QUARTA-FEIRA (1º/06) G1 (1º/06)

Veja a reportagem na íntegra http://g1.globo.com/mg/grandeminas/mgintertv-2edicao/videos/t/edicoes/v/sisu-do-2-semestre-de-2016-jaesta-com-as-inscricoes-abertas/5061943/

SIMI (1º/06) ARTIGO O USO DE BIG DATA NOS GOVERNOS E SEU POTENCIAL REVOLUCIONÁRIO O armazenamento e a disponibilização de dados são fatos mundiais que atingiram os governos, contudo a interpretação e utilização desses dados para tomada de decisão ainda apresenta um espectro de diversidade muito grande Por: Thiago Borges

Segundo estudiosos da área de ciências sociais, somos uma sociedade baseada na comunicação. As novas tecnologias contribuíram fortemente para a quantidade de informações que circula mundialmente tornando nossa sociedade a mais complexa já existente. O desenvolvimento da tecnologia a partir da década de 1960, a redução dos custos de hardware e de mão de obra especializada, impulsionaram a utilização de sistemas informatizados por todas as organizações e ampliou, de forma incontável, o volume de dados armazenados. Em paralelo ao movimento de desenvolvimento tecnológico, a população mundial passou a utilizar os dados disponíveis para acompanhar as atividades desenvolvidas pelas organizações, sejam elas privadas ou governamentais, e buscar estabelecer medidas de desempenho. A complexidade dos ambientes e a disponibilidade de dados permitem uma avaliação de resultados, sociais ou econômicos, o que alimenta a expectativa por resultados positivos a partir da aplicação de recurso. Os gestores passaram a decidir em ambientes onde há muitas variáveis, risco elevado, alto nível de incerteza e uma crescente necessidade de agir rapidamente para aproveitar oportunidades e, consequentemente, evitar potenciais ameaças. O armazenamento e a disponibilização de dados são fatos mundiais que atingiram os governos, contudo a interpretação e utilização desses dados para tomada de decisão e, no passo seguinte, para monitoramento dos resultados ainda apresenta um espectro de diversidade muito grande. Os governos apenas arquivam os dados para aqueles que avaliam suas opções a partir de estudos baseados nas informações provenientes dos bancos de dados. No Brasil, alguns estudos acadêmicos permitem duas inferências: a) os governos ainda são apenas armazenadores de dados; e b) os gestores públicos ainda possuem baixa qualificação para interpretações de cenários complexos. A primeira inferência se deve a uma política de transparência de dados recente, e a segunda pelo fato das formações especializadas dos gestores e da falta de sistemas ou plataformas simples de interpretação e correlação dos dados. É neste contexto que se inserem as ferramentas de big data, sem entrar especificamente no conceito do campo da computação, podemos definir esse conjunto de palavras como a utilização de um grande volume de dados e de fontes variáveis, que são processados em um espaço curto de tempo para responder perguntas específicas. Se construídos a partir das perguntas certas, os sistemas de big data podem representar instrumentos importantes para indicar tendências a partir do cruzamento de diversas variáveis permitindo uma redução considerável das opções disponíveis, com o objetivo de minimizar riscos. Além disso, tendem a reduzir o tempo de coleta, processamento e análise feita pelos gestores permitindo uma concentração de esforço na execução e no monitoramento dos resultados. Em um cenário cada vez mais restritivo em relação às formas possíveis de aumento da arrecadação dos governos, a utilização dos sistemas de big data para análises na escolha e desenvolvimento de políticas públicas tende a permitir discussões mais profundas acerca das opções e das justificativas para dispêndio de recursos públicos, não se trata aqui de eliminar o caráter político da escolha, mas de permitir que escolhas políticas tenham uma maior assertividade quanto aos seus resultados.

Um exemplo de como plataformas de análises de dados podem ser utilizadas sem impedir as decisões políticas, mas apontando opções analiticamente viáveis, é o uso da plataforma DataViva para decisões sobre diversificação econômica. A plataforma dentre diversas aplicações possíveis, disponibiliza um gráfico que demonstra o espaço de produtos (Product Space) em alguns níveis de agregação. Esse espaço de produtos apresenta uma rede na qual os elos são produtos com uma forte correlação para coexportação, como por exemplo, países ou regiões que exportam carro ou computadores também tendem a exportar turbinas de avião. Em um caso hipotético relacionado ao uso do Product Space pode-se verificar que, ao analisar o espaço de produtos de uma região, fica claro que a exportação com vantagem comparativa em relação a uma média mundial apenas produtos primários, indicando também que seu parque industrial está mais próximo de se investir na industrialização desses. O governo dessa região pode optar por uma política pública que incentive essa evolução gradual com um possível dispêndio de recursos menor, ou optar por dar um salto tecnológico e buscar atrair novas empresas. Desse modo será preciso capacitação de mão de obra, campanhas de conscientização dos empresários, realização de encontros e rodadas de negócios para desenvolver uma nova indústria. Tomada a decisão é necessário monitorar os resultados para verificar a assertividade da escolha ou a necessidade de correção de rumos. O DataViva responde a essas e outras questões como: quais são os produtos importados e exportados por um município? Quem são os principais parceiros comerciais para as importações e exportações de estado ou município? Quais as ocupações mais empregam em determinado município ou no país? Quais cursos possuem maior número de matrículas em determinada região? Esses cursos atendem a demanda por mão de obra especializada da região? Todas essas perguntas demonstram a infinidade de possibilidades de aplicações com apenas cinco bases de dados analisadas. Apenas com um exemplo de plataforma de big data fica claro o potencial de uma análise de dados consistente para apoiar a tomada de decisão e validar escolhas públicas. A aplicação dessas ferramentas perpassa diversas áreas como saúde, educação, meio ambiente, fiscalização, entre outras. Por fim, resta esclarecer que a tecnologia está disponível, os dados são coletados todos os dias, o que falta é uma mudança cultural que valorize a análise de dados e pessoas para fazer as perguntas certas aos sistemas e se responsabilizar pelas escolhas feitas. (*) Thiago Borges é mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é professor no IBMEC de contabilidade Governamental e Metodologia Científica.

AGÊNCIA MINAS (1º/06) Fundação João Pinheiro recebe inscrições para cursos de capacitação em diversas áreas A Escola de Governo (EG) da Fundação João Pinheiro (FJP) está com inscrições abertas para a programação de cursos de capacitação do 1º semestre de 2016. Ao todo, serão ministrados até o mês de junho dez cursos nas áreas de Licitação, Formação de pregoeiros, Gestão de contratos, Gestão orçamentária e financeira, Português instrumental, Sistema de registro de preços, Elaboração de projetos para captação de recursos, Produção de textos e redação oficial, Gestão de convênios e Gerenciamento de projetos. As ementas, datas, horários e valores podem ser consultados no site da Escola.

Os interessados devem preencher a ficha de inscrição online, encaminhar o comprovante de pagamento da taxa de matrícula (DAE ou nota de empenho) para o endereço [email protected] ou para o fax (31) 3238-1331. As aulas serão ministradas no campus Brasil da FJP (Avenida Brasil, 674, Santa Efigênia, Belo Horizonte/MG). Voltados para profissionais dos setores público e privado, as propostas dos cursos de capacitação são oferecer qualificação para o mercado de trabalho e colaborar para a contínua melhoria do desempenho dos servidores da administração pública. Outras informações pelos telefones (31) 3238-1306, 3238-1307 ou 3238-1308.

