34 SEURS o

Cidadania, Democracia e Movimentos Sociais

Anais

Oficinas Realização: INSTITUTO FEDERAL Catarinense

FORPROEX

ISSN: 1983-6554

Comissão Organizadora PROEX Fernando José Garbuio Fani Lúcia Martendal Eberhardt Kátia Linhaus de Oliveira Victor Júlio Schumacher Franciscarla Makiko S. Severino CECOM Sonia Trois Rafaela Zorzetto de Camargo Campus Camboriú Sirlei de Fátima Albino Léo Serpa Juarez Nelson Alves de Lima Maria Olandina Machado Caroline Paula Verona Freitas Paulo Ricardo Garcia Martins Daniele Soares de Lima Degelane Córdova Duarte Antônio José Faria Nóbrega Cláudia Damo Bertoli Débora de Fátima Einhardt Jara Fabiano Endress Jéssica Mota Marilia Massochin Terezinha Pezzini Soares Larissa Régis Fernandes Sandra Rosabel Pereira Sanir da Conceição Márcio Soares Pereira Rogério Gonçalves Bittencourt Luis Álvaro Monteiro Júnior

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Listagem Oficinas

Título

Instituição

1. PROJETO ARTE NA ESCOLA 2. ATIVIDADES

LÚDICAS

E

UFPR EXPRESSIVAS

NO

ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO 2016

UFRGS

3. OFICINA DE CIDADANIA: O NÚCLEO DE ESTUDOS E DEFESA DOS DIREITOS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE TRABALHANDO

UEPG

JUNTO À COMUNIDADE 4. PROGRAMAÇÃO EM ARDUINO E AUTOMAÇÃO

UDESC

5. OFICINA DE PERCUSSÃO: "O SOPAPO A A CULTURA POPULAR"

UFPEL

6. TÉCNICA

DE

ESCALDA

PÉS

COMO

TRATAMENTO

COMPLEMENTAR PARA DOENÇAS REUMÁTICAS, DEPRESSÃO E

UEL

ANSIEDADE 7. OFICINA DE INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO MIRIM: A EXTENSÃO

UNIVERSITÁRIA

COMO

PROPONENTE

DE

UDESC

ATIVIDADES DE FORMAÇÃO NÃO CURRICULAR 8. A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR É RESPONSABILIDADE DE TODOS NÓS 9. CONTATO-IMPROVISAÇÃO NO TEATRO E SUSTENTABILIDADE 10. OFICINA

DE

ROBÓTICA

PEDAGÓGICA

COM

UNIVALI UNILA

LEGO

MINDSTORMS® PARA ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE SANTA

IFC

CATARINA 11. A EXPERIÊNCIA DA CAPOEIRA

UNICENTRO

12. OFICINA DE CLOWN NO AMBIENTE HOSPITALAR: PERSPECTIVA DO PROJETO DE EXTENSÃO MÉDICOS DA GRAÇA. 13. RITMOS E PERCUSSÃO CORPORAL

IFRS

14. HPV: QUE BICHO É ESSE? 15. MÚSICA

EM

CORPORAL

MOVIMENTO:

UEM

UFCSPA UMA

VIVÊNCIA

EM

MÚSICA

FURG

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PROJETO ARTE NA ESCOLA Área temática: Educação Coordenador da Ação: Ana Maria Petraitis Liblik1 Autores: Ana Maria Petraitis Liblik1; Leticia Camargo.2 Palavras-chave: Extensão, projeto Arte na Escola, Rubem Valentin RESUMO: A partir do vídeo de Rubem Valentin, da videoteca Arte na Escola (que está na biblioteca de Humanas na Reitoria) serão realizadas intervenções que podem ser levadas para a sala de aula e serem reproduzidas pelos alunos. A obra deste artista remete ao estudo de História (vinda de africanos escravos no Brasil), Geografia (Salvador e outros estados brasileiros), Língua Portuguesa (palavras de origem africana)( e Artes Visuais. 1 CONTEXTO DA AÇÃO

Os objetivos com esta oficina são variados. Podemos pensar em um trabalho interdisciplinar que professores do Ensino Básico podem realizar com baixissimo ou nenhum custo e que, com certeza, os alunos irão gostar e aprender sobre os assuntos detalhados anteriormenter. Outro objetivo e possibilitar aos professores que vejam como projetos extensionistas de universidades podem auxiliar o trabalho de planejar e realizar aulas interessantes e motivadoras.

2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

*Apresentação do projeto extensionistas Arte na Escola; * Video de Rubem Valentin; *Conversa sobre este autor, sua vida e sua obra; *Entrega de materiais (papeis variados e tesoura); *Elaboração de "totens"; 1Doutora

em Educação, Professora da Universidade Federal do Paraná, Setor da Educação, [email protected] 2Aluna de graduação de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná, [email protected]

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*Montegem dos trabalhos para exposição. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Não há como "medir" a abrangencia deste projeto a não ser com o passar do tempo. Por experineicas realizadas e cursos ministrados na UFPR podemos perceber que os professores que participam das oficinas e dos grupos de estudos do projeto voltam motivados para a sala de aula e se tornam reprodutores (em um primeiro momento) do que viram/aprenderam e em um segundo momento passam a realizar atividades diferentes das usuais, garantindo de certa forma um aprendizado consolidado. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta mesma oficina pode ser apresentada como Comunicação Oral ou como Mini Curso, mas com certeza a teoria sendo associada a uma prática apresenta resultados mais instigantes e motivadores. REFERÊNCIAS

Materiais educativos Arte na Escola.

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ATIVIDADES LÚDICAS E EXPRESSIVAS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 2016

Área temática: Direitos Humanos e Justiça, Educação. (Clézio José dos Santos Gonçalves) Coordenador/a da Ação de Extensão Clézio José dos Santos Gonçalves1 Fábio Kich2

Palavras-chave: Vivências, Lúdico, Competências, Lazer e Tecnologia. RESUMO: Este projeto desenvolve um Programa de Vivências Lúdicas, visando o desenvolvimento das capacidades e competências cognitivas, afetivas e pessoais de estudantes do ensino fundamental e médio na Grande Porto Alegre com baixo IDEB. Entre seus objetivos estão construir e aplicar uma proposta de atividades e vivências lúdicas de Sensibilização e Expressão Corporal junto a estudantes do ensino fundamental e médio de Escolas Públicas da grande Porto Alegre 1) Desenvolver metodologias de vivências lúdicas utilizando-se dispositivos móveis tecnológicos (Equipamentos de registro digital) 2) Analisar os efeitos das atividades desenvolvidas 3) Elaboração de material impresso e/ou audiovisual da proposta. Seu público são estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas de Porto Alegre com baixo IDEB; Acadêmicos do Curso de Educação Física Professores das escolas que o projeto atuar. O projeto apresenta uma aplicação efetiva de vivências que se constituem potencializadoras das competências de estudantes em Escolas públicas de ensino de Porto Alegre. As vivências são desenvolvidas em consonância com estudos da neurociência e continuidade das pesquisas desde coordenador, considerando-se o uso das tecnologias interativas como fomentadoras de potencias de aprendizagem e formação humana. As atividades lúdicas têm sido preteridas no universo escolar. É convicção deste projeto que vertentes de ação neste campo de experiências com vivências integradas através de ações interdisciplinares com outras áreas do currículo escolar, são fomentadores de competências e valores desejáveis nos PPPs institucionais para a formação de um sujeito cidadão integral, de escolares de baixo IDEB. Este projeto apresenta benefícios evidenciados nas atitudes dos participantes do mesmo, pois faz parte de atividades de ensino e pesquisa na ESEFID, coordenado pelo docente. 1 CONTEXTO DA AÇÃO Este projeto desenvolve Vivências Lúdicas, visando o desenvolvimento das capacidades e competências cognitivas, afetivas e pessoais de estudantes do 1

Doutor em Educação e Neurociências UNIMEP/Paris V – Docente do DEFID-ESEFID-UFRGS

2

Discente do Curso de Educação Física da ESEFID-UFRGS

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ensino fundamental e médio na Grande Porto Alegre com baixo IDEB. Seu público são estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas de Porto Alegre com baixo IDEB; Acadêmicos do Curso de Educação Física Professores das escolas que o projeto atuar. O projeto apresenta uma aplicação efetiva de vivências que se constituem potencializadoras das competências de estudantes em Escolas públicas de ensino de Porto Alegre. As vivências são desenvolvidas em consonância com estudos da neurociência e continuidade das pesquisas desde coordenador,

considerando-se

o

uso

das

tecnologias

interativas

como

fomentadoras de potencias de aprendizagem e formação humana. As atuações acontecem de três formas distintas: a) Oficina em horário extraclasse; b) Atuação regular com a turma de aula c) Atuação pontual com a turma regular. As atividades lúdicas têm sido preteridas no universo escolar. É convicção deste projeto que vertentes de ação neste campo de experiências com vivências integradas através de ações interdisciplinares com outras áreas do currículo escolar, são fomentadores de competências e valores desejáveis nos PPPs institucionais para a formação de um sujeito cidadão integral, de escolares de baixo IDEB. Este projeto apresenta benefícios evidenciados nas atitudes dos participantes do mesmo, pois faz parte de atividades de ensino e pesquisa na ESEFID, coordenado pelo docente.

2 DETALHAMENTO DA ATIVIDADE A partir destas reflexões e dos conceitos e pressupostos apresentados em Gonçalves (2013) o projeto Atividades Lúdico e Expressivo no Ensino Fundamental e Médio com ênfase no lúdico e uso de tecnologias, sistematizou suas propostas de ação seguindo os seguintes princípios pedagógicos construídos a partir do estudo epistemológico e reflexão das práticas pedagógicas dele derivadas. Além da apresentação dos mesmos como recursos didáticos, apresentamos princípios e reflexões abaixo descritas que orientam as ações pedagógicas:

1)

Aprendizagem é fenômeno complexo.

2)

Tecnologia afeta subjetividades.

3)

Viver (ência) é analógico Postar é digital.

4)

Sensibilidade é reação local.

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5)

Afeto e Emoção na aprendizagem.

6)

Competências é diferente de Conteúdos.

7)

Lúdico como consciência de si e de competências pessoais.

8)

Criação de Atividades e vivências singulares.

Com estes princípios o projeto tem elaborado suas ações utilizando os procedimentos de ação pedagógica nas escolas que atua com diferentes formatos para atuação dos bolsistas. Com isto o bolsista tem a possibilidade de experimentar o

exercício

docente

através

de

olhares

compartilhados

ou

construídos

coletivamente. São os seguintes formatos: a) Oficina no contra-turno: São oficinas que acontecem uma vez na semana com tempo entre duas a três horas. b) Atuação nas aulas de educação física regular da escola. Neste formato os bolsistas acompanham uma turma regular de educação física durante o ano letivo trabalhando diretamente com o professor da turma e com a mesma liberdade de proposição pedagógica. Nesta modalidade a atuação acontece com uma turma com pelo menos duas horas aula por semana. c) Atuação pontual por parte de um bolsista em turmas diferentes de educação física regulares da escola ao longo do semestre.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO Durante o período evolucionário da humanidade, o cérebro foi se desenvolvendo de diferentes formas. Com o passar do tempo diferenciou-se das estruturas que lhe deram origem, embora elas permaneçam em sua constituição. O cérebro humano tem hoje um tipo de estrutura diferente dos primeiros antropoides. Conforme Dennett (1998) é possível que a liberação dos membros da postura bípede tenha possibilitado que objetos fossem trazidos na frente dos olhos. Ao concentrar-se nestes, tenha iniciado o processo de reflexão. Tal ato estimulou a realização de sinapses naquele cérebro que chegou ao neocórtex (estrutura do cérebro exclusivo do humano) que todos partilhamos permitindo os processos da linguagem. Note-se que a ação geradora da reflexão nasce evolutivamente de um

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movimento (trazer um objeto) e de uma observação (até os olhos), processo que crianças realizam indistintamente. Cyrulnik (1997 p. 16) vai reforçar tal reflexão dizendo que “muito antes da convenção do Verbo, o mundo vivo é estruturado pela sensorialidade que lhe dá uma forma perceptível precisa”. Este autor vem chamar a atenção para o fato de seres sensíveis partilharem um ambiente através de “imprintings” 3contínuos:

Aquele que contém os significados mais cativantes é um outro da mesma espécie. A proximidade dos congêneres cria um mundo sensorial partilhável. O outro contém em si o que mais espero. Se estivesse sozinho no mundo ele estaria vazio, mas assim que dou conta de um congênere perto de mim, portador de informações que “me fala”, o meu habitat enche-se de gritos, de cores e de posturas que criam um ambiente rico em significados enfeitiçadores, em acontecimentos extraordinários. A simples presença de um “próximo análogo” geneticamente vizinho alarga o mundo sensorial e cria um acontecimento perceptual, um convite ao encontro. Basta colocar dois bebês lado a lado para que manifestem uma emoção intensa expressa por tagarelices, olhares e aplausos. (...) revelando assim uma sociabilidade, uma intencionalidade espantosamente precoce. (CYRULNIK, 1997, p. 23).

Ao poder comunicar e partilhar suas experiências com o outro, pode observála, compreendê-la e enriquecer-se com a diferença do outro. No momento em que, através da linguagem, o ser humano estabelece um processo comunicativo, que reconhece as diferenças entre si e o outro. Um sinal evidente de uma linguagem é a utilização de símbolos, que permite realizar uma antecipação do futuro, pois “[...] realiza uma sondagem de elementos do presente, com os materiais do passado transformando-os em antecipações do futuro buscando o seu melhor estado” (DENNETT, 1998 p. 67 ob.cit.). Este momento na história de uma pessoa é singular, quando da transição de gestos e movimentos para a comunicação de pensamentos também através das palavras/símbolos. Nenhum outro momento é tão capacitor em termos de potencialização de uma mente como este ao adquirir-se um sistema de códigos e símbolos que lhe permite a

3

A expressão imprinting neste caso é utilizada com o sentido atribuído pela etologia – ciência que estuda o comportamento animal. Lorenz evidenciou em diferentes espécies que sinais perceptuais recebidos em momentos específicos (principalmente primeiros instantes de vida) marcam a forma de relação deste organismo com o mundo.

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reflexão do meio e, principalmente de si próprio. MATURANA & VARELA (1995) vão afirmar que:

O operar recursivo da linguagem é condição sine qua non para a experiência que associamos ao mental. Por outro, essas experiências fundadas no linguístico se organizam com base numa variedade de estados do sistema nervoso. Como observadores, não temos acesso direto a tais estados, mas estes ocorrem sempre de maneira a manter a coerência de nossa deriva ontogênica (MATURANA & VARELA, 1995, p. 250).

A linguagem é dimensão significativa para o humano. O domínio de interações amplia-se significativamente através dela, permitindo a criação de virtualidades. Um termo utilizado por Assmann era o de aprendência. Foi um dos autores brasileiros que insistiu sobre diferenças entre ensinar e aprender. Colocou neste último o foco principal da escola e da educação. Em outras palavras o aprender enquanto processo está ligado a sistemas biológicos do sujeito em sua história de vida e o significado para o aluno (aqui designado de aprendente) acontece se o processo de aprender for traduzido numa compreensão vivencial de sua experiência de vida, auxiliando-o a entender sua história e apontando possibilidades futuras de desenvolvimento. Se assim não for não existe aprender, apenas memorização de palavras distantes de suas realidades e descartáveis quando significados vivenciais as contradizem. Um exemplo são crianças dos portos de Rio Grande (RS) e Santos (SP) onde muitos estão defasados na seriação escolar, mas dominam o inglês e até outras línguas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por ora pode-se inferir que as respostas da parte dos alunos das escolas e dos professores participantes deste subprojeto em tempo real, mas também dos registros que estão sendo copilados apontam a experiência como exitosa. É desejo ampliar o número de escolas atendidas. Também permite afirmar preliminarmente que a inovação pedagógica não é mera utopia, mas espaço possível de realização não apenas do futuro docente na figura dos bolsistas que atuam diretamente no mesmo, mas dos alunos das escolas participantes de nosso projeto ao vivenciarem um espaço de criação e responsabilidade pedagógica compartilhada. As atuais

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experiências por si só, são objeto de farto material para análise e produções futuras. Evidenciam que, quando se busca espaços criativos a partir dos potenciais disponíveis, boas propostas emergem. Utilizando-se de uma parte do pensamento de Morin (2008) pode-se inferir que, segundo estes autores a partir de alterações singulares e simples um fenômeno complexo emerge com características absolutamente distintas dos elementos constitutivos iniciais, diferenciando-se completamente das condições iniciais que o precederem. Neste sentido, talvez em educação e na educação física em particular, ao invés de se procurar grande respostas aos desafios que acontecem cotidianamente possam construir coletiva e dialogicamente novas propostas simples e singulares, mas que ao somarem-se a outros esforços, faça emergir novos contextos em aprendizagem.

AGRADECIMENTOS Agradecimentos a Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do RS e ao Edital 2016 Proext com a participação de diversos ministérios federais.

REFERÊNCIAS ASSMANN, H. (2000) Competência e Sensibilidade Solidária Ed. Vozes, Petrópolis. DAMÁSIO, A.R. (2008) O Erro de Descartes. SP, Cia. das Letras. EVANS, J.S.B. (2010) Thinking Twice: two minds in one brain. N.Y. Oxford University Press GONÇALVES, C.J.S (1998) Ler e escrever também com o corpo movimento. In FREITAS, N. (Org.) Ler e escrever compromisso de todas as áreas. Ed. UFRGS, POA. GONÇALVES, C.J.S. (2013) Pibid e Educação Física: Um espaço singular de formação docente IN BELLO, S.E & UBERTI, L. Iniciação a Docência: articulações entre ensino e pesquisa. Porto Alegre. Ed Oikos. HUMPREY,N. (1995) Uma história da Mente. SP, Ed. Campus. JOHNSON, S. (2003) Emergência. RJ, Jorge Zahar Editora. MATURANA, H. & VARELA, F. (1995) A árvore do conhecimento. Campinas, Ed. Workshopsy. McLUHAN, M. (1986) Os Meios de Comunicação como extensão do homem. Ed. Cultrix, SP.

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MERLAU-PONTY, (1971) M. Fenomenologia da percepção. Livraria Freitas Bastos, SP. MORIN, E. (2008) A religação dos saberes. RJ, Ed. Bertrand Brasil. PERRENOUD, P. (2008) Construir as competências desde a escola.: Artes Médicas Sul, Porto Alegre SERRES, M. (2011) Variações sobre o corpo. RJ, Ed. Bertrand Brasil.

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OFICINA DE CIDADANIA: O NÚCLEO DE ESTUDOS E DEFESA DOS DIREITOS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE TRABALHANDO JUNTO À COMUNIDADE Área temática: Direitos Humanos e Justiça Alexandre Almeida Rocha (Coordenador da Ação de Extensão)1 Liza Holzmann2 Bruna Maria Avelino de Lara3 Renata Nogueira4

Palavras-chave: Projeto de extensão, criança e adolescente, relato de experiência, oficinas. RESUMO: O Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude é um projeto de extensão que tem como objetivo a defesa dos direitos da criança e adolescente, realizando, para isso atendimento sócio jurídico. Nesse sentido, a equipe do projeto desenvolve ações na garantia de direitos já violados, bem como ações preventivas. Sendo assim, o presente artigo tem por objetivo trazer o relato de experiência das atividades desenvolvidas pela equipe do projeto NEDDIJ no ano de 2016 nas oficinas sobre cidadania. 1 CONTEXTO DA AÇÃO O Núcleo de Estudos e Defesa dos Direitos da Infância e Juventude – NEDDIJ é um projeto de extensão criado há aproximadamente dez anos. O NEDDIJ originou-se a partir da parceria entre a Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná – SETI e as Instituições de Ensino Superior Estadual, sendo que a partir de 2008 o projeto passou a compor o Programa Universidade Sem Fronteira5. O objetivo do projeto é realizar atendimento gratuito às famílias

1

Coordenador do NEDDIJ, professor do departamento de Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Supervisora de Serviço social do NEDDIJ, professora do departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 3 Assistente Social do NEDDIJ, graduada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. 4 Estagiária de Serviço Social do NEDDIJ, acadêmica do 4º Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa 5 “Elaborado e desenvolvido pela SETI, atua desde outubro de 2007 com equipes multidisciplinares compostas por educadores, profissionais recém-formados e estudantes das universidades e faculdades públicas do Estado do Paraná, trabalham em centenas de projetos, presentes hoje, em mais de 200 municípios” Ver mais em: < http://www.seti.pr.gov.br/>. 2

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hipossuficientes6, tanto no âmbito jurídico, quanto no âmbito social, psicológico e pedagógico. As ofertas dos setores profissionais se dão de acordo com os cursos que as universidades estaduais do Paraná oferecem. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, o NEDDIJ foi implantado no ano de 2006, contanto com o curso de Direito e dois anos mais tarde, em 2008, o curso de Serviço Social foi inserido na equipe. Atualmente o projeto está voltado ao atendimento sócio jurídico de famílias que buscam regularizar situações de guarda, tutela e adoção para a família extensa ou para os que não possuem parentesco com a criança que já reside de fato com tal família. Além disso, o projeto atende crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social, que majoritariamente são encaminhados pelo Conselho Tutelar e Serviço Auxiliar da Infância – SAI do município de Ponta Grossa. Vale ressaltar que o referido projeto também desenvolve atividades preventivas, através de oficinas e mobilizações, junto à comunidade. Para desenvolver as atividades, o NEDDIJ conta com uma equipe composta por um coordenador do curso de Direito e uma supervisora do curso de Serviço Social, duas advogadas e uma assistente social recém-formadas, quatro estagiárias de Direito e uma estagiária de Serviço Social. O projeto conta ainda com diversas parcerias. Destacamos aqui a parceria com a Vara da Infância e Juventude – VIJ e o Tribunal Regional Eleitoral – TRE do Município de Ponta Grossa, através do projeto Eleitor do Futuro, do qual falaremos a seguir. O Projeto Eleitor do Futuro foi criado em 2002, pela Corregedoria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral, e tem como objetivo “promover o exercício da cidadania entre crianças e adolescentes a partir de seu envolvimento responsável com as questões éticas, políticas, sociais e jurídicas do exercício do voto. Participam do projeto alunos de 10 a 18 anos de escolas públicas e particulares” (PARANÁ, 2016) dos municípios onde se inserem. Para realizar tal objetivo os participantes devem formular e discutir propostas que serão entregues aos representantes eleitos nas

6

É um adjetivo usado para definir “pessoa economicamente sem recurso, de pobreza constatada e que deve ser amparada e auxiliada, segundo a lei, pelo Estado, inclusive a assistência jurídica, se esta vier a ser necessária” (ENCICLOPÉDIA JURÍDICA, 2014).

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eleições municipais. Sendo assim, o processo de realização das propostas se dá na divisão de partidos, sendo eles: Vida e Saúde (PVS), Liberdade, Respeito e Dignidade (PLRD), Esporte, Lazer e Integração da Comunidade Escolar (PEL), Segurança

Pública

e

Combate

à

Violência

(PSP)

e

Partido

Educação,

Profissionalização e Cultura (PEP), e posteriormente escolhem-se representantes destes partidos e filiados que elaboram as propostas que são votadas pelos demais participantes. A idéia é que se realiza uma eleição com todas as regras oficiais, porém em escala menor, para sensibilizar os alunos do voto consciente. No município de Ponta Grossa a Vara da Infância e Juventude aderiu ao projeto e no ano de 2016 convidou o NEDDIJ para ser parceiro na realização do mesmo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar as atividades realizadas pelo NEDDIJ nas oficinas do Projeto Eleitor do Futuro, realizadas no mês de junho de 2016. 2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES Em 2016 o NEDDIJ, como supracitado, realizou a parceria com a Vara da Infância e com o Tribunal Regional Eleitoral de Ponta Grossa através do Projeto Eleitor do Futuro. Enquanto parceiro, a função do NEDDIJ foi desenvolver oficinas nas escolas que aderiram o projeto. Para participar as escolas se digiram até o TRE para realizar seu cadastro. Ao fim do período de cadastramento foram dezesseis escolas participantes. As oficinas foram realizadas no mês de junho de 2016 e tinham como tema central: cidadania. Para o desenvolvimento das atividades, a equipe do NEDDIJ contou com a colaboração de acadêmicos do Projeto ECA7 e professores e acadêmicos da Faculdade Santa Amélia – SECAL. A equipe dividiu-se em grupos de aproximadamente cinco pessoas para atender todas as escolas no curto espaço de tempo que dispôs8. A oficina foi realiza com alunos entre 10 a 17 anos e tratou de 7

8

O “Projeto Eca: conheça, usufrua seus direitos e exercite seus deveres”, citado apenas como Projeto ECA, é um projeto que conta com acadêmicos e professores do curso de direito, que visa levar a grupos de adultos, crianças e adolescentes, o Estatuto da Criança e Adolescente. Antes, era um subprojeto do NEDDIJ que agora tornou-se projeto reconhecido pela Pró Reitoria de Extensão da UEPG, mas atua diretamente com o NEDDIJ, contanto com a equipe técnica deste projeto para realizar suas intervenções Foi delimitado apenas o mês de junho para que as oficinas acontecessem, devido ao cronograma geral do Projeto Eleitor do Futuro.

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assuntos que envolveram os direitos fundamentais previstos do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Constituição Federal de 1988 e ainda conceitos de democracia e cidadania, bem como a divisão dos poderes (executivo, legislativo e judiciário) a importância dos partidos políticos na estrutura brasileira, entre outros. Todos os temas foram trabalhados através de dinâmicas para que houvesse uma troca de conhecimentos entre os facilitadores das oficinas e os adolescentes participantes. Sendo assim, inicialmente foi realizada a dinâmica “quebra-gelo”, cuja objetivo principal era descontrair os participantes, na qual o grupo dividiu-se em duplas, onde cada um apresentava o colega falando nome e uma qualidade que admirava, também com o intuito de aproximá-los. Posteriormente, foi realizada a dinâmica chamada “Árvore dos Sonhos”, onde os facilitadores levaram uma árvore confeccionada em E.V.A anexando-a em um lugar visível ao grupo todo. Em um segundo momento, são distribuídas pequenas folhas para que cada participante escreva seu sonho. Após todos terminarem essa etapa, cada aluno fala seu sonho e cola a folha na árvore. O objetivo desta dinâmica é trazer uma reflexão de que todos os sonhos de melhorias para a cidade que os adolescentes pensaram, são, na verdade, direitos dispostos em lei, e devem ser cobrados dos representantes elegidos através do voto. Ao fim da dinâmica, foi realizada uma roda de conversa sobre cidadania, em torno do conceito de ter, conhecer e usufruir dos direitos, sobre democracia e como se dá o voto na estrutura política do Brasil. A intenção foi de compreender o posicionamento dos adolescentes em relação a essas temáticas, norteando-os e sensibilizando-os a refletirem sobre novas possibilidades de conhecimento. No momento seguinte foi realizada a dinâmica “Visita do Prefeito” onde os adolescentes foram divididos em cinco grupos, sendo cada grupo um partido relacionado a um direito, sendo os partidos pré estabelecidos pelo Projeto Eleitor do Futuro os direitos se referem à vida e saúde, à liberdade, ao respeito e à dignidade, ao esporte e ao lazer, à profissionalização e à proteção ao trabalho, à educação e à cultura. Cada equipe ficou responsável por elaborar dois cartazes, o primeiro teve o objetivo de identificar os problemas enfrentados pelo município na visão dos

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participantes, baseados nos direitos fundamentais previstos no ECA. O segundo cartaz teve o objetivo de apontar propostas para solucionar os problemas apontados no primeiro cartaz. Ao final, os grupos apresentaram os cartazes para o prefeito, que era escolhido no grupo, o qual avaliou as propostas. Por fim, foi realizado o fechamento com uma reflexão a cerca da importância do voto consciente e uma avaliação do grupo em relação à oficina. Cada oficina levou cerca de três horas e foram aplicadas com uma turma de cada escola, com o objetivo de que os alunos e professores que participaram da referida oficina sejam multiplicadores dos conhecimentos adquiridos aos demais participantes da escola. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO As oficinas realizadas no ano de 2016, aconteceram em dezesseis escolas, tanto da rede estadual, quanto da rede particular de ensino. Ao todo, foram 640 alunos alcançados diretamente. Durante o processo de realização das oficinas, houve a construção conjunta de conhecimentos entre os participantes e os facilitadores, sendo que foi possível tirar dúvidas e trocar experiências durante todo o evento. Durante o processo de realização das oficinas houve adesão integral dos participantes em todos os momentos. Os grupos, no geral, foram bastante questionadores principalmente em relação à elaboração das propostas. Mostraramse preocupados com questões que interferem diretamente na vida da comunidade. Exemplo disso foi a demonstração da preocupação com as ruas da cidade, onde eles veem a importância de que todas sejam asfaltadas e com melhor acesso para pessoas com deficiência e ainda com as unidades básicas de saúde, que em alguns bairros não existe ou quando existem não possuem profissionais suficientes para atender à população. Outra questão levantada das discussões foi a respeito do lazer, que a maioria das pessoas não tem acesso, bem como ao esporte, à profissionalização. Além da preocupação com a comunidade como um todo, o espaço escolar também foi assunto bastante debatido. Os participantes mostraram a preocupação com a qualidade do ensino, bem como com a questão da merenda escolar, acesso à

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bibliotecas e espaços de convivência dentro da escola. Vale ressaltar que as demandas referentes às escolas tiveram maior ênfase nas oficinas realizadas nas escolas públicas, do que nas particulares do município. A avaliação tanto dos grupos que receberam as oficinas, quanto da equipe que as aplicou foi positiva. Todos entenderam-nas como um espaço de formação, que se diferencia de uma educação vertical, mas sim é um espaço de interação e troca de conhecimento entre todos os participantes e facilitadores. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da realização das oficinas, pode-se perceber que os adolescentes conhecem a temática e entendem o funcionamento das eleições de modo superficial. Nesse sentido, as oficinas proporcionaram um espaço de reflexão, no qual, discutindo a cidadania e os aspectos que ela engloba, os participantes foram sensibilizados a serem agentes multiplicadores da temática. A oficina, utilizada como um meio educativo, de troca de experiências e discussões em torno no tema é uma forma de atingir diversos grupos de pessoas de diferentes idades. Com isso, as oficinas realizadas visaram garantir um espaço de reflexão e aproximar os participantes da questão da participação e controle social, buscando assim construir diariamente a cidadania, por uma sociedade mais justa e democrática. Por fim, percebe-se que a realização de parcerias, pensando na proposição de projetos e ações dentro do NEDDIJ se torna de fundamental importância no que se refere à atingir os objetivos do projeto e, assim, enfrentar os desafios, pensando em perspectivas de intervenção junto à comunidade. REFERÊNCIAS ENCICLOPÉDIA JURÍDICA. Hipossuficiência. ed. 2014. Disponível em: < http://www.enciclopedia-juridica.biz14.com/pt/d/hipossuficiente/hipossuficiente .htm>. Acesso em: mar. 2016. PARANÁ. Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Projeto Eleitor do Futuro em Ponta Grossa. Disponível em: . Acesso em jun. 2016.

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PROGRAMAÇÃO EM ARDUINO E AUTOMAÇÃO Área temática: Tecnologia e Produção. Mariana Santos Matos Cavalca1 (Coordenadora da Ação de Extensão) Fernando Ricardo Bublitz2, Maicon Pedroso2, Rafael Barbosa Sandoval Prado2 Palavras-chave: Arduino, automação, programação, robôs.

RESUMO: A automação é algo que já é comum no cotidiano e se torna mais acessível com o decorrer do tempo. Sendo assim, pretende-se mostrar como é simples, nos dias de hoje, desenvolver projetos relativamente complexos de maneira simples e eficaz. Isto se torna possível graças a plataforma Arduino, que é intuitiva e tem um custo muito reduzido, através da plataforma pode-se automatizar processos por meio de uma programação fácil de ser entendida. Ao final do curso, os participantes deverão entender os conceitos básicos da automação de circuitos através da plataforma Arduino.

1 CONTEXTO DA AÇÃO Tipicamente uma parcela reduzida da população se beneficia diretamente do conhecimento produzido nas Universidades brasileiras. Muito embora o Brasil desempenhe hoje um importante papel na geração de conhecimento e ocupe posição de destaque entre os países que mais publicam artigos científicos, ainda é necessário incentivar que uma maior parcela desse conhecimento seja revertida em prol da sociedade. Em especial uma parcela ainda menos significativa deste conhecimento é voltada para a inclusão social e para minimização dos problemas socioeconômicos de nosso país. Sabe-se ainda que um dos objetivos da universidade em realizar uma atividade de extensão consiste em enfatizar a utilização de tecnologia disponível para ampliar a oferta de oportunidades e melhorar a qualidade da educação. Para que se possa fazer uso da tecnologia no setor educacional é fundamental que existam professores preparados para esse novo desafio, e nesse sentido, a Universidade vem cumprir o seu papel neste processo inclusivo onde o

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principal foco é garantir o acesso universal e a igualdade social nas redes de escola pública. Outro grande desafio é incentivar o estudante do ensino médio a ingressar no ensino superior. Muitos estudantes de escolas públicas anseiam apenas o diploma de ensino médio para ingressar no mercado de trabalho. Dessa forma, deixam de lado o ensino superior, pois se torna algo desgastante, muitas vezes inacessível e aparentemente desvantajoso. Com o objetivo de provocar o interesse em alunos do ensino médio para cursarem o ensino superior, promove-se o contato com diferentes áreas de atuação que englobem conhecimentos em ciências (engenharias, exatas, entre outros cursos) e mostrando também a possibilidade de ingressar em uma universidade pública, onde o ensino é de qualidade e gratuito, mais igualitária a qualquer classe social de cursar o ensino superior. Pensando assim o projeto ALPHA - Algoritmos e Linguagem de Programação com Arduino, no âmbito do programa de extensão “Incluir com Ciência e Tecnologia”, vem como colaborador dessa ideia. Conhecer uma linguagem de programação, não é relevante apenas para o sujeito que vai trabalhar diretamente com o desenvolvimento de programas. Independentemente do campo de trabalho escolhido, saber escrever códigos desenvolve um tipo particular de raciocínio que é muito útil para a solução de problemas, para aprender a trabalhar de forma sistemática e para estimular e motiva os estudos e a criatividade (ASCENIO, 2012). A iniciativa do programa “Incluir com Ciência e Tecnologia” vem por meio de ações na comunidade acadêmica e escolas com determinada vulnerabilidade social, aproximar as pessoas do conceito de universidade voltado para a realização da tríade de ensino, pesquisa e extensão, realizando uma mútua troca de conhecimentos que atua em uma via de mão dupla, o conhecimento é tanto repassado para a comunidade quando os acadêmicos aprendem e aprimoram a universidade. O projeto ALPHA pode ser considerado um projeto de ensino-extensão por trabalhar nas duas vertentes. O projeto já vem trabalhando desde março de 2013 com a graduação, trazendo para a disciplina de ALP0001 (Algoritmos e Linguagem de Programação) conteúdos referentes à plataforma de desenvolvimento

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Arduino, e desde então, o índice de aprovação e satisfação da matéria vem crescendo, caracterizando um projeto de ensino. E na busca por maiores desafios, o projeto ALPHA em parceria com uma das escolas na região de Joinville, teve apoio para iniciar a prática de extensão, atualmente participa em duas escolas, sendo uma pública e outra particular. 2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES A oficina, Programação em Arduino e Automação, aplicada pelo projeto ALPHA consiste na utilização da plataforma Arduino e seus periféricos como ferramenta de ensino-aprendizagem para os conceitos básicos de programação em linguagem C, linguagem “a qual tem se tornado cada dia mais popular, devido à sua versatilidade e ao seu poder” (SANTOS). A oficina visa através de suas atividades aguçar o desejo pela área de programação e sistemas embarcados. Além disso, objetiva-se a melhora da concentração, raciocínio lógico e matemático dos participantes através das resoluções de problemas e testes lógicos aplicados. A oficina será realizada nos moldes das aulas do projeto ALPHA, aplicada na disciplina de ALP0001, das quais estas foram modificadas a ponto de ter um melhor aproveitamento com os alunos do ensino superior. A oficina é dividida em quatro módulos. Nos três primeiros módulos são apresentadas características importantes e distintas para operar a plataforma Arduino e no quarto módulo, através das atividades práticas, todas as características e conceitos ensinados serão tratados em conjunto nos exercícios de fixação. O módulo 1 introduz os participantes ao ambiente de programação e também à plataforma Arduino, através dos seguintes tópicos: a) Algoritmo e Programação; b) Módulos e Shields para Arduino; c) Software de programação e site da plataforma Arduino e; d) Exercícios de raciocínio lógico. No módulo 2 são apresentadas as características do hardware da plataforma Arduino, explicando os componentes, como é alimenta a plataforma, quais as funções dos pinos e outras informações importantes. Como também

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comentar sobre as plataformas semelhantes e do hardware open source. A abordagem do assunto se dará através dos seguintes tópicos: a) Periféricos; b) Pinos de entrada e saída; c) Sinais analógicos e digitais; d) Pinos de alimentação e; e) Conectando no computador. No módulo 3 é ensinado os conceitos básicos da linguagem de programação e a sintaxe utilizada, também é apresentado o ambiente de trabalho do software de programação do Arduino, como proceder para conectar e transferir o programa para o microcontrolador. Conforme seguem os tópicos: a) Como utilizar o software de programação do Arduino; b) Declaração de variáveis, função setup() e loop(); c) Entrada e saídas digitais; d) Estruturas de seleção e laços de repetição; e) Funções básicas (pin mode, digitalWrite, delay, ...) e; f) Comunicação serial. E no módulo 4, ambientados com toda a plataforma Arduino e a linguagem de programação, os primeiros experimentos práticos podem ser iniciados. Então exercícios práticos são propostos, para fixar os conceitos apresentados anteriormente, com o desenvolvimento de softwares e também com a execução de programas na plataforma Arduino, com periféricos: a) Exercício 1: semáforo; b) Exercício 2: pisca LED; c) Exercício 3: variando o brilho do LED; d) Exercício 4: comunicação serial e; e) Exercício 5: Shield Padawan. Na oficina, Programação em Arduino e Automação, são introduzidos os conceitos básicos de linguagem de programação, apresentando a sintaxe de linguagens de programação, que são a base para que o participante possa evoluir em plataformas que envolvam o assunto.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Lei 9.394/1996 em seu Art. 43 estabelece que “A educação superior tem por finalidade: VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição” (BRASIL, 1996). Nesse sentido, a atuação junto ao sistema de ensino público deve se constituir em uma das diretrizes prioritárias para o fortalecimento da educação básica através de contribuições técnico-científicas e colaboração na construção e difusão dos valores da cidadania. Nesse contexto, fica clara a importância das ações executadas no projeto ALPHA. Assim, essas ações visaram estimular o interesse de estudantes pela área de exatas, ciência e tecnologia, através do uso de programação com a plataforma Arduino. Contribuindo para que a Universidade ultrapasse seus muros e estabelecendo uma melhor relação entre teoria e prática, essencial para a formação dos alunos, dando a oportunidade de enxergar a profissão escolhida de forma mais crítica, participativa e humana. Desse modo, espera-se que os participantes da oficina tenham os conhecimentos básicos da linguagem de programação e da plataforma Arduino, como auxílio no desenvolvimento de raciocínio lógico. E com isso despertem o interesse em continuar o aprofundando o seu conhecimento nas áreas envolvidas, sejam elas relacionadas a programação, uso da plataforma Arduino, ou mesmo relacionados à sistemas embarcados, como o desenvolvimento de kits de robótica móvel apresentados em (ZILLI, 2010). AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, pelo apoio financeiro, através do EDITAL PAEX 07/2015 que viabiliza a realização das atividades. E também agradem ao Programa de Educação Tutorial, PET – Engenharia Elétrica da UDESC, que idealizou e possibilitou a existência dos projetos no âmbito do programa Incluir com Ciência e Tecnologia.

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REFERÊNCIAS ZILLI, G. M.; LAMBERT G. Desenvolvendo a Educação através da Robótica Móvel: uma proposta pedagógica para ensino de engenharia. Anais do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, 2010, Fortaleza. ASCENIO, Ana Fernanda Gomes; CAMPOS, Edilene Aparecida Veneruchi de; Fundamentos da programação de computadores: Algoritmos, Pascal e C/C++. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. SANTOS, Henrique José dos. Curso de linguagem C. Disponível em: . Acesso em 10 de junho de 2016. BRASIL, Lei 9.394/1996: Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, Art. 43. Disponível em: . Acesso em: 15 de junho de2016. TATTO, Franciele. SCAPIN, Ivone José. Matemática: Por que o nível elevado de rejeição?. Revista de Ciências Humanas - Educação. Frederico Westphalen, v. 5, n. 5, p. 57-70, jun. 2004.

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OFICINA DE PERCUSSÃO: “O SOPAPO E A CULTURA POPULAR” Área temática: Cultura Coordenador da Ação: José Everton da Silva Rozzini (Coordenador da Ação de Extensão) Autores: José Everton da Silva Rozzini1 Vitor Hugo Rodrigues Manzke2 Daniela Gazis3 Gabriel Filipe Moreira Alves4 Gabriela Cintra dos Santos5 Geórgia Dias Bento6 Rafael Dutra Marques7

Palavras-chave: Percussão, sopapo, musicalização.

RESUMO: O Programa de Extensão em Percussão da UFPel – PEPEU – se dedica ao estudo e a difusão da música de percussão através de ações com a comunidade. O PEPEU é composto por alunos, professores e servidores da Universidade Federal de Pelotas e por pessoas da comunidade em geral que simpatizam com a música de percussão. O trabalho desenvolvido é baseado em repertório tradicional de percussão erudita e popular, além de composições individuais e coletivas dos integrantes do Programa. A oficina de Percussão: “O sopapo e a cultura popular”, busca despertar na comunidade acadêmica o interesse pela música de percussão, através do resgate histórico-cultural do instrumento SOPAPO, além de incentivar o desenvolvimento musical através da percussão, pretendesse apresentar a percussão com uma ferramenta qualificada para a musicalização na educação básica.

1 CONTEXTO DA AÇÃO O Tambor de Sopapo é um instrumento afro-brasileiro do extremo sul do Brasil, enraizado na região de Pelotas e Rio Grande. Por muitos anos foi um dos

1

Mestre, Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas, [email protected]; Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas; 3 Música Licenciatura, Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas; 4 Música Licenciatura, Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas; 5 Música Licenciatura, Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas; 6 Ciências Musicais, Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas; 7 Música Licenciatura, Centro de Artes, Universidade Federal de Pelotas; 2

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responsáveis pela singularidade do carnaval dessa região em conjunto com as melodias desenhadas pelos metais e a utilização da frigideira como instrumento musical. Com o passar do tempo foram feitas alterações como: inclusão de mais dois surdos e andamento mais acelerado, possivelmente por influência do carnaval carioca, fazendo com que o sopapo perdesse seu espaço. Giba Giba, um artista referência nos movimentos culturais de Pelotas e Rio Grande, que havia se mudado para Porto Alegre, em uma visita à cidade de Pelotas percebe que o tambor de sopapo havia perdido seu espaço e estava caindo em esquecimento e que no final da década de 90 alguns músicos envolvidos com o carnaval da cidade não o conheciam. Diante deste cenário, Giba Giba inicia em 1999 um movimento de resgate do sopapo, O CABOBU – nome dado em homenagem a 3 conhecidos e importantes sopapeiros: Caio, Boto e Bucha. Neste projeto além de serem fabricados e distribuídos 40 tambores para a comunidade, reuniram-se importantes artistas do cenário nacional da música de percussão para celebrar a entrega dos tambores. Mesmo com todo o movimento de resgate iniciado por Giba Giba o sopapo cai novamente no esquecimento. Entretanto algumas ações como as do músico Richard Serraria e o Coletivo Catarse buscam novamente a retomada da valorização do tambor de sopapo no cenário cultural da região. Somando-se a esse novo período de valorização do sopapo, o Programa de Extensão em Percussão da Universidade Federal de Pelotas – PEPEU/UFPel – tem direcionado importantes ações realizando e participando de eventos como o Porto das Artes, a Bienal Internacional de Arte e Cidadania, o VI Encontro latino Americano de Percussão em Uberlândia MG – VI ELAP - a realização de oficinas de percussão, conversas com mestres da cultura popular, apresentações musicais entre outras ações. Neste sentido a oficina de Percussão ” O sopapo e a cultura popular” busca despertar na comunidade acadêmica o interesse pela música de percussão, através do resgate histórico-cultural do instrumento SOPAPO.

Além de incentivar o

desenvolvimento musical através da percussão, pretende-se apresentar a percussão com uma ferramenta qualificada para a musicalização na educação básica. Para tanto esta oficina apresenta uma proposta prática em vivencias musicais através de instrumentos de percussão.

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2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

A oficina será realizada num espaço disponível onde os participantes serão apresentados aos instrumentos de percussão, entre eles: sopapos, caixas, pratos, surdos, repiniques, tamborins, frigideira, ganzás, cuícas, rebolos, platinelas, agogôs e pandeiros, instrumentos esses característicos da música popular brasileira. Além de conhecer os instrumentos, os participantes da oficina terão a oportunidade de conhecer as técnicas e contextos de utilização de cada instrumento, intenciona-se também que os participantes possam conhecer parte do repertório da música de percussão característica da região sul do Estado do Rio Grande do Sul.

Célula Ritmica “Cabobu”

Variação da Célula Ritmica

A prática musical dar-se-á a partir da célula ritmica “CABOBU”, proporcionando a articulação desta célula com os demais instrumentos de percussão e da musica CABOBU de autoria do Mestre Giba Giba. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO A análise dos resultados da oficina será realizada pelos oficineiros e coordenador do projeto, juntamente com os demais participantes do Programa de

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Extensão em Percussão da UFPel – PEPEU – após o retorno do SEURS. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a legislação brasileira institui através da lei 11769/2008 a obrigatoriedade da música como conteúdo obrigatório na educação básica e a lei 10639/2003 prevê a obrigatoriedade da presença da temática “História e Cultura AfroBrasileira” no currículo oficial da rede de ensino, também, tendo em vista ainda que o 34º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul – SEURS traz como tema: Cidadania, Democracia e Movimentos Sociais. A oficina de Percussão: “O sopapo e a cultura popular” oportuniza aos participantes experiências musicais em que a cultura, a cidadania e a educação musical estarão presentes através de uma ação de musicalização através dos instrumentos de percussão tendo o sopapo como fio condutor.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, C. M. G. Educação musical não formal e atuação profissional. Revista da ABEM. Porto Alegre, v. 13, 49-56, set. 2005. ARROYO, M. Representações sobre práticas de ensino e aprendizagem musical: um estudo etnográfico entre congadeiros, professores e estudantes de música. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande doSul, Porto Alegre,1999.. BONDIA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Tradução deJoão Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação, v19, 2002. BOUDLER, John. Batucada erudita. Revista Arte Sonora. UEL, nº 0, p. 6-11, 1996. KATER, C. O que podemos esperar da educação musical em projetos de ação social. Revista da ABEM, v.10, p. 43-51, mar. 2004. _______. Educação musical: novas ou outras abordagens - novos ou outros protagonistas. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 14, p. 91-98, mar. 2006. KLEBER, M. O. O terceiro setor e projetos sociais em música. Revista eletrônica doTerceiro Setor. 2003 MAIA, M. de S. O Sopapo e o Cabobu: Etnografia de uma tradição percussiva no extremo sul do Brasil. 2008. Tese (Doutorado em Música) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

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TÉCNICA DE ESCALDA PÉS COMO TRATAMENTO COMPLEMENTAR PARA DOENÇAS REUMÁTICAS, DEPRESSÃO E ANSIEDADE Área temática: Saúde

Coordenador da Ação: Catia Campaner Ferrari Bernardy Autores: Catia Campaner Ferrari Bernardy1 Cássia Macena2 Daniela Biguetti Martins Lopes3 Gabriella Trindade Martins4 Juliana Botelho Dias5 Naiene Claudia Mariano de Angeli6 Thelma Malagutti Sodré7 Valéria Piveta8

Palavras-chave: terapia complementar, escalda pés, fitoterapia, massagem.

(1)

1 Professora do curso de Enfermagem, doutora em Ciências da Saúde, Universidade (2,4,5,6) Estadual de Londrina, [email protected]; Acadêmicas do curso de Enfermagem, (3) Universidade Estadual de Londrina; Professora do curso de Enfermagem, doutora em Ciências da (7) Saúde, Universidade Estadual de Londrina Professora do curso de Enfermagem, doutora em Ciências, Universidade Estadual de Londrina (6)Enfermeira bolsista, Universidade Estadual de Londrina.

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RESUMO: As doenças crônicas geram altos custos ao Sistema Único de Saúde e o número de mortes prematuras e a incapacidade de produzir para o país alerta para o desenvolvimento de ações de vigilância, prevenção e promoção à saúde como prática para a qualidade de vida. Este projeto oferece a técnica de escalda pés e massagem relaxante para os pés às mulheres com diagnóstico de doenças reumáticas, depressão e/ou ansiedade. Estas técnicas são consideradas como terapia complementar ao tratamento convencional e auxilia no atendimento integral a mulher, com efeito ligado aos pés e indicado para redução de edema, relaxamento e diminuição da tensão neuromuscular. Realiza-se a imersão dos pés em infusão de água morna, ervas medicinais, sal grosso e realização posterior da massagem. A massagem é feita com creme à base de arnica. A massagem é uma das técnicas mais antigas usada para obter o bem-estar e saúde. Atualmente, vem sendo utilizada como recurso terapêutico para relaxar o corpo, pois influencia diretamente no sistema linfático, osteo-muscular, nervoso, respiratório e circulatório. O critério de exclusão é ser diabética. Os atendimentos são realizados no Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Londrina. O atendimento é semanal e tem em média uma hora, totalizando em oito sessões subsequentes. O escalda pés foi capaz de minimizar o estresse e tensões diárias das mulheres, elevando seu nível de satisfação e desta forma, contribuindo para a melhora de sua qualidade de vida e consequentemente diminuir os gastos públicos com medicamentos, exames, internações e absenteísmo no trabalho relacionado às doenças. 1 CONTEXTO DA AÇÃO O Brasil apresenta uma transição epidemiológica marcada por diminuição de

doenças

infectocontagiosas

e

surgimento

de

doenças

crônicas

não

transmissíveis (DCNT). Estas doenças geram custos elevados ao Sistema Único de Saúde (SUS) interferindo em mortes precoces e no atraso do desenvolvimento nacional decorrente de invalidez, visto que a dor se torna um fator debilitante. Desta forma, é de suma importância a implementação de ações para prevenção e promoção na saúde (BRASIL, 2014). Para garantir a integralidade na atenção à saúde, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, contribuindo para o fortalecimento dos seus princípios fundamentais, pois, considera o indivíduo em sua totalidade e singularidade (BRASIL, 2006). Assim, para alívio das dores, complementando a terapia medicamentosa, sugere-se o uso de terapias não farmacológicas, como por exemplo, o escalda pés, musicoterapia,

aromaterapia,

massoterapia

e

cromoterapia.

Neste

estudo

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abordaremos a técnica de escalda pés e massagem posterior acompanhada da musicoterapia e aromaterapia. O escalda pés é a prática de repousar os pés em uma bacia de água morna acrescido de ervas, com o objetivo de relaxar e diminuir o ritmo agitado da rotina diária, já que é capaz de combater a sensação de pés cansados e sofridos. Com isso, é sugerido para as mulheres com diagnóstico de doença reumática, fibromialgia, tendinite, doenças psiquiátricas como a depressão e transtornos de ansiedade, indicado para a redução de edema, relaxamento e diminuição da tensão neuromuscular, aliviando dores, ajuda a relaxar, diminuição do edema nos pés, irritabilidade, insônia, depressão e problemas respiratórios (SANTOS; CORREA; CARVALHO, 2016). Atualmente vem sendo utilizado diversos recursos terapêuticos para relaxar o corpo, pois, sabe-se que estes métodos influenciam diretamente nos sistemas linfático, osteomuscular, nervoso, respiratório e circulatório (SEUBERT; VERONESE, 2008). Os pés são a base de sustentação do corpo e, tratando-os de maneira correta, é possível obter sensação de bem-estar e benefícios para todo o organismo (LOURENÇO, 2002). Objetivou-se com este projeto auxiliar as mulheres a conviverem melhor com a sua condição crônica, minimizar o estresse e as tensões diárias elevando seu nível de satisfação e desta forma, contribuir para a melhora de sua qualidade de vida. Por conseguinte, em amplo aspecto, diminuir os gastos públicos com medicamentos, exames, internações e absenteísmo no trabalho relacionado às doenças, pela maior adesão ao tratamento convencional. 2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

Os atendimentos estão sendo realizados no Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da Mulher (AMASM), localizado no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina (HC/UEL). A terapia é oferecida para as mulheres de todas as idades encaminhadas ao AMASM pelas clínicas de reumatologia, psiquiatria e médica e, para as servidoras do hospital, no período de 1 vez por semana com duração média de 1 hora, totalizando 8 sessões, a princípio, estendendo-se caso a mulher queira continuar.

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No ambulatório, tem-se uma sala específica para a realização da terapia. Nela, contem poltrona reclinável, almofada para pescoço, abajur com luz azul, rádio e CDs de músicas instrumentais calmas e aromatizador elétrico. O escalda pés é realizado com água morna acrescida de sal grosso, bardana e alecrim, sendo os pés imersos nesta água durante 10 minutos e cobertos com lençol. Após, coloca-os em água fria durante 10 minutos. Para finalizar os banhos, retorna-os para a primeira água com as ervas e sal durante 10 minutos, novamente. Ao final, retiram-se os restos de ervas que aderiram à pele e inicia-se a massagem relaxante com creme à base de arnica. Terminando a massagem, é retirado o excesso de creme e secados os pés da mulher. Ao iniciarmos a terapia, realiza-se uma avaliação inicial com o objetivo de conhecermos um pouco sobre ela: idade, cidade, estado civil, escolaridade, ocupação, renda familiar, diagnósticos, sintomas, medicamentos, bem-estar e exame físico dos pés. Quando completam as 8 sessões, passam por uma avaliação final para verificarmos o que a terapia trouxe de melhoria ou não para sua vida. O único critério de exclusão para não realização da terapia no Projeto é ser diabética.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Até o momento, 48 mulheres participaram do projeto e foram realizados 378 atendimentos. De acordo com a caracterização destas, a maioria tinha idade entre 51 e 70 anos, seguida de 36 e 50 anos. Em relação à escolaridade, o perfil escolar é de baixo tempo de estudo. Metade é casada e de religião católica. Sobre a situação ocupacional, 35% trabalham formalmente e 10% são aposentadas por invalidez. A maioria possui renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos (R$880). Em relação ao bem-estar no momento da avaliação inicial, metade sentia-se ruim. De acordo com o número de sessões realizadas até o momento, 70% fizeram até 8 sessões e as demais permaneceram no projeto. As patologias prevalentes foram depressão, fibromialgia, artrose, artrite, ansiedade, osteoporose, esporão nos pés, tendinopatia e lúpus eritematoso sistêmico. Grande parte faz uso de medicamentos alopáticos e uma utiliza

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homeopatia. As queixas prevalentes foram dor em membros inferiores e dor nas articulações. As doenças reumáticas, por serem síndromes dolorosas crônicas, podem causar repercussões negativas na qualidade de vida dessas pacientes, trazendo uma ampla sintomatologia, como dor generalizada, insônia, fadiga, distúrbios de humor e parestesias de extremidades (HEYMANN et al., 2010). Considerando os benefícios que a terapia complementar trouxe para a vida das mulheres atendidas no projeto, 90% delas acreditam que o escalda-pés provoca relaxamento, 70% alívio do estresse, 60% melhora dores articulares, 60% beneficia no sono, 40% melhora das calosidades, 6 acreditam que houve hidratação da pele, 3 diminuição do edema, 1 diminuição da pressão arterial. Metade das mulheres atendidas acredita que sua dor física dificulta extremamente suas atividades diárias, 75% delas consideraram que houve melhora no desempenho das atividades diárias após os atendimentos e 65% acreditam que melhorou o grau de satisfação com a sua vida, o que nos leva acreditar que a terapia complementar do escalda pés auxiliou estar mulheres no enfrentamento de sua condição de saúde, pois segundo Berber et al. (2005), portadores de fibromialgia e artrite tendem a relatar uma pior qualidade de vida tanto relacionado a saúde física quanto a saúde mental. Em relação à avaliação do bem-estar após os atendimentos, metade considerou boa e 14 muito boa. Sobre a satisfação com a saúde após a terapia, metade sentem-se satisfeita. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que o Projeto de Extensão “Técnica de escalda pés como tratamento complementar” foi bem aceito pelas mulheres e conquistou bons resultados. Propõe às mulheres um momento de relaxamento associado ao alívio da dor, com melhoria no desempenho das atividades diárias, no grau de satisfação com a vida e do bem-estar. Com isso, pensamos que este olhar para a assistência de enfermagem, baseado em práticas complementares, implica em uma nova formação e atuação do enfermeiro, alcançando maior resolutividade das ações em saúde e que estes profissionais tenham uma postura mais crítica-reflexiva para inovar sua

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prática, pensando na melhoria da qualidade de vida das pessoas portadoras de doenças crônicas. AGRADECIMENTOS

Agradecemos o apoio financeiro da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – SETI. REFERÊNCIAS BERBER, J. S. S.; KUPEK, E.; BERBER, S. C. Prevalência de depressão e sua relação com a qualidade de vida em pacientes com Síndroma da Fibromialgia. Revista Brasileira de Fibromialgia, v.45, n.2, p. 47-54, mar/abr, 2005. BRASIL. Portaria nº483, de 1 de abril de 2014. Redefine a Rede de Atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas. Diário oficial da União. Brasília: Gabinete do Ministro, 2014. Seção 1, p. 50-52. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC-SUS. Brasília, 2006. 92 p. HEYMANN, R. E. et al. Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, v.50, n.1, p. 56-66, 2010. SANTOS, J. D. F.; CORREA, T. V.; CARVALHO, A. A. Spa Social. Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 6, n.1, 2016, p.48-59. SEUBERT, F.; VERONESE; L. A massagem terapêutica auxiliando na prevenção e tratamento das doenças físicas e psicológicas. Encontro Paranaense, Congresso Brasileiro, Convenção Brasil/Latino América, XIII, VIII, II, 2008. Anais. Curitiba: Centro Reichiano, 2008. LOURENÇO, O,T. Reflexologia Podal: Primeiro Socorros e Técnica de Relaxamento. 1ª ed. São Paulo: Editora Ground; 2002.

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OFICINA DE INOVAÇÃO E EMPREENDEDORISMO MIRIM: A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO PROPONENTE DE ATIVIDADES DE FORMAÇÃO NÃO CURRICULAR Área temática: Educação Coordenador da Ação: Eduardo Janicsek Jara (Coordenador do Programa de Extensão Esag Kids) Autores: Eduardo Janicsek Jara1 Júlia Wildner Cunha² Mariana Kreich³ Palavras-chave: Criança, empreendedorismo, inovação, currículo.

RESUMO: A Oficina de Inovação e Empreendedorismo Mirim é ministrada para crianças do ensino fundamental com idade entre 8 a 12 anos, e foi concebida a partir do Programa de Extensão Universitária Esag Kids, do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (ESAG) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Com o intuito de formar novos líderes preocupados com o desenvolvimento sustentável e com capacidade de empreender e realizar planos, imersos em uma Cultura da Inovação, os estudantes acolhidos pelas ações do Programa Esag Kids começam a compreender as muitas formas de se tornar um empreendedor. Muito além de uma exclusividade do mundo dos negócios, o empreendedorismo se revela em ações sociais, a partir do empreendedorismo social e também em questões ambientais relacionadas ao empreendedorismo verde. As crianças são apresentadas à metodologia Canvas Kids, desenvolvida pela Esag Kids, com base no Modelo Canvas de Negócios e princípios de start-up enxuta, e são desafiadas a desenvolverem seus planos apresentando de forma geral um planejamento de sua ideia. Envolvendo o público-alvo, fornecedores, distribuição, avaliação entre outros aspectos que são apresentados de forma lúdica a partir da metodologia Canvas Kids de planejamento, que visa simplificar termos específicos da Administração de Empresas. A metodologia já vem sendo desenvolvida e aprimorada desde 2015 e até o presente momento já capacitou mais de 800 crianças, evidenciado a aplicabilidade prática da proposta de ensino de empreendedorismo para crianças do Ensino Fundamental. Por se tratar de um conteúdo não curricular, a Extensão Universitária se apresenta como alternativa a execução da proposta de ensino de empreendedorismo para crianças, e o Programa Esag Kids aponta possibilidades de realização a partir de suas oficinas ministradas. (1) Coordenador do Programa Esag Kids, Mestre em Ensino de Matemática (UFRGS), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), [email protected]. (2) Bolsista PAEX acadêmica do curso de Administração Pública da ESAG/UDESC, [email protected]. (3) Bolsista PAEX acadêmica do curso de Administração Pública da ESAG/UDESC, [email protected].

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1 CONTEXTO DA AÇÃO

O empreendedorismo como tema de investigação e estudo nas escolas da Educação Básica não está presente de forma oficial no currículo da Educação Básica. Embora o Projeto de Lei 1673/2011 proponha acrescentar no currículo do Ensino Fundamental e Médio o tema empreendedorismo, tal projeto ainda está em análise e a última atualização registrada na Câmara dos Deputados informa que o Projeto de Lei foi devolvido a relatoria para análise em 04/05/2016. Todavia, depender de uma lei específica para abordar o tema empreendedorismo e inovação pode conduzir ao cenário de não falarmos sobre tão relevantes assuntos na formação dos estudantes. Neste aspecto cabe resaltar a importância da Universidade inserida no contexto de produtora de conhecimento e formadora de opinião. Cabe frisar o que aponta a lei de diretrizes e bases da educação (LDB), no Art. 43, que apresenta formas de atuação social da educação superior.

A educação superior tem por finalidade: VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade.

Percebe-se neste aspecto, a importância da Extensão Universitária, que tem como objetivo maior inserir-se na comunidade de diferentes formas e, no caso mais específico desta oficina, na área de educação e formação dos estudantes. Abordar temas como empreendedorismo e inovação são aspectos importantes para a formação de grandes líderes e, em uma sociedade que visa inovação constante em suas relações, meios de produção, educação, sociedade e meio ambiente, isto deve ser incentivado desde as fases iniciais da Educação Básica.

2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

A Oficina de Inovação e Empreendedorismo Mirim é ministrada para um grupo de crianças na faixa etária de 8-12 anos. Busca-se neste grupo incentivar a

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criatividade, atrelada à inovação e a capacidade de planejar suas ideias. Com base em planejamento Canvas Kids, metodologia desenvolvida pelo Programa Esag Kids, desafiam-se os estudantes mirins a bolarem um plano. Baseado na metodologia de planejamento de negócios Canvas (OSTERWALDER, 2011) e com princípios de criação de start-up enxuta (RIES, 2012) os alunos são instigados a colocarem no papel seus sonhos mais ousados e empreendedores. Para chegar neste ponto a oficina apresenta alguns conceitos de empreendedorismo vinculando o termo à realização de coisas. Para as crianças, afirmamos que um empreendedor é aquela pessoa que realiza seus planos. Sejam eles vinculados à área social, quando auxiliam pessoas, bairros ou cidades, sendo chamado de empreendedorismo social. Se o plano está ligado à proteção da natureza e do meio ambiente, cuidando dos animais, por exemplo, chamamos a ação de empreendedorismo verde. E se a pessoa quiser criar um brinquedo novo, uma loja ou inventar algo que possa ser comercializado estará agindo na área de empreendedorismo de negócios. Empreender é para todos, não há idade, necessitando apenas de boas ideias e capacidade de realização. Para isto o modelo Canvas Kids se propõe a auxiliar o planejamento. Vinculado ao Centro de Administração e Ciências Socioeconômicas (ESAG), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), um centro com mais de 50 anos de tradição e excelência no Estado de Santa Catarina (a ESAG sempre obteve conceitos máximos nas avaliações do MEC), o Programa de Extensão Esag Kids tratou de trocar termos como stakeholders, público-alvo, indicadores, análise mercadológica, entre outros, por termos mais compreensíveis para as crianças, pois o objetivo é incentivar a criatividade e a capacidade de realização de planos. Para isto criou o modelo Canvas Kids que questiona o estudante mirim sobre aspectos da sua ideia, conforme ilustra a Figura 1:

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Figura 01 –Canvas Kids

Fonte: Elaborado pela Equipe Esag Kids

O Canvas Kids é impresso em uma folha tamanho A3 e distribuído aos alunos que devem iniciar seu preenchimento colando post-it para responder as questões, iniciando no campo “Minha Ideia”. A partir disto, com o apoio de acadêmicos voluntários do curso de Administração Empresarial, Administração Pública e Economia, que atuam como mentores dos empreendedores mirins, os pequenos são questionados a respeito de suas ideias e precisarão refletir mais sobre “Para quem?”; “O que eu preciso?”; “Quem pode me ajudar?”; “Como vou conseguir o que eu preciso?”

e

finalmente,

“Quem

pode

me

ajudar?”.

Respondendo

estes

questionamentos o educando poderá visualizar as etapas necessárias para realização do seu plano e posterior avaliação, para que ele seja melhorado após suas análises. Esta simplificação de planejamento coloca o empreendedor mirim a refletir sobre a importância de se planejar as ações antes de executá-las, ponto fundamental na profissão de um Administrador, profissional que a ESAG vem formando com excelência há mais de 50 anos

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3 ANÁLISE E DISCUSSÃO As Oficinas de Inovação e Empreendedorismo Esag Kids começaram a ser realizadas em outubro de 2015 e desde então já capacitou mais de 800 crianças. Para o ano de 2016 a meta é capacitar 1000 crianças via extensão universitária, levando os pequenos empreendedores mirins até a Universidade (UDESC) e também visitando escolas em Florianópolis e outras cidades do Estado de Santa Catarina. Os resultados parciais indicam que para 97% das crianças que realizam a oficina na Universidade este é o primeiro contato do estudante mirim com a academia, registrando uma experiência muito agradável em suas memórias. Quando questionadas verificamos que, para praticamente 100% das crianças capacitadas, é a primeira “aula” sobre empreendedorismo. E esta aula traz como registro a ideia de que o empreendedor é um realizador e que a inovação deve ser sempre um ponto a ser almejado nos planejamentos que algum dia iremos realizar. Para o decorrer do ano de 2016 o plano do Programa de Extensão Esag Kids é cadastrar escolas interessadas e capacitar acadêmicos e professores para que possam replicar a metodologia em outros espaços de educação. Através desta capacitação as oficinas serão realizadas em outras cidades participando inclusive de ações extensionistas do Projeto Rondon da UDESC.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema empreendedorismo e inovação deve ser apresentado às crianças em suas primeiras fases da formação. Muito além da visão de que o empreendedorismo envolve apenas negócios, apresentar aos estudantes mirins a ideia de que o empreendedor é alguém que realiza ações para ajudar as pessoas e meio ambiente e, também, para desenvolver ideias de negócios, auxilia na formação de cidadãos protagonistas, que irão modificar o mundo a partir de suas ações. Uma Cultura de Inovação, de fato, deve iniciar desde a formação do estudante na Educação Básica e, se as escolas ainda não se sentem preparadas para este grande desafio, a Extensão Universitária apresenta-se na vanguarda desta metodologia apresentando

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projetos como o Esag Kids, que vem desenvolvendo atividades para tratar de forma eficiente a abordagem do tema empreendedorismo e inovação para crianças do Ensino Fundamental. AGRADECIMENTOS

O Programa de Extensão Universitária Esag Kids tem apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), do Edital PAEX da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e também apoio de inúmeros parceiros, a saber: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE/SC), Banco do Empreendedor (assista BETV no Youtube), Instituto Guga Kuerten (IGK), Conselho Estadual de Combate à Pirataria (CECOP), Instituto PVBLICA de Políticas Públicas (PVBLICA), WeGov, Studio Sapienza além da ESAG e seus inúmeros programas de Extensão Universitária. Sem estes parceiros a Esag Kids não aconteceria.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. (Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.) OSTERWALDER, Alexander - Inovação Em Modelos de Negócios Business Model Generation - ED: Alta Book , Rio de Janeiro, 2011. RIES, Eric - A startup enxuta - Ed Leya Brasil, Rio de Janeiro, 2012

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A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR É RESPONSABILIDADE DE TODOS NÓS Área temática: Meio Ambiente e Educação

Coordenador da Ação: Vanderléia Martins Lohn (Coordenadora do Projeto de extensão Univali – Jeitos de Mudar o Mundo).

Autores: Vanderléia Martins Lohn (1) Ana Paula Pereira dos Passos (2) Palavras-chave: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS, Objetivos de Desenvolvimento do Milênio- ODM, educação, cidadania.

RESUMO: Os objetivos de desenvolvimento do milênio (ODMs) possibilitaram grandes avanços mundiais e nacionais, no entanto sua implementação ocorreu de maneira gradativa e de diferentes formas em cada país. Aproveitando o estimulo gerado, e para continuar este movimento global que almeja a construção de um mundo mais justo e melhor, foram adotados os novos objetivos de desenvolvimento Sustentáveis (ODS), como apresentado na Figura 1. Assim, esta oficina tem por objetivo a difusão dos conceitos dos ODS para alunos da educação básica e fundamental de escolas, por meio de palestra, debate e atividades interativas. O projeto Univali – Jeitos de Mudar o Mundo busca formar cidadãos mais críticos e comprometidos com a vida e o bem-estar da sociedade. A escola é vista como o “meio” que melhor engloba a sociedade, com a propagação destes conteúdos aos alunos e espera-se alcançar indiretamente professores, pais, colegas e comunidade local. Neste sentido, a oficina terá o papel de subsidiar os alunos, para que eles visualizem o ser humano com parte necessária de um processo muito maior, percebam que toda ação do homem contra a natureza tem uma consequência.

(1) Doutoranda na área de Ética e Sustentabilidade pelo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na área de Responsabilidade Social pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC. Professora do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected]. (2) Graduanda de Administração. Universidade do Vale do Itajaí.

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1 CONTEXTO DA AÇÃO

Em setembro de 2000, as Nações Unidas (ONU) organizou uma reunião com os 191 países-membros, incluindo o Brasil, denominada de Cúpula do Milênio. O debate resultou na aprovação da Declaração do Milênio, que a partir de 2016 será descrito como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), correspondente a um conjunto de metas pactuadas com a finalidade de tornar o mundo um lugar mais justo, solidário e melhor para viver. A Figura 1 apresenta os dezessete objetivos estabelecido para serem alcançados até 2030.

Figura 1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS

Fonte: Itamaraty (2016)

A oficina “A construção de um mundo melhor é responsabilidade de todos nós” se originou por meio do projeto de extensão Univali – Jeitos de Mudar o Mundo, mediante as intervenções nas escolas públicas e privadas. Após uma análise dos resultados dos ODMs e da mobilização social, observou-se a necessidade de cidadãos mais conscientes e envolvidos com o meio em que vivem, para promover a consciência e uma maior mobilização social acerca dos ODS, se viu nas escolas uma parceira ideal.

(1) Doutoranda na área de Ética e Sustentabilidade pelo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na área de Responsabilidade Social pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC. Professora do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected]. (2) Graduanda de Administração. Universidade do Vale do Itajaí.

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A atual problemática ambiental nos traz a percepção que há uma crise da própria civilização, não é a natureza que está em desarmonia, mas a sociedade. A educação ambiental propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo participativo, que almeja instigar uma consciência crítica sobre está problemática, compreendendo uma ação individual e coletiva, com medidas contra os problemas atuais e futuros. Faz se necessário estabelecer um respeito entre os seres vivos que existem no planeta, e também para com o meio ambiente. (SILVA, 2012) Segundo Silva (2012) é necessário a conscientização e principalmente uma mudança de comportamento, para isso é importante educar os cidadãos para que ajam de modo responsável e com sensibilidade, modificando-se tanto interiormente, como pessoa, quanto nas suas relações com o ambiente. Atualmente enfrentamos uma crise de valores, alguns autores defendem que a escola tem o papel de ajudar na formação ética de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade. E propõem que as escolas busquem contemplar, em suas práticas cotidianas, o trabalho com a formação ética de sujeitos capazes de se indignarem com as injustiças. Acreditam também que a escola possa formar sujeitos capazes de construir relações sociais mais justas e solidárias (PÁTARO; ALVES, 2011) Neste contexto, o objetivo geral da oficina é instigar e estimular os alunos a uma nova postura diante do contexto atual dos ODS. Postura esta que compreende análise de seu papel como cidadão, consciente da importância da preservação do meio ambiente e de valores sociais. O projeto tem como objetivos específicos: i) conscientizar os alunos da educação básica e fundamental; ii) propagar o tema dos Objetivos de desenvolvimento Sustentável; iii) promover uma mudança de comportamento e iv) instigar uma mobilização social.

(1) Doutoranda na área de Ética e Sustentabilidade pelo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na área de Responsabilidade Social pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC. Professora do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected]. (2) Graduanda de Administração. Universidade do Vale do Itajaí.

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2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

Os

encaminhamentos

metodológicos

seguem

de

acordo

com

a

construção de uma sequência de temas, conforme o Quadro 1. Com pausa para reflexão, que perpassam por questionamentos da postura social de cada indivíduo. Quadro 1 – Sequencia dos temas abordados SEQUENCIA 1 2 3 4 5

TEMAS Objetivos de desenvolvimento do milênio. Resultados nacionais e mundiais. Cenário atual. Apresentação dos ODS. Educação ambiental. ODS com viés ambiental. Crise de valores. ODS com viés social. Mobilização social. Fonte: Próprios autores

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO

A Oficina se destina aos alunos da educação básica e fundamental, sendo que os resultados dessas ações não serão identificados no imediato de sua execução, mas sim por meio de acompanhamento dos pedagogos e professores durante suas atividades educacionais – aulas após oficina. A proposta também corresponde aos educadores construírem suas próprias estratégias de ensino no contexto dos ODS e assim estimular os alunos a uma nova postura diante do contexto atual.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todo individuo independente da classe social, da profissão, pode atuar para a criação de um mundo melhor, é uma transformação individual e interna. Se cada membro da sociedade fizer sua parte o mundo aos poucos irá se transformar (1) Doutoranda na área de Ética e Sustentabilidade pelo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na área de Responsabilidade Social pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC. Professora do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected]. (2) Graduanda de Administração. Universidade do Vale do Itajaí.

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no mundo que as Nações Unidas e os 191 países buscam, por meio dos ODS. Ou seja, um mundo igualitário, justo e melhor para se viver. Assim, a oficina pretende colaborar na formação de cidadãos mais conscientes, que não só respeite a natureza e o próximo, mas disseminem está ideia e formulem ações para a resolução dos problemas atuais da sociedade. Por fim, sabendo que todos têm uma parte que os cabe transformar, e tendo a perspectiva de contribuir na formação destes alunos, vislumbramos nos ODS uma plataforma a ser implementada e trabalhada nas escolas, assim como o primeiro, segundo e terceiro setor.

AGRADECIMENTOS

A Universidade do Vale do Itajaí, pela disponibilização de recursos para o cumprimento desta ação, por meio do projeto de extensão Univali – Jeitos de Mudar o Mundo.

REFERÊNCIAS

a)

Trabalhos apresentados em congressos (Anais, Resumos, Proceedings,

CDRom),

PÁTARO, Ricardo Fernandes; ALVES, Cirsa Doroteia. Educação em valores: a escola como espaço de formação para a cidadania na sociedade contemporânea. In: EPCT - ENCONTRO DE PRODUÇÃO CIENTIFICA E TECNOLOGICA, 6., 2011, Campo Mourão. Anais... . Campo Mourão, 2011. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2016.

b)

Dissertações e teses,

(1) Doutoranda na área de Ética e Sustentabilidade pelo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na área de Responsabilidade Social pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC. Professora do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected]. (2) Graduanda de Administração. Universidade do Vale do Itajaí.

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SILVA, Danise Guimaraes da. A importância da educação ambiental para a sustentabilidade. 2012. 11 f. Monografia (Especialização) - Curso de Ciências Biológicas Com ênfase em Gestão Ambiental, Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí – Fafipa, São Joaquim, 2012. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2016. c)

Documentos exclusivos em meio eletrônico

ITAMARATY. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Disponível em: . Acesso em: 27 jun. 16.

(1) Doutoranda na área de Ética e Sustentabilidade pelo PPGEP da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrado na área de Responsabilidade Social pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, UFSC. Professora do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected]. (2) Graduanda de Administração. Universidade do Vale do Itajaí.

CONTATO-IMPROVISAÇÃO NO TEATRO E SUSTENTABILIDADE Temática: Jogos didático-pedagógico ecológico AUTOR: André de Souza Macedo (Coordenador da ação de extensão) 1. Palavras-chaves: neutralidade

Contato

improvisação,

investigação,

sustentabilidade,

RESUMO: A presente proposta se manifesta interessada no trabalho de criação e recepção teatral tendo como aporte temático a sustentabilidade, mantendo um espaço de investigação acerca do trabalho de construção da cena teatral contemporânea, dialogando o corpo e a palavra, num interstício entre o rigor e espontaneidade do trabalho atoral enquanto presença e jogo, assim como lançar mão de um processo pedagógico de criação teatral colaborativa e aprofundar a investigação, oferecendo ferramentas e metodologias de criação aos participantes, gerando a troca de saberes. Por outro lado, ao pensar a relação entre o corpo e a voz, o contato improvisação se torna uma excelente técnica de preparação corporal, criativa e de composição por meio do jogo e da improvisação, tendo em vista a busca de um corpo e voz mais orgânicos e sem estereótipos. Destaca-se a importância desse projeto para a comunidade em geral, em especial os jovens. Enquanto trabalho técnico, há o desenvolvimento em paralelo ao trabalho de improvisação do rigor necessário ao uso da máscara neutra. Tal proposta parte de um lado em desenvolver a espontaneidade do ator em cena, dentro de certas regras e convenções. Tal escolha é a busca de um possível estado de neutralidade do ator, estado este que antecede a ação. Por objetivos, além de manter um espaço de pesquisa cênica com vinculo entre a UNILA e a Comunidade da Tríplice Fronteira, busca-se a promoção de apresentações para a discussão e recepção teatral, assim como o manuseio da técnica de máscara e aperfeiçoamento de contato improvisação, elaborando espetáculos teatrais e intervindo com esquetes e mostras abertas ao público de criação performática. Por fim, almeja-se a produção de documento textual de reflexão sobre a experiência. Contexto da ação Ao chegar na Unila, ocupando o cargo de diretor de artes cênicas, me deparei com um corpo e espaço pouco habitado. Um não, vários! Porém, para superar as dificuldades e avançar na reflexão, foi necessário encontrar e inventar ações para criação e compartilhamento artístico e criativo que recorressem ao corpo e o colocasse em movimento. Em conversas informais, percebi o “corpo”, neste caso, para se referir ao grupo de pessoas, docentes e discentes, demostrava interesse em participar de um grupo onde pudessem desenvolver o autoconhecimento, a 1

André de Souza Macedo tem graduação em Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2014). Atualmente é Diretor de Artes Cênicas da Universidade Federal da Integração LatinoAmericana. Mestrando pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da UNILA.

convivência e a expressão artística. Ocupar e intervir nesse espaço lacunar, se referia diretamente às atribuições enquanto novo servidor. Nesse sentido, ao entender que um grupo de teatro se faz pelo encontro e interesse comuns, me vi inclinado a convidar os interessados e propor um espaço para prática, experimentação e criação performativa. Recorrendo às minhas próprias experiencias, e buscando aquelas que mais dialogassem com a diversidade encontrada na comunidade Unila, mergulhando numa investigação técnica que dialogasse e se mostrasse mais fluida e democrática, inclusiva e aberta e fosse eficaz à criação teatral, escolhi o contato improvisação. Inicialmente, foi priorizado o trabalho para apresentação e prática dos princípios da técnica, já que muitas pessoas relataram nos primeiros encontros possuir pouca ou nenhuma experiência formal em dança ou criação artística onde o corpo fosse uma matéria. Para isso foi criado um espaço para prática cênica, o qual teve início no segundo semestre de 2014 e os encontros aconteceram de setembro a dezembro, no espaço conhecido como sala negra, situado na antiga unidade chamada de Unila Centro. Nesse período, realizávamos encontros semanais, com duração de 3 horas cada, com participação média de 10 a 20 pessoas. Enquanto prática, misturávamos o contato improvisação com jogos de experimentação da ação dramática. O trabalho com o contato improvisação contribuía para a relação viva e espontânea pelo ator. Em ambas montagens, o trabalho pedagógico buscava dialogar com as necessidades evocadas pelos membro do grupo ou exigências técnicas que precisavam ser compreendidos e experimentados. Houve um crescimento muito grande em relação a linguagem teatral, mesmo para quem nunca tinha tido experiência com a produção teatral. O contato e a improvisação como eixos da busca da espontaneidade, tanto no uso do corpo quanto da palavra. Como elemento técnico utilizamos os princípios e elementos do contato improvisação pela sua capacidade de diálogo com o modo de pensar o corpo na atualidade. Após a primeira experiência nesse sentido aqui na Unila, constatada a aceitação da proposta e efetividade do trabalho neste ambiente, propus darmos um segundo passo, no sentido de aprofundar a investigação, capacitando os participantes, desenvolvendo experiências que buscassem sistematizar a criação nesta arte. Surgia o Coletivo Teatral Contato Improvisação, COTE'COI, que de forma criativa

busca se apresentar como um dos agentes de articulação e produção de artes cênicas na cidade de Foz do Iguaçu. Para 2016, iniciou-se a busca de grupos parceiros para que de forma mais efetiva se pudesse manter um fluxo de apresentações teatrais e performativas na região, bem como colaborar à recepção das artes cênicas em meio à comunidade. Análise e discussão Para Isabel Setti (2007, p.25), no teatro prepondera o “vácuo entre a impostação que havia servido a deuses e heróis e a voz natural, cotidiana”, que separa a prática “entre a preparação vocal como a conhecíamos e as necessidades da nova cena.” No decorrer da história do teatro ocidental, é sabido que em cada época o modo de entender o corpo e muni-lo com ferramentas para a criação teatral sempre foi recorrente. Na formação atoral incluíam exercícios físicos da ginástica, do esporte, etc. Por outro lado, o contato improvisação, além de manter-se atualizado em relação aos entendimentos do corpo, com os avanços a partir da educação somática, desenvolve no praticante um despertar do corpo cinestésico (emoções, mente e espiritualidade). Nesse sentido, serve de técnica, mas também pode ser a própria expressão, por ser um estilo de dança. Nos últimos anos, muitas escolas ao redor do mundo vêm alterando suas disciplinas de modo a incluir mais a noção da improvisação versus composição. Isso porque a palavra composição pode ser relacionada com algo composto, fixo e assim não dialogar com os anseios contemporâneos de priorizar o working in process e não o produto finalizado. Ao “entrar em contato” e improvisar, cada interprete estabelece o jogo necessário para si e para o outro, a criação passa ser realizada no instante do jogo e improviso, como uma obra de arte aberta e sem predeterminações. Neste sentido, venho aqui planejar e estabelecer direções e ações a serem tomadas nesse novo passo, encontrando táticas para em 2015 estimular a criação e apreciação artística. O contato improvisação está sendo uma técnica e convite à visitação ao corpo e à gravidade, massa, equilíbrio, resistência e descoberta de si e do outro. No início de tudo, o corpo é convidado a se mover, a se descobrir, tanto fisiologicamente, investigando as estruturas, os volumes e pesos, quanto psicologicamente, no que se refere aos bloqueios de determinadas regiões e membros do corpo. Ao trazer a atenção para o corpo, a palavra se torna secundária. O diálogo acontece por outros canais e vias sensoriais. Outro universo se instaura e, perdidos entre ar, pele, músculos, ossos, afetividade e ética, cada indivíduo acessa a si próprio, e ainda, precisa ultrapassar o medo de acessar o outro, o qual está numa relação de proximidade muito além daquele que a sociedade atual nos permite ou ensina. A racionalidade, que por muitas vezes ficava registrada somente pelo cérebro, numa visão que cultivava a dualidade corpo e mente, se organiza integradamente ao movimento, descobrimos que o corpo possui racionalidades múltiplas e pouco desenvolvidas. A escuta deixa de ouvir algo mecanicamente e passa a compreender algo a partir da supressão da fala. Além disso, é interessante perceber que quando nos escondemos atrás das palavras, as máscaras e armaduras tendem a ser desfeitas e o olhar se torna um

desafio concreto a ser enfrentado. Descobre-se que pelo ritmo diário imposto pelo estilo de vida contemporâneo ou por qualquer aventura e interesse humano, estamos desabituados a olhar as outras pessoas e ser olhados por elas. Não estou me referindo a um tipo de olhar que consome o outro, que é impositivo, mas um olhar que percebe o outro enquanto tal, o constata e o assimila. Há um rito a ser compartilhado, e com isso um retorno a algo fundamental que foi sendo esquecido e que precisa ser retomado: o reencontro de si, com o outro e com aspectos divinos que a socialidade pode manifestar. Para MAFFESOLI (1990, p. 61), “No está de más, con todo recordar que lo divino surge de las realidades cotidianas, y se elebora poco a poco en el compartimiento de gestos simples y rutinarios. Es en este sentido en el que el habitus o la costumbre sirvem para concretar, para actualizar, la dimensión ética de toda socialidad”. Em seguida, após vivenciar esses confrontos elementares num plano mais simbólico, e haver provado alguns princípios da gravidade no corpo num plano mais tátil, como equilibrar-se, por exemplo, o corpo está mais preparado para experimentar o entregar-se ao outro. Por meio do contato efetivo, por meio de manipulações, massagens e toques no corpo, surgem outras exigências. O outro agora não é algo que eu vejo, mas sim algo que sinto, que também me vê e me sente. Habitar e ser habitado. O corpo aqui sendo tratado como uma cidade, onde existem diferentes bairros, regiões nobres e regiões relegadas ao esquecimento: o centro e a periferia. Após os primeiros passos e contatos iniciais, o grupo experimenta outro jeito de sociabilizar, agora não mais baseado na competição, porém no afeto. Descobrese que existem múltiplos modos de se mover, viver, agir e se relacionar para além dos princípios mercantilização e do consumo do corpo e dos sentimentos. Por outro lado, ao pensar a relação entre o corpo e a voz, o contato improvisação se torna uma excelente técnica de preparação corporal, criativa e de composição por meio do jogo e da improvisação, tendo em vista a busca de um corpo e voz mais orgânicas e sem estereótipos. Para Isabel Setti (2007, p.25), é o “vácuo entre a impostação que havia servido a deuses e heróis e a voz natural, cotidiana” que separa a prática “entre a preparação vocal como a conhecíamos e as necessidades da nova cena.” Para HOUGÉE (1997, p. 120), a “improvisação representa uma abordagem aplicável a quase todos os aspectos do ensino: ela é investigativa; permite que se tenha uma visão geral do que possível, durante a prática; e ensina a fazer escolhas”. Incluir o trabalho com máscaras pode expandir a percepção de si próprio e contribuir para a importância das pequenas reações, trabalhando de forma integrada o jogo e a presença, elementos fundamentais para o trabalho do ator. Para TEIXEIRA (2013), a consciência corporal colabora para o equilíbrio do corpo, já que estuda os pesos do corpo, as partes que tocam o chão, os encaixe dos ossos e as relações entre os membros superiores, inferiores, musculatura e a pele, minimizando as tensões desnecessárias. Em LECOQ (2014), a máscara conscientiza o ator em relação ao espaço em torno de si e ainda para diminuar a presença do rosto e explorar mais o corpo como um todo. Já para AMARAL (2004, p. 41), "a mascara é o que transforma, simula, oculta e revela (...)O rosto humano está sujeito a instabilidades emocionais, reflete o interior da alma e facilmente se deixa trair. Já a máscara é como um rosto sem interior." Num aspecto mais abrangente, pensamos o processo com vistas a uma proposição mais contemporânea. Utilizarei o termo “coletivo” para me referir ao trabalho que é criado em conjunto de maneira colaborativa, onde as hierarquias

possam ser alteradas e o poder de escolha possa vir de múltiplos personagens e não apenas da figura do diretor. Com o intuito de possibilitar a criação e recepção do teatro na Tríplice Fronteira e região, incluindo cidades próximas como Medianeira, Santa Terezinha de Itaipu e Toledo, e ainda, Ciudad Del Este e Puerto Iguazu, estimulando o hábito da recepção teatral, este projeto se configura como continuidade do processo já iniciado por agentes locais e que agora a colaboração se mostra uma tática para promover a apreciação e criação das artes cênicas. É a tentativa e um caminhar rumo a criação de um coletivo de artistas que possam atuar nesta zona. Por isso, objetiva a prática, a investigação de linguagens, a elaboração de processos e produtos poéticos cênicos. É uma experiência que se oferece a toda comunidade interna e externa da universidade. Detalhamento das atividades Este curso é organizado por meio de dois ou três encontros semanais, para prática a partir do contato improvisação e demais técnicas de trabalho de corpo e presença do ator. Cada um tem duração de 4 horas. Dois destes encontros voltados à experimentação prática e técnica para a criação cênica e outro, quando necessário, servindo como espaço de leitura e discussão de textos teóricos. O planejamento dá com base nos materiais criados em grupo e nas principais dificuldades dos participantes. Durante o primeiro ano de atividade do COTE'COI, com um grupo que iniciou com 14 pessoas, transitavam interessados na prática corporal. Durante o processo, colaboraram estudantes da pós-graduação, profissionais atuantes na cidade e estabelecemos alguns vínculos com outros atentes. No entanto, o grupo de participantes que tiveram regularidade diminuiu. Hoje somos 9 pessoas atuantes. No primeiro ano, o COTE'COI participou de eventos importantes para a Cidade e conseguimos finalizar o projeto com duas montagens teatrais e duas performances. Já durante o ano de 2015, pudemos participar de apresentações em eventos culturais, representando a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Elaboramos duas montagens teatrais: Fragmentos de: “A Menina sem Palavras”, do autor moçambicano Mia Couto, no primeiro semestre, e “Carícias”, do dramaturgo espanhol Sergi Belbel, apresentado no início de dezembro. Além disso, criamos a performance “Correntes do Marasmo” a partir de poesias combinadas com o contato improvisação. Para 2016 estamos a cumprir a meta de atravessar as fronteiras da cidade de Foz do Iguaçu e adentrar o Paraguay (Ciudad del Este) e Argentina (Puerto Iguazu), de forma a envolver ainda mais a comunidade externa e contribuir na formação

artística da região, por meio da produção e da recepção, estabelecendo espaços de se discutir o trabalho com o público. Considerações finais: Nesses encontros transitaram muitas pessoas, incluindo professores, discentes, técnicos, comunidade em geral e agentes culturais da região. Houve um grupo de participantes que manteve continuidade e presença em todo o projeto, outros manifestaram interesse em participar de ações específicas, e alguns apareciam para participar de um ou dois encontros. Por um lado, a realização deste projeto marcou o momento da criação de um grupo e o primeiro passo para a formação de um coletivo de produção em artes cênicas que promovesse o diálogo com agentes locais. Por outro lado, entendo que houve uma boa aproximação com os principais produtores locais (Reverence Studio de Dança, SDS, Casa do Teatro, Escuela Superior de Bellas Artes e Esquina Cultural) e ainda com a secretaria da cultura de Puerto Iguazu e Puerto Libertad, para realização de parcerias futuras. Neste sentido, pretendemos dar um segundo passo na qualificação e inserção do coletivo na região, qualificando o trabalho de criação e recepção teatral e performática na Tríplice Fronteira. Agradecimentos: À equipe PROEX/UNILA, ao curso de Letras, Artes e Mediação Cultural da UNILA e à Esquina Cultural/Foz do Iguaçu. Referências: AMARAL, Ana Maria. O ator e seus duplos: Máscaras, bonecos, objetos. Editora Senac, São Paulo, 2004. CERTEAU, Michel de.A Invenção do Cotidiano – Artes de Fazer. Editora Vozes, Petrópolis – RJ, 1998. DUNDJEROVIC, Aleksandar Sasha. É um Processo Coletivo ou Colaborativo? Descobrindo Lepage no Brasil. __In: Revista Sala Negra – Programa de PósGraduação da Editora da Universidade de São Paulo, 2007. HOUGÉE, Aat. Improvistion in Dance Education__In: Special Limited Edition: Contact Improvisation Sourcebook. Contact Editions. Northampoton, Massachusetts, 1997. KRISCHKE, Ana Maria Alonso. Contato Improvisação: A experiência do conhecer ea presença do outro na dança; Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de PósGraduação emEducação.orientadora, Ida Mara Freire; coorientador, Nestor Habkost – Florianópolis, SC, 2012. LECOQ, Jacques. El Cuerpo poético. Una pedagogia de la creación teatral. Tradução de Joaquín Hinojosa y María del Mar Navarro. Ed. Alba. Barcelona, Espanha, 2014. MAFFESOLI, Michel. El Tiempo de las Tribus: El declive del individualismo em las sociedades de masas. ICARIA Editorial, S.A., Barcelona, 1990. SETTI, Isabel. O Corpo da palavra não é fixo deixa-se tocar pelo tempo e seus espaços. Revista Sala Preta do PPGAC da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2007.

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OFICINA DE ROBÓTICA PEDAGÓGICA COM LEGO MINDSTORMS® PARA ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE SANTA CATARINA Área temática: Tecnologia e Produção Coordenador da Ação: Illyushin ZAAK SARAIVA1 (Coordenador da Ação de Extensão) Autores: Illyushin ZAAK SARAIVA1 Ricardo ANTONELLO2 Rafael Garlet de OLIVEIRA3 Ruan Machado BECKER4 Yan Caion Vieira CARDOZO5 Ruan Diego BEVILAQUA6 RESUMO: Com a expansão da Rede Federal de Educação Profissional de Tecnológica do MEC a partir de 2008, assistiu-se à criação de novos campi ‘tecnológicos’ com oferta de cursos ligados às modernas Tecnologias de Informação e Comunicação, tais como os cursos de Automação Industrial, Eletrônica e Informática, entre outros – ao lado dos antigos campi ‘agrários’, mais tradicionais, advindos das antigas escolas ‘agrotécnicas’. Uma modalidade de ação extensionista crescente no Brasil e outros países nas últimas 2 décadas é a Robótica Pedagógica, que tem alcançado destaque dentre as ferramentas de divulgação científica e tecnológica nas duas primeiras décadas do Século XXI (REIS et al., 2014). Este trabalho tem como objetivo descrever pormenorizadamente atividade de extensão intitulada “Oficina de Robótica Pedagógica com Lego Mindstorms® para Escolas da Rede Pública de Santa Catarina”, a ser apresentada no SEURS 2016 pelos integrantes do projeto de extensão em Robótica Pedagógica do Campus Luzerna, patrocinado através do Edital Interno 005/2015. Serão utilizados no trabalho os 03 kits de Robótica Pedagógica Lego Mindstorms® pertencentes ao IFC Campus Luzerna, gentilmente cedidos à coordenação do projeto pela Coordenação de Extensão do Campus Luzerna exclusivamente para a atividade. Dentre as etapas da atividade estão (1)Apresentação dos Robôs Lego; (2)Apresentação de Conceitos de Robótica; (3)Aula Prática sobre as funcionalidades Lego Mindstorms®; (4)Exercício em grupo: programação de um robô; (5)Aula Prática: linguagem de programação Lego; (6)Aula Expositiva sobre as possibilidades mecânicas dos Lego; (7)Exercício em grupo: programação de um robô seguidor de linha; (8)Aula expositiva sobre o treinamento dos estudantes para a pesquisa de novas configurações de robôs Lego®. Espera-se que a atividade permita uma intensa troca de conhecimentos com os participantes do SEURS, e que possa disseminar a Robótica Pedagógica na região, através de professores e alunos de universidades e institutos tecnológicos presentes ao evento, que tornar-se-ão portadores do potencial desta tecnologia. 1 Especialista em Educ. Empreendedora, Campus Luzerna, IFC, [email protected] 2 Mestre em Inteligência Artificial, Campus Luzerna, IFC. 3 Mestre em Automação e Sistemas, Campus Luzerna, IFC. 4 Curso Técnico em Automação Industrial, IFC. 5 Curso Técnico em Automação Industrial, IFC. 6 Curso de Engenharia de Controle e Automação, IFC.

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Palavras-Chave: Extensão Tecnológica, Robótica Pedagógica, Tecnologia Lego Mindstorms®. 1 CONTEXTO DA AÇÃO

Prevista no texto constitucional de 1988 com um dos itens componentes da ‘tríade’ da função universitária (BRASIL, 1988), a Extensão está presente no ordenamento jurídico brasileiro desde a década de 1930, e na prática se constitui como atividade tradicional das universidades brasileiras desde o surgimento destas últimas ainda no início do século XX (TAVARES, 1997). No caso dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, a ação extensionista se encontra profundamente ancorada nos fundamentos dessas instituições, ainda desde a época ‘áurea’ das antigas Escolas Agrotécnicas Federais, com uma forte relação estabelecida entre de um lado os campi e seus profissionais agrônomos e veterinários, e de outro as fazendas e pequenas propriedades com seus pecuaristas e agricultores familiares, numa verdadeira relação de troca entre o saber científico acadêmico trazido pelos primeiros, e os conhecimentos tradicionais e às vezes centenários agregados pelos últimos (JEZINE, 2006). Modernamente, com a expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, assistiu-se ao surgimento de campi especializados nas modernas tecnologias de comunicação e informação – TIC, com cursos distintos daqueles oferecidos tradicionalmente pelos campi agrários, como por exemplo, os cursos de Automação Industrial, Eletrônica, Informática, entre outros (SILVA, 2009). Este trabalho apresenta uma proposta de atividade extensionista relacionada justamente à troca e construção do saber tecnológico dentro das comunidades localizadas no entorno dos campi dos Institutos Federais, as Oficinas de Robótica Pedagógica (REIS et al, 2014). Tais oficinas ocorrem em parceria dos institutos com escolas públicas de nível fundamental e secundário, modelo em grande expansão no Brasil e também em outros países nas duas últimas décadas (SASAHARA & CRUZ, 2007; GOMES et al, 2008; SILVA, 2009; VALHDICK et al, 2009; BIENIEK et al, 2012; REIS et al, 2014).

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A proposta de Oficina de Robótica que aqui se apresenta é baseada em ação extensionista existente há 2 nos no Campus Luzerna do Instituto Federal Catarinense, cujo objetivo é o intercâmbio entre o conhecimento científicoacadêmico produzido no Campus e o conhecimento trazido do ambiente escolar – especialmente de escolas estaduais da região de Luzerna – através da oferta de oficinas de capacitação de “Robótica Pedagógica” utilizando os Kits de robôs Lego Mindstorms® para professores e alunos da região. O objetivo deste trabalho, portanto, é apresentar a citada atividade de extensão, partindo-se de uma concepção de projetos de extensão tecnológica que possam contextualizar e favorecer a abstração de conceitos multidisciplinares, de forma lúdica, ampliando as possibilidades de aprendizagem.

2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

A atividade de extensão aqui apresentado intitula-se “Oficina de Robótica Pedagógica com Lego Mindstorms® para Escolas da Rede Pública de Santa Catarina”, a ser apresentada no SEURS 2016 pelos integrantes do projeto de extensão em Robótica Pedagógica do Campus Luzerna, patrocinado através do Edital 005/2015. Serão utilizados no trabalho os 03 kits de Robótica Pedagógica Lego Mindstorms® pertencentes ao IFC Campus Luzerna, gentilmente cedidos à coordenação do projeto pela Coordenação de Extensão do Campus Luzerna exclusivamente para a atividade. A atividade deverá ocorrer entre os dia 03 e 05/08/2016 e consiste de 08 etapas conforme descritas a seguir: (1) Apresentação dos Robôs Lego; (2) Apresentação de Conceitos de Robótica; (3) Aula Prática sobre as funcionalidades Lego Mindstorms®; (4) Exercício em grupo: programação de um robô para carregar blocos de Lego; (5) Aula Prática: linguagem de programação Lego;

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(6) Aula Expositiva sobre as possibilidades mecânicas dos Lego; (7) Exercício em grupo: programação de um robô seguidor de linha; e finalmente, (8) Aula expositiva sobre o treinamento dos estudantes para a pesquisa de novas configurações de robôs Lego. A equipe prevista para participação no evento é composta de 03 professores do Campus Luzerna, além de 02 alunos do Curso Técnico em Automação Industrial, e um aluno do Curso de Bacharelado em Engenharia de Controle e Automação. O custeio com alimentação, estadia e deslocamento dos integrantes, além do patrocínio do projeto, se devem inteiramente ao fomento da Coordenação de Extensão do Campus Luzerna do Instituto Federal Catarinense.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO Atividades de extensão podem ser avaliadas de acordo com diferentes critérios, e relacionados a diferentes dimensões como impacto na comunidade, nível do aprendizado construído pelo público, profundidade da relação estabelecida entre a instituição acadêmica e a comunidade, dentre outros. No caso da presente proposta, espera-se utilizar como método para avaliação dos resultados um conjunto variado de indicadores de desempenho, relacionados a distintas dimensões, o qual se apresenta a seguir na Tabela 1. Tabela 1 – Proposta de indicadores de desempenho para a oficina de robótica Lego®.

Eventos

Ind.

Nº de alunos bolsistas participantes da atividade desde a concepção inicial

3

Bolsistas que participarão da atividade durante o evento em Camboriú

3

Nº de professores participantes da atividade desde a concepção inicial

3

Professores que participarão da atividade durante o evento em Camboriú

3

Quantidade de Kits de Robótica Lego Mindstorms® do Campus Luzerna

3

Duração da atividade durante o evento em Camboriú Participantes a serem atingidos durante a atividade em Camboriú Fonte: Elaborado pelos Autores

4h > 100

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A oficina a ser apresentada em Camboriú ocorrerá dentro de um conjunto maior de atividades do projeto do Campus Luzerna cujo objetivo principal é o intercâmbio entre o conhecimento científico-acadêmico produzido no Campus e o conhecimento trazido do ambiente escolar.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo principal apresentar as etapas, objetivos, resultados esperados e componentes da atividade extensionista a ser apresentada. Considera-se assim ter sido o objetivo do texto atingido, esperando-se que a oficina atinja o número previsto de participantes, contribuindo com a divulgação da robótica pedagógica como excepcional ferramenta extensionista.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem especialmente ao IFC Campus Luzerna, pelas bolsas concedidas pela sua Coordenação de Extensão, ao CNPQ pelo apoio na aquisição dos Kits de Robótica Lego, além da Direção da Escola Estadual P. Nóbrega pela parceria de dois anos sem a qual o projeto não teria se concretizado. REFERÊNCIAS

BIENIEK, G. B.; TORTELLI, L.; ZARPELON, M. C.; GUEDES, A. L.; CARVALHO, R. S.; GUEDES, F. L. Robótica como alternativa nos processos educativos da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. In: Anales del XVIII Congreso Argentino de Ciencias de la Computación. Buenos Aires. Outubro 2012. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 1988. Disponível em: Acesso em 31/07/2015. GOMES, M. C.; BARONE, D. A. C.; OLIVO, U. KickRobot: Inclusão Digital através da Robótica em Escolas Públicas do Rio Grande do Sul. In: XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 11, 2008, Fortaleza. Anais... Fortaleza, nov. 2008. JEZINE, Edineide. As Práticas Curriculares e a Extensão Universitária. In: 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte – 12 a 15 de

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setembro de 2004. Anais... Disponível em: . Acesso em 10 ago 2015. REIS, G. L.; SOUZA, F. L. F.; BARROSO, M. F. S.; PEREIRA, E. B.; NEPOMUCENO, E. G.; AMARAL, G. F. A relevância da integração entre universidades e escolas: um estudo de caso de atividades extensionistas em robótica educacional voltadas para rede pública de ensino. In: Interfaces Revista de Extensão | Belo Horizonte | v. 2, n. 3, p. 52-76, jul./dez. 2014. SASAHARA, L. R.; CRUZ, S. M. S. Hajime – Uma nova abordagem em robótica educacional. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, 7, 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, jul. 2007. SILVA, A. F. RoboEduc: Uma Metodologia de Aprendizado com Robótica Educacional. 2009. 127 f. Dissertação (Tese de Doutorado) UFRN. TAVARES, Maria das Graças Medeiros. Extensão Universitária: novo paradigma de universidade? Maceió : UFAL, 1997. 235 p. VAHLDICK, A., BENITTI, F., URBAN, D., KRUEGER, M., HALMA, A. (2009). O uso do Lego Mindstorms no apoio ao Ensino de Programação de Computadores. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, 07, 2009, Bento Gonçalves. Anais... Bento Gonçalves, jul. 2009. pp. 523-526.

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A EXPERIÊNCIA DA CAPOEIRA

Área temática: Educação Coordenador da Ação: Jefferson Olivatto da Silva (Coordenador/a da Ação de Extensão Autores: Jefferson Olivatto da Silva1 Liliane Volochati Guimarães2 Marilene Ap. Soares Uchak Raimondo3 Pedro Dall'Agnol Ribeiro4 Eder Gurski5 Palavras-chave: Capoeira, Estratégias de Intervenção, Experiência. RESUMO: A capoeira é hoje reconhecida e valorizada como Patrimônio Cultural do Brasil, os seus bens são registrados de natureza imaterial, (IPAHN, 2014, p.11). Com esse registro percebemos que a capoeira em suas diversas manifestações faz parte da construção da sociedade brasileira. Porém observamos que quando inserida no ambiente escolar ela se torna algo exótico, sendo apresentada nas datas que se remetem a abolição da escravatura ou dia da consciência negra, não sendo trabalhada como conteúdo em nenhuma disciplina, o que a deixa sem fundamentação teórica. Nesse sentindo esta oficina tem como objetivo, instrumentalizar os professores a aplicar a capoeira nas suas aulas, bem como possibilitar a prática de seus alunos de uma maneira consciente e instrumentalizada. A partir das experiências por meio da capacitação de professores durante o projeto “Instrumentalizando o Núcleo de Estudos Ameríndios e Africanos”, realizaremos uma oficina de confecção de instrumentos de capoeira com materiais ecológicos e ainda movimentação, música e ritmo, trazendo seus aspectos históricos, instrumentos e movimentos, bem como a realização de uma roda de capoeira com os participantes, o que possibilitará a participação e vivência de todos os participantes. A oficina será realizada em etapas, iniciando com a contextualização histórica da capoeira, em seguida instrumentação (confecção) e musicalidade, logo após movimentação e finalizando com a roda de capoeira. Realizarão a oficina um total de no máximo 40 alunos das escolas participantes e também professores. A partir das atividades realizadas tanto professores como alunos serão capazes de identificar as variantes

1

Doutor em Ciências Sociais, Coordenador o Núcleo de Estudos Ameríndios e Africanos NEAA/UNICENTRO. [email protected]

2 Mestranda Educação Unicentro, Professora de Educação Física, Integrante dos Grupos Capoeira Brasil e NEAA. [email protected] 3 Mestranda em Educação Unicentro, Pedagoga. Integrante NEAA. [email protected] 4Graduando em história – Unicentro, integrante do NEAA. [email protected] 5 Mestre em História. Integrante NEAA. [email protected]

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modalidades de capoeira e seus instrumentos podendo confeccionar com materiais ecológicos bem como terão conhecimentos da sua trajetória histórica. 1 CONTEXTO DA AÇÃO

A Capoeira inserida nesse contexto escolar traz consigo signos que podem ser trabalhados durante o seu processo de ensino ̸ aprendizagem. Ao inserir a Capoeira nas aulas não se pode deixar de trabalhar seu contexto histórico, seus valores culturais e a sua luta para ser praticada e vivenciada. É importante que o professor estimule no momento de ensino ̸ aprendizagem o desenvolvimento da cooperação, participação, construção de valores morais e éticos e a autonomia que irá ajudar o aluno tanto na escola quanto na vida. Vale ressaltar que o principal foco da capoeira escolar é a formação integral do aluno, é a produção do conhecimento histórico e útil a todos, onde o mesmo se torne uma pessoa crítica e atuante na sociedade. (OLIVEIRA, 1997). Observamos que é possível levar os aprendizados da roda de Capoeira para o cotidiano do aluno, usando os próprios golpes como uma maneira de se refletir sobre os acontecimentos do dia-dia, como exemplo uma cabeçada que se leva na roda de Capoeira pode-se referir aos erros cometidos no dia-dia, “uma rasteira na roda de capoeira não é uma humilhação a queda por rasteira é mais uma demonstração de onde se deve melhorar e na vida que as quedas ou insucessos podem e devem ser superados”. (SOUZA; OLIVEIRA, 2001 p.45) Outro aspecto interessante relacionado com a prática da Capoeira nas aulas: é que o professor não precisa ter uma graduação de mestre de capoeira para passar esse conteúdo, porem deve ser um bom pesquisador ou estudioso das maneiras corretas de aplicação das técnicas dos movimentos básicos para poder instruir e ensinar corretamente seus alunos. (SOUZA; OLIVEIRA 2001, p. 46)

O professor pode trabalhar por meio da musicalidade da Capoeira, utilizando das canções que relatam o passado de lutas e sofrimentos dos escravos, pode trabalhar o rito presente na roda de Capoeira, que vem de uma tradição oral transmitida entre gerações, uma tradição de respeito pelos mais antigos capoeiristas, como mestres, professores, instrutores ou mesmo alunos mais antigos,

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podendo utilizar dessa tradição oral inserindo esse respeito no cotidiano dos alunos trabalhando valores sociais como respeito aos mais velhos, pais, professores, raças e credos, nessa perspectiva assim escreve Vieira e Falcão A propalada resistência cultural vinculada à Capoeira precisa se adequar aos momentos atuais. A principal luta do capoeirista, nos dias de hoje, não deve ser contra um determinado feitor, individualmente, como acontecia antigamente, nem tampouco, contra outros praticantes de Capoeira. A luta da Capoeira, nos dias de hoje, deve ser contra qualquer tipo de opressão, discriminação e pela construção de uma sociedade mais justa, livre e democrática (VIEIRA; FALCÃO, 1997, p.2)

Dessa maneira acreditamos no grande potencial da Capoeira como um forte instrumento na construção de uma alternativa pedagógica critica na formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade. 2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES A Oficina será realizada num total de 2 horas, aonde será vivenciado a capoeira em suas diversas forma. Para isso organizamos a oficina da seguinte forma: 1. Origem e desdobramentos da capoeira 2. Instrumentos musicais e músicas (confecção dos instrumentos) 3. Movimentos específicos da capoeira 4. Roda de capoeira. Realizarão a oficina um total de no máximo 40 alunos das escolas participantes e também professores. A metodologia utilizada estará organizada a partir de vivências práticas com movimentações, músicas, instrumentos da capoeira, debate, apresentação de vídeo e slides relacionados às atividades descritas nos quatro momentos acima.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO Espera-se como resultados da oficina, além de divulgar as ações realizadas a partir do Projeto de Extensão “Instrumentalizando o Núcleo de Estudos Ameríndios e

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Africanos”, contribuir com a vivencia e experimentação da prática da capoeira por alunos e professores bem como instrumentaliza-los para que possam utilizar da mesma com um recurso na aplicação e vivencia da lei 10.639/03. Os participantes aprenderão a confeccionar alguns instrumentos de capoeira com materiais alternativos que possibilitarão a realização das aulas de uma maneira lúdica e eficaz, também os participantes poderão adquirir uma nova visão em relação a utilização da capoeira como aplicação das leis 10.639/03 e 11.645/08.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da oficina realizada, espera-se possibilitar aos alunos e professores uma vivência com a capoeira, de maneira a desmistificar os preconceitos em torno desta área e demonstrando que não há pré-requisitos para a prática da capoeira. Para tanto, ao final da oficina será realizada uma coleta de dados por meio das questões levantadas em torno das impressões dos participantes no debate final.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a CNPQ e a Universidade sem Fronteiras/seti, pelo apoio ao Projeto pelo edital Chamada MCTI/CNPQ/MEC/CAPES 22/2014 Processos 471347/2014-0, e a UNICENTRO pelo apoio ao núcleo de estudos.

REFERÊNCIAS Brasil, Dossiê IPHAN 12 – Roda de Capoeira e Oficio dos Mestres de Capoeira. 2014. BRASIL. Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afrobrasileira- Brasília – 2003. OLIVEIRA, A. A. B. Educação Física no ensino médio - período noturno: um estudo participante. 1999. Tese (Doutorado em Educação Motora) - Programa de Pós-graduação em Educação Física. Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, Campinas 1997.

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SOUZA, S. A. R.; OLIVEIRA, A. A. Estruturação da Capoeira Como Conteúdo da Educação Física no Ensino Fundamental e Médio. Maringá: Revista da Educação Física – UEM, 2001; p. 43-50; VIEIRA, L. R. e FALCÃO, J. L. C. Mentiras que parecem verdades: alguns sofismas sobre a Capoeira. Goiânia, Mimeo, 1997

OFICINA DE CLOWN NO AMBIENTE HOSPITALAR: PERSPECTIVA DO PROJETO DE EXTENSÃO MÉDICOS DA GRAÇA. Área temática: Ciências da Saúde.

Cely Cristina Martins Gonçalves (Coordenador/a da Ação de Extensão) Cely Cristina Martins Gonçalves1 Ieda Harumi Higarashi2 Pedro de Aquino Ochôa3 Leonardo Amorim Egea Garcia4 Rogério Acácio Gonçalves da Silva5 Igor Teixeira Câmara6 Vinício Noda7 Daniela Ravelli Cabrini8

Palavras-chave: clown, comédia dell’arte, hospital, crianças. RESUMO: O Projeto de Extensão Universitária Médicos da Graça tem, desde 2005, formado clowns para a intervenção em hospitais, em especial com crianças. O projeto abrange docentes e discentes da Universidade Estadual de Maringá e também a comunidade externa. Esta oficina se pauta na perspectiva do que já foi abordado nos cursos de capacitação de clown e também nas experiências vivenciadas pelos integrantes do projeto. As atividades contemplam o ensino de conceitos sobre a performance, a formação do corpo do clown e por fim uma reflexão sobre a implicação de sua prática nos hospitais. Considera-se que a oficina possibilitará ao participante uma visão mais clara sobre o processo de intervenção artística do clown na atualidade.

1 CONTEXTO DA AÇÃO A hospitalização transforma o cotidiano do paciente e de sua família drasticamente, estabelecendo uma rotina usualmente tida como aversiva. Aspectos como as rotinas rigorosas do contexto hospitalar associados à vivência da dor física 1 Doutora em Biologia Celular, Departamento de Enfermagem-Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM) [email protected]; 2 Docente do Curso de Enfermagem da UEM; 3 Departamento de Artes Cênicas da UEM; 4 e 5 Comunidade Externa; 6 e 7 Acadêmicos do Curso de Artes Cênicas da UEM; 8 Acadêmica do Curso de Psicologia da UEM

e psíquica fazem com que estar hospitalizado torne-se uma experiência traumática. Neste sentido, entende-se a forma lúdica do clown capaz de aliviar a tensão existente em um ambiente doloroso como o hospital, tanto para os pacientes quanto para os funcionários. Além disso, depreende-se acerca do valor terapêutico da intervenção clownesca na medida em que esta possibilita resgatar o ato de brincar das crianças, o qual foi impedido pela rotina hospitalar, sendo tal função essencial para o desenvolvimento infantil. Diante disso, por meio das atividades lúdicas a criança consegue elaborar melhor a sua nova situação, liberar seus temores e frustações, ter uma relação melhor com a equipe cuidadora e estimular seu desenvolvimento

físico,

psicológico,

social

e

moral

(LIMA,

AZEVEDO,

NASCIMENTO, ROCHA; 2009). A partir desses pressupostos, o projeto de extensão “Médicos da Graça” da Universidade Estadual de Maringá – PR foi criado em 2005 com o objetivo de unir interdisciplinarmente, docentes, discentes e a comunidade externa a fim de oferecer uma efetiva intervenção de clowns para o ambiente hospitalar. O projeto já contemplou seis oficinas de capacitação formando mais de 195 pessoas, de modo que já atuaram junto ao projeto em torno de 100 pessoas. O propósito desta ação extensivista consiste em oferecer assistência continuada aos indivíduos em sofrimento no contexto hospitalar, em especial crianças. Para tanto, é realizada uma articulação entre a teoria e a prática da performance do clown no âmbito da saúde. Estima-se que em torno de 5000 pessoas já foram direta ou indiretamente beneficiadas pelo projeto. 2 JUSTIFICATIVA A prática do clown é inspirada pela comédia dell’arte: teatro popular que vigorou na Europa durante os séculos XVI e XVII. Esta dramaturgia era baseada no teatro de rua e na improvisação, em que os personagens tinham características acentuadas e interpretavam sempre utilizando-se de uma máscara para não serem identificados, e assim poderem problematizar questões sociais para o público (VENDRAMINI, 2001). Por conta disso, o corpo e o olhar do personagem eram aspectos utilizados e priorizados para a expressão da peça. É nesta perspectiva que surge a performance do clown, substituindo a máscara pelo nariz. O clown é a

apropriação do ser humano em cena, o artista deve se expor ao ridículo e não ter medo de errar, ao invés disso, deve permitir-se rir com seus erros juntamente com o público. Além disso, deve ter o olhar curioso de uma criança e sua espontaneidade: sentir o ambiente à sua volta, assim como ele é. O olhar do clown é a sua ferramenta mais importante, por meio do qual passa para as pessoas o que sente, vê e imagina. Segundo Tsallis (2009) o surgimento do palhaço é estabelecer um fluxo contínuo com as dimensões frágeis e ridículos de cada um e a sua função é expor aquilo que todos nós queremos esconder. Neste ponto, destaca-se o papel social do clown, o qual por meio da brincadeira demonstra aspectos que estão encobertos e precisam ser explorados, podendo causar estranhamento e reflexão nos envolvidos e consequentemente tendo um valor terapêutico. Diante da complexidade do corpo do clown e de sua performance tornase necessário o estudo aprofundado de suas técnicas. Percebe-se que com o passar do tempo a cultura hodierna molda as condutas adequadas para a vivência da rotina, engessando algumas formas de expressão que eram livres na infância. Portanto, esta barreira faz a construção do clown ser um processo muitas vezes difícil para o adulto e por isso demanda esforço e estudo para melhor apropriação das técnicas, para atingir melhores resultados no processo terapêutico com o público em questão.

3 OBJETIVO A oficina tem o objetivo de orientar, por meio dos jogos e exercícios lúdicos, a construção do personagem e da performance do clown. Além disso, ela apresenta um viés teórico, apresentando a concepção social do clown e a necessidade da apropriação de sua técnica para melhor efetividade das ações no contexto da internação hospitalar.

4 METODOLOGIA •

Detalhamento das atividades

A oficina será divida em etapas.

1.

Teorização: • Retomada histórica do surgimento do clown; • Apresentação de suas características principais: corpo, máscara, espontaneidade infantil, entre outros; • Surgimento do clown no ambiente hospitalar e seus precursores: Patch Adams (Clown One Italy), Michael Christensen (Big Appel Circus), Wellington Nogueira (Doutores da Alegria).

2.

Jogos e Exercícios: • Aquecimento; • Jogo do olhar [tem o objetivo de estimular a comunicação com o outro por meio do olhar, exigindo concentração e o despertar do sentido visual, uma das formas mais importantes do clown se expressar]; • Jogo do nariz [tem o objetivo de condicionar o participante a usar o nariz como uma máscara e mover seu corpo por meio dele, como uma criança curiosa, um dos componentes do corpo do clown]; • Jogo da concentração [tem o objetivo de estimular o raciocínio rápido e a percepção do outro, importante para manter o jogo do clown] • Jogo do movimento [tem o objetivo de estimular o participante a se expor ao ridículo e ser criativo, auxiliando no surgimento do clown individual]; • Picadeiro [formação de duplas para a apresentação espontânea, utilizando os aspectos do clown e viabilizando como seria a prática hospitalar]; • Reflexão [críticas e autocrítica sobre como é experiência de interpretar o clown];

3.

Apresentação do Documentário. • Clown´s in Kabul (15 minutos); • Entrevista Patch Adams (14 minutos); • Discussão; •

Materiais: ferramenta de multimídia;

AGRADECIMENTOS Agradecimento à Universidade Estadual de Maringá (UEM) pela parceria com o projeto e também à Diretoria de Extensão (DEX) pela oportunidade.

REFERÊNCIAS LIMA, Regina Aparecida Garcia de et al. A arte do teatro Clown no cuidado às crianças hospitalizadas. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 186-193 Mar 2009 .Available from. access on 18 June 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342009000100024. TSALLIS, Alexandra C. Palhaços: uma possível reflexão para a Gestalt- Terapia, Rev.psi.UERJ, Rio de Janeiro, v9, n.1, p.139-151, 1º semestre de 2009. VENDRAMINI, José Eduardo. A commedia dell'arte e sua reoperacionalização.Trans/Form/Ação, Marília, v. 24, n. 1, p. 57-83, 2001. Available from . access on 18 June 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31732001000100004.

34º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul – SEURS

HPV: QUE BICHO É ESSE? Área temática: Educação Claudia Giuliano Bica¹ (Coordenadora da Ação de Extensão) Autores: Aniúsca Vieira dos Santos², Eliane Rabin³, Giovana Tavares dos Santos², Graziele Fardin², Lucila Gutierrez³, Maiquidieli Dal Berto² Simone Valvassori², Taiana Haag² Palavras-chave: HPV, Sexualidade, Educação, Saúde RESUMO: O tema sexualidade manifesta-se fortemente entre jovens e adolescentes no início de suas vidas sexuais, elevando desenfreadamente a exposição aos riscos para sua saúde. Assim como as dúvidas, a incidência de doenças sexualmente transmissíveis, em especial o HPV

e gestações na adolescência aumentam de

forma exponencial, devido a exposição vulnerável ao despreparo na busca de uma vida sexualmente ativa. Não somente esse público, mas também os adultos que os cercam - sejam seus pais ou professores - têm muita dificuldade em sanar seus questionamentos, talvez pelo desconhecimento do tema, transformando o problema em um verdadeiro tabu. Além do desconhecimento do assunto, outras questões de gênero colocam a saúde desses jovens, mas principalmente da mulher, em posição de maior risco, uma vez que por uma imposição a uma conduta submissa, elas não possam se colocar em situação de negociação sobre o uso do preservativo. Ainda, no contexto cultural, para os meninos, há uma imposição precoce pelo inicio da vida sexual, o que pode gerar desconforto e transtornos psicológicos futuros uma vez que o adolescente não se sente preparado para tal mudança, mas sente-se obrigado frente ao grupo ao qual esta inserido.Visto isso, este trabalho tem o objetivo de orientar os professores que ministram disciplinas de biologia e ciências para alunos do nono ano do ensino fundamental e do ensino médio, proporcionando um espaço de discussão sobre sexualidade, DST, como o HPV, e educação. _______________________________ ¹ Orientadora e Responsável pela Oficina – Professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) – RS ² Alunos do PPG Patologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) – RS ³ Professoras da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) – RS

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1 CONTEXTO DA AÇÃO Questões que envolvem os aspectos da sexualidade emergem com muito significado entre jovens e adolescentes no início de suas vidas sexuais, elevando desenfreadamente a exposição aos riscos para sua saúde. Assim como as dúvidas, a incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como por exemplo, o Papilomavírus Humano (HPV) e gestações na adolescência aumentam de forma exponencial(4), pois, é nesse momento que os jovens tornam-se mais vulneráveis devido à precocidade e despreparo na busca de uma vida sexualmente ativa. Não somente esse público, mas também os adultos que os cercam, por vezes têm muita dificuldade em sanar seus questionamentos, ora pelo desconhecimento do tema o transformando em um verdadeiro tabu, ora pelo constrangimento, incluindo por parte do jovem, que por receio de represália, acaba por não questionar(1). Embora se acredite que os profissionais da saúde devam estar preparados para trabalhar com esse assunto, ainda nos deparamos com equipes desinformadas, que não possuem total conhecimento para sanar as duvidar ou para trabalhar com as situações que podem surgir no dia-a-dia. Além do desconhecimento do assunto, outras questões de gênero colocam a saúde desses jovens,

em posição de maior risco, em especial a exposição da

mulher, uma vez que por imposição de uma conduta submissa, elas passam a não se colocar em situação de negociação sobre o uso do preservativo (2). E no caso dos meninos, há uma imposição precoce pelo início da vida sexual, o que pode gerar desconforto e transtornos psicológicos futuros uma vez que o adolescente não se sente preparado para tal mudança, mas sente-se obrigado diante do grupo ao qual esta inserido. Visto isso, podemos inferir que abordar essas questões se faz necessário, e que este deverá se dar pela formação de uma tríade, saúde-educação-família, aproximando professores e profissionais da saúde de nossos jovens para que ao iniciar sua vida sexual, o jovem se sinta confortável em procurar ajuda sem colocar sua vida em risco. Objetivo: orientar os professores que ministram disciplinas de biologia e ciências para alunos do nono ano do ensino fundamental e do ensino médio, proporcionando

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um espaço de discussão sobre sexualidade, drogas, convívio familiar e educação; métodos contraceptivos e prevenção de HPV/DST, por meio de uma roda de conversa onde serão sanadas algumas das dúvidas pertinentes ao assunto e como trabalhar os temas em sala de aula. Esta oficina faz parte do projeto de extensão intitulado “Mulheres em Ação”, o qual prevê atividades extensionistas junto à comunidade, com diferentes públicosalvo, e neste contexto nos propomos a realizar esta oficina, junto aos professores das séries finais do ensino fundamental e do ensino médio. 2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES Atividade prevista: Oficina voltada para professores que ministram disciplinas de biologia e ciências para alunos do nono ano do ensino fundamental e ensino médio, sobre os riscos e as consequências do comportamento de risco na prática sexual, proporcionando

um ambiente

de

discussão

sobre

sexualidade,

educação,

alcoolismo, drogas e prevenção de HPV/DST’s. Metodologia a ser empregada: Os participantes poderão escrever suas dúvidas de forma totalmente anônima e depositá-las em uma caixa que será passada durante a primeira explanação, em uma roda de perguntas. A caixa será passada entre os participantes da roda, sendo que após um sinal o participante que estiver segurando a caixa deverá retirar uma das perguntas contidas na mesma, e lê-la em voz alta para o grupo. Posteriormente, este participante responderá a pergunta, iniciando a discussão do tema de forma aberta. Entre

estes

temas

abordados

podemos

citar

sexualidade-saúde

e

desenvolvimento do corpo humano, a primeira vez, quebra de preconceitos e a liberdade de gênero. Estes serão explanados de forma simples e objetiva para a compreensão de todos, onde os facilitadores (responsáveis pela oficina) serão mediadores das discussões, visando à integração e debate saudável sobre temas que ainda são tabus na sociedade brasileira.

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Público alvo: professores de ciências e biologia, que trabalham com alunos no nono ano do ensino fundamental e ensino médio.

Recursos necessários: Sala de aula preferencialmente com projetor multimídia, preservativos masculinos e femininos.

Carga horária: 2h/a

Retorno para a comunidade: através dessa oficina, espera-se promover a atividades que proporcionem espaços para discussão e reflexão sobre os temas abordados, visto sua importância no que tange a saúde pública no Brasil. Vale lembrar que o público em questão pode atuar como multiplicador levando adiante o conhecimento, além de diminuir os riscos para a saúde de uma forma geral, oportunizando a reprodutibilidade da respectiva oficina, a toda comunidade, principalmente nas escolas. Ao final desse trabalho pretendemos sanar as dúvidas pertinentes ao tema, buscando desfazer o tabu que circunda esse assunto e que o mesmo, possa então ser tratado com um assunto normal entre os jovens, adolescente,

adultos,

professores e alunos. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO Espera-se que através desta ação extensionista, ocorra à conscientização da população jovem sobre as doenças sexualmente transmissíveis e a importância da prevenção das DSTs, bem como o tema sexualidade de modo geral. Além disso, busca-se incentivar a realização de atividades destinadas ao público jovem, que

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proporcionem espaços para discussão e reflexão sobre os temas abordados, visto sua importância no que tange a saúde publica no Brasil.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final desse trabalho pretendemos fazer com que as dúvidas pertinentes ao tema sejam sanadas, fazendo também com que o assunto deixe de ser tratado como um tabu e possa então ser tratado com um assunto normal entre os jovens e adultos. Por fim acreditamos que embora esses questionamentos sejam comuns nessa faixa etária, ainda há impedimentos tanto do lado social quanto do lado comportamental que aumentam a problemática em questão. Acreditamos que esse tema deve ser tratado de forma normal em nossas escolas e casas e que para isso deveria haver maior preparo tanto de pais quanto professores que são os que mais se aproximam desses grupos. Ainda, acreditamos que com trabalhos como esses seria possível mostrar que assuntos que envolvem sexualidade devem ser trabalhados de forma aberta e sem preconceitos, pensando sempre na saúde desses jovens que estão por iniciar sua vida sexual.

REFERÊNCIAS CANO, Maria Aparecida Tedeschi; FERRIANI, Maria das Graças Carvalho; GOMES, Romeu. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto , v. 8, n. 2, abr. 2000 . Disponível em . acessos em 26 jun. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692000000200004

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TAQUETTE, Stella R.; VILHENA, Marília Mello de; PAULA, Mariana Campos de. Doenças sexualmente transmissíveis na adolescência: estudo de fatores de risco.Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba , v. 37, n. 3, jun. 2004 . Disponível em . acessos em 26 jun. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822004000300003 Petri V. Doenças de Transmissão Sexual. In: Comissão de Saúde do Adolescente, Adolescência e Saúde, Secretaria Estadual, São Paulo, Paris Editorial, p. 183-190, 1988

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MÚSICA EM MOVIMENTO: UMA VIVÊNCIA EM MÚSICA CORPORAL Área temática: Cultura

Débora Amaral Sotter (Coordenadora da Ação de Extensão)1 Cleiton Luiz Freitas de Oliveira2 Thaís Cardoso Lemos3 Lucas Cavalheiro Marques4 Rodrigo Terra Machado5 Vinícius Ramos Puccinelli6 Palavras-chave: Música corporal, Educação musical, Movimento, Grupo.

RESUMO: A presente proposta de realização desta oficina surge como desdobramento das ações do projeto TóCaic! Vivências em Educação Musical realizado desde o ano de 2008 no CAIC - Centro de Atenção Integral à Criança e ao adolescente. Este centro é vinculado à Universidade Federal do Rio Grande – FURG - e compreende as áreas de Educação, Saúde e Integração Comunitária. Atualmente o professor de música e fundador do projeto, em um trabalho conjunto com a coordenadora desta ação, um bolsista da FURG e três adolescentes que passaram pelo processo de aprendizagem musical no projeto, realizam diversas oficinas de música para os alunos da escola de ensino fundamental Cidade do Rio Grande, em funcionamento no Centro. O objetivo desta vivência que propomos é o de proporcionar a outros estudantes experiências musicais por meio da música corporal e do movimento, evidenciando a relação do fazer música com o conhecimento das possibilidades corporais para tal atividade, ou seja, reconhecimento do corpo como um importante e potente instrumento musical.

1

Pedagoga; Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL); CAIC/FURG; [email protected]. 2 CAIC/FURG 3 CAIC/FURG; 4 CAIC/FURG; 5 CAIC/FURG; 6 CAIC/FURG;

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1 CONTEXTO DA AÇÃO

A presente oficina é proposta pelos integrantes do projeto Tócaic! Vivência em Educação Musical, o qual é realizado no Centro de Atenção à Criança e ao Adolescente CAIC/FURG (Universidade Federal do Rio Grande). Este centro compreende três áreas: Educação, Saúde e Integração Comunitária. É nesta última que se insere o referido projeto. O grupo de professores (um professor de música, um bolsista da FURG e três ex-alunos da escola/projeto) que integram este projeto realizam oficinas semanais com crianças e adolescentes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Cidade do Rio Grande, em funcionamento no CAIC. Como propostas de experiência formativa faz parte também das suas atividades uma reunião semanal de planejamento, avaliação e estudo do andamento do projeto, a qual acontece sob a orientação do professor de música. A realização da presente oficina é um desdobramento de pelo menos cinco anos nos quais este grupo vem estudando as relações musicais e corporais. O grupo já protagonizou oficinas para jovens, crianças e adultos, além de apresentações musicais. É uma proposta de iniciação e do despertar para as possibilidades do corpo como central nas relações musicais. No cerne desta proposta, então, se encontram as relações do movimento corporal com a produção sonoro-musical por meio da prática musical em grupo.

2 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES

As atividades propostas nessa oficina são estudadas e executadas pelo grupo no desenvolvimento do trabalho com os adolescentes a partir de processos de formação e pesquisa, como também da partilha de vivências do professor de música com algumas referências da Educação Musical contemporânea como a professora Maria Teresa Alencar de Brito, o compositor e educador musical canadense Murray Schafer, o criador do grupo de música corporal Barbatuques, Fernando Barba, o professor Lucas Ciavatta criador do método d’O Passo, entre outros.

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Nesta oficina, iniciamos refletindo sobre a importância do silêncio no desenvolvimento musical, o mesmo que é apresentado por Murray Schafer como o “recipiente da música”, e realizamos uma breve “limpeza de ouvidos”, pois de acordo com o autor,

Muitos exercícios podem ser imaginados para ajudar a limpar os ouvidos, mas os mais importantes, a princípio, são os que ensinam o ouvinte a respeitar o silêncio. Este é especialmente importante em uma sociedade ocupada e nervosa. (SHAFER, 2001).

Ao pensarmos no silêncio como recipiente, ele deixa de ser “invisível” para se tornar o “lugar” do som, e, assim, pensamos o quanto este é importante para a clauridiência. No segundo momento, convidamos os participantes, que já se organizam em roda, para um jogo utilizado por grupos de música, teatro, dança, chamado o jogo das flechas em que uma pessoa lança um som de palmas para outra, e esta para outra e assim por diante. Com ele objetivamos o máximo de concentração e conexão entre os participantes, os mesmos, devem estar atentos aos movimentos e sonoridades produzidas no grupo. No decorrer da oficina, apresentamos as possibilidades da execução musical a partir do toque e da produção dos sons no próprio corpo. Os participantes são convidados à reflexão e à exploração de novos sons. Em seguida relacionamos a produção dos sons com a pulsação a partir da livre movimentação e caminhada pelo local da oficina. Neste momento são desenvolvidos diversos exercícios rítmicos que culminam com a produção de um trecho musical corporal que pode ser acompanhado de canto ou de outros tipos de sons corporais, dependendo da orientação do grupo que vivencia a oficina.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO As oficinas que o grupo realiza têm fortalecido as relações de protagonismo destes jovens frente à Educação Musical, que de acordo com relatos dos integrantes do projeto, tem sido pensada também como experiência profissional.

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De outro lado, para quem vivencia as oficinas, o desenvolvimento musical é abordado por meio de uma forma que se distancia das práticas tradicionais comuns de ensino/aprendizagem musical, para algumas das quais a movimentação corporal é vista até mesmo com reprovação. Portanto, é esperado com o desenvolvimento dessas atividades aqui propostas que os participantes pensem sobre a relação música/movimento, compreendendo a música a partir da experiência corporal. É essencial para nós, nesse processo, observar e compreender as relações de aprendizado. Nossa experiência tem possibilitado revogar a ideia de que há de seletividade para o desenvolvimento musical, como explicita Lucas Ciavatta ao afirmar que A ideia do famoso “dom”, de que se nasceu ou não para a música, é perigosíssima e tem realmente servido apenas como desculpa tanto para aqueles alunos que não têm forças para entrar ou permanecer num processo de ensino-aprendizagem musical quanto para aqueles professores que não sabem como conduzir este processo. (CIAVATTA, 2009, p. 17)

Dessa forma compreendemos que há diversas formas pelas quais se dá o desenvolvimento musical. As atividades musicais-corporais têm apontado para as possibilidades cognitivas produzidas quando há a relação música e movimento.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, ressaltamos a importância da experiência da realização destas oficinas como formação dos integrantes do projeto Tócaic!. A vivencia deste processo tem sido de grande potencia para a reflexão sobre a pratica docente, de acordo com os relatos do bolsista de uma licenciatura da FURG e do professor de música, como também para os três ex-alunos do projeto, que agora se encontram no ensino médio. A possibilidade da realização de uma oficina para outros jovens em outras terras, certamente é, para o protagonismo da juventude, um importante passo.

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REFERÊNCIAS

BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: Propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.

CIAVATTA, Lucas. O Passo: um passo sobre as bases de ritmo e som. Rio de Janeiro: L. Ciavatta, 2009.

SCHAFER, R. Murray. A Afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

Anais SEURS Oficinas.pdf

HPV: QUE BICHO É ESSE? UFCSPA. 15. MÚSICA EM MOVIMENTO: UMA VIVÊNCIA EM MÚSICA. CORPORAL. FURG. Page 3 of 86. Anais SEURS Oficinas.

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