minha voz para um sussurro. Fui só eu ou eu vi as cortinas também se mexerem no andar de cima da minha casa? — Eu tenho algo excitante para lhe contar. - Christy funga e acena com a cabeça, ignorando a corrente de umidade salgada que está escorrendo

pelo seu rosto, e liga o pequeno carro azul com um giro na chave. — É melhor que seja bom. - Ela diz, tentando sorrir através de sua tristeza. Eu prometo a mim mesma que eu vou abraçá-la assim que chegarmos à cidade. — Porque eu tive a pior noite da minha vida na noite passada. - Ela não detalha, e eu não pergunto. Se ela quiser me contar mais, ela fará isso, mas se ela não o fizer, não vou pressioná-la.

É

como

nós sempre fomos e como espero que nós sempre sejamos: agradáveis, honestas e verdadeiras. Bem, na maioria das vezes de qualquer maneira. Eu ainda não acho que eu posso lhe dizer que eu não sou mais virgem. Nós duas fomos por tanto tempo que simplesmente parece que esse é o jeito que as coisas que deveriam ser. Eu quase sinto como se eu a tivesse traído de alguma forma, por mais estúpido que isso soe. — Conte-me. - Eu sorrio. — O que você pensa sobre motos? - Eu lhe pergunto enquanto seguimos pelas ruas em direção ao centro da cidade, onde a única loja de calçados está localizada. A outra mais próxima fica a cerca de 110 quilômetros de distância, no nosso shopping mais próximo. Christy mordisca o seu lábio e levanta uma sobrancelha desconfiada. — Por quê? — Como você se sentiria se nós apenas... Eu não sei, pulássemos em cima de uma e partíssemos? - Eu imagino meus braços deslizando ao redor do grande corpo de Austin, enredando-se no couro de sua jaqueta enquanto o vento pica o meu rosto e os olhos intensos da o sol olham para nós com

inveja. Eu tremo. Essa é uma visão romantizada com certeza, mas eu não posso evitar cogitá-la. Todo mundo precisa de um pouco de fantasia em sua vida, por que você acha que romances são tão malditamente populares? — Desembucha. - Christy diz, parecendo tanto com medo, como excitada ao mesmo tempo. — Você nos comprou motos? - Eu rio. — Não exatamente. - Eu penso em Austin mais uma vez, e na luz do dia, o meu desejo, na verdade, parece meio... Ridículo. Eu não tenho o número dele, ele não tem o meu. Ele nunca sequer pediu. Eu nem sei como eu deveria encontrá-lo hoje. Esse pensamento me atinge de repente, como se eu tivesse acabado de dar de cara numa parede de tijolos, e imediatamente me encontrasse com falta de ar. — Merda. Christy me dá uma olhada. — Você está bem? - Eu levo minha mão para a barriga e tento pensar. Eu acho que eu apenas presumia que iria encontrá-lo no meio da multidão. Quero dizer, ele não é difícil de detectar. Eu poderia ver Austin Sparks a um quilômetro de distância. — Eu... Eu perguntei a Austin se nós poderíamos nos juntar ao seu clube de motoqueiros. – “Nós não, eu. Eu perguntei a Austin se eu poderia juntar-me ao seu clube. Eu vou ter que mudar para “nós” o mais breve possível”. Christy ri. Ela não acha que eu esteja falando sério. Eu olho para as minhas mãos e depois volto o meu olhar para ela, observando a covinha no seu queixo e o modo como seus brincos balançam com a brisa do ar condicionado. — Estou falando

sério, Christy. - Eu digo a ela, e ela para de rir. Um horrível momento

estranho

de

silêncio

se

estende

longa

e

pesadamente entre nós. — Com o grupo de Beck? - Ela pergunta, e leva um tempinho para eu responder por que eu quero dizer que é o grupo de Austin. Eu me lembro de que Austin introduziu o ruivo como seu amigo e presumi que eles eram a mesma coisa. Triplo M, ele disse. Eu me pergunto o que isso representa? — Sim. — Por quê? Outro momento de silêncio constrangedor. — Eu pensei que você quisesse ir embora? - Eu pergunto

a

ela,

imaginando

por

que

seu

rosto

está

subitamente ficando todo vermelho e seus olhos estão começando a umedecer novamente. Ela balança a cabeça e não fala comigo durante algum tempo, não até que nós chegarmos ao centro da cidade e estacionarmos numa vaga privilegiada a apenas um quarteirão de distância da fita amarela que marca as fronteiras do festival. — Eu quero, mas eu... - Ela para de falar e desliga o motor, deixando as chaves caírem em sua bolsa com um suspiro. — Eu quero e não quero. — Mas você não acabou de dizer que queria? E ontem à noite... — Eu sei o que eu disse! - ela se estoura e, em seguida, sai do carro e começa a seguir pela calçada como se ela não pudesse ser incomodada. Eu a vejo desaparecer no interior

da loja de calçados: Solas Celestiais (sim, esse é o nome verdadeiro), e saio com um suspiro próprio. As coisas pareciam

tão

diferentes

na

noite

passada,

menos

complicadas. Agora que o sol quente do sul está tocando o meu rosto, puxando gotas de suor da minha pele no instante em que eu saio do carro, as coisas parecem como um emaranhado de cordas e incertezas. Talvez eu esteja sendo infantil? Talvez eu devesse apenas esquecer que tudo isso aconteceu e seguir em frente? Mas, então, eu o vejo. Eu vejo Austin Sparks descendo a calçada na minha direção.

Capítulo 18 Austin Eu estou saindo do hotel com uma dor de cabeça do tamanho do Texas quando vejo Amy Cross sai de um pequeno carro azul e se virar na minha direção. No segundo que eu capto o seu olhar, meu corpo entra em chamas, e me encontro correndo pela maldita calçada para encontrá-la. Ela me mantém preso por todo caminho, usando aqueles grandes olhos azuis claros para provocar-me num frenesi que me faz desejar que eu pudesse jogá-la na parede mais próxima e fode-la pra caralho. Que diabos há com essa maldita garota, Austin? Você precisa tirá-la do seu sistema e rápido. Eu me forço a desacelerar quando chego mais perto dela. Ou levá-la com você. Merda. — Bom dia, doçura. - Eu digo, e sorrio quando a vejo estremecer. Certo como a porra que não é o tempo que está deixando a pele dela com pequenos arrepios está mais quente que o inferno aqui fora. — Bom dia, Austin. - diz ela, toda certinha. Seus olhos ficam movendo-se rapidamente até uma loja de sapatos com uma imagem estampada do próprio Jesus Cristo por toda a janela. Cidade pequena estranha pra caramba. E de alguma forma complicada também. Eu preciso encontrar Gaine e rápido; o que não é uma operação prazerosa. As coisas estão difíceis. Depois que eu deixei o bar ontem à noite, a merda bateu no ventilador, e este não parou de girar. Motos foram

arruinadas, e as pessoas se machucaram, e eu não tive nada a ver com nada disso. Eu estava muito ocupado no andar de cima esfregando o meu pau e pensamento em Amy enquanto Gaine, Beck e mais Deus sabe quem estavam fazendo o meu trabalho sujo por mim. — Como você está?14 - Eu rio porque as palavras escapam automaticamente da boca dela, fazendoa corar e depois colocando essa autêntica aparência irritada no seu rosto como se ela quisesse parar, mas não soubesse como. Eu tenho algumas ideias sobre como manter esta boca ocupada, mas eu as mantenho para mim. Eu não tenho tempo para isso agora, por mais que eu gostaria de conhecer a Srta. Amy um pouco melhor. — Hum. - Ela para e mordisca o lábio, estendendo a mão para cima para ajeitar um pouco daquele

cabelo

marrom-dourado

atrás

da

orelha.



Obrigada. - Eu fico olhando para ela, e ela se apressa a explicar, usando as mãos para enfatizar suas palavras. — Pela noite passada eu digo? — Você está agradecendo-me por transar com você, querida? - Eu pergunto com uma risada, e ela franze o nariz. —

Eu

apenas...

Eu

não

sei

como

essas

coisas

funcionam. - Ela começa, mas, tão logo, eu estou dando um passo à frente e enganchando meus dedos debaixo de seu queixo, puxando seu rosto para o meu e pressionando minha boca contra a dela. Ela tem um gosto doce, como se talvez ela esteja usando um pouco dessa porcaria de maquiagem com sabor que Mireya gosta, mas a sua boca está faminta, pressionando contra a minha com uma fúria vigorosa que eu 14

No original, o “how do you do?” tem duplo sentido: seria algo como “Como você transa?”.

não esperava. Nós emaranhamos nossas línguas e logo meus braços estão ao seu redor e eu estou tentando descobrir onde é o local mais próximo que poderíamos foder. Amy

se

afasta

primeiro,

tropeçando

para

trás

e

limpando a boca como ela não conseguisse acreditar no que ela tinha acabado de fazer. Seus olhos piscam ao redor, como um par de vaga-lumes, em busca de alguém que possa ter visto. Ok, há um monte de pessoas ao redor, trocando de moto, trocando dinheiro e drogas, conversando, espantados, respirando, vivendo. Mas não há ninguém olhando para nós. — Pare. - Ela diz, balançando a cabeça e segurando a alça da bolsa com tanta força que os nós dos dedos ficam brancos e seus lábios franzem-se com raiva. — Não faça isso. — Por que não? - Eu pergunto, dando um passo à frente e estendendo a mão para escovar algumas mechas de cabelo para longe do seu rosto. Ela pode não querer, mas eu preciso. Eu preciso tocá-la, beijá-la e transar com ela, porque ela de alguma forma está envolta na minha mente, e eu preciso que isso pare. Eu conheci a maldita garota ontem. Eu perguntome brevemente se eu deveria encontrar Mireya, dizer-lhe que eu sinto muito, e apenas tentar esquecer Amy Cross. — Apenas pare. - Ela sussurra, deixando-me passar o meu polegar pelo seu lábio inferior. Deus, o que eu não daria para tê-la curvada sobre aquela mesa de bilhar novamente. — Não em público. - Eu levanto as sobrancelhas. — Você quer ir para outro lugar, linda? - Ela olha para mim bruscamente, juntando as sobrancelhas finas com raiva.

— Você nem sequer se lembra, não é? - Ela sussurra, mas eu lembro. Eu lembro-me e sei exatamente o que é que ela está falando. Ela quer se juntar a Triplo M, e, foda-se, mas eu quero levá-la comigo. Má ideia, Austin. O que acontecerá quando você se cansar dela? O que você vai fazer então? Despejá-la na beira da estrada? Sua mãe lhe ensinou para ser melhor que isso. — Você não me conhece. - Eu lhe digo honestamente. — Ou a merda na qual eu me meti. Você não quer isso. Ela me dá um tapa então, forte, bem do outro lado da cara. — Foda-se. – Amy diz, a voz baixa e dura como couro, não é exatamente o que eu estava esperando. Ela olha para o cimento por um momento e depois de volta para mim. — Você não me conhece tampouco, e você não sabe o que eu quero como é aqui, viver nesta... Nesta... Fodida bolha. Você pode fazer o que quiser, quando quiser. Você visita lugares, conhece pessoas, tem relações sexuais com quem quiser. Ela joga as mãos para cima e fica um tom claro de rosa quando diz isso. — E eu fico presa aqui com um pai que me bate e uma mãe que não se importa, e perco minha virgindade com um imbecil em um bar. - Ela fecha a boca de repente, e eu não posso evitar o sorriso no meu rosto. — Merda. - Eu digo e, em seguida, eu a estou agarrando-a por trás da cabeça e puxando seus lábios contra os meus, beijando avidamente ali mesmo, no meio da rua. Ela levanta as mãos para protestar, mas não parece encontrar uma luta para isso, ao invés, escolhe agarrar as

bordas do meu colete com um punho de ferro. Eu me sinto ficando excitado, e eu não consigo evitar empurrar os quadris para frente, agarrando-a pela cintura e esfregando-a em mim, desejando que nós pudéssemos terminar isso, aqui e agora. E então, talvez, você será capaz de ter um pensamento lógico passando pelo seu grosso crânio, Sparks. Amy nos para novamente, e eu juro por Deus, eu estou pronto para agarrá-la pela cintura, atirá-la sobre meu ombro e levá-la para o meu quarto de hotel. Eu passo meus dedos pelo meu cabelo e me viro, dando uma respiração profunda para manter a calma. — Austin. – Ela diz, e eu me lembro de que é por isso que mulheres como Mireya são melhores para mim. Eu as entendo, e elas entendem a mim, o que eu quero e o que eu preciso. Esta... Garota, ela não sabe merda alguma. — Eu preciso sair daqui, você me ajudando ou não. - Aqui, ela faz uma pausa. — Com quem é que eu preciso falar? – Eu me desviro para olhar para ela e vejo que ela endireitou os ombros e ergueu o queixo. Suor escorre desde seu pescoço, até entre os seios, desaparecendo sob o decote de renda de sua camisa. Eu engulo em seco, apertando minhas mãos em punhos apertados ao meu lado. Toda essa tensão sexual sem uso vai me pôr em um péssimo humor filho da mãe. — Kent Diamond. - Eu digo e ela assente bruscamente. — Onde posso encontrá-lo? Merda. Eu a encaro de forma severa, realmente severa, e eu sei que eu não posso mandá-la para Kent. Isso é completamente fodido. Eu não enviaria o meu pior inimigo

para Kent Diamond. — Eu vou perguntar a ele. - Eu prometo. Eu iria de qualquer maneira. Há apenas algo sobre Cross que me faz querer fazer isso, apenas pela possibilidade do que poderia ser. Você está me assustando, Austin, eu digo a mim mesmo, balançando a cabeça para limpá-la, mas Deus foi tão bom ontem à noite quando eu estava montando a bunda dela. Aquela sensação de querer possuir Amy Cross não melhorou, só piorou. Eu me pergunto quantas vezes serão necessárias antes que desapareça completamente. — E a minha amiga. - Ela solta. — Ela poderia... Eu não sei. - Ela toca as palmas das mãos na testa e fecha os olhos por um momento. — Sabe o que mais? - Ela começa, deixando os braços caírem de volta para o seu tronco. — Esqueça, esqueça tudo isso. – E, então, ela decola para a loja de sapatos, deixando-me a imaginar o que diabos aconteceu. Eu penso em correr atrás dela, percebo que eu nunca sequer considerei correr atrás de qualquer mulher, e, então, identifico Gaine no final do quarteirão, vindo dobrando a esquina com um hematoma roxo no olho esquerdo e um manquejar que certamente não estava lá ontem à noite. Maldição, mas Amy Cross vai ter que esperar. Eu aceno para Gaine. — Onde diabos você esteve? - Ele me pergunta, ficando chateado antes que eu tenha a chance de ficar. Seu cabelo escuro está empapado de sangue, e não parece que ele dormiu na noite passada. Eu me pergunto onde ele esteve. — Gaine... - Eu começo, mas ele não quer ouvir.

— Foda-se, Austin. - Ele diz, fechando os olhos e inclinando a cabeça para trás. Sua mandíbula está inchada e parecendo ferida, como se ele tivesse tomado uns golpes. Eu não quero perguntar, mas eu preciso. — Você fez, não foi? - Eu digo, balançando a cabeça e tentando não me odiar. Eu bati o pé e meus amigos se ferraram por isso. Eu odeio a maneira como o mundo funciona às vezes. — Você é a vadia de Diamond agora, também? Eu mal sou capaz de me mover antes que Gaine balance seu punho, não me atingindo por alguns centímetros antes de ele tropeçar para frente e encostar-se ao lado de um poste de telefone. Suor está escorrendo pelo seu rosto e pingando no chão, fazendo suas tatuagens tão brilhantes e lívidas, quanto os hematomas na lateral de seu pescoço. — Não é o que você pensa Austin. - Ele me diz, e eu quero acreditar nele porque não há ninguém aí que seja melhor do que Gaine, mas eu não posso ficar atrás de Kent e sua disputa territorial de merda. Essa não é a forma como as coisas deveriam funcionar, e não é algo na qual eu queira me envolver. — E sabe o quê mais? Eu não vou ficar aqui e receber merda de você. - Ele faz uma pausa e cospe na calçada ao lado de meus pés. — Tenha você concordado com a decisão de Kent ou não, você deveria ter estado lá. Eu não vou me justificar a você. E, em seguida, ele está empurrando-se para longe da madeira e tropeçando na calçada como um maldito bêbado. Eu o deixo ir, encarando as suas costas, as cores da Triplo M

que ele está vestindo, e eu sei que, eu gostando ou não, eu preciso intervir e lidar com essa merda sozinho. Caso contrário, alguém pode se machucar. Eu tento não pensar em Amy quando eu digo isso.

Capítulo 19 Austin — Seu filho da puta estúpido. - Eu digo quando entro no quarto de hotel de Beck e o encontro nu na cama com Mel. Ela sorri para mim e não faz nenhum movimento para cobrir sua bunda branca como lírios com o lençol. — Bom dia para você também, Austin. - Ela diz enquanto se espreguiça como se estivesse muito satisfeita do que tinha feito e se inclina para frente para pressionar um beijo sensual de lábios sorridentes de Beck. Ele dá um tapa na bunda dela enquanto ela se levanta e olha para ela com os olhos cintilantes. O fodido estúpido não se cansa dessa vadia. — O que diabos aconteceu ontem à noite? Gaine não quer falar comigo, e ele parece uma maldita merda. Diamond ri, e eu tenho que resistir à tentação de pular nela e colocá-la em coma. Ora, eu normalmente não sou partidário da ideia de bater em mulheres, mas Melissa Diamond há muito atravessou uma dimensão só dela, então, eu acho que consigo pelo menos dar um par de golpes antes de a minha consciência me vencer. Ela desliza até o banheiro e me sopra um beijo antes de fechar a porta. — Mas que porra? - Eu rosno, mas Beck simplesmente dá de ombros, sentando-se e estremecendo quando as cobertas caem e revelam um estômago coberto de hematomas roxos e verdes. Ataduras brancas estão enroladas em torno do ombro de Beck e obscurecem parte de sua tatuagem de caveira. — Sem mais

Diamond. - Eu digo a ele, mas ele nunca escuta. Um dia, o Pres vai descobrir e Beck vai perder seu pau em uma briga de faca. — Eles estavam usando correntes. - Beck explica, apontando para a barriga. — Era apenas Gaine, Mireya e eu... - Eu dou um passo para frente e Beck para, de alguma forma percebendo o quão grave essa merda tinha ficado. — Mireya? - Eu pergunto, e meu tom é gélido. Agora ela está envolvida em toda essa merda? O que diabos eu fiz? Eu estava muito preocupado com a Amy? Mas não, não é nada disso. Eu não fiz o que Kent pediu porque eu não acreditava naquilo. Ele já possuía as chaves de uma parte da minha alma, e eu gostaria de manter o resto. — Era para ser tranquilo, você sabe apenas entrar e vazar. Nós levamos alguns tacos de beisebol e nós íamos apenas estragar as coisas. Nós não planejamos ir tão longe. — Caralho, eu disse a você, a todos os três para não se envolverem nessa merda. - Beck não quer olhar para mim, mantendo seus olhos verdes focados na cômoda ao lado da porta. — Por que não? — Eu não posso lhe dizer, você sabe disso. - Eu digo, embora eu deseje poder. Eu gostaria de poder contar a alguém. No entanto, eu entrei nessa confusão sozinho e, um dia, eu vou cair fora disso. Por ora, eu acho que pode ser melhor se eu jogar os jogos de Kent um pouco melhor. Este fardo deve estar sobre os meus ombros, e não sobre os dos meus amigos. Há uma razão para aquele idiota escolher os

três para o trabalho quando havia muitas outras pessoas que eram mais do que capazes. — De onde você acha que vem todo o dinheiro? Você quer tem um trabalho do caralho? Deixe que eu me preocupar com essa merda, e não... - Eu aponto o dedo para o peito de Beck. — Saia estragando as motos de outras pessoas. — Código da Estrada? - Beck brinca, fazendo uma careta quando sua risada puxa as ataduras no peito. — Foda-se, idiota. - Eu lhe digo e, então, estou fora de lá e esbravejando pelo corredor em direção ao quarto de Mireya. Eu nem sequer chego ao meio do caminho antes que a minha própria porta está se abrindo, e ela está saindo com uma toalha na cabeça e um robe sobre os ombros. — Ei. - Ela diz, e sua voz é suave. Quando ela olha para mim, eu posso ver que ela não está mais com raiva de Amy. Ela acha que a ameaça terminou, espere até ela ouvir o meu pedido para Kent. Ela vai parar de olhar para mim com aquele sorriso suave, parar de tocar no meu braço com as unhas e sussurrar palavras quentes em meus ouvidos. Eu me pergunto se eu estou bem com isso? Mireya tem estado ao meu lado por um longo, longo tempo, desde que Kent me encontrou nas profundezas do inferno e me puxou para fora do mesmo. Ele fez isso com Mireya também, e talvez seja por isso que todos nós estejamos ainda aqui, por algum fodido senso de lealdade. Ou chantagem. Ou ambos. — Eu espero que isso seja ok... - Mireya para e gesticula para o quarto com a mão, pedindo a minha permissão. Eu concordo com a cabeça uma vez, muito breve, muito puto, e cruzo os braços

sobre o peito. — Austin... - Ela começa e eu a paro com uma sacudida de cabeça. — Você prometeu ficar de fora dessa merda. - Eu digo a ela, e ela olha para o lado como se estivesse envergonhada. — Você não está tentando se vingar de mim por foder Amy ontem à noite, não é? – A cabeça de Mireya vira-se como ela se ela tivesse sido golpeada e seus olhos arregalados, queimando com o fogo do inferno. Quando uma mulher olha para você assim, com o sangue da terra fervendo sob sua pele, você sabe que fez algo errado. —

Aquela

vadiazinha

branquela?

-

Ela

pergunta,

estalando os dentes juntos como se ela estivesse tentando morder o fluxo de palavras em seu cérebro, como se ela pudesse continuar para sempre sobre o quanto ela odeia Amy Cross. — Isso não tem nada a ver com aquela putinha. Mireya arranca a toalha da cabeça e sacode os cabelos longos e escuros. Acho que ela é espanhola, talvez, com base em seu sotaque, mas ela nunca fala sobre seu passado, portanto, eu não sei merda alguma. Às vezes é melhor deixar o passado para trás. Eu acho que é o apelo da estrada. O vento não detém os prisioneiros, e expulsa as más lembranças. Se há alguma magia sobrando no mundo, então, eu certamente sei onde a encontrar, todos nós sabemos. — Ninguém no grupo de Walker vale o ar dos pulmões deles. Se eu pudesse, eu os deixaria apodrecendo. - Mireya zomba e olha para o chão como se quisesse dizer algo, mas não conseguisse. — Você acha que destruir as motos deles foi ruim? Se algum dia eu tiver a chance, eu vou matá-los. - Ela olha para mim

finalmente. — Se Diamond mandar ou não. Eu olho para ela, e me pergunto quão longe isso vai, o que ela e Gaine estão escondendo de mim. Parece que todo esse rancor vai além de disputas guerras territoriais e meios de subsistência, como se fosse pessoal. Eu não pressiono para obter mais detalhes, apenas dou em passo a frente e enrolo meus dedos no cabelo molhado de Mireya. Ela olha para mim, a raiva desaparecendo de seus olhos tão rápido quanto veio. — Como ela foi por sinal? - Mireya pergunta, deslizando os braços em volta da minha cintura. Eu não preciso perguntar de quem é que ela está falando. Minha conquista do dia, minha pequena Senhorita Cross. Explosiva, quente, apertada, fodidamente deliciosa. Eu nunca me esquivei de contar a Mireya merdas assim antes. Desta vez, porém, a minha língua fica amarrada, e eu a acabo beijando, em vez de responder. Mireya mordisca a minha boca avidamente, rói meu lábio inferior com os dentes e deixa as mãos caírem para desatar a faixa em volta da cintura, deixando a fenda do robe aberto e me mostrando uma longa fila de sua pele lisa e bronzeada e um pedaço de pêlos escuro entre suas coxas. — Eu ainda tenho aquelas botas de cowboy, se você estiver disposto? - Ela me pergunta, dando um passo para trás e deitado sobre a cama convidativamente. Eu fico parado ali como um idiota por um segundo a mais antes de finalmente dar um passo adiante, mas é tarde demais, Mireya viu minha hesitação. Ela senta-se subitamente, agarrando as

bordas abertas de seu robe. — Mas que porra, Austin? - Ela pergunta, olhando para a minha virilha como se fosse o inimigo. Eu tinha uma ereção em curso, como eu não poderia ter com Mireya deitada na cama com os grandes seios expostos e sua barriga lisa, suas longas, longas pernas? Mas eu não sinto nenhum daquele fogo ou calor. Talvez eu esteja apenas deixando a minha raiva do Pres me alcançar? Merda, eu não sei. — Você não gosta mais de mulheres? - Ela rosna enquanto rola para fora da cama e bate na minha mão quando eu a estendo para alcançá-la. — Ou talvez aquela cadela de olhos azuis cortasse suas bolas? Não achei que você fosse do tipo que deixá-las se safar tão facilmente. Eu agarro seu ombro com um grunhido e a desviro, batendo-a na parede com força e pressionando meu corpo contra o dela com firmeza, esfregando a minha ereção em seu quadril. — Isso não tem nada a ver com Amy. - Eu digo, perguntando-me por que eu ainda não consigo tirar essa garota da minha mente. — Eu só não gosto de você se envolvendo com Mel e a merda de Kent. - Mireya sorri, mas não é uma expressão feliz. — Porque você está preocupado comigo? - Ela pergunta, e eu não gosto de onde isso está indo. — Cala a boca, porra. - Eu lhe digo, pegando uma camisinha do meu bolso de trás e abrindo o zíper das minhas calças. Eu deslizo o látex no meu pau e agarro a bunda de Mireya, levantando-a e batendo suas costas na parede. — E

fique fora dessa porcaria. —

Isso

é

uma

ordem?

-

Ela

me

pergunta

maliciosamente, envolvendo suas pernas em volta de mim, para que eu possa deslizar para dentro dela. — Certamente, caralho. - Eu rosno enquanto impulso para frente e tento não sentir que estou traindo a garota que eu nem sequer conheço.

Capítulo 20 Amy Eu não sei como me sentir depois do meu encontro com Austin. Meu coração está retumbando e meu corpo está pulsando, implorando-me para correr do lado de fora das portas da loja de sapatos e me jogar em seus braços. Eu quero que ele me curve de novo, encha-me com seu longo pau duro por muito tempo, e esfregar-se em mim até que eu gritar. Ao mesmo tempo, eu me sinto deprimida, quase miserável. Christy ainda não quer olhar para mim, e nós acabamos gastando nosso curto passeio juntas olhando sapatilhas pretas e sandálias de salto alto fúcsias nenhumas das quais eu gosto, ambas eu compro. —

Christy... - Eu começo quando entramos no carro dela, mas ela não quer falar comigo por seja qual for o motivo, sintonizando a estação de rock cristão tão alto que, quando voltamos para nossas casas, meus ouvidos estão zumbindo. Eu a deixo, sentada na quente entrada da garagem sem mais palavras. Alguma coisa está incomodando minha amiga, mas até que ela decida quer me contar, não há nada que eu possa fazer. —

Amy? - Minha mãe pergunta quando eu entro em casa, piscando pela ausência do sol quente nos meus olhos e passando a minha sacola de compras sem um segundo pensamento. Minha mãe sempre verifica as minhas compras. Sempre. Ela acena com a cabeça em aprovação em ambos os pares de sapatos e acaricia minha mão com um sorriso. — Boa garota. - Ela diz, elogiandome como se eu fosse um cachorro ou algo assim. Eu tento manter

minha expressão neutra, mas uma carranca muito pequena consegue se arrastar para o meu rosto. — Olha, sua tia veio com seu vestido. Está na sua cama, por isso, tome cuidado para não amassá-lo. - Ela faz uma pausa e me observa enquanto eu ponho a mão no corrimão da escada, desesperada para subir os degraus e me trancar no meu quarto para que eu possa pensar. Na verdade, eu estou um pouco confusa no momento, um pouco insegura de mim mesma. Apenas uma coisa não mudou: ainda vou embora. Christy, Austin, hoje, amanhã - todas essas coisas são pequenos fatores que eu tenho que considerar, mas eles não vão afetar o resultado final. Eu serei livre. —

Seu cabelo será feito as seis, portanto, certifique-se de estar acordada e tomado banho. - Eu aceno com a cabeça bruscamente e espero até que a minha mãe me dê algum tipo de sinal de que está tudo bem eu sair. Esta é a forma como as coisas sempre foram, então, é a forma como as coisas vão ficar até eu ir embora. Se eu agir de forma diferente de antemão, ela vai saber que algo está acontecendo, e ela vai tentar me fazer ficar. Eu não quero lidar com isso. — E pinte suas unhas hoje. Nós não temos tempo para ir ao salão. - Sim, porque você antecipou o casamento de repente, presumivelmente para meu bem. Eu me sinto um pouco triste por Jodie, mas não há muito que eu possa fazer sobre isso. A minha família, como um todo, não se preocupa com a felicidade individual. É tudo sobre a imagem que apresentamos para a comunidade e as regras que estão esculpidas em nossas almas com sangue. — Agora pode ir e descanse um pouco. - Ela diz finalmente me liberando de seus desmandos. Quando eu entro no meu quarto, eu largo meus sapatos no

chão e tiro minha blusa, jogando-a no chão e abrindo as janelas do meu quarto amplamente, para que eu possa inclinar-me para fora e sentir a brisa quente contra a minha bochecha. Eu ainda sinto o gosto da boca de Austin, sinto suas mãos em meus quadris e seu corpo dentro de mim. Eu o quero tanto que dói, e eu não consigo identificar se é apenas no sexo que eu estou interessada ou no próprio homem. Eu não sou exatamente uma especialista quando se trata de homens, por isso, eu não consigo ter certeza de nada realmente. Tudo o que eu sei é que eu sou uma confusão andante e falante de nervos e hormônios. Eu tento pensar em Sali Bend e como ela lidou com Serone Glance porque, personagem fictício ou não, eu a considero uma das minhas melhores amigas. O homem era rude, bruto e inadequado. Eu fiquei atraída por ele no momento em que entrei pela porta, e eu soube desde o primeiro momento que o vi que ele ia ser bruto, que ia ser feio, e eu iria desfrutar cada maldito minuto disso.

Eu acho que o conselho de Sali é quase tão bom quanto o que eu vou ganhar nesta situação e tento não pensar muito sobre as coisas. Eu vou arrumar minhas malas, esvaziar minha conta bancária, e ver o que acontece. Eu vou deixar a coisa toda com Austin para lá e, como Sali Bend poderia dizer: ver o que diabos acontece. Ou ele vai falar sobre mim para esse cara, Kent, ou não vai. Eu o repreendi de qualquer maneira. E depois, há Christy em quem pensar... Eu fecho os olhos e respiro um bocado de ar quente. Dane-se. Eu tenho que aprender a deixar ir. Afinal de contas, toda a minha vida tem sido cuidadosamente planejada, organizada, estruturada e governada por outros.

Eu acho que é hora de eu me infundir com um pouco de caos.

Capítulo 21 Amy Eu acordo na manhã do casamento da minha prima e dou uma olhada embaixo da minha cama, para que eu possa olhar para a minha mochila e saber que é real, que esta decisão foi tomada e que, de uma forma ou de outra, eu vou embora. Eu preciso fazer isso para que eu possa sobreviver aos

apertos,

cutucões

e

ajeitadas

das

longas

unhas

vermelhas da minha tia enquanto ela puxa e arranha o cabelo para cima num feio e bagunçado montinho no topo da minha cabeça. — Fique quieta. - Ela ordena, puxando-me de forma agressiva. Ela está brava comigo, mas eu não vejo como isso é culpa minha. Eu não sou aquela que decidiu adiantar o casamento; foi o meu pai na verdade. E a minha tia tem sido, há muito tempo, a puxa-saco do meu pai. Talvez seja porque eles cresceram juntos. Talvez seja porque minha tia é uma pessoa fraca, alguém que segue e nunca lidera. Talvez seja isso. — Agora se levante e ponha o seu vestido. - Megan para e funga rudemente. — E tire um pouco da maquiagem. Você parece uma prostituta.

Eu suspiro quando ela sai do quarto e solto o meu rosto em minhas mãos. Não muito mais tempo, eu penso, tentando encontrar uma data exata de partida na minha cabeça. Após o show de moto acabar, é claro, apenas no caso de Austin vier atrás de mim. Eu fixo minha previsão no dia 20 e me levanto antes que alguém entre e grite comigo. Toda a família está em um estado de pânico, com pessoas correndo como galinhas com as cabeças cortadas. É nauseante. Eu planejo enquanto ando pelo corredor da minha tia até o quarto da minha prima, onde meu vestido paira ameaçadoramente no canto. Embaixo deste estão os horríveis sapatos fúcsia que eu comprei ontem. Eu começo a me vestir enquanto minha mente gira. Eu não sei para onde irei ou o que farei, mas vou arranjar um jeito. Há apenas uma coisa que poderia ser decisiva para o sucesso disso: minha conta bancária. É uma conta conjunta que eu tenho com os meus pais, ou seja, se eles cogitarem sobre o meu plano, eles poderiam estragar tudo. Eu sei que eu não tenho tempo hoje para tirar o dinheiro, então, eu tenho que agir o mais normal possível e me certificar de que eu não lhes dê qualquer motivo para suspeitar de que algo esteja errado. Quando eu decidir ir embora de vez, eu preciso ser rápida. Entrar e cair fora. Como Austin. Eu tremo quando puxo para cima o zíper na lateral do meu vestido, virando-me para olhar para mim mesmo no espelho ao lado da cômoda de Jodie. Eu pareço terrível, eu penso enquanto meus olhos azuis olham para mim com

horror. Meu cabelo está penteado bem apertado contra a minha cabeça e o meu coque é uma bagunça torcida e encrespada. A cor do vestido faz minha pele parecer pálida e meus quadris enormes, e os sapatos... Nem me fale sobre os sapatos. Eu suspiro e sigo escada abaixo, onde minha mãe está esperando, cuidando de uma xícara de café com uma mão e marcando algo em um caderno com a outra. Haverá apenas 57 convidados neste casamento (o tamanho exato da nossa congregação), mas o estresse no rosto da minha mãe sugere que



uma

multidão

de

pessoas

esperando

desesperadamente pelos quatro de nós (que por acaso estão atrasados). Novamente, isto é, aparentemente, tudo culpa minha. — Eu lhe disse para estar limpa e pronta. - Ela briga sem olhar para mim. Eu não digo nada. Mamãe fecha seu caderno e faz uma pausa para olhar para mim. — Meu Deus, Amy. - Ela diz, movendo-se para frente e pegando no meu já dolorido couro cabeludo, reorganizando o trabalho da minha tia com os lábios franzidos, como se o penteado ruim fosse minha culpa. — Eu preciso que pareça apresentável hoje. - O som do toque de campainha traz um sorriso rápido para o seu rosto enquanto ela lambe o dedo e alisa um fio de cabelo para longe da minha testa. Oh ou. — Ele chegou. - Ela sussurra e eu não lhe peço para esclarecer porque ela não vai fazer isso. Eu apenas observo com um sentimento de vazio no meu estômago enquanto

mamãe se move em torno de mim e atende a porta da frente. — Bem, você não está bonito? - Ela murmura ao nosso visitante desconhecido, conduzindo-o para a frieza da casa com o sorriso mais falso do mundo. Eu assisto enquanto um garoto que eu nunca conheci dá a volta para dentro da cozinha com um suéter marrom em seus ombros e uma espinha, ali mesmo na ponta do nariz. Oh Deus. Este deve ser o cara novo na cidade de quem a minha mãe estava se referindo. Ele parece um pouco jovem para mim, mas eu posso sentir o cheiro de um encontro armado a uma milha de distância. — Amy... - Mamãe começa, lançando-me um rápido olhar antes de ela tocar a mão no braço do garoto com um sorriso. — Este é Crandle Rogers. Crandle, esta é Amy. — Encantado em conhecê-la. – Crandle diz e minha mente imediatamente começa a construir um gráfico, para que eu possa começar a compará-lo a Austin. Isso não é algo novo para mim. Arranjaram encontros, para mim inúmeras vezes, geralmente com garotos da nossa igreja. Eu sempre, sempre, sempre os recusei. No passado, no entanto, quando eu fazia os meus quadros mentais, eu costumava comparar os garotos que eu estava encontrando com os homens dos meus romances, perguntando-me o tempo todo se eu estava comparando-os a um ideal que não poderia existir. Agora eu sei o contrário. — Prazer em conhecê-lo, Crandle. - Eu digo, tentando não fazer uma careta quando ele puxa minha mão aos lábios para um frio beijo sem emoção. Olha, eu não quero soar fria,

insensível ou rude. Eu não diria que eu sou superficial, mas quando eu olho para os ombros magros de Crandle, sua pele manchada, as bochechas pálidas e seus lábios finos, eu não posso evitar, além de achar que Austin é mais bonito. Não é um julgamento, apenas um fato. E talvez (provavelmente) Crandle seja uma pessoa mais agradável do que Austin Sparks. Nada disso importa para mim, apesar de tudo. Eu não estou procurando um marido com quem me estabelecer e me casar. Eu estou procurando mudança, liberdade, paixão e um pouco daquela angustia de parar o coração que está sempre em meus livros. Eu fecho meus olhos por um instante e penso em Serone Glance e Sali Bend. -Sua idiota, vadia idiota. – Glance diz quando me olha de cima a baixo, uma bagunça tremente no meu robe, com um chumaço de lenços em uma mão e uma enxurrada de lágrimas fazendo seu caminho desde os meus olhos até o meu queixo pontudo, de modo que elas desabavam nas minhas unhas do pé sem esmalte. -Você pensou que seria feliz com um cara porque ele era “gentil”? - Eu o encaro e não sei o que dizer. Mark era gentil. Muito gentil. Mas ele não podia foder por nada nesse mundo e ele não fazia os meus dedos do pé enrolarem ou minha a minha barriga doer. -Eu vou lhe dizer uma coisa, Sali. Eu não consigo cozinhar uma caçarola ou fazer a porra de uma manta de crochê. - Eu olho brevemente para a monstruosidade azul e rosa deitado nas costas do meu sofá. Oh, Mark. -Mas eu posso prometer-te foder duro e sujo, um dia após o outro. Vamos lá, Sal. Seja

minha. O que você acha? Eu abro meus olhos e sorrio. — Crandle acabou de terminar o seu último ano colegial em Dallas e se mudou para cá recentemente com seus pais e irmã. Eles vão estar no casamento, é claro. - Ele gosta de longas caminhadas na praia, picolés feitos de cerveja, e pode jogar críquete até que bem. — Estou pensando em me tornar um pastor. - Crandle diz, passando a mão pelo seu cabelo castanho tão bem cuidado. É quase da mesma cor que o meu, um tom semelhante ao acabamento em madeira do manto acima da nossa lareira. Eu me forço a continuar sorrindo. Talvez ele pense que está sendo interessante, capturando a minha atenção, mostrando-me como parecido com meu pai ele é. Eu não poderia sentir mais repulsa. — Isso é maravilho. - Eu digo. — Crandle foi o campeão de xadrez em sua escola. — Oh? Meus olhos derivam em direção à janela enquanto várias outras observações vão para o meu quadro mental. Austin é mais alto, seu queixo mais quadrado, seus músculos bem definidos, suas tatuagens brilhantes, ele tem uma pequena cicatriz no lábio que lhe dá uma aparência sensual e durona, e seu sotaque poderia queimar as calcinhas uma freira. Crandle... Quer ser um pastor e foi campeão de xadrez no colégio. Ele tem olhos castanhos claros, cabelos castanhos, a pele da cor das meias beges da minha mãe e exatamente quatro espinhas em seu rosto. Além disso, ele é três anos

mais novo do que eu e não pode beber. Eu me pergunto brevemente quantos anos Austin Sparks tem. Em algum lugar lá em cima, vozes ecoam e minha mãe franze o cenho. — Se você me dá licença - diz ela, dando-me um tapinha leve no ombro enquanto se afasta de Crandle e de mim, e sobe as escadas para ajudar a minha terrível prima com seu traje nupcial. — Crandle, você se importaria de conduzir Amy para a igreja? Ela vai lhe mostrar o caminho. - Eu abafo um gemido e me forço a continuar sorrindo. — Então... - Crandle começa, enganchando seu braço ao redor do meu e olhando incisivamente para os meus peitos. — Conte-me um pouco sobre você.

Capítulo 22 Amy — Maldição, Jodie. - Eu ouço a minha tia ralhar quando eu espreito pela porta dos fundos da igreja, aterrorizada de entrar no domínio da minha prima, mas desesperada para ficar longe de Crandle Rogers, o homem mais chato do mundo (e, possivelmente, o mais pervertido) na Terra. Ele esteve me seguindo ao redor da igreja pela última hora ou mais, importunando-me sobre minhas coisas favoritas: cor, livro, filme, comida, blá, blá. Eu estou bem cansada de discutir chatices entediantes e acabo aqui, na beira da cova do dragão. No entanto, ou é lidar com isso ou sentar-me ao lado de Crandle e tê-lo continuamente cobiçando meus seios e tentando colocar a mão na minha saia. Minha mãe se encolhe com a linguagem de sua cunhada e olha para cima quando uma fenda de luz do sol penetra na sala escura. — Não enrole, apenas entre aqui. - Ela suspira enquanto gesticula para mim com a mão. Eu deslizo para dentro do quarto e me inclino contra a parede dos fundos. Jodie me olha com pequeninos olhos semicerrados que a fazem parecer muito com um lagarto. Apesar dos protestos anteriores da minha tia contra a minha maquiagem, a da minha prima está dez vezes pior, emplastada em seu rosto como se ela fosse um dos palhaços na feira estadual. Seus lábios estão muito vermelhos e a base é muito clara. Eu odeio dizer isso, mas eu

nunca a vi com aparência pior. Minha tia enfia um grampo no cabelo de Jodie e ela estremece. — Fique quieta. — Você gostou de Crandle? - Minha mãe pergunta, forçando

um

pequeno

sorriso

em

seu rosto

cansado.

Aparentemente, a idéia de eu casar com um garoto tão chato e tão pervertido como Crandle Rogers a faz feliz. Eu tento imaginar

Crandle

arrebatando-me

assumindo

com

uma

o

comando

escaldante

no

quarto,

paixão,

e

eu

simplesmente não consigo. Absolutamente não. Eu sorrio de volta e não digo o que realmente desejo que pudesse dizer. Eu não estou interessada. Eu duvido que Crandle Rogers poderia me foder loucamente sobre uma mesa de bilhar na parte de trás de um bar. O que você acha? Eu gostaria de um homem de verdade, por favor, não um menino bobo em um cardigã marrom. — Ele foi gentil. - O sorriso da minha mãe fica mais amplo. — Maravilhoso. Eu o convidei para jantar depois da igreja amanhã. - Esplêndido. Eu mantenho o meu sorriso falso no lugar e fecho minhas mãos delicadamente na minha frente. — Eu não vejo por que tivemos que adiantar o casamento para hoje. - A minha prima geme quando a minha mãe empurra suavemente Megan de lado e assume os deveres de cabelo. — Este não é o jeito que eu imaginei. — Bem, talvez você devesse ter pensado nisso antes de

abrir as pernas? - Jodie suspira, e minha mãe fica branca como um lençol. — Está de quatro semanas, hein? Mais como dezesseis. E se você começasse a aparentar, Jodie? O que as pessoas pensariam? - Aha. Portanto, isso não é exatamente minha culpa. Eu deixo o meu sorriso falso virar de verdade. — Sabe o que mais... - Minha mãe começa quando Jodie começa a lacrimejar. — Vamos tentar superar isso, não é? — Eu estou com dor de cabeça. - Minha prima geme enquanto minha tia inala rudemente e desvira, deixando seus olhos me fuzilarem quando eles passam. Deve ser bom ter um bode expiatório para colocar a culpa de seus problemas. Eu tento não deixar que o olhar dela me incomode e começo a fantasiar. Eu poderia me mudar para algum lugar onde neve o ano todo. Eu acho que eu gostaria disso. É muito mais divertido de ler quando há neve lá fora. Meu sonho lentamente se transforma de eu sentada no sofá, para eu deitada de costas, sobre um tapete de pele de carneiro na frente da minha lareira falsa e, acima de mim, eu vejo um homem

brilhando pelo suor,

os músculos da

barriga

contraindo conforme ele enfia dentro de mim. Quanto mais eu olho, mais o homem se transforma, muda mais ele começa a parecer como Austin Sparks. Eu balanço minha cabeça e tento ignorar os arrepios brotando em meus braços e pernas. — Amy! - Minha mãe ralha obviamente frustrada comigo. Eu pisco os olhos e tento concentrar-me nela em seu vestido creme. Ela está muito bonita neste, muito romântica com seu cabelo artisticamente escovado para cima de sua cabeça.

