UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE RESIDENCIA MULTIPROFISSIONAL INTEGRADA EM SISTEMAS PÚBLICOS DE SAÚDE

RELATÓRIO DE ATIVIDADES PRÁTICAS E TEÓRICO-PRÁTICAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL - ANO DE 2013 -

INSTITUIÇÃO SEDE DO EIXO BÁSICO DE DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA e SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE AREA DE CONCENTRAÇÃO: VIGILÂNCIA EM SAÚDE

RESIDENTES: (R2) Danieli Bandeira - Enfermeira (R2) Namir Hodali - Farmacêutico (R1) Patricia Prevedello – Enfermeira (R1) Giane Silveira – Farmacêutico (R2) Francine Gabbardo - Nutricionista (R1) Leonardo Dachi - Nutricionista (R1) Juliana Salvany- Enfermeira

PRECEPTOR(ES) DE CAMPO Enfª Drª Verginia Rossato – NVEH Nut. Ana Paula Seerig - SMS TUTORES DE CAMPO EnfªProfª Dr Vânia M.Fighera Olivo

Santa Maria, Dezembro de 2013

I INTRODUÇÃO O presente relatório tem por finalidade descrever de modo ordenado as atividades desenvolvidas pelos residentes do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Sistema Público de Saúde, no período de 2013. Neste, consta as ações executadas na área de concentração Vigilância em Saúde, tendo como campo de inserção a Vigilância Epidemiológica e o Núcleo de Atenção Básica da Secretaria de Município da Saúde, bem como o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar e a Farmácia Hospitalar do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) além dos ambulatórios desta mesma instituição. Este documento foi elaborado através da construção coletiva, visando à participação dos residentes dos seguintes núcleos profissionais: enfermeiros, farmacêutico e nutricionista, mediante encontros presenciais e não presenciais. Este relatório significa divulgar para os setores de trabalho envolvidos e para o programa de residência, os objetivos, metas e os resultados alcançados no decorrer do ano. Além disto, este relatório faz o grupo analisar as atividades desenvolvidas até o momento, com o intuito de avaliar se estão indo ao encontro do que os serviços preconizam. II APRESENTAÇÃO DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO Conforme a Portaria 3252/2009 o campo da vigilância em saúde compreende a análise permanente da situação de saúde da população, articulando-se num conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde (BRASIL, 2009). A vigilância em saúde é um espaço de construção intersetorial, pois atua em conjunto aos diferentes níveis de atenção em saúde, de maneira articulada, visando ações de promoção em saúde, prevenção de doenças e agravos em consonância com ações de reabilitação da saúde. Compreende a Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Saúde do Trabalhador. Fazem parte do processo de trabalho da vigilância em saúde o Sistema de Informação de mortalidade (SIM), o Sistema de informações de nascidos vivo

(SINASC), o Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e NOTIVISA. De maneira geral, as equipes de trabalho destes cenários, são compostas por enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, auxiliares de enfermagem, médicos, auxiliares administrativos e bolsistas da graduação e nível técnico. A experiência adquirida ao longo da inserção nos diferentes serviços que abrangem a vigilância em saúde corresponde às ações em níveis de atenção, sendo esses: primário, secundário e terciário. Conforme a Portaria Nº 2.529/GM de 23 de novembro de 2004, que institui o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar, o HUSM se enquadra como hospital de referência nível II. Neste sentido, as ações do enfermeiro neste ambiente compreendem em operacionalizar as competências do NVEH conforme a portaria (BRASIL, 2004). Nestas ações, incluem-se o sistema de busca ativa para os pacientes internados ou atendidos no pronto-socorro ou ambulatório para detecção de Doenças de Notificação Compulsória (DNC); notificação e investigação, no âmbito hospitalar das DNC; digitação no SINAN; promover trabalho integrado com o laboratório do hospital e com outros laboratórios de referência; estabelecer fluxo com a farmácia para o recebimento de informação de pacientes em uso de medicamentos próprios de DNC; trabalhar em parceria com o Controle de Infecção Hospitalar, entre outros. No âmbito da Secretaria Municipal de Saúde, o enfermeiro da Vigilância Epidemiológica atua no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), dando ênfase para óbitos em crianças menores de 1 ano, mulheres em idade fértil e investigação de óbito por causa mal definida ou sem assistência médica. Caso ocorram óbitos referentes ao citado, são comunicadas a Política de Saúde da Mulher e Política da Criança, do município. Como forma de qualificar o SIM, e a fim de investigar as causas mal definidas, realiza-se o processo de Autópsia Verbal, que consiste em um formulário que permite a obtenção de informações por meio de entrevista com familiares ou investigação em prontuário, a respeito de sinais e sintomas, uso de medicamentos, e outras informações relevantes no período que antecedeu ao óbito (BRASIL, 2008). Também, o processo de trabalho relaciona-se com o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o qual é realizado as notificações compulsórias de doenças e agravos, (incluindo os diferentes

tipos de violência) realizando-se a investigação dos casos. Ainda neste âmbito, incluem-se as Imunizações, a qual organiza e coordenada às campanhas de vacinação, além da distribuição de imunobiológicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégia de Saúde da Família (ESF), capacitações para os profissionais da rede, além de investigar eventos adversos pós-vacinação. Referente à atuação da nutricionista no Núcleo de Atenção Básica (NAB), na Secretária de Município da Saúde, as ações de vigilância em saúde são desenvolvidas por meio do acompanhamento do Programa Bolsa Família (PBF), onde os dados digitados migram para o SISVAN, sendo esses os atuais indicadores de saúde alimentar e nutricional que é disponível para delinear um provável perfil nutricional da população. Assim, observa-se como de fundamental importância a expansão do acompanhamento da população pelo SISVAN, isso junto as unidades de saúde do município, o que já está sendo desenvolvido por meio de visitas as EFS para sensibilizar as equipes quanto a importância do cadastro do SISVAN dos usuários que utilizam a unidade de saúde. Outras atividades são o acompanhamento dos pacientes HIV/AIDS na casa 13 de maio, com a avaliação nutricional dos mesmos e dispensação de suplementos alimentares conforme a necessidade dos usuários. Outro serviço acompanhado é o setor de estomizados do município, localizado na Unidade de Saúde Dr. Erasmo Crossetti, neste os pacientes são orientados quanto a alimentação após começarem a utilizar bolsa de colostomia ou apresentarem incontinência fecal. Junto ao NAB, foram desenvolvidas atividades de gestão, tais como elaboração de declaração para dietas, construção de memorando e ofícios quando solicitado, acompanhamento das gestantes beneficiarias do PBF, participação na construção do Plano Municipal de Saúde, entre outras. A atuação do farmacêutico no serviço de farmácia consiste em atuar nas unidades do hospital para busca dos medicamentos onde há provável falha terapêutica ou algum problema técnico, com consequente notificação. A notificação é realizado no NOTIVISA (Sistema de Notificação de Vigilância Sanitária). São realizadas conforme portaria específica, as atividades referentes ao NVEH, já mencionadas. Juntamente com equipe multidisciplinar foi realizado estudo sobre os medicamentos injetáveis padronizados no HUSM, com estudos sobre doses, diluições, reconstituição, formas e temperatura de armazenamento, validade, interações

medicamentosa e efeitos adversos. Onde o trabalho tem como objetivo de uniformizar a manipulação, preparação e administração das medicações utilizadas no hospital. Nos ambulatórios de gastroenterolgia e de doenças infecciosas é feito acompanhamento dos pacientes em tratamento de hepatites virais e coinfectados com HIV/Aids e hepatites virais, correlacionado à atividades pertinentes NVEH como a notificação, busca ativa e o fluxo destes pacientes na rede de assistência à saúde. Organizando assim a forma de obtenção das informações e impedindo a subnotificação desses dados. O Seguimento Farmacoterapêutico (SF) permite ao farmacêutico avaliar a necessidade do paciente e determinar possíveis problemas relacionados com medicamentos e, se houver, trabalha com o paciente e outros profissionais de saúde para determinar, implementar e monitorar um plano de cuidado. Desta forma, as ações de vigilância em saúde constituem um modelo de atenção em saúde. Assim, como foco do trabalho, a vigilância permite a organização, planejamento e operacionalização dos serviços de saúde, ampliando seu processo de trabalho para além do nível local, integrando entre os diferentes níveis do sistema de saúde.

Situações Problemas

Como principais limitações encontradas no decorrer no serviço, destaca-se a comunicação entre os diferentes níveis de atenção como um obstáculo a ser superado nos serviços de saúde, onde o profissional tem dificuldade de referenciar seus usuários, ou seja, referencia e contra referência. Deparamo-nos no cotidiano de trabalho da vigilância em saúde com ações que necessitam da articulação com a Atenção Primária em Saúde, para a continuidade do cuidado ao usuário. Porém, muitas vezes esse retorno é dificultado pela falta de profissionais nas unidades de saúde, incluindo agentes comunitários de saúde (ACS) além da baixa cobertura das Estratégias de Saúde da Família (ESF).

Trabalho de integração dos residentes inseridos na SMS

Em setembro de 2013, os residentes nutricionistas da Secretária de Município da Saúde e a enfermeira residente da Vigilância Epidemiológica da Secretária de Município da Saúde iniciaram uma nova fase de reestruturação das atividades da residência junto ao serviço. Em reunião de planejamento, observou-se a necessidade de maior interação entre os residentes e os níveis de atenção. Então foi proposto focar em uma temática que fosse de interesse comum da gestão e da epidemiologia, sendo este o Programa de Melhoria Acesso e Qualidade da Atenção Básica – PMAQ-AB. Estão sendo dedicados dois turnos semanais para planejamento e execução desta atividade de integração. Pretende-se contribuir na qualificação dos indicadores de saúde, pois foi observado por meio de análise dos dados que chegam à Secretaria de Saúde através dos Sistemas de Informação que os mesmos não refletem com fidedignidade o perfil saúde da população e não são utilizados nas pela atenção básica para traçar ações. Neste sentido, como ponto de partida iremos utilizar a proposta do PMAQ para intervenção, contamos com a visão dos colegas da residência que estão na Atenção Básica, para a elaboração um diagnóstico e planejamento da nossa intervenção. O trabalho teve inicio com a aplicação de um questionário aos colegas que atuam na Atenção Básica, em uma reunião antes da aula de Tópicos Especiais, para verificar seu conhecimento sobre o PMAQ, sua participação no programa, assim como saber se as unidades trabalham com indicadores de saúde. Neste momento estamos na fase de discussão das respostas do questionário e elaboração da proposta de interação.

III ATIVIDADES PRÁTICAS REFERENTES AO NÚCLEO PROFISSIONAL

3.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO ENFERMEIRO

3.1.1 Atividades desenvolvidas pelo enfermeiro:

3.1.1.1 Investigação de crianças expostas ao HIV

Histórico: esta ação já existia nos serviços de vigilância epidemiológica do município de Santa Maria e também no Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do HUSM. Como parte da rotina de trabalho do campo da vigilância, fomos nos integrando neste processo.

Finalidade da ação: através desta ação estabelecemos uma interação com a atenção básica, a fim de divulgarmos as crianças que necessitam de acompanhamento contínuo, além de investigar se as mães e seus parceiros fizeram o tratamento adequado. Com isso, aumenta o vínculo dos profissionais com os usuários, além de evitar novas exposições futuras.

Dinâmica de operacionalização: esta atividade conta com a equipe de vigilância do município e vigilância epidemiológica do HUSM. Foi criada também uma parceria com a Política de Saúde da Mulher e da Criança. Conta com a participação de enfermeiros, técnicos em enfermagem, além do restante da equipe que sempre auxilia nas demandas.

Resultados percebidos para usuário e serviço: essa articulação permite a prevenção de novos agravos e também, uma percepção pelos usuários de que os serviços de saúde estão à disposição para o que necessitarem, seja ações de promoção em saúde, prevenção de doenças e reabilitação.

Fatores limitantes: o difícil retorno das informações pela Atenção Básica.

Impacto (resultados) no processo de formação do residente: esta inserção no processo de trabalho da vigilância epidemiológica permite conhecermos, detectarmos

fatores que influenciam no processo saúde-adoecimento da população. Trabalhamos com as informações geradas através dos dados e isso nos possibilita atuar de maneira integrada aos diferentes cenários que compõem a saúde. 3.1.1.2 Ambulatório de Doenças Infecciosas Pediátrica – HUSM

Histórico: esta ação já estava sendo realizada pela enfermeira residente do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do HUSM.

Finalidade da ação: através desta ação estabelecemos o vínculo com os profissionais e usuários do ambulatório, a fim de acompanhar a adesão ao tratamento com antiretrovirais, além de realizar referência e contra-referência com outros níveis de atenção à saúde.

Dinâmica de operacionalização: esta atividade conta com a participação da equipe multiprofissional do Ambulatório da DI Pediátrica e com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HUSM.

Resultados percebidos para usuário e serviço: essa atividade permite a articulação com outros níveis de atenção, como as ESF e com as Secretarias Municipais de Saúde, e principalmente com a Vigilância Epidemiológica. Além disso, percebemos a melhora da adesão ao tratamento, aos cuidados com as formas de transmissão do vírus, já que são crianças e adolescentes que estão iniciando a atividade sexual.

Fatores limitantes: difícil adesão ao tratamento de alguns usuários por diversos fatores, como por exemplo os fatores sociais.

Impacto (resultados) no processo de formação do residente: A participação do Enfermeiro do NVEH no ambulatório da DI Pediátrica do HUSM, teve por objetivo fortalecer a adesão dos usuários ao

tratamento dos antiretrovirais, realizar a

investigação e acompanhamento dos casos de crianças expostas ao HIV/AIDS, realizar consultas e orientações de enfermagem relacionadas a vigilância em saúde e adesão ao tratamento, além de efetuar um atendimento multiprofissional a esses usuários.

3.1.1.3 HIV/Aids Casa Treze Maio e Ambulatório de Adesão DI HUSM.

Histórico: Em 2004, foi institucionalizada a Política Municipal em HIV/AIDS em Santa Maria que passou a sediar a equipe que atuava junto ao Programa de Redução de Danos para o uso de drogas. A casa também atende quaisquer pessoas que busquem acompanhamento médico ou que necessitam do teste sorológico para AIDS e para outras doenças sexualmente transmissíveis. O Exame pode ser feito anonimamente e é gratuito.

Finalidade da ação: sendo assim, as atividades propostas pelos residentes pretendem contribuir de forma a colaborar com o serviço na construção de fluxos, que visam facilitar o processo de trabalho dos profissionais na resolutividade das ações demandadas pelo serviço contando com a participação dos três núcleos profissionais (enfermagem, nutrição e farmácia) e integrará os serviços de saúde do HUSM, Secretaria Municipal de Saúde e CasaTreze de Maio no referenciamento. Ressalta-se que nesta atividade, estão inseridos os residentes da vigilância em saúde, e da crônicodegenerativo. Tendo em vista que os usuários internados em estado grave com HIV/AIDS como doença de base são os que desistem ou não aderem adequadamente ao tratamento antirretroviral, chegam ao hospital apresentando diversas doenças oportunistas como tuberculose, pneumonia, toxoplasmose, candidíase, criptococose, citomegalovirose, histoplasmose muitas vezes em estágio avançado. Viu-se a necessidade da inserção da residência nos espaços que atuam diretamente com estes usuários. Pois, é necessário um esclarecimento aos usuários sobre a importância do tratamento e dos efeitos adversos deste, passando este conhecimento pela qualidade de vida. Neste sentido, precisa-se de empoderamento dos sujeitos para que eles possam ser promotores da sua própria saúde, sempre respeitando o direito a não adesão, desde que esclarecida. Sabe-se que a correta utilização dos ARVs gera uma diminuição

de

custos

com

futuras

internações

hospitalares

decorrentes

de

complicações da doença bem com a necessidade de troca de esquema ARV por outro mais complexo e dispendioso.

Dinâmica de operacionalização: A partir disso, foi iniciada a participação da residente R2 enfermeira da vigilância juntamente com as residentes nutricionista e farmacêutica do programa da crônico-degenerativo, no ambulatório de adesão da DI do HUSM e na Casa Treze de Maio, com o objetivo de prestar atendimento multiprofissional a esses usuários e fortalecer a adesão a TAVR, buscando corroborar na redução de doenças oportunistas e de internações desnecessárias.

Resultados percebidos para usuário e serviço: percebeu-se com a intervenção, um maior vínculo com os usuários dos serviços o que contribuiu para uma maior adesão à TARV. Outro fator importante, foi o vínculo criado entre residentes e profissionais dos dois serviços, isto facilitou as ações multiprofissionais e melhorou a qualidade da atenção prestada ao usuário.

Fatores limitantes: difícil adesão ao tratamento de alguns usuários por diversos fatores, como por exemplo, os fatores sociais. Falta de comunicação entre a rede de atenção à saúde.

Impacto (resultados) no processo de formação dos residentes: dentre os principais impactos desta ação, destaca-se o trabalho voltado ao multidisciplinar e ao intersetorial que vem de encontro as prioridades de ações que a residência propõe. Viu-se a partir disso uma valorização por parte dos serviços da importância deste trabalho integrado com os diversos núcleos profissionais.

3.1.1.4 Autópsia Verbal: Histórico: está ação existia na vigilância epidemiológica municipal desde o ano de 201, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria, e persiste até o momento.

Finalidade da ação: a autópsia verbal consiste na investigação de óbitos por causa mal definida ou sem assistência médica. Isto possibilita a melhora da qualidade do SIM, evitando sintomas e sinais achados anormais.

Dinâmica de operacionalização: esta atividade dá-se através da investigação de óbitos em prontuários de unidades e HUSM, ou através da entrevista com os familiares das pessoas que evoluíram a óbito. Posteriormente, com as devidas informações,

contamos com o auxílio de um médico que nos ajuda a definir a causa básica do óbito, através das informações obtidas.