Programação do 1º Semestre de 2016 Inscrições: até 3 de junho

Gestão de convênios - 28 horas/aula Aulas: 14, 15, 16, 21, 22, 28 e 29 de junho Horário: 8h30 às 12h30 Investimento: R$ 534

Inscrições: até 10 de junho

Gerenciamento de projetos - 20h Aulas: 22, 23, 24, 27 e 28 de junho Horário: 8h30 às 12h30 Investimento: R$ 416 Pré-requisito: conhecimentos básicos em projetos

O TEMPO (1º/06) Enem: travestis e transexuais já podem solicitar uso do nome social Desde 2014, o Enem recebe o cadastro para o uso do nome social; número de inscrições subiu de 102, na edição de 2014, para 278 na edição de 2015 O travesti ou homossexual participante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que quiser ser identificado pelo nome social no dia das provas deve fazer a solicitação pela internet a partir desta quarta-feira (1º). O prazo vai até o dia 8. No dia do exame, as pessoas trans deverão ser tratadas pelo nome com o qual se identificam e não pelo que consta no documento de identidade. O uso do nome social deve ser solicitado exclusivamente na Página do Participante do Enem. O candidato deve enviar formulário específico pelo sistema, acompanhado de foto e documento de identificação. Desde 2014, o Enem recebe o cadastro para o uso do nome social. O número de inscrições subiu de 102, na edição de 2014, para 278 na edição de 2015. Os participantes travestis e transgêneros também têm garantido o direito de usar o banheiro do gênero com o qual se identificam.

Enem 2016 As provas do Enem serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro. A nota do exame é usada na seleção para vagas em instituições públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), bolsas na educação superior privada, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e vagas gratuitas nos cursos técnicos oferecidos, por meio do Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec). O resultado do exame também é requisito para receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e participar do Programa Ciência sem Fronteiras. Para pessoas maiores de 18 anos, o Enem pode ser usado como certificação do ensino médio. A plataforma Hora do Enem disponibiliza gratuitamente um plano de estudos individual para quem quer se preparar para o exame. O estudante faz um cadastro no qual indica o curso que pretende fazer. O site também permite ao candidato participar de simulados nacionais, além de ter acesso ao Mecflix, portal com mais de 1,2 mil videoaulas.

O TEMPO (1º/06) O programa de celular, criado na Alemanha e já utilizado em dez países, simula a partir de uma foto uma projeção 3D do processo de envelhecimento e dos malefícios provocados pelo cigarro na aparência



Aplicativo faz uma simulação de como ficará o rosto dos fumantes ao longo de anos





Com o objetivo de evitar que adolescentes comecem a fumar, foi lançado nesta terça-feira (31), Dia Mundial Sem Tabaco, a versão brasileira do aplicativo alemão Smokerface, que, a partir de uma foto, simula uma projeção 3D do processo de envelhecimento e dos malefícios provocados pelo cigarro na aparência. A adaptação para o

português foi idealizada e colocada em prática por estudantes e um professor de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O aplicativo, que já pode ser baixado tanto da plataforma Android como IOS, capta uma foto da pessoa e mostra como ela ficará fumando um maço de cigarro por dia ao longo de 1, 10 ou 15 anos. Com animações tridimensionais, ao estilo Snapchat, mostra-se o aumento no número de rugas, espinhas, a queda de cabelo, entre outras consequências do tabagismo. “Os adolescentes são muito imediatistas, não ligam muito para os malefícios a longo prazo. Por isso o aplicativo usa a linguagem da foto, das selfies, focando em algo que impressiona essa faixa etária: a aparência”, explica o professor Paulo César Rodrigues, que orientou os estudantes Breno Bernardes e Luiz Eduardo de Freitas no projeto Education Against Tobacco (EAT) Brazil, inspirado no aplicativo criado na Alemanha e que já foi utilizado em dez países. Aplicativo do Enem estará disponível a partir das 10h desta quarta OMS defende embalagens padronizadas de cigarro PM expulsa estudantes de ocupação na Secretaria de Educação do Rio

Conforme o professor, a ideia surgiu após Breno viajar aos Estados Unidos pelo programa Ciência Sem Fronteiras e conhecer em Harvard o alemão criador do aplicativo. "Ele trouxe essa ideia de lá e, a partir daí, fizemos a tradução e toda a adaptação para a cultura brasileira", explicou. Estudo Além disso, será feito a partir de agosto um projeto de extensão com adolescentes das escolas públicas de Ouro Preto. Serão sorteados dois grupos de 750 estudantes cada, com idades entre 10 e 16 anos, e somente um deles será exposto ao aplicativo e à uma intervenção feita por alunos da universidade para explicar sobre os malefícios e, também, sobre as estratégias da indústria do cigarro. “Depois de 6 meses e 1 ano faremos um levantamento para ver entre os dois grupos quantos adolescentes começaram a fumar e quantos pararam. Isso será usado para vermos a eficácia do aplicativo e fazermos as alterações necessárias. Caso funcione, o objetivo é implantar em todas as escolas”, explicou Rodrigues. Ainda segundo o professor, outras universidades mineiras e até de outros Estados já estudam formas de também trabalhar com o

aplicativo ajudando no combate à iniciação ao tabagismo na adolescência. “Temos muito o foco de tentar reduzir o número de fumantes, mas não existem muitos trabalhos para evitar que esse vício comece”, finaliza o professor.

FOLHA (1º/06) OMS recomenda oito semanas de sexo seguro após visitar áreas com zika Associated Press

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya

A OMS (Organização Mundial da Saúde) reviu nesta terça-feira (31) a lista de recomendações às pessoas que viajam a áreas afetadas pelo vírus da zika, responsável por um grande número de casos demicrocefalia –má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os viajantes que retornarem dessas áreas deverão se abster, segundo a organização, de ter relações sexuais ou proteger-se durante "pelo menos oito semanas", e não apenas quatro. Em suas novas recomendações para a prevenção da transmissão sexual do vírus da zika, a OMS diz que as pessoas deverão esperar "seis meses, se o parceiro masculino apresentar sintomas da doença". Esse é "o tempo estimado para garantir que a infecção foi eliminada do corpo e que o vírus não poderá

ser transmitido (...) para o parceiro", explicou à imprensa o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier. O vírus da zika está associado na América Latina a uma explosão de casos de microcefalia, uma má-formação grave e irreversível caracterizada por um tamanho anormal do crânio do feto, assim como doenças neurológicas em adultos, incluindo a síndrome de Guillain-Barré. O mosquito Aedes aegypti é considerado o principal vetor de transmissão do vírus da zika, mas "evidências cada vez maiores apontam que a transmissão sexual é possível", afirma a OMS. Os cientistas ainda não sabem quanto tempo o vírus pode sobreviver no sêmen. O vírus foi detectado 62 dias após a cura de um homem de 68 anos, o período mais longo observado até à data. A OMS mantém suas recomendações sobre o risco de transmissão sexual do vírus da zika. Os parceiros sexuais de mulheres grávidas que vivem em áreas onde a transmissão local do vírus da zika é conhecida ou que tenham retornado destas regiões devem "adotar práticas sexuais mais seguras ou abster-se de atividade sexual durante o período da gravidez". Além disso, todos os pacientes infectados e seus parceiros sexuais (em particular as mulheres grávidas) devem receber preservativos e ser informado "sobre as medidas de contracepção e práticas sexuais menos arriscadas", ressalta a OMS. A organização apela também para que as mulheres que tiverem relações sexuais desprotegidas e que não desejam engravidar por causa de preocupações relacionadas com o vírus da zika tenham um "acesso fácil a serviços de contracepção de emergência". O vírus está ativo em 60 países, mas o Brasil, que receberá em breve os Jogos Olímpicos de 2016, é o país mais afetado no mundo.

O GLOBO (1º/06) Experimentos usam células-tronco para criar animais com órgãos humanos

Agência dos EUA aplica moratória em financiamentos: ‘considerações sobre ética e bemestar dos animais’

Os porcos foram escolhidos por formarem órgãos com dimensões semelhantes com os dos humanos - University of California, Davis

Criar porcos com órgãos humanos. Este é o objetivo de um grupo de cientistas do Instituto Salk para Estudos Biológicos, sediado na Califórnia, que atua num nascente e promissor campo que reúne modernas técnicas de edição genética e células-tronco. A ideia é sedutora, com potencial para acabar com as filas de transplante, mas enfrenta uma série de dilemas éticos. No fim do ano passado, o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA suspendeu a concessão de novos financiamentos para experimentos que envolvam a injeção de células-tronco humanas pluripotentes (capazes de gerar qualquer tipo de tecido) em embriões de animais em estágio inicial. Mas estudos com financiamento privado prosseguem, a legislação só proíbe que a gestação seja completa. Em comunicado sobre a decisão, o NIH destacou que trata-se de uma “área excitante da ciência que está em rápido progresso, mas que merece considerações sobre ética e bem-estar dos animais”. Além da questão sobre o possível uso de animais para fabricar órgãos, o maior temor é com a humanização, ou seja, que o animal resultante do

experimento tenha características humanas, desde um simples pelo até um maior poder cognitivo. Nos laboratórios do Instituto Salk, Jun Wu é um dos coautores de estudo publicado na “Nature” no ano passado que comprovou a possibilidade de cultivar células humanas em embriões de camundongos. Os pesquisadores desenvolveram um novo tipo de célula-tronco, batizada como rsPSC, criada a partir de qualquer célula adulta do doador. Dessa forma, será possível produzir órgãos e tecidos para transplante sem riscos de rejeição, caso os experimentos sejam bem-sucedidos. Atualmente, a equipe trabalha com porcos. — Estamos tentando gerar órgãos e tecidos humanos funcionais usando um porco como hospedeiro. Usamos tecnologias de edição genética para desabilitar genes no embrião que são chave para o desenvolvimento de órgãos nos porcos e células-tronco humanas para “resgatar” essa deficiência, criando um porco com órgãos humanos — contou Wu. — Nós acreditamos que uma fazenda de órgãos será viável no futuro próximo. Agora existem alguns desafios técnicos, como a eficácia e a escolha do gene correto para modificar no porco, mas achamos que isso será rapidamente superado com o avanço nos campos da edição genética e de células-tronco. CONSEQUÊNCIAS DESCONHECIDAS Após a preparação, o embrião é implantado no útero de uma porca hospedeira, para dar início à gestação. O desenvolvimento é interrompido ainda nas primeiras semanas, mas os pesquisadores esperam ser possível observar sinais de órgãos formados por células humanas. O procedimento de inserção de células humanas em embriões de animais é conhecido como quimerismo, em referência à figura mítica grega de uma besta cuspidora de fogo com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Na ficção, a hibridização de humanos com animais foi explorada por H. G. Wells, em “A ilha do dr. Moreau”. Para Wu, essas fantasias alimentam o temor sobre o futuro dessas tecnologias. — Atualmente, o medo sobre os estudos com quimeras se deve, sobretudo, às consequências desconhecidas do cultivo de células humanas em animais — disse Wu. — A partir de nossos experimentos, nós observamos que a contribuição de células humanas é muito limitada, de menos de 0,01% em porcos e ratos, provavelmente pela

longa distância evolucionária. Por isso, a situação ideal é guiar as células humanas para um órgão específico, como estamos tentando fazer, enquanto limitamos a contribuição para outros tecidos, como o cérebro e a linhagem germinativa. Além do Instituto Salk, pesquisas nessa linha estão sendo realizadas em Stanford e na Universidade de Minnesota. Estimativas apontam que ao menos 20 gestações de quimeras foram realizadas nos EUA no ano passado, mas os resultados ainda não foram publicados. Em carta publicada na revista “Science” em novembro, 11 pesquisadores, a maioria de Stanford, pediram pelo fim da moratória imposta pelo NIH. Além da possibilidade de cultivar órgãos humanos em animais, estudos com quimeras podem abrir portas para outras aplicações, como o cultivo de “órgãos em miniatura” para estudar o avanço de doenças in vivo, ou para modelos de testes de novas drogas, garantindo maior segurança antes dos testes clínicos. O brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego, é um dos pioneiros na produção de quimeras. Em 2005, ele provou que neurônios humanos derivados de células-tronco pluripotentes desenvolvidos em embriões de camundongos podem ser funcionais. Seus experimentos usaram embriões em estágio avançado, com a injeção das células-tronco na região do cérebro do feto — diferente dos estudos atuais, que usam embriões em estágios iniciais, nos quais a contribuição humana pode acontecer em qualquer região do organismo. O pesquisador ressalta a importância desse tipo de abordagem científica. A sua descoberta, por exemplo, abriu caminho para uma série de pesquisas que estão em fase de ensaio clínico para novos tratamentos médicos. Mesmo assim, ele concorda com a moratória imposta pelo NIH. — Acho que o NIH busca o equilíbrio entre ciência de qualidade e questões éticas. Acho bom haver a moratória, acharia péssimo se as pesquisas fossem proibidas — comentou Muotri. — Muitos laboratórios gostariam de fazer estudos em que a gestação é completada. Basicamente, seria repetir o que fizemos, mas com embriões mais jovens, buscando entender como células-tronco poderiam dar origem a todos os tecidos. Eventualmente, esse experimento terá que ser feito. BRASIL NÃO TEM ESTUDOS DO TIPO

A polêmica em torno da produção de quimeras usando embriões de animais em estágio inicial ainda não chegou ao Brasil. De acordo com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), ligada ao Conselho Nacional de Saúde, ainda não foram submetidos pedidos de análise de projetos que tratem do assunto. Mas com o avanço dos estudos nos EUA e em outros países, é provável que a discussão chegue ao país em breve. — A legislação não proíbe — pontua a pesquisadora do Instituto de Pesquisa com Células-Tronco Patricia Pranke, que contribuiu para a elaboração da Lei de Biossegurança, promulgada em 2005. — Na época, isso não foi posto na lei porque esses experimentos não eram previstos. De acordo com a pesquisadora, cada caso será avaliado pelas comissões de ética internas das universidades e pela Conep, não apenas sobre o uso das células-tronco humanas, mas sobre o bemestar dos animais: — Quantos porcos serão sacrificados até que apareça um com o coração parecido com o humano? — questiona Pranke. A professora da USP Patricia Beltrão Braga considera o tema polêmico: — Experimentos com quimeras eventualmente irão acontecer, mas por questões éticas, será difícil obter permissão para que as gestações se completem. A maior preocupação é com a humanização do animal. É claro que não se trata da criação de híbridos como no filme “A Ilha do Dr. Moreau”, mas, em termos práticos, será uma nova espécie, com traços humanos. Sobre os maus-tratos contra animais, Braga avalia que depende do ponto de vista de quem estiver avaliando. A criação de gado para a produção de carne é amplamente aceita, o que não seria muito diferente da criação de porcos para a produção de órgãos. — Se a pessoa tiver uma visão de homem como centro do Universo, vai concordar. Mas se tiver uma visão de que todas as espécies são iguais, ela vai dizer que não. São pontos de vista antagônicos — opina Braga. — Do ponto de vista da evolução da ciência, acho importante verificar se isso é possível ou não. Mas eu sou temerosa em pensar que se possa ter um animal como fonte de órgãos humanos. É algo que teria que ser avaliado, procurar por alternativas para diminuir as filas de transplantes.

O NORTE DE MINAS 01/06/2016 PÁGINA 9 | CULTURA | N° 2893

JORNAL DE NOTÍCIAS 01/06/2016 PÁGINA 4 | SERVIÇO | N° 7209

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