Seus

olhos

castanhos

parecem

quase

roxos,

banhados pelas belas cores do vitral ao alto. Eu fico olhando para ela, e eu não posso evitar, mas me perguntar como ela seria se não estivesse tão presa em um determinado ideal, se ela fosse mais adepta a perder-se na beleza da vida, em vez de tentar transformá-la para ajustar a suas regras. Deve haver alguma coisa disso lá dentro. Afinal de contas, a mais recente leitura dele é chamada “Fodida por um Pirata”. — Eu juro metade do tempo eu nem mesmo posso dizer em qual dimensão você está residindo. Preste atenção. Eu preciso que você corra até a loja. — A loja? - Eu pergunto. Jodie funga e olha para mim com um leve sorriso pairando em torno de seus lábios. Eu adoraria dar um tapa nela, um dia, apenas uma vez. Eu me faço uma nota tentar antes de sair da cidade. A garota poderia usar um pouco de humildade. — Sim... – Minha mãe sibila, batendo uma escova sobre a penteadeira ao lado dela. — Vá. Até. A. Loja. E pegue para a sua prima um frasco de ibuprofeno para a dor de cabeça dela. — E um leite com baunilha. - Jodie diz, fazendo beicinho lábios e apontando para a barriga. — Por causa dos desejos. — E algumas meias-calças novas. - Minha tia diz com a boca quase tão franzida como a da minha mãe. — Eu acabei com as minhas. - Não muito mais agora, Amy, eu digo a mim mesma enquanto dou um passo para frente, pego um maço de dinheiros e um conjunto de chaves da mão estendida da minha mãe. Não muito mais mesmo.

Capítulo 23 Austin Eu deixo Mireya dormindo na minha cama e saio em busca

de

Kent.

Eu

acho

que

o

fodido

puto

está,

provavelmente, lá no show de motos, procurando maneiras de irritar Walker. Eu ficaria surpreso de

encontrá-lo em

qualquer outro lugar. — Estúpido filho da puta. - Eu rosno enquanto atravesso o lobby e saio pelas portas da frente. O fato é que eu não tenho certeza se eu estou me referindo ao Pres ou a mim mesmo. Eu não me sinto bem. Não posso dizer o que é, mas eu terei que descobrir isso mais tarde. Minha prioridade agora é ordenar a minha vida e manter meus amigos longe das sombras da Triplo M. Eu vivi nelas tempo suficiente para saber como lidar comigo mesmo, este é o meu trabalho agora. Eu saio para a luz do sol e protejo os olhos com a mão, procurando na multidão e nas filas de metal brilhante pelo cabelo escuro e pele pálida de Kent. Eu não posso acreditar quão branco o maldito homem é. Não é certo, não para um motociclista. Ele é a única pessoa que eu já conheci que vive na parte traseira de uma motocicleta e não escurece sob o sol. Me faz pensar que o idiota é um vampiro ou algo assim. — Se você estiver procurando pelo Pres, ele não está aqui. - Eu paro e me viro para olhar para Gaine, o qual está sentado

em

um

banco

nas

proximidades,

os

braços

pendurados no encosto e balançando livremente. Parece que

ele teve a chance de tomar banho e mudar de roupa, mas isso não adoçou nem um pouco a sua expressão. — Não? — Não. Ele saiu há pouco tempo. — Para onde? - Gaine encolhe os ombros, mas seus olhos brilham perigosamente, como se talvez ele soubesse algo que eu não. Eu enfio minhas mãos em meus bolsos e o observo cuidadosamente. — Qual é o problema com você? — Você é um bom homem, Austin. - Ele diz, enfiando um cigarro na boca. — Mas você é fodidamente denso. — O que diabos isso quer dizer? - Eu lhe pergunto, mas Gaine está fazendo aquela coisa quando ele olha para longe como se estivesse esperando por alguém. Eu olho para ele bem de perto, focando no anel de metal em sua sobrancelha e no músculo que está se contraindo na sua testa, como se talvez eu pudesse descobrir o que ele está pensando se eu olhar para ele por muito tempo. — Ei. - Ele diz, quebrando a minha concentração. — Não é aquela sua amiga ali? Caramba, esse é um vestido feio como a porra. - Minha cabeça se vira e eu a vejo logo de cara. Como eu não poderia notá-la? Amy Cross destaca-se como o dedão do pé numa mão cheia de dedos. Ela para como se ela pudesse sentir meus olhos nela, mas ela não olha na minha direção. Em vez disso, ela corre para frente e escancara a porta da mercearia, como se não pudesse esperar para entrar. Eu a vejo ir e tento ignorar as sensações imaginárias da boca de Mireya no meu pescoço e das mãos em volta do meu pau. Não posso dizer que não me

diverti na noite passada. Mireya foi tão boa como sempre é, mas... Merda. Eu penso que a pequena buceta apertada de Amy Cross estragou comigo. Fico com água na boca com o pensamento de saboreá-la de novo. E depois a culpa assume, e eu não consigo descobrir onde fodidamente está vindo. — Melhor se apressar antes que ela fuja. - Gaine diz, mexendo os dedos e revirando os olhos. Ele se levanta de repente, gemendo e deixando a cabeça cair para trás como se a dor em seu corpo fosse demais para suportar. — Eu vou distrair Mireya. - Gaine abre os olhos e acena com o queixo para mim. Um olhar sobre o meu ombro me diz tudo que eu preciso saber. Sawyer está saindo das portas da frente do hotel, vestida com calças de couro, com um par de grandes óculos de sol redondos no rosto. Eu não sei o que é, mas a ideia de falar com ela agora não parece tão atraente. Eu volto meu olhara para o fim do quarteirão e meu coração começa a bombear com a idéia de ver Amy novamente. Eu não gosto da maneira como nós nos separamos da última vez. Talvez eu não lhe deva coisa alguma, mas eu disse que ia falar com Kent, e eu sou um homem que mantém sua palavra. Se ela quer se juntar a Triplo M, quem sou eu para impedi-la, certo? Então eu penso sobre toda a merda que está vindo à tona, e eu começo a ficar em conflito. Caralho. Minha cabeça está confusa, e eu não gosto disso. — Obrigado, Gaine. - Eu digo quando passo por ele, acariciando a tatuagem de coração partido em seu ombro. — Te devo uma.

E, em seguida, eu estou correndo pela maldita calçada, ziguezagueando pela multidão, deslocando-me por motos que normalmente me dão uma furiosa ereção, ignorando-as da mesma maneira que eu estou ignorando os sinais de trânsito, os bancos de parques e as latas de lixo. Eu não paro até que eu chego à entrada da mercearia e envolvo a minha mão ao redor do metal quente da maçaneta da porta. Respire seu filho da puta estúpido, eu digo a mim mesmo enquanto estou ofegante lá nas sombras do toldo branco e vermelho. As pessoas estão olhando, mas eu não posso culpá-las. Eu nem sei o que diabos eu estou fazendo aqui. Eu paro e dou um passo para trás, colocando as mãos nos quadris e me afasto, para que eu possa fechar os olhos e deixar o cheiro quente do pavimento e de óleo chegarem ás minhas narinas, acalmando um pouco desse... Frenesi no qual estou. Você não acabou de foder, Austin? Eu me pergunto, sentindo uma queimação lá embaixo. A porta se abre atrás de mim, mas eu ignoro muito focado em tentar resfriar-me para baixo. — Austin? Ah, merda. — Amy. Eu me viro e fico cara a cara com aqueles olhos redondos, lábios brilhantes e corpo curvilíneo. Até mesmo o horroroso vestido roxo dela não pode esconder a curva dos quadris e as longas coxas magras abaixo. A queimação se transforma em um incêndio que faz minhas mãos ficarem como punhos ao lado do meu tronco. Eu me sinto como um

maldito vulcão que está prestes a explodir. Contanto que eu possa explodir dentro de Amy, eu serei feliz. — O que você... O que você está fazendo aqui? - Ela pergunta a boca trêmula, um saquinho marrom apertado contra o peito. Veja, é isso o que eu gosto sobre a pequena Senhorita Amy, o que me atraiu para ela em primeiro lugar quando eu a vi curvada sobre aquela Road King, a bunda empinada como ela estivesse esperando por isso. Parece que ela está com medo, como se estivesse nervosa, tímida recatada ou algo assim, mas ela não está. Esta tremedeira, este oscilar, estes olhos lacrimejantes. Amy está se sentindo da mesma maneira que eu, como ela tivesse fogo engarrafado dentro de si e tudo estivesse esperando para sair. — Ora, eu estou aqui para ver você, querida. Minha mão movimenta-se muito rapidamente e envolve o pulso de Amy, arrastando-a para frente de modo que ao saco fica esmagado entre nossos peitos. — Oh meu - Ela suspira quando eu pressiono minha boca contra a dela e respiro o seu aroma. Ela é macia pra caramba, quente e maleável. Porra, eu desejo que ela fosse minha. Eu deslizo minha mão para cima de suas costas, emaranhado meus dedos em seu cabelo quebradiço e imagino que idiota foi estúpido o suficiente para pulverizar merda naquela bela seda. Eu o agarro e puxo, mesmo quando ela grita em minha boca e se contorce, luta para se afastar. Eu puxo os grampos para fora e jogo-os no chão aos nossos pés. — Austin, pare. - Ela choraminga quando eu estendo a mão para o meio de nós e agarro o saco de papel. Uma rápida

olhada lá dentro me diz que não há nada que valha a pena salvar lá, apenas um par de meias e alguns comprimidos. — Não se preocupe linda. Eu vou lhe comprar coisas novas. - Eu arremesso o saco na lixeira mais próxima e arrasto Amy para o beco entre o supermercado e o complexo de apartamentos de tijolos que está ao lado dele. Ela não resiste, correndo junto atrás de mim em seus sapatos feios e respirando com dificuldade pelo nariz. — Eu não posso, Austin. Há um... Um casamento... Eu... Eu não estou prestes a transar com uma garota bonita como Amy contra a lateral da caçamba de lixo, então, eu a arrasto ainda mais para fundo do beco até que eu vejo um pequeno pátio cercado que sai da parte de trás do apartamento no piso inferior. Há uma pequena porta e um ótimo e resistente conjunto de mesa e cadeiras. Ah, isso vai servir. Isso vai servir muito bem.

Capítulo 24 Amy Eu sigo Austin por um beco e por mais que eu gostaria de fingir que eu não sei o que estou fazendo, eu sei. Eu realmente, realmente sei. Ele vai-me foder novamente. Meu corpo começa a formigar, a se aquecer onde a mão de Austin está enrolada em torno do meu pulso. — Meu... Meu casamento. - Eu suspiro quando Austin abre caminho através de um portão e chuta para o lado o que é realmente uma cadeira muito boa. Eu não posso imaginar que as pessoas donas deste pátio vão ficar muito felizes se saírem e encontrarem Austin e eu... Fazendo sexo um com o outro. Ele me gira rapidamente e me agarra pela cintura, deslizando-me para o tampo da mesa e entrando entre as minhas pernas como se pertencesse ali. Minhas mãos voam para o seu peito e emaranham-se no tecido da sua camisa. — Eu preciso voltar para o casamento. - Eu digo fracamente, observando o brilho da luz do sol sobre os cabelos

aloirados

de

Austin,

movendo

meus

dedos

questionadores de seu peito até os braços, tocando as tatuagens dali com reverência. Eu gostaria de ter uma tatuagem algum dia. Essa é a primeira coisa que vou fazer quando sair daqui, eu penso quando os olhos de Austin escurecem e um rosnado desliza por entre seus lábios com cicatrizes.



Casamento?

-

Eu

olho para

o rosto dele e,

subitamente, eu sou tomada pela vontade de explicar, de lhe contar tudo sobre a minha vida, mas ele não me dá a chance. Austin me agarra pela nuca e enfia a língua na minha boca, mordendo,

provando

e

beliscando-me

com

os

dentes

enquanto manipula o tecido que nos separa e desliza para dentro de mim, arrebentando pelas pregas. O pau de Austin queima minha aflitiva dor com golpes fortes, enquanto seus dedos cavam a minha carne de forma tão áspera que machuca. Ele me choca contra a mesa que arranha o chão e bate na cerca do pátio com um estrondo. Eu fecho meus olhos com força, e eu tento não olhar para o rosto de Austin ou abaixo, onde os nossos corpos se encontram. O que você está fazendo, Amy? Eu me pergunto, pensando na minha família e no que eles vão fazer quando eu não aparecer para a cerimônia. — Ao caralho ele. - Austin diz, agarrando-me por debaixo do queixo e virando meu rosto para o dele. Eu mantenho meus olhos fixados neles. — Desculpe-me? - Eu choramingo, segurando um coro de gemidos que estão arranhando o fundo da minha garganta. Já há uma boa maldita chance de que vamos ser vista aqui. Se eu começar a botar tudo para fora, dizendo o nome de Austin e gemendo como um dos personagens dos meus livros, então, eles com certeza vão nos pegar. Eu mordo meu lábio para continuar quieta.

— Ao caralho o cara que fez isso. - Austin rosna e tudo o que eu posso pensar é: Eu não poderia concordar mais. Eu abro minhas pernas tão amplamente quanto possível e recebo Austin, apertando seus bíceps suados com as minhas mãos e desejando que nós tivéssemos o dia todo para jogar juntos. Eu gostaria de dar uma olhada no que ele tem sob sua camisa, saborear os músculos dali com a minha língua, deixá-lo empurrar seu pau dentro da minha boca para que eu possa ver a expressão em seu rosto. Eu acho, possivelmente, que talvez eu esteja um pouco viciada nessa coisa toda de sexo, nunca me perguntando se há algo sobre Austin Sparks que está captando o meu interesse. No entanto, eu só conheci o homem ontem, então, como é que eu vou saber isso? Fragmentos de vozes chegam até mim, em seguida, o som de uma porta se abrindo e o ranger da madeira. Meus olhos se abrem e minha cabeça cai para trás. Há alguém na sacada acima de nós. — Austin. - Eu sussurro, mas ele me corta ao pressionar sua boca na minha, afogando-me com essa experiência. Minha segunda vez fazendo sexo é ainda melhor do que a minha primeira, não tão doloroso, duas vezes mais agradável. A tórrida esfregação cheia de suor que está acontecendo lá embaixo está me fazendo tremer, fazendo-me desejar que eu tivesse experimentado isso muito mais cedo. Eu estou tão molhada, úmida e escorregadia, pronta para as investidas violentas de Austin. Puxe o meu cabelo novamente, eu penso, desejando que ele o enrolasse na mão e me puxasse para

trás, mantivesse-me refém enquanto me devastava entre as coxas. Oh, sim, eu penso. Muito melhor do que Crandle Rogers. Eu tranco meus tornozelos ao redor de sua cintura, agradecendo a Deus por ter me dado longas pernas esguias que podem realmente contornar o trono musculoso de Austin. Eu agarro a borda superior das calças de brim de Austin e deslizo meus dedos para baixo, sentindo a carne quente e suada e os músculos contraindo. Sequestre-me e me leve para longe. Jogue-me na parte traseira de sua moto e me mostre qual é a sensação de ter o vento em seu rosto e o sol em sua pele dia após dia. Se for algo parecido com isso, então, deve ser o céu na terra. Eu reúno os meus pensamentos com cuidado e imito um movimento sobre o qual li, mas nunca tive oportunidade de experimentar, colocando a minha mão entre nós para que eu possa esfregar meu clitóris com os dedos. O prazer que me atinge é indescritível, pegando a escorregadia e deslizante onda de agonia entre minhas coxas e transformando-a completamente, fazendo-me segurar um grito e forçando-me a soltá-lo. Eu caio para trás, presa apenas pelos braços de Austin quando eu gozo ali mesmo, num bem conservado conjunto de móveis de jardim de estranhos. Ofegando, Austin e eu nos separamos, e ele desliza para fora de mim com um gemido, tirando a camisinha e sacudindo-a em uma lixeira próxima sem uma palavra. Eu o observo enquanto ele fecha as calças e coloca as mãos nos

quadris, balançando a cabeça como se ele não soubesse o que pensar. — O que eu vou fazer com você, querida? - Ele me pergunta, mas eu não respondo. Em vez disso, eu me levanto e arrumo minha calcinha, surpresa com a quantidade de umidade que fica em meus dedos. Isso tudo é meu? — Eu tenho que ir. - Minha voz sai em um sussurro que mal atravessa o ruído da tarde. Austin se vira para olhar para mim, passando uma mão pelo seu cabelo aloirado. — Para o seu casamento? – Ele pergunta com seu misterioso sotaque sulista, o qual parece que é composto de pedaços de diferentes estados, diferentes distritos, diferentes cidades. É muito bonito, no entanto, uma voz que poderia embalar seu sono durante a noite e lhe acordar bem cedo pela manhã. Eu a adoro. — Perdoe-me? - Eu pergunto, desejando que eu tivesse minha bolsa, que eu pudesse apertá-la ao meu peito como um escudo. Eu me sinto nua de pé ali no meu vestido sem alças, com minha calcinha molhada e meu corpo pulsando com calor e fogo. Austin esfrega seu queixo rígido por um momento. — Você disse que tinha que voltar para um casamento. — Da minha prima. - Eu digo baixinho, não querendo que ele pense que eu vou me casar. Eu não sou esse tipo de garota. Eu deveria ser, mas eu não sou. Aparentemente, eu sou o tipo de garota que fode com motociclistas. — Eles vão estar preocupados. - Eu digo enquanto começo a passar por Austin, tanto ansiosa, como esperançosa de que ele vá

estender a mão, agarrar-me, jogar-me por cima da cerca e me foder de novo. — Eu tenho que ir. Ele não me para. Eu ouço Austin rosnar quando eu passo por ele, mas eu não paro. Eu corro, e eu não paro de correr, mas não tenho idéia do que é que eu estou fugindo.

Capítulo 25 Amy Quando eu volto para a igreja, eu me esgueiro para dentro do prédio através da entrada lateral e me escondo atrás de um vaso muito grande de flores artificiais. Jodie é alérgica

às

reais.

Murmúrios

e

sussurros

viajam

tranquilamente por mim, fazendo-me cogitar o que está acontecendo. A multidão ainda está aqui, vestida com suas saias e blusas modestas, seus paletós escuros e calças cáqui, mas não parece que algo aconteceu ainda. Oh Deus, eu rezo. Eu espero que eles não estejam esperando por mim. Eu começo a andar pelo corredor, em direção à parte de trás, quando eu flagro Christy sentada na fileira do meio com o celular dela enfiado em uma das mãos e a outra sobre sua boca. Eu ando na ponta dos pés para fora de detrás das flores e finjo que não percebo a forma como os olhos de todos estão travando sobre mim. Eu pareço diferente? Eu me pergunto, lembrando-me distraidamente que meu cabelo está uma bagunça selvagem e meu corpo está saltando com energia, cantarolando uma melodia que eu nunca ouvi e fazendo-me desejar que eu não tivesse nada melhor para fazer do que estar debaixo de Austin pelo resto da tarde. Eu me sento ao lado de Christy e ignoro a onda de conversa que acabou de me seguir para cá. Eu não estou acostumada a ser encarada assim. Na verdade, muitas vezes

eu acho que toda a congregação se esquece de que eu existo. Os olhos azuis de Christy rapidamente se prendem aos meus e congelam lá. — Você está bem? - Eu pergunto a ela, notando a ligeira onda de lágrimas. Eu tento estender a mão para que eu possa tocar a mão de Christy, mas ela se afasta como se eu estivesse

doente,

como

ela

não

pudesse

suportar

o

pensamento da minha pele na dela. — Existe algo que você queira me contar? - Ela pergunta, e eu pendo a minha cabeça para o lado. Existe? Claro que há. Mas eu não posso. Não ainda. Eu tenho que descobrir sua posição em primeiro lugar. Além disso, se eu estiver certa, então, eu acho que você está escondendo algo de mim, também. Isso nos empata. — Não, por quê? - Eu lhe pergunto enquanto ela estreita os olhos e se inclina para perto, mantendo a minha atenção sobre ela e longe dos olhares e dos dedos apontados. O que diabos está acontecendo? — Última chance, Amy. - Ela diz, fungando e fugindo para ainda mais longe de mim. — Sem segredos, sem mentiras. - Eu balanço minha cabeça. — Eu não entendo. Christy estende a mão e passa o seu celular para mim. Há um vídeo pronto para visualização. — Dê o play. Eu olho para baixo com uma carranca se espalhando por todo o meu rosto e aperto o botão de play.

Demora um instante para os meus olhos registrarem o que eles estão vendo, tão certa de que eu devo estar alucinando, tendo uma fantasia diurna perversa que está se traduzindo nesta tela que está agarrada com muita força na minha mão. Felizmente, o som está desligado ou eu poderia ter tido uma palpitação cardíaca. — Christy? O que é isso? — Eu não sei Amy. Diga-me você. Pela tela do celular de Christy, eu vejo Austin e eu. Fodendo. Eu me vejo inclinada sobre uma mesa de bilhar. Eu vejo suor

escorrendo

pelo

pescoço forte

de

Austin

e

ensopando sua camisa enquanto ele empurra para dentro de mim, segurando meus quadris fortemente com os dedos. Eu vejo minha vida passar diante dos meus olhos. — Eu... - Nenhuma palavra virá. Eu olho para a minha amiga, e eu tento não me incomodar pelo olhar em seus olhos, o qual diz que eu a decepcionei de alguma forma, que eu fiz algo errado. Ela odeia essa vida, também, não é? Ela beijou Beck, certo? Isso tem que significar algo porque eu quero que ela fuja comigo. Eu não quero que ela acabe reclusa e introspectiva, tão programada para agradar os outros que se esquece de agradar a si mesma. — Eu tenho 21 anos, Christy. - Eu digo o que provavelmente não é a escolha certa de palavras, dadas às circunstâncias. — Eu não fiz nada de errado. - Ela sorri para mim com os lábios fechados. — Sim, exceto mentir para mim. - Christy se levanta em uma onda de saias e se abaixa para pegar o celular da minha mão. — E você pode querer considerar dar o fora daqui. - Eu

olho para cima e vejo que as portas na parte de trás da igreja estão se abrindo. Eu vejo meu pai, minha mãe e minha tia. Eu vejo rostos vermelhos de raiva e os olhos brilhando com desaprovação e desgosto. — Porque, quem filmou isso enviou a todos na sua lista de endereços. – Christy corre para longe de mim e pelo corredor, diretamente para fora, pela mesma porta lateral que eu escapei a apenas alguns momentos antes. — Amy. É a voz do meu pai, grave, o sussurro mais alto do mundo. Eu olho para ele e para a minha mãe e, em seguida, ao redor, para as pessoas com as quais eu cresci que supostamente deveriam me amar acontecesse o que for, e eu vejo que elas não amam. Que o amor tem estipulações. Eu sou uma adulta, e eu tive relações sexuais com um homem. Há algo de errado com isso? Ninguém tem o direito de me punir. Ninguém. Eu me levanto antes de eles me alcançarem, recuando com as mãos trêmulas e um coração que está pesado e leve ao mesmo tempo. Você precisa ir agora, Amy, eu penso, imaginando a surra que o meu pai vai me dar se eu ficar. Eu posso não sobreviver. Eu tenho que ir agora. Eu me viro e eu começo a correr, chutando as sandálias fúcsias no processo. Meu cabelo flutua atrás de mim e os horrorosos laços turquesa em meus quadris vibram. — Volte aqui! – Minha mãe grita com aos plenos pulmões. — Amy!

Eu não paro. Eu continuo indo, correndo, escorrendo pelo tapete perto da porta quando a minha mão se estende e agarra o metal frio. — Sua prostituta suja. É a voz do meu pai, logo atrás de mim. A dor em minhas bochechas se amplia, torna-se tão alta que não consigo ouvir qualquer outra coisa. A porta se abre e a luz solar em cima de mim, banhando-me com a luz dourada. Algumas decisões, nós tomamos; outras são feitas em nosso lugar. Esta, no caso, era um pouco de ambas.

Capítulo 26 Austin Como uma espécie de vilão da velha guarda, Kent aparece de fora das sombras de um prédio vizinho e cai ao meu lado. Ele é tão malditamente branco que parece um fantasma, voando entre as partes com sombra como o mais feio cara morto do mundo. Eu não olho para ele. — Eu ouvi que você estava me procurando, Sparks. - Ele diz enquanto continuamos andando pelo quarteirão, em direção à enorme multidão que está reunida em volta de um palco no final da rua. Alguma banda está prestes a começar, mas eu não sei qual... Não dou a mínima tampouco. Amy. Eu ainda posso sentir o gosto dela em minha língua, ainda sinto suas coxas quentes em volta de mim. Parte de mim quer subir em minha moto e correr como o inferno, ir para o mais longe dela possível. A outra parte de mim está puta pra cacete por deixá-la voltar para aquele casamento. Deve haver uma razão pela qual ela quer fugir. Eu estou preocupado com ela, e eu nem consigo dizer o porquê. Eu não sei nada sobre a garota, apenas que ela é boa na cama. Ou fora desta. —Sim. - Eu digo. — Eu estava. - Eu continuo andando, passando direto por uma linha de motos antigas que estão chamando meu nome. Eu mal as olho. Não há tempo para isso, eu penso enquanto noto Beck e Melissa do lado de fora

da entrada principal do hotel. Felizmente, eles estão vestidos desta vez. — Eu tenho umas coisas para falar com você. — Ah. - Kent estala os dedos e Melissa vem para o lado dele. O rosto de Kent não diz que ele sabe alguma coisa sobre o que ela faz por trás de portas fechadas, como ela realmente se sente sobre ele. Ele realmente não acredita que manda nela, não é? Se ele acha, então, ele é um idiota ainda maior do que eu. — Sobre Walker? Eu franzo o cenho e tento não olhar para Beck quando eu passo. Ele tenta seguir, mas eu acenar para ir para longe, andando pela calçada escaldante como se eu soubesse onde estou indo; eu não sei merda alguma. Meu pau parece em carne viva e meu cérebro está preso na garota com seu longo cabelo e grandes olhos redondos e suas curvas durante dias. Sem mencionar sua buceta escorregadia. Eu tremo e tento manter minha mente na situação atual. Eu paro perto do palco e deixo meus olhos varrerem a multidão, à procura de casacos ou coletes com corvos em suas costas. As palavras Bested by Crows 15 saltam em mim de vários lugares. Eu me pergunto o quanto eles sabem sobre o que está acontecendo. Tanto quanto o resto dos membros da Triplo M? Acho que é hora de eu me envolver e descobrir. — Kent... - Eu começo, colocando minhas mãos nos bolsos. — Quero ser responsável por um novo membro. - Eu falo antes que eu possa pensar muito sobre isso. Eu prometi a Amy que faria então eu estou fazendo. Eu não acho que ela realmente entende o que significa fazer parte de um clube de 15

Nome de outro clube, seria algo como: VENCIDOS PELOS CORVOS.

motoqueiros, especialmente já que eu posso adivinhar que ela nunca espalhou aquelas coxas doces sobre uma moto de qualquer maneira, mas eu acho que ela compreende a necessidade de ser livre. Eu posso encorajar isso. Além disso, a Triplo M não é um verdadeiro clube de motoqueiros - não no sentido tradicional da palavra. Alguns de nossos membros podem pensar assim, mas então eles nunca perguntam de onde vem o dinheiro ou porque vamos para lá ou acolá. A ignorância é uma benção, eu acho. — Oh? —

Uma

garota?

-

Melissa

pergunta,

sorrindo

maliciosamente para mim, provocando-me ao sacudir sua língua através de seus lábios carnudos. Eu a ignoro. — Ela não sabe nada sobre motos, e ela provavelmente vai fugir na primeira chance que receber subir num ônibus na cidade mais próxima e voltar direto para cá, mas... - Eu olho para as minhas botas. Eu posso não conhecer Cross, mas minhas palavras ainda soam falsas. Ela não parece ser do tipo que desiste facilmente. — Mas se eu a deixar entrar, eu tenho a sua plena cooperação? — Algo assim. - Eu digo, pensando que ele conseguiu isso de qualquer maneira. Eu não posso deixar Gaine, Beck e Mireya se ferrarem pelo meu trabalho. Eu sou aquele que é responsável por essa porcaria. E, seja lá o que for que Walker tenha feito para eles manterem esta aversão, eu vou descobrir isso também, e cuidar disso. É por isso que estamos todos aqui juntos, um bando de idiotas quebrados tentando cuidar

uns dos outros. Bem, todos, exceto Kent e Mel. Eu costumava pensar que eles eram assim (bem, Kent qualquer forma, não aquela puta loira), mas eu há muito, aprendi minha lição. Se você salvar os traseiros deles, então você terá a lealdade deles. Kent sabe disso. Ponto final. Ele não dá a mínima para nenhum de nós. — Feito. Traga-a para cá, dê uma volta com ela. Você é responsável por ela. - Kent encolhe os ombros como se ele não pudesse se importar menos, mas seus olhos negros são brilhantes. — Apresente-a ao grupo. Hoje à noite, você, Mel e Kimmi vão acabar com isso. - Eu giro e observo Kent conforme ele se senta em um banco e tira um cigarro. Suas mãos estão tremendo, mas os músculos em suas mãos estão tensos, os dedos curvados como se ele estivesse escondendo alguma coisa. — Eu não vou esmagar a moto de ninguém. - Eu lhe digo com firmeza. — Eu não curto essa porcaria juvenil. Kent sorri um grande e amplo sorriso de crocodilo que faz o seu pequeno rosto parecer ainda menor, dominado pelos dentes e lábios grossos. Melissa engancha as mãos atrás da cabeça e revira os olhos azuis para os meus. Ela está sorrindo também, mas o dela é muito mais contido, apertado e pequeno. Que casal miserável que os dois fazem. — Bom. - ele diz, a voz armou tão baixo que eu mal posso ouvi-lo sobre o rugido da multidão. — Porque eu acho que você está certo. Walker está ficando desconfiado. Eu acho que ele está pensando em seguir em frente antes do previsto. Você vai vencê-lo no último segundo. - Porra.

— Kent, este é o meu negócio. Você sempre soube disso. Adiantar o cronograma é como pôr um X bem nas nossas malditas costas. Nós teremos duas opções: ficar aqui e lidar com as consequências, ou ir embora e chamar toda a atenção para nós. Das duas formas, eu sinto muito dizer isso, mas estamos fodidos. — E se eu lhe contasse um segredo... - Mel sussurra, inclinando-se e soprando o hálito quente em meu ouvido. — Um desagradável, sujo e pequeno segredo. — Sobre? - Eu falo, ficando verdadeiramente impaciente realmente rápido. Eu tenho um plano, sempre tive um plano, e eu me mantive preso a este. As coisas não parecem funcionar muito bem para mim se eu não me mantiver. Para me fazer fugir do plano, o segredo de Melissa teria que ser bom. Realmente, realmente bom. — É sobre a sua namorada. - Imediatamente minha mente vai para Amy, mas eu não sei por quê. Eu não tenho uma namorada. Austin Sparks nunca teve uma namorada. — É sobre Mireya. - Ah. Certo. Kent bate no banco ao lado dele e sorri enquanto um pouco de música country atravessa o zumbido da multidão. — Vamos lá, Sparks. Sente-se um pouco, sim? Melissa vai lhe contar um pouco sobre isso...

Capítulo 27 Austin Eu não saio procurando Tray Walker, mas eu quero. Eu quero caçá-lo e matá-lo, e eu quero levar uma boa parte dos Bested by Crows com ele. Você não sabe quem sabe e quem fez o quê, eu penso enquanto eu imagino os membros da Triplo M. A maioria deles são pessoas boas, outras não, mas muito poucos deles conhecem o seu verdadeiro propósito: agir como cobertura. Usar um clube de motoqueiros para encobrir os nossos rastros é como se esconder às vistas de todos, mas funciona para nós. Pelo menos, tem funcionado durante a última década do caralho. Desde que eu tinha dezoito anos, eu venho fazenda merdas por Kent Diamond, e agora, eu vou fazer isso por Mireya Sawyer. — Não se afaste de mim. - Eu rosno para ela. Provavelmente, eu não deveria estar agindo assim. Não é com Mireya quem eu estou louco. É com Tray, seus amigos e comigo por ser um idiota completo e absoluto. — Eu tenho merdas para fazer, Austin. - Mireya olha por cima do ombro, quê visão com seus lábios brilhantes e cabelos escuros, sua pele morena e suas calças de couro apertadas como a porra. Ela parece tão malditamente durona; é difícil para eu imaginar alguém a machucando. Ela não age machucada, geralmente não, mas então eu penso sobre o que ela disse esta manhã e tudo começa a fazer

sentido. — Aparentemente, você também. Eu acho que o nome dela é Amy. - O sorriso de Mireya fica duro como couro e, em seguida, ela está se afastando de mim e pisoteando a calçada como se estivesse puta. — Que diabos você está falando? - Eu pergunto a ela, mas ela não responde, parando ao lado de uma Thunderbird 195116 com um assovio. — Essa é sua? - Ela pergunta a um homem que estava por perto. Eu agarro o pulso dela e a giro para mim. O cara fica chateado de verdade e começa a vir para frente, mas Mireya levanta a mão para que ele saiba que ela está bem. — Kent me contou. - Eu digo. — Merda. - Mireya rosna, sacudindo o braço para longe de mim e cuspindo na calçada. — E ele provavelmente exagerou também. Olha, Sparks, eu não preciso que você marche até aqui sentindo pena de mim, tentando roubar a minha vingança. Vá embora e vá brincar com a sua amiguinha virgem. - Mireya sorri brevemente por um momento, e não é um sorriso amigável. Em seguida, ela franze a testa e balança a cabeça. Quando ela olha de volta para mim, seus olhos são escuros com raiva e a pele do seu rosto está tensa. — Eu realmente não sinto vontade de falar com você agora, então, suma daqui. — Eu não dou à mínima. - Eu digo a ela, tentando não ficar louco. A verdade é que eu estou além de fodidamente puto. Está tomando todo o meu autocontrole para não ir atrás do nosso MC rival e dar-lhes um momento realmente 16

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desagradável. — Por que você não me contou? — Minha vida não é da sua fodida conta! - Mireya assevera, afastando-se e voltando de onde tinha acabado de vir. — Se você decidir que quer que seja venha encontrar-me. - Ela começa a se afastar, praticamente implorando para que eu a siga. Eu começo a ir, eu realmente vou, mas então eu vejo Amy Cross no final da rua, descalça e usando seu horroroso vestido roxo. Há lágrimas negras escorrendo de ambos os lados do rosto dela, mas ela está sorrindo. Em uma mão, ela tem uma pequena mochila e, na outra, a bolsa dela. O que raios aconteceu? Meu corpo se aquece com a visão e, num instante, eu estou duro como pedra. Uma quente e furiosa trepada soa muito bem agora mesmo, eu penso enquanto sigo na direção dela, querendo saber o que está acontecendo. Se eu estivesse em meu correto maldito estado de mente, eu perceberia que afastar todas as minhas outras preocupações por esta garota era um pouco estranho. — Você está bem, Cross? - Eu pergunto quando chego perto o suficiente para tocar. Minha mão sai aparentemente por conta própria e roça-se contra sua bochecha. Ela me deixa tocá-la, mas ela não responde, de pé, imóvel como uma estatua, ela não está certa sobre qual caminho a tomar. — Você enviou? - Ela pergunta baixinho. Ela pisca algumas vezes e enxuga parte do rímel que escorreu pelo seu rosto. Eu franzo minha testa e solto minha mão. — Enviei o quê, querida? - Eu pergunto, e um sorriso floresce em seu rosto incerto.

— Foi o que eu pensei. - Ela sussurra, dando uma respiração profunda e ajustando a alça da mochila. — Querida, se você não começar a falar, eu vou ficar muito preocupado e começar a esmurrar rostos. O que diabos aconteceu com você? — Eu... - Amy começa sua voz se esvaindo para um sussurro. — Eu estou sem casa. - Ela franze o rosto como se estivesse perplexa e, em seguida, inclina o queixo para olhar para mim. — Eu fui banida por uma decisão simples, uma que alguns poderiam ver como sem sentido e outros, que altera a vida. Mas eu não acho que sexo seja um ou outro. Ela para, os olhos nublados como se ela estivesse perdida em pensamentos. — Quero dizer, poderia ser, mas não precisa ser. — Doçura, você está contando uma história muito estranha, e para ser honesto, eu não tenho idéia do que você está falando. - Eu estendo a mão e roço meus dedos pelo ombro de Amy, observando enquanto ela estremece e mordisca o lábio inferior. Eu pego a mochila dela. — Você está algum tipo de problema? — Eu acho que você poderia dizer isso. - Ela me diz enquanto eu me viro e começo a guiá-la de volta para o hotel. Não parece exatamente que ela esteja tão bem agora. Eu estou apostando em choque, mas, por quê? O que diabos está acontecendo? Primeiro, o segredo de Mireya e agora isso. Eu amo as mulheres, mas uau, elas com certeza podem ser complicadas. Como se você fosse um muito simples, Sparks? Se toque. — Alguém enviou um vídeo de nós fazendo sexo

para toda a minha congregação. - Ela para e bate uma unha em seus lábios franzidos. — Eu suponho que poderiam ter conseguido os números de mim quando eu deixei minha bolsa no bar. Lá tinha minha agenda de endereços, sabe? Eu sei que ninguém mais as mantém, mas o meu pai, ele... - Ela move a mão ao redor com desdém, mas eu a interrompo. — Mas que porra? - Eu pergunto, e Amy para ao meu lado, a boca se transformando em um pequeno 'O' de surpresa. — Sobre a mesa de bilhar. Alguém filmou e enviou a todos que eu conheço. Eu nunca mais poderei mostrar a minha cara lá e aquela igreja é toda a vida de minha família. Aqui ela faz uma pausa e dá um grande arquejo. Eu ainda estou trabalhando pensando, tentando entender o que está acontecendo. Alguém nos filmou? Eu imagino aquela cena na minha cabeça e tento lembrar-me quem estava no bar naquela noite. Poderia ter sido Diamond. Aquela vadia já fez pior, mas, então, qual motivo ela teria para sabotar Amy? A única pessoa que eu posso pensar, que até mesmo a teria em seu radar, seria... Mireya Sawyer. Porra. — Eu... Não sei o que fazer comigo. Eu tinha um plano, mas eles chegaram antes de mim. Eles fecharam a minha conta. - Eu não tenho idéia do que Amy está falando, mas eu peguei a essência: a garota está sem grana. — Bem... - Eu digo enquanto nós nos aproximamos das portas do hotel. — Então eu tenho uma boa notícia para você, Cross. - Eu estendo a mão e toco num fio de cabelo dela, ainda bagunçado da nossa pequena excitação atrás da

mercearia. Eu gosto que ela ainda tenha esta aparência sobre ela, como se ela tivesse sido marcada por mim. Eu subitamente quero que todo mundo ao meu redor saiba que esta menina pertence a mim. Eu quero que eles a vejam enrolada em mim na parte de trás de minha moto, veja-me subir as escadas com ela e entrar no meu quarto. Eu mordo o interior da minha bochecha para parar esse trem de pensamentos estúpidos como a merda. — Você está dentro. Amy Cross pisca para mim por um momento e, em seguida, estende a mão e me agarra forte em torno do braço, cravando as unhas em minha pele. Desta vez, é a minha vez de tremer. — Dentro? — Você queria ser um membro da Triplo M, você conseguiu. - Eu faço uma pausa e lambo os lábios. — Vai dar trabalho, no entanto. A partir de agora, você... - Eu olho para ela com atenção, julgando quão longe ela irá. Amy lambe seus próprios lábios em resposta e um pequeno sorriso começa a puxar os cantos dos lábios. Se ela estava chorando mais cedo, ela acabou agora. Eu gosto disso. Você é uma mulher forte, eu penso enquanto eu a observo e me pergunto como um pequeno vídeo pervertido poderia convencer uma família a desistir de alguém tão... Cativante quanto essa garota. — A partir de agora, você pertence a mim. Você anda comigo, pega carona comigo... - Amy não parece assustada, nem um pouco. Na verdade, quanto mais eu digo, mais feliz ela parece. — Fica comigo. Até você receber seu colete e sua própria moto, você é minha.

— Obrigada, Austin. – Ela diz, inclinando-se para frente e colocando um beijo suave em meus lábios, um que me faz sentir culpado como o inferno por querer arrastá-la até as escadas e transar com ela. — Eu acho que você pode ter acabado de salvar a minha vida.

Capítulo 28 Amy Eu voei para longe daquela igreja na minivan da minha mãe, dirigi por todo o caminho até minha casa com o pedal do acelerador pressionado até o chão e agarrei a minha mochila, minha escova de dente, e uma cópia assinada do meu livro favorito. Apenas o essencial, eu tinha me dito enquanto embalava. Eu não sabia que estava chorando até que eu olhei no espelho retrovisor antes de sair da garagem. Havia lágrimas frescas brilhando nas minhas bochechas, delineadas em preto graças a minha maquiagem. Não foi o vídeo que me fez chorar. Eu tomei a decisão de dormir com Austin, e eu ia ficar com ela. Era o olhar no rosto de Christy. No do meu pai, da minha mãe e da minha tia estes eu esperava. O que eu não esperava era ver Christy olhando para mim como se eu fosse o inimigo. Nós passamos nossas vidas inteiras vivendo no mesmo lado e agora, de repente, eu era uma pária. Se havia alguém no mundo que eu queria do meu lado, era ela. Ela era como um reflexo perfeito de mim: protegida, presa e curiosa. E agora ela já era, jogada para longe por causa de um pequeno vídeo estúpido. Eu fico lá, parada na frente de Austin, tendo todos esses pensamentos. Eu não tenho certeza de o que realmente sai da minha boca, mas ele parece confuso, por isso, talvez, eu não esteja fazendo qualquer sentido. Estou tentando lhe contar que eu fui até o caixa eletrônico com o meu cartão de débito,

tentei verificar meu saldo e descobri que não havia nada lá, nenhuma conta. Eu até mesmo tinha entrado lá, falado com Nina atrás do balcão. Ela me informou educadamente que o meu Papai tinha indo no outro dia e fechado a conta. Era como se eles tivessem descoberto que eu ia tentar fugir da gaiola dourada e tinham se preparado. Em vez de me amar o suficiente para me deixar ir, eles tinham tentado travar as portas e manter-me presa. — Por aqui, linda. - Austin diz, conduzindo-me para dentro do seu quarto de hotel. Eu nem sequer me lembro de subir as escadas para chegar até aqui. — Você quer que eu fique aqui? - Eu lhe pergunto enquanto dou um passo para dentro, movendo-me sobre o tapete marrom e laranja lentamente, meus pés sussurrando suavemente contra as fibras. Minha pele parece corada e viva, como se eu pudesse ouvir cada palavra no mundo através da minha pele, um fluxo constante de conversa que nunca para. Eu estou andando nas nuvens agora, pensando que eu nunca mais vou precisar beber café com leite e açúcar, ter que me levantar para ir à igreja, nunca ter que ficar lá com os olhos do meu pai julgando até o âmago da minha alma. Eu poderia estar em estado de choque, talvez. Eu acho que também é uma possibilidade. Quero dizer, uma coisa é desejar que a sua vida mude, e outra é ser empurrada para isso como um pássaro jogado para fora de seu ninho. Num momento, eu estou quente e segura e, no próximo, eu estou voando, asas espalhas contra o vento frio. Eu engulo em seco.

— Só por hoje. - Austin diz, não entendendo o que eu quis dizer. — Estamos saindo pela manhã. Cedo. Talvez cinco ou seis. -Ele sorri para mim, sua cicatriz puxando o canto da boca. Ele parece bem feliz em me ver, e ele diz que eu tenho um lugar no seu grupo, mas o que é que eu vou fazer se eu acordar e ele tiver sumido? E se ele me abandonar em algum lugar ao longo da estrada? Eu limpo um pouco de suor da minha testa e penso em Sali Bend. Não pode evitar. A garota é cheia de truques. Eu estou aproveitando o momento, ok? Ele pode me foder e ir embora, claro, mas eu vou aproveitar cada segundo disso. Eu vou devorá-lo e absorvê-lo, e se ele de fato ir embora, bem, então, é a fodida perda dele. Eu respiro fundo e observo Austin enquanto ele põe a minha mochila ao lado da dele. — Eu vou lhe conseguir uma jaqueta, doçura, torná-la oficial como todos, e apresentá-la ao grupo. — O que eu preciso fazer? - Eu lhe pergunto, movendome para frente e tocando meus dedos na borda da sua calça jeans. Uma das sobrancelhas loiras de Austin sobe. — Perdão? — Para lhe recompensar por isso? O que eu devo? - Eu corro meus dedos para cima dos tensos músculos da barriga de Austin. Eu não estou propositalmente tentando contrariálo, mas eu quero tocar algo, alguém. Eu quero sentir outra coisa que não esta irritante euforia que vai desaparecer tão rápido quanto veio e me deixar triste se eu não tomar cuidado. Austin ri e me pega pelos pulsos, puxando-me para frente, assim, eu bato contra seu peito.

— Você leu muitos romances, linda. Você não me deve nada. - Eu coro cinquenta tons de vermelho, dando um passo para trás e tentando desvencilhar meus membros de Austin. — Não foi isso o que eu quis dizer. - Eu digo a ele, virando-me e seguindo até um conjunto horrível de cortinas mostardas. Eu olho por cima do ombro uma vez com os olhos afiados. — Eu não sou uma prostituta. - Austin ri novamente e dá passos a frente, envolvendo os braços em volta da minha cintura e me puxando contra ele. — Não, lindinha, mas você pertence a mim por enquanto. — Então você quer que eu foda com você para ganhar o meu lugar? Isso é uma espécie de iniciação? Todo mundo tem que fazer isso? - Eu penso sobre todas as coisas que eu li sobre clubes de motoqueiros. Algumas fontes disseram que as mulheres são usadas como vacas de dinheiro e objetos sexuais, que elas não são respeitadas como membros de plenos de direito do grupo. Quando eu vi Mireya e aquela outra mulher loira, eu pensei o contrário. Aqueles duas eram duronas, eu pude ver a dor, a raiva e o desespero nos olhos delas da mesma maneira que pude nos de todos os outros. Agora, eu estou começando a ficar com medo. Meu coração começa a bombear, mas Austin já está rindo novamente. — Não, não é um tipo de iniciação. É mais um “você não sabe nada sobre motocicletas”. -Austin me libera. — Você vai ser minha sombra a partir de agora, doçura. Eu não me importo se você me foder, mas... - Austin levanta um dedo. — Você não fode mais ninguém sem me perguntar. Há um

monte de dedos que podem ser pisados e um monte de saias que você não quer atingir. Não saia sem mim, não coma sem mim, nem sequer durma sem mim, certo? Assim que eu lhe ensinar as coisas, você pode fazer o que quiser. Até então, você é minha. - Austin dá um passo para frente e me engancha sob o queixo. — Mas se você quiser transar comigo, bem, eu não posso dizer que colocaria muita resistência. Austin me solta e anda para trás, movendo-se em direção à porta como se ele estivesse se preparando para sair. — Espera. - Eu o chamo desesperada para não ficar sozinha. Eu não me importo se ele está pensando em ficar fora por um minuto ou uma hora. Tudo o que eu sei é que eu vou fazer o que preciso para não ter que ficar sozinha agora. — Eu quero lhe agradecer, fazer-lhe um favor. - Eu dou passo na direção dele e engulo, caindo de joelhos na frente dele e estendendo a mão para o zíper. Austin não me impede. Eu deslizo o metal para baixo do zíper com os meus dedos, mas mantenho os olhos em seu rosto. — Você tem certeza disso, doçura? - Ele me pergunta, mas eu não respondo. Em vez disso, eu termino com o zíper e empurro minhas mãos para dentro do jeans de Austin, varrendo-as ao longo do algodão branco da cueca e agarrando o elástico no topo, rolando para baixo devagar, devagar, devagar até que eu possa ver seu pênis. — Eu posso não ser nem um pouco boa. - Eu o advirto, pensando em todas as cenas que já li sobre o assunto. Austin ri, quente e profundamente, e agarra o meu cabelo com uma

mão, puxando-me para cima para que a minha boca esteja na mesma altura da sua virilha. — Um boquete é um boquete, docinho. Não há tal coisa como bom ou ruim. - Ele pisca para mim e empurra sua cueca para baixo, de modo que a coisa toda se torne visível para

mim.

Eu

paro

por

um

momento

e

encaro

reverentemente, percebendo que, apesar de minhas recentes incursões no mundo sexual, que eu ainda não tinha visto um... Um caralho. Tudo o que posso pensar é que essa... Essa parte do corpo estava se movendo dentro de mim, e eu nem sequer tive a decência de dar uma olhada. É longo e duro, como veludo envolto sobre o aço, e eu estou feliz em ver que a pele se move debaixo da minha mão enquanto eu passo meus dedos em torno e deslizo-o levemente para trás. Suas bolas permanecem presas por trás do tecido, mas eu posso ver um pouquinho do pêlo aloirado ao redor delas. No mínimo, então toda esta aventura pode ser capaz de me ensinar algumas coisas sobre os homens. Hora de separar fato de ficção. — Avise-me sobre o que eu preciso fazer. - Eu lhe digo, subitamente percebendo um sinal de metal polido brilhando na ponta. Ele tem um piercing! Oh meu Deus. Como eu não percebi antes? — Austin, eu... — Oh sshhh, doçura, e apenas chupe. Austin puxa minha cabeça para frente e enfia seu pênis na minha boca, batendo o metal contra os meus dentes com este primeiro impulso. E, é claro, você deve ter adivinhado que o meu namorado de livro favorito, Serone Glance,

também tem piercing, então eu descubro que (felizmente), eu não sou completamente sem noção. Eu deslizo minha cabeça para trás, deixando Austin guiar-me com a mão enquanto eu corro minha língua ao longo do pau, parando para mordiscar o anel com os meus dentes. Eu descubro que estou fazendo a coisa certa quando ele rosna e deixa a cabeça cair para trás. Seus dedos apertam o controle sobre o meu cabelo enquanto eu levanto a minha mão e a enrolo firmemente na base de seu pênis, espremendo até que ele joga seus quadris contra meu rosto. — Você tem um talento de verdade aí, Cross. - Ele me diz, olhando de cima para mim e encontrando meus olhos com os seus marrons. Um calafrio passa por ele e para mim até que nós dois estejamos arrepiados. Eu deslizo minha boca para fora de seu eixo, franzo meus lábios e sopro, deixando a refrescante corrente de ar formigar contra a umidade em seu pênis. — Cristo Fodido. - Ele sussurra enquanto eu pincelo a ponta da minha língua contra o seu anel, admirando a perfeição circuncidada que é Austin Sparks. Glance sempre parece gostar quando eu chupo suas bolas? Isso é uma coisa masculina ou apenas uma coisa de Glance? Eu me lembro das palavras de Sali como se eu as tivesse lido ontem e decido fazer o mesmo. Eu estendo minha mão e a deslizo no interior da cueca de Austin, usando meu pulso para empurrar o tecido para baixo, para que eu possa liberar suas bolas. Austin geme novamente quando eu o lambo até que ele esteja todo molhado, utilizando a saliva como lubrificante para bombear

o meu punho enquanto eu abaixo a minha cabeça até a pele sensível em seu escroto, pressionando meus lábios úmidos contra este e movendo a língua da direita para baixo e para o meio. Eu movo para cima, e depois para baixo novamente, traçando aquela junção de carne e, em seguida, dirijo-me para o outro lado, certificando-me de não deixar nenhum pedaçinho de pele intocada. Enquanto isso, minha mão se esgueira entre as minhas coxas e provoca a minha calcinha com movimentos suaves das minhas unhas. Elas ainda estão um pouco úmidas de antes, quando Austin e eu trepamos atrás da mercearia, por isso, é muito fácil, para mim, puxar de lado o tecido e deslizálas para dentro. Um gemido escapa de minha própria boca, parecendo estar em coro com o de Austin. — Você está se tocando, linda? - Ele me pergunta, mas eu não posso responder por que seu pau está de volta na minha boca, movendo-se com longos movimentos confiantes até que atinge o fundo da minha garganta. Eu faço um barulho

de

cantarolar

na

minha

garganta,

uma

leve

vibraçãozinha, e agito meus olhos de volta para ele. Eu acho que eu atingi algum tipo de ponto doce com aquele movimento porque Austin joga a cabeça para trás rudemente, usando o meu cabelo como rédeas. — Tudo bem, já chega dessa merda. Vire-se. — D-Desculpe? - Eu pergunto, engolindo e limpando a mão na minha boca. Tão logo, Austin está caindo de joelhos e usando o dedo para fazer um movimento circular no ar.

— Vire-se, linda. — Por quê? - Pergunta estúpida da minha parte, talvez, mas eu acabei de dar meu primeiro boquete. Bem, mais ou menos. Eu estava meio que esperando que ele pudesse gozar na minha boca, mas eu certamente não vou dizer isso em voz alta, não é? Eu me pergunto se mostrar cada truque na manga (quase literalmente, já que eu tirei a minha inspiração de romances) foi uma boa idéia, ou se eu mostrei todas as minhas cartas muito cedo. Austin não me deixa pensar por muito tempo. — Para que eu possa foder você. - Ele diz, agarrando-me pelos ombros e me virando, colocando sua mão contra o centro das minhas costas, de modo que ele pode empurrarme. Ele agarra meus quadris a seguir, puxando-os para trás de modo que meu rosto está plantado contra o chão e minha bunda está no ar. O horroroso, vestido fúcsia sobe e minha calcinha... Eu ouço o som do tecido rasgando e, em seguida, ela simplesmente desaparece, deixando-me aberta, ampla e um pouco arejada. — Sparks. - Eu digo, porque essas pessoas parecem gostar de chamar uns aos outros pelo sobrenome. Eu vejo um pacote prateado atingir o chão perto do meu rosto e sei que ele já pôs uma camisinha. Conveniente para mim, talvez, mas minha professora de educação sexual sempre disse para evitar os homens que carregam preservativos com eles. Se eles as têm, significa que eles as usam muito malditamente, ela nos tinha contado. Ela foi prontamente demitida três dias depois. Eu mencionei que a minha escola tem a maior taxa de

gravidez na adolescência do Estado? Difícil saber como se proteger, se ninguém lhe diz como. — O quê? - Ele diz a voz baixa. Eu posso sentir seu pênis

empurrando

nas

bordas

da

minha

abertura,

provocando-me, prometendo-me noites sujas e dias suados. Eu tenho a sensação que Austin e eu vamos conhecer um ao outro muito, muito bem. — Eu esqueci. — Bom, porque eu não gosto de esperar. Austin empurra para dentro de mim com um grunhido, batendo seus quadris contra minha bunda com tanta força que minha bochecha arranha do tapete. Eu coloco minhas mãos para cima para me equilibrar e empurrar de volta para ele, gemendo com a sensação de plenitude enquanto seu corpo colide contra o fim do meu. Esta é a nossa primeira vez transando em privado, então eu me deixo ir, abrindo meus lábios e deixando escapar os sons que vierem. Eu fico surpresa ao descobrir que sexo é como um coro de demônios, só grunhidos, choramingos e gemidos. E então, há aquele som de batida quando o corpo suado de Austin esfrega contra o meu. Seria terrivelmente embaraçoso se eu não estivesse tão envolvido nisso. — Você gosta de ser montada, não é, Cross? - Austin rosna enquanto cava seus dedos em meus quadris e me faz gritar. — Diga-me o quanto você gosta disso ou eu vou parar. - Parar? Parar? Oh Deus, não, ele não pode parar. — Eu amo isso. - Eu sussurro, tentando falar através do nó na garganta e a dor na minha barriga. Austin me deixa...

Nervosa. E eu gosto disso. Amo isso. Eu engulo o meu medo e forço meus lábios a se separarem. — Monte-me mais forte. Isso sai tão suavemente que até mesmo eu mal posso ouvir as palavras. — Oh? - Austin ri, parando seu ritmo veloz para rir de mim. — Eu não consegui ouvir muito bem você, querida. Diga isso de novo. Alto. Grite. — Monte-me mais forte! - As palavras explodem dos meus lábios, atraídas pela minha angústia que ele realmente vai parar, só para me provocar. Eu não conheço Austin Sparks ainda, mas isso meio que parece ser algo que ele poderia fazer. Ele ri novamente e a vibração viaja através de mim, fazendo-me tremer. Eu arqueio minhas costas e começo a ver estrelas nas minhas vistas, pedaçinhos brilhantes de luz que me dizem que eu estou ficando mais perto do meu orgasmo. Uma das minhas mãos esgueira-se de volta entre as minhas pernas e esfrega meu clitóris, mandando-me ao limite. — Não pare. - Eu choramingo. — Por favor, não pare. E, então, é exatamente isso o que Austin faz, parando e relaxando seu controle sobre meus quadris. — Austin? - Eu pergunto, e odeio quão necessitada a minha voz soa. — Abra a porta, Sparks, ou eu vou entrar. Nós precisamos de você. Agora. - Eu não reconheço a voz do lado de fora, mas agora que as emoções do prazer se aquietaram, eu consigo ouvir as batidas de um punho vindo do corredor. — Porra. - Austin rosna, deslizando para fora de mim de repente. Eu colapso no chão e rolo, tentando empurrar para

baixo o meu vestido, para que eu possa pelo menos fingir estar decente. — Desculpe querida. - Ele diz, curvando-se e pressionando um beijo nos meus lábios que queimam, deixando-me em chamas e dolorida por ele. — Existem algumas sérias merdas da Triplo M com as quais eu venho lidando. - Ele joga a camisinha na lata de lixo ao lado da cômoda e fecha as calças. Austin olha para mim e eu posso ver, pelo estresse em seu pescoço e mandíbula, que eu não sou a única repleta de tensão. — Tudo bem. - Eu sussurro não exatamente certa de como toda essa coisa de gangues de motociclistas funciona. Eu acho que vou aprender um monte de coisas novas nesta jornada. — Vou voltar assim que puder. - Ele diz com uma piscadela. Eu concordo com a cabeça e tento sorrir enquanto Austin abre a porta e revela um homem com a pele mais branca do que a minha. Seu cabelo é preto como carvão e ele têm olhos da mesma cor. Eu imediatamente não gosto dele. — Kent, é melhor que isso seja bom pra caralho. Austin diz enquanto aqueles olhos escuros encontram os meus e o sorriso mais sugestivo que eu já vi em um ser humano aparece nos lábios do homem. — Esta deve ser a nossa nova associada? - Ele diz, e o som de sua voz me dá calafrios, roubando o prazer quente do corpo de Austin e deixando-me fria. Quem quer que seja esse cara, eu não posso confiar nele. Eu uso a cama para subir aos meus pés, olhando rapidamente para mim mesma pelo

espelho enquanto passo. Meu cabelo está bagunçado e meus lábios inchados; meu vestido está enrugado como o inferno, e é bastante óbvio que eu não estivesse fazendo coisa boa, mas eu forço meus pés para frente enquanto Austin me apresenta. — Amy Cross, este é Kent Diamond. Diamond, Cross. Deem as mãos e conversem mais tarde. Sobre o que é isso? Eu paro atrás de Austin e admiro a curva forte de suas costas, desejando que meu corpo não estivesse tão excitado e incomodado. Isto é horrível! Eu penso subitamente muito consciente da origem do termo tensão sexual. Minha coluna está rígida o suficiente para romper e os músculos do meu rosto estão tão tensos que doem. Eu quero dar um soco em alguma coisa e gritar ao mesmo tempo. Ugh. Kent me observa e suas duas sobrancelhas escuras levantam enquanto ele move os olhos para Austin e se comunica apenas com o olhar. Austin rosna e olha por cima do ombro para mim, suavizando o ruído com um pequeno sorriso que brinca com a cicatriz em seu lábio. — Fique aqui até eu voltar, querida. - Ele faz uma pausa e se ocupa com o seu lábio por um segundo. — E feche a porta atrás de mim. Se alguém aparecer me procurando, diga a eles que eu estou com Kent. - Eu aceno com a cabeça, mas eu não falo. Eu não acho que eu posso, não sem implorar a Austin que fique e termine o que começou. — Entendi. - Eu sussurro enquanto ele sai e fecha a porta atrás de si.

Capítulo 29 Austin Kent me leva escadas abaixo, para fora das portas da frente, pelo quarteirão e para dentro da garagem antes que ele finalmente abra a porra da boca e me diga por que sentiu a necessidade de interromper o meu tempo com a Cross. Eu estou com vontade de romper sua cabeça magrela para fora de seus ombros largos, mas eu consigo me controlar. Malmente. Eu ainda tenho a pior ereção do mundo esfregando contra o interior do meu jeans. Isso não gera exatamente paciência, não é? — Mas. Que. Porra. - Esta não é uma pergunta minha apenas uma declaração. Isso significa que Kent, apesar de sua posição como presidente, é melhor começar a falar ou eu vou ir embora e terminar o que comecei. — Walker sabe. - Ele diz, encolhendo os ombros como se ele nem sequer pudesse ser importunado para descobrir uma explicação para isso. — Sobre que porra? - Eu pergunto, dando tapinhas nos meus bolsos atrás de um cigarro. — Que vamos invadir? — Sim. - Kent enfia a mão no bolso de trás e me entrega um cigarro e um isqueiro. Eu os arrebato de sua mão e pressiono o palito magro entre meus lábios. Eu prefiro muito mais ter a minha boca pressionada contra a região doce de Amy, mas num beco sem saída, o tabaco vai servir muito bem.

— Como? - Ele encolhe os ombros de novo, e eu tenho que fechar meus olhos para me manter contido. — Apenas eu, você, Mel e, supondo que Kimmi, sabíamos. Explique como essa merda chegou a Tray? - Eu abro os olhos quando ouço o som de saltos vindos do outro lado do estacionamento. Eu olho por cima do ombro e encontro Mel rebolando seu caminho em nossa direção com Kimmi Reynolds de escanteio. A ruiva não está sorrindo, então eu suponho que Diamond já a informou das novidades. Ela está vestindo jeans escuros e um colete de couro com as cores da Triplo M na parte de trás. Suas botas de salto alto de couro e brincos pendentes costumavam me incomodar, mas isso foi lá atrás, quando eu não tinha visto a garota em ação. Eu, eu nunca poderia ultrapassar os policiais com saltos assim, mas a Kimmi, ela consegue. Ela já se provou ao ponto de eu já não questionar o que ela usa para um trabalho. — Austin. – Ela diz, apontando o queixo para mim. Ela nem fala com Kent. — Então, hum, o que diabos está acontecendo? Você me arrastou aqui para fora só para me contar à má notícia? — Na verdade... – Melissa diz, empurrando Kimmi para o lado com seu ombro e se pendurado em Kent como se ela fosse um maldito macaco ou algo assim. Eu juro por Deus, esta vadia sente mais tesão do que eu. — Nós temos um plano. — Oh, então conte. – Kimmi diz, cruzando os braços e olhando para mim, com seus brilhantes olhos verdes. Ela nunca olha para Kent ou Mel no rosto, ela diz que não vale a

pena o esforço. Eu acho que Kimmi seria presidente se pudesse. Entretanto, Kent tem alguns sérios fãs leais no grupo, pessoas que não conhecem o funcionamento interno da Triplo M. Seria preciso algo muito grande para derrubar a ele e Mel de seus tronos. — Walker e seu grupo estão planejando invadir a meianoite. - Kent dá seu sorriso de crocodilo, grande e feio. — Vocês vão fazer antes deles. — Esplêndido. – Kimmi diz, esfregando a têmpora com os dedos rígidos. — Em uma época de alta segurança, nós vamos deixar para trás o novo plano de uma década, o qual é a prova de falhas, para que possamos vencer Tray Walker e o Bested by Crows? Soa como uma maneira muito boa de perdemos e levar todo o MC com a gente. - Ela sorri com força e sacode a cabeça. Eu adoraria me meter diretamente na conversa com os meus próprios argumentos, dizer a Kent e Mel se ferrarem, mas então eu penso em Mireya, Gaine e Beck. Se nós não formos, Kent vai enviar alguém em nossos lugares. Além disso, pelo o que ele fez com Sawyer, Tray merece ter o tapete puxado debaixo dele. — Eu tenho uma ideia. - Eu digo e Kimmi vira seu olhar até o meu, questionando com os olhos. — Sim? — Vamos fazer isso depois do anoitecer, assim que tivermos a chance. Nós vamos pegar o que precisamos e deixamos o resto. - Eu ergo a mão antes que Kimmi possa argumentar comigo. Mel e Kent estão ambos sorrindo

estupidamente. Eu odeio que eles pensam que eu estou na palma da mão deles, e realmente me irrita que eles usaram o segredo de Mireya para tentar me controlar ainda mais. Filhos da mãe. — Vamos deixar para trás uma pequena surpresa para eles. Quero dizer, ei, se eles receberem a culpa pelo nosso golpe, isso vai colocá-los longe das nossas costas. - Eu faço uma pausa. — Pelo menos por um tempo. Kent já está estalando os dedos. — Eu gosto da maneira que você pensa Sparks. Faça o que você precisa fazer para se preparar. — Então é isso? - Kimmi diz, ainda olhando para mim e só a mim. — Nós vamos apenas aparecer lá ao entardecer e tentar enquadrar outra gangue? Perdoe o meu linguajar, mas o plano parece meio... - Kimmi gira seu dedo com esmalte preto ao redor por um momento. — Fodido. Austin... - Ela implora, inclinando-se quando Kent começa a desaparecer nas sombras. Ele é muito bom nisso, como um dos nêmesis das histórias do Batman que você nunca ouviu falar. Mel fica, mas ela parece entediada, como se ela nem sequer estivesse ouvindo mais. — Faça funcionar. - Kent diz, virando-se e indo embora com desdém, como se ele não pudesse se importar menos sobre a operação mais importante que se passa neste grupo. — Eu tenho algumas outras merdas para cuidar. Se você precisar de alguma coisa, venha me encontrar. - Ele sabe que nós não precisamos de merda alguma. Ele dá as ordens e nós as seguimos.

Deixei Kent ir, e eu não discuto. Por quê? Quem diabos iria discutir para passar mais tempo com Kent Diamond? É, nem mesmo Melissa Diamond, sua maldita esposa. A vadia loira boceja e planta suas mãos nos quadris magrelas. Nós funcionamos de certa forma, eu e Kimmi. Bem, nós costumávamos até que Kent exigiu que tomássemos Mel sob nossas asas e lhe ensinasse as coisas. E ele decidiu esperar até chegarmos a esta estranha pequena cidade antes de decidir dizer algo sobre isso. Eu olho para Mel e eu sei apenas malditamente sei que ela vai estragar tudo. — Mireya já lhe contou sobre seu tempo com Tray? - Eu digo, e eu não posso deixar de notar a maneira como o sorriso de Mel queima seu rosto como ácido. Deus, eu odeio essa putinha. — Mireya me odeia. - Kimmi diz com naturalidade. — Ela não me contaria nada. Agora comece a explicar por que a minha bunda está aqui e não no meu quarto com Margot. Eu sorrio suavemente. Kimmi vai gostar um bocado de Amy Cross. Provavelmente, eu vou ter que afastá-la com uma vara. Meu sorriso se desvanece. — Você sabia que Mireya era casada com aquele idiota? - O nariz de Kimmi franze, e ela puxa nervosamente o seu brinco esquerdo. — Mireya Sawyer? A Mireya Sawyer? A garota que construiu sua própria moto a partir do zero, enquanto estávamos na estrada? Essa garota? - Eu sorrio, não posso evitar. Mireya é uma das minhas melhores amigas. Ainda assim, eu devo a ela uma conversa séria sobre o que ela fez

para Amy. Eu ainda não consigo entender por que ela faria algo assim. Nós nunca fomos um casal, apenas amigos com benefícios. Por que diabos ela está com ciúmes de repente? Por desta vez, com essa garota? — Ela se casou com ele quando tinha quinze anos. Melissa se intromete, deslizando seu dedo sobre o braço nu de Kimmi. Kimmi balança o braço com um grunhido. Ela é como Gaine e não quer mexer com Diamond também. Kent pode parecer calmo, mas todos nós já o vimos em suas fúrias. Ninguém, além de Beck quer arriscar que ele encontre Mel em sua cama. Enfim, eu acho que Kimmi preferia matar Melissa a dormir com ela. Eu não poderia concordar mais. — Ok, então isso é algo como “vingança contra seu ex”. Ela me pergunta. — É disso que se trata? - Kimmi parece aborrecida. O sorriso desliza para fora do meu rosto, e ela faz uma pausa. Kimmi e eu nos conhecemos desde que eu tinha dezoito anos e era estúpido. Ela sabe quando eu estou falando sério sobre alguma coisa. — Não, Kimmi. É mais do que isso. Isso se trata de vingança contra os ímpios.

Capítulo 30 Amy Eu espero no quarto de Austin com borboletas no estômago e dores de culpa em meu coração. Eu pensei brevemente sobre... Masturbar-me, mas eu não consegui me fazer relaxar o suficiente para fazer isso. A cama está amarrotada e cheira a perfume, e eu tenho certeza que não é de Austin, o que por sua vez me faz pensar quem estava aqui ontem à noite. Quer dizer, eu sei que ele não é meu, e ele não me deve nada, mas o pensamento de Austin na cama com outra mulher me incomoda tanto que eu tiro a coisa toda e ligo para a recepção atrás de novos lençóis. Eu remexo minhas mãos enquanto espero, andando para lá e para cá na frente da TV e olhando para o telefone na mesa de cabeceira. Eu devo ligar para minha família? Devo ligar para Christy? A pressão na minha cabeça fica tão ruim que, quando os lençóis chegam, eu já tenho a minha bolsa no ombro e estou debatendo sobre ir lá embaixo atrás de uma taça de vinho no restaurante do átrio. Austin me disse para não sair, no entanto, ele também não me disse que tinha perfume e Deus sabe mais o quê mais sobre a sua cama. Eu abro a porta e encontro dois homens esperando por mim. Um deles está vestindo um uniforme e tem uma pilha de lençóis brancos nas mãos. O outro é tatuado, com piercing, com cabelo escuro e hematomas por todo o rosto.

Eu dou um passo para trás para o funcionário do hotel e mantenho meus olhos grudados no rosto do outro homem. — Bem, olá. - Ele diz enquanto eu ouço o dobrar dos tecidos atrás de mim e espero que o empregado leve os lençóis para longe. — Eu estava procurando Austin, mas talvez eu tenha chegado num momento ruim? - O estranho me dá uma checada que eu não gosto, olhando-me da cabeça aos pés, analisando a minha aparência amarrotada, com um sorriso torto. — Ele está com Kent. - Eu digo simplesmente, repetindo as palavras de Austin. As sobrancelhas grossas do homem se enrugam e ele esfrega a mão pelo queixo barbado. Ele está com uma camisa preta apertada e calças de couro com correntes. Se eu não tivesse visto Austin primeiramente, eu provavelmente o acharia atraente. A partir de agora, eu fiquei mimada, e eu não consigo parar de pensar no estranho cabelo aloirado e seus beijos tórridos. — Ah, ok. - Ele diz, pondo a mão no batente da porta. — Ele disse quando ia voltar? - Eu dou de ombros e dou passagem quando o empregado passa com a ofensiva roupa suja. — Ele não disse. - Eu digo, esperando que este homem vá embora para que eu possa sair e ter a minha bebida. Eu sinto que eu mereço uma, e não parece que Austin vai estar de volta em breve. O céu está escurecendo de fora da minha janela do hotel, e a realidade da minha situação está começando a ficar clara. Um pouco de álcool pode me fazer algum bem, eu acho.

O homem faz um gesto para a minha bolsa. — Você está saindo? - Ele pergunta, dando um passo para trás e olhando para esquerda e direita do corredor como se ele tivesse medo que alguém fosse esbarrar em nós. Eu agarro a alça da minha bolsa com uma mão nervosa. Se ele vier atrás de mim ou fizer algo estranho, eu vou estar pronta. Eu consegui me lembrar do meu spray de pimenta desta vez, muito obrigada. — Oh, eu estava indo até o restaurante para um copo de vinho. O homem sorri e passa a mão pelo seu cabelo escuro, encolhendo-se como seu corpo inteiro doesse. — Importa-se se eu me juntar a você? - Ele pergunta, e antes que eu possa responder, ele está se apresentando. — Meu nome é Gaine Kelley. - Ele para e estende a mão. Seus dedos são ralados e cobertos de pequenos cortes, e eu não posso evitar além de me perguntar o que aconteceu com o pobre homem. Ele parece bom o bastante, e eu tenho certeza que eu o vi antes, então, eu decido arriscar. — Amy Cross. - Eu digo, estendendo a minha própria mão e tomando a dele. — Eu suponho que você é um membro da Triplo M também? - Gaine acena com a cabeça e solta a minha mão. — Desde que eu fiz dezesseis anos. - Ele pensa por um momento e, em seguida, assovia bruscamente. - Sete anos. Sete longos anos maravilhosos. E Austin esteve ao meu lado durante cada um deles. - Eu sorrio para ele e olho ao redor pelo cartão-chave. Porcaria. Eu não tenho um.

— Tudo bem? - Ele pergunta enquanto eu olho em volta do armário e empurro para o lado algumas das roupas de Austin com minhas mãos. Inconscientemente, eu acho que estou

procurando

calcinhas

rendadas

ou

algo

assim,

também, mas eu não vejo nenhuma. Quem esteve aqui ontem à noite se foi. Eu suspiro. — Eu não tenho uma chave. - Eu digo. — Do quarto. Eu me viro para olhar para Gaine novamente e percebo que ele não está mais sorrindo e, em vez disso, está me examinando como se não tivesse certeza do que pensar. Eu me pergunto o que ele ouviu de mim. Espero que nada de horrível. Austin não parece ser o tipo de homem que sente a necessidade de se gabar de suas façanhas sexuais, no entanto, eu o conheci há dois dias, então, o que eu realmente sei? — Nós poderíamos ficar aqui e encomendar algo? Gaine diz, notando meu olhar sobre ele e mudando sua expressão para algo mais agradável. — Eu prometo que eu não mordo. - Ele estende a mão e gesticula para a cama com uma piscadela. — Eu poderia até mesmo ajudá-la a fazer essa vadia, se você quiser? - Eu estreito meus olhos para ele e mantenho minha bolsa ao meu lado. — Ok. - Eu digo incerta se esta é realmente uma boa idéia ou não. Entretanto, eu estou fugindo com uma gangue de motoqueiros. Eu realmente não posso ser muito exigente sobre coisas assim, posso? — Mas eu só quero que você saiba, se você tentar alguma coisa, eu tenho uma lata de spray de pimenta na minha bolsa.

Capítulo 31 Austin Merda. Porra. E maldição. Eu bato na porta traseira do hotel, com Kimmi e Mel nos meus calcanhares. — Obviamente, nós temos um fodido rato traidor. Kimmi rosna enquanto nós três subimos as escadas tão rápido quanto humanamente possível. Nós já colocamos a chamada em Kent. Hora de ir. — Talvez. - Mel diz, não soando tão chateada como deveria. Nós quase tivemos nossas bundas ferradas lá atrás e ela está agindo como se não fosse grande coisa. Não é grande coisa que os policiais já estavam esperando por nós. Se a paranoia de Kimmi não tinha chegado a ela, nós estaríamos atrás das grades agora. — Não, nenhum talvez. - Kimmi rosna enquanto eu abro empurrando a porta para o corredor e ando raivosamente pelo carpete marrom, observando conforme as portas de cada lado meu estão abrindo e membros da Triplo M estão aparecendo com carrancas e cabelos bagunçado. É uma fodida merda se levantar e sair no meio da noite, e isso nunca aconteceu com o meu grupo antes. Nenhuma vez. Algumas outras operações de Kent já deram merda e nós tivemos que sair da cidade, mas nada como isso, nada orquestrado por outro MC. Que porcaria.

— Quanto tempo nós temos? - Kent pergunta enquanto eu passo por ele e Melissa se agarra ao peito nu dele como uma sanguessuga. — Antes de a polícia aparecer? - Eu pergunto, passando meu cartão-chave no metal da porta. — Trinta minutos? Menos? Merda, eu não sei, apenas se apressem. - Eu abro a porta e entro no quarto. Meus planos de voltar e arrebatar a Amy Cross estão sendo jogados ao vento, e eu não estou feliz com isso. Parar no meio da foda? Não é exatamente a minha ideia de um bom dia. E agora eu nem tenho tempo para aliviar as coisas para ela ou apresentá-la ao grupo. Merda. Eu paro no final da cama e encontro-me cara a cara com Gaine. — Que diabos você está fazendo aqui? - Eu pergunto com uma careta. Amy está vestida com um par de pijamas de seda cor de rosa, que estão apenas implorando para serem arrancados de seu corpo. Eu nem sabia que mulheres adultas usavam essas merdas mais? Na verdade, é meio que excitante. Mas, então, eu vejo que ela está deitada na cama com um copo de vinho na mão, Gaine deitado a poucos centímetros dela, e o que eu deveria pensar? E então eu vejo que as roupas de cama foram mudadas. — Eu sou interrompendo algo? Gaine balança os pés no chão e põe o seu próprio copo de vinho em cima da mesa ao lado. — Eu só parei para lhe fazer uma visita e acabei conhecendo a Senhorita Cross aqui. - Gaine diz, balançando

a cabeça como se tivesse tido demais para beber. — Quando ela me disse que ela era a mais nova integrante da Triplo M, eu tive que pessoalmente lhe dar uma recepção calorosa. Ele sorri, mas seus lábios estão apertados, e seus olhos estão irritados. — Austin! - Merda. Mireya está batendo na porta com o punho e quando eu não vou abrir, ela usa o seu cartão-chave e entra. — Que diabos é... - Quando ela vê Amy, ela congela, olhos escuros prendendo-se nos olhos azuis da garota que está descansando na minha cama em seu brilhante, pequeno pijama. Ela olha de Amy para mim e depois de volta para Amy novamente, seu cabelo preto voando em volta do rosto e ficando preso aos seus lábios pintados. Gaine se move ao redor da cama e coloca uma mão no braço de Mireya. — Esta é Amy Cross. - Ele diz. — A nossa mais nova integrante. — Ah, uma merda. - Ela rosna, olhando de volta para mim. -Esta cadela provavelmente nunca andou numa fodida moto. Ela não pode se juntar a Triplo M. - Eu a encaro, mas eu realmente não sei o que dizer. Minha mente está um pouco preocupada com o pensamento de policiais zumbindo ao redor, fazendo perguntas e, mais ainda, com a ideia de que Amy e Gaine estavam aqui por horas a fio. Eles estavam bebendo, mas o que mais eles fizeram? Eu não consigo parar de pensar sobre esses lençóis fodidos. Por que mudá-los? Deus me ajude, se eu descobrir que ele transou com ela, eu vou matá-lo.

— Prepare-se para ir embora e se preocupar com você mesma, Sawyer. - Eu digo, virando-me para olhar para Amy. Seus lábios estão franzidos e seus olhos azuis estão pulsando com raiva, mas pelo menos ela não parece assustada. Eu me pergunto se há alguma coisa neste mundo que poderia assustar Amy Cross. — Amy, se vista e recolha as suas coisas. Você pode vestir um dos meus casacos por agora. — Mas ela é uma caloura17! - Mireya grita. Gaine tenta confortá-la, mas ela sacode o braço para longe e dá a Amy um olhar do tipo que eu nunca vi. Ela gira nos calcanhares e sai, batendo a porta com tanta força atrás de si que um quadro cai da parede e quebra. — Gaine... - Eu começo, mas ele já está dizendo adeus a Amy e movendo-se para a porta. — Eu vou cuidar dela. - Ele diz. — Vejo você na estrada, Srta. Cross. - Ele desaparece e me deixa em paz com essa garota estranha, essa garota que eu não consigo tirar da minha mente, a qual eu quero mais do que qualquer coisa ou pessoa que eu já conheci, mas que eu não sei nada sobre isso. É estranho pra caramba. — Estão todos bem? - Ela sussurra a voz suave. Meu corpo reage ao som imediatamente, arrastando a minha tensão sexual sem uso de volta à tona e fazendo meu pau tão duro que eu mal consigo caminhar ao redor da cama para tocá-la. Meus dedos roçam a pele em seu braço e ela treme, 17

No original, a autora usa a palavra “prospects” que normalmente significa expectativa, folheto, etc. No contexto, é uma gíria dos motoqueiros -> um “prospect” é de um membro de gangue em treinamento. Muitas vezes são jovens que são inimputáveis penalmente e, por isso, são mandados furtar ou grafitar.

olhando para longe e mordendo o lábio. —

Todos

estão

bem,

doçura.

-

Eu

digo

a

ela,

aproximando-me envolvendo-a em meus braços. Seu cabelo tem um cheiro doce e seu corpo está quente, muito quente, como ela tivesse estado sentada ao sol o dia todo. Eu me pergunto se alguma coisa aconteceu entre ela e Gaine. — Apenas um pequeno deslize. - Eu sussurro minha respiração quente mexendo seus cabelos e roçando contra sua orelha. As mãos dela sobem reflexivamente e agarram a minha camisa. — Mas nós temos que nos vestir e ir embora. — Tudo bem. - Ela diz, e eu acho que ela está esperando eu dar um passo para trás e soltá-la. Meu corpo está pulsando, e eu estou cheio de tensão; não é uma boa maneira de montar uma moto. — Quão rápido você consegue se vestir? - Eu pergunto a ela, apertando a minha mão em torno de seu corpo. A respiração de Amy prende em sua garganta e ela engole em seco. — Cinco minutos? — Boa garota. Eu relaxo os braços e desviro Amy para que ela fique virada para a parede, agarrando sua calça do pijama com as minhas mãos e deslizando para baixo de seus quadris para que eu possa retirá-la de seus pés. Eu lanço a maldita coisa sobre a cômoda e percebo da bonita e pequena calcinha que ela colocou para mim. Ou para Gaine. Eu franzo o cenho e desço o zíper da minha calça, lembrando quase tarde demais de usar um preservativo. O último, eu penso enquanto que eu

tiro do pacote e coloco-o. Eu me inclino e estendo a mão para cima para a camisa dela até encontrar seu seio. Está preso em um sutiã, mas eu não tenho tempo para tirá-lo. Quando chegarmos à cidade seguinte, é melhor Amy Cross estar pronta para mim, porque eu vou despi-la e saborear cada centímetro desse corpo. — Nós temos que ser rápidos. - Eu sussurro e ela balança

a

cabeça,

colocando

as

mãos

na

parede

e

empurrando sua bunda para mim. Eu puxo sua calcinha de lado e deslizo para dentro, contente de ver que ela está molhada e pronta para mim. Eu fecho minha mente contra o resto dos meus pensamentos e me deixo continuar exatamente de onde paramos, puxando essa tensão sexual para fora e empurrando-a direitamente em Amy. Ela já está mordendo o lábio e pressionando a testa contra a parede, gemendo enquanto eu me lanço contra ela com profundas estocadas duras. Eu gostaria muito mais de brincar um pouco, mas o tempo é essencial, por isso eu vou me virar com o que tenho. — Maldição. - Eu resmungo, sentindo meu orgasmo chegar bem rápido. Algo sobre essa maldita garota. Enquanto eu me movo dentro dela, eu penso que talvez eu seja meio sortudo que ela esteja vindo comigo porque eu ainda não tive o suficiente, ainda não. Se eu pensava algumas trepadas poderiam tirá-la do meu sistema, eu estava errado. Há muito mais que eu quero fazer com ela. — Depressa. - Ela diz e meu coração começa a bater mais rápido, fazendo meu sangue correr quente como lava e

minha cabeça latejar com o desejo. — Mais rápido. Eu movimento meus quadris mais profundamente, mais fortemente e mais rapidamente até que estou esmagando Amy na parede e rosnando como um maldito animal. Quando eu a ouço começar a gritar, eu me liberto, desejando por tudo que é mais sagrado que eu estivesse gozando dentro dela. Nós dois acabamos e eu deslizo para fora dela, recuando e limpando o suor da minha testa. Quando Amy se vira para olhar para mim, ela está sorrindo. Meu coração acelera e o meu braço serpenteia e envolve a cintura dela, puxando-a para um beijo. Gaine é melhor você ter mantido as suas mãos para si mesmo, eu penso. Porque esta garota é a minha. Talvez, apenas talvez, eu tenha encontrado uma garota para me completar. Acho que só o tempo me dirá.

Capítulo 32 Amy Meu coração está batendo um ritmo estranho no meu peito, e eu tenho a mais terrível dor de estômago do mundo. “Isso é o que você queria, não é? Um pouco da angustia de parar o coração que está sempre em seus livros?” Eu engulo um nó de ansiedade e puxo a jaqueta de couro de Austin mais apertado ao meu redor. Ela cheira bem, como sabão e óleo, mas é muito grande, e está atraindo olhares pra caramba. Eu me pergunto o porquê, já que todo mundo está usando uma igualzinha. Há um grande emblema redondo atrás, com três M maiúsculos no seu interior. À direita, há outro pequeno emblema com as letras MC e, na parte inferior, EUA está escrito em vermelho. Eu encaro o dizer “Triplo M” na parte superior do colete de Austin e sigo atrás dele enquanto entramos na garagem e nos encontramos cercado por ainda mais pessoas. — Ei. - Uma mão cai no meu ombro e me faz saltar. É Gaine. Ele sorri para mim e acena com o queixo para o conjunto de pessoas resmungonas e de olhos cansados. — Não se preocupe com eles. Eles são todos uns bandos de idiotas cansados. — O que você quer Gaine? - Austin pergunta, soando um pouco irritado com o amigo. — Você não tem nada para fazer? - Eu vejo quando os olhares de ambos se deslocam até a mulher de cabelo escuro de antes. Eu a reconheço como

aquela que estava dançando no bar naquela noite. Mireya. Eu instantaneamente a odeio. Algo nela me põe no limite, e eu não gosto disso. Para ser honesta, eu acho que ela é a mais assustadora

dentre

todos

esses

motociclistas.

Bem,

à

exceção, talvez, de Kent. — Ela está bem. - Gaine diz, acenando com a mão com desdém. — Um pouco puta, talvez, mas... - Ele deixa no ar e eu noto que os homens parecem estar evitando meus olhos. Gaine encolhe os ombros e começa a se afastar quando Kent aparece do nada, aparentemente se materializando ao nosso lado.

Eu

fico

arrepiada

e

seus

olhos

imediatamente

encontram os meus. Ugh. — Bem-vinda, Srta. Cross. Desculpe por não podermos ser um pouco mais acolhedores. - Kent sorri, mas não há nenhuma alegria em seu rosto. — Na próxima cidade, eu tenho certeza que Austin irá fazer o seu melhor para lhe dar uma recepção adequada. - Os lábios de Kent dividem-se e os dentes aparecem como presas. Ele volta sua atenção para Austin. — Então, Capitão da Estrada18, para onde agora? - As palavras são jocosas, quase indiferentes. Eu observo a expressão de Austin e vejo que está tensa. Ele não está feliz. — Bem, eu não sei com precisão, Pres. Parece que o nosso tempo aqui foi cortado cedo demais. Por que você não me segue e deixe o seu inter-comunicador ligado? - A mão de Austin envolve meu pulso e me arrasta para longe, tecendonos entre homens e mulheres em couro. Eles me observam ir 18

Resumidamente, o CE é aquele que diz a rota, dita a formação dos motoqueiros, cuida de seguranças... Para maiores/melhores explicações: http://www.ehow.com/list_6103054_dutiesmotorcycle-road-captain.html

embora, alguns curiosos, alguns irritados, a maioria apenas parecendo como se eles preferissem estar na cama. Eu me pergunto quantos membros este grupo tem. Pelo menos, trinta. Talvez mais. — Beck. - Austin ralha e o ruivo se desembaraça de uma mulher baixinha com cabelo curto e preto. — Sim? - Ele pergunta olhos verdes fixando-se nos meus. Ele me esquadrinha no início, passando os olhos pelo meu corpo até Austin o parar com um pequeno grunhido no fundo de sua garganta. O cabelo na minha nuca se eriça e minhas partes mais baixas começam a pulsar. Eu ainda posso sentir Austin dentro de mim, empurrando-me contra a parede com seu corpo firme. Eu envolvo meus braços em volta de mim para evitar um arrepio. — Eu preciso do seu capacete extra. - Beck o encara e, em seguida, olha para mim, o rosto se dividindo em um sorriso bobo. Ele é bonito, com certeza, portanto, eu posso ver por que Christy ficou inicialmente atraída por ele, mas ele também parece um pervertido. Eu sorrio de volta e não consigo evitar me perguntar o que teria acontecido se Christy tivesse vindo comigo. Ela teria montado na moto com Beck? Gaine parece ser um cara legal. Talvez ela pudesse ter ido com ele? Meu sorriso se esvai, substituído por essa sensação de dor no estômago. Christy. Eu deixo escapar um pequeno suspiro e sigo Beck e Austin até uma imensa moto, com uma reluzente pintura dourada e um encosto confortável. Há um grande capacete vermelho com listras pretas amarradas a este. Beck o pega e entrega para Austin.