Resultados percebidos para usuário e serviço: essa ação possibilita principalmente a melhoria da informação gerada através do sistema de informação de mortalidade, além de favorecer as parcerias com os hospitais, unidades básicas de saúde e universidade, permitindo assim, a integração ensino-serviço.

Fatores limitantes: às vezes o trabalho fica um pouco limitado quando necessitamos informações de outros serviços, pois inúmeras vezes ficam difíceis localizar prontuário e até mesmo localizar o endereço de familiares para fazer essa busca.

Impacto (resultados) no processo de formação dos residentes: este processo permite a investigação de óbitos por causa mal definida, além de permitir o contato com diferentes instâncias. Também, nos proporciona a identificação de parcerias com os serviços, além da construção de estratégias para facilitar a definição da causa básica dos óbitos.  ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO NUTRICIONISTA

3.1.2.1 Acompanhamento do PBF e SISVAN

Histórico: esta ação já existia, exercida pela Nutricionista do município, junto ao NAB e a Secretaria de Assistência Social. Como parte da rotina de trabalho do campo da vigilância, fomos nos integrando neste processo.

Finalidade da ação: Está ação é uma das condicionalidades para que as famílias beneficiárias continuem a receber o auxílio e os dados obtidos sejam a base para propor ações em saúde por meio do perfil nutricional da população assistida, pois os dados automaticamente migram para o SISVAN, proporcionando esse indicador.

Dinâmica de operacionalização: A pesagens do PBF são realizadas em abril e outubro, aproximadamente um dois meses antes é realizado o contato com a Assistência Social para impressão do mapa de acompanhamento das famílias, logo é

elaborada orientações aos profissionais que realizam as pesagens e no ato as mesmas são visitadas pela nutricionista e a residente conforme necessidade. Após a pesagem os dados são encaminhados a Secretária de Saúde para digitação;

Resultados percebidos para usuário e serviço: há o acompanhamento do percentual pactuado para que as famílias continuem recebendo o benefício, porém ainda é baixa essa cobertura, isso provavelmente devido à baixa cobertura da AB no município. Assim, os dados que migram para o SISVAN não refletem o verdadeiro perfil desta população. Por isso, verifica-se a importância de além do PBF o preenchimento do SISVAN nas unidades de saúde. Neste ano conseguimos realizar a Primeira Chamada Nutricional no Município, ocorreu concomitante a campanha de atualização das carteiras de vacinação, no dia 24/08/2013, nas unidades onde há residência está inserida, e a proposta é de que para 2014 seja ampliada para todas as unidades e em parceria de outras instituições de ensino.

Fatores limitantes: baixa cobertura da AB no município, o que prejudica o acompanhamento do PBF.

Impacto (resultados) no processo de formação do residente: esta inserção no processo de trabalho permite conhecermos e detectarmos fatores que influenciam fragilidades na gestão do município o que reflete na qualidade da atenção à saúde dos usuários do SUS. Trabalhamos com as informações geradas através dos dados e isso nos possibilita atuar de maneira integrada aos diferentes cenários que compõem a saúde propondo intervenções que fortaleçam as ações em saúde.

3.1.2.2

Atendimento nutricional aos pacientes estomizados e HIV/AIDS

Histórico: esta ação já existia, exercida pela Nutricionista do município. Como parte da rotina de trabalho do campo da vigilância, houve integração nestes cenários.

Finalidade da ação: Proporcionar acompanhamento nutricional aos pacientes de forma multidisciplinar com a equipe da casa 13 de maio.

Dinâmica de operacionalização:

- Aos pacientes estomizados, esses são encaminhados pela enfermeira do serviço, conforme a necessidade de orientação. - Aos pacientes HIV/AIDS que são atendidos na casa 13 de Maio, esses realizam a consulta nutricional antes do atendimento do médico infectologista, após os casos são discutidos com a equipe conforme necessidade. Há casos em que se realiza busca ativa, seja pela falta ás consultas ou quando os exames pré-consulta apresentam-se fora dos padrões desejáveis.

Resultados percebidos para usuário e serviço: Há melhora na qualidade de vida dos pacientes, pois conseguem se alimentar de maneira adequada, ou seja, em caso de deficiência nutricional ou distúrbios gastrointestinais, características comuns aos pacientes HIV/AIDS, são muitas vezes evitáveis devido a disponibilidade de suplementação a esses pacientes. E aos usuários estomizados com a correta orientação os mesmos conseguem ter uma alimentação equilibrada e que seja favorável à condicionalidade do estoma.

Impacto (resultados) no processo de formação do residente: Trabalhamos com as informações geradas através dos dados e isso nos possibilita atuar de maneira integrada aos diferentes cenários que compõem a saúde propondo intervenções que fortaleçam as ações em saúde.

3.1.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO FARMACÊUTICO:

3.1.3.1

Notificação dos medicamentos no NOTIVISA

Histórico: Este processo não é uma prática permanente no HUSM pois não há profissional encarregado para tarefa de verificação de todos os eventos e também realize a busca ativa para esclarecer o evento. Finalidade da ação: Manter a qualidade dos medicamentos que são utilizados no hospital, e também fazer quando necessário a notificação dos medicamentos e artigos hospitalares. Dinâmica da ação: Quando o profissional que administra ou manipula o medicamento percebe algum desvio na qualidade ou reação no paciente informa o serviço de farmácia para notificação do mesmo, então um formulário é preenchido com as

informações pertinentes para posterior notificação. É realizado a contagem, verificação dos lotes e validades, contato com o fornecedor informando sobre o problema encontrado e realização dos procedimentos para troca do medicamento. Fatores limitantes: Demanda muito grande de eventos adversos no hospital, bem com a subnotificação dos mesmos, a falta de comunicação entre os profissionais para o correto procedimento e a inexistência de equipe própria para este processo. Impacto esperado: Garantir a qualidade do medicamento que chega até o usuário diminuindo o tempo de internação por ineficácia do medicamento aumento de informação sobre os efeitos dos medicamentos no organismo e abastecimento dos sistemas de informação sobre a qualidade dos medicamentos.

3.1.3.2 Seguimento Farmacoterapêutico no 3º andar

Histórico: Não era realizado no HUSM. Finalidade da ação: resolver e prevenir problemas relacionados com o uso de medicamentos e assegurar que o paciente tenha uma terapia medicamentosa que seja a mais efetiva e segura possível. Dinâmica da ação: A avaliação farmacêutica é realizada através da verificação da prescrição onde o farmacêutico aplica o escore e obtém um grau de risco do paciente, que indica a possibilidade de haver algum problema relacionado com os medicamentos prescritos. Após esse procedimento os pacientes que possuem um alto risco são selecionados e suas prescrições são avaliadas com o suporte de bases de dados de sites que o hospital possui vínculo (MICROMEDEX, Up to Date) e referências bibliográficas. Após a análise da intervenção é feito registro no prontuário alertando sobre possíveis riscos. Fatores limitantes: Falta de experiência na atividade desenvolvida, bem como a inserção dos resultados obtidos com a intervenção farmacêutica na prática diária dos profissionais do serviço de saúde. Impacto esperado: Reduzir o número de prescrições e o número de problemas na prescrição, e ainda, diminuir a taxa de hospitalização e o tempo de internação do paciente.

3.1.3.3 Investigação de Hepatites Virais no Ambulatório de Gastroenterologia e no Ambulatório de Doenças Infecciosas (DI)

Histórico: As atividades ambulatoriais da gastroenterologia são feitas de forma organizadas com registro dos atendimentos e controle dos casos detalhadamente em banco de dados próprios, assim o rastreamento do paciente é facilmente realizado. No ambulatório da DI é realizado o atendimento aos pacientes de acordo com as demandas, registrando nos prontuários as informações do paciente. Finalidade da ação: Inserção no ambulatório para maior conhecimento do fluxo do paciente na rede, aumentar carga teórica através da discussão de casos com os residentes e professores que atuam no serviço. E principalmente fomentar a notificação entre os profissionais de saúde envolvidos diretamente com as hepatites virais, organizando os pacientes já notificados, e alimentado o SINAN e também o sistema interno do ambulatório de gastro e DI para um melhor acompanhamento dos pacientes. Dinâmica de operacionalização: Acompanhamento das práticas no ambulatório de gastroenterologia e DI com realização de atividades pertinentes ao NVEH(núcleo de vigilância epidemiológica hospitalar). Impacto esperado: Aumento do número de pacientes notificados diminuindo assim a subnotificação de casos de hepatites virais. Implementação de uma lógica para que a notificação por parte dos profissionais seja feita de modo natural e espontâneo qualificando ainda mais o serviço de saúde oferecido no HUSM.

IV. ATIVIDADES TEÓRICO-PRÁTICAS CAMPO PROFISSIONAL DESENVOLVIDAS e/ou VIVENCIADAS PELOS RESIDENTES

4.1Tutorias de campo: São encontros agendados com data pré-estabelecida para discussão das atividades executadas no campo. Foram relatadas as atividades individuais de campo e núcleo e as interfaces com outros residentes, sendo proposta ações para melhor desempenho destes objetivos.

4.2 Atividades Teórico-Práticas: Seminário integrado aos sábados com atividades interdisciplinares, com presença de todos os residentes multiprofissionais.

4.3 Atividades teórico-práticas por núcleo profissional:

4.3.1 Preceptoria de núcleo da FARMÁCIA: São realizadas quinzenalmente, na sexta-feira, das 08:30 às 10:30, com discussão das atividades realizadas pelos residentes farmacêuticos, bem como orientação por parte do preceptor e avaliação de atividades em desenvolvimento. Primeiro é discutida uma temática pré-estabelecida, a qual fica determinada na preceptoria da semana anterior. E após é tratado dos projetos que estão sendo realizado em campo de atuação.

4.3.2 Preceptoria de núcleo da ENFERMAGEM:

Nos encontros quinzenais dos enfermeiros da vigilância em saúde é discutido o andamento das atividades, planejamento de ações conjuntas, avaliação dos preceptores e debate de algum tema relacionado com o núcleo e campo.

4.3.3 Preceptoria de núcleo da NUTRIÇÃO:

As preceptorias de Núcleo da Nutrição da área de concentração Vigilância em Saúde acontecem juntamente com as nutricionistas da Atenção Básica, sendo realizadas quinzenalmente. Nas preceptorias são discutidas as vivências dos residentes nos seus campos de atuação, planejamento de atividades em conjunto de

campo e de núcleo, sendo que a de maior relevância neste ano foi a Primeira Chamada Nutricional de Santa Maria, nesta os residentes da nutrição e a preceptora de núcleo se dividiram entre as unidades onde há inserção do PRMIS e realizaram cadastro no SISVAN das crianças menores de 5 anos que procuraram as unidades para atualização da carteira de vacinação, no dia 23/08/2013. Está atividade ocorreu como piloto para que em 2014 seja ampliada para as demais ESF. Além desta, ocorreu também elaboração de resumos e relatos de experiências para eventos, assim como discussões de temas específicos da Nutrição e que são relevantes para o campo, como por exemplo, os novos protocolos de Hipertensão e Diabetes.

V PARTICIPAÇÃO DE EVENTOS/CONGRESSOS

II SEMINÁRIO INTERNACIONAL E IX SEMANA DE ENFERMAGEM DA UFSM: TECENDO REDES NA ENFERMAGEM E NA SAÚDE.

Forma de participação: ouvinte e participação como autor de trabalhos, com o trabalho apresentado Ações do enfermeiro residente do programa de residência multiprofissional na vigilância epidemiológica hospitalar. Importância do evento no processo de formação do residente: aprofundar as discussões frente aos avanços da enfermagem e o seu papel fundamental na integração com as outras profissões da saúde e as redes de atenção a saúde.

IV Semana Científica do HUSM

Forma de participação: ouvinte e participação como autor de trabalhos que divulgaram as ações do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar com os trabalhos

intitulados

Higienização

das

Mãos:

Equipe

e

Pacientes

Seguros;

Descentralização do Atendimento à Pacientes com Tuberculose. Importância do evento no processo de formação do residente: divulgar as ações a nível de vigilância epidemiológica aos demais profissionais da saúde.

2º Semana do Farmacêutico

Forma de participação: Ouvinte Importância do evento no processo de formação do residente: atualização sobre as práticas farmacêuticas e os novos campos de atuação profissional, bem como das atividades multiprofissionais. Dentro deste evento ocorreu o I Fórum de Saúde Pública e farmácia hospitalar, os assuntos tratados correlacionam-se diretamente com as atividades desenvolvidas pelos residentes.

VI CONSIDERAÇÕES FINAIS O campo da Vigilância em Saúde é considerado como de fundamental importância na promoção à saúde, conforme os princípios gerais da Vigilância em Saúde, art. 2º, inciso II, que trata da promoção da saúde como um conjunto de intervenções individuais, coletivas e ambientais responsáveis pela atuação sobre os determinantes sociais da saúde. Assim, verifica-se no decorrer das atividades desenvolvidas que o campo de atuação é vasto e correlaciona-se com diversas áreas da saúde, proporcionando uma experiência multidisciplinar de grande relevância, pois trata-se de um campo pouco explorado e com pouca visibilidade, onde a vivência diária acrescenta muito no desenvolvimento profissional equipe.

dos residentes, fomentando também a atuação em

VII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Saúde. Manual para investigação do óbito por causa mal definida. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise da Situação de Saúde. 2008 BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite Viral C e Coinfecções. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. 2011 BRASIL. Portaria Nº 1660/GM. Em 22 de julho de 2009.

relatório anual vigilância 2013.pdf

Ambiental e Saúde do Trabalhador. Fazem parte do processo de trabalho da vigilância em saúde o Sistema de. Informação de mortalidade (SIM), o Sistema de ...

249KB Sizes 1 Downloads 102 Views

Recommend Documents

Anual Cluster&Ranking Report 2011 -
Keep CRM updated so you will avoid misunderstandings between entities. 3. ... Check the myaiesec.net platform. make trainings and activities to ensure that the ...

32nd anual conferance.pdf
There was a problem previewing this document. Retrying... Download. Connect more apps... Try one of the apps below to open or edit this item. 32nd anual conferance.pdf. 32nd anual conferance.pdf. Open. Extract. Open with. Sign In. Main menu.

Informe Anual 2016-LW-Digital.pdf
There was a problem previewing this document. Retrying... Download. Connect more apps... Try one of the apps below to open or edit this item. Informe Anual ...

Cena anual chiletec 2016.pdf
Cena anual chiletec 2016.pdf. Cena anual chiletec 2016.pdf. Open. Extract. Open with. Sign In. Main menu. Displaying Cena anual chiletec 2016.pdf.

Anual Report 13 Sept.pdf
Page 1 of 38. ANNUAL. REPORT. 2016. Coromandel Independent Living Trust. Enhancing the wellbeing of all people in the Upper Coromandel Peninsula. Page 1 of 38 ...

Calendari anual 2017 - 2018.pdf
06 dc. Avaluació extraordinària ESO i BATXILLERAT. 07 dj. Lliurament de notes – proves extraordinàries / Formació professorat – Weeras. 8 dv i 11 dl.

PLAN ANUAL 2017.pdf
Sign in. Loading… Page 1. Whoops! There was a problem loading more pages. Retrying... PLAN ANUAL 2017.pdf. PLAN ANUAL 2017.pdf. Open. Extract.

Plan Operativo Anual - 2016.pdf
Page. 1. /. 45. Loading… Page 1 of 45. Page 1 of 45. Page 2 of 45. Page 2 of 45. Page 3 of 45. Page 3 of 45. Plan Operativo Anual - 2016.pdf. Plan Operativo Anual - 2016.pdf. Open. Extract. Open with. Sign In. Main menu. Displaying Plan Operativo A

Anual Report 2013-2014.pdf
Advisory Board. Soemilah Sastroamidjojo. Johanna SP Rumawas. Widjaja Lukito. Editorial Board. Drupadi HS Dillon. Miranti Martin. Umi Fahmida. Contributor.

Evaluacion anual 2014 PTA (1).pdf
There was a problem previewing this document. Retrying... Download. Connect more apps... Try one of the apps below to open or edit this item. Evaluacion ...

PLAN OPERATIVO ANUAL DE INVERSIONES Y PLAN DE ACCION ...
PLAN OPERATIVO ANUAL DE INVERSIONES Y PLAN DE ACCION 2017.pdf. PLAN OPERATIVO ANUAL DE INVERSIONES Y PLAN DE ACCION 2017.pdf.

Object Oriented Softw are Engineering Lab M anual - SRM University
Introduce the lab environment and tools used in the software engineering lab ... The software engineer is a key person analyzing the business, identifying opportunities ... Developing a complete software application requires from each of you a good .

7.-Informe-OIC-Anual-2013.pdf
ax'hftLo, ax'eflifs, ax'wfld{s, ax';f+:s[lts tyf ef}uf]lns. ljljwtfo'Qm ljz]iftfnfO{ cfTd;ft\ u/L ljljwtfaLrsf] Pstf, ;fdflhs. ;f+:s[lts P]Soa4tf, ;lxi0f'tf / ;b\efjnfO{ ;+/If0f Pj+ k|jw{g ...

II-Informe-Anual-MNP-2015.pdf
Retrying... Download. Connect more apps... Try one of the apps below to open or edit this item. II-Informe-Anual-MNP-2015.pdf. II-Informe-Anual-MNP-2015.pdf.

Informe Anual LN 2014-2015.pdf
There was a problem previewing this document. Retrying... Download. Connect more apps... Try one of the apps below to open or edit this item. Informe Anual LN 2014-2015.pdf. Informe Anual LN 2014-2015.pdf. Open. Extract. Open with. Sign In. Main menu