Ocultismo e Religião

OCULTISMO E RELIGIÃO Professor: Jorge Schemes [email protected]

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Ocultismo e Religião

SUMÁRIO RELIGIÃO Conceito de religião Características gerais das religiões História do estudo religioso Abordagem disciplinar Classificação geográfica das religiões Reflexões sobre antropologia religiosa

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Ocultismo e Religião OCULTISMO E HERMETISMO Definição e escopo Origens, influências e tradições Ocultistas famosos Quem foi Eliphas Levi Hermetismo pode designar uma de duas coisas Os escritos herméticos Hermes Trismegistus MISTICISMO Definições e características MATRIZES DE TRADIÇÕES RELIGIOSAS, CRENÇAS E PRÁTICAS DE FÉ Hinduísmo Budismo Islamismo Cristianismo VISÃO GERAL DO CRISTIANISMO RELIGIÕES E IGREJAS CRISTÃS DISTINTAS Igreja Adventista do Sétimo Dia Igreja Assembleia de Deus Testemunhas de Jeová Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

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Ocultismo e Religião

RELIGIÃO Religião é um termo que nasceu com a língua latina, podendo ter três interpretações diferentes:  



Símbolos de várias religiões.

"re-legio" = "re-ler", um significado atribuído por Cícero para descrever a repetição de escrituras. "re-ligio" = "re-ligar", o que poderia significar a tentativa humana de "religar-se": a suas origens, a seu(s) criador(es), a seu passado. "re-ligio" = "re-atar", (no sentido de "prender", não de "conectar"), significando uma restrição de possibilidades.

Independente da origem, o termo é adotado para designar qualquer conjunto de crenças e valores que compõem a fé de determinada pessoa ou conjunto de pessoas. Cada religião inspira certas normas e motiva certas práticas.

Conceito de "religião": Não existe uma concordância universal a respeito do significado da palavra religião. Seria o comunismo uma religião? O nazismo? O fascismo? Há gente que pensa que sim. Tanto assim que esses sistemas de crenças tiveram os seus mártires no século XX. Se adotássemos a seguinte definição: religião é um sistema de crenças e convicções íntimas e fundamentais que guiam a vida de uma pessoa, neste caso comunismo, nazismo e fascismo são religiões. Se adotarmos esta definição, fica óbvio também que todo ser humano tem uma religião. Assim como um computador não pode funcionar sem um sistema operativo, sem um conjunto básico de instruções que determinam o comportamento fundamental dele, tampouco o ser humano pode viver e agir sem um conjunto de convicções básicas, às vezes inconscientes e inexpressas. O homem é um animal religioso pela própria natureza. Tanto isto é verdade que os objetos mais antigos encontrados que atestam a presença do homem na terra são objetos pertencentes ao culto religioso. Ao invés de homo sapiens, a espécie deveria se chamar homo religiosus. A definição expressa acima fala de convicções íntimas, ou seja, aquilo que um indivíduo crê de verdade, não aquilo que ele diz crer. Alguém pode ir à missa todo domingo, ou até mesmo ser cardeal ou papa, e ser mais pagão do que um habitante das selvas. Alguém pode não freqüentar qualquer igreja cristã, mas estar profundamente imbuído de princípios cristãos, como por exemplo: não faça aos outros aquilo que não deseja para si mesmo, e praticar a caridade cristã de uma forma que às vezes os chamados cristãos não praticam. No entanto, a religião não é apenas um fenômeno individual, mas também um fenômeno social. A igreja, o povo escolhido (o povo judeu), o partido comunista, são exemplos de doutrinas que exigem não só uma 4 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião fé individual, mas também adesão a um certo grupo social. Atentem, por exemplo, às perseguições do Partido Comunista Chinês à seita Falun Gong. O Partido não quer que o povo chinês preste lealdade a nenhum outro grupo ou organização exceto o Partido Comunista Chinês. A idéia de religião com muita frequência contempla a existência de seres superiores que teriam influência ou poder de determinação no destino humano. Esses seres são principalmente deuses, que ficam no topo de um sistema que pode incluir várias categorias: anjos, demônios, elementais, semi-deuses, etc. Outras definições mais amplas de religião dispensam a idéia de divindades e focalizam os papéis de desenvolvimento de valores morais, códigos de conduta e senso cooperativo em uma comunidade. Ateísmo é a negação da existência de qualquer tipo de deus e da veracidade de qualquer religião teísta. Agnosticismo é a dúvida sobre a existência de deus e sobre a veracidade de qualquer religião teísta, por falta de provas favoráveis ou contrárias. Algumas religiões não consideram deidades, e podem ser consideradas como ateístas (apesar do ateísmo não ser uma religião, ele pode ser uma característica de uma religião). É o caso do budismo, do confucionismo e do taoísmo. Recentemente surgiram movimentos especificamente voltados para uma prática religiosa (ou similar) da parte de deístas, agnósticos e ateus – como exemplo podem ser citados o Humanismo Laico e o Unitário-Universalismo. As religiões que afirmam a existência de deuses podem ser classificadas em dois tipos: monoteísta ou politeísta. As religiões monoteístas (monoteísmo) admitem somente a existência de um único deus, um ser supremo. As religiões politeístas (politeísmo) admitem a existência de mais de um deus. Atualmente, as religiões monoteístas são dominantes no mundo: judaísmo, cristianismo e Islã juntos agregam mais da metade dos seres humanos. A Fé Bahá’í é a mais jovem das religiões monoteístas. A religião politeísta mais importante hoje é o hinduísmo. Características das religiões: Embora cada religião apresente elementos próprios, é também possível estabelecer uma série de elementos comuns às várias religiões e que podem permitir uma melhor compreensão do fenômeno religioso. As religiões possuem grandes narrativas, que explicam o começo do mundo ou que legitimam a sua existência. O exemplo mais conhecido é talvez a narrativa do Gênesis na tradição judaica e cristã. Quanto à legitimação da existência e da validade de um sistema religioso, este costuma apelar a uma revelação ou à obtenção de uma sabedoria por parte de um fundador, como sucede no budismo, onde o Buda alcançou a iluminação enquanto meditava debaixo de uma figueira ou no islã, em que Mohamed recebeu a revelação do Alcorão de Deus. As religiões tendem igualmente a sacralizar determinados locais. Os motivos para essa sacralização são variados, podendo estar relacionados com determinado evento na história da religião (por exemplo, a importância do Muro das Lamentações no judaísmo) ou porque a esses locais são associados acontecimentos miraculosos (santuários católicos de Fátima ou de Lourdes). Na antiga religião grega, os templos não eram locais para a prática religiosa, mas sim locais onde se acreditava que habitava a divindade, sendo por isso sagrados. As religiões estabelecem que certos períodos temporais são especiais e dedicados a uma interação com o divino. Esses períodos podem ser anuais, mensais, semanais ou podem mesmo se desenrolar ao longo de um dia. Algumas religiões consideram que certos dias da semana são sagrados (Shabat no judaísmo ou o Domingo no cristianismo). As religiões propõem festas ou períodos de jejum e meditação que se desenvolvem ao longo do ano.

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Ocultismo e Religião História do estudo da religião: As primeiras reflexões sobre a religião foram feitas pelos antigos Gregos e Romanos. Xenofonte relativizou o fenômeno religioso, argumentando que cada cultura criava deuses à sua semelhança. O historiador grego Heródoto descreveu nas suas Histórias as várias práticas religiosas dos povos que encontrou durante as viagens que efetuou. Confrontado com as diferenças existentes entre a religião grega e a religião dos outros povos, tentou identificar alguns deuses das culturas estrangeiras com os deuses gregos. O sofista Protágoras declarou desconhecer se os deuses existiam ou não, posição que teve como conseqüências a sua expulsão de Atenas e o queimar de toda a sua obra. Crítias defendeu que a religião servia para disciplinar os seres humanos e fazer com que estes aderissem aos ideais da virtude e da justiça. Júlio César e o historiador Tácito descreveram nas suas obras as práticas religiosas dos povos que encontraram durante as suas conquistas militares. Nos primeiros séculos da era atual, os autores cristãos produziram reflexões em torno da religião fruto dos ataques que experimentaram por parte dos autores pagãos. Estes criticavam o fato desta religião ser recente quando comparada com a antiguidade dos cultos pagãos. Como resposta a esta alegação, Eusébio de Cesaréia e Agostinho de Hipona mostraram que o cristianismo se inseria na tradição das escrituras hebraicas, que relatavam a origem do mundo. Para os primeiros autores cristãos, a humanidade era de início monoteísta, mas tinha sido corrompida pelos cultos politeístas que identificavam como obra de Satanás. Durante a Idade Média, os pensadores do mundo muçulmano revelaram um conhecimento mais profundo das religiões que os autores cristãos. Na Europa, as viagens de Marco Pólo permitiram conhecer alguns aspectos das religiões da Ásia, porém a visão sobre as outras religiões era limitada: o judaísmo era condenado pelo fato dos judeus terem rejeitado Jesus como messias e o islã era visto como uma heresia. O Renascimento foi um movimento cultural e artístico que procurava reviver os moldes da Antiguidade. Assim sendo, os antigos deuses dos gregos e dos romanos deixaram de ser vistos pela elite intelectual e artística como demônios, sendo representados e estudados pelos artistas que os representavam. Nicolau de Cusa realizou um estudo comparado entre o cristianismo e o islã em obras como De pace fidei e Cribatio Alcorani. Em Marcílio Ficino encontra-se um interesse em estudar as fontes das diferentes religiões; este autor via também uma continuidade no pensamento religioso. Giovanni Pico della Mirandola interessou-se pela tradição mística do judaísmo, a Cabala. As descobertas e a expansão européia pelos continentes tiveram como conseqüência a exposição dos europeus a culturas e religiões que eram muito diferentes das suas. Os missionários cristãos realizaram descrições das várias religiões, entre as quais se encontram as de Roberto de Nobili e Matteo Ricci, jesuítas que conheceram bem as culturas da Índia e da China, onde viveram durante anos. Em 1724 Joseph François Lafitau, um padre jesuíta, publicou a obra Moeurs des sauvages amériquains comparées aux moeurs des premiers temps na qual comparava as religiões dos índios, a religião da Antiguidade Clássica e o catolicismo, tendo chegado à conclusão de que estas religiões derivavam de uma religião primordial. Nos finais do século XVIII e no início do século XIX parte importante do textos sagrados das religiões tinham já sido traduzidos nas principais línguas européias. No século XIX ocorre também a estruturação da antropologia como ciência, tendo vários antropólogos se dedicado ao estudo das religiões dos povos tribais. Nesta época os investigadores refletiram sobre as origens da religião, tendo alguns defendido um esquema evolutivo, no qual o animismo era a forma religiosa primordial, que depois evoluía para o politeísmo e mais tarde para o monoteísmo.