— Divirta-se, Amy. - Beck diz, lançando-me uma piscadela. — E bem-vinda ao clube. - Eu sorrio de volta, mas Austin mostra o dedo para ele, puxando-me para longe de seu amigo e parando ao lado de outra moto. — Bem, linda, não é uma Road King, mas o que você acha? Eu examino a moto cuidadosamente, certamente não sou uma especialista, mas sou capaz de apreciar as pequenas coisas: o brilho da tinta vermelha, a perfeição do cromado, dos lustrosos bancos de couro. É imensa, enorme. Meio como Austin. Eu seguro um arrepio. — Eu acho que teria que dizer... - Eu começo, circulando a motocicleta com cuidado, passando as pontas dos meus dedos ao longo de seu corpo quieto. Eu não posso esperar para vê-la acelerando e queimando borracha. Meu sorriso se escancara. — Que ela é uma puta fodidamente quente. - Austin ri e joga a cabeça para trás. — Oh, docinho, você com certeza é fora do comum. - Ele desce seu olhar até o meu, fixando-se nos meus olhos e me segurando suspensa no tempo. Meu coração deixa de bater e meus nervos ficam todos emaranhados. Eu sou aquela que olha para longe primeiro. “Se eu gastar muito tempo com este homem, ele poderia ser a minha morte.” Eu olho para trás e estremeço quando Austin põe o capacete na minha cabeça. — Esta aqui é uma cadela customizada. - Ele me diz enquanto puxa a viseira para baixo e sorri para mim com seus dentes brancos. — Eu a fiz a partir de pedaços e peças. Ela não pode estar ganhando algum show, mas ela é toda minha. - Austin

continua a olhar para mim através do plástico da minha viseira e, eu juro por Deus, uma pequena voz sussurra em minha cabeça: Meio como você, querida. Eu olho para o chão manchado de óleo abaixo de meus pés e enfio minhas mãos nos bolsos da minha calça jeans, pulando quando um motor ronrona ali perto. É tão alto, como um tiro. Eu viro minha cabeça e vejo Gaine na parte de trás de sua moto preta. Ele está acelerando o motor e olhando incisivamente para Austin. Na verdade, conforme eu viro minha cabeça e examino a garagem, eu vejo que todos estão olhando para Austin, mesmo Kent e aquela garota de cabelos escuros, Mireya. — Merda, boneca. - Ele amaldiçoa, pegando um capacete preto e esmagando seu cabelo aloirado por baixo. — Eu me sinto mal por empurrar você em tudo isso, mas... Austin encolhe os ombros e estende a mão, agarrando-me pela cintura e puxando minhas pernas por debaixo de mim. O mundo gira quando ele me levanta nos braços e um coro de buzinas explode ao redor de nós, fazendo Sparks dar um sorriso bonito e grande. — Você está pronta, para colocar esta grande e dura peça de metal entre suas coxas, baby? Ele pergunta enquanto me coloca na parte de trás de sua moto, deslizando a mão entre minhas pernas para me ajudar a ficar em cima do assento. Eu tento não estremecer quando seus dedos escovam minha (você pode dizer isso, Amy!) minha... Buceta, mas é bom demais para ficar parada. Outro coro de gritos segue Austin quando ele me agarra pelos cabelos e puxa meu rosto de volta para um beijo. Seus lábios

choca-se com os meus, me fazendo tremer. Ele se afasta, cedo demais, e relaxa seu sorriso em um riso fácil que puxa sua cicatriz. — Eu ouvi que a primeira vez é a mais dolorida, mas eu prometo linda, eu vou tentar ser gentil. - Mais aplausos e gritos nos cercaram, e eu descubro que as minhas bochechas estão quase quentes ao toque. “ Aposto que eu estou vermelho como tomate premiado da minha tia. Oh, Deus.” Eu mantenho meu olhar focado adiante, observando enquanto Austin se escarrapacha na moto e pressiona a longa linha dura de seu corpo contra o meu. “Ótimo. Eu vou viajar por centenas, talvez milhares de quilômetros, com ele enfiado entre as minhas coxas. Como eu vou sobreviver?” Sento-me ali por um momento, perguntando-me se eu estou fazendo papel de boba. Há um grande encosto e apoios de braço em ambos os lados, além de um pequeno pedaço de couro entre nós. Eu acho, mas não tenho certeza, que eu provavelmente poderia recostar-me e andar confortável, mas eu deveria

envolver

meus braços em

torno dele?

Eu

certamente gostaria disso. Austin liga o motor e alguns momentos depois, um fio de música surge pelo meu capacete. Um gemido coletivo passeia pelo grupo conforme as pessoas começam a escutar. — Ei, Austin. - Beck chama do outro lado da garagem. Nickelback19? Vamos ouvir Nickelback? Sério, foda-se, cara. Austin ri e liga a motor. Este ronca para a vida e embala meu 19

Banca canadense, cujas músicas mais conhecidas no Brasil foram temas românticos de “Malhação”, como “Far away” e “Someday”. http://www.vagalume.com.br/nickelback

corpo

com

este

poderoso

ronronar,

como

se

pudesse

transformar-se em um grunhido a qualquer momento. Eu fico arrepiada. — Não é para isso que o sistema de interfone serve. Mireya ralha, e eu percebo que ela está olhando para mim quando grita isso. — Fodam-se. Eu sou o Capitão da Estrada, então, lidem com isso. - Austin arranca e o vento corre em volta de mim, agarrando-me com dedos frios. Antes mesmo de sairmos da garagem, eu já tinha jogado meus braços ao redor do peito musculoso de Austin e me pressionado tão firmemente contra seu corpo quente quanto eu pude. Uma fração de segundo mais tarde, nós explodíamos para a rua, e em alguns momentos, eu deixo para trás tudo e todos que eu já conheci.

Capítulo 33 Austin Eu estou no fodido céu, eu penso enquanto voo pela estrada no escuro com Amy em minhas costas e minha moto debaixo da minha bunda. Na estrada com o vento em meu rosto, Nickelback tocando no interfone e nenhuma maldita ideia de onde é que eu vou. Kimmi e eu temos alguns alvos estabelecidos, mas nada que nós já tenhamos organizado, por isso, eu observo as placas conforme elas passam voando, esperando até que uma delas me atraia. Deus, eu amo essa vida. Eu não acho que eu poderia ser o tipo de homem que fica em um lugar, compra uma casa, cria crianças. Essa merda apenas não parece muito atraente para mim. Se eu não pudesse partir num piscar de olhos e decolar, me perder em algum lugar novo, então, eu poderia apenas murchar e morrer. Uma coisa que eu realmente gosto, a qual eu nunca pensei que gostaria: ter uma mulher na parte de trás de minha moto. Eu jamais levei uma senhora para um passeio, e eu tenho que admitir, existe algo tipo excitante sobre isso. Eu sorrio enquanto acendo a seta de dar sinal e parto em uma saída aleatória. Os braços de Amy se apertam em torno de mim quando nós fazemos a curva e meu sorriso se alarga. Eu não sei o que essa garota tem, mas eu gosto dela. Um bocado. Eu percebo que o meu momento pilotar é o meu momento de pensar, então eu deixo a minha mente ir,

tentando entender os últimos dias e todas as merdas que aconteceram. Meu primeiro pensamento é de Mireya e do que ela fez a Amy. Bem, eu acho que é ela de qualquer maneira. Eu terei que confrontá-la sobre isso. Essa merda não vai acabar bem. Eu acelero e ultrapasso um semi-reboque, verificando a estrada por outros veículos, para que o resto do grupo consiga passar. É uma tranquila rodovia, por isso deve ficar tudo bem, mas eu pelo menos tenho que fingir ser um capitão da estrada de verdade. Se eu fosse, eu iria reconhecer o nosso percurso com antecedência e levar o grupo a paradas programadas: postos de gasolina, restaurantes, hotéis, etc. Mas, na verdade, eu estou apenas procurando pelo nosso próximo golpe, procurando o próximo lugar que Kimmi e eu possamos aproveitar para que possamos trazer dinheiro para o grupo, porque isso é o que fazemos. É o que nós sempre fizemos. — Austin? - É a voz de Kimmi, rompendo pelo sistema e cortando a minha música favorita de todos os tempos do caralho: “S.e.x”. — Sim? — Pegue a 120 Leste. — Por quê? — Não seja um idiota, apenas faça. Eu tenho um plano. — Aonde nós vamos? — Sparks, você confia em mim? - Eu suspiro por que Kimmi certamente sabe que eu confio. Eu confio nela com minha vida e minha liberdade a cada maldito dia que eu passo, nesta terra, e ela sabe disso. — Eu quero ir para Fort

Clinton. - Eu estendo minha mão para baixo e checo o painel da moto, só para ter certeza de que sou só eu e Kimmi que estamos nesta ligação. —

Você

está

brincando

comigo,

Reynolds?

-

Eu

pergunto. Fort Clinton tem sido o nosso golpe dos sonhos nos últimos dois anos. É como uma mina de ouro do caralho. Se pudéssemos ter sucesso nisso, há uma boa chance de que poderíamos tirar uma longa pausa já devida. Entretanto, há uma razão pela qual estivemos evitando isso. Não vai ser fácil, nem um pouco. Além disso, eu tenho Cross com quem me preocupar agora. Eu não me meteria em algo para ser preso ou morto, até que ela estivesse estabelecida no grupo. — Eu quero fazer isso, Austin, mas eu não quero ir direto para lá. Eu sugiro que façamos alguns pequenos trabalhos em primeiro lugar, apenas no caso de Walker decidir nos seguir. Talvez St. Marlin e, depois, Long Horn? Elas não são cidades grandes, mas seriam fáceis de ter sucesso. - Ela para e um pequeno crepitar atravessa a linha. — Além disso, a rota é um pouco complicada e vai nos levar mais tempo para chegar lá. Compensa pelo maior tempo dirigindo. Eu penso sobre o que ela disse por um momento e, em seguida, minha cara racha em um sorriso. Eu acelero o motor e pego velocidade, atingindo um trecho plano e reto da estrada com o máximo de força e poder que consigo reunir. Amy abraça-me tão apertado que eu posso sentir seu coração batendo em seu peito como um pássaro preso. Eu tento ignorar, mas isso vai direto para o meu pau, fazendo-me duro

como rocha. Essa garota vai ser a minha morte. — Sabe o que mais, Reynolds? Você está certa. Eu gosto da maneira que você pensa. O riso de Kimmi surge pelo comunicador por um breve momento antes de eu mudar o canal de volta para a música e acelerar a minha moto a toda potência para a próxima cidade.

Capítulo 34 Amy Nós passamos a noite inteira dirigindo, voando através da escuridão como morcegos, um mar de metal e cromados, com pessoas tão coloridas quanto são únicas. É uma experiência estranha, uma que eu tenho que admitir que esteja ansiosa para repetir. Eu posso ver o apelo da estrada aberta quando estou aqui, a forma como o vento pega em você e não sai. E então, há Austin. Quando ele se senta nesta moto, ele se torna uma pessoa diferente, muito menos fechado. Com meus braços em volta de seu peito, eu posso sentir a batida de seu coração. Acelera a cada curva, batendo freneticamente através do tecido de sua jaqueta de couro. É o suficiente para me manter acordada, apesar do meu cansaço, o suficiente para manter minha mente em devaneios e fantasias até que o sol comece a espreitar nas bordas do céu, queimando a noite num tom de rosa. Quando nós finalmente seguimos para uma cidade e começamos a desacelerar, minha mente salta como se eu tivesse tomado um choque, saindo do transe da estrada e me bombardeando com hordas de pensamentos irritantes. Eu me pergunto como Mamãe vai começar a sua manhã sem eu lá? E Christy... O que ela pensa de mim agora? Se eu ligar para ela em um dia ou dois, depois que ela se acalmar, ela vai falar

comigo? Eu empurro os pensamentos para trás e tento acompanhar a agitação da atividade súbita. Todo o grupo faz uma pausa e a música no interfone morre completamente, deixando um coro de conversas animadas que fazem minha cabeça doer um pouco. Eu observo quando Gaine desce de sua moto e segue para dentro do lobby de um hotel. Quando ele sai, ele acena com o queixo e todo o grupo debanda para a garagem que está ao lado. Austin estaciona sua moto e me ajuda a descer com um sorriso. — Diga-me que você gostou do passeio, linda? - Ele sussurra, segurando a minha mão com força com uma das suas. Por um breve momento, não há nada além de seu rosto, seu cabelo loiro e seus olhos bonitos. — Apresse-se, Sparks. O Pres quer você na liderança. A voz de Beck me tira do meu transe e eu mal posso gerenciar um rápido aceno de cabeça antes que Austin esteja franzido o cenho para o seu chefe através da garagem. Ele me leva escadas acima, para o quarto de hotel, mas ele não fica desaparecendo para ir atender o que é que ele precisa fazer. Eu me pergunto se ele algum dia vai-me dizer sobre o que é tudo isso, se é algo que você descobre quando você foi totalmente aceito no grupo ou não. Eu olho ao redor do quarto e não fico surpresa ao ver que só há uma cama. Austin disse que eu não precisava dormir com ele, mas nós dois sabemos a realidade. Nós dificilmente podíamos manter nossas mãos longes um do outro. Eu sorrio e ajeito meu cabelo no espelho. Está crespo e

liso ao mesmo tempo, de alguma forma. Cabelo de capacete, ugh. Eu ponho minha mochila para baixo no final da cama e procuro até que eu encontro um par limpo de jeans e uma blusa preta. Foi o melhor que pude fazer, dadas às circunstâncias. Meus casacos e saias florais não iriam exatamente combinar nesta multidão. Eu paro por um momento e verifico minha carteira. Quinze dólares em dinheiro. Excelente. Definitivamente não é o suficiente para comprar qualquer roupa nova. Eu pergunto-me brevemente como essa coisa toda de MC funciona. Quero dizer, eles todos não podem ter emprego se estão na estrada o tempo todo, certo? Eu levo minhas roupas até o banheiro e agarro uma das toalhas brancas que está empilhada em uma prateleira de metal acima do vaso sanitário, jogando-a sobre a haste da cortina do chuveiro e puxando para trás o plástico branco. Eu não admito para mim mesma, mas eu demoro um pouco, esperando que Austin vá entrar e se juntar a mim, mas, depois de cerca de meia hora, eu percebo que ele não vai voltar e tomo banho rapidamente. Quando ele volta, meu cabelo está seco e eu até mesmo passei rímel nos meus olhos e colori meus lábios com um rosa escuro que a minha mãe nunca iria aprovar. — Bem, e aí, linda. – Ele diz, envolvendo os braços em volta da minha cintura e me puxando contra ele. Um dos joelhos de Austin desliza entre minhas pernas enquanto ele me levanta do chão para um beijo, deslizando sua língua na minha boca como se ele me conhecesse desde sempre. Eu

tento não derreter em uma poça no chão. — Boas notícias... Ele diz, afastando-se. — Consegui uma jaqueta para você. Ele levanta o item em questão e o pressiona ao meu peito, deixando os nós de seus dedos roçarem contra os meus seios no processo. Eu engulo em seco e dou um passo para trás. O revestimento é feito sob medida perfeitamente para mim, lindamente feita de couro lustroso e suave, com um interior de cetim vermelho, mas, na parte de trás, há apenas um emblema. É o de baixo, aquele que diz EUA. Austin me vê olhando para este e toca com seus dedos debaixo do meu queixo para agarrar a minha atenção. — Quando você primeiramente entra num MC... - Ele começa, deslizando seus dedos ao longo do meu rosto até que eles estão envolvendo no meu cabelo. — Você só recebe um emblema. Se você for uma boa, boa garota, então, talvez, você ganhe o resto. - Austin usa o meu cabelo para me puxar para frente para outro beijo, um mais desesperado desta vez. Minhas mãos sobem e tocam seu rosto barbudo, varrendo ao longo da linha dura de sua mandíbula e, em seguida... Há uma batida na maldita porta. Austin se afasta de mim com um grunhido e vai até a porta, empurrando-a aberta, sem sequer perguntar quem está do outro lado. É uma garota com cabelo laranja e calças de couro tão apertadas que parecem pintadas no corpo. — Kimmi, eu estou um pouco ocupado... - Austin começa, mas ela já está levantando uma mão para silenciá-lo. Quando ela me nota olhando para ela, um sorriso sensual

inclina seus lábios em forma de arco para cima. — Amy Cross, eu presumo? - Ela pergunta, empurrando Austin para lado com seu ombro e adentrando no quarto como se fosse à dona do lugar. Ela está sobre esses ridiculamente altos, saltos vermelhos e nada mais do que um sutiã bordado de moedas sob seu colete de couro. Eu assinto com a cabeça e estendo minha mão. — Kimmi Reynolds. Prazer em conhecê-la. - Seus olhos me analisam de cima a baixo, e ela balança a cabeça como se gostasse do que vê. — Bem-vinda ao grupo. - Ela faz uma pausa e volta-se para Austin, dando-lhe um olhar que eu não consigo ler. — Kent gostaria de ver você lá embaixo. - Austin franze a testa, mas Kimmi ainda não acabou. — Os dois. — Ah, merda. - Ele diz com um suspiro. — Nós acabamos de chegar e ele quer começar essa bosta? - Kimmi encolhe os ombros e passa os dedos pelo braço dele. Eu observo, mas eu não digo nada. O que posso dizer? Austin não pertence a mim. — Tudo bem, então, vamos lá, linda. Vamos acabar logo com isso, ok? - Kimmi segue para o corredor e assiste enquanto eu escorrego minha jaqueta sobre meus ombros e enlaço meu braço pelo de Austin. — Garota esperta. - Ele diz com uma piscadela enquanto me leva para fora, até o elevador. Enquanto pisamos lá dentro, eu ouço uma porta fechando

no

corredor

e

esperarmos. É aquela garota, Mireya.

alguém

gritando

para

nós

Eu engulo nervosamente e observo enquanto Kimmi agarra as portas e as mantêm abertas. — Obrigada. - Ela retruca, franzindo o nariz como se ela não pudesse suportar a visão de Kimmi. Ou talvez seja comigo que ela esteja enojada porque, quando seus olhos escuros encontram os meus, eu posso praticamente senti-los cortando através de mim, desejando-me morta. Eu tremo e não é por causa de Austin. — Tentando escapar para a festa de boas-vindas sem mim? - Ela assobia, mas ela não está falando comigo ou Kimmi, apenas com Austin. Isso é muito gritante. E eu só demoro cerca de três segundos para perceber que o perfume que ela está usando, este cheiro doce e enjoativo, é o mesmo que estava nos lençóis de Austin. Eu pressiono meus olhos fechados e tento não respirar. — Nah, apenas seguindo ordens. Quando Kent diz: salte... — Você diz: Foda-se. - Kimmi interrompe antes que Mireya possa responder. — Ou você costumava... - Ela para de novo e checa Mireya de cima a baixo. A mulher de cabelos escuros finge não perceber. — Eu vejo... – Mireya diz, olhando muito duro para o meu braço onde está tocando em Austin. Oh, não. Essa é a namorada dele? Mas não, não, isto não parece certo. Austin não parece ser o tipo de cara que tem uma namorada. Eu ignoro o pequeno pensamento mesquinho que acrescenta: nem mesmo você. Mas ele dormiu com ela. Depois que ele dormiu comigo. Eu tento não me incomodar com isso, mas eu não posso evitar. — Deixe-me adivinhar. - Ela estala os dedos

e se inclina para trás contra as paredes espelhadas. — Você já ouviu a minha história, também? É isso mesmo? É por isso que nós deixamos a cidade no meio da maldita noite como fodidos criminosos? — Negócios do Clube. - Austin diz rispidamente, mas Kimmi e Mireya estão olhando uma para a outra e não lhe dão a mínima atenção. — Sinto muito, Mireya. - Kimmi diz. — Pelo que aconteceu com você, mas todos nós temos passados difíceis. Não lhe dá o direito de agir como uma puta todo o maldito tempo. — Oh, foda-se, Kimmi. Eu não pedi para começar uma guerra com Walker. Foi Kent. E eu não pedi ninguém para sair e buscar vingança por mim. — É mesmo? Bem, se você me perguntar, Walker e seus amigos merecem ser mortos, apenas para tornar o mundo um lugar mais seguro. - Kimmi ergue suas mãos e as pulseiras de ouro em seus pulsos chocalham. — Mas não é isso o que eu estava falando. - Ela acena-lhe o queixo para mim. — Você não vai se apresentar a nova amiga de Austin? - Quando ela diz isso, ela sorri maliciosamente, como se ela não pudesse estar mais feliz por me ver ali. Austin revira os olhos para o teto e xinga em voz baixa. — Oh, nós já nos conhecemos. - Mireya diz, acenando com a mão com desdém. — No bar. Qual era o seu nome mesmo? — Caramba, Mireya. - Austin começa, mas eu o interrompo. Eu olho nos olhos da mulher, os quais, eu

admito, são bonitos e tento não me sentir intimidada. Eu supondo que respeito vale bastante aqui, portanto, eu preciso exigir isso sozinha. Eu não posso contar com Austin para fazer isso por mim. — Amy Allison Cross. - Eu digo, mas eu não estendo a minha mão. Mireya olha para mim, pegando em um pouco de franja de couro em sua jaqueta. Quando ela se vira, eu vejo que ela tem todos os seus emblemas. Ela não responde, mas eu não acho que ninguém esperava que ela fizesse isso. Eu levo minha mão para Austin e fico surpresa quando ele

treme

um

pouco,

lançando

um

olhar

para

mim,

juntamente com um sorriso torto. Eu gostaria de não ter cheirado aquele perfume. Saber que Austin dormiu com alguém e saber que ele dormiu com uma mulher horrível é duas coisas completamente diferentes. Eu seguro um suspiro e tento expulsar o pensamento da minha mente. Eu estou me enganando se acho que a lista das parceiras da Austin é curta o bastante para contar com duas mãos, mas então, eu realmente não me importo sobre o passado. O que me interessa é o aqui e agora. Ele vai continuar dormindo com Mireya ou nós somos semi exclusivos? Ele disse que eu era dele, mas ele nunca disse que ele era meu. Deus se havia uma coisa que os romances nunca acertavam era a quão complicada toda essa coisa é. As portas do elevador deslizam abertas e Mireya abre caminho com seus ombros por Gaine e entra numa grande sala de conferências cheia de motociclistas. Caramba. Meu estômago torce dolorosamente. Isso é tudo para mim? Eu

espero que não. Gaine observa Mireya ir com um suspiro. — Ela não está feliz sobre eu estar aqui, não é? - Eu pergunto, e é Gaine quem responde. Austin não parece que quer

tocar

nessa

pergunta,

nem

com

uma

vara

de

quilômetros de comprimento. — Ela é apenas... - Gaine olha para Austin e, em seguida, por cima do ombro para Mireya. — Complicada. Não se preocupe com ela. Eu acho que você se juntar a Triplo M realmente vai ser útil para ela em longo prazo. — Sério? - Austin pergunta, soando desconfiado. — Como assim? - Seu amigo encolhe e pega meu outro braço. Eu percebo que os olhos de Austin o seguem de perto. — Vocês dois tiveram um bom momento na noite passada? - Ele pergunta e Gaine ri. — Nós bebemos algumas taças de vinho. Foi só isso. Eu acho que cheguei à metade da minha história sobre o texugo que entrou no ginásio do colégio antes de você nos interromper. - Austin resfolega e balança a cabeça. — Merda, Amy. - Ele diz. — Desculpe que você teve que ouvir essa porcaria. Ele conta a qualquer um que escute. - Eu sorrio e olho para Gaine. — Tudo bem - Eu digo, encontrando seus olhos escuros. — Eu gostei. - Austin resfolega de novo e me arrasta rapidamente para frente, muito rapidamente, como se talvez ele não me quisesse conversando com Gaine. O amigo dele nos deixa ir, parando ao lado de uma mesa onde Beck está dando em cima de uma funcionária do hotel. Ele nos dá um aceno suave e se afasta. Eu não consigo perguntar a Austin

sobre o que foi aquilo, porque ele já está me puxando para um grupo onde Kent está conversando com a alta loira magricela que eu vi antes. Quando ela nos vê chegando, ela agita os cílios coquetemente e sorri. — Amy Cross. Eu já ouvi muito sobre você. - Eu me pergunto como isso é possível, mas eu não digo nada, apenas sorrio e estendo minha mão. — Prazer em conhecê-la... - Eu paro, esperando uma introdução. — Amy, esta é Melissa Diamond, esposa de Kent. - Ele não soa excessivamente alegre quando diz isso. Melissa aperta minha mão e até mesmo levanta-a aos lábios para um beijo. — Estou tão feliz de ter outra mulher no grupo. Às vezes, eu sinto como se estivesse me afogando em homens. Ela pisca para mim. — Não que isso seja uma coisa ruim! Eu observo os lábios de Kent se contrair, mas ele não fala, apenas continua tomando seu vinho. — Você gostou da sua festa de boas vindas? - Melissa me pergunta, apontando para o salão e para a mesa de comida com a mão. — Eu, uh, eu não sabia que era possível organizar algo parecido com isso em tão pouco tempo. Obrigada, estou lisonjeada. - Melissa lança seu cabelo loiro para trás e ri alto e de forma estridente. — Eles tiveram um cancelamento de última hora de outro grupo. - Austin diz secamente. — Nós conseguimos o salão e a comida para quase nada.

— Ainda assim... - Melissa diz, abaixando o queixo para que ela possa olhar para mim. — É o mínimo que podemos fazer pela nossa nova integrante, certo Kent? - Kent sorri, mas ele não fala. Honestamente, eu estou um pouco aliviada porque o homem me assusta um pouco. Eu não confio nele. A maldade de Mireya está toda na superfície, mas Kent... Eu tenho a sensação de que há algo dez vezes mais escuro fervendo sob sua pele. — Bem, eu vou arrastar Amy por aí e apresentá-la a alguns dos idiotas daqui, se vocês não se importarem. Austin me afasta com uma revirada de olhos. — Fodidos filhos da mãe. - Ele diz, fazendo-me saltar. Acho que vou me acostumar com a vulgaridade depois de algum tempo. — Não se preocupe em tentar gostar de algum dos Diamonds. Isso não vai acontecer, e você só estará desperdiçando seu tempo. — Melissa parece... - Eu procuro uma palavra. — Extrovertida. — Você quer dizer que ela é uma puta? - Austin diz, rindo. Eu fico um pouco rosa, mas encolho os ombros. Eu suponho que esta foi à impressão que eu tive dela. — Bem, você está certa. Ela é. E ela vai foder com tudo que se move. Fique longe dela. - Eu olho para ele rapidamente e percebo que ele está falando sério. Seus olhos escuros são cintilando um

pouco

e

ele

parece

que

está

perdido

em

seus

pensamentos. — Austin... - Eu digo enquanto ele nos leva pelo meio da multidão, acenando para as pessoas, mas nunca parando. —

Eu preciso fazer um discurso ou algo assim? Conversar com o grupo como um todo? - Eu já posso sentir meu nível de ansiedade subindo. — Não. – Ele diz, finalmente parando quando chegarmos a Beck e Gaine que estão curtindo perto do álcool. — Isto é apenas uma formalidade, apenas para deixar todos verem que você está aqui. Eu vou ajudar você a aprender quem é quem, com quem sair e quem evitar. - Ele encolhe os ombros. — Pegue Beck como exemplo. - O ruivo sorri para mim com a boca cheia de comida. — Esse idiota é ainda mais promíscuo que Diamond. Se você quiser uma trepada fácil, ele é seu homem, mas que não espere que seja bom. — Ei, Sparks, foda-se. - Beck diz, piscando para mim. Gaine envolve suas mãos em torno de sua garrafa de cerveja, mas fica quieto. — Por que não deixamos que Amy teste nós dois, deixe-a ser a juíza. - A mão de Austin serpenteia em volta da minha cintura e me puxa apertado contra ele, tirando o fôlego dos meus pulmões e acelerando meu coração a níveis perigosos. — Como se ela fosse querer o seu rabo peludo. - Austin brinca, mas ele não me solta. Ao invés, seus dedos apertam com tanta força na minha cintura que eu tenho certeza que ele vai me machucar. — Você disse a ela quão doce este negócio é? - Beck continua, ajustando seu braço com um estremecimento. Eu vejo ataduras espreitando para fora de sua camisa. Tanto ele, como Gaine estão feridos. Coincidência? Ou aconteceu alguma coisa?

Austin olha para mim e balança a cabeça. — Eu ainda não cheguei lá, Beck. Estive um pouco ocupado, se você não notou. — Qual? - Eu pergunto, olhando entre os três homens. Eu me sinto confortável de repente, como se este grupo tivesse estado por aí há algum tempo. Eles são todos amigos de longa data, isso é óbvio. Eu decido que, se eu ficar aqui, mesmo se as coisas com Austin não funcionarem, este é um grupo que eu gostaria de fazer parte. — Qual negócio? — Bem, linda... - Austin começa, estendendo a mão e pegando duas cervejas da mesa. Ele tira a tampa de uma e oferece para mim. Eu a pego com gratidão, cheirando a bebida brevemente antes de dar um gole. É a minha primeira vez bebendo cerveja, o que é muito patético, e eu não fico surpresa ao descobrir que o sabor é quase palatável. Eu tomo outro gole. Austin me observa e o sorriso em seu rosto cresce ainda mais. — Nós, membros da Triplo M, ficamos juntos de forma incondicional. Isso significa que não há pausas. Nós seguimos ano após ano juntos, viajando constantemente. Se você quiser se estabelecer em algum lugar, unir-se a outro grupo. Este é um estilo de vida, baby. - Eu aceno com a cabeça. Eu já tinha presumido bastante disso. Na verdade, eu estava apostando nisso. — Tudo o que você precisa é fornecido para você: comida, roupas, alojamento, motos. - Eu consigo evitar que a minha boca escancare, mas tenho certeza que todos eles podem ver a surpresa registrada no meu rosto.

— Mas como?

- Eu pergunto, franzindo minhas

sobrancelhas. — Quem paga por tudo isso? — Essa é a parte amarga do negócio. - Gaine diz, falando de repente. Todos os olhos se voltam para ele. — Na maioria das vezes, nós permanecemos na feliz ignorância, comendo os frutos do trabalho de outras pessoas. Mas, um dia, todos nós temos que pagar nossas dívidas. Um dia, para manter esta utopia que nós temos em curso, nós precisamos vender nossas almas ao diabo.

Capítulo 35 Austin Merda que eu não sei o que dizer a Amy após a estranha explosão de Gaine. Eu acabo andando com ela para fora das portas de trás do hotel e encontrando a piscina. Eu tento contar a ela todas as coisas boas sobre o clube, sobre a maneira como nós cuidamos um do outro, mas, quando ela me faz perguntas, eu tenho que desviar, eu não sei bem o que fazer e acabo apenas a beijando. Há um monte de negócios do clube que eu não posso discutir. Eu nunca apadrinhei um novo membro, então, eu não tenho ideia de como lidar com isso. Especialmente quando eu estou interessado em foder com ela. — Austin. - Amy diz, tentando colocar algum espaço entre nós. Eu não a culpo. Sempre que ela me toca, eu sinto que estou lutando contra um maldito tsunami de sexo e desejo. É como se todo o meu maldito corpo estivesse em chamas e ela seja a única que pode apagar o fogo. — O que acontece agora? — Hmm? – Eu pergunto, colocando um pouco de cabelo para trás de sua orelha e tentando não pensar muito sobre o boquete que ela me deu. Se eu for honesto comigo mesmo, foi o melhor que eu já tive. Haha. Uma virgem do caralho e ela chupa pau como uma profissional. Que tal isso? — O que você quer dizer?

— Quero dizer, agora que estamos em uma nova cidade, o que nós fazemos? — Bem... - Eu digo, colocando minhas mãos nos seus quadris. Eu nunca estive tão meloso com uma garota antes, mas eu gosto do jeito que Amy olha para mim quando estou tocando nela. Isso nunca aconteceu comigo também. Eu levo minhas mãos para longe de repente e limpo algum suor da minha testa. Por que tem que ser assim tão quente durante todo o maldito tempo? Cristo. — Primeiro, eu vou tomar um banho porque eu cheiro como algo que se arrastou até a minha camisa e morreu. - Amy ri e coloca a mão na boca. — E depois eu vou mostrar a você como pilotar. O primeiro passo para estar num clube de motoqueiros é aprender a realmente dirigir uma. — Eu creio que você está certo. - Ela diz, mas eu posso ver que ela ainda está pensando demais. Eu imagino que há muita coisa acontecendo dentro daquela linda cabeça dela, mas ela tem que aprender a relaxar, ou ela nunca vai ser capaz de se divertir aqui. Eu sei por que aconteceu comigo. — Ei. - Eu digo a ela, quebrando seu transe por um momento. Ela olha de volta para o meu rosto. — Sobre o vídeo e sua família, eu sinto muito. — Ela tenta sorrir para mim, mas não sai direito. — Está tudo bem. - Ela sussurra, mas eu sei que não está. Eventualmente, eu terei que enfrentar Mireya sobre isso. Eventualmente, mas não agora. Ela é muito, cabeça quente. Se eu falar com ela sobre isso hoje, ela provavelmente vai cortar fora o meu maldito pau. — Eu queria vir com você

de qualquer maneira, eu só... — Não queria que eles olhassem para você assim? - Amy pisca de surpresa. Eu sorrio para ela. — Sim, eu sei o sentimento. Quero dizer, as minhas circunstâncias foram diferentes, mas os resultados foram os mesmos. Com certeza, meus pais tinham um pouco mais para ficarem chateados. — O que você fez? - Ela me pergunta, mas eu não estou pronto para responder a essa pergunta ainda. — Vamos lá em cima comigo, baby. - Eu digo ao invés e, desta vez, é a vez dela de sorrir. — Ok. - Ela sussurra, deixando-me levá-la pelo pulso, para que eu possa levá-la para o meu... O nosso quarto de hotel. Acho que vou ter que me acostumar a partilhar o meu quarto. E minha vida. Eu percebo que eu não posso deixar Amy sozinha por longos períodos de tempo, ainda não. Ela não tem telefone, nem dinheiro, nem amigos. Por agora, eu sou tudo o que ela tem. Eu gostaria de sentir pânico, como se essa menina estivesse me prendendo de alguma forma, mas não sinto. Eu não sinto nada além de estar com tesão como o inferno. Eu me pergunto quanto tempo estes sentimentos vão durar. Estamos no meio caminho para o quarto antes que eu perceba que eu não tenho mais camisinhas. — Caralho. - Eu rosno, assustando um casal de idosos no corredor. — O quê? - Amy pergunta, parecendo alarmada. Algo em minha voz deve tê-la feito pensar que havia algo muito, muito

errado. Aparentemente, não ser capaz de fodê-la parece estar no topo da minha lista de coisas para se preocupar. Você é um idiota, Austin. Amy se aproxima de mim, tão perto que eu posso sentir o cheiro do xampu doce que ela usou em seu cabelo. — Eu estou sem camisinha. - O casal no corredor está tentando destravar a porta o mais rápido que podem, lançando olhares nervosos na nossa direção. Eu faço o meu melhor para ignorá-los. Amy pisca algumas vezes e olha para o lado, mordendo o lábio como se ela tivesse algo a dizer, mas não tivesse certeza de como formular. — Eu... Hum. Hmm. - Ela para e olha para mim, seus cílios longos emoldurando estes grandes olhos redondos. É o bastante para me fazer querer jogá-la contra a parede e transar com ela aqui, com camisinha ou sem. — Nós poderíamos fazer outra coisa, sabe? - Ela sugere. Eu sorrio. — Você quer dizer sexo oral? - Amy resfolega e se afasta de mim, rindo. Quando ela se vira para mim, suas bochechas estão rosadas e cheias e sua pele está ruborizada com a cor. Fodidamente deslumbrante. A garota mais malditamente linda que eu já vi. — Quero dizer, como uma caminhada ou sair para comer ou... - Ela encolhe os ombros. — Andar de moto? Eu paro, sentindo-me como um idiota completo e absoluto, como se finalmente tivesse acabado de me ocorrer que Amy e eu podíamos fazer outra coisa além de ter relações sexuais um com o outro, que ela é mais do que apenas uma

novata e uma boa foda. Francamente, eu estou meio que com vergonha de mim mesmo. — Tudo bem, querida. Deixe-me trocar de roupa e eu vou sair com você, mostrar-lhe como pilotar. - Eu faço uma pausa e esfrego o queixo por um momento. — Mas nós também vamos parar na loja e pegar preservativos. - Ela enrubesce um pouco, mas eu não consigo segurar um sorriso. — E quando voltarmos... - E dou um passo para mais perto e pressiono meus lábios contra sua testa. — Eu vou tomar o meu tempo dentro de você. Eu quero que você sinta meu aço contra as paredes de sua vagina. — Eu gostaria disso. - Ela sussurra em resposta, surpreendendo-me. — Mas eu gostaria de experimentar sem camisinha.

Capítulo 36 Amy Acho que consegui realmente chocar Austin com minha declaração. Ainda mais, talvez, quando eu começo a explicar, gesticulando com as mãos, enquanto eu tento obter as palavras. — Eu, hum, eu... - Eu quero dizer a ele que eu sempre tive uma menstruação irregular e que a minha mãe (pelas costas do meu pai, é claro) me levou ao médico e me deu pílulas

anticoncepcionais

para

regulá-la.

Eu

as

tomei

religiosamente desde então, por isso estou bem preparada, mas eu não sei o quanto desta informação eu deveria compartilhar com Austin Sparks. Quero dizer, nós tivemos relações sexuais, mas nós realmente não conhecemos um ao outro (o que também é um conceito muito estranho para absorver). — Estou tomando pílulas anticoncepcionais. - Eu digo e, eu juro por Deus, o sorriso que se segue e divide seu rosto bronzeado parece que está prestes a quebrá-lo ao meio. — Não me diga? - Ele pergunta enquanto eu engulo e limpo minha garganta, preparando-me para fazer a minha próxima pergunta. — Mas você... Você... Você normalmente... - Você normalmente usa camisinha? E quanto à garota na noite passada? Você usou com ela? Eu sei que apenas perguntar para o homem não é suficiente para garantir a minha

segurança, mas eu só estou pensando em correr riscos agora (embora eu não recomende a minha postura a qualquer outra pessoa). Mas esta é a minha vida, minha escolha e, se a decisão é certa ou errada, eu vou fazê-la e apoiá-la. — Boneca, se você está perguntando o que eu acho que você está, então, eu não tive relações sexuais sem camisinha desde que eu era um maldito pirralho. Até onde sei, eu estou limpo. - Sua cabeça se vira e ele pisca para alguém no corredor. Quando eu viro e olho, eu vejo dois idosos apavorados olhando para nós. Eu coro e me desviro. — Sim, isso é o que eu estava tentando perguntar. Quão sexy é isso? Eu penso. Eles nunca cobrem esta parte em romances. Se eles fizessem, talvez eu pudesse realmente encontrar uma maneira mais sexy de fazer a maldita pergunta. — Eu não nunca fui testado, mas eu não sou uma puta como Beck. - Austin encolhe os ombros. — Você decide linda, mas eu posso te dizer que eu não faria isso se pensasse que eu poderia machucar você. - Eu olho para ele e estudo suas maçãs do rosto fortes, sua mandíbula firme, seus lábios cheios. De alguma forma, ele consegue colocar até a minha imagem idealizada de Serone Glance no chinelo. — Então, você faria isso? - Eu lhe pergunto, limpando a garganta novamente. — Você acha que está tudo bem? — Ah, baby. - Ele diz, aproximando-se e envolvendo-me em seus braços. Eu gosto disso. Eu gosto de ser abraçada por esse homem, esse desconhecido. Quando ele me puxa contra seu peito largo, minha pulsação chega aos meus ouvidos, e

eu não consigo ouvir qualquer outra coisa. Eu me pergunto se eu já estou me apaixonando ou se é apenas luxúria. Quão rápido o amor pode acontecer? Cada livro é diferente, é claro. Em alguns, eles se apaixonam à primeira vista, derretendo-se nos braços um do outro, como borboletas, voando juntos como eles nunca tivessem estado separados. Em outros, eles apaixonam-se juntos por meses, até anos, antes que eles realmente admitam a grande palavra com “A”. Eu não tenho a menor ideia, já que esta é a minha primeira vez, mas eu decido não me preocupar com isso. Talvez seja a hora de eu parar de citar Sali Bend, mas eu não consigo evitar, a mulher tem um ditado para tudo. Amor ou luxúria – qual é o maldito problema? Você vai foder de qualquer maneira, certo? — Você é muito malditamente, bonitinha. O que diabos eu vou fazer com você? — Ensine-me. - Eu digo baixinho, quase baixo demais. — Oh sim. Quando eu acabar com você, querida, você vai dominar essa maldita estrada. - Eu sacudo minha cabeça e tento descobrir como frasear sem sair da maneira errada. — Não apenas isso. - Eu digo a ele. — Quero dizer... Tudo. Ensine-me... Tudo. - As sobrancelhas de Austin sobem até o teto. Sim, eu penso desafiadoramente. Eu estou pedindo por as aulas de sexo, então me processe. — Você não vai me encontrar discutindo sobre isso, Cross.

-

Ele

me

diz,

pegando

minha

boca,

forte

e

rapidamente, angulando nossos corpos para que eu esteja pressionada contra a parede. Eu posso sentir sua ereção esfregando contra mim, acendendo o calor entre as minhas

coxas e me deixando molhada em um instante. — Primeira lição... - Austin me diz, mordiscando suavemente meu lábio. — Quando não estivermos na estrada, use uma maldita saia. - Ele se afasta subitamente e joga uma piscadela para mim, continuando pelo corredor até o nosso quarto com uma fanfarronice muito distinta em seu caminhar. Com um suspiro e um corpo pulsando com a necessidade, eu sigo atrás dele. Onde diabos eu fui me meter?

Capítulo 37 Amy Austin e eu damos um passeio pela cidade. St. Marlin, eu acho que é como se chama. É pequena, ainda menor do que a minha cidade natal, mas tem um monte de charme e as pessoas parecem mais abertas do que as pessoas com as quais eu cresci. Austin pergunta por aí e consegue recolher bastante informação dos moradores, de modo que somos capazes de seguir suas direções e localizarmos um pedaço de estrada de terra, plana e vazia, para praticarmos. Austin estaciona da moto e faz nós dois descermos da moto antes que ele comece a ensinar. Tão logo ele muda para este modo, o rosto dele fica muito sério. — As primeiras coisas primeiramente.

- Ele diz,

apontando para a minha roupa. Eu tenho o capacete novo, minha jaqueta de couro, calça jeans, botas e até mesmo um par de luvas de couro. — Você pode cair no início, então você precisa estar preparada. Até que você esteja meio experiente, quero que você use todo o equipamento. Entendeu? - Eu aceno com a cabeça e empurro minha viseira para cima, para que eu possa ver seu rosto melhor. — Agora, dê um passo até a sua moto ao seu lado esquerdo e espalhe estas coxas doces sobre o seu metal, bebê. - Eu sorrio para Austin e sigo suas instruções. Na verdade, é um pouco mais difícil do que parece; provavelmente já que eu sou tão baixa e a moto é tão

grande. Eu duvido que Austin tenha tantos problemas, mesmo que ele fosse tão inexperiente como eu. Eu

consigo

passar

minha

perna

por

cima

com

absolutamente nenhuma graça e acabo atingindo o assento de couro com um grunhido. Austin sorri e vem para o meu lado, colocando uma mão na minha coxa e usando a outra para apontar as peças-chave. Espelhos, fixador de pé, sinal de dar seta, buzina, luzes. — Cada moto é diferente, docinho, por isso, certifique-se de verificá-la antes de andar. - Austin pausa e sobe atrás de mim, inclinando-se sobre mim e fazendo o seu melhor para me distrair com sua respiração quente e pesada contra o meu pescoço. — O acelerador é aqui. Freios. Embreagem. Pedal de mudança. - Ele faz uma pausa novamente. — Estou indo muito rápido? - Eu balanço minha cabeça e tento não dar uma referência sexual a essa afirmação, é quase impossível. — Não, apenas do jeito certo. - Eu sussurro e eu fico feliz em ouvir Austin pigarreando atrás de mim. É bom saber que eu não sou a única que sente essa... Essa coisa entre nós. Ele se move rapidamente, como se, caso fique quieto por muito tempo, os sentimentos podem sobrecarregar a ambos. Eu fecho meus olhos por um breve momento e deixo sua voz afundar em mim, quente, abafado e sulista. Combine isso com o trecho calmo da estrada, as planícies, e o zumbido das cigarras, e eu estou a meio caminho para o céu. Perfeito. Minha família, aquele vídeo estúpido, minha vida como uma motociclista – nada disso sequer passa pela minha cabeça,

enquanto eu estou aqui fora, aquecendo-me no brilho dourado do sol, o suor inundando minhas costas, onde está pressionado contra a barriga durinha de Austin. — Sua mão direita é responsável por duas funções cruciais. - Ele diz e depois para, deixando uma longa pausa onde, eu tenho certeza, nós dois estamos inserindo as coisas mais desagradáveis e pervertidas que podemos pensar. Austin

limpa

a

garganta

novamente.



Aceleração

e

frenagem. — A aceleração e frenagem. - Eu repito, apenas para que ele saiba que eu estou ouvindo. As mãos de Austin se embrulham em torno de minha cintura e deslizam sob o tecido da minha camisa, de modo que elas estão roçando a minha pele nua. Imediatamente, todo o meu corpo entra em chamas e meu pulso fica tão alto que mal posso ouvir o que ele está dizendo em seguida. — Certifique-se que seu agarre seja bom e firme, enrole os dedos em torno e segure com força. - Eu lambo meus lábios repentinamente secos, acariciando o guidão de forma boa e forte. — Se você torcê-lo na sua direção, você aciona o carburador do motor. - Eu assinto e pratico o movimento, inclinando o pulso para baixo e fingindo que posso ouvir o ronco do motor e sentir o estrondo entre as minhas coxas. — E, uh... - Eu sinto Austin balançando a cabeça atrás de mim, como se ele estivesse tentando limpá-la. Eu não o culpo. Este desejo insaciável que nós temos um pelo outro está começando a ser bastante cansativo. Eu me pergunto quantas vezes vamos ter que dormir juntos para saciá-lo? Ou

se algum dia será saciado. — A alavanca daqui controla os freios dianteiros. É recomendável você manter seu movimento gentil e suave quando puxá-lo, ou então você vai acabar destruindo toda a maldita moto. — Gentil e suave. - Eu sussurro, e eu pulo quando Austin rosna no meu ouvido. — Amy Cross, pare com essa merda. — Parar com o quê? – Eu lhe pergunto, olhando por cima do meu ombro. Austin tem suor rolando pela sua testa e nariz,

e

a

escorregadia

pele e

em

seus

molhada.

braços Suas

musculosos tatuagens

parece cintilam

brilhantemente na luz do sol, destacando os crânios, as pistolas e as asas do demônio que ele tem sobre os ombros. — Ser tão malditamente sexy. - Ele rosna, inclinando-se para baixo e roçando seus dentes contra a minha orelha. Todo o meu corpo estremece, e eu não posso parar. — Se você não parar, nós talvez tenhamos que avançar naquelas outras lições que você perguntou. — Isso estaria ok por mim. - Eu digo subitamente desesperada para tê-lo dentro de mim novamente. Desta vez, com nada entre nós. Austin ri e me agarra pela cintura, levantando-me e me tirando da moto como se eu não pesasse nada. Eu gosto da sensação. — Tire sua calça. - Ele diz simplesmente e é só isso. Eu me viro e olho para ele, notando que seus olhos estão como o fogo, esperando para me engolir e me queimar em cinzas. — O quê? - Austin sorri e puxa um cigarro, colocando-o entre os lábios e tirando o colete. Ele o atira no cascalho ao

lado da estrada, como se não estivéssemos no meio da zona rural, como se estivéssemos de volta naquele quarto de hotel, juntos com toda a privacidade do mundo. — Tire-a. Esta é a sua próxima lição. Se você não usar uma saia, esteja preparada para tirar as calças. Vamos, doçura, vamos logo com isso. Precisamos nos apressar antes que alguém passe por aqui e nos veja. — Você está falando sério? - Eu lhe pergunto, recebendo calafrios e uma incômoda dor na barriga. Oh Deus, sim. Eu não posso acreditar que esperei 21 anos por esse sentimento. É incrível. — Como um ataque cardíaco. - Austin diz, dando uma tragada em seu cigarro e jogando-o no chão para que ele possa esmagá-lo sob sua bota. Eu mordisco o lábio por um instante e, em seguida, começo a desabotoar minha calça jeans. Os olhos de Austin seguem o movimento e se estreitam quando eu paro com o zíper até a metade. — Tire sua camisa. - Eu lhe ordeno. Eu quero ver o que há embaixo. Três vezes tivemos sexo e nem uma vez eu consegui ver seu peito e barriga. Ele sorri para mim e obedece, rasgando o tecido preto fora do corpo e jogando-o no chão, ao lado de seu colete. Austin é... Bem, Deus, Austin é malhado. Ele é firme, musculoso e eu posso ver todos os músculos do seu ventre claros como o dia. Sua pele se estica, quente e escorregadia, ao longo da firmeza do seu peito e estômago, mergulhando em suas calças com uma pitada de pêlos aloirados. Acima de

seus peitorais, ele tem outra tatuagem de caveira rodeada por rosas e, nos dois lados, uma arma apontando para dentro. Suor desliza por todo o pedaço de arte colorida e fica preso entre seus músculos, deslizando para baixo e imergindo no cós de sua calça jeans. Eu praticamente rasgo minhas botas e calça no meu frenesi para tocá-lo. Eu mal posso esperar. — Calcinha. - Ele me ordena, e eu paro. Estar sem calças menos no meio da estrada é uma coisa, mas estar sem calcinha é outra completamente. — Austin... - Ele sorri para mim e desce a mão, descendo o zíper de sua própria calça. Meu olhar segue suas mãos involuntariamente, hipnotizando-me. — É melhor você se apressar antes que alguém venha e nós sejamos interrompidos. Eu engulo em seco e olho ao redor, tentando escutar o barulho de carros à distância e não ouço nada além do zumbido das cigarras. Eu deixo minha calcinha cair aos meus pés antes que eu possa me parar e a chuto para o lado do meu jeans. — Agora, suba na porra da moto. - Austin se inclina para trás e me dá um vislumbre de seu pênis: duro, pronto e esperando. Eu sigo em frente e subo, de modo que eu estou de frente para ele, tentando mover-me lentamente para que eu não pareça muito ansiosa. A verdade é que eu estou ansiosa, quase desesperada por isso. Três dias atrás, eu era uma virgem lendo sobre minhas heroínas favoritas sendo

fodidas nos livros. Hoje, eu sou a heroína, e eu mal posso esperar pela minha vez. — Agora, olhe para você. - Austin diz, a voz voltando para este sotaque sulista arrastado onde cada fodida sílaba é um pesadelo de tensão sexual, sangrando por todo o meu corpo e me deixando louca por este. — Sua putinha pervertida. — Foda-se. - Eu sussurro, e apesar do fato de que eu sou praticamente nua, montando uma motocicleta no meio do nada, eu coro pela vulgaridade que sai da minha boca. Quem diria que eu tinha isso em mim? — Não fale comigo desse jeito. — Por que não? - Austin pergunta, tomando meu rosto com as mãos e trazendo a minha boca até a dele para um beijo. — Quando você gosta disso pra caramba. - Ele desce a mão e me agarra pelos quadris, puxando a minha pélvis para frente, de modo que ele possa pressionar-se contra mim. A respiração deixa meu corpo de uma vez, deixando-me avoada e com tonturas. Eu me recosto contra o guidão e olho para o piercing em seu pênis, imaginando se vou sentir algo diferente sem uma camisinha. Austin não me dá tempo para pensar sobre isso, gemendo e se empurrando dentro de mim, dividindo-me com um excitante, excitante ardor e fazendo todo o meu corpo sofrer com a necessidade. Eu não sei se é o sol do sul sobre nossa pele ou o calor escaldante do ar parado, mas eu juro, Austin parece uma centena de vezes mais quente dentro de mim. Eu me contorço em agonia, certa de que ele está me queimando de dentro

para fora, queimando-me com seu pênis. E, como prometido, eu sinto o aço contra minhas entranhas, esfregando ao longo do comprimento da minha buceta com cada impulso dos quadris de Austin. Minha umidade escorregadia o reveste enquanto o suor continua a escorrer pelos nossos corpos, fazendo eu me sentir suja nojenta e pervertida. A pior parte é que eu amo cada segundo disso. — Goza dentro de mim. - Eu sussurro surpresa que essas palavras estão realmente saindo de minha própria boca. Austin ri, mas ele não para, deslizando suas mãos suadas para a minha camisa e libertando meus seios do meu sutiã, acariciando-os grosseiramente e expondo-os à luz do sol. Eu tento me concentrar na tatuagem no centro de seu peito, mas o meu olhar continua sendo atraído para o meio de nós, para esse ponto onde nossos corpos se encontram. — Eu vou, baby, eu prometo, mas desacelere, divirta-se. - Eu quero gritar para ele que eu não consigo. Eu não consigo me divertir quando estou excitada e cheia de tensão assim. Eu deixo minha cabeça cair para trás e tento me lembrar de respirar. Se você não respira, você morre, mas, pelos deuses, existe uma melhor maneira de morrer? — Austin. - Eu sussurro. — Austin, Austin, Austin. - Eu não posso parar de dizer isso. É como se a minha voz não fosse mais a minha, consumida pela emoção do prazer que esta espiralando através do meu corpo e me cegando. — Porra, Cross. - Ele sussurra, deslizando as mãos para trás pelos meus lados. — Você vai satisfazer todos meus

desejos. Isso é tão malditamente bom. Você é gostosa pra caralho. - Eu agarro os lados da moto e descubro que eu estou congelada, que já não posso mover, paralisada pelo sentimento de corpo de Austin no interior do meu. Depois do que parece uma eternidade presa entre o céu e o inferno, Austin começa a gemer, bombeando mais rápido e mais rápido até que ele está jogando a cabeça para trás e derramando-se dentro de mim. Eu grito tão alto que minha voz ecoa em todo o campo vazio e eu caio para frente, para os braços fortes e suados do motociclista mais sexy do mundo.

Capítulo 38 Austin Eu levo Amy de volta ao hotel e nós subimos na cama. Pode ser o maldito meio da tarde, mas isso não significa nada para mim. Eu não posso resistir à outra vez naquele belo corpo. Cross tem curvas infinitas, e eu não consigo pensar em nada melhor do que montá-la a até que a porra do sol se ponha. Nós nem sequer falamos. Eu apenas rolo em cima de Amy

e

deslizo

dentro

dela.

Ela

está

malditamente

encharcada, e isso me faz demorar muito menos tempo do que deveria para gozar, derramando a minha semente dentro de seu calor. Eu não posso nem começar a dizer quão malditamente bom isto é, esfregando-me contra o corpo nu de Amy e ficando molhado com ela. De alguma forma, agora estou hiperconsciente dela também, como se ela pertencesse a mim e estivesse no meu radar agora. Eu não posso dizer como ou por que isso está acontecendo, mas começou na traseira daquela maldita moto, e não parece diminuir. Ao contrário, está ficando pior a cada minuto. Merda. Acho que esqueci quão bom era transar sem camisinha. Maldita seja Amy Cross, mas eu posso nunca mais usar outra camisinha enquanto eu viver. Depois que nós terminamos, eu rolo para fora e seguro Amy em meus braços, ouvindo sua respiração enquanto esta diminui e ela finalmente adormece. O caralho que eu vou ser

capaz de adormecer agora que estou me sentindo assim. Há alguma baboseira de instinto primitivo acontecendo que está me deixando impaciente. Assim que eu gozei dentro dela na traseira da moto, eu senti como se ela fosse

minha

completamente e totalmente. Eu tanto amo, como odeio essa merda. Incapaz de ficar parado, eu forço a minha bunda cansada para fora da cama e visto algumas roupas, dando um passo para fora da porta, tão silenciosamente quanto posso, e seguindo pelo corredor até o quarto de Mireya. De alguma forma, ela sabe que eu estou lá antes mesmo de eu ter a chance de bater. — Eu estive esperando por você. - Ela murmura enquanto chega para o lado e me convida a entrar, vestindo apenas um corpete rendado e alguma calcinha. Todo o maldito quarto cheira a sexo, e há até mesmo uma camisa de homem sobre o encosto de uma das cadeiras. Eu congelo assim que ouço o chuveiro ligar. — Que diabos você está fazendo? - Eu pergunto a ela, mas ela não responde, em vez disso, ela pula da cama e alisa as cobertas, batendo no edredom laranja como se ela quisesse que eu me sentasse. Os olhos de Mireya tremulam até os meus e brilham, como se ela pudesse perceber que eu estou chateado e gostasse disso. Infelizmente, não é o que ela pensa. Eu não estou incomodado porque ela dormiu com alguém; estou incomodado porque ela dormiu com Gaine. Ele é o único idiota que eu conheço que usa uma camisa com um dizer tão fodidamente burro. Humor Atual: Possuído. É bem a

cara dele. — O quê? Você pode exibir ao redor o seu próprio pedaço de bunda, e eu nem sequer posso me satisfazer com o que já está aqui? - Eu reviro os olhos para o teto e dou um grande fôlego, inalando o cheiro do perfume de Mireya. Desta vez, porém, até mesmo a visão e o cheiro dela não me excitam.

Minha

mente continua

a

girar

neste círculo

contínuo, voltando a Amy de novo, de novo e de novo. Talvez eu devesse pedir emprestada aquela camisa maldita porque, certo como o inferno, parece que a garota me possuiu. O que me preocupa é que eu nem sequer a conheço ainda. O que vai acontecer quando eu conhecer? Eu vou perder a minha maldita mente? — Pare com essa merda, Sawyer. Estou falando sério, o que diabos você está fazendo para Gaine? - Ela encolhe os ombros e se inclina para trás, cruzando as longas pernas bronzeadas no tornozelo. Um sorriso sensual diverte seus lábios carnudos. — É só uma foda, Austin. Se toca. Não é isso que Amy é para você? - Eu ignoro a pergunta e rezo para que eu possa me tirar de lá antes que Gaine saia e me veja. Além disso, eu não tenho nenhum desejo real de ver o idiota pelado. Poderia me traumatizar para a vida inteira. — Se você está tentando me punir, Mireya, não está funcionando. - Ela estreita os olhos e faz biquinho. — Punir você? Deus, Austin, se toca. Isso não é sobre você.

— Amy, então? - Eu pergunto, levantando meu queixo. — É sobre Amy? O que ela fez para fazer você odiá-la tanto? Mireya balança a cabeça e zomba. — Amy? Quem diabos se importa com a fodida da Amy! - Ela grita esta última parte, e posso dizer que há pelo menos uma pessoa que odeia: e é ela. Ela realmente, realmente odeia. — Então você fez isso, não foi? - Eu nem sei por que estou perguntando. É bastante óbvio de onde estou que Mireya enviou o vídeo para a família de Amy. Por que ela fez isso, eu não consigo sequer imaginar. Mireya se levanta e joga o seu cabelo preto como carvão sobre uma orelha. — Fiz o que? — O vídeo, Sawyer. - Eu bato as costas da minha mão direita contra a palma da minha mão esquerda. — Aquele que fez Amy ser expulsa de casa, aquele que praticamente me obrigou a acolhê-la. - Assim que eu digo essas palavras, eu sei que elas não são realmente verdadeiras. Quer dizer, eu acho que se você olhasse para isso externamente, poderia parecer assim, mas eu não me sinto forçado por Amy, nem um pouco. Eu acho que gosto dela. Bastante. — Foi. Você. Que. Enviou? Mireya se move sobre o tapete como uma pantera, elegante, perigosa e poderosa. Ela é uma mulher bonita e forte, com muito a oferecer, mas eu não estou apaixonado por ela. Eu a amo da mesma forma que eu amo Beck, Gaine e Kimmi - como um amigo. Talvez ela apenas não esteja

entendendo isso? Eu sempre pensei que ela entendesse, mas então, eu acho que eu nunca parei para perceber aquele brilho nos olhos quando olha para mim, o jeito que sorri e o jeito que suaviza a testa quando eu toco nela. Caralho. Quando ela para ao meu lado e desliza as mãos até meu peito, eu posso ver a tristeza em seus olhos. Eu acho que isso provavelmente tem mais a ver com o fato de Amy estar aqui, do que por qualquer culpa que ela possa ter por enviar a maldita coisa, mas, pelo menos, isso está lá. Isso prova para mim que ela não é uma boa pessoa por dentro, como eu sempre achei que ela era. — Austin, eu enviei. - Mireya pausa e mordisca o lábio. Nós dois saltamos um pouco quando o som do chuveiro para. — Eu mandei porque eu... Eu não queria perder você. Merda. Eu tento dar um passo para trás, mas Mireya embrulha os dedos no tecido da minha camisa. — Não vá lá, Sawyer. Apenas não faça isso. — Porra, eu amo você, Austin. - Ela grita, levantando-se na ponta dos pés, forçando os lábios contra os meus. Quando eu não respondo, ela se afasta e solta um grunhido gutural que atrai Gaine do banheiro em um aguaceiro raivoso. Quando ele me vê, ele simplesmente para e cobre as genitais com as mãos. Eu mal pude olhar para ele. — Eu... Eu amei você desde sempre. Por que você não pode ver isso? — Mireya... - Eu começo, mas ela não está escutando. Ela está andando de um lado para outro agora. — É essa vadiazinha branquela? Você a ama?

Mireya para e olha para mim, e eu não tenho nada reconfortante a dizer, exceto: — Ainda não. - Ela zomba de mim. — Ainda não? Um fodido ainda não? Bem, quanto tempo demora Austin, porque você e eu estamos juntos há dez anos e você não me ama. Por que é essa garota diferente? - Eu não tenho nada a dizer sobre isso, então, mantenho minha maldita boca fechada. — Talvez você devesse ir embora. - Gaine me diz suavemente, colocando uma mão no meu ombro. Eu a sacudo para longe. Isso é entre mim e Mireya, e eu não gosto de alguém, qualquer um, intrometendo-se no meu negócio. — Mireya, tente se acalmar. Ela gira o rosto para mim, os olhos ardendo de fúria. — Fora. - Ela rosna, cuspindo no chão e não se importando que nós estivéssemos dentro de quarto. — Fora, fora, saia e nunca mais volte. Vá correr de volta para a sua nova vadia. Se você conseguir voltar aos seus sentidos, venha me encontrar. Até então, eu não quero nem ver a sua maldita cara.

Capítulo 39 Amy Quando eu finalmente acordo, o céu está claro e a luz é fraca. É manhã. Eu me sento quando percebo que Austin se foi e envolvo meus braços em volta do meu peito nu. Eu posso sentir um calor fantasma ao longo de minha pele, como se talvez ele tivesse dormido ao meu lado durante a maior parte da noite. Eu sorrio e fecho os olhos contra uma enxurrada de imagens. Eu não posso acreditar que fiz sexo na traseira de uma motocicleta. No meio do campo. Sem camisinha. Eu tremo e estendo uma mão entre minhas pernas. Ainda está úmido lá, como se meu corpo não se cansasse de Austin e quisesse estar pronto para ele. Ou talvez essa seja o esperma dele, derramando para fora de mim, eu não tenho certeza. O que eu sei é quão bom foi tê-lo explodindo dentro de mim, enchendo-me. Eu arremesso meus pés para fora da cama para parar os pensamentos, certa de que eu nunca vou ser capaz de funcionar

se

eu

continuar

imaginando

Austin

e

eu

entrelaçados juntos no calor da tarde. Assim que eu coloco peso sobre as pernas, elas começam a tremer e eu tenho que colocar a mão na parede para me equilibrar. Uau. Obrigada, Austin Sparks, eu penso enquanto forço meu corpo dolorido ao banheiro. Sair de virgem para... Ninfomaníaca em poucos dias curtos, me deixou tão dolorida lá embaixo, que pulsa quando eu me movo. O que, por sua vez, me deixa com tesão.

O que, por sua vez, me faz pensar em Austin... Eu balanço minha cabeça e faço uma pausa quando vejo um bilhete colado na porta do banheiro. A escrita que está rabiscado é longa, com voltas e prolongada, mais ou menos como aquele sotaque sulista, o qual Austin me deu ontem, posto no papel. Eu sorrio. “Tenho algum trabalho para cuidar, doçura. Seu novo celular está sobre a cômoda. Ele tem todos os membros da Triplo M nos contatos. Te vejo ao pôr do sol. Austin.” Eu puxo o bilhete e esfrego o papel entre o meu polegar e indicador, antes de me virar e colocá-lo ao lado de um pequeno maço de dinheiros e celular. Meu primeiro celular para ser exata. Vinte e um anos de idade, nascida no auge da era digital e só agora estou perdendo minha virgindade de dispositivo móvel. Eu me pergunto o que Christy diria se soubesse. Eu fico olhando para a tela por um momento e descubro exatamente o que é que eu preciso fazer. Eu disco o número dela de cabeça e espero nua no quarto de hotel de Austin, o coração batendo forte, sentindome como uma pessoa diferente internamente do que eu era há poucos dias atrás. — Olá? - Christy responde em um gemido. Eu posso ouvir as lágrimas em sua voz com apenas essa palavra, e isso faz mal ao meu estômago. — Christy, sou eu. Silêncio. — Christy?

— O que você quer Amy? - Eu respiro fundo e tento entender por que ela está agindo assim. Eu não lhe disse a verdade, e fui embora, simplesmente desapareci. Eu a deixei para trás e mereço o que é que ela quer jogar na minha cara. Eu tento animar a minha voz, fingir que as coisas estão normais, mesmo que seja óbvio para nós duas que elas não estão. — Eu só queria lhe dizer que eu estava segura. Estou em uma cidade chamada St. Marlin e... — Eu não ligo, Amy. - Ela diz, fungando. — Eu realmente não me importo. - Ela faz uma pausa e o silêncio se estende pesado entre nós. — Amy, eu... - Outra pausa. — Amy, eu... - Christy para de falar. — Eu tenho que ir. Tchau. - E então ela desliga na minha cara, deixando-me ainda mais confusa do que eu já estava. Alguma coisa está acontecendo com ela, e eu não estou lá para descobrir, para lhe dar um ombro para chorar. Eu subitamente lacrimejo e tenho que reprimir a umidade antes que esta me domine. Eu fui embora a menos de 48 horas e já sinto falta dela pra caramba. Como Sali Bend diria: “homens vêm e vão, mas melhores amigos são insubstituíveis”. Com um suspiro, eu ponho o telefone para baixo, pego um par de jeans limpo e uma camiseta branca, e vou para o banho. No momento em que saio, eu estou morrendo de fome, então, eu jogo a minha nova jaqueta sobre meus ombros e minhas melhores botas nos meus pés. Quando eu ponho o pé no corredor, eu dou de cara com Gaine. Parece que ele está tendo um dia tão bom quanto eu.

— Amy. - Ele diz, sorrindo com lábios finos. Sua testa parece tensa e os hematomas em seu rosto estão amareloesverdeados, os quais o fazem parecer terrivelmente como um zumbi. — Saindo para se distrair? - Eu pisco para ele. — Perdão? - Gaine ri e inclina a cabeça para o lado. — Parece que você precisa se distrair, estou certo? - Eu sorrio de volta para ele. —

Talvez

você

esteja

falando

de

suas

próprias

necessidades, Sr. Kelley? Você gostaria de se distrair? - Ele ri de mim e balança a cabeça, passando a mão pelo cabelo escuro. — Eu acho que você está certa Senhorita Cross. Eu estou me projetando sobre você, só não diga Austin. — Contanto que você prometa terminar a história sobre o texugo. - Eu digo a ele enquanto ele engancha seu braço no meu. Eu estou feliz de ter me encontrado com Gaine. Eu gosto dele, e ele parece ser um homem meio que digno de confiança. Eu suponho que é melhor sair com ele do que sozinha. Eu me pergunto o que Austin vai pensar. Ele não parecia muito entusiasmado sobre nos ver juntos na noite de anteontem. Eu me pergunto por quê. — Não, essa história é tão ultrapassada. - Gaine diz enquanto ele me leva pelo corredor e para dentro do elevador. — Vamos conversar sobre outra coisa. Você, por exemplo. Por que essa cara? — Conte-me sobre a sua e eu conto sobre a minha. - Eu digo e ele bufa, esfregando a tatuagem de coração partido em seu ombro distraidamente, como se fosse um hábito que ele

desenvolveu ao longo do tempo, uma maneira de pensar mais claramente. Mamãe tem o hábito assim. Ela gosta de rodar seu bracelete em seu pulso quando precisa de tempo para reunir seus pensamentos. Eu penso nela por um momento e percebo que não sinto falta dela. Ainda não. Eu só posso supor que eu vou sentir mais tarde, mas eu sei que vai ser nada como a dor que eu vou sentir se Christy se recusar a falar comigo de novo. — Touché, caralho. – Gaine diz, provando que ele tem uma boca tão suja como Austin. — Bem, eu acho que se nós não podemos falar sobre nós mesmos, poderíamos falar de outras pessoas por trás de suas costas. Isso sempre cria um bom momento. – Nós saímos do elevador, passamos pelo saguão e pelas portas da frente, até o belo sol. Ele é sem vergonha nesta época do ano, sempre lá, sempre nu, brilhante e bonito. Eu estaria mentindo se não dissesse que eu o invejo um pouco, mas então, quem não respeita o sol? É o centro do universo, afinal. — Austin. - Eu digo, sem ter que pensar no assunto. Eu quero (não, preciso) saber mais sobre ele. Antes que ele me queime de dentro para fora e me consuma, eu preciso saber. É uma necessidade, como o ar, água ou comida. — Do que ele está fugindo? Gaine suspira e balança a cabeça, olhando para o chão quente abaixo de nossos pés. Eu assisto as pequenas correntes

em

suas

botas

chocalharem

enquanto

caminhamos. — Essa é uma pergunta complicada, senhorita Cross.

Há duas respostas para isso, e eu só conheço uma delas. — Como assim? — Significa que ele tem um passado e um futuro muito fodidamente ruim. Eu não tenho certeza de qual é pior. - Eu me empertigo intrigada. — Você quer dizer as coisas que ele faz para Kent? — Exatamente. – Gaine diz, guiando-me suavemente para um café do outro lado da rua com mesas situadas na sombra fresca de um prédio antigo. Cada pessoa ali tem um copo de chá gelado ou limonada em suas mãos, fazendo a minha garganta ficar apertada com a sede. Eu passei tanto tempo fazendo amor (err, fodendo) ontem, que eu me esqueci de comer ou beber. Eu

escolho

a

mesa

mais

próxima

e

sente-se,

arrebatando o cardápio com mãos gananciosas. — Mas, veja, essa é a parte que eu não sei porra nenhuma. Eu... - Gaine pausa e seus olhos ficam vidrados, como se ele estivesse longe, muito longe daqui. — Eu sei o que Kent quer que eu faça, e se for algo parecido com o que ele está pedindo para Austin, não pode ser bom. Eu acho que o homem esteve patinando nas boas graças de Deus, durante a última década. Quanto tempo até que a sua sorte se esgotar? - Gaine está falando, mas não para mim, não realmente. Ele está falando seus próprios pensamentos em voz alta, os pensamentos que estiveram fermentando há algum tempo, muito antes de eu até aparecer em cena. Uma garçonete em um vestido rosa aparece para tomar os nossos pedidos de bebida e tira Gaine de seu transe. Ele

pede uma cerveja e eu, um chá gelado. Eu sou uma garota sulista de coração, você sabe. — Mas o passado dele... - Eu pergunto, tomando um gole da minha bebida tão logo ela chega. Gaine bebe sua garrafa e pede outra imediatamente. Ele se inclina tão para trás tão em sua cadeira que eu fico com medo que ele vá cair e rachar e abrir a cabeça na calçada, mas eu não digo nada, deslizando minha jaqueta dos meus ombros e deixando-a pendurado na parte de trás da minha cadeira. — Bem... - Gaine parece inseguro, como se talvez ele achasse que não deveria estar me dizendo isso. Eu aceno minha mão com desdém e tento sorrir. Austin não pareceu querer falar sobre o seu passado ontem, então, quem sou eu para sair bisbilhotando? Eu me sinto envergonhada por sequer tentar. — De volta a história do texugo? - Eu digo, mas o rosto de Gaine fica sombrio, a pele ao redor dos olhos enrugando enquanto ele cuida de sua cerveja. — Eu acho que ele gostaria que eu lhe contasse. — Por quê? – Eu pergunto enquanto Gaine abaixa sua bebida com um gemido, esfregando seu braço como se doesse pra caramba. — Porque ele é um maldito covarde. Eu salto e tento fingir que eu não percebo todos os olhos ao nosso redor movendo-se para dentro e focando no rosto de meu companheiro. — Oh? - Austin parece muito corajoso para mim, não como um... Um covarde, mas Gaine o conhece melhor, então,

eu não protesto. Eu cruzo meus tornozelos ordenadamente debaixo da mesa antes de perceber que minha mãe não está lá para me castigar. Eu cruzo uma perna sobre a outra e me inclino para trás, não tanto quanto Gaine, mas apenas o suficiente para que meu cabelo paire sobre o encosto e seja pego pela brisa. — Eu não sou um bom contador de histórias. - Gaine diz, prefaciando suas próximas palavras com esta afirmação. Na minha cabeça, eu substituo por: era uma vez. — Então, uh, antes de Kent escolher Austin para a Triplo M, ele era um delinquente. Ele gostava de roubar pequenos negócios, lojas de conveniência e merdas do tipo. — Eu pisco para Gaine e não sei o que dizer. Austin Sparks um ladrãozinho? Ele parece tão... Centrado. Forte. Poderoso. Até ouso dizer, moralista. Mas em um bom jeito, é claro, não como meu pai. — Sério? - Gaine assente e dá uma piscadela para a garçonete quando ela retorna para anotar nossos pedidos de comida. Eu acho que ele ainda checa a bunda dela quando ela vai embora. — Aham. - Ele beberica sua bebida e foca seu olhar sobre a tatuagem de cores vivas de uma carpa que decora a parte traseira de seu punho e mão. — Bem, um dia, ele levou seu irmão mais novo junto com ele, e ele foi baleado pelo funcionário atrás do balcão. — Austin? — O irmão dele. Ele morreu poucos dias depois. - Gaine encolhe os ombros como essa notícia não o incomodasse, mas esta me horroriza.

— Ele... Morreu? — Ele morreu. E os pais de Austin nunca o perdoaram por isso. Você pensaria que ele mesmo puxou o gatilho. Não havia como fazer as pazes com eles depois disso. Eles não... — Olharam para ele da mesma maneira. - Minhas palavras parecem rasas, mas soam verdadeiras. Oh, meu Deus. — Exatamente. - Gaine olha para cima e vê o meu rosto, notando quão pálida eu me tornei, quão lívida minha pele deve aparentar. Minha mãe sempre dizia que eu parecia um fantasma quando ficava surpresa. Que gentil dela. — Ei, eu... Espero que isso não mude a forma como você olha para ele. Eu acho... Eu acho que, de alguma forma, ele precisa de você. - Gaine pausa e limpa a garganta, como se o ar estivesse muito pesado e precisasse ser aliviado. Quando ele fala de novo, sua voz é mais animada. — Quero dizer, você deveria ter visto meus pais depois do incidente com o texugo. Eles nunca olharam para mim da mesma maneira tampouco. Eu tento sorrir para Gaine, mas tudo o que posso pensar é Austin. Austin. Austin.

Capítulo 40 Austin Eu passei o dia fazendo planos com Kimmi, certificandonos de que nós conhecíamos cada detalhe, tendo cuidado extra para nos certificar de que não estamos sendo seguido por ninguém. Nós não tínhamos trabalhado tão duro nos últimos anos e eu não gosto disso. — Quem você acha que é o traidor? - Ela me pergunta enquanto nós caminhamos de volta ao hotel sozinhos. Kent vai ficar puto quando descobrir que não levamos Mel, mas eu tenho minhas suspeitas sobre essa garota. Eu digo isso a Kimmi. — Melissa? Não. Não. - Ela já está sacudindo a cabeça. — Não me leve a mal, a menina é uma puta, mas ela não é um dedo-duro. — Como diabos é que você sabe? – Eu paro na entrada dos fundos para o lobby. — Você não dormiu com ela, não é? - Kimmi geme e franze o nariz. — Deus amado, não. - Ela diz, tremendo apesar do calor. — Eu gostaria de ficar livre de doenças, muito obrigada. - Eu rio e empurro as portas abertas, segurando-as de lado para Reynolds. Eu estou tentando manter a calma, caminhar lento, mas tudo no que realmente consigo focar é Amy e quanto eu quero vê-la de novo, transar com ela de novo, segurá-la em meus braços. Mas que merda, Austin? Segurá-la em seus braços? Você está escrevendo um maldito romance ou algo assim? Eu balanço minha cabeça para limpá-la e acabo dando de frente com uma cena que faz meus

pelos da nuca se arrepiar. Gaine e Amy estão juntos novamente. Eles estão bebendo no saguão, rindo muito alto, inclinando-se muito perto. Meus punhos se cerram ao meu lado. — Sparks... - Kimmi adverte, seguindo os meus olhos para a cena. — Relaxe. Melhor amigo, lembra-se? — Obrigado pela lembrança, Reynolds. - Eu ralho com ela enquanto observo o meu “melhor amigo” flertar com a minha... A minha... Bem, merda, só minha. Amy é minha, ela gostando ou não. Eu não sei por quanto tempo ou por que eu preciso pensar dessa forma, mas eu só penso. Eu vejo vermelho e preciso fechar os olhos e contar até dez. Eu sempre fui do tipo ciumento, mas nada como isso. — Você realmente gosta dessa aí, não é? - Kimmi pergunta, e eu não respondo. Não tenho nada a dizer sobre isso. — Lembra-se daquela vez eu namorei aquela garota... Ela faz uma pausa e tamborila sobre os lábios brilhantes. — Thyme? Basil? — Mint. - Eu falo zangado. — Mint Martin20. — Claro, Mint Martin. Agora aquilo foi real, amor de verdade ali mesmo. — Você nem sequer se lembra do nome da maldita garota. - Eu digo, abrindo meus olhos e perseguindo por todo o tapete hall de entrada com passos pesados. Espero que eles me vejam chegando e se separem, porque eu odiaria chegar lá e agir como um idiota. Kimmi me para com uma mão no meu 20

Thyme, Basil e Mint correspondem em português, ao nome de temperos, respectivamente: Tomilho, Manjericão e Menta.

braço. — Austin, eu posso não me lembrar do nome dela, mas eu me lembro da maneira como seus olhos se fechavam quando eu a beijava, a forma como seus cílios dançavam como borboletas em suas bochechas. Eu me lembro do jeito que ela cheirava, como rosas e camomila, e eu me lembro do som da risada dela como se ela estivesse aqui comigo. Se você pode pensar na sua amante em seis sentidos, então, eu diria que você está enlaçado. Eles estão envolvidos em torno de seu coração. - Ela agita a virilha da minha calça jeans com as unhas. — E do seu pênis. — Seis sentidos? - Eu pergunto, notando que Amy está olhando para mim agora. O rosto dela parece engraçado, porém, como se algo estivesse diferente... Ou errado. Um arrepio percorre minha espinha e me deixa com frio. — Visão, audição, gosto, aroma, tato, e outro, aquilo que você não consegue identificar que significa tudo. - Kimmi me dá um tapa nas costas, inclina-se para beijar minha bochecha e gira sobre os calcanhares em um lampejo de brincos e cabelos espumoso. Eu a observo ir embora e me forço a contar até dez. Não há sentido em irromper lá agindo como um tolo. Se Amy quer dormir com Gaine, então... Eu conto até cem ao invés e me viro para encará-los. Ambos estão olhando para mim agora, esperando como se eles suspeitassem que algo ruim estivesse andando comigo pelo cômodo. — Tudo bem? - Gaine pergunta, pondo sua cerveja para baixo e me olhando com olhos desconfiados. Eu fico olhando

para ele e tento esconder a raiva do meu rosto. Mireya, eu poderia lidar. Amy... Eu fui o seu primeiro e único, e eu não estou pronto para compartilhá-la ainda. Eu tenho que tirá-la do meu sistema em primeiro lugar, apenas transar com ela como um louco até que este poder que ela tem sobre mim desapareça. Eu experimento a estúpida coisa de sentidos de Kimmi, apenas por precaução. Visão. Bem, obviamente, a mulher está em pé bem na minha frente, parecendo fodidamente deslumbrante para cacete. Eu fecho meus olhos por um breve segundo. Quando eu faço isso, eu posso ver o meu corpo se movendo dentro dela, posso imaginar seu rosto enquanto eu derramo minha semente em seu ventre. Eu tremo e abro meus olhos muito rapidamente. Eu não acho que Gaine ou Amy não notam a minha furiosa ereção. Eu fico ali, sem vergonha. Afinal, a culpa é dela que eu tenho a maldita coisa. — Tudo está fodidamente bem. E quanto a vocês? O que você fizeram hoje? Audição. A doce voz de Amy conversa comigo de dentro da

minha

cabeça

e

fora

desta,

dizendo-me

que

eles

almoçaram que eles conversaram sobre o maldito texugo novamente.

No fundo da

minha

mente,

eu a

escuto

chamando meu nome, implorando-me para não parar. Eu balanço minha cabeça. Sexo, sexo, sexo. Viu, tudo é sexo. Apenas sexo. — E Austin? – Ela diz, pondo sua cerveja para baixo e deslizando para fora de seu banco.

— Sim? Amy se inclina para mim, deslizando os braços ao redor do meu pescoço. Eu percebo que minhas mãos vão direto para seus quadris e meu agarre se aperta, puxando-a ainda mais perto. Ela coloca os lábios no meu ouvido e sussurra. — Eu estive pensando em você o dia todo. Ah, caralho. Eu agarro seu cabelo e puxo sua cabeça para trás, pressionando minha boca contra a sua. Gosto. Bem, pelo bom Jesus. Amy tem gosto de... Carinho, conforto, de lar. Eu digo a mim mesmo que isso é a merda mais malditamente estúpida que eu já ouvi, mas não importa, porque é verdade. Gaine resmunga baixinho algo vulgar e se afasta, deixando-nos sozinhos no salão com nada além de um par de garrafas de cerveja vazias como espectadores. — Diga-me por que eu não deveria simplesmente jogá-la sobre uma dessas mesas e fodê-la? – Eu pergunto, inalando o cheiro do cabelo de Amy e roçando minha mandíbula ao longo da suavidade de seu couro cabeludo. Aroma. Shampoo, flores e algo mais, algo primitivo que não é fruto de sabão, perfume ou qualquer coisa assim, apenas parte de Amy. Isso faz o meu pau inchar tanto que, eu juro por Deus, minhas calças estão prestes a estourar no zíper. — Porque eu não estou usando uma saia? - Ela provoca com

um

pequeno estremecimento.

Eu a

agarro pelos

passadores de sua calça e começo a andar para trás, levando-

a junto comigo. — Essa é uma menina má, Senhorita Cross. Se você não escutar o seu professor, merdas acontecem. — Oh? - Ela pergunta a linda boquinha em um 'O'. — Tais como? — Tal como eu bater na sua bundinha impertinente por me desobedecer. - Seu rosto ruboriza brilhantemente e seus olhos vibram como se estivesse surpresa que eu tivesse dito isso. — Sério? - A voz de Amy é ofegante, roçando minha pele e me deixando louco por isso. Eu solto a calça dela e desço a mão, agarrando-a por trás dos joelhos e pela cintura, içandoa em meus braços. Eu acho que as pessoas no lobby estão olhando, mas eles podem ir se foder que eu não dou à mínima. — Sim, sério. - Eu digo a ela, levando-a até o elevador e entrando no interior antes de fechar as portas. — Eu lhe disse as regras e você as quebrou. Hora de pagar o que deve. — Você é uma pessoa interessante, Austin Sparks. - Ela diz de repente,

seu rosto passando de sensual para

compassivo num rápido instante. Isso me assusta um pouco, mas não o suficiente para eu colocá-la para baixo. Seria necessário um monte de coisa para me fazer soltar esta garota. — E forte, também. - Aha. Há um brilho nos seus olhos que diz que ela sente pena de mim, que ela sofre por mim. Há apenas uma maldita coisa que já aconteceu comigo que poderia desencadear um olhar assim.

— Merda. - Eu digo, pensando que eu devo ter adivinhado. — Gaine lhe contou sobre o meu irmão? - Ela pisca para mim em surpresa e eu sei imediatamente que acertei. — Aquele filho da puta. - Eu rosno e Amy começa a lutar contra mim, como ela se quisesse ir para baixo. Eu aperto meu agarre. — Sinto muito. - Ela sussurra seus olhos bem fechados. — Eu não deveria ter metido o nariz no seu passado. Não era da minha conta de modo algum. - Eu já estou balançando minha cabeça. — Linda, aquele puto sai berrando por aí segredos por onde passa. Era só uma questão de tempo antes que ele descobrisse alguma sujeira minha. Honestamente, se isso é tudo o que ele lhe disse, então, eu estou bem. - Meu coração está batendo no meu peito e eu me sinto fraco, como se eu ainda pudesse ver o olhar no rosto ensanguentado do meu irmão quando ele caiu de joelhos na minha frente. Eu não digo isso a Amy, todavia. Eu não digo a ela que Gaine nunca contou a ninguém esta história sem a minha permissão. Ou ele está chateado comigo sobre algo ou ele pensou que Amy precisava saber. Estou apostando no último. — Não pense nisso por outro segundo, doçura. - Eu mantenho a minha voz alegre. Um dia talvez, eu possa enterrar meu rosto em seus cabelos e lhe contar o quanto dói, como eu nunca chorei, mas como eu fodidamente queria com cada respiração que eu dei. Eu nunca me senti assim com ninguém antes. Eu engulo em seco e saio para o corredor, avistando Mireya e Gaine no final do mesmo. Mireya está com um olhar de desprezo, é claro,

mas Gaine parece estranhamente satisfeito. Maluco de merda. Eu vou lidar com ele mais tarde. Eu não digo nada a eles e eles não dizem nada para mim, observando enquanto Amy e eu nos movemos na direção a eles e, em seguida, desaparecemos no nosso quarto. Eu fecho a porta chutando atrás de mim e sento na beira da cama, dando a Cross um último beijo antes de eu a desvirar. Tato. O corpo de Amy é macio e redondo, cheio de curvas

em

todos

os

lugares,

uma

figura

perfeita

de

ampulheta. Quando eu toco sua pele, é suave como seda, assim como seu cabelo. Eu imagino que tudo vai voltar ao sexo, mas, então, eu penso em como é quando as nossas mãos roçam umas contra as outras. É como enfiar o maldito dedo em uma tomada elétrica. Merda, Austin, deixe essa porcaria sumir! Pare relembrar como uma putinha e espanque a garota. Ela grita quando eu a desviro e agarro sua calça rudemente, puxando-a para baixo com força, juntamente com sua calcinha. — Austin. - Ela diz, mas ela não tenta me parar, apenas fica deitada lá, boazinha e imóvel, a ansiedade vibrando por ela e passando para mim. — Diga-me que você está arrependida por ter sido uma menina má e não vestir uma maldita saia. - Eu digo, deixando a plenitude do meu pau e a bunda, redonda e branca como a lua, de Amy me distrair de todo o resto. Viu, isso é outra coisa sobre Amy. Quando estou com ela, eu não preciso me preocupar tanto sobre Kent, Mireya ou memórias

antigas. Eu posso apenas estar aqui com ela. — Diga-me que você está arrependida que eu tenho que passar por todo esse trabalho para foder com você. — Eu sinto muito. - Ela sussurra a voz um pouco abafada. — Eu sou uma menina má, e eu preciso ser punida. - Ela engole. — Mestre. — Mestre? - Uma risada irrompe da minha garganta, e é então que eu decido que eu não dou à mínima se eu me apaixonar por essa garota. Ela é gostosa, pervertida e suja, além disso, ela pode beber uma dose de tequila de vez. Elas não vêm melhores do que isso. — Nunca tive uma senhora me chamando disso antes, mas eu gosto. Diga isso de novo. Eu puxo minha mão para trás e bato na bunda dela com força o bastante para fazer barulho. Amy estremece. — Mestre, por favor. - Eu a espanco novamente, observando enquanto a carne macia da bunda dela se agita sedutoramente. Este não é um truque que eu posso manter por muito tempo. Eu sinto que estou prestes a estourar minhas calças com a visão dela curvada assim. Eu não vou durar muito tempo. Eu gostaria de ter algumas malditas algemas, ou chicotes, ou alguma merda, para que eu pudesse realmente dar a ela um bom momento. Eu penso em talvez conseguir alguns na cidade amanhã. Por ora, é só o meu corpo e o dela. Acho que vou ter que ver o que posso fazer. — Diga-me o que você quer que eu faça para você. - Eu sussurro. — Explicitamente. — Eu...

Eu quero que você ponha o dedo dentro de

mim. - Amy diz e, em seguida, acrescenta: — Mestre.

— Tem certeza que você é uma maldita virgem? - Eu lhe pergunto

enquanto

bato

na

bunda

dela

novamente,

certificando-me ser com força, para que pique de forma boa e agradável. — Não mais, eu não sou. - Ela sussurra. Pausa. — Graças a você. - Outra pausa. — Mestre. — Então, de onde você está aprendendo toda essa conversa indecente, pequena Senhorita Amy? — Eu li um monte de livros. - Ela choraminga quando eu bato na dura bundinha dela novamente. — Merda. - Eu digo, enfiando dois dedos entre os meus lábios e deixando-os bem molhados. — Eu sempre achei que essas coisas eram um lixo. Eu mudei de opinião. - Eu mergulho minha mão dentro do calor de Amy, sentindo quão apertada e escorregadia ela está para mim. Meus dedos deslizam para dentro e para fora sem problemas, alisando aquele espaço entre suas pernas até que esteja encharcado. — Conte-me sobre um. - Amy geme e arqueia as costas, mas ela não pode se mover não da posição que eu a tenho. Pobrezinha da Amy Cross está presa. — Agora? — Fodidamente agora. - Ela geme quando eu puxo meus dedos e toco seu clitóris, esfregando-o em círculos lentos e preguiçosos,

enquanto

ela

se

contorce

e

desliza

o

comprimento de seu corpo contra a protuberância em meu jeans. — E conte uma boa. — Glance Serone. - Ela diz, e eu não gosto da maneira como o nome rola para fora sua língua, como se ela dissesse

isso antes no auge da paixão. Ele soa como um velho amante naquelas mansas sílabas sulistas. É bom ver que Amy adquire suas raízes de volta quando ela está sendo fodida apesar de tudo. Não é tão fácil escolher um sotaque quando todo o seu corpo está em chamas. — Ele... Faz Sali lhe dar uma punheta em sua motocicleta. — De verdade?

- Eu pergunto, provocando-a ao

mergulhar meus dedos novamente e girá-los ao redor até que ela geme tão alto que não pode mais falar. — E como é que isso acaba para ele? — Eles batem. - Ela diz e uma pequena risada escapa dela,

sumindo

em

um

gemido.

Seu

corpo

comprime

apertadamente em volta da minha mão, tão apertado que eu mal consigo mexer mais. Incapaz de me controlar, eu puxo para fora e levanto Amy, atirando de barriga para baixo na cama, de modo que sua bunda está no ar para mim. — Implore pela minha semente, baby. - Eu rosno para ela, perguntando-me se eu já estive presente assim tão criativo com uma garota. Não, eu não penso assim. Nem mesmo com Mireya Sawyer. — Mestre, eu quero. - Amy chora, balançando ao redor, presa pelos jeans que ainda estão envolvidos em torno de seus joelhos. Talvez, da próxima vez, ela vá se lembrar de usar uma saia. — Em cima de mim. Diga. — Mestre, eu quero... - Ela faz uma pausa quando eu chicoteio meu pau para fora e conduzo minha mão para baixo, usando os sucos de Amy como lubrificante. Ela respira

fundo, e para de se mexer por um momento. Eu vejo como ela luta com algo dentro de si mesma: educação, talvez, os bons costumes

cristãos,

o

que

for.

Eventualmente,

o

lado

apaixonado dela vence e me faz sorrir. — Que você goze em cima de mim. - Eu me masturbo com movimentos rápidos e fortes, olhando para o traseiro de Amy e sua buceta pingando, deixando que ela me escute gemendo seu nome enquanto eu a observo deitada lá, desesperada e desejosa. Assim como eu pensei, eu não duro muito tempo. E quando eu atinjo o orgasmo, eu me derramo por toda a sua pele pálida e branca, deixando escorrer para baixo por seus lados e cobri-la. Marque-a sua. Eu balanço minha cabeça para me livrar desses pensamentos primitivos e fecho minhas calças de volta. Eu sou um bom garoto sulista de coração, eu realmente sou, e bons

garotos

sempre

ajudam

suas

amiguinhas

a

se

limparem. Quando Amy se vira para olhar para mim, eu sorrio, esperando que suas sobrancelhas finas franzam de raiva, que ela venha até mim e se jogue em meus braços com seus punhos esmurrando e seus lábios provocantes. Ao invés, ela apenas sorri e diz simplesmente: — Obrigada, Mestre. Outro. Se for tudo sobre sexo ou não, alguma coisa sobre Amy Cross me chama, e eu acredito, realmente, realmente acredito que eu poderia me apaixonar por esta menina.

Capítulo 41 Amy Austin se esgueira para fora novamente após o... Deus, eu não sei como chamar... Nossa sessão. Você o chamou de Mestre, eu me repreendo, ruborizando num vermelho neon na privacidade do meu banho borbulhante. Eu culpo os livros, mas talvez seja realmente apenas eu. Talvez eu seja tão pervertida como os meus personagens de ficção favoritos. Perversão é apenas outra forma de arte. É como a pintura, desenho ou escultura. Mas em vez de tinta, nós, pervertidos, usamos o sexo como o nosso meio transmissor. Não é da Sali desta vez, mas uma amiga dela, Brandi Waters, a qual Sali inevitavelmente corrompe e se transforma em uma prostituta violenta, assim como todo mundo no livro. Talvez eu esteja infectada também. Ou talvez tenha sido o jeito como Austin tentou despistar a morte de seu irmão, como ele não se importasse, como se, depois de todos esses anos, fosse apenas mais uma cicatriz antiga em seu lábio. Eu consigo lê-lo perfeitamente. E eu acho que ele quer que eu faça isso. Em algum lugar, no fundo, eu posso ver que Austin ainda tem que realmente lamentar a perda de seu irmão. Poderia ter acontecido há dois anos, ou cinco ou dez anos, se ele não chorou, ele nunca vai superar isso. Eu me pergunto se eu poderia ajudá-lo com isso. Sexo pode não ajudar muito, mas se ele de fato decidir baixar, a guarda, eu estarei à espera.

Entretanto, eu não sei quão bem eu lhe faria, porque eu posso dizer que há algo mais, também, algo que tem a ver com o Triplo M como um todo. Acrescente a isso os problemas que eu posso ver circulando certos membros, e não é de se admirar que Austin ficasse tão perdido. Há tantas pessoas e eventos acontecendo em torno dele que eu acho que ele está tendo dificuldades para se encontrar em tudo isso. Além disso, definitivamente há algo acontecendo com Mireya. Se eu não tivesse recebido esta mensagem dela antes, o olhar mortal, que ela nos jogou no corredor agora a pouco, foi inquestionável. Ela certamente me odeia e me quer morta. Eu suspiro e termino o banho, determinada a adormecer antes que Austin volte de onde quer que ele fosse apenas para que eu não tenha que olhar nos olhos dele e me ouça dizendo isso. Mestre. Eu acho que é o que eu recebo para ler Cinquenta Tons de Cinza uma dúzia ou mais vezes. Amy, safadinha. Da próxima vez, eu prometo a mim mesma, Austin vai estar me chamando de Mestra. É justo, afinal de contas. Além disso, se ele vai continuar desaparecendo sem me dizer para onde ele vai, então, o mínimo que ele pode fazer é jogar seguir junto com as minhas perversões. Ele prometeu me ensinar de qualquer forma. Idiota. Assim que Kimmi bateu na nossa porta, ele me abandonou com um pé no chuveiro e partiu com nada além de um beijo para me segurar. Tudo bem, eu me toquei um pouco, mas a libertação não foi nada parecida quando Austin está lá para me dar gás.

Eu me seco e rastejo sobre a cama do hotel, nua, sentindo-me mais em casa do que eu jamais senti na casa dos meus pais. A única coisa que está me incomodando é Christy. Eu tenho que descobrir o que há de errado com ela. Eu me pergunto se eu deveria ligar para ela de novo, mas estou com medo de que ela vai me rejeitar que ela vai me dizer que nunca mais quer ver ou ouvir falar de mim. Eu não sei se eu posso lidar com a rejeição agora. Eu levo uma mão até minha barriga. Mas ela é sua amiga e você deve a ela tentar novamente. Antes que eu possa me questionar mais, minha mão está rastejando por todo o criado-mudo e pegando o telefone, puxando-o para mim e discando o número da minha melhor amiga. Eu tento o telefone de sua casa, ao invés do celular, desta vez. É um velho objeto com fio, praticamente uma antiguidade, assim como aquele que a gente sempre teve na minha casa. Ah, e não tem um identificador de chamadas. Ela responde ao primeiro toque. — Olá, Crandle. - Ela diz alegremente. Eu subitamente me sento e os cobertores caem meu peito e se amontoam em torno dos meus quadris nus. — Christy, é a Amy. - Eu não deixo ela me interromper, apenas no caso de ela desligar. Eu quero que ela saiba que Crandle Rogers não é bom o suficiente para ela e que ele gastou uma quantia exorbitante de tempo olhando para os meus seios. Se os pais dela já estão tentando arranjá-la com ele, poucos dias após a tentativa fracassada comigo, então eu sei que as coisas estão ruins. Ele é um chato pervertido para

ser franca, e eu realmente, realmente não quero ver a minha melhor amiga terminar como Joan Jennise, muito obrigada. Eu segurei minha língua naquela época. Aos infernos que eu vou prendê-la agora. — Eu sei. - Ela faz uma pausa e dá uma respiração estranha, como se ela estivesse tentando segurar uma fungada. — O que está acontecendo? — Eu me diverti bastante também, e eu adoraria sair de novo, mas eu vou ter que pedir aos meus pais. - Ela enfatiza a palavra tão fortemente que agora é bastante óbvio que ela está sendo monitorada. Eu decido dar uma respiração profunda e soltar tudo de uma vez, sem tabus, apenas no caso de algo acontecer. Afinal, a beleza do universo é que você nunca sabe o que vai acontecer. Eu poderia morrer amanhã, até mesmo hoje. Assim como Christy ou Austin ou quem for. Portanto, eu aproveito o momento, e o agarro tão forte quanto eu posso. — Eu te amo, e eu sinto sua falta, e eu sinto muito. Eu ia lhe contar que eu tive relações sexuais com Austin, mas eu não sabia como. Eu pensei que você estava escondendo algo de mim também, então eu justifiquei a mentira. Eu espero que você possa encontrar uma forma em seu coração de me perdoar. — Eu posso. - Ela diz alegremente, sua voz forçada e ridiculamente falsa. — E eu estou. - Eu estou apenas esperando pela mãe dela pegar o telefone e começar a gritar comigo. — Como é que você sabia?

— Isso ainda não justifica o que eu fiz, mas se você quiser me contar, eu estou aqui. — Eu quero, com certeza. Na verdade, eu não poderia pensar em nada melhor, Crandle. Que gentil de você em perguntar. — Quando é que posso ligar para você de volta, para que possamos conversar? — Quarta-feira às seis? — Você quer que eu ligue para este número de novo? — Eu lhe deveria o mundo. - Ela sussurra e, em seguida, desliga o telefone, deixando eu me sentindo vazia, ansiosa e nervosa ao mesmo tempo. Eu envolvo meus braços em volta do meu peito nu e fecho os olhos. Os pais dela não são maus, mas eles podem ser cruéis. Eu espero que, seja o que for que eles estejam fazendo com Christy, ela possa sobreviver por apenas um pouco mais. Se eu precisar, eu vou roubar a moto de Austin para que eu possa voltar e pegá-la. Eu arremesso o telefone de volta para a mesa de cabeceira, rastejo para fora da cama e me esgueiro até a minha bolsa. Lá dentro, eu ainda tenho Adam e Daniel esperando por mim, empurrados perto do meu spray de pimenta e de um pequeno álbum de fotos. Suas páginas estão amassadas, mas eu tento não me culpar. Eu estava com pressa, afinal de contas, e eu estou feliz que eles estão aqui. Tudo bem, eu preferiria passar meu tempo com Austin, mas um bom livro deve servir do mesmo modo. Com um livro, você nunca está sozinho. Eu levo os dois de volta para a cama comigo e adormeço aos sussurros .

Capítulo 42 Austin — Qual é a merda agora, Kent? - Eu rosno enquanto Kimmi me recepciona no quarto dele com uma careta no rosto. O olhar que ela me dá diz que ela não gosta do que está acontecendo aqui mais do que eu. Alguma coisa está acontecendo. É evidente pela maneira que Kent está agindo. Ele está andando de um lado para outro e passando a mão pelo cabelo. Para ser honesto, eu não sabia que o homem tinha quaisquer outras emoções, senão ganância ou ciúme, portanto, dizer que eu estou um pouco surpreso é um eufemismo. — Bested by Crows 21 está na nossa cola. - Ele diz, roendo a unha do polegar e parando para empurrar Melissa para longe dele e para a cama dele. Kimmi e eu fingimos que não

percebemos

que

ela

está

vestindo,

uma

lingerie

minúscula e piscando para nós quando fazemos contato visual. — Como diabos você sabe disso? - Eu falo zangado com ele, cruzando os braços sobre o peito. Parece que sempre eu sou interrompido no meio da foda com Amy. Eu estivera pensando em possuí-la contra a parede do chuveiro, toda ensaboada e quente. Agora eu estou de pé aqui em uma pilha de fodida roupa suja de Kent.

21

Superado por corvos

— Eles pararam na cidade cerca de meia hora atrás. — O quê? – Kimmi grita, avançando e invadindo o espaço de Kent. — Que porra é essa? Nós dirigimos aleatoriamente, sem planos, sem nada. Diga-me como eles nos encontraram, hein? - Kent olha para os pés dela e de volta para o rosto. Kimmi dá um passo para trás. Nenhum de nós gosta de seguir as ordens de Kent, mas fazemos de qualquer maneira. Na maioria das vezes. Ele é o presidente, afinal, e lealdade e respeito são fundamentais aqui. Sem isso, não somos nada além de um bando de idiotas criminosos passeando em motocicletas. — Nós temos um traidor, Kent. — Não, não. - Ele está balançando a cabeça como se ele não quisesse acreditar. — Eles devem ter mandado alguém nos seguir. - Eu franzo meus lábios e não discuto. Kimmi e eu sabemos que é lorota. Kent pode não querer acreditar que um de seus animais de estimação, de seus seguidores, da sua escória arrastada das profundezas do inferno, o traiu, mas nós dois sabemos que é verdade. Até mesmo Melissa parece preocupada. Bem, mais ou menos. Pelo menos ela parou de piscar para nós. Kent para de repente e move seu olhar entre mim e Kimmi. Sou só eu, ou a pele dele parece ainda mais pálida hoje? Sério, eu apostaria cem dólares que o fodido estúpido é um vampiro. Ele tem que ser pelo menos dez anos mais velho do que eu, mas ele não parece. — Bem? Alguma ideia? - Ele assevera, como se nós dois o estivéssemos decepcionando, e toda a coisa com a Bested by Crows

fosse culpa nossa. Deus, eu odeio guerras

territoriais. — Bem... - Kimmi começa, tirando um cigarro e deslizando-o entre seus lábios com uma carranca. — Eu não vou passar pelo que aconteceu da última vez nunca mais. Se eu não tivesse estacionado no fim do quarteirão e marchado através daqueles malditos arbustos, nós nunca teríamos sequer descoberto que os fodidos policiais estavam nos vigiando. Eu não vou desperdiçar minha vida bancando a lésbica feminina numa cela de mulheres-machos. - Kimmi acende seu cigarro. — Então, o que vamos fazer? - Mel pergunta, falando pela primeira vez desde que nós entramos no quarto. É difícil levá-la a sério quando ela está deitada de cabeça para baixo assim, as tetas todas expostas para o mundo inteiro ver. O que diabos Kent estava pensando ao fazê-la parte do nosso grupo? Esta cadela vai fazer a gente ser morto lá dentro. — Obviamente, nós abandonamos esse golpe. - Kimmi diz, mas antes que ela possa continuar, Kent está pegando o cigarro da boca dela e sacudindo-o no chão, onde este chamusca as fibras do tapete e derrete em um pequeno montinho. Ninguém se move para detê-lo. — Estamos ficando sem dinheiro, Kimmi. Você gosta de seus cigarros e seus bonitos brincos? - Kent passa seus dedos ossudos em uma das orelhas de Kimmi. — Lembre-se, nós temos que de fato ter dinheiro para pagar por eles. - Ele vira seus olhos negros para mim e franze a testa, puxando um cigarro próprio e o acendendo. — Além disso, vocês dois não têm namoradas inúteis que não fazem porra nenhuma?

Vocês querem mantê-las felizes e alimentadas junto com o resto de seus amigos. E quanto a Gaine, Beck e Mireya? Se vocês quiserem ver como esses fodidos de merda vão sobreviver no mundo real, fique a vontade. Caso contrário, para manter a Triplo M, viva, precisamos dos três. - A carranca de Kent se transforma em outro sorriso de crocodilo, que se estendendo de forma ampla e feia em seu rosto. Ele levanta uma mão. — Motocicletas, Maluquice e... - Ele fica ali com a mão fodida no ar, à espera que um de nós termine por ele. Graças a Deus que Mel está no quarto, porque eu tenho certeza que Kimmi e eu preferiríamos ficar ali em silêncio para sempre. — Dinheiro.22 - Ela diz, sentando-se e pondo os pés no chão. Por uma fração de segundo, e eu falo sério na fração de segundo, ela parece realmente séria, como se ela soubesse de alguma coisa, mas depois deixa isso para lá e se levanta com um sorriso, sacudindo seu longo cabelo loiro por cima do ombro. — Isso aí. - Kent solta, afastando-se e chutando a roupa suja para fora do caminho com a bota como se aqueles pedaços de tecido pessoalmente o ofendessem fodidamente. — Nós vivemos para as motos, nós abrigamos a maluquice, e fazemos tudo com aquela coisa mágica chamada dinheiro. — E quanto ao seu outro “negócio”? Kimmi pergunta, fazendo pequenas aspas com os dedos. Ela ainda está puta pelo cigarro, eu posso dizer. Kent puxa para o lado a cortina de sua varanda e olha para fora, fingindo que está realmente 22

Triplo M corresponde em inglês a: motorcycles, madness e money. Como não achei nenhum sinônimo de dinheiro começando com a letra M, tive que deixar assim mesmo.

interessado em algo ao longe. Pessoalmente, eu só acho que ele é louco. Eu costumava admirar Kent Diamond, mas não mais, e nosso nome, nossos três M, eles significavam algo para mim. Mas agora, agora estão apenas se tornando palavras, e Kent está se transformando de um protetor dos oprimidos, um pai de loucos e pessoas malucas, em um idiota completo e absoluto, impulsionado pela ganância e ganho pessoal. Faz mal ao meu maldito estômago, mas como eu disse, a menos que Kent realmente foda as coisas, não há nada que eu possa fazer sobre isso. — O negócio está lento, Kimmi. - Ele faz uma pausa e olha sobre o ombro para nós dois. — E vocês deveriam ser a espinha dorsal do grupo, aqueles que nos mantêm à tona através dos tempos difíceis. - Ele sopra uma nuvem de fumaça contra o vidro das portas de correr e observa enquanto esta preguiçosamente escoa de volta ao seu longo e pálido rosto. — Sem preocupação, no entanto. Eu tenho alguns outros empreendimentos à vista que devem estar decolando muito, muito em breve. Até lá, eu preciso de vocês. Eles precisam de vocês. Kimmi olha para mim e nós trocamos um longo e severo olhar. Nós nunca dissemos a Kent sobre Fort Clinton. Como eu disse, ele é um filho da puta ganancioso, e se ele soubesse que havia um golpe grande assim por aí, ele nos teria feito tentar anos atrás. Entretanto, ele está certo. O Triplo M precisa de dinheiro, e as pessoas precisam de cuidados, e eu serei condenado às profundezas ardentes do inferno antes de deixar o meu grupo sofrer.

— Kimmi está certa sobre este trabalho. Temos que deixar pra lá. - Kent me escuta falar e eu vejo quando uma veia pulsa raivosamente em seu pescoço. Eu lambo meus lábios secos e desejo não estar prestes a dizer o que vou dizer. Eu preferiria ver Kent infeliz a ver a alegria maníaca que vai cruzar seu rosto assim que ele ouvir isso. — Mas há outro local que nós poderíamos tentar, um que Kimmi e eu estivemos a trabalhar há algum tempo. É quase... -Eu penso com cuidado. — Cem vezes o tamanho do que St. Marlin nos daria. - Kent gira e ri. Na verdade, eu até mesmo iria tão longe a ponto de dizer que ele cacareja. — Nós iríamos a Long Horn em seguida, mas eu acho que devemos ir direto para lá. - Kimmi continua, falando principalmente para mim, e realmente de modo algum para Kent. — Para Fort Clinton. — Então, o que vamos fazer sobre o grupo de Walker? Kent pergunta, observando-me atentamente. — Devemos ensinar-lhes uma lição ou duas sobre a quem pertencem os grandes trabalhos? — Não. - Eu digo, apesar de cada instinto do meu corpo gritar para mim sim, para realmente vingar Mireya e ver algum tipo de justiça acontecer. Não há o bastante disso no mundo. O fato é, se eu bancar o justiceiro, então, eu vou correr um grande risco, grande demais. Não quando eu tenho pessoas que precisam de mim. Não quando eu tenho a pequena Amy Cross enrolada no meu quarto, confiando em mim com cada batida de seu coração. — E não vamos fugir daqui tampouco. Se sairmos correndo pelas planícies, eles

vão

nos

seguir.

Nós

ficamos

como

combinado,

nós

simplesmente não damos o golpe. Escolhemos um horário na quarta-feira de manhã e saímos como de costume, e quando nós sairmos, faremos em silêncio e discretamente. Eles têm um grupo grande, então, se nos movermos rápido, eles nunca vão nos alcançar, e podemos entrar e sair num piscar de olhos. — Eu gosto disso. – Kent diz, olhando tão fixamente para mim que parece que ele realmente tem superpoderes do mal ou algo assim. — Nós assumimos o controle e destruímos nossos inimigos ao bater neles onde dói. Simples. Assim.

Capítulo 43 Amy Eu acordo com um humor maravilhoso, sentindo-me mais viva do que nunca. Eu sinto que a noite me desnudou de mim mesma e me deixou em branco, como uma tela pronta para ser pintada. Austin não está de volta ainda (ou talvez ele tenha vindo e ido embora), mas eu não me preocupo com isso. Eu pulo fora da cama e danço até o chuveiro, pegando uma camiseta branca e sim, uma saia. É uma saia preta e rendada que não parece tão ruim com minhas botas e jaqueta de couro. Quando eu a usava antes, eu costumava combiná-la com um cardigã de cor pastel e sapatilhas, e parecia mais a Mary Poppins 23 do que uma moça motociclista. Eu me examino no espelho por um tempo antes de decidir que eu pareço bem, pegando meu celular enquanto me preparo para sair, pensando que talvez eu possa encontrar Gaine e sair para o almoço novamente. Eu tenho uma mensagem. De

início

eu

acho

que

é

de

Christy,

mas

fico

rapidamente decepcionada quando o nome de Mireya aparece na pequena tela. Eu penso em excluir o que quer que seja que ela enviou, mas acabo me perguntando se, talvez, tem algo a ver com os negócios do clube. Eu abro a mensagem. É um vídeo. Assim como antes.

23

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Poppins

Meu coração fica preso na minha garganta e meu polegar paira sobre o botão de play como se eu estivesse esperando para cortar a corda da guilhotina. Seja o que for eu não vou gostar, não é? Eu penso enquanto reúno minha coragem tão rapidamente quanto possível e pressiono o botão. Imagens começam a se mover na minha frente, imagens familiares. A figura do peito suado e do rosto de Austin, suas tatuagens de crânios e as pistolas em seus peitorais. Ele está gemendo, empurrando e rosnando do fundo de sua garganta, mas, desta vez, a garota no vídeo que ele está fodendo não é eu. Eu vejo seios bronzeados e uma barriga lisa da vista da pessoa que está filmando enquanto a câmera balança ao redor com cada batida dos quadris de Austin. Mireya Sawyer. Ele está fodendo Mireya Sawyer. Eu estou vendo um vídeo de Austin fodendo a Maldita da Mireya Sawyer. O telefone cai da minha mão e bate no chão, quicando um pouco antes de pausar para descansar de cara para cima, portanto, eu ainda posso ver cada pequena gota de suor na pele dele. Eu observo enquanto o pau de Austin empurra dentro de Mireya e tento não gritar. Várias emoções me bombardeiam de uma só vez. A primeira, claro, é o ciúme. Eu só posso imaginar que este vídeo é antes de mim, mas como eu vou saber? Poderia ser de um dos famosos atos de desaparecimento de Austin. Poderia ser de ontem à noite. Quer dizer, essa tal de Mireya certamente age como se ela

fosse dona dele. Como é que eu vou saber se ainda há algo acontecendo entre eles? A segunda emoção é raiva. Uma raiva primitiva, escaldante e clara. Este vídeo me diz que Mireya não só me odeia ela quer Austin de volta, mas também que ela foi a responsável. Ela foi à pessoa que enviou o vídeo da mesa de bilhar para a minha congregação. Eu aperto minhas mãos em punhos ao meu lado, tentando me controlar. Nunca na minha vida eu estive tão cheia desta energia detestável e bruta. Eu quero descer pelos corredores e encontrar Mireya, enrolar seu cabelo escuro em volta da minha mão e bater com a cabeça dela na parede. Em vez disso, eu pego o telefone e o guardo muito bem em minha bolsa. Mantenha a calma e siga em frente, Amy Cross, eu digo a mim mesma. No fundo da minha mente, eu ouço outro pequeno sussurro que diz: Mantenha a calma e chute a bunda de Mireya Sawyer. Eu abro a porta e me forço a descer pelo elevador e ir até o hall de entrada, onde eu supondo que poderia encontrar com Gaine. Quando eu o localizo, ele está falando com alguém no salão. Oh, Deus, não. Eu me aproximo da mesa tão calmamente quanto consigo, mantendo uma distância segura no caso de eu explodir. Quando Mireya me vê, suas sobrancelhas perfeitamente esculpidas se levantam e um sorriso sensual estende seus lábios. — Bom dia, Amy. - Ela me diz, inclinando a cabeça para

um lado. — Eu supondo que você recebeu a mensagem? — Eu recebi uma mensagem. - Eu digo, corrigindo-a. Gaine olha entre nós duas como se ele estivesse tentando descobrir o que está acontecendo, mas seu rosto permanece em branco. Não importa de qualquer maneira. Isso não é entre mim e ele, isso é entre mim e Mireya, e eu pretendo manter assim. — Posso lhe fazer uma pergunta? — Claro Amy. - Ela murmura, cutucando o esmalte vermelho em suas unhas como se ela não se importasse nem um pouco comigo. — Vá em frente. — Por quê? - Eu pergunto-lhe simplesmente, mantendo uma mão na minha alça da bolsa e a outra livremente ao meu lado, apenas por precaução. — Por que o que? - Ela pergunta, parando para pegar sua cerveja. Eu assisto seus longos dedos se fecharem em torno do vidro marrom da garrafa enquanto ela a levanta aos lábios vermelhos e bebe profundamente, o pescoço pulsando conforme ela engole. Para ser honesta, Mireya é a garota que eu nunca vou ser. Ela é alta, bonita e no controle de si mesma. Ela emana uma

aura

de

confiança

feminina

e

poder

que

eu

simplesmente não tenho. Eu olho para ela em suas calças justas, com os cabelos cor de ébano brilhando numa cascata de obsidiana por cima do ombro, e eu simplesmente não sei o que Austin poderia conseguir comigo que ele não pode ter com ela. Mireya sabe como tocar o corpo de um homem; eu não sei. Ela tem uma história com ele; eu não tenho.

Mas eu ainda vou lutar. Eu vou lutar porque eu acho que talvez, apenas talvez, eu posso estar me apaixonando. E ainda há a questão da minha família. Eu não posso dizer ainda se o que ela fez foi uma bênção ou uma maldição, mas ela fez isso sem perguntar e isso não está certo. Além disso, por que me enviar um vídeo dela fazendo sexo com ele? O que ela espera conseguir com isso? Eu não vou desistir de Austin tão facilmente. Ela deveria saber. Ela é da mesma forma, afinal de contas. — Você enviou o vídeo de Austin e eu fazendo sexo para a minha família e amigos? As grossas sobrancelhas escuras de Gaine se elevam, e ele assobia baixinho, olhando entre mim e Mireya como se ele não tivesse certeza se ele vai precisar apartar uma briga ou não. Eu observo a bela motociclista, aquela que eu tanto invejo, como odeio, enquanto ela desce sua bebida e vira completamente seu rosto para mim e sorri. — Você gostou de vê-lo me foder, Amy? Você gostou de vê-lo dentro de outra mulher? Diga-me, como isso fez você se sentir? — Eu não fiz nada de errado, Mireya. - eu digo a ela, tentando manter a calma. — Quando ele me conheceu, ele me convidou para sair para beber e nunca disse que ele estava envolvido com alguém. Desculpe-me por dizer isso, mas ele não divide um quarto com você, ele divide comigo. Ele me carrega por aí em sua moto e ele me segura à noite enquanto eu durmo. Agora, eu sei que só estive aqui há alguns dias, mas você sequer pensa que uma dessas atividades dê a

impressão de Austin estar interessado em mim? Mireya zomba e sua mão voa para longe, batendo na garrafa de cerveja e fazendo-a girar sobre a mesa e para o chão, onde se quebra em mil pedaços. — Sim, eu mandei o vídeo, sua putinha. E se eu tivesse a chance de fazer tudo de novo, eu não faria. Quer saber por quê? Porque Austin me disse que ele foi obrigado a acolhê-la depois de a sua família ter abandonado você. Como você acha que isso faz eu me sentir, hein? Meu namorado de dez anos me abandona por você, porque ele sente pena de você. Todo o meu corpo fica frio, e eu tropeço para trás em uma coluna decorativa. As palavras dela são como um taco de beisebol, esmurrando-me de todos os lados, deixando-me fraca e machucada, mas eu me recuso a entrar em colapso. Eu não posso dar-lhe a satisfação disso. Além disso, por mais que as suas palavras machuquem, eu sei que elas não são verdadeiras. Austin não é um homem que possa ser forçado a algo. Ele me trouxe aqui, porque ele viu algo em mim, eu posso ver isso em seus olhos quando ele olha para mim. Ele pode até não saber que isso está lá ainda, mas está. Ele está interessado. — Mireya, qual é? - Gaine diz, levantando-se e ficando entre nós. — Você e Austin nunca formaram um casal, pelo menos no entender dele. Eu sei que você o ama, baby, mas você tem que deixá-lo ir. Ele... — Cala a porra da boca, Gaine! – Mireya grita, levantando-se e empurrando-o violentamente no peito. Gaine tropeça para trás alguns passos, mas eu acho que o

movimento é mais de choque do que qualquer outra coisa. — Se eu quisesse sua opinião, eu pediria. - Ela se vira para mim e dá um passo para frente, os olhos negros brilhando perigosamente. Eu percebo que ela usa um monte de anéis em seus dedos, e eu duvido que a maioria deles esteja lá por decoração. — Apenas se lembre a cada vez que ele deslizar dentro de você, que ele esteve dentro de mim primeiro. Quando você estiver gritando o nome dele, lembre-se que eu gritei primeiro. E lembre-se, quando ele lhe disser que ama você, que: Ele. Me. Disse. Primeiro. - Mireya se inclina tão perto que eu posso sentir seu perfume e ver uma pequena tatuagem de estrela na ponta de um de seus olhos. — Aproveite os bens usados, cadela. Eu não penso naquele momento. Como eu posso? Minha mente está correndo e meu coração está partindo. Instintos animais sobem a partir do nada e me dizem para proteger o meu companheiro. Mais tarde, eu acho que poderia achar isso um pouco constrangedor, mas, no calor da discussão, eu me sinto irritada. Minha mão voa por vontade própria e estala forte na bochecha de Mireya, virando seu rosto para longe de mim com o movimento. Eu pisco uma vez e ela está sobre mim, batendo-me em retribuição, agarrando meu cabelo e me puxando para frente. Minha bolsa voa do meu ombro enquanto eu tropeço. Dor ricocheteia através do meu crânio quando Mireya bate o meu rosto na lateral de uma das cabines, batendo-me

de volta para os braços de Gaine. Eu não fico lá por muito tempo, usando o corpo dele como um trampolim para investir para frente e atingir Mireya no estômago, levando nós as duas ao chão, onde nós rolamos em um emaranhado de couro, cabelo e unhas. Nós duas estamos gritando uma com a outra, mas eu não consigo ouvir o que ela está dizendo, porque o meu coração está batendo muito forte na minha cabeça. Sua vadia estúpida. A culpa é sua que Christy me odeia, que minha família pensa que eu sou uma prostituta. Uma coisa eu sei, o que eu digo em voz alta é isso: — Austin é meu. Nossa luta atrai uma grande multidão de membros da Triplo M, os quais nos cercam e seguram Gaine, observando a briga com interesse. Quando eu os vejo nos rodeando, eu me sinto um pouco boba. Isto não é como as coisas deveriam funcionar, eu percebo enquanto dou um passo para trás e limpo o sangue para fora do meu nariz. Duas mulheres brigando por um homem? Uma das razões pelas quais eu queria sair da minha cidade natal era que eu estava cansada de viver na idade das trevas e, ainda assim, estou cometendo o maior erro de todos. Eu deveria estar confrontando Austin, não Mireya. Nós duas deveríamos. Isto não é sobre nós, é sobre ele. Eu mantenho meus olhos para cima para bloquear o próximo murro de Mireya, pretendendo sair disso, quando ouço suas próximas palavras. — Eu aposto que seu desagradável papaizinho pregador se masturbou com aquele vídeo no confessionário. Aposto que todo maldito homem em sua igreja inteira de merda fez

isso. Não há muito mais o que se fazer no meio da cidade caipira, está certa? Meus braços voam e se enrolam nas ondas de ébano de Mireya, puxando-a para mim e se recusando a enfraquecer, nem mesmo quando ela me dá um soco no rosto com seus anéis. Sangue jorra do meu nariz como uma fonte. É uma das piores coisas que eu já vi, manchando o rosto bronzeado de Mireya com vermelho enquanto eu engasgo e tusso contra a corrente de fluídos na minha garganta. Oh, Deus, eu espero que não esteja quebrado. Eu bato minha testa contra seu rosto, fazendo uma careta com a dor, mas grata quando ela me solta e nós nos separamos, já que eu posso recuperar meu fôlego. Nós duas estamos respirando com dificuldade e há uma quantidade exorbitante de sangue (principalmente meu) borrando nossos rostos e camisas. — Você não tem nada para me dizer antes de eu chutar o seu traseiro? - Mireya pergunta, puxando seu longo cabelo para trás e colocando em um rápido rabo de cavalo. Erro dela. Assim que ela levanta as mãos para cima, eu invisto contra ela e a atinjo com tanta força que ela cai para trás e bate contra o chão de mármore com um grunhido. Meu punho vai para trás e a atinge na mandíbula uma, duas e três vezes antes de ela agarrar meus brincos e arrancá-los dos meus lóbulos, me fazendo gritar. Minhas unhas saem e arranham seu rosto, braços e peito, desenhando longos vergões irritados quando ela estende a mão e me dá um soco de novo, deslocando-me da minha posição e me jogando no

chão. A bota dela aparece do nada e entra em contato com meu estômago. Eu sinto um refluxo e vomito sangue, manchando o tapete do lobby. Ainda assim, ninguém se move para ajudar, nem mesmo os funcionários. — Você gosta disso, vadia? - Mireya pergunta, chutando de novo, ainda mais forte desta vez. Eu estendo a mão e agarro seu tornozelo, puxando com toda a minha força e fazendo Sawyer cair forte de joelhos. Eu rolo e chuto bruscamente, atingindo-a na barriga. Não é tão bom quanto eu pensava que seria. Em vez disso, quando meu dedo do pé afunda em sua barriga macia, eu me sinto mal. Eu me esforço para me sentar, olhando-a com cautela com o canto do meu olho e quase desmaio quando uma cabeça aloirada aparece atrás da multidão e as pessoas abrem espaço, revelando Austin Sparks para nós duas. Ele fica em pé lá por muito, muito tempo olhando para ela e para mim, e vice-versa. Seus olhos castanhos assimilam o sangue e

os

brincos

quebrados,

sem

emoção

alguma;

ele

é

completamente e totalmente imparcial. Depois de um dos silêncios mais estranhos do mundo, Austin vem até mim e se abaixa, deslizando os braços sob meu corpo e me levantando do chão em um ímpeto vertiginoso. Tão logo, eu posso ouvir Mireya soluçando. Ainda assim, Austin não diz nada para ela, carregando-me pelo meio da multidão de motociclistas, pelos funcionários do hotel perplexos e subindo as escadas. Ele me carrega por todo o caminho até lá e me coloca em nossa cama antes de desaparecer no banheiro e ligar o

chuveiro. Quando ele volta para quarto, ele está nu e está estendendo a mão para mim. — Vamos lá, Cross. - Ele diz, pegando-me pelo pulso e me levantando. Austin, em seguida, começa a me despir até que eu estou completamente e totalmente nua na frente dele, machucada, sangrando e envergonhada. Eu abaixo meu queixo e olho para longe de seu rosto, para o chão aos nossos pés. — Austin, eu... Isso foi desprezível da minha parte. - Eu pulo quando eu o escuto rir, virando meu rosto de volta rapidamente e batendo meu cabelo em seu peito nu. Quando ele olha para mim, ele está sorrindo. — Merda. - Ele diz, estendendo um polegar e tocando suavemente o meu lábio inferior inchado. — Se eu não estivesse tão malditamente preocupado com você, eu estaria fazendo um estardalhaço sobre isso agora. - Eu pisco para ele e tento fingir que não vejo seu pênis subindo lentamente para me encontrar. — Sério? Você não está bravo? — Bravo? - Ele pergunta, franzindo as sobrancelhas loiras para cima. — Por que diabos eu estaria bravo? Você não sabe que todo homem gosta de uma boa briga entre gatas. - Eu estreito meus olhos quando o rosto dele abaixa por um segundo. Ele está escondendo alguma coisa de mim. — E ei, se você tinha quaisquer preocupações sobre ser aceita pelo grupo, você pode esquecê-las agora. Aposto que você vai ter a metade deles tentando entrar em suas calças amanhã. Um pouco de briga de vez em quando é bom, constrói o

caráter e respeito. — Mas? - Eu digo, perguntando sobre a estranha maneira silenciosa que ele apareceu e me pegou, deixando a amiga dele no chão, com um brilho de lágrimas de raiva nos olhos. — Por que você me agarrou daquele jeito? É a vez de Austin desviar o olhar enquanto ele me puxa para o banheiro e finge estar extremamente interessado na temperatura da água. Eu cruzo os braços sobre meus seios e digo a mim mesma que eu não tenho nenhum problema em estar nua na frente dele, absolutamente nenhuma, que eu estou completamente de acordo com isso. E, em seguida, seus olhos castanhos piscam de volta para mim e deslizam para cima e para baixo do meu corpo, deixando uma trilha de arrepios com seus percursos. Eu continuamente evito olhar para a área de sua virilha. — Eu precisei fazer uma afirmação. - Ele diz com um suspiro. Ele sorri tristemente. — Que eu não gostava de Mireya de uma forma romântica. Eu o encaro e minha pulsação começa a acelerar da forma como sempre acontece quando ele está por perto, bombeando sangue para os meus mamilos e para a área entre minhas coxas, aquecendo-me para o momento quando a pele de Austin fizer contato com a minha. — Mas por que me carregar? O que significa isso? Austin não me responde. — Austin? — Ei. - Ele diz, movendo-se pelos azulejos brancos do chão e estendendo as mãos como se quisesse tocar meus

braços. — Pegue leve com Mireya, ok? Ela não teve o momento mais fácil com isso, sabe? — Mas porq... - Austin me corta no meio da palavra com um beijo que poderia derreter montanhas e queimar os céus, pegando meus braços em um aperto de criar hematomas e me puxando com força contra seu peito, esmagando meus seios contra sua carne tensa. Um grito fica preso na minha garganta, empurrado para trás pela língua de Austin, por seus lábios errantes que não parecem se importar com o sangue em minha pele, provando-me do jeito que estou. Apenas quando envolve seus braços em mim que eu realmente sinto as contusões que Mireya deixou e estremeço. Austin relaxa os braços e puxa sua boca para trás, apenas o suficiente para que nossos lábios se toquem, mas apenas um pouquinho. E, em seguida, ele começa a se mover, deslizando lentamente enquanto me incentiva a dar alguns passos cuidadosos para trás, de modo que eu esteja encostada na parede. Seu hálito quente toca o meu queixo primeiro e depois chamusca o seu caminho até meu pescoço, queimando-me com cada pressão de sua boca contra a pele, cada roçar de seus dentes. Quando ele encontra os meus seios, ele presta especial atenção a eles, lambendo-os primeiro e depois soprando

suavemente

sobre

a

pele

para

despertá-los,

deixando-me uma bagunça tremente e cambaleante. — Austin. - Eu sussurro, observando conforme o vapor quente no ar se move junto com minha respiração, flutuando como uma nuvem no céu.

— Shhh, doçura, e apenas se divirta. Ele cai de joelhos e aparta minhas pernas com as mãos, mergulhando a cabeça entre minhas coxas e sacudindo sua língua no meu lugar certeiro. Prazer me incinera de dentro para fora, transformandome em uma poça derretida que oscila e cai de volta contra a parede, de modo que eu estou quase na posição sentada, sustentada unicamente pelas mãos de Austin na minha bunda. Minha mão imediatamente agarra um punhado de seu macio cabelo loiro e emaranha-se neste, puxando-o na direção da minha barriga machucada enquanto ele desliza sua boca quente e úmida para baixo dos suaves cachos de pêlos e mergulha sua língua dentro de mim. — Eu... Eu não consigo ficar em pé. - Eu digo, mas Austin não me deixar usar isso como desculpa, continuando sua jornada ao pressionar seu rosto totalmente contra mim e mordiscando levemente com seus dentes, provocando o meu clitóris até um estado quase doloroso que me faz perceber o quão certa todas aquelas garotas em meus livros estavam: sexo oral é in-crí-vel. Ele provoca minha pobre buceta até que meus olhos se fecham e minha cabeça rola para o lado, consumida pela sensação do toque e do cheiro do seu corpo suado no espaço fechado do banheiro. Precisamente quando eu começo a sentir o formigamento na base da minha espinha, aquele que promete que la petite mort não está longe, ele para e tem a audácia de gargalhar contra minhas partes mais sensíveis, enviando uma vibração calorosa pelo do meu âmago.

Eu me empertigo de repente e pressiono minhas mãos contra a parede para me equilibrar. — Que rude. - Eu sussurro para ele, enquanto ele se ergue diante de mim, úmido com o vapor do chuveiro, as tatuagens vívidas sob o brilho da água. Parece que foi passado óleo nele para um ensaio fotográfico de revista ou algo

assim.

Cada

músculo

está

chamando

atenção,

esticando-se contra a sua pele e jurando para mim que sim, ele é tão forte quanto parece. Eu estendo minha mão e agito minhas unhas contra uma tatuagem que eu não tinha notado antes, mas que eu não posso acreditar que não percebi. Três M sobre seu osso do quadril com um M maior no centro e dois menores de ambos os lados. É feito em tinta vermelha e preta e é bastante impressionante contra a cor dourada de sua pele bronzeada. — O que isso significa? - Eu pergunto enquanto ele estremece ao meu toque. Austin aponta para a tatuagem e sorri. — Motocicletas, Maluquice e Dinheiro. - Ele diz, mas não explica nada além e, ao invés, decide me beijar com o gosto do meu próprio corpo manchando seus lábios, parando apenas tempo o bastante para me arrastar para o chuveiro e me prender contra os azulejos antes de ele voltar a me beijar novamente. Eu deixo minhas mãos trilharem para cima de seus braços, saboreando os firmes músculos arredondados e as tatuagens que cobrem seus braços, as quais eu sempre

admirei, mas nunca tive tempo para apreciar bastante. Intricadas teias de arte emaranham-se umas nas outras e colore a pele de Austin com esta tapeçaria, esta história, esculpida em tinta e pele como uma espécie de afresco. Eu as encaro o máximo de tempo que posso, até que a água ensope o meu cabelo e arraste os fios encharcados por sobre os meus olhos, misturando-os com os cachos loiros de Austin até que é difícil ver onde um rosto termina e o outro começa. Quando o joelho dele surge entre as minhas pernas e as espalha, eu abro suavemente, deslizando meus braços ao redor de seu pescoço para que eu tenha algo forte e resistente para me segurar, algo que vale absolutamente cem por cento a pena escavar meus dedos e me manter segura. Quando Austin angula para cima seu pau para dentro de mim, deslizando profundamente e mantendo-se ali, pressionado contra mim, eu não sei se ele sabe que nós estamos fazendo amor. Mas eu sei. Nós ainda não chegamos lá, mas é o processo que conta, o fazer que conta. Eu escuto outro pedaçinho de sabedoria correr pela minha cabeça, mas, desta vez, não são as palavras de um personagem fictício, mas de alguém que eu conheço muito bem, alguém que eu finalmente decidi que posso de verdade sentir saudade: minha mãe. Por favor, não diga que é estranho pensar na sua mãe quando você está tendo sexo com um homem que você pode realmente gostar, porque, de verdade, esse é o melhor lugar para isso. Mães devem nos guiar, nos mostrar o caminho, nos ajudar a entender o que nós queremos, para que possamos

encontrar aquela coisa misteriosa e secreta, aquele único ovo de ouro em um mar de branco: a felicidade. Então, enquanto Austin começa a se mover dentro de mim, eu penso que talvez, apenas talvez, eu poderia ter isso. É apenas uma intuição, é claro, e eu poderia estar totalmente errada; ele poderia me despejar aqui amanhã e partir ao pôr do sol, mas eu não acredito nisso. Eu penso que as palavras da minha mãe soam mais verdadeiras aqui do que jamais soaram antes. Quando você começar algo, certifique-se de que você está disposta a dispor do tempo para terminar direito, porque, doçura, o trabalho que você investiu valerá mais do que a pena no final. As melhores coisas são sempre assim. Seja lá o que for que Austin e eu temos juntos... Esse sentimento que eu não posso bem descrever, eu vou descobrir o que é e terei condenada certeza de aperfeiçoá-lo. Se for amor, então, eu vou ter certeza de que seja certo, que seja... Uma agitada, acrobática e giratória cascata de vida de rasgar um corpete, de virar a cabeça e de doer o estômago. E se não for, bem, então, eu sempre terei as palavras de sabedoria da Sali Bend para me apoiar. Aproveite o passeio, porque, às vezes, isso é tudo o que você tem. Às vezes, do outro lado não há nada além de uma lata de lixo e um monte de gente ali para ver você jogar vomitar nesta. Eu espero que, desta vez, Sali esteja errada.

Capítulo 44 Austin Eu não sei o que é que aconteceu no banheiro entre mim e Amy, mas quando nós saímos tudo o que eu quero fazer é abraçá-la apertado contra mim e respirar o perfume de seus cabelos. Essa merda nunca aconteceu comigo antes. Eu não posso dizer que eu sou um cara desrespeitoso ou que iria tão longe a ponto de me chamar de puto como Beck, mas eu também nunca senti o impulso de apenas me deitar ali com uma mulher, tocando-a, mas não tendo relações sexuais com ela. Eu tenho vinte e oito anos, portanto, não é como se eu não tivesse tido a oportunidade. Existiram muitas garotas bonitas como Amy e algumas ainda mais safadinhas, como Mireya, mas eu não me senti assim. Eu estou um pouco assustado, para ser honesto, e toda a maldita coisa meio que me faz querer correr, mas eu não corro. Eu fodidamente não posso. Eu fodidamente não posso me levantar e deixar essa garota aqui sozinha, não depois de vê-la toda machucada e coberta de sangue. Eu também tenho que lhe dizer a verdade sobre Mireya, para que ela entenda. Eu quero que tudo esteja claro para que possa ser o mais honesto que consigo sobre isso. Sawyer é uma boa amiga minha, e eu espero que ela sempre seja. Mas você escolheu Amy. Eu não me aprofundo

no simbolismo por trás do que eu fiz como eu praticamente deixei claro para o grupo no hall de entrada: Amy é minha. De que outra forma eles devem interpretar isso? Quero dizer, Beck pode caçoar do “Código da Estrada” o quanto ele quiser, mas de certa forma, é verdade. Há um conjunto de regras que deve ser seguido, não porque você assinou algo ou porque alguém lhe disse, mas porque esse é o jeito que sempre foi e que você sabe que está certo. Há os óbvios, é claro: não matar, não roubar, não desrespeitar. Mas depois há as pequenas coisas, como não foder com as motos das outras pessoas. E, é claro, exprimir a sua intenção. Intenção é malditamente tudo por aqui, e eu acabei de expressar a minha alta e clara. Meu coração começa a bombear, e eu me pergunto se Amy pode senti-lo, se ela sabe que eu gosto dela mais do que da média das garotas. Eu não sei, mas eu prometo a mim mesmo que não vou dizer nada. Além disso, eu poderia estar errado. Isso poderia passar como eu penso que pode. Talvez, depois de mais algumas sessões de sexo no quarto, Amy perca seu apelo e ela possa se misturar com o resto da Triplo M, apenas mais um rosto amigável sem nenhum vínculo romântico. Besteira. Eu suspiro e minha respiração agita o cabelo de Amy. — Austin? - Ela me pergunta. — Você está acordado? — Eu não deveria estar doçura. - Eu digo a ela, pensando na nossa longa viagem de amanhã, em Fort Clinton, em Kent e em todas as outras merdas que estão acontecendo. — Já que vamos sair amanhã de manhã, bem cedo. - Eu faço

uma pausa. — Mas eu tenho que lhe dizer algo. — Você quer dizer sobre Mireya? - Ela pergunta. “Ah, uma mocinha perceptiva que eu tenho aqui”. Eu recuo meus quadris para trás, apenas um pouco, esperando que eu não vá ter outra ereção. Ainda. Amy tem o hábito de me dar a eles a torto e a direito. Eu comprimo meus braços apertados ao redor do peito dela para compensar a brecha entre nossos quadris.— Sobre o vídeo... - Amy pausa. — Quando foi feito? — Vídeo? - Eu lhe pergunto enquanto ela tenta se esquivar de mim e se senta. — Aonde você pensa que vai linda. Você não vai ficar longe de mim ainda. — Austin, eu tenho que saber. - Ela diz. — Eu não vou ficar com raiva, mas eu apenas preciso saber. Onde está minha bolsa? - Eu dou de ombros e cogito que, se ela a deixou lá embaixo, Gaine provavelmente a pegou. Ela suspira e se recosta contra mim. — Isso pode não ser da minha conta, mas Austin... - Amy dá uma respiração profunda. — Quando foi à última vez que você dormiu com Mireya? - Eu penso sobre aquilo por um minuto, mas eu não sei por quê. Há apenas uma única maneira de responder a essa pergunta: honestamente. Fazer qualquer outra coisa seria como cuspir na cara desta bela garota, e Austin Sparks não desrespeita. — O dia depois que fizemos sexo no bar. - Eu digo a ela, sem vergonha. Eu não tinha quaisquer obrigações para com ela até então, muito embora eu possa meio que sentir no meu peito que talvez essa não fosse a melhor escolha para se fazer, não para Mireya, não para Amy e, definitivamente, não para mim. Amy enrijece por um momento e, em seguida,

relaxa com um suspiro. — Ela me mandou um vídeo para o meu celular de vocês dois... - Amy não precisa terminar a frase. Eu sou um cara inteligente, então, eu entendo. — Merda. Não é à toa que vocês duas acabaram brigando como gatas de rua. Você sabe, não é? Que ela enviou o vídeo para sua família. - Amy assente com a cabeça e desvira, de modo que ela está olhando para o teto, em vez da parede, seus olhos azuis-claros olhando para cima, sem o menor indício de raiva neles. — Eu sei. — E você não está zangada? — Puta de raiva. Eu faço uma pausa por um momento e corro meus dedos ao longo de sua barriga. Ela estremece e fecha os olhos, mas não diz mais nada sobre isso. — Eu sinto muito. - Eu digo a ela, porque eu sinto, de verdade. Toda essa coisa entre ela e Mireya é sobre mim, e não deveria ser. Eu deveria ter deixado claro para Sawyer anos atrás, que eu não estava apaixonado por ela daquele jeito. Mas eu, sendo o imbecil do caralho que sou não notei até que estivesse bem na frente do meu rosto. Aí está outra razão para atacar Fort Clinton. Você deve a essas meninas agora, Sparks. Melhor se certificar que você tenha êxito. — Não sinta. - Amy diz, abrindo os olhos novamente. — Está acabado agora. - Eu vejo seu rosto e posso ver o respeito lá que ela tem por Mireya. Uma boa luta vai fazer isso com você, sabe? Especialmente se você tiver a sua bunda chutada

por aí um pouco antes. Eu dou um sorriso bonito e grande. — Parece que você fez algum dano em Sawyer, hein? Nunca pensei que veria este dia. - Amy sorri de volta, e seus olhos brilham um pouco. — Eu não aprovo troca de socos, sabe? - Ela me diz, mas sua voz tem certa agudez, como se talvez ela tivesse gostado e não devesse. — Bem, você fez um maldito bom trabalho. Eu não acho que alguém já aplicou tais movimentos em Mireya assim. Eu duvido que ela vá incomodar você por algum tempo. Pelo menos, ela vai pensar duas vezes antes que fazer isso. - Amy dá uma risadinha, mas esta morre rapidamente, substituída por um cara pensativa que me diz antes mesmo de ela falar, aonde a conversa vai a seguir. — Mireya. Você disse que havia mais sobre ela, que ela teve uma vida difícil. Por quê? O que aconteceu? — Você certamente é uma coisinha curiosa, não é senhorita Cross? - Eu estou brincando com ela, mas acho que ela sabe disso. Ela espera pacientemente eu continuar, e eu acabo rolando em minhas costas com um suspiro. Eu realmente odeio essa porra de história, e eu apenas fiquei sabendo desta há um punhado de dias. Mesma quantidade de tempo que você conhece Amy, mas merda, Sparks, se não parece como se tivesse sido desde sempre. No bom sentido, é claro. — Há um grupo de motociclistas comandado por um cara chamado Tray Walker. - Eu digo, rosnando o nome para fora como se fosse venenoso. — Mireya já foi casada com o

idiota. — Mireya já foi casada? - Amy ecoa, parecendo tão surpresa

quanto

Kimmi

quando

ela

descobriu.

Aparentemente, não é preciso anos conhecendo a maldita garota para entendê-la. Eu sorrio um pouco e depois franzo a testa. Eu acho que é impossível contar essa história com uma cara feliz. — Ele era o Pres naquela época, assim como ele é agora, mas

ele

era

novo

e

estava

implementando

algumas

mudanças. - Eu já estou começando a franzir o cenho, já estou começando a sentir o meu sangue fervendo quente e com raiva. Tray Walker está aqui, nesta cidade, agora. Eu poderia ir atrás dele e acabar com a cara dele. Seria um serviço à humanidade. No entanto, aquele imbecil retardado poderia me fazer ser matar muito fácil também. — Ele não contou a nova noiva dele sobre qualquer uma dessas, até que ele sumiu com a moto dela. - Amy não me interrompe, apenas espera pacientemente que eu continue, remoendo minhas palavras. — Ele tinha decidido que as mulheres não seriam mais membros de pleno direito e que elas ou tiveram que andar na moto do seu homem ou sair. - O rosto gentil de Amy não muda de expressão. Em vez disso, congela-se lá, preso em algum lugar entre o neutro e irritado. Eu odeio admitir, mas ela parece um pouco assustadora assim. Eu gosto. — Bem, Mireya não é de desistir facilmente, por isso, ela organizou um passeio das mulheres, levando todas as meninas de seu MC para passear em suas motos em protesto. - Eu faço uma pausa, porque esta próxima parte faz

tão mal ao meu estômago que é difícil respirar. — Quando ela voltou, Tray, ele pegou a moto dela e a destruiu totalmente, e depois ele... Ele a prendeu no chão e a estuprou e deixou seus amigos fazerem o mesmo também. Durante toda a noite eles a mantiveram lá e a torturaram, e depois a largaram pelada na beira da estrada, toda machucada. Se não fosse Kent encontrá-la, eu não sei o que teria acontecido. - Eu me lembro de dar alguma folga para o cara. Ele salvou a mim e a ela, afinal de contas, juntamente com o resto deste grupo heterogêneo. Quando eu olho para Amy, eu vejo que seus olhos estão cheios de lágrimas. — Entendi. - Ela sussurra, e eu posso perceber que ela quer dizer mais, mas não sabe como, não sabe como colocar em palavras como ela se sente sobre isso. Mas, pelo menos, ela pode derramar uma lágrima pelo inimigo. Isso é um traço de caráter que eu possa admirar. — Então, você não precisa sair sentindo pena dela, nem nada, mas eu só queria que você soubesse das origens dela. Eu nem sabia até poucos dias atrás, mas eu gostaria de ter sabido. Há um monte de coisas que ela já fez que faz muito mais sentido agora. Eu gostaria de ter sabido do quão ruim esta estava sofrendo. — Nem sequer pense nisso. - Amy diz, virando-se para mim e dobrando as mãos debaixo da sua bochecha. — Não pense em tratá-la de forma diferente só porque você sabe. Esse ato não a define. Isso a afetou, eu tenho certeza, mas isso não é ela. Eu acho que ela é apenas uma mulher de

temperamento forte, que sabe o que quer e está disposta a lutar por isto. - Eu estendo a mão e toco suavemente a ponta do nariz de Amy e ela estremece. — Eu acho que você está certa sobre isso, doçura. - Eu digo a ela, incapaz de lutar mais. Meu pau está inchado e desejoso agora, apesar da minha história de horror, e eu simplesmente não consigo resistir a estender a mão e agarrar Amy pelos quadris. Eu a puxo para cima de mim e mantenho meus olhos em seu rosto enquanto ela se angula para trás e desliza sua umidade sobre o meu pênis. — Austin... - Ela sussurra enquanto começa a me cavalgar lentamente, esfregando sua pélvis contra a minha. Eu estendo as mãos aos seus seios grandes, passando meus dedos ao longo da pele rosada de seus mamilos até que ela estremece e comprime-se forte ao meu redor. — O que foi linda? — Sabe quando você disse que eu era sua antes, até que eu me tornasse integrante efetiva? - Eu deslizo minhas mãos para trás até seus quadris e seguro firme, com cuidado para evitar as contusões coloridas que estão começando a brotar em sua pele pálida. — Sim. E eu falei sério sobre aquela porra, por sinal. — Bem... - Ela geme, deixando a cabeça cair para trás, de modo que seu cabelo molhado escorre sensualmente sobre os ombros e costas. — Eu acabei de lutar por você, portanto, por enquanto, pelo menos, você é meu também.

Capítulo 45 Austin É muito cedo na manhã seguinte para eu forçar mais Nickelback ao grupo, então, eu me contento com um pouco de AC/DC e deixo “Highway to Hell” tocar através do sistema de interfone em nossos capacetes. Podem existir algumas reviradas de olho entre o grupo, é claro, mas eu acho que ninguém pode realmente inventar um argumento válido contra o bom e velho rock and roll. Não com o vento chicoteando ao redor deles e provocando-os com seus dedos frios, chamando-nos para o nascer do sol que queima o céu a frente de nós. Eu escuto o som da minha moto e as batidas do coração de Amy e tento não me deixar ficar nervoso sobre Fort Clinton. Vai ser difícil, especialmente porque não sabemos se Walker vai rastrear-nos até aqui. Quanto mais rápido ele vier atrás de nós, menos tempo temos para planejar. Se eu fizesse do meu jeito, eu teria gastado cerca de duas semanas na cidade antes de me deslocar. Eu acho que nós vamos ter sorte se conseguirmos dois dias. Eu faço as curvas um pouco mais rápido do que deveria, puxando o grupo junto comigo em um rugido de trovão que é ensurdecedor, mas brilhante, um som que eu não mudaria por nada no mundo, pelo qual eu não vou me desculpar. É o som da liberdade na gasolina dos motores, uma promessa de que as coisas podem mudar e continuam mudando, que nada

precisa ficar obsoleto ou velho, e que sempre há uma nova perspectiva lá fora, que você nunca viu antes. Eu espero que, depois desta semana, eu ainda esteja por aí para ver isso. Nós dirigimos sem interrupções, parando apenas para abastecer, e conseguimos percorrer todo o caminho de St. Marlin até Fort Clinton em menos de um dia. Qualquer um que diz que isso não é uma pilotagem impressionante é cheio de merda. — Posso falar com você? - Gaine diz que assim que nós entramos na cidade e paramos todos no estacionamento vazio de uma igreja. Nosso primeiro passeio habitual pela cidade não rendeu um único maldito hotel, aprofundando ainda mais o meu ódio por Tray Walker e pelo Bested by Crows. É difícil conduzir quarenta e nove idiotas por todo o país e nem saber onde se vai ficar hospedado. É por isso que eu normalmente gosto de planejar as merdas. À maldição aquele filho da puta por me fazer correr por esta merda. Eu queria mostrar a Amy como nós éramos dar-lhe uma boa primeira impressão. Agora, eu estou pensando que talvez ela esteja apenas olhando para todos nós como se nós fossemos baratas tontas, movendo-se nesta direção e em outra, sem propósito. Eu solto um suspiro e levo meus dedos à mão enluvada de Amy. Eu sorrio quando sinto seus batimentos cardíacos acelerando contra minhas costas. — Eu posso sair da maldita moto e resolver isso antes? Eu pergunto enquanto estendo a mão e retiro meu capacete. Amy fica para trás, e a perda do seu calor me faz sentir um

frio cortante aqui neste clima chuvoso e estranho pra caramba. O que aconteceu ao Sul? Tudo ao nosso redor está molhado e parecendo cinza. Espero que não esteja nenhuma tempestade por vir. — Tentei falar com você ontem à noite, mas você não quis atender ao telefone e, depois, nesta manhã, você estava me evitando como uma maldita praga. Qual é o seu maldito problema? - Eu olho para Gaine enquanto desço para fora da moto e digo a Amy esperar por mim por um segundo. — É melhor que seja importante. - Eu digo a ele enquanto ando na direção de Kent. — Porque eu ainda estou chateado com você por dizer á Amy sobre Brock. - Gaine estremece e esfrega a sua tatuagem de coração partido. Seus olhos escuros parecem perturbados e está quase tão nublado quanto o céu manchado no qual estamos parados debaixo. — Eu sinto muito por isso. - Ele me diz à medida que avançamos. — De verdade, e eu lhe devo uma por causa disso, mas eu senti que ela tinha que saber. Eu não sei por que, e soa meio idiota agora que eu estou dizendo isso aqui, mas eu só segui meu instinto. — Bem... - Eu lhe digo, olhando por cima do ombro e desejando que ele não estivesse todo machucado. Parece que todos os meus amigos estão se machucando por minha causa. — Você estava certo. - Eu aponto para ele quando ele começa a sorrir. — Mas se você contar a outra alma, eu juro pela minha vida, eu vou te chutar nas malditas bolas. — Ela é a mulher certa, não é? - Gaine pergunta, e eu reviro os olhos. Eu não acredito nessa merda de conto de

fadas. — Ela é algo, Gaine. Eu só não sei o que é ainda. - Ele pega no meu braço e me para antes que eu possa entrar no campo de audição de Kent e Melissa. Quando eu olho para o rosto dele desta vez, são completamente seriedade e escolhas difíceis, muito difíceis. Que diabo está acontecendo? — Isso não é o que eu queria falar com você sobre, Austin. É sobre... — Bem... - Kent diz, aparecendo do fodido nada como ele sempre faz. Não há sombras ao redor, mas, talvez, já que o ar está tão malditamente sombrio, o vadio pode apenas se materializar

em

minúscula.



qualquer Enquanto

lugar as

nesta

duas

estúpida

mocinhas

cidade estavam

ocupadas fofocando, eu peguei meu telefone e nos encontrei alguns lugares para ficarmos. — Lugares? - Eu pergunto, virando-me para Kent com uma sobrancelha levantada. Gaine apenas fica em silêncio e carrancas. — Quer dizer, como em hotéis separados? - O pálido espectro de um homem encolhe os ombros e não parece nem um pouco preocupado. Eu saliento que o nosso grupo não se separou dessa forma em quase três anos e quão ruim pode ser se o Bested by Crows aparecesse na cidade e encontrasse-nos dispersos. — É isso... - Kent começa enquanto Melissa se move para se juntar a nós. Ela parece ainda menos como si mesma hoje, mais pálida, menos sedutora. Além disso, ela não está usando um pingo de maquiagem. Eu não consigo me lembrar de vê-la assim. — Ou ir para outro lugar. - Ele nivela meu

olhar com uma encarada que diz que esta não é uma opção do caralho. Agora que Kent sabe quão grande este negócio é, ele não vai deixar-nos recuar. Eu olho para longe e concentro-me em Amy montada na minha moto. Ela já tem um livro na mão. De onde este veio, eu não tenho certeza, mas enquanto eu a observo, ela enfia uma mecha de cabelo atrás da orelha e me dá outra ereção. Maldição. Eu não faço qualquer movimento para esconder. Se Kent ou Gaine tiverem algum problema com o meu pau duro, eles podem se foder. — É o que eu pensava. Há uma pequena pousada no lado sul da cidade onde podemos abrigar uma boa parte do grupo, aqueles que não estiverem... - Kent faz uma pausa e dá a Gaine um olhar azedo. — Participando em quaisquer atividades de negócios, seria melhor se fossem alojados lá. Do outro lado da rua, há um motel para outro grupo e é apenas a uma quadra daqui. - Kent aponta seu dedo esguio na direção pela qual entramos na cidade. — É uma hospedaria onde você vai ficar. - Ele faz uma pausa e finge pensar por um momento, mas eu já sei o que ele vai dizer. — É uma grande casa velha e irregular, com um balanço na varanda e... - Kent faz uma pausa para lançar um sorriso doentio na minha direção. — É bem do outro lado da rua do Banco Nacional de Fort Clinton.

Capítulo 46 Amy Austin não parece muito feliz quando caminha de volta para a moto e me dá um sorriso de boca fechada, mas eu estou em êxtase quando descubro que vamos ficar em uma pousadinha que fica em um edifício de mais de uma década de idade. Esta tem personalidade suficiente para não fazer feio numa disputa contra Sali, e uma banheira com patas no banheiro que eu já consigo imaginar Austin e eu sentados lá dentro juntos. Se eu algum dia o vir de novo, isto é. Ele desaparece assim que nós fazemos o check-in, saindo com Kimmi e movendo-se pelo corredor como se houvesse uma nuvem que pairando sobre sua cabeça. Eu o vejo ir embora e me pergunto pela milésima vez o que ele está aprontando. Eu estou encostada na porta de entrada do nosso quarto (que é bem bonito, aliás), quando Mireya passa e percebe meu olhar na cabeça de Austin enquanto desce as escadas e fica fora de vista, seguida de perto pelas ondas vermelho-alaranjadas de Kimmi. — Eu não ficaria surpresa se ele estivesse fodendo com ela também. - Mireya diz enquanto passa por mim, sua mochila pendurada em um dos ombros. Eu a encaro e fico feliz em ver que para cada machucado que eu tenho, ela tem pelo menos um para combinar. — Por que você diz isso? - Eu pergunto a ela, não

querendo jogar seja qual for o jogo que ela está tentando me enganar a participar, mas incapaz de resistir às memórias mesquinhas

de

Kimmi

tocando

o

braço

de

Austin,

sussurrando em seu ouvido, tocando sua... Sua virilha. Talvez ele pense que eu não vi quando ele estava andando através do salão até mim e Gaine, mas eu vi. Mireya encolhe os ombros e penteia um pouco de seu cabelo preto para trás com os dedos. — Porque ele nunca me contou o que ele faz ou onde ele está indo, nem uma vez. Em uma década. - Mireya enfatiza a palavra, apenas para que eu não possa esquecer nem por um só momento quem estava aqui primeiro, quem tem mais história, mais a perder nessa reivindicação. Ainda assim, o domínio fica mais fácil de manter quando se tem a posse, e eu sou aquela que tem Austin agora. Eu só preciso ficar me lembrando disso. — Nunca? - Eu pergunto, perguntando-me se eu poderia viver com isso, se eu poderia vê-lo desaparecer todos os dias e não saber o que ele estava fazendo ou para onde estava indo. Eu estava acreditando na ideia de que ele iria me contar, mais cedo ou mais tarde. Meu estômago embrulha e eu me sinto mal. — Nunca. - Mireya diz, e depois se afasta pelo corredor e bate a porta atrás dela. Eu espero por um tempo, torcendo que eu vá ver Gaine ou Beck passando por ali, para que eu possa ter alguém com quem conversar, mas eu não vejo mais ninguém. Pelo que eu pude notar, há apenas poucos de nós ficando aqui: Austin, Mireya, Kimmi, uma menina chamada

Margot, Kent e Melissa e, claro, eu. Eu me pergunto como nós fomos escolhidos ou se houve algum tipo de sorteio ou algo do qual eu desconheço. O funcionamento interno de Triplo M ainda é um completo mistério. Quer dizer, eu só descobri agora que a frase “tremular suas cores ao vento” significa usar sua jaqueta ou colete com seus emblemas. Eu gostaria que alguém estivesse por aqui para me inteirar das coisas. Não, não, não alguém. Austin. Eu gostaria que Austin estivesse por perto. Eu suspiro e me desviro, recuando de volta para o meu quarto com a sua grande cama de dossel e seus lençóis, vermelho-sangue. É bem grande na verdade, provavelmente um dos lugares mais bonitos onde eu já fiquei, todavia, eu não tenho exatamente muito a que comparar. As primeiras e únicas férias que eu já tive foram quando meu pai nos levou para o funeral da mãe dele em Connecticut. Contudo, nós principalmente nos hospedamos em cadeias de hotéis, nada parecido com isso, e se eu dissesse que eu tive alguma diversão nessa viagem, eu estaria mentindo. Pensar nisso me faz começar a me perguntar sobre a minha família e como eles estão indo. Não, eu não estive longe há muito tempo, mas eu apenas posso supor que algo sobre todo o incidente os afetou. Ou pelo menos eu espero que tenha. Meu pai tem um péssimo hábito de apagar as coisas que ele não gosta da memória coletiva da família. É triste pensar que ele poderia tentar fazer o mesmo comigo. Eu considero telefonar para casa para checar, mas eu percebo imediatamente que eu não estou pronta para isso: emocionalmente, espiritualmente ou

de outra forma. Eu não sei quanto tempo vai demorar, mas alguns dias não foram suficientes. Se eu ligar agora, eu vou me sentir presa novamente, e eu não posso ter isso, não quando eu estou apenas começando a perceber o que é ser livre. Eu bato meus dedos no peitoril da janela e desejo que o relógio na mesa de cabeceira pudesse mover-se mais rápido, para que eu pudesse ligar para Christy. Eu ligaria para ela agora se eu pudesse, mas eu não quero correr o risco de estragar isso ao nos expor ao flagrante. Parece que ela precisa falar comigo sobre algo, como se, caso ela não me contasse, ela fosse explodir. Além disso, torna-se solitário sentar-se sozinha por horas a fio. Se eu realmente pudesse convencer Christy a se juntar a mim, eu acho que essa coisa toda de fora da lei seria muito mais divertida. Eu me levanto e estico os braços sobre a cabeça, movendo-me até a janela para que eu possa espiar pelas cortinas e ter uma boa vista da cidade. Para ser honesta, não há muito que olhar, então, eu não tenho bem certeza por que estamos aqui. E você pensando que, com a liberdade da estrada a nossa disposição, nós poderíamos encontrar um lugar melhor para estacionarmos por algumas noites. Com outro suspiro, eu solto as cortinas e subo na grande cama, enrolando-me em uma bola e pego no sono mais rápido do que eu gostaria de admitir. Eu começo a sonhar com Austin e a maneira como suas mãos se sentem na minha pele, mas acabo perdendo a disputa para pesadelos onde homens com rostos de penas me cercam.

Eu acho que eu não identificaria uma premonição se esta me mordesse na bunda.

Capítulo 47 Amy Eu acabo acordando num suor forte e agarrando meu telefone com dedos frenéticos. Faltam dez minutos. Eu acordei na hora certa. Eu suspiro de alívio e levanto-me, esticando os braços sobre a cabeça e verificando o quarto atrás de sinais de que Austin talvez tenha voltado. A mochila dele está intocada e ainda há um pouco da fita adesiva colorida no assento do vaso sanitário que diz estou limpo e pronto para você e que está intacta. Eu empurro de volta os meus sentimentos de decepção e agarro meu telefone apertado, ansiosa para ter alguém com quem conversar. Assim que o relógio marca seis horas, eu começo a discar o número de Christy e espero ansiosamente que ela responda. Quando ela atende, eu tenho borboletas no estômago. — Amy? — Christy. - Eu digo com um suspiro de alívio. — Você pode falar livremente? - Há um farfalhar do outro lado da linha como se ela estivesse acenando com a cabeça para mim. — Só por um minuto. Nós temos que ser rápidas. — O que está acontecendo? - Eu pergunto enquanto me sento na beira da cama e enrolo meus dedos ao redor do colchão. — Você está bem? — Amy, me desculpe por ter ficado brava com você. Eu apenas... Eu não pude suportar que você mentiu para mim e

que tinha perdido a virgindade sem mim. - Eu posso ouvir um sorriso em sua voz, mas também parece que talvez ela esteja cansada, até mesmo exausta. Eu supondo que os últimos dias não têm sido exatamente os mais divertidos para ela. — Mas eu... Eu não queria gritar com você. Eu estava tão envolvida nos meus próprios problemas que não estava prestando atenção. Você pode me perdoar? - Eu sorrio e tento não ficar com os olhos todos marejados com suas palavras. — É claro. - Eu faço uma pausa. — Contanto que você possa me perdoar, também. Deus, Christy, eu tenho tanta coisa para lhe contar. — Amy. - Ela diz, interrompendo-me antes que eu possa me lançar num ridiculamente longo e detalhado relato dos meus recentes encontros sexuais com tal de Sr. Austin Sparks. — Eu preciso sair daqui. Para ontem. Eu deveria ter ido com você quando tive a chance, mas eu... Deus, eu nem sei o que eu estava pensando, mas agora eles sabem de alguma forma também, e eles têm sido apenas horríveis. - Eu a corto e peço-lhe ir devagar, ela não está fazendo nenhum sentido. — Quem? Seus pais? — Sim. Por favor, Amy, por favor, você pode vir e me pegar? - Ela implora, parando e baixando a voz de um pouquinho antes de continuar. Há uma batida na minha porta, mas eu a ignoro em favor da minha amiga de longa data. Seja lá quem for que está lá fora, pode esperar. — Amy, eu preciso de você. — Eu irei, mas eu não sei em quanto tempo eu posso

chegar aí. Para ser honesta com você, eu não sei exatamente onde nós estamos agora. Eu vou ter que esperar Austin voltar para que eu possa ajeitar isso. Assim que eu conseguir mais informações, eu posso ligar para você de volta ou mandar uma mensagem ou algo do tipo. - Eu posso ouvir aquele farfalhar novamente. Acho Christy está sacudindo a cabeça. — Apenas venha quando puder. Eu não sei se vou ser capaz de receber mais mensagens suas. Meus pais levaram meu celular para longe, e assim que eles virem Crandle na igreja, eles vão saber que eu não estava falando com ele. - Ela faz uma pausa. — Amy, eu sei que eu poderia ir embora agora, apenas sair andando, mas eu não acho que possa sobreviver sozinha. Eu preciso de ajuda, e você... Eu confio em você. - O meu coração começa a bombear mais rápido, quase tão rápido quanto o punho que está batendo na porta. — Sparks, você está aí? - É Gaine. — Só um segundo. - Eu grito. — Christy, você está aí? Ficou terrivelmente quieto no seu lado da linha. — Eu estou aqui, mas eu vou ter que ir em breve. Digame o seu número e eu vou tentar ligar para você de volta se eu puder. -Eu leio o meu novo número de celular (que eu já memorizei, por favor, e obrigada) para a minha amiga e me levanto para atender a porta. Eu não suporto mais ouvir aquelas batidas infernais, e parece que Gaine não entende uma indireta. Eu o deixo entrar e me afasto, observando enquanto ele fecha a porta atrás de si e se inclina contra esta com um suspiro, os olhos voando rapidamente pelo quarto em apreciação. — Amy... Eu... Eu tenho que lhe contar o meu

segredo e depois eu vou desligar. Se este incomodar você, não atenda quando eu ligar para você de volta. — Christy, querida, não há nada neste mundo que me impediria de falar com você. - Eu observo enquanto Gaine se levanta e começa a andar pelo quarto de forma ansiosa. Suas sobrancelhas escuras estão unidas e os nós de seus dedos estão brancos como ossos, projetando-se de sua pele quando ele abre e fecha os punhos nervosamente. — Amy, eu sou... Eu acho que eu sou lésbica. - Eu faço uma pausa por um momento. — Mas você disse que beijou Beck e gostou? - Eu não estou julgando, apenas fazendo uma pergunta. Eu só quero entendê-la melhor, porque eu posso dizer que é o que ela precisa. Deus, eu não deveria tê-la deixado lá. — Eu gostei de fazer algo que eu não deveria fazer. Isso foi o que eu gostei. Amy, eu... Eu acho que sei disso há algum tempo, mas eu não queria admitir para mim mesma. E então, quando chegamos em casa do bar naquela noite, apenas caiu a ficha. Eu não sei como ou por que, mas aconteceu. Sinto muito por ter descontado em você. - Ela pausa por um momento, apenas um momento rápido, nem sequer tempo suficiente para eu dizer a ela que eu a amo e que eu não me importo e que eu vou voltar para buscá-la, aconteça o que for: gay, heterossexual e o que seja. Christy é minha amiga e eu não me importo com nada disso. Mas, em seguida, ela desliga e eu fico com uma linha de morta, uma que não toca quando eu ligo de volta.

— Merda. - Eu brigo, batendo o celular na mesa de cabeceira. Gaine para e olha para mim intrigado. — Austin está aqui? - Eu nego com a minha cabeça, mas eu certamente gostaria que ele estivesse. Eu preciso falar com ele o mais breve possível. Eu considero ligar para ele, mas me pergunto se ele até mesmo responderia. Deve haver uma razão para seus atos de desaparecimento. Eu me forço a não pensar sobre o que Mireya disse sobre Kimmi. — Porra. — O que há de errado? - Eu lhe pergunto, mas ele apenas sacode a cabeça. — Se eu envolver você nisto, Austin vai me matar. Gaine olha para a cama e assobia, empurrando um sorriso forçado no rosto. — Seus sortudos filhos da mãe. Eu fiquei preso num motel de merda perto de rodovia. Se eu já não soubesse que Kent queria me prejudicar, eu teria adivinhado pelo quarto que consegui naquela pocilga. - Eu tento sorrir de volta, mas o meu também é forçado. Coitada da Christy. Eu observo o rosto de Gaine por um instante, enquanto ele luta para manter seu segredo para si. Não é uma coisa fácil de fazer. — Você pode me contar. - Eu digo a ele, movendo-me através do quarto e colocando a mão no ombro de Gaine, bem em cima da sua tatuagem de coração partido. Ele olha para esta e depois de volta para mim, enfiando a mão no bolso atrás de um cigarro e, em seguida, aparentemente decidindo que não era uma boa ideia. — Nah, sabe o quê mais. Eu provavelmente estou exagerando, eu só... - Gaine para de falar novamente e

balança a cabeça. —Não importa. Você poderia simplesmente dizer ao fodido para me ligar assim que ele chegar. E diga-lhe para parar de desligar a porra do telefone. - Gaine leva uma mão até a minha e se move em direção à porta, parando com os dedos na maçaneta. — E Amy, se você vir qualquer pessoa estranha por aí, fique longe deles por mim, sim?

Capítulo 48 Austin Kimmi e eu saímos e nos preparamos para fazer o que fazemos de melhor: roubar bancos. Nossa dupla tem dez anos no negócio, uma década de uma parceria que evoluiu contra todas as probabilidades, conseguindo

sobreviver,

apesar

da

maior

segurança

e

avanços tecnológicos. Às vezes, eu nem mesmo sei como ainda conseguimos fazer isso. Parece que as pessoas estão mais ligadas ao plástico do que nunca, passando para longe o seu dinheiro com o apertar de um botão. Felizmente, por enquanto, dinheiro ainda é rei em certos lugares, os lugares mais antigos, lugares como este. Fort Clinton. A população é velha, rica e teimosa, e o banco, bem, é um edifício histórico, você não adivinharia? Na verdade, até tem uma placa da sociedade histórica exibida bem na frente, com prazer anunciando as décadas que esteve neste mesmo local, uma prova da resistência do homem e quão longe nós viemos. Infelizmente, isso também significa que a segurança é muito mais relapsa e um pouco obsoleta. Estes são os tipos de lugares que Kimmi e eu procuramos através de uma cuidadosa investigação, os lugares pelos quais orientamos os membros do Triplo M ao redor, sem deixar um rastro que seja fácil de seguir. Isso é o nosso fodido legado, aquele que ninguém sabe, exceto nós:

Kimmi, eu, Kent e Melissa. Por alguma razão, porém, eu estou quase desesperado para contar a Amy, para avisá-la do meu segredo e compartilhar todas as histórias que são acumuladas

dentro

de

mim,

aquelas

que

estiveram

estourando para sair durante anos, mas que não tinha ninguém para ouvir. Não parece ser um pensamento tão estranho até que eu me lembro de que, seguindo os desejos de Kent, eu nunca contei a uma alma, nem mesmo a Mireya, Beck ou Gaine. Talvez seja por esta razão que esteja tão malditamente puto quando ele surpreende Kimmi e eu no nosso caminho para fora do quarto extra, àquele que sempre verificamos para manter as nossas coisas lá dentro quando estamos trabalhando. É meio triste que, mesmo depois de todos esses anos transportando por aí o nosso equipamento, os outros membros da Triplo M nunca pensaram em perguntar o que toda essa porcaria é e por que há sempre um quarto que não está registrado no nome de ninguém do MC. Acho que eles não se importam, e eu imagino que não posso culpá-los. Eles têm tudo o que precisam dado nas mãos, e sim, Kent recruta alguns deles para os trabalhos dos quais eu não sei, coisas que são tão secretas para mim como o meu trabalho é para eles, mas pela maior parte do tempo, eles conseguem aproveitar a vida sem preocupações. Eu quero isso para Gaine, mas o idiota é um filho da puta teimoso, às vezes. — O que diabos você está fazendo aqui? - Eu pergunto a ele enquanto fecho a porta atrás de mim e dou a Gaine um

olhar que eu espero que o assuste pra cacete. — Você não deveria estar de volta àquele hotel sujo? - Ele franze o cenho para mim e Kimmi e olha entre nós dois com os lábios franzidos, focando num cigarro que está pendendo na bonita boca dela. — Eu estava, mas eu saí procurando para você. Eu lhe disse Austin, eu preciso conversar porra. — Sinto muito, Gaine, mas o que você queria que eu fizesse? Kent estava de pé malditamente ali, como sempre faz. — Sim, bem, agora ele está fora, numa reunião com Tray Walker. Eu congelo e Kimmi quase deixa cair o seu cigarro. — O quê? - Minha voz sai tão grave que parece como um rosnado. — Sim, bem. Eu queria contar a você que Kent pediu para mim e Beck começarmos a vender drogas na semana passada. Dissemos a ele que tudo bem, desde que fosse apenas maconha, mas não é. É muito, muito pior do que isso, Austin. - Gaine lambe os lábios e passa a sua língua contra o piercing no centro do lábio. Ele não usa um anel ali muito frequentemente, mas eu não posso adivinhar o porquê. Geralmente é apenas este pequeno pontinho embaixo de sua boca, como uma sarda ou algo assim. Eu observo enquanto ele o morde nervosamente por um momento. — Eu não queria jogar essa merda em você quando você estava tão ocupado com... - Ele levanta o braço e gesticula vagamente na minha direção e na de Kimmi. — Seja lá o que for que você faz, mas, então, ele começou a nos pressionar sobre fazer

conexões com outros MCs. Eu não achei que ele estivesse falando sério até que eu o vi se reunido com Walker no meu caminho para cá. — Toda a gangue está na cidade? - Eu pergunto, imaginando o que exatamente está acontecendo. Kent é o nosso traidor? Isso simplesmente não faz sentido. Gaine encolhe os ombros. — Eu não sei. Eu vi talvez uma dúzia de caras com Walker. Fora isso, eu não tenho certeza. Eu apenas pensei que eu deveria avisar você porque eu... - Ele desvia os olhos por um segundo e olha para a parede ao lado das minhas botas antes de virar seu olhar de volta para o meu e fixar firme. — Pelo que eles fizeram com Mireya, eu ficaria feliz em quebrar suas motos novamente. Gostaria de vencê-los mortos, se pudesse, só por ela. - Ele para de falar e olha para o longe como sempre faz, como se ele estivesse esperando por alguém. De repente, cai a ficha. Mireya. Este idiota esteve esperando por Sawyer esse tempo todo? Eu o encaro e sei que é verdade. As coisas começam a fazer muito mais sentido. Agora, se eu não me sentia como um idiota antes, eu certamente me sinto agora. Se eu soubesse que Gaine gostava dela, eu teria recuado. Merda, maldição e caralho. — Então, se Kent realmente quer que eu trabalhe com eles, eu vou embora daqui, porque eu não posso fazer isso. Eu apenas não consigo maldição. - Ele dá de ombros

novamente e suspira como se ele finalmente tivesse tirado o peso de seus ombros. — Quero dizer, talvez ele esteja se reunindo com eles sobre toda essa coisa de guerra de territórios, mas eu duvido. Parece um monte de besteira para mim. Desde quando é que temos um território? - Desde há muito tempo, meu amigo. Qualquer banco que pousamos o olho está no nosso território até que esteja terminado. Esse é o jeito que sempre foi e Walker simplesmente não entende. Ou entende? Eu não gosto das implicações de Kent se encontrar com Tray. Que diabos isso significa? Enquanto eu consigo me perder em pensamentos, Gaine encolhe os ombros e aperta meu ombro, sorri para Kimmi, e se afasta sem dizer uma palavra. Eu observo ele ir embora em silêncio. — Então, o que nós fazemos? - Kimmi pergunta, soando como se ela preferisse muito mais estar lá em cima nos braços de Margot, do que aqui lidando com essa porcaria. Quando a minha mente voa para Amy, eu sei que eu estou pensando da mesma maneira. Mas, no entanto, isso é para elas. Isto é para todos. — Bem, ninguém espera que a gente roube hoje à noite. - Eu dou a Kimmi uma olhada e a vejo se animar. Além do movimento de suas mãos ao redor do isqueiro, ela não se move, parecendo bastante com uma estátua no brilho alaranjado da chama. — Nem mesmo Kent. Se formos esta noite e fizermos o trabalho, podemos nos preocupar com o resto mais tarde. Dessa forma, não importa o que aconteça, o grupo estará garantido por um ano, pelo menos. Todo mundo vai ser cuidado, e nos podemos vencer os Bested by Crows

em seu próprio maldito jogo. — Ok. - Kimmi diz com um suspiro, olhando para mim com olhos desconfiados. — Mas eu certamente espero que você saiba o que está fazendo.

Capítulo 49 Amy Quando Austin finalmente volta, ele parece exausto. Sua pele está esticada tensa sobre o rosto e quando ele sorri para mim, só dura um instante, caindo de volta numa carranca enquanto ele entra no quarto e me agarra pela cintura com as mãos ásperas. — Gaine esteve aqui procurando você. - Eu lhe digo, querendo ter certeza de repassar a notícia antes que eu esqueça. Minha mente está toda irritada com pensamentos de Christy e nossa, curta, mas reconhecidamente bastante surpreendente conversa. Austin me beija nos lábios com força e acende um pouco de emoção no meu sangue, mas ele não usa a sua língua, e ele se afasta muito rapidamente. — Obrigado, linda, mas ele esbarrou comigo. - Ele me solta e fica ali em pé, parecendo um pouquinho estranho. — Austin... - Eu começo, mas ele me corta. — Eu não posso ficar doçura. - Ele diz com um suspiro, olhando-me de cima a baixo apreciativamente. Eu coloquei meu pijama rosa para ele, na esperança de que, quando ele voltasse, nós... Bem, você sabe. — Você tem que sair de novo? - Eu sussurro e ele concorda. — Com Kimmi? - Austin levanta uma sobrancelha. — Algum problema, lindinha? - Ele me pergunta, estendendo a mão e tocando uma mecha de cabelo solta que está flutuando ao redor da minha testa. Eu respiro fundo e

limpo a garganta antes de falar. Eu preciso botar isso para fora, só para ter certeza que eu não sou totalmente louca, que Austin veja pelo menos um pouco do que eu vejo entre nós. — Você e eu, agora, nós somos... - Eu não quero dizer que somos um casal, porque eu não sei se nós chegamos lá ainda. Eu procuro meu conhecimento de romances para a terminologia adequada. — Exclusivos? Quero dizer, você espera que eu não esteja dormindo com Gaine enquanto você está fora, né? — Que porra é essa? - Austin pergunta, abrindo bastante seus olhos castanhos. — Você esteve fodendo com Gaine? Eu sinto um rubor subindo pelo meu pescoço, e eu sei que eu acabei de arruinar a conversa. “Calma, Amy. Muito bom. Tenha cuidado, o seu conhecimento sobre homens está evidente.” — Não, eu... Mireya disse que pensou que você podia estar dormindo com Kimmi porque vocês dois estão sempre desaparecendo juntos... - Eu paro quando Austin continua olhando para mim, uma sobrancelha substancialmente maior do que a outra. — Alguém esteve lhe contando histórias, doçura. Kimmi gosta de garotas quase tanto quanto Beck gosta. — Desculpe-me? — Ela é gay, doçura. Kimmi é gay. — Ah. - Eu coro ainda mais, sentindo-me cada vez mais como uma idiota enquanto os segundos vão passando. — Austin?

— Amy. - Eu paro quando ele chega mais perto, o calor de seu corpo me envolvendo e me puxando antes mesmo de nós termos nos tocado. — Agora, eu tenho negócios para cuidar, mas não posso deixar este lugar até que você me responda de forma franca, tudo bem? - Eu concordo com a cabeça e tento não gemer quando ele me agarra sob o queixo, estreitando os olhos e inclinando-se bem perto. — Você e Gaine foderam? - Eu pisco para ele e tento me afastar, mas Austin me agarra no último segundo e me puxa contra seu peito. — E então? — Não! - Eu grito para ele, colocando minhas mãos contra seu corpo firme. — Meu Deus, Austin Sparks. Tenha boas maneiras. -Eu me empurro para longe dele e ele me solta, observando enquanto eu respiro fundo e bato o pé. — Então, nós somos? — Nós somos o que, linda? - Ele pergunta, inclinando a cabeça para o lado. — Exclusivos. Quero dizer, você não vai dormir com outra pessoa sem me dizer, certo? Quero dizer, porque senão eu vou ter que continuar me preocupando com isso, e nós vamos ter que começar a usar preservativos e... - Austin avança novamente e me agarra pela cintura, empurrando sua boca quente na minha e passando a língua ao longo dos meus dentes, provando-me com a respiração suspensa, empurrando-me contra a parede, com o peso de seu corpo. Quando ele se afasta, eu tenho que me lembrar de respirar. — Eu nunca fiz essa promessa a ninguém. - Austin diz, lambendo os lábios e sugando uma enorme golfada de ar.

Aquela angústia de doer à barriga que eu tanto desejei antes vem correndo de volta e me deixa doente. Ele vai me dizer não, não é? — Não importa. - Eu digo, tentando despistar. Talvez ele não esteja pronto para isso. Quer dizer, eu conheci o homem, há uma semana. Austin sorri para mim e desce a mão até o cós da minha calça, puxando-a lentamente para fora dos meus quadris até esta cair no chão aos nossos pés. — Mas talvez eu possa fazer uma exceção para uma garota bonita como você, especialmente uma que tem a coragem de me dizer que eu sou dela. Austin me pega pelo quadril com uma mão e estende a outra por trás da minha cabeça, agarrando um punhado das cortinas e arremessando para longe. Uma janela do chão ao teto aparece, derramando uma fria luz cinza claro no nosso quarto, juntamente com sombras de gotas de chuva. Eu grito e tento ir para frente (não estou usando calcinha, se você deve saber), mas Austin não me deixa. Ele empurra minha bunda nua contra o vidro, abre o zíper de sua calça e começa a (perdoe a minha linguagem) me foder pra caralho. Eu me esqueço da pobre Christy durante o momento enquanto meu corpo se enche com ele, com Austin, e ele começa a me lançar contra o vidro com penetrações desesperadas. De início, a mera idéia de que a minha bunda está pressionada firmemente contra a janela e exposta a qualquer um que possa estar lá fora me incomoda, mas depois eu começo a gostar. Eu começo a amar. Eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço e o

deixo deslizar nossos corpos suados contra a umidade fria atrás de mim, embaçando-a com as nossas respirações desesperadas e o calor do atrito que estamos produzindo juntos. — Se você quer que eu seja exclusivo... - Austin sussurra em meu ouvido, grunhindo enquanto empurra fundo. — Então, você vai ter que me manter satisfeito, doçura. Você acha que está pronta para isso? — A questão é... - Eu respiro, comprimindo tão apertadamente quanto posso em torno dele, de modo que ele é forçado a parar, a se render ao poder que está entre as minhas pernas e me esperar para libertá-lo. — Você consegue lidar comigo? Eu tenho grandes expectativas, sabe. Todas nós, leitoras de romance, temos. Nós fomos mal acostumadas pelas palavras. Austin move suas mãos dos meus quadris até as costas da minha camisa, usando a pressão de seu corpo para me manter no lugar, apertando-me com tanta força que seus dedos machucam a pele nas minhas costas. Tão apertado que eu não consigo mais ver direito, tão apertado que meu coração solta um suspiro de alegria e meu corpo relaxa, permitindo que ele se mova dentro de mim de novo, acariciando os fogos de nossos orgasmos. — Oh, pode apostar sua vida nisso. - Ele me diz, mordendo meu lábio inferior com tanta força que dói e é incrível ao mesmo tempo. — E se lembre da próxima vez que você estiver lendo a porra de um livro, o quão duro o meu pau se sente dentro de você, veja se ele se compara á

qualquer outra coisa. Agora, fique quieta e goze. Eu disse a você. - Ele rosna, inclinando-se. — Eu. Tenho. Trabalho. Para. Fazer. Austin me esmaga contra a janela, enviando-me ao limite e me trazendo para desabar do outro lado. A próxima coisa que eu descubro é que eu estou na cama, ofegando, e Austin já se foi.

Capítulo 50 Austin Eu não deveria ter fodido Amy. Eu não tinha tempo para isso, nem de longe. Mas ela parecia tão malditamente bonita em seu pijama estúpido, e então ela me deixou todo exaltado por pensar que ela tinha dormido com Gaine. Eu sacudo minha cabeça para limpá-la e tento fingir que não percebo Kimmi olhando para mim enquanto nós marchamos pela lama de um campo, em direção à parte de trás do Banco Nacional de Fort Clinton. — Maldito idiota. - Ela rosna para mim quando ela tropeça em alguma coisa e mal consegue se manter em pé. — Obrigada por quase estragar isto, Sparks. - Kimmi sacode do ombro uma poeira de mentira e arruma seu rabo de cavalo. Ela parece um pouco estranha para mim agora sem seus brincos e maquiagem. Eu juro, eu não á via se vestir assim tão simples desde que Mint saiu da Triplo M de vez, e ela se declarou de luto. É claro que isso durou apenas dois dias, apenas até a próxima garota aparecer. Eu suspiro. — Ei. - Eu digo a ela, pensando no rosto de Amy quando ela me perguntou se éramos exclusivos. Havia um pouco de medo em seus olhos, eu pude ver. Ela realmente gosta de você, Sparks. Caramba. O que mais eu poderia fazer, além de transar com ela? — Eu disse que sentia muito, o que mais você quer que eu faça? - Eu tento manter minha voz baixa, muito embora não deva importar. Nós estamos avançando

por vários centímetros de água barrenta apenas para chegar até a esta maravilha histórica que está se afogando no pântano onde foi erroneamente construída. Não muitos idiotas estariam interessados em fazer isso, não a esta hora da noite quando está mais frio do que a qualquer merda e miserável pra caralho. — Eu quero que você mantenha o seu pau longe daquela doce bucetinha por cinco minutos, para que você possa realmente pensar direito. - Kimmi me castiga e depois sorri. É difícil dizer no escuro, mas eu acho que ela realmente está me dando um olhar malicioso. — Você pensou sobre isso, não é? — Pensei sobre o que? — Os seis sentidos. — Vá se foder. — Não, não me diga. - Ela diz, virando-se para me encarar e jogando a bolsa por cima de seu ombro. — Você conseguiu todos, não é? — Eu não sei do que diabos você está falando. — Uau, uma semana e o infame Austin Sparks está caidinho de amores por uma filhinha de pregador do Sul. Eu gosto. Isso daria um bom livro, você não acha? - Eu a ignoro e continuo caminhando, mostrando-lhe o dedo do meio e me certificando que ela veja. Poucos segundos depois, algo me bate bem nas costas e eu caio com força.

Capítulo 51 Amy Eu caio no sono, mas somente por pouco tempo, acordando quando o vento muda e começa a apedrejar a chuva contra a minha janela, cada gota como uma pedrinha que ressoa por todo o quarto silencioso e me faz tremer. Eu estou realmente feliz que isso me acordou porque eu estava tendo outro pesadelo, um onde uma menina sem rosto estava sendo subjugada no chão por homens em jaquetas de couro. Eu não gostei nada. Nem um pouco. Eu saio da cama com uma sensação desconfortável no estômago, não aquela angustia que Austin me dá, mas outra coisa. Eu pego minhas calça do chão e a visto, movendo-me através do quarto e parando ao lado de um armário de bebidas de fachada de vidro com várias garrafas de vinho dentro. Cada uma tem uma etiqueta de preço pendurada em seu pescoço, assim eu vasculho entra elas até encontrar a mais barata, não querendo impor nada a Austin, mas desesperada para me livrar deste sentimento. Apenas surgiu do nada e eu não gosto disso. Afinal de contas, os piores tipos de problemas são aqueles que você não vê chegando até que eles estão bem atrás de você. Eu ponho a minha garrafa numa mesa perto da janela e quase entro em colapso no chão de vergonha quando vejo a impressão de uma bunda no vidro embaçado. Eu avanço rapidamente e borro com meus dedos, agarrando o balde de

gelo enquanto passo e indo para fora em busca da máquina de gelo que eu vi antes. Eu notei porque achei que parecia estranha, esta grande peça de aço inoxidável contra os enfeites e decorações da velha guarda. Eu meio que desejei que os proprietários se livrassem daquilo. Eu estou no corredor apanhando cubos de gelo quando eu os vejo. Um grupo de homens em jaquetas de couro com um grande emblema de pássaro preto nas suas costas. As palavras Bested by Crows saltam para mim enquanto eu me inclino cuidadosamente atrás da parede perto da máquina de gelo. Eu não sei por que, mas meu coração está bombeando forte e rápido e há um pequeno sino tocando na parte de trás da minha cabeça me dizendo para não me mover. Eu me lembro do aviso de Gaine com um arrepio e observo enquanto os homens se movem pelo corredor verificando números de quartos até encontrarem aquele que estão procurando. O meu. Eles olham para um lado e para outro no corredor, e eu por pouco me deixo

ser vista, escondendo-me contra a

parede e olhando para frente, para a placa a minha frente. Por favor, não enfie o balde na máquina. Há um apanhador de metal fornecido para sua conveniência. As palavras mansas ajudam a me manter calma enquanto espero, virando-me para olhar apenas depois do som do tilintar das correntes e do farfalhar do couro ter sumido. Imediatamente, eu largo meu balde no chão e me movo pelo corredor o mais rápido que posso, meus pés descalços sussurrando silenciosamente sobre o carpete cor de vinho.

Eu levanto meu punho para cima e bato suavemente na porta,

não

querendo

fazer

muito

barulho.

Depressa,

depressa, depressa, eu penso enquanto a bile sobe pela minha garganta e os cabelos na minha nuca se arrepiam. Só vai levar um segundo para eles perceberem que não há ninguém lá. Eu tenho certeza de que eles estão atrás de Austin, mas o que acontece se eles vierem para o corredor e me virem aqui? Eu bato um pouco mais. E se eles estão atrás de Austin, eu preciso ligar para ele o mais cedo possível e alertálo. Infelizmente, meu celular está lá no quarto. A porta guincha aberta e eu me encontro cara a cara com Mireya Sawyer. Seus olhos escuros estreitam e seus lábios carnudos torcem em um sorriso de escárnio. — O que foi Cross? - Ela rosna e, em seguida, quando ela vê o olhar no meu rosto. — É sobre Austin? - Eu olho por cima do ombro e vejo a minha porta abrindo no final do corredor. Eu me desviro de volta para Mireya e empurro o meu caminho para dentro de seu quarto. Felizmente, ela não luta

comigo

e



um

passo

para

o

lado,

fechando

rapidamente a porta atrás de mim e enganchando a corrente. Eu posso não gostar da mulher, mas ela tem instintos, e ela é durona. Quando eu vejo Melissa em pé ao lado das portas do pátio, eu fico ainda mais aliviada. — O que diabos está acontecendo? - Mireya pergunta, mas eu noto que ela não grita. Ela mantém a sua voz uniforme e me olha diretamente nos olhos.

— Há um grupo de homens no corredor. - Eu começo minha voz entrecortada. Eu estou tendo dificuldade em manter meu pulso sobcontrole.

— Com jaquetas com

emblemas. - Eu gesticulo para as minhas costas, mas é claro, Melissa e Mireya são profissionais, e eles não precisam de uma explicação. Eu chupo em um grande fôlego e me apresso, sabendo que de alguma forma eles estão vindo. Aqueles homens estão chegando. — Bested by Crows. Eles invadiram meu quarto quando eu estava na máquina de gelo. O olhar de Mireya se rompe para longe do meu e se fecha no de Melissa. Seu rosto está começando a enrugar de preocupação,

colocando

pequenas

linhas

entre

as

sobrancelhas escuras. Quando eu olho por cima do ombro para Mel, eu posso ver que seu rosto está pálido. Elas têm alguma ideia do que está acontecendo, mesmo que eu não tenha. — Ele realmente foi adiante com aquilo. - Melissa zomba, sacudindo a cabeça loira de um lado para outro como se ela não conseguisse suportar acreditar na verdade que eu de alguma forma revelei a ela. — Ele... Eu... - Ela para de falar e apenas fica lá inerte, os olhos azuis arregalados e incrédulos. — O quê? - Mireya pergunta, começando a suar. Quando eu olho para ela, eu vejo que suas mãos estão tremendo e seus olhos estão brilhantes e distantes. — O que Kent quer com Walker, Melissa? Você veio até aqui para me dizer, então, diga caralho!

Walker. Minha mente entende a situação com a história de Austin. Ele não especificou o MC com o qual Mireya estava, mas ele mencionou esse nome. Walker. O homem com quem Mireya foi casada, aquele que a prendeu no chão enquanto ela foi estuprada pelas pessoas que ela mais deveria confiar no mundo. Meu coração se parte em dois para ela. Para todas nós. Se eles fizeram aquilo com ela outrora, o que eles vão fazer com a gente agora? Obviamente, eu posso somar dois mais dois e descobrir. Bested by Crows são os inimigos aqui. Meus olhos balançam para o telefone. Eu devo ligar para o 911? Eu espero pacientemente, confiando que Melissa e Mireya irão me dizer o que fazer. Este é mundo delas, afinal; elas cresceram aqui e eu apenas estou aprendendo a andar. — Kent... Ele... - Melissa engole forte e dá um passo para frente, uma beleza pitoresca, com suas longas pernas, sua cintura magra e seios fartos, mas em seu rosto, ela se parece com uma criança pequena. Há o fundamental medo primitivo ali e está traduzido do outro lado do quarto nos olhos de Mireya. — Eu não acho que Austin e Kimmi voltarão vivos hoje à noite.

Capítulo 52 Austin Dor se irradia através da minha espinha e rapidamente viaja até minha cabeça, dando-me uma dor de cabeça repentina com a qual eu tenho que lutar contra enquanto me esforço para descobrir quem ou o que está me esmagando na lama, tentando me afogar na sujeira e nos juncos. Por alguma razão, o meu primeiro pensamento é de Amy e como ela poderia chorar se eu morresse aqui, esta noite, o quanto isso iria machucá-la. Eu nem sequer penso sobre o meu próprio bem estar. Eu fui tomado por aquela mulher e eu nem sequer sei ainda. Raiva cresce através de mim, e eu a solto, permitindo que esses meus instintos primordiais apareçam e tomem controle. Eu tenho uma faca no meu bolso da frente, uma que está colocado estrategicamente, fácil de puxar para fora e de abrir, de balançar para trás e mergulhar na coxa do homem que está em cima de mim. O grito dele perfura o ar e é levado através de todo o terreno relativamente plano até que é engolido pelo som da chuva fresca e um pouco do trovão que está ressoando à distância. Todavia, seja lá quem for esse cara, ele é um profissional e não desiste fácil. Em vez disso, ele balança algo na minha nuca e coloca estrelas nos meus olhos e um novo surto de fúria no meu sangue que move minha lâmina em seu corpo uma segunda vez. Eu atinjo algo

macio, e o homem grunhe finalmente liberando a pressão sobre minhas costas o suficiente para que eu possa rolar, arfando por ar e cuspindo lama e insetos e quem sabe que diabos mais. Imediatamente, eu olho ao redor atrás de Kimmi e entro em pânico quando vejo dois homens circulando um ponto achatado de juncos não muito longe de mim. Atrás deles, mais pessoas estão vindo, aparecendo para fora das sombras como fantasmas. Eu não sei quantos são, mas as chances não parecem muito boas para nós agora. — Seus filhos da puta. - Eu rosno enquanto uso o poder em

minhas pernas para

me impulsionar

para

frente,

atingindo diretamente o intestino do homem amassado que eu esfaqueei. Ele está gemendo e agarrando seu flanco, logo, talvez, ele esteja derrotado e fora da briga, mas Austin Sparks não arrisca. Eu puxo meu punho para trás, deixando o poder serpentear nos músculos dos meus braços e, em seguida, eu o deixo sofrer, socando-o com força o suficiente para que seus olhos rolem para trás de sua cabeça e ele desmaia. Eu não vou matar ninguém, mas eu tenho certeza pra caramba que não vou o deixar vir atrás de mim de novo. Eu luto para ficar de pé com a lama inundando meus sapatos e escorrendo pelas laterais do meu rosto e acabo sendo derrubado novamente por outro homem, um que é duas vezes mais pesado que o anterior. E ele tem uma faca, também, uma grande e longa faca serrilhada que ele segura de forma tão desajeita na mão que me deixa doente.

Eu me esforço para ficar de joelhos bem a tempo de vêlo balançar o braço na minha direção. Eu lanço minha faca em torno dos meus dedos e me levanto para encontrá-lo.

Capítulo 53 Amy Meu corpo inteiro fica rígido. — O quê? - Eu não posso dizer se essa palavra sai de mim, ou de Mireya ou de ambas. — O que diabos isso significa? - Ok, esta definitivamente foi de Mireya. Ela lança um olhar para mim, apenas para complementar e, em seguida, caminha direitamente para Melissa, tomando-a pelo pulso e puxando-a para frente com tanta força que ela solta um gritinho. Seus olhos azuis parecem

bolinhas

de

gude,

redondos,

brilhantes

e,

surpreendentemente, tristes. Ela parece melancólica. — Explique. Agora. - Mireya late enquanto arrasta um celular do bolso e disca um número. Ela põe na viva-voz e todas nós podemos escutar quando cai direto no correio de voz de Austin. — Eu deveria ir com eles, mas Kent disse que tinha mudado de idéia. Eu pensei que ele quis dizer que tinha mudado de idéia sobre tudo, mas eu acho que só se referiu a mim. Ele mudou de idéia sobre mim. Ele não me quer morta, ele quer que eu sofra. -Melissa deixa estas palavras verterem de seus lábios como uma fonte, encharcando o quarto com pânico e confusão. Isso não é bom. Mireya a ignora e disca outro número. Mesmo problema, apenas com a voz de Kimmi aparecendo em vez da de Austin.

— Você está falando como uma maldita pessoa louca, Diamond. Desembuche. — Eles roubam bancos, Sawyer, você sabia disso? Melissa continua, nem mesmo parando para tomar uma única respiração. — Eles roubam bancos, sempre fizeram isso. É de onde nós conseguimos o nosso dinheiro. Eu deveria me juntar a eles, mas eu acho que Kent só me pediu para fazer isso para se livrar de mim. Primeiro, os policiais e agora isto... Eu fico num silêncio atordoado enquanto Mireya começa a gritar novamente. — Melissa, o que vai acontecer com Austin e Kimmi? Austin é um ladrão de banco. Minha primeira imagem é dele numa máscara preta com uma pistola em uma mão e um saco com um grande cifrão verde na outra. Isso, é claro, é completamente ridículo e totalmente ilógico, mas eu não consigo empurrar para longe. Apenas gruda ali enquanto minha pulsação acelera mais e minhas mãos ficam suadas. Meu pai, talvez, julgaria Austin, chamando-o de pecador e ladrão, mas para mim, este pedaço de informação só me ajuda a compreender quem aquele estranho de cabelos aloirados é e por que ele faz o que faz, mesmo que o meu imaginário esteja um pouco desconexo. — Eu acho que você deveria estar mais preocupada com o que vai acontecer com a gente. - Ela sussurra enquanto as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto. Mireya puxa a mão para trás e dá um tapa nela com força, fazendo-me estremecer.

Mais

uma

vez,

eu

olho

para

o

telefone.

Infelizmente, se Austin está no processo de roubar um banco, eu não posso exatamente ligar para o 911 e dizer que ele está em apuros. Se Austin fosse preso e posto de longe, eu não sei o que eu faria. Eu estou apenas começando a aprender a me perder, e ele, ele está começando a aprender a se encontrar. Nós não estamos prontos para ficarmos separados ainda. Se algum dia estivermos. — Kent quer ganhar mais dinheiro, Mireya. Ele quer mais coisas, motos melhores, mulheres mais quentes. - Ela cospe esta última parte para fora com uma risada áspera. — E ele não vai conseguir isso vendendo maconha e roubando poupanças e empréstimos. - Ela põe um pouco do seu cabelo loiro para trás da orelha e parece, por um breve momento, como a Melissa que eu conheci há poucos dias: ousada, arrogante,

descuidada.

Isso

desaparece

de

novo

tão

rapidamente quanto veio. — Então, ele fez um acordo com Walker. - Melissa encolhe os ombros e estende a mão até seu cinto, desfazendo o fecho e deslizando-o para fora da roupa. Por alguma razão, eu não tenho certeza, mas quando Mireya vê isso, ela dá um passo para trás e fica um pouco pálida. — Para gerenciar alguns empreendimentos de alto lucro e unir duas gangues de motociclistas. — Além de me dizer o que eu já sei que o seu fodido marido é um pedaço de merda, o que isso tem a ver com alguma coisa? — Você consegue ver Austin vendendo cocaína, Mireya? E quanto a Kimmi atraindo garotas para o comércio do sexo? - Ela olha para os lábios franzidos de Mireya e, em seguida,

olha para mim. Eu continuo imóvel como uma pedra, e sinto que o sangue no meu corpo está escoando pelo chão e me deixando seca. — Pois é. - Ela ri. — Nem Kent conseguia, então, ele arranjou para os rapazes de Walker matar Kimmi e Austin. Beck e Gaine, também, provavelmente, se eles não entrarem na linha. Uma batida soa na porta, fazendo Mireya e eu pular. Melissa não parece surpresa, entretanto. Em vez disso, ela agarra um cinzeiro e desliza para dentro do seu bolso junto com um punhado de canetas. Ela, em seguida, recua até que ela não tem nada além da parede atrás dela. Eu estremeço enquanto ela faz um ruído com o couro do seu cinto. — Pegue uma arma. - Ela sussurra, e eu noto que Mireya não hesita, estendo a mão para debaixo do colchão e puxando uma faca. Minha cabeça gira lentamente, como se eu estivesse correndo em câmera lenta, meus olhos atraídos para um pequeno clique automatizado enquanto um cartãochave é inserido na porta. E é aceito. A maçaneta se curva para baixo lentamente. — Então, eles estão aqui para nos matar também? Mireya diz, assustando-me terrivelmente, porque ela soa tão resignada com isso, como se fosse uma conclusão inevitável das coisas. — Não. - Melissa diz a voz tão baixa que é quase impossível ouvir. — Eles estão aqui para fazer muito, muito pior.

Capítulo 54 Austin Eu percebo enquanto estou lutando que tudo isso é uma armadilha, uma emboscada se você preferir. Kent estava jogando com a gente desde o início, desde a polícia na cidade natal de Amy, em St. Marlin, até esta merda aqui. Ele está tentando se livrar de nós. Eu desvio de outro soco e tento não deixar isso me incomodar. Ei, eu estava esperando Kent estragar tudo esse tempo todo e ele vai e faz isso. Eu deveria estar feliz. Mas eu não estou. Dez anos partilhando a estrada comigo e é isso que eu recebo: falsidade e um monte de traição de merda. Meu punho se move para cima e bate na mandíbula de outro homem, fazendo-o cair de joelhos ao lado do cara com a faca. Eu espero que o filho da puta não esteja se afogando na água barrenta, mas eu não tenho tempo para verificar a fodida bunda dele. Em algum lugar à minha esquerda, eu posso ouvir Kimmi gritando. Eu abaixo para evitar outro golpe e saio tropeçando cegamente para frente, tentando seguir o som da voz dela e separá-la das outras sombras nas proximidades. Perder Kimmi seria como perder meu braço direito. Eu ainda poderia estar vivo, mas as coisas não aconteceriam exatamente da mesma maneira nunca mais. Seria como se eu estivesse para sempre fora de equilíbrio, sempre tentando sentir algo que não estava lá. Se eu perder um dos meus melhores amigos,

outro alguém vai morrer esta noite. Merda, eu gostaria de ter uma maldita arma, eu penso enquanto me choco nas costas de um dos homens e mando-o voando de cara na lama. Mas assalto à mão armada e o velho furto são coisas completamente diferentes. Kimmi e eu sempre

concordamos

com

isso,

por

isso,

nós

nunca

trouxemos armas. Ela me mataria se soubesse que eu sequer tinha aquela maldita faca de bolso. Eu dou um passo para o lado e por pouco perco de ser abatido por um maldito taco de beisebol, tropeçando em outros dois homens que têm a inteligência para me pegar de ambos os lados e puxar meus braços para trás. Um terceiro homem sai do úmido ar nebuloso, materializando-se ali como se fosse o fodido gêmeo de Kent ou algo assim. Quando ele me golpeia, eu vejo estrelas e arranca bastante da luta de dentro de mim que os três homens são capazes de me colocar de volta onde eles me querem: de bruços na água.

Capítulo 55 Amy — Amy. - Mireya diz com um suspiro, olhando para mim com olhos que estão cheios de tantas emoções que eles parecem muito escuros, como dois globos cheios do próprio céu da noite. Tem ódio lá e amor, raiva e aceitação. É ao mesmo tempo bonito e assustador. — Entre no banheiro e tranque a porta. Pegue meu telefone e ligue para Gaine. - Ela joga o celular dela para mim e anda para trás, assumindo uma posição semelhante à de Melissa. — Ou Beck. Faça alguém ir ao banco para ajudar Austin e Kimmi. — Toc, toc. - É a voz de Kent, escorrendo pela fresta da porta. Apenas a corrente está no lugar agora. — Melissa, querida, se você me deixar entrar, eu talvez decida pegar leve com você. — Pegar leve comigo. - Ela zomba, estufando o peito e dando uma respiração firme. — Vender-me como uma puta não soa assim tão agradável, portanto, obrigada, mas eu acho que vou passar. - Kent ri e o som de sua voz faz com que os cabelos na minha nuca fiquem para cima. — Por que não? Isso é tudo o que você sempre foi de qualquer maneira, uma fodida puta. Você acha que poderia apenas dormir por aí pelas minhas costas, e eu não iria notar? — Isso é apenas uma fodida desculpa para você usar, para se sentir melhor sobre si mesmo, seu covarde de merda.

- Isto sai de Mireya que está jogando um olhar mortal na minha direção. — Entre no maldito banheiro e faça a ligação. - Ela rosna para mim. — Agora. — Sinto muito, mas todo negócio precisa começar em algum lugar. Eu precisava de garantia adicional e agora eu tenho isso. Vocês três, combinadas com a Senhorita Margot, devem fazer um adequado pagamento inicial. 24 — Apodreça no inferno seu saco de merda. — Mireya, é você, baby? - É uma voz diferente do lado de fora desta vez, uma que tem um profundo sotaque sulista, sombria como o breu. — Walker. - Ela sussurra e é o medo no rosto de Mireya que finalmente faz eu me mexer. Eu pego um vaso e uma luminária de uma mesa próxima (estas são as coisas mais próximas de armas que eu posso encontrar) e recuo até o banheiro, arrastando uma cadeira atrás de mim. Eu não estou nem minuto adiantada. Eu consigo cerca de quinze segundos para fechar o trinco e inclinar a cadeira no lugar antes que o som da porta do quarto do hotel estar sendo chutada das dobradiças ecoe por todo o espaço fechado como um tiro.

24

A autora se utiliza, neste parágrafo, de linguagem específica do mercado negocial-imobiliário. No contexto, as mulheres seriam como a “entrada” que Kent deu para Walker se unir a ele – que elas seriam como garantias acessórias do negócio de drogas, se tudo der errado, ainda existe a renda proveniente da prostituição delas.

Capítulo 56 Austin Minha visão começa a ficar preta e meus pulmões se enchem de água enquanto eu luto da melhor maldita maneira que eu sei, lutando pela minha vida a cada batida do meu coração. Eu percebo que esses, caras devem ter instruções muito explícitas sobre mim já que eles estão tentando muito arduamente me afogar e não me esfaquear ou atirar em mim. Acho que talvez tenha a ver com a quantidade de provas que eles vão ter que limpar quando eu morrer. Não pense dessa forma, Austin, eu digo a mim mesmo enquanto sinto o último pedaço de ar em meus pulmões escapar, borbulhando para fora de mim e deixando meu peito apertar com água. Eu penso muito sobre Amy enquanto estou me afogando, desejando-a com tudo o que tenho, percebendo nesse momento nojento e miserável que Kimmi está certa. Eu consegui todos os seis sentidos. E eu a amo. Austin Sparks ama uma garota que acabou de conhecer. Kimmi estava certa - isso daria um maldito livro bastante incrível. Eu só gostaria de saber como termina. Minha mente começa a ficar manchada nessa hora, e eu estou dizendo as minhas últimas orações a Deus quando a pressão sobre mim desaparece e minha cabeça surge para fora da água, içada por uma mão invisível que está gritando, batendo-me e chamando meu nome.

— Austin, seu fodido idiota. Acorda inferno! -É Gaine. Ele me solta para lidar com mais um dos paus-mandados de Walker e eu acabo caindo de joelhos, tossindo, sufocando e ofegando. Eu engulo o máximo do doce ar para dentro de mim que eu posso antes de eu levantar a cabeça e tento fingir que não vejo Beck cortando a garganta de um homem com a faca. Sangue está em toda parte agora, uma completa enxurrada disso, manchando a água em torno de meus joelhos e fedendo o lugar com o cheiro de cobre quente. — Kimmi? - Eu suspiro enquanto pisco para longe as estrelas da minha visão e deixo Gaine me ajudar a me levantar. — Eu estou bem aqui, Sparks. - Ela diz, cambaleando para frente e parando ao lado de Beck, que está coberto pelo pegajoso vermelho, mas sorrindo de qualquer maneira. Beck diz que, quando se trata de bandidos, ele não se importa de eliminar o lixo. Eu não posso dizer que estou inteiramente de acordo com isso, mas funciona. Especialmente já que eu ainda estou fodidamente vivo. — O que diabos estão acontecendo? - Gaine pergunta, parando quando ele ouve seu celular. Seu rosto empalidece. — Mireya. - Ele tira do bolso e responde com a mão trêmula. — Mireya, você está bem? - Gaine pausa. — Amy? Meu coração para de bater enquanto eu espero Gaine dizer alguma coisa, me dizer que ela está bem e que ela só está ligando para checar. No telefone de Mireya?

— Kimmi e Austin estão bem, mas vocês, garotas, aguentem firme e não chamem a polícia. Nós estamos a caminho. - Ele diz e, então, ele está deslizando o telefone para longe e começando a correr, caminhando através da lama com toda a força nas pernas que ele consegue reunir. Ninguém diz nada; nós apenas o seguimos e eu peço a Deus que Amy Cross ainda vai esteja viva quando eu chegar lá.

Capítulo 57 Amy Eu ligo para Gaine e felizmente para mim, eu recebo uma resposta. Ele me diz para aguentar firme e desliga, deixando-me sozinha com o som de gritos, batidas e golpes. Eu deveria abrir esta porta e lutar, eu penso comigo mesma, perguntando-me por que Mireya me deu este lugar, deixandose lá fora para lutar enquanto eu me sento aqui neste cômodo de azulejos que não é melhor do que uma gaiola. Eu tenho que ajudar. Eu procuro rapidamente pela lista de contatos até que encontro Margot. Ela responde ao primeiro toque. — O que eu devo fazer? - Eu sei que ela pensa que é Mireya que está ligando para ela, mas não há tempo suficiente para explicar, então, eu apenas deixo tudo escapar. — Bested by Crows está aqui procurando por você. Entre no banheiro e leve uma cadeira, tranque a porta e ponha a cadeira contra. Fique sentadinha e nós vamos buscá-la quando tiver acabado. - Se terminar bem, isto é. Eu desligo antes que ela possa responder, colocando o telefone na bancada de granito ao lado da pia e pressionando o ouvido na porta. Há um monte de grunhidos e xingamentos, mas não tantos gritos como houve alguns segundos atrás. Por favor, diga-me que eles já não a abateram? Melissa e Mireya são ambas duronas, muito mais duronas do que eu, e eu esperava uma boa luta delas. No entanto, quando eu escuto,

eu ouço apenas respirações ásperas e gemidos. Isso me assusta pra caramba. — Você sentiu minha falta, baby? – Eu ouço Walker dizer, o som de sua voz me fazendo esfriar por dentro. Eu não tenho amor por Mireya, mas eu não tenho nada além de ódio por um homem como ele, alguém que usa os outros e não se importa com o que acontece com estes. Quando eu a escuto gemer, eu sei que tenho que ir lá, não importa o que aconteça. Se Walker estuprar ou matar Mireya enquanto eu apenas fico aqui, eu nunca vou me perdoar. Eu deslizo a cadeira para longe da porta, cuidado para não fazer muito barulho e entregar a minha posição. Enquanto eu estendo a mão para a fechadura, eu fico tonta com o medo e antecipação e preciso recorrer a uma boa e antiquada citação de Serone Glance para passar por isso. Os momentos mais fodidamente difíceis na vida são aqueles em que o mundo inteiro é uma grande e imensa incerteza, onde o acaso tem mais poder de mudar o seu destino do que você. É então que você vai me querer, Sali, porque eu, eu sou uma coisa certa. Eu pego a luminária de metal em uma mão e abro a porta com a outra. Eu não grito ou dou um grito de batalha (por que diabos alguém iria pensar que entregar a sua posição desse jeito era uma boa idéia, eu não tenho certeza), apenas saio atrás de um homem (Kent, na verdade) e levanto o metal até o crânio dele. Ele tropeça e grita, mas não cai no chão.

— Sua putinha. - Ele rosna, girando seu rosto para mim enquanto meus olhos examinam a cena e encontro Melissa no chão com os olhos fechados, o sangue escorrendo do lado de seu rosto. Eu ainda posso vê-la respirando, portanto, ela não está morta, mas há três homens ao seu redor, olhando para o rosto calmo dela com expressões que só poderiam ter sido revestidas em seus corpos pelo próprio diabo. Um deles tem um rolo de corda na mão. Mireya não está se saindo muito melhor. O homem, Walker, um loiro de pele bronzeada e um sorriso de bom garoto, e tem ela pelos cabelos e a está segurando de joelhos. Eu estou feliz em dizer que o lábio dele está partido e parece que ele está mostrando um olho roxo em seu olho esquerdo, mas que é só isso. Mireya é durona, mas ela não teve muitas chances - há mais dois homens atrás dela, prendendo seus braços para trás. Ninguém se move para ajudar Kent. — Se você não consegue lidar com uma vadia por si só, como na terra você vai conter todo um estábulo cheio delas? Walker pergunta, rindo enquanto ele me observa pegar outro vaso e balançá-lo contra Kent Diamond. Ele se move subitamente, oscilando para o lado como um fantasma, tão rápido que eu mal posso ver e, de repente, há uma faca pressionada contra a minha garganta, muito apertado. Eu tento respirar, mas quando eu inalo, a minha pele é cortada ao longo da lâmina e começa um gotejar de calor na frente do meu pescoço.

— Tente não bater muito nela. – Walker diz, descendo a mão para abrir o zíper da calça. — Elas não valem tanto desse jeito. - Kent rosna como se ele não gostasse que lhe dissesse o que fazer e empurra-me de volta pelo meu cabelo, cortando um pouco mais profundamente e me fazendo gritar. Ainda assim, eu não consigo parar de observar Mireya, olhando para ela e vendo seus olhos fechados, pensando na forma que elas estavam quando elas me mandaram ir ao banheiro. Havia amor lá. Não era por mim, não, mas foi por Austin. Ela queria me poupar por causa dele. A calça de Walker se desfaz, e eu explodo, virando meu corpo para o lado e deslizando a lâmina de Kent enquanto eu me movo, cortando minha garganta. Do jeito que eu fiz, não vai matar, mas Deus dói. Eu penso em Austin enquanto o sangue respinga no chão e meu corpo sai voando para frente, atingindo Tray Walker tão forte que ele solta seu agarre sobre Mireya. O homem usa o seu poderoso braço para me nocautear e faz eu me estatelar onde eu bato contra um armário e caio no chão, ofegando e tocando a ferida no meu pescoço. É algo mais psicológico a esta altura, apenas a sensação de sangue ali me dá a certeza de que eu vou morrer. Imediatamente, a minha mente vai para Austin Sparks. Ele é o primeiro homem com que eu já dormi que eu sequer “namorei” se é disso o que você quer chamar o nosso acerto, mas não importa. Eu sei. Eu acho que sempre soube o que vai acontecer. Eu vou me apaixonar por ele. Eu vou ficar caidinha por ele e meu estômago vai doer cada vez que ele

entrar num cômodo. Eu vou me preocupar com ele quando ele não estiver lá, e existirão momentos em que eu vou odiá-lo. Porque é isso que é o amor. É um caleidoscópio de emoções, todos os diferentes tipos de cores, misturadas numa só. Eu

observo

Mireya

explodir

como

uma

pantera

enjaulada que foi liberta, passando as unhas no rosto de Walker, pegando a faca que ela tinha antes do lugar onde esta havia caído sobre a cama e manuseando-a, atingindo-o no peito. Os dois homens que a estavam segurando se movem para frente e conseguem agarrá-la pelos seus ombros, puxando-a de volta antes que ela possa fazer algum dano de verdade. Uma sombra cai sobre mim, e eu olho para cima para ver Kent pairando ali, pálido, medonho e perverso. Eu estive certa sobre ele: ele é ferrado de dentro para fora (desculpem a linguagem, mas é verdade). — Mate-me. - Eu digo a ele, porque eu não vou deixar eles me estuprar. Eu não vou deixar ninguém me estuprar. Eu prefiro cortar minha própria garganta primeiramente. Meu corpo pertence a Austin e a mim e é isso. Eu não vou deixar ninguém tirar isso de mim. — Não. - Ele diz, e ele realmente lambe a faca. Lambendo-a como se ele realmente fosse tão um vampiro como ele parece. — Eu não acho que eu vou dar-lhe esta satisfação, Senhorita Cross. Lembre-se de que eu disse: garantia adicional. Ele desce a mão, meus olhos se fecham, e pela porta entra Austin Sparks.

Capítulo 58 Austin Você já ouviu aquela frase: não há no inferno ferocidade como a de uma mulher desprezada? Bem, isso é um monte de merda. Não há no inferno nada como um homem que entra e vê a sua mulher no chão, com a garganta cortada, o sangue arrastando pelo pescoço e empapando o tecido de seu lindo pijama rosa. Gaine e Beck passam correndo, e Kimmi desaparece para

encontrar

Margot,

mas

eu,

eu

ando.

Eu

ando

diretamente para trás de Kent Diamond, e eu estendo a mão e agarro seu pescoço, deslizando o braço em volta do pescoço do meu presidente e apertando com toda a força que me resta em meus músculos cansados. Ele luta e mexe a faca ao redor, mas vamos encarar Kent sempre foi meio covarde, deixar todos os outros fazerem o trabalho por ele todos esses anos o fez ficar molenga. Ele não resiste muito, e após alguns momentos, ele está completamente parado. Eu solto o corpo dele no chão e chuto para o lado, ciente de que há movimento acontecendo ao meu redor, mas incapaz de dar a mínima para isso. — Amy. - Eu sussurro enquanto me sento e a puxo para o meu colo. — Porra, doçura, eu não posso perder você ainda. Eu acabei de ter você. - Eu percebo que existem seis homens malditos neste quarto, seis homens experientes e capazes, mas eles não têm Beck. Eu não me incomodo de me levantar

para ajudar e fico bem onde estou. — Austin. – Ela diz, subindo a mão para tocar no meu rosto. — Eu estou bem. - Ela cutuca a fenda em sua própria garganta. — É apenas uma ferida superficial. Elas sangram muito. - Ela faz uma pausa e engole duro. Eu sigo seus olhos até a porta, onde Kimmi está com sua pistola em uma mão e o pulso de sua namorada colocou na outra. Ela não atira, mas seus olhos dizem que ela não hesitará tampouco. — Austin. - Ela me diz, franzindo os lábios com raiva. — Eu digo: à merda toda aquela besteira de assalto à mão. Nós nunca vamos ser pegos de qualquer jeito. Eu vou levar uma maldita arma da próxima vez. - Ela mantém a mão apontada para Walker e seus homens enquanto Beck os nocauteia sistematicamente, um por um. Até que ele chega a Tray Walker, o próprio é claro que faz uma pausa para entregar a faca a Mireya, a extremidade não afiada em primeiro lugar. Ela olha para esta e depois para mim, e eu olho para longe. Esta é uma decisão para ela fazer, e eu não vou interferir ou julgar. Isso apenas não é certo. Eu mantenho o meu olhar focado em Amy. — Você tem fodidamente certeza disso doçura? - Ela acena com a cabeça e, em seguida, estende suas mãos até o meu rosto, agarrando-me por debaixo do queixo e me beijando com os lábios manchados de sangue, provando-me, puxando e afogando-me tão profundamente nela que eu nunca serei capaz de escapar, nem mesmo se eu quisesse. Existem apenas três tipos de beijos neste mundo: aqueles secretos que ninguém vê; os falsos que todo mundo

vê; e os reais, que apenas duas pessoas veem. Este foi um destes e eu vou ser condenado, mas balançou meu maldito mundo.

Epílogo Amy Depois que Austin se certifica que todos estão bem, que vamos todos viver, ele nos reúne e nos coloca na estrada, levando o nosso pequeno grupo de volta para o corpo principal do Triplo M. Sem parar, eles fazem fila atrás dele, motocicletas ronronando e ressoando juntas em um coro excitante e perverso que faz meu sangue cantar quase tanto quanto o homem sentado na minha frente, cujo coração está batendo em sintonia com o meu. Austin coloca uma música no interfone e não fala sobre o que aconteceu. Não até que tenhamos pilotado durante a noite que virou dia e que virou noite novamente. Só então, quando ele colocou algum espaço entre nós e o que aconteceu, ele para todos nós em uma garagem, deixando o nosso grupo desaparecer no fundo de uma cidade que é maior do que qualquer outra que eu já vi pessoalmente, com arranha-céus em abundância e estradas que nunca dormem. Assim que todas as motos estão estacionadas, tudo está em silêncio, como se as paredes de cimento em torno de nós fossem bordas de uma bolha, mantendo a nossa pequena comunidade contida, protegida do mundo exterior e de todos os sons que vêm com este. — Então, você é um ladrão de banco, hein? - Eu sussurro enquanto Austin tira seu capacete pela primeira vez em quase vinte e quatro horas. Mesmo quando paramos para

abastecer, ele não o removeu, nem uma vez. Nem mesmo quando eu finalmente me lembrei da minha pobre amiga, esperando em sua gaiola dourada para eu ir buscá-la e contei isso a ele. Ele não respondeu, mas eu notei que o nosso caminho mudou um pouco, dando voltas em rodovias seguindo para o Sudeste, na direção de Christy, em direção a um lugar que, na semana passada, eu chamei de casa e, hoje, é apenas outra cidade. Eu espero, numa expectativa tensa, ele me responder, dizer qualquer coisa. — Sim. - Ele responde a voz um pouco áspera em torno das bordas, um pouco rouca de não falar por tanto tempo. Muito sexy. — Eu acho que é excitante. - Eu sussurro e Austin sorri, encontrando

meus

olhos,

queimando-me

com

o

calor,

cegando-me com sentimentos que eu ainda não resolvi totalmente, mas que eu pretendo trabalhar neles, mesmo que levem décadas. Eu sorrio e ele sorri em retribuição. — Bom, porque, doçura, quando eu disse que você era minha, eu falei sério. — Assim como eu. Nós sorrimos um para o outro e, em seguida, observo, com a minha pulsação batendo como uma coisa selvagem, enquanto Austin desce da moto e enfia seu capacete debaixo do braço, virando-se para encarar os Membros da Triplo M que estão esperando pacientemente para ouvir o que é que ele vai dizer. Eu acho que, de alguma forma, de algum jeito, todos nós apenas meio que presumimos Austin era o novo

presidente. Ele não discute a questão. — Lamento dizer que Kent não está mais com a Triplo M. - Austin pausa e esfrega o restolho de barba que está decorando sua mandíbula. Ele não diz se o homem está vivo ou morto. Eu não tenho certeza se ele mesmo sabe disso. Eu presumo que eu tampouco sei. Eu tremo, mas eu não penso nisso mais do que isso. O que aconteceu, aconteceu. O universo está sob controle agora, e eu odeio dizer, mas o mundo

com

menos

um

desses

homens

horríveis

(especialmente Walker ou Kent) pode realmente ser um lugar melhor. — Merda veio abaixo e coisas ruins aconteceram. Ele encolhe os ombros. — Mas nós continuamos em frente porque é isso o que nós fazemos, é o que o nosso grupo sempre fez. Nós sempre estivemos aqui para ajudarmos uns aos outros em tempos de crise, e eu pretendo manter isso assim. - Ele para apenas o tempo suficiente para Beck aparecer com um sorriso malicioso e uma piscadela. — Então, Pres, para onde? Austin pensa sobre a questão por um instante. — Bem, eu acho que já faz algum tempo desde que fomos para a costa, e acho que todos nós poderíamos usar um período de férias. - Ele observa o meu rosto por um momento, e seu riso se transforma em um sorriso largo. — Mas primeiro temos que ir buscar uma amiga de Amy. — E depois? - Gaine pergunta baixinho, e eu juro que toda a garagem fica em silêncio apenas para ouvir o que Austin vai dizer. Ele mantém os olhos em mim o tempo todo,

prendendo-me nele, transformando o meu corpo numa massa derretida, de modo que eu sinto que estou misturando-me com ele, afundando no couro de sua jaqueta e encontrando o seu coração. — Então... – Ele diz. — Nós iremos para onde o vento nos levar...

A história continua com Gaine e Mireya. Não perca a continuação da trilogia!

Sobre a Autora C. M. Stunich foi criado sob um manto de nevoeiro na área conhecida simplesmente como Eureka, Califórnia. Um lugar misterioso, esta estranha terra arbórea cultivou o desejo de Caitlin (sim, esse é o nome dela!) de escrever estranhos romances ficcionais sobre monstros perversos, trens mágicos e Leões da Neméia (Ponham no Google!). Atualmente, ela gosta de drag queens, de ter muitos gatos, e dança do ventre tribal. Ela pode ser alcançada pelo [email protected], e ama ouvir seus leitores. A Sra. Stunich também escreveu esta biografia e não tem ideia de por que decidiu referir-se a si mesma na terceira pessoa.

01 - Perdendo-me, Encontrando você.pdf

Leitura Final: Marci Souza. Formatação: Marci Souza. Page 3 of 373. 01 - Perdendo-me, Encontrando você.pdf. 01 - Perdendo-me, Encontrando você.pdf. Open.

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