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Ocultismo e Religião Abordagens disciplinares: O estudo científico da religião é atualmente realizado por várias disciplinas das ciências sociais e humanas. A História das Religiões, nascida na segunda metade do século XIX, estuda a religião recorrendo aos métodos da investigação histórica. Ela estuda o contexto cultural e político em que determinada tradição religiosa emergiu. A Sociologia da Religião analisa as religiões como fenômenos sociais, procurando desvendar a influência dela na vida do indivíduo e da comunidade. A Sociologia da Religião tem como principais nomes Emile Durkheim, Karl Marx, Ernst Troeltsch, Max Weber e Peter Berger. A Antropologia, tradicionalmente centrada no estudo dos povos sem escrita (embora os seus campos de estudo possam ser também as modernas sociedades capitalistas), desenvolveu igualmente uma área de estudo da religião, na qual se especulou sobre as origens e funções da religião. John Lubbock, no livro The Origin of Civilization and the Primitive Condition of Man apresentou um esquema evolutivo da religião: do ateísmo (entendido como ausência de idéias religiosas), passa-se para o xamanismo, o antropomorfismo, o monoteísmo e finalmente para o monoteísmo ético. Este visão evolucionista foi colocada em questão por outros investigadores, como E.B. Taylor que considerava o animismo como a primitiva forma de religião. A Fenomenologia da Religião, que deriva da filosofia fenomenológica de Edmund Husserl, tenta captar o lado único da experiência religiosa. Utiliza como principal método científico a observação, explicando os mitos, os símbolos e os rituais. Ela procura compreender a religião do ponto de vista do crente, bem como o valor dessas crenças na vida do mesmo. Por estas razões evita os juízos de valores (conceito de epoje ou abandono de qualquer juízo de valor). Os principais nomes ligados à Fenomenologia da Religião são Nathan Soderblom, Garardus van der Leeuw, Rudolf Otto, Friedrich Heiler e Mircea Eliade. Classificação geográfica das religiões: Esta classificação procura agrupar as religiões com base em critérios geográficos, como a concentração numa determinada região ou o fato de certas religiões terem nascido na mesma região do mundo. Algumas categorias são as seguintes:       

Religiões do Médio Oriente: judaísmo, cristianismo, islã, zoroastrismo; Religiões do Extremo Oriente: confucionismo, taoísmo, budismo mahayana e xintoísmo; Religiões da Índia: hinduísmo, jainismo, budismo e siquismo; Religiões africanas: religiões dos povos tribais da África Negra; Religiões americanas: religiões dos povos nativos do continente americano; Religiões da Oceânia: religiões dos povos das ilhas do Pacífico, da Austrália e da Nova Zelândia; Religiões da Antiga Grécia e Roma.

Esta classificação é problemática, visto que algumas religiões não estão limitadas a uma dada região (como por exemplo o islã) e porque algumas religiões não são atualmente relevantes na região geográfica em que se originaram (exemplo do cristianismo, que embora tivesse nascido no Médio Oriente é hoje minoritário naquela região do mundo).

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Ocultismo e Religião Reflexões sobre antropologia religiosa: por Jorge Schemes* A antropologia religiosa estuda o ser humano segundo as ciências da religião, enquanto ser aberto, que busca e acolhe o transcendente usando o método científico e trabalhando com as fontes das matrizes religiosas. Dentre as tarefas da antropologia religiosa desataca-se o estudo do ser humano situado na existência sociopolíticoeconômica. Isso envolve dimensões do ser humano, tais como liberdade, sofrimento, mal, política, cultura, ecologia, trabalho, etc., dentro de um contexto moderno com referências à pós-modernidade. Alguns temas chaves da antropologia religiosa são a origem do homem (criação), como ser nativo (original), na atualidade, na história e como ser peregrino em seu destino como ser escatológico (finalidade, realização). Assim, dentro da antropologia religiosa o estudo do ser humano envolve sua origem, sua atualidade e seu destino; sua criação, sua história e sua finalidade ou realização; sua essência enquanto ser nativo, enquanto ser em progresso e enquanto ser escatológico. Há dois aspectos na dimensão pessoal e social que envolve o Ser: o ser humano natural e otimista e o ser desumano pessimista e realista. Enquanto ser pessoa ele está voltado para o interior e enquanto ser comunidade está voltado para a sociedade, para a cultura, política e história. Se torna inegável que este Ser é um nó de relações. Há ondas de relações construídas pelo ser humano que estão direcionadas no sentido horizontal e vertical. O nó de relações se dá no sentido horizontal com o mundo (cosmos) envolvendo ciência, técnica, trabalho, meio-ambiente, mas também envolve relações intersubjetivas e interpessoais envolvendo aspectos como sexualidade, política, sociedade, cultura. No sentido vertical, o nó de relações construído pelo Ser ocorre nas dimensões do ego e do transcendente. Há uma relação de profundidade na busca por si mesmo, pelo ser pessoa, pela liberdade, pelo humano no ser na relação corpo e espírito. Por outro lado há uma relação de busca pelo mistério, pelo oculto que se dá na dimensão da fé, da religiosidade e da religião. Todos estes aspectos fazem parte das ondas de relações construídas pelo ser humano para dar sentido a sua realidade. Todavia, o ser humano pode cortar relações em qualquer eixo dimensional ou até mesmo romper com todos. O ser humano desumano é aquele que corta relações em qualquer um dos eixos ou dimensões. O ser humano pronto e acabado não existe, pois o humano no ser está sempre inserido num processo dialético, ou seja, se fazendo, se desfazendo e se refazendo. Todavia, há um forte peso cultural nesse processo. Por exemplo, a cultura judaico-cristã trabalha com o princípio dualista da distinção, enquanto por outro lado a cosmovisão holística é integradora e defende um movimento interdisciplinar. A ciência parte do princípio da divisão para o controle (divide para controlar), isso caracteriza o que conhecemos como especialização, que na minha opinião significa saber cada vez mais a respeito de cada vez menos. Na cosmovisão judaicocristã significa distinguir, pois a fé judaico-cristã vem do conceito do Deus criador distinto. Essa concepção não desfaz a inter-relação e a integralidade. As grandes religiões do Oriente não têm um Deus criador distinto, pois para eles tudo é uma realidade só caindo na concepção panteísta de Deus, ou seja: tudo é deus e deus é tudo. Nesta concepção não distinção, mas uma relação harmoniosa de interdependência (holismo). Quando se trabalha a distinção corre-se o risco de dividir as coisas, e é isso que caracteriza a ciência moderna. O método cientifico vai distinguindo as coisas e corre o risco de perder a cosmovisão integradora, global. René Descartes escreveu: “penso, logo existo”, em seu método defende a ideia do ser humano psicofísico (extensão pensante e extensão corpórea), assim, o mundo é algo para ser pensando, quantificado, medido, etc. A ética que está subentendida na declaração de descartes é que eu sou, mas o outro não é. Desta maneira o mundo pós-moderno capitalista e neoliberal justifica o individualismo em contraposição a alteridade como fundamentação ética, e promove no inconsciente coletivo as raízes da discriminação e da exclusão. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião O mesmo ser humano que é um nó de relações não é isolado, mas forma uma rede onde cada um de nós é um dos nós. Tudo que ocorre na rede é solidário (solidariedade incondicional no bem o no mal). Todavia, quando um nó da rede fica solto ou desamarrado, a rede fica solta e frágil. Manter a rede firme depende de cada um de nós e de todos. A solidariedade do bem é estruturante, e a do mal é desestruturante. Nós somos mais bem integrados no bem (união solidária) do que no mal, assim, só pode existir o mal porque a rede está estruturada no bem. Essa condição social solidária é mais radicada no bem do que no mal, porém o mal agride mais porque afeta o bem natural e comum da constituição da rede e de cada nó (ser humano). Nesse contexto está situada a importância da antropologia religiosa. Enquanto área do conhecimento, a ciência da religião destaca-se como orientadora no processo de contato com as grandes tradições e orientações culturais do nosso tempo (cada povo cria suas grandes orientações culturais). Vejamos as quatro grandes orientações culturais de nosso tempo histórico: 1. Subjetivismo (individualismo): trabalha a partir de si como indivíduo. No passado, algumas culturas pensavam de forma coletiva e não individual (eu). No campo político-filosófico destaca-se o neoliberalismo, o economicismo e o materialismo. No âmbito religioso destaca-se a religião individualizada. Todavia, quando o eu está fora da constituição da rede acaba contribuindo para a criação de uma sociedade fragmentada e regida pelo princípio da anomia (sem lei). As quatro grandes orientações culturais exacerbam (levam a extremos) as quatro grandes dimensões do nó de relações, ou seja: do ser humano com o mundo, com os outros, consigo mesmo e com o transcendente. 2. Economicismo (centrado no ter, no concentrar, no reter as coisas): Trabalha com o princípio da coisificação, da centralização nas coisas. As relações valem como se fossem coisas, há uma coisificação das relações. O princípio ético é pautado pelo lema: usar pessoas e amar as coisas. O Mercado é tratado como um ser vivo autônomo que, segundo Adam Smith, se faz por si mesmo. Há uma identificação do Mercado como um ser pessoal (animismo) o qual chega a ser tratado como se fosse um deus, um ídolo da racionalidade de uma sociedade tecnocrata. As pessoas se entregam ao mercado financeiro como oferendas de produção e consumo. Há uma marginalização intencional, um empobrecimento dos pobres e uma falta de participação ativa e crítica nos processos políticos. Outras evidências ficam por conta da desigualdade social, perda da soberania nacional e dependência do mercado financeiro, perda de valores. 3. Socialismo no sentido de massificação: há grandes aglomerações de pessoas no mundo pósmoderno. Há um forte desejo de igualdade e paz universal. O mundo é visto como uma aldeia universal. 4. Pluralismo religioso: no século XXI as pessoas ainda estão ansiosas pelo sagrado, pelo transcendente. Algumas vezes esse sagrado é comercializado e coisificado. Há uma cosmovisão inter-religiosa interdependente e integradora. Busca-se a unidade na pluralidade e pluralidade na unidade. No contexto da cultura judaico-cristã, percebemos a infiltração do dualismo antropológico (matéria/espírito; corpo/alma; emoção/razão; etc.). Há uma forma dividida do pensamento crítico que não está presente e não faz parte do pensamento oriental. A pergunta que precisa ser feita é: por que o ocidente tem esta forma de pensamento e esta prática dualista? A infiltração do dualismo antropológico no pensamento ocidental teve influência da filosofia platônica, principalmente através de Santo Agostinho no contexto da tradição religiosa de matriz cristã. Para Platão a filosofia tinha uma dimensão dualista entre o mundo das ideias, verdadeiro, repleto de conhecimento (episteme) e o mundo terreno, onde as coisas eram cópias e sombras, repleto de opiniões (achismo). Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Esta filosofia estava em voga no início do cristianismo por meio de Plotino que trabalhava o neoplatonismo. Fundamentado em Platão, Agostinho colocou o conteúdo cristão numa linguagem filosófica e cultural platônica. Assim como Platão ele também defendia a ideia do dualismo: céu/terra; Deus/homem; etc. Agostinho defendia a existência de dois mundos, um celestial, onde estavam as ideias, o divino e as luzes, e outro terrestre, o qual era cópia e sombra da realidade celestial. Deste modo o cristianismo vai sendo marcado por uma divisão dualista da realidade (espírito/matéria; alma/corpo; Deus/mundo; razão/emoção; igreja e religião/sociedade e política; etc.; este é o dualismo que está presente em nosso mundo hoje. Porém vale lembrar que há uma diferença entre ética e ontologia dualista. Ética envolve o fazer o bem ou o mal, enquanto ontologia envolve o estudo do ser onde o corpo é mau e alma é boa). Outra influência sentida em nosso dia é da filosofia cartesiana (René Descartes) que se faz presente na ciência moderna. “Eu penso, logo sou”, alegava Descartes. Em seu conceito psicofísico do ser humano havia uma lógica subentendida pela cultura ocidental europeia, e essa lógica tinha uma fundamentação ética que justificaria verdadeiros genocídios de outros seres humanos no continente americano. No dualismo cartesiano da Res Cogitans (sujeito pensante, o ser humano, europeu, homem e sacerdotes), e da Res Extensa (objeto material, mundo, outros povos, mulher e povo) os europeus encontraram uma justificativa válida para validar seu projeto de morte para os povos que habitavam o continente americano. Hoje, na sociedade cultural pós-moderna, há tentativas de superação do dualismo platônico e do dualismo cartesiano. Uma delas é de justaposição, onde se justapõe uma coisa à outra. Outra tentativa é dialética (inversão), onde se põe valor naquilo que antes não valia, por exemplo: o corpo é valorizado e o espírito não. E uma terceira tentativa de superação é de inclusão das diferenças, onde somos seres corporais e espirituais que temos liberdade e responsabilidade. Neste contexto destaca-se o diálogo inter-religioso, o qual tem por objetivo incluir as diferenças e as minorias sob o princípio do diálogo e da reverência pautado pela ética da alteridade em contraposição a ética cartesiana. Algumas teorias contemporâneas causam desconfiança sobre a validade da antropologia religiosa, dentre elas a que defende o surgimento da religião como resultado de causas psicológicas ou como determinações do meio sócio-econômico, e não como uma relação do homem com o divino. A antropologia religiosa está fundamentada nas relações do homem com o divino na dimensão do eu e do outro como pólos que se complementam. Busca os fundamentos das tradições culturais e da experiência religiosa, ou das relações do homem com o divino, que estão presentes na inter-relação entre o eu, o outro e o sagrado (que se manifestam na comunidade). A antropologia religiosa busca uma interpretação aberta das tradições culturais e experiências religiosas fazendo uma análise antropológica das manifestações religiosas. Estas manifestações buscam a universalidade do sagrado e causam uma classificação. Contudo, são nestas manifestações que a antropologia religiosa busca a essência da religião. Esta essência envolve vários aspectos como objetos de análise e reflexão, ou seja: fatores psicológicos; sistema religioso; crenças; teologia; experiência existencial com o divino; fenomenologia antropológica; descomprometimento crítico sem estabelecer juízo de valor; coletas de dados empíricos, históricos, culturais, econômicos, políticos e sociais; purificação de conceitos; ciências humanas; linguagem e símbolos próprios, experiências religiosas próprias a nível individual e coletivo. Neste sentido o cientista da religião não pode colocar na frente de seu objeto de estudo e pesquisa a sua própria fé. Se isso ocorrer ele será um catequista ou proselitista. Para evitar este erro é fundamental entender que cultura e religião estão entrelaçadas, interligadas. Uma influencia a outra, são justapostas porque ambas se influenciam e são influenciadas. Também é 10 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião fundamental nortear o trabalho da antropologia religiosa pela ética que mais dá conta das relações humanas, ou seja; a ética da alteridade. (Artigo disponível em: www.jorgeschemes.blogspot.com) *Jorge Schemes: Bacharel em Teologia Línguas Bíblicas – Grego e Hebraico. Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Séries Inicias e Administração Escolar. Licenciado em Ciências da Religião – Habilitação em Ensino Religioso. Pós-Graduado em Interdisciplinariedade e Metodologia do Ensino Superior. Pós-Graduado em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Professor de Filosofia na FEJ – ACE. Professor de Religião no Instituto de Parapsicologia de Joinville. Técnico Pedagógico na GEECT – Gerência da Educação, Ciência e Tecnologia de Joinville, SC. 

Acesse: www.jorgeschemes.blogspot.com para ver currículo completo.

OCULTISMO Definição e Escopo: Ocultismo (ou ciência oculta) é um conjunto de teorias e práticas cujo objetivo é desvendar os segredos da natureza e do Homem, procurando descobrir seu aspecto espiritual e superior. Ele trata do que está além da esfera do conhecimento empírico, o que é secreto ou escondido. O ocultismo está relacionado aos fenômenos supostamente sobrenaturais. Muitas vezes um ocultista é referenciado como um mago. O termo ocultismo é usado no ocidente freqüentemente para referenciar algo que se considere "supersticioso". Figura: O Baphomet de Eliphas Levi um conhecido símbolo associado ao ocultismo. Baphomet é um ídolo, supostamente adorado pelos cavaleiros templários, e cuja representação mais conhecida é devida ao ocultista e padre católico Eliphas Levi.

Mago ou Magi, plural da palavra Persa antiga magus, significando tanto imagem quanto "um homem sábio", que vêm do verbo cuja raiz é "meh", significando grande, e em sânscrito, "maha". Os Magi 11 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião originais eram a casta sacerdotal da Pérsia, além de químicos, astrólogos. Seus trajes consistiam de um manto escuro decorado com astros, chapéu alto, triangular e pontudo, e suas demonstrações públicas envolviam o uso de substâncias químicas para geração de fumaça que causavam grande impressão entre o povo, e observadores europeus trouxeram sua imagem para o folclore do ocidente. Mago usualmente denota aquele que pratica a magia ou ocultismo, no entanto, pode indicar também alguém que possui conhecimentos e habilidades superiores como, por exemplo, quando se diz que um músico é um “mago dos teclados”, pois toca com perfeição o instrumento musical. No sentido religioso e histórico, denotava uma linha sacerdotal ou casta hereditária na Persia, da qual Zoroastro (ou Zaratrusta) foi um membro conhecido. Esta casta formava uma sociedade dos Magos ou Magi, que dividiam os iniciados em três níveis de iluminação: 1. Khvateush - Os mais elevados, iluminados com a luz interior (iluminados). 2. Varezenem – Aqueles que praticam. 3. Airyamna – Amigos dos arianos. Os antigos magos Parsis podiam ser divididos em três níveis: Herbods ou noviços 1. Mobeds ou Mestres 2. Destur Mobds - Homens perfeitos sendo idênticos com os Hierofantes de mistérios praticados na Grécia e no Egito (veja hermetismo). Na Bíblia, os magos se traduzem como homens sábios. O termo também tornou-se familiar com os três sábios, reis magos, que visitaram o menino Jesus. Nos dias de hoje a magia foi revivida em seu aspecto ritualístico, principalmente pela Ordem Hermética do Amanhecer Dourado (”Hermetic Order of the Golden Dawn”), na Inglaterra ao final do século XIX. A Ordem Hermética da Aurora Dourada, conhecida também como Golden Dawn, foi uma das ordens precursoras do renascimento do paganismo no fim do século 19 e inicio do século 20, influenciando muito dos sistemas de estudo de ocultismo e magia atualmente. Foi fundada em 1897 por William Robert Woodman (1828-1891), médico e maçon, W. W. Westcott (1848-1925) coronel britânico, maçon, e médico legista e por S. L. MacGregor Mathers (18541928) estudioso de ocultismo, e teve como membros Oscar Wilde, Aleister Crowley, Gerald Gardner entre outros. Surgida na Inglaterra, ainda pode ser encontrada através de novas linhagens mas não mais sob a estrutura original. Na ciência oculta, a palavra oculto refere-se a um “conhecimento escondido” ou “conhecimento secreto”, em oposição ao “conhecimento visível” ou “conhecimento mensurável” que é associado à ciência convencional. Mas em verdade, para o ocultista mais adiantado, não há qualquer conhecimento escondido ou oculto. O conhecimento não revelado ou oculto apenas não pode ser percebido pela maioria das pessoas. Nesse sentido, tudo aquilo que se chama de “ocultismo” é uma sabedoria que não pode ser percebida por todos, pois está além da visão objetiva da maioria. O ocultismo sempre foi concebido como um saber acessível apenas a alguns iniciados (ou seja, para aqueles que passaram por uma “iniciação”). O ocultismo tem como escopo de estudo as energias e as forças psíquicas, suas fontes e seus efeitos, assim como os seus canais de atuação e seus efeitos produzidos na consciência do Homem. A ciência oculta estuda, ao contrário da ciência tradicional, a natureza em sua totalidade, assim como as relações entre a natureza e o ser humano. A percepção do oculto consiste, não em acessar fatos concretos e mensuráveis, mas trabalhar com a mente e o espírito. Ocultismo assim supostamente refere-se ao treinamento mental, Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião psicológico e espiritual que permite um “despertar” de certas faculdades ocultas, ou, na visão da ciência tradicional, algum tipo de ilusão ou hipnose auto-induzida. Origens, influências e tradições: O ocultismo está relacionado com o misticismo e o esoterismo e tem influências das religiões orientais (principalmente Yoga, Hinduísmo, Budismo, e Taoísmo). O ocultismo tem suas origens em tradições antigas, particularmente o hermetismo no antigo Egito, e envolve aspectos como magia, alquimia, e cabala. As raízes mais antigas conhecidas do ocultismo são os mistérios do antigo Egito, relacionados com o deus Hermes ou Thoth. Por isto, freqüentemente o ocultismo é referido como hermetismo. Na Idade Média, principalmente na Península Ibérica devido a presença de muçulmanos e judeus, floresceu a alquimia, ciência relacionada com a manipulação dos metais, que é na verdade uma metáfora para um processo mágico de desenvolvimento espiritual. Tanto a alquimia quanto o ocultismo receberam influência da cabala judaica, um movimento místico e esotérico que pertence ao judaísmo. Muitos destes ocultistas medievais acabaram sendo mortos na fogueira pela Inquisição da Igreja Católica, acusados de serem bruxos e terem feito pacto com o diabo. O ocultismo ressurgiu no século XIX com os trabalhos de Eliphas Levi, Helena Petrovna Blavatsky e outros. Ocultistas famosos: O ocultismo moderno, cujo ressurgimento deu-se principalmente ao final do século XIX, teve sua parte teórica sistematizada por Helena Petrovna Blavatsky, no que ficou conhecido como Teosofia. Além dela, também são importantes na definição do moderno ocultismo Eliphas Levi, S. L. MacGregor Mathers, William Wynn Westcott e Papus, entre outros. Eliphas Levi é considerado por muitos como o maior ocultista do século XIX, tendo sistematizado boa parte do que hoje conhecemos como ocultismo prático moderno. Também devemos lembrar a importância de S. L. MacGregor Mathers e da Ordem Hermética do Amanhecer Dourado (”Hermetic Order of the Golden Dawn”), responsáveis em parte pelo ressurgimento da magia ritualística, e que influenciaram fortemente a maioria dos mais conhecidos e importantes magos e ocultistas do século XX. Quem foi Eliphas Levi?

Eliphas Lévi, nome de batismo Alphonse Louis Constant, (8 de fevereiro de 1810 - 31 de Maio de 1875) foi um escritor francês, e ocultista. O seu pseudônimo "Eliphas Lévi," sob o qual ele publicava seus livros, resultou da tradução o seu nome "Alphonse Louis" para a língua hebraica. Filho de um sapateiro demonstrou grande inteligência, e aos dez anos de idade foi educado no presbitério da Igreja de Saint-Louis em L´lle onde aprendeu o catolicismo. De lá foi encaminhado aos quinze anos de idade para o seminário de Saint-Nicolas du Chardonnet onde realizou os estudos preparatórios. Em 1830 foi transferido para o seminário de Issy para estudar filosofia. E em 1832 ingressou no seminário de Saint-Sulpice para estudar teologia. Foi ordenado diácono em 1835. Teria sido ordenado sacerdote, não tivesse confessado o amor por Adelle Allenbach, que ele havia realizado a primeira comunhão. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Dentre as suas obras destacam-se: Dogma e Ritual da Alta Magia; História da Magia; A Chave dos Grandes Mistérios; A Ciência dos Espíritos; As Origens da Cabala; Os Mistérios da Cabala; Curso de Filosofia Oculta; Fábulas e Símbolos; O Livro dos Sábios; O Grande Arcano; Os paradoxos da Sabedoria Oculta.

HERMETISMO

Hermetismo pode designar uma de duas coisas: 1. O estudo e prática da filosofia oculta e da magia, de um tipo associado a escritos atribuídos ao deus Hermes Trismegistus, “Hermes Três-Vezes-Grande”, uma deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth. Estas crenças tiveram influência na sabedoria oculta européia, em especial desde a Renascença, quando foram reavivadas por figuras como Giordano Bruno e Marsílio Ficino. A magia hermética passou por um renascimento no século XIX na Europa Ocidental, onde foi praticada por nomes como os envolvidos na Ordem Hermética do Amanhecer Dourado e Eliphas Lévi. O hermetismo também está associado à alquimia. Da língua arcana associada a estas crenças vem o segundo significado: 2. O uso deliberado de imagens obscuras, excessivamente elaboradas ou esotéricas em várias artes. Os Escritos Herméticos Os escritos Herméticos são uma coleção de 18 obras Gregas, as quais são tradicionalmente atribuídas a Hermes Trismegistus. Estes escritos contêm os aspectos teórico e filosófico do Hermetismo em seu aspecto teosófico. O período bizantino é marcado por uma outra coleção de obras herméticas, que também são relacionadas ao Hermes Trismegistus, e contêm uma tradição hermética popular a qual é composta essencialmente por escritos relacionados a astrologia e magia. Esta versão popular encontra sustentação ou base nos diálogos Herméticos, apesar dele se distanciar da magia. A prática da magia entretanto não está distante das praticas realizadas no antigo Egito, a qual em uma última análise e a fonte de todos os diálogos herméticos, e portanto estabelece uma conexão entre as duas tradições Herméticas: filosófica e magia. Hermes Trismegistus A divindade de Hermes Trismegistus provêm da introdução do deus Toth na religião grega. O Toth é um deus egípcio o qual simboliza a lógica organizada do universo. Ele é relacionado aos ciclos lunares a qual em suas fases expressa a harmonia do universo. E também como deus do verbo e da sabedoria foi naturalmente identificado com Hermes. Como o deus da sabedoria o Toth foi atribuído como escritor de uma série de textos sagrados egipcíos os quais descrevem os segredos do universo. Os textos Hermeticos antigos podem ser considerados também retentores de ensinamento e de uma base de iniciação a antiga religião egipcía. Como todos os deuses egípcios o Toth inicialmente era adorado localmente, mas depois a adoração a ele espalhou-se por todo o Egito. Uma das localidades de adoração ao Toth era na Grande Hermopolis. Com o estabelecimento da dinastia Ptolomaica naquela região, gregos imigraram também para a cidade sagrada de Toth. Desta imigração de gregos advêm a identificação de Hermes com Toth.

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MISTICISMO Misticismo é uma filosofia que existe em muitas culturas diferentes e que se reveste de várias formas. Místico é todo aquele que concebe a não-separatividade entre o Universo e os seres. A Essência primordial da vida, ou Consciência Cósmica, ou Deus como costumamos chamar – ao contrário do que se pensa – não está nem nunca esteve separado de qualquer coisa. O místico é aquele que busca um contato com a realidade, usando como intermediário forças sobrenaturais. O místico procura a presença de um Ser Supremo, ou do inefável e incognoscível em si mesmo, e dessa forma, pode perceber todas as coisas como sendo parte de uma infinita e essencial Unidade de tudo o que existe. Os místicos não reconhecem diferenças entre a natureza do Universo e a natureza dos seres. Misticismo designa um conjunto de crenças e concepções, heterogêneas e não muito bem definidas, que se preocupam com a busca de conhecimento espiritual direto mediante processos psíquicos que ultrapassam as funções intelectuais. Nesta perspectiva, o misticismo é um caminho pessoal de evolução, realização e felicidade. Definição e Características: Citando o livro “O Mundo de Sophia”, quando fala sobre Misticismo: Uma experiência mística significa experimentar a sensação de fundir sua alma com Deus. É que o “eu” que conhecemos não é nosso “eu” verdadeiro e os místicos procuravam conhecer um “eu” maior que pode possuir várias denominações: Deus, espírito cósmico, universo, etc. No entanto, para chegar a esse estado de plenitude, é preciso passar por um caminho de purificação e iluminação através de uma vida simples. Encontram-se tendências místicas nas maiorias religiões do mundo. Na mística ocidental (judaísmo, cristianismo e islamismo), o místico diz que seu encontro é com um Deus pessoal. Na oriental (hinduísmo, budismo e religião chinesa) o que se afirma é que há uma fusão total com deus, que é o espírito cósmico. É importante notar que essas correntes místicas já existiam muito antes de Platão e que pessoas de nossa época têm relatado experiências místicas como uma forma de experimentar o mundo sob a perspectiva da eternidade. (Livro: O Mundo de Sophia) As correntes místicas pregam a experiência direta do divino, comumente chamada de experiência mística, e muitas vezes descrita como iluminação. A experiência mística é um estado de consciência em que o místico tem um vislumbre daquilo que está além deste plano físico, e muitas vezes é descrito como união com o Todo. Isto só pode ser alcançado, segundo os místicos, por uma disciplina espiritual que visa distanciar-se das coisas mundanas. Muitas vezes a experiência mística é descrita por aqueles que a sentem como uma “visão ou percepção direta de Deus”. Tais fenômenos estão presentes tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento da Bíblia e na cultura oriental (budismo, hinduísmo, yoga, etc.). O místico procura na prática espiritual e no estudo das coisas divinas, mais que na racionalidade, as bases para suas concepções de vida, embora muitas vezes o misticismo esteja envolvido com intrincados sistemas que o fundamentam. Este é o caso da Cabala, a tradição esotérica dos judeus. A experiência mística é o modo como o místico entra em contato com o Divino. Correntes Místicas: São doutrinas ou correntes de pensamento que podem ser consideradas vertentes do Misticismo: Budismo, Cabala, Espiritismo; Gnosticismo; Maçonaria; Rosacrucianismo; Sufismo; Taoismo; Xamanismo; etc. TRADIÇÕES RELIGIOSAS, CRENÇAS E PRÁTICAS DE FÉ

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Hinduísmo: O Hinduísmo é uma religião henoteísta tradicional da Índia. Considerada a mais antiga das grandes religiões do mundo ainda em prática, o hinduísmo é caracterizado por uma diversidade de sistemas de crenças, práticas e escrituras. Tem origem na antiga cultura Védica em cerca de 3000_a.C.. É a terceira maior religião do mundo com aproximadamente 1050 milhões de seguidores, 96% dos quais no subcontinente indiano. Mas também é influente em Bangladesh, Nepal, Indonésia, Sri Lanka, e no Paquistão. Figura: Templo Hindu em Mysore

Embora seja geralmente mencionado como uma religião específica, o hinduísmo é mais corretamente descrito como um conjunto de religiões com uma linguagem em comum, pois tem pouca ou nenhuma organização central ou base teológica compartilhada. De uma forma geral, é uma das religiões mais tolerantes conhecidas, exceto pelo sistema de castas. Os hindus seguem um sistema estrito de castas que determina o status de cada pessoa. O nascimento em uma determinada casta é o resultado do karma produzido em vidas passadas. Somente membros das castas mais elevadas, brâmanes, podem realizar os rituais hindus e ter posições de autoridade nos templos hindus. “Hinduísmo” é uma palavra que originalmente indicava uma região geográfica. Por esse motivo, alguns grupos indianos mais tradicionalistas defendem que a religião é mais adequadamente chamada de Sanatana Dharma, significando “Religião Eterna”. A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos Avatares da divindade suprema, Brahma. Particular destaque é dado à Trimurti – um trindade constituída por Brahma, Shiva e Vishnu. Pode parecer estranho para os padrões de uma cultura cristã, mas o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro – em vez disso, costumam-se cultuar avatares mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplo Krishna, Avatar de Vishnu e personagem central do Bhagavad Gita. Embora se afirme ter sido na cultura hinduísta que tiveram origem três outras importantes religiões o budismo, o jainismo e o sikhismo, os indólogos colocam o jainismo como bem anterior ao bramanismo que originou o hinduísmo, e o budismo guarda relação com o jainismo e o Sankhya-Yoga. Talvez o espírito hindu, que não foi inspirado por um homem ou mulher em particular, possa ser melhor compreendido nos Rig Veda, a “mais antiga escritura religiosa do mundo.” Sânscrito: Transliteração: ekam sat vipraaha bahudaa vadanti Português: “A verdade é única, embora os sábios a conheçam como muitas.” Rig Veda (Livro I, Hino CLXIV, Verso 46) Essencialmente, qualquer forma de prática espiritual seguida com fé, amor e persistência levará ao mesmo estado final de auto-realização. Portanto, o pensamento hindu se distingue por encorajar enfaticamente a Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião tolerância pelas diferentes crenças, desde que sistemas temporais não podem declarar ser a única compreensão da Verdade Transcendental. Para os hindus, essa idéia tem sido uma força ativa na definição do ‘Dharma Eterno’. É para o hinduísmo o que o infinito Ser Divino de Advaita é para a existência, permanecendo eternamente imutável e auto-iluminado, central e penetrante, a despeito de todo o caos à sua volta. Símbolo Sagrado: Om (ou Aum) é o mais importante símbolo religioso do Hinduísmo, e significa o Espírito Cósmico O hinduísmo repousa sobre o fundamento espiritual dos Vedas, sendo por isso conhecido como o Dharma Veda, e nos escritos meditativos destes, os Upanishads, bem como nos ensinamentos de muitos gurus que viveram ao longo dos tempos. Muitas correntes de pensamento partem das seis escolas védicas/hindus, das seitas Bhakti e das escolas Tantra Agamicas para dar origem ao oceano hinduísta, a primeira das religiões dhármicas.

O Caminho eterno: “O caminho eterno” (em Sânscrito: Sanātana Dharma), ou a “Filosofia perene/Harmonia/Fé”, é o nome que tem sido usado para representar o hinduísmo desde a antiguidade. De acordo com os hindus, transmite a idéia de que certos princípios espirituais são intrinsecamente verdadeiros e eternos, transcendendo as ações humanas, representando uma ciência pura da consciência. Mas essa consciência não é meramente aquela do corpo, da mente ou do intelecto, mas a de um estado de espírito supramental que existe dentro e além de nossa existência, o imaculado Ser de tudo. A religião dos hindus é a busca inata pelo divino dentro do Ser, a busca por encontrar a Verdade que nunca foi perdida de fato. Verdade buscada com fé que poderá tornar-se reconfortante luminosidade independente da raça ou do credo professado. Na verdade, toda forma de existência, dos vegetais e animais até o homem, são sujeitos e objetos do eterno Dharma. Essa fé inata, então, é também conhecida por Arya/Dharma Nobre, Veda/Dharma do Conhecimento, Yoga/Dharma da União, e Dharma Hindu ou simplesmente Dharma. O que pode ser compreendido como uma crença comum a todos os hindus são o Dharma, a reencarnação, o karma, e a moksha (liberação) de cada alma através de variadas ações de cunho moral e da meditação yoga. Entre os princípios fundamentais incluem-se ainda o ahimsa (não-violência), com a primazia do Guru, a palavra divina Aum e o poder do mantra, amor à verdade em muitas manifestações como Deus e Deusas, e a compreensão de que a chama divina essencial (Atman/Brahman) está presente em cada ser humano e em todas as criaturas viventes, que podem chegar por diversas sendas à Verdade Una. Yoga Dharma: Uma das formas práticas do hinduísmo é a Yoga que significa União, são (práticas espirituais), conhecidas como bhakti (amor, devoção), karma yoga (serviço altruísta), Raja Yoga (meditação) e Jñana Yoga (Yoga da discriminação). São descritos nos dois principais textos do Hinduismo Yoga: O Bhagavad Gita e Yoga Sutras de Patanjali. Os Upanishads são também de fundamental importância como fundamentos filosóficos para este espiritualismo racional. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Os quatro objetivos na vida: Outro maior aspecto do Dharma Hindu que é uma prática comum de todos os Hindus é o purushartha, ou “quatro objetivos da vida”. Eles são kama, artha, dharma e moksha. É dito que todos os homens seguem o kama (prazer, físico ou emocional) e artha (poder, fama e riqueza), mas brevemente, com maturidade, ele aprendem a controlar estes desejos, com o dharma, ou a harmonia moral presente em toda a natureza. O objetivo maior é infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, moksha, ou liberação, também conhecida como Mukti, Samadhi, Nirvana, etc.) do Samsara, o ciclo da vida, morte, e da existência dual. Os quatro estágios da vida humana: A vida humana também é vista como quatro Ashramas (”fases”ou “estágios”). Eles são Brahmacharya, Grihasthya, Vanaprastha e Sanyasa. O primeiro quarto da vida, brahmacharya (literalmente “pastar em Brahma”) é passado em celibato, sobriedade e pura contemplação dos segredos da vida sob os cuidados de um Guru, solidificando o corpo e a mente para as responsabilidades da vida. Grihastya é o estágio do chefe de família, alternativamente conhecido como samsara, no qual o indivíduo se casa para satisfazer kama e artha na vida conjugal e em uma carreira profissional. Vanaprastha é o gradual desapego do mundo material, ostensivamente entregando seus deveres aos filhos e filhas, e passando mais tempo em contemplação da verdade, e em peregrinações santas. Finalmente, no sanyasa, o individuo vai para reclusão, geralmente em uma floresta, para encontrar Deus através da meditação Yogica e pacificamente libertar-se de seu corpo para uma próxima vida. Origens históricas e aspectos sociais: Pouco é conhecido sobre a origem do hinduísmo, já que sua existência antecede os registros históricos. É dito que o hinduísmo deriva das crenças dos Arianos, que residiam nos continentes sub-indianos, (’nobres’ seguidores dos Vedas), Dravidianos, e Harappanos. Alguns dizem que do hinduísmo nasceu com o budismo e o jainismo, mas Heinrich Zimmer e outros indólogos afirmam que o jainismo é muito anterior ao hinduísmo, e que o budismo deriva deste e do sankhya que em conseqüência afetaram o desenvolvimento de sua religião mãe. Diversas são as idéias sobre as origens dos Vedas e a compreensão se os Arianos eram ou não nativos ou estrangeiros na Índia. A existência do hinduísmo data de 4000 a 6000 mil anos a.C.. É preciso salientar que há, atualmente, dúvidas entre os estudiosos sobre ter ou não havido uma invasão ariana na Índia. Questiona-se sobre a miscigenação lenta, em lugar de invasão violenta, com os dravidianos e outros povos de origem autóctone e mesmo mediterrânea, existentes na região antes da chegada dos pastores-guerreiros vindos da Europa. Isto coloca em questão também a origem do hinduísmo. Como reforço a esta hipótese, a análise dos Rig Vedas mais antigos (cerca de 1500 a.C.) mostra uma série de fórmulas mágicas de propriedade de famílias no poder, sem qualquer indicação das práticas de ioga que acompanham a filosofia sankhya, e que são documentadas em selos de cerca de 2500/ a.C. Historicamente, a palavra hindu antecede o hinduísmo como religião; o termo é de origem persa e primeiramente referia-se ao povo que residia no outro lado (do ponto de vista Persa) do Sindhu ou Rio Indus. Foi utilizado para expressar não somente a etnicidade mas a religião Védica desde o século XV e XVI, por personalidades como Guru Nanak (fundador do sikhismo). Durante o Império Britânico, a utilização do termo tornou-se comum, e eventualmente, a religião dos Hindus Védicos foi denominada Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião ‘hinduísmo.’ Na verdade, foi meramente uma nova vestimenta para uma cultura que vinha prosperando desde a mais remota antiguidade. Distribuição geográfica atual: A Índia, a Ilha Maurícia, e o Nepal assim como a ilha indonésia de Bali têm como religião predominante o hinduísmo; importantes minorias hindus existem em Bangladesh (11 milhões), Myanmar (7,1 milhões), Sri Lanka (2.5 milhões), Estados Unidos (2,5 milhões), Paquistão (4,3 milhões), África do Sul (1,2 milhões), Reino Unido (1,5 milhão), Malásia (1,1 milhão), Canadá (1 milhão), Ilhas Fiji (500 mil), Trinidad e Tobago (500 mil), Guiana (400 mil), Holanda (400 mil), Cingapura (300 mil) e Suriname (200 mil).

Filosofia hindu: as seis escolas védicas de pensamento: As seis Astika (aceitando a autoridade dos Vedas), ou escolas filosóficas ortodoxas Hindu são Nyaya, Vaisheshika, Sankhya, Yoga, Purva Mimamsa também denominadas (’Mimamsa’), Uttara Mimamsa e ‘Vedanta’). As escolas não Védicas são denominadas Nastika, ou heterodoxas, e referem-se ao budismo, jainismo e Lokayata. As escolas que continuam a influenciar o hinduísmo hoje são Purva Mimamsa, Yoga, e Vedanta. Purva Mimamsa: O principal objetivo do Purva (”cedo”) ou da escola Mimamsa era estabelecer a autoridade dos Vedas. Conseqüentemente a valiosa contribuição desta escola ao hinduísmo foi a formulação das regras da interpretação Védica. Seus aderentes acreditavam que a revelação deveria ser provada através da razão, e não aceita como um dogma cego. Este método empírico e eminentemente sensível de aplicação religiosa é a chave para Sanatana/Hindu Dharma e foi especialmente desenvolvido por racionalistas como Adi Sankara e Swami Vivekananda. Para aprofundar-se mais neste tema veja Purva Mimamsa

Yoga: O sistema de Yoga é geralmente considerado ter surgido da filosofia Samkhya. Entretanto a yoga referida aqui, é especialmente a Raja Yoga (ou união através da meditação). E é baseada em um texto (que exerceu grande influencia) do santo Patanjali entitulado Yoga Sutras, e é essencialmente uma compilação e sistematização da filosofia da Yoga meditacional. Os Upanishads e o Bhagavad Gita também são textos indispensáveis ao estudo da Yoga. A filosofia Sankhya é anterior ao bramanismo, filosofia que deu origem ao hinduísmo, como coloca o eminente indólogo Heinrich Zimmer em seu clássico Filosofias da Índia. Patanjali, monge do sul da Índia, onde até hoje a tradição tamil preserva elementos das filosofias pré-védicas, tinha formação no sistema sankhya-yoga, indissociável. O Sankhya foi compilado bem antes de Patanjali (que viveu no século II a.C., por Kapila, que viveu pouco tempo antes de Buda. Uma diferença importante entre sankhya e bramanismo é que o primeiro é dualista, e o segundo monista, mas ambos vêm o espírito, ou Deus, como Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião imanente e transcendente ao mesmo tempo. A diferença mais significante de Samkhya é que a escola de yoga não somente incorpora o conceito do Ishvara (ou Deus pessoal) em um uma visão do mundo metafísica mas também sustenta Ishvara como um ideal sobre o qual meditar. A razão é que Ishvara é o único aspecto de purusha (do infinito Terreno Divino) que não foi mesclado com prakrti (forças criativas temporárias). Também utiliza as terminologias Brahman/Atman e conceitos profundos dos Upanishads, Adotando uma visão vedantica monista. A realização do objetivo da Yoga é conhecido como moksha ou samadhi. E como nos Upanishads, busca, o despertar ou a compreensão de Atman como sendo nada mais que o infinito Brahman, através da (mente) ética, (corpo) físico meditação (alma) o único alvo de suas práticas é a ‘verdade suprema.’ Veja Yoga para aprofundar-se mais em sua história. Tantrismo: A palavra “tantra” significa “tratado” ou “série continua “, e é aplicada a uma variedade de trabalhos místicos, ocultos, médicos e científicos bem como aqueles que agora nos consideramos como “tântricos”. A maioria dos tantras foram escritos no final da Idade Média e surgiram da cosmologia Hindu e Yoga. Temas e simbolismos importantes no hinduísmo: Ahimsa e as vacas: É vital uma nota sobre o elemento Ahimsa no hinduísmo para compreender a sociedade que se formou à volta de alguns dos seus princípios. Enquanto o jainismo, à medida que era praticado, era certamente uma grande influência sobre a sociedade indiana – que dizer da sua exortação do estrito veganismo e da nãoviolência como Ahimsa – o termo primeiro apareceu nos Upanishads. Assim, uma influência internamente enraizada e externamente motivada levou ao desenvolvimento de uma grande secção de Hindus que acabaram por abraçar o vegetarianismo numa tentativa de respeitar formas superiores de vida, restringindo a sua dieta a plantas e vegetais. Cerca de 30% da população Hindu actual, especialmente em comunidades ortodoxas no Sul da Índia, em alguns estados do Norte como Gujarat e em vários enclaves Brahmin à volta do subcontinente, é vegetariana. Portanto, enquanto o vegetarianismo não é um dogma, é recomendado como sendo um estilo de vida sattwic (purificador). Os hindus que comem carne abstêm-se predominantemente de bife, e alguns até vão tão longe quanto evitar produtos de pele. Isto acontece provavelmente porque o largamente pastoral povo Védico e as subseqüentes gerações de hindus ao longo dos séculos dependiam tanto da vaca para todo o tipo de produtos lácteos, aragem dos campos e combustível para fertilizante, que o seu estatuto de “cuidadora” espontânea da humanidade cresceu ao ponto de ser identificada como uma figura quase maternal. Assim, enquanto a maioria dos hindus não adora a vaca, e as instruções escriturais contra o consumo de bife surgiram muito depois dos Vedas terem sido escritos, esta ainda ocupa um lugar de honra na sociedade Hindú. Diz-se que Krishna é tanto Govinda (pastor de vacas) como Gopala (protector de vacas), e que o assistente de Shiva é Nandi, o touro. Com a força no vegetarianismo (que é habitualmente seguido em dias religiosos ou ocasiões especiais até por Hindus comedores de carne) e a natureza sagrada da vaca, não admira que a maior parte das cidades santas e áreas na Índia tenham uma proibição sobre a venda de produtos de carne e haja um movimento entre os Hindus para banir a matança de vacas não só em regiões específicas como em toda a Índia. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Formas de Adoração: murtis e mantras: Contrário a crença popular, o hinduísmo prático não é politeístico nem estritamente monoteístico. A variedade de deuses e Avatares que são adorados pelos Hindus são compreendidos como diferentes formas da Verdade Unica, algumas vezes vistos como mais do que um mero Deus e um último terreno Divino (Brahman), relacionado mas não limitado ao monismo, ou um princípio monoteístico como Vishnu ou Shiva. Acreditando na origem única como sem forma (nirguna brahman, sem atributos) ou como um Deus pessoal (saguna Brahman, com atributos), os hindus compreendem que a verdade única pode ser vista de forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal escolhida (ishta devata) na forma de Deus ou Deusa. Enquanto alguns censos sustentam que os adoradores de uma forma ou outra de Vishnu (conhecido como Vaishnavs) são 80% dos hindus e aqueles de Shiva (chamados Shaivaites) e Shakti compõem o restante dos 20%, tais estatísticas provavelmente são enganadoras. A Maioria dos Hindus adoram muitos deuses como expressões variadas do mesmo prisma da Verdade. Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna ou Rama), Shiva, Devi (a Mãe de muitas deidades femininas, como Lakshmi, Saraswati, Kali e Durga), Ganesha, Skanda e Hanuman. A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens (murti) que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do princípio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade. Consequentemente, a maneira Hindu de adoração de imagens é uma forma de iconolatria, na qual as imagens são venerados como supostos símbolos da divindade, opostos a idolatria, geralmente imposta (erroneamente) aos hindus. Para mais detalhes sobre esta forma de adoração veja murti.

Mantra: Recitação e mantras originaram-se no hinduismo e são técnicas fundamentais praticadas até os dias de hoje. Muito da chamada mantra yoga, é realizada através de japa (repetições). Dizem que os mantras, através de seus significados, sons, e chanting style, auxíliam o sadhaka (aquele que prática) na obtenção de focus durante a meditação. Eles também são utilizados como uma expressão de amor a deidade, uma outra faceta da Bhakti yoga necessária para a compreensão de murti. Freqüentemente eles oferecem coragem em momentos difíceis e são utilizados para a obtenção de auxílio ou para ‘invocar’ a força espiritual interior. As ultimas palavras de Mahatma Gandhi enquanto morria foi um mantra ao Senhor Rama: “Hey Ram!” O mais representativo de todos os mantras Hindu é o famoso Gayatri Mantra: Aum bhūrbhuvasvah | tat savitūrvareṇyam | bhargo devasya dhīmahi | dhiyo yo naha pracodayāt Significa, literalmente: “Om! Terra, Universo, Galáxias (invocação aos três mundos). Que nós alcancemos a excelente glória de Savitr, o Deus. Que ele estimule os nossos pensamentos/meditações.” O mantra Gayatri é considerado o mais universal de todos os mantras hindus, e invoca o universal Brahman como um princípio de conhecimento e iluminação do sol primordial, mas somente em seu aspecto feminino. Muitos Hindus até os dias de hoje, seguindo uma tradição que permanece viva por pelo menos 5,000 anos, performam matinais ablutions as margens do rio sagrado (especialmente do Ganges. Conhecido como um mantra sagrado, é reverenciado Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião como sendo a forma mais condensada do Conhecimento Divino (Veda). E governado pelo principio, Ma (Mother) Gayatri, também conhecido como Veda Mata (Ou a mãe dos Vedas ) e intimamente associado a Deusa do aprendizado e iluminação, Saraswati. O maior objetivo da religião Védica é alcançar moksha, ou liberação, através da constante dedicação a Satya (Verdade) e uma eventual realização de Atman (Alma Universal). Não importa se atingido através de meditação ou puro amor, este objetivo universal é alcançado por todos. Deve ser observado que o hinduísmo é uma fé prática, e é incorporado em cada aspecto da vida. Acredita igualmente no temporal e no infinito, e somente encoraja perspectivas destes princípios. O grande rishi (Hindu Santo) e também denominado como o samsaric (aquele que vive no samsara, i.e. Plano temporal ou terrestre) aquele que sucede em um honesto e amável meio de vida dharmic é um jivanmukta (alma vivente liberta). As verdades fundamentais do Hinduísmo são melhores compreendidas nos Upanishadic dictum, Tat Twam Asi (Thou Art That), e na última aspiração como segue: Aum Asato ma sad gamaya, tamaso ma jyotir gamaya, mrityor ma aamritaam gamaya “Aum conduza-me da ignorância para a verdade, das trevas para a luz, da morte para a imortalidade.” Escrituras Sagradas do Hinduísmo: Muita da morfologia e filosofia lingüística inerente ao aprendizado do sânscrito está associada ao estudo dos Vedas e outros relevantes textos Hindus. Os textos Hindus apresentam diversos níveis de leitura: físico material, sutil ou supernatural. Engloba vários níveis de interpretação e compreensão. As escrituras hindus são divididas em duas categorias: 1 – Shruti- aquela que se escuta – oral -(revelação) 2 – Smriti- aquela que se recorda -escrita - (tradição, não revelação). Vedas: Os Vedas são os textos mais antigos do hinduísmo. Eles também influenciaram o budismo, jainismo e sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com o Livro dos Mortos, com o Enuma Elish, I Ching e o Avesta, eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga. Enquanto a maioria dos hindus provavelmente nunca leram os Vedas, a reverência por mais uma noção abstrata de conhecimento (Veda significa conhecimento) está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem Veda Dharma. Existem quatro Vedas: 1. Rig Veda. 2. Sama Veda. 3. Yajur Veda. 4. Atharva Veda. Upanishads: Os Upanishads são denominados Vedanta porque eles contêm uma exposição da essência espiritual dos Vedas. Entretanto é importante observar que Upanishads são textos e Vedanta é filosofia. A palavra Upanishads significa ‘sentar próximo ou perto’ pois eles explicavam aos estudantes enquanto eles sentavam-se próximos aos mestres. Os Upanishads mais precisamente organizaram a Doutrina Védica de auto-realização, yoga e meditação, karma e reencarnação, que eram veladas no simbolismo da antiga religião de mistérios. Os mais antigos Upanishads são geralmente associados a um Veda em particular, através da exposição de um Brahmana ou Aranyaka, enquanto os mais recentes não. Formando o coração da Vedanta (Final dos Vedas), eles contêm a excessiva aerodinâmica de adoração aos deuses Védicos e capturam a essência do Rig Vedic dictum “A Verdade é Uma.” Eles colocam a filosofia Hindu separada e acolhendo uma única e transcendente força imanente e inata na alma de cada ser humano, identificando o 22 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião micro – e macrocosmo como Um. Podemos dizer que enquanto o Hinduísmo primitivo é fundamentado nos quatro Veda, o Hinduísmo Clássico, Yoga e Vedanta, Tantra correntes do Bhakti foram modelados com base nos Upanishads. Puranas – Smriti: Os Puranas são considerados smriti; ensinamentos não escritos passados oralmente de uma geração a outra. Eles são distintos dos srutis ou ensinamentos em escritos tradicionais. Existem um total de 18 maior Puranas, todos escritos em forma de versos. E dito que estes textos foram escritos muito anteriormente ao Ramayana e Mahabharata. Acredita-se que o mais antigo Purana provém de 300 a. C., e os mais recentes to 1300 – 1400 d.C. . Apesar de terem sido compostos em diferente períodos, todos os Puranas parecem ter sido revisados. Tal fato pode ser notado no fato de que todos eles comentam que o número de Puranas e 18. Os Puranas variam muito: o Skanda Purana é o mais longo com 81,000 versos, enquanto o Brahma Purana e o Vamana Purana são os mais curtos com 10,000 versos cada. O número total de versos em todos os 18 Puranas é 400,000. As Leis de Manu: Manu é o legendário homem, o Adão dos hindus. As leis de Manu são uma coleção de textos atribuídos a ele. Bhagavad Gita: O Bhagavad Gita é considerado parte do Mahabharata (escrito em 400 ou 300 a.C.), é um texto central do Hinduísmo, um diálogo filosófico entre o deus Krishna e o guerreiro Arjuna. Este é um dos mais populares a acessíveis textos do Hinduísmo, e é de essencial importância para quem está interessado no Hinduísmo. O Gita discute altruísmo, dever, devoção, meditação, integrando diferentes partes da filosofia Hindu. O Ramayana e o Mahabarata: O Ramayana e o Mahabarata – são épicos nacionais da Índia. Eles provavelmente são os poemas mais longos escritos em todo o mundo. O Mahabharata é atribuído ao Sábio Vyasa, e foi escrito no período 540 – 300 a.C. O Mahabharata conta a lenda dos Bharatas, uma das tribos Aryan. O Ramayana é atribuído ao poeta Valmiki, e foi escrito no primeiro século d.C., apesar de ser baseado em tradições orais que datam de seis ou sete séculos a.C..

Budismo:

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Ocultismo e Religião

Budismo é uma religião e filosofia baseada nas escrituras e na tradição leiga e monástica iniciadas por Siddhartha Gautama, o Buda histórico, que viveu aproximadamente entre 563 e 483 a.C. Surgiu originalmente na Índia e de lá se espalhou através da Ásia, Ásia Central, Tibete, Sri Lanka (antigo Ceilão), Sudeste Asiático como também para países do Leste Asiático, incluindo China, Myanmar, Coréia, Vietnã e Japão. Hoje o Budismo se encontra em quase todos os países do mundo, amplamente divulgado pelas diferentes escolas budistas, e conta cerca de 376 milhões de seguidores. Ao lado, uma réplica de uma antiga estátua do Buda. Budismo é uma religião e filosofia baseada nas escrituras e na tradição leiga e monástica iniciadas por Siddhartha Gautama, o Buda histórico, que viveu aproximadamente entre 563 e 483 a.C. Surgiu originalmente na Índia e de lá se espalhou através da Ásia, Ásia Central, Tibete, Sri Lanka (antigo Ceilão), Sudeste Asiático como também para países do Leste Asiático, incluindo China, Myanmar, Coréia, Vietnã e Japão. Hoje o Budismo se encontra em quase todos os países do mundo, amplamente divulgado pelas diferentes escolas budistas, e conta cerca de 376 milhões de seguidores. O Budismo ensina a desenvolver ações boas e construtivas, evitar ações ruins e danosas, e purificar e treinar a mente. O objetivo dessas práticas é o fim do sofrimento decorrente da existência cíclica, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última – o Nirvana. A moral budista é baseada nos princípios de preservação da vida e moderação. O treinamento mental foca na disciplina moral (sila), concentração meditativa (samadhi), e sabedoria (prajña). Apesar do Budismo não negar a existência de seres sobrenaturais (de fato, há muitas referências nas escrituras Budistas), ele não confere nenhum poder especial de criação, salvação ou julgamento à esses seres. Entende-se que, assim como os humanos, eles possuem o poder de afetar os eventos mundanos. A base do Budismo é a compreensão das Quatro Nobres Verdades, ligadas à constatação da existência de um sentimento de insatisfação (Dukkha) inerente à própria existência, que pode no entanto ser transcendido através da prática do Nobre Caminho Óctuplo. Outro conceito importante, que de certa forma sintetiza a cosmovisão budista, é o das três marcas da existência: a insatisfação (Dukkha), a impermanência (Anicca) e a ausência de um “eu” (Anatta). Escolas: O budismo dividiu-se em várias escolas, algumas das quais vieram a se extinguir. A principal divisão atualmente existente é entre a escola Theravada e as linhagens Mahayana e Vajrayana. As escolas numericamente mais expressivas na atualidade são: 1. Theravada, estabelecida no sudeste asiático; 2. Zen japonês e Chan chinês, escolas com ênfase na meditação . Alguns estudiosos consideram estas escolas como uma linhagem Mahayana. Outros, no entanto, dizem que, pela ênfase ser diferente, e pelo Zen/Chan ser "descendentes" também do Taoísmo, devem ser considerados uma escola à parte; Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião 3. As escolas japonesas devocionais da Terra Pura (Jodo Shu) e Verdadeira Terra Pura (Jodo Shinshu), também Mahayana; 4. As escolas tântricas do Budismo tibetano (Nyingma, Kagyu, Gelug, Sakya) que fazem parte da linhagem Vajrayana. Há muita polêmica e confusão no ocidente em torno do budismo, devido principalmente à falta de disponibilização de informação correta. Muitos movimentos esoteristas e sincréticos procuram se apresentar como “verdadeiros budismos”, “adaptações para o Ocidente”, etc. Freqüentemente questiona-se quanto ao budismo ser ou não uma religião (por não aceitar a existência de um Deus criador do mundo), quanto a crer ou não em reencarnação (em contraste com o conceito de renascimento), etc.

Origens: O budismo formou-se no nordeste da Índia, entre o século VI a.C. e o século IV a.C. Este período corresponde a uma fase de alterações sociais, políticas e econômicas nesta região do mundo. A antiga religiosidade brâmanica, centrada no sacrifício de animais, era questionada por vários grupos religiosos, que geralmente orbitavam em torno de um mestre. Imagem de Buda na ilha de Lantau, em Hong Kong. Um destes mestres religiosos foi Siddhartha Gautama, o Buda, cuja vida a maioria dos acadêmicos ocidentais e indianos situa entre 563 a.C. E 483 a.C., embora os acadêmicos japoneses consideram mais provável a data 448 a.C.-368 a.C.. Siddhartha nasceu na povoação de Kapilavastu, que se julga ser a aldeia indiana de Piprahwa, situada perto da fronteira indo-nepalesa. Pertencia à casta guerreira (ksatriya). Várias lendas posteriores afirmam que Siddhartha viveu no luxo, tendo o seu pai se esforçado por evitar que o seu filho entrasse em contacto com os aspectos desagradáveis da vida. Por volta dos 29 anos, o jovem Siddhartha decidiu abandonar a sua vida, renunciando a todos os bens materiais, e adotando a vida de um renunciante. Praticou o ioga (numa forma que não é a mesma que é hoje seguida nos países ocidentais), e seguiu práticas ascéticas extremas, mas acabou por abandoná-las, vendo que não conseguia obter nada delas. Segundo a tradição, ao fim de uma meditação sentado debaixo de uma figueira, descobriu a solução para a libertação do ciclo das existências e das mortes que o atormentava. Pouco depois decidiu retomar a sua vida errante, tendo chegado a um bosque perto de Benares, onde proferiu um sermão diante de cinco jovens, que convencidos pelos seus ensinamentos, se tornaram os seus primeiros discípulos e com que que formou a primeira comunidade monástica (sangha). O Buda dedicou então o resto da sua vida (talvez trinta ou cinqüenta anos) a pregar a sua doutrina através de um método oral, não tendo deixado quaisquer escritos.

Principais doutrinas:

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Ocultismo e Religião As Quatro Nobres Verdades: Um dos principais ensinamentos do Buda é aquele que é o conhecido como as Quatro Nobres Verdades. Ele constitui a base de todas as escolas budistas. A primeira nobre verdade ensina que toda a vida é dukkha, palavra que tem sido traduzida como “sofrimento”, mas que também pode significar “insatisfação”. A segunda afirma que o sofrimento tem uma origem, a terceira que há uma forma de suprimir este sofrimento e a quarta recomenda o caminho para acabar com o sofrimento. O Nobre Caminho Óctuplo: Tem sido sugerido que a forma de exposição da doutrina das “Quatro Nobres Verdades” segue um padrão que se assemelha ao do diagnóstico de uma doença: depois de ter apontado as origens do mal, o Buda mostrou um remédio que leva à cessação desse mal. Esse “remédio” é conhecido como o “Nobre Caminho Óctuplo” (em sânscrito: Astingika-Marga), e deve ser adotado pelos budistas. Consiste em: 1. Visão correta: implica o conhecimento das Quatro Nobres Verdades; 2. Intenção correta: desejo de permanecer no Caminho que conduz à iluminação; 3. Palavra correta: falar de uma forma clara, e sobretudo, não fazer uso de uma linguagem agressiva ou maliciosa 4. Atividade correta: implica seguir cinco regras básicas, que são não matar, não roubar, não mentir, não ingerir substâncias intoxicantes e não ter uma conduta sexual incorreta; 5. Meios de subsistência corretos: ter uma forma de ganhar a vida que não implique o sofrimento dos outros seres e a desonestidade; 6. Esforço correto: praticar a autodisciplina de modo a evitar as paixões; 7. Memória ou atenção correta: implica a auto-análise constante dos pensamentos e ações; 8. Concentração correta: é o objetivo final, que é entrar no estado de Nirvana.

Islamismo:

A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. A religião muçulmana é monoteísta, ou seja, tem apenas um Deus. Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.

Vida do profeta Maomé Muhammad ( Maomé) nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais. Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este 26 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica. Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte. Livros Sagrados e doutrinas religiosas O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé. Os ensinamentos de Allah (a palavra árabe para Deus) estão contidos no Alcorão (Qur’an, “recitação”). Os muçulmanos acreditam que Muhammad recebeu estes ensinamentos de Allah por intermédio do anjo Gabriel (Jibreel) através de revelações que ocorreram entre 610 e 632. Muhammad recitou estas revelações aos seus companheiros, muitos dos quais se diz terem memorizado e escrito no material que tinham à disposição (omoplatas de camelo, folhas de palmeira, pedras...).Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se : onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão. Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos. A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé. Preceitos religiosos A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve : crer em Alá como seu único Deus; fazer cinco orações diárias curvado em direção a Meca; pagar o zakat (contribuição para ajudar os pobres); fazer jejum no mês de Ramadã e peregrinar para Meca pelo menos uma vez na vida. Faz parte ainda a jidah que é a Guerra Santa, cujo objetivo é reformar o mundo e difundir os princípios do islã. A jidah, porém, não é aceita por todos os muçulmanos. Locais sagrados Para os muçulmanos, existem três locais sagrados : A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moisés e Jesus. Divisões do Islamismo: Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.

Etimologia: Islã provem do árabe islām, que por sua vez deriva da quarta forma verbal da raiz slm, aslama, e significa “submissão (a Deus)”. Segundo o arabista e filólogo José Pedro Machado a palavra islã não teria surgido na língua portuguesa antes de 1843, ano em que aparece no capítulo IX da obra Eurico, o Presbítero de Alexandre Herculano. O islã que é descrito em árabe como um “Diin”, o que significa “modo de vida” e/ou “religião” e possui uma relação etimológica com outras palavras árabes como Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Salaam ou Shalam, que significam “paz. Muçulmano, por sua vez, deriva da palavra árabe muslim (plural, muslimún), particípio ativo do verbo asmala, designando aquele que se submete. O vocábulo poderá ter penetrado no português a partir do castelhano, sendo provável que esta língua o tenha tomado do italiano ou do francês, línguas nas quais o vocábulo surge em 1619 e 1657, respectivamente (no primeiro caso como mossulmani na obra Viaggi de Pietro della Valle e no segundo como mousulmans na obra Voyages de Le Gouz de la Boullaye).[4] Em textos mais antigos, os muçulmanos eram conhecidos como "maometanos", este termo tem vindo a cair em desuso porque implica, incorretamente, que os muçulmanos adoram Maomé (como, durante alguns séculos, por completo desconhecimento, o Ocidente pensou), o que torna o termo ofensivo para muitos muçulmanos. Durante a Idade Média e, por extensão, nas lendas e narrativas populares cristãs, os muçulmanos eram também designados como Sarracenos e também por Mouros (embora este último termo designasse mais concretamente os muçulmanos naturais do Magrebe que se encontravam na Península Ibérica). Islã com maiúscula refere-se ao conjunto dos países que seguem esta religião (a jurisprudência islâmica utiliza neste caso a expressão Dar-al-Islam, "a Casa do Islã"). Crenças O islã ensina seis crenças principais:   

A crença em Allah, único Deus existente; A crença nos Anjos, seres criados por Allah; A crença nos Livros Sagrados, entre os quais se encontram a Torá, os Salmos e o Evangelho. O Alcorão é o derradeiro e completo livro sagrado, constituindo a coletânea dos ensinamentos revelados por Allah ao profeta Muhammad;  A crença em vários profetas enviados à Humanidade, dos quais Muhammad é o último;  A crença no dia do Julgamento Final, no qual as ações de cada pessoa serão avaliadas;  A crença na predestinação: Allah tudo sabe e possui o poder de decidir sobre o que acontece a cada pessoa. Deus (Allah em árabe):

A pedra basilar da fé islâmica é a crença estrita no monoteísmo. Deus é considerado único e sem igual. Cada capítulo do Alcorão (excepto um capítulo) começa com "Em nome de Deus, o beneficente, o misericordioso". Uma das passagens do Alcorão frequentemente usadas para ilustrar os atributos de Deus é a que se encontra no capítulo (sura) 59: "Ele é Deus e não há outro deus senão Ele, Que conhece o invisível e o visível. Ele é o Clemente, o Misericordioso! Ele é Deus e não há outro deus senão ele. Ele é o Soberano, o Santo, a Paz, o Fiel, o Vigilante, o Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Poderoso, o Forte, o Grande! Que Deus seja louvado acima dos que os homens Lhe associam! Ele é Deus, o Criador, o Inovador, o Formador! Para ele os epítetos mais belos" (59, 22-24). Os 99 nomes de Deus, de acordo com a tradição islâmica são: 1. ALLAH (‫)هللا‬O Deus 2. Al Rahman (‫ )الرحمن‬O Compassivo; O Beneficente 3. Al Rahim (‫ )الرحيم‬O Clemente; O Misericordioso 4. Al Malik (‫ )الملك‬O Soberano 5. Al Quddus (‫ )القدوس‬O Sagrado 6. Al Salam (‫ )السالم‬A Fonte da Paz 7. Al Mu'min (‫ )المؤمن‬O Guardião da Fé; A Fonte da Fé 8. Al Muhaymin (‫ )المهيمن‬O Protetor 9. Al 'Aziz (‫ )العزيز‬O Poderoso (Onipotente) 10. Al Jabbar (‫ )الجبار‬O Irresistível; O que Compele 11. Al Mutakabbir (‫ )المتكبر‬O Majestoso 12. Al Khaliq (‫ )الخالق‬O Criador 13. Al Bari' (‫ )البارئ‬O que Faz evolui; O que Concebe 14. Al Musawwir (‫ )المصور‬O Formador; O Modelador 15. Al Ghaffar (‫ )الغفار‬O que Perdoa 16. Al Qahhar (‫ )القهار‬O Dominador 17. Al Wahhab (‫ )الوهاب‬O Doador 18. Al Razzaq (‫ )الرزاق‬O Provedor 19. Al Fattah (‫ )الفتاح‬O que abre 20. Al Alim (‫ )العليم‬O que Tudo Sabe; O Onisciente 21. Al Qabid (‫ )القابض‬Aquele que Constringe 22. Al Basit (‫ )الباسط‬O que Expande; O Magnânimo 23. Al Khafid (‫ )الخافض‬O que Rebaixa 24. Al Rafi' (‫ )الرافع‬O que Exalta 25. Al Mu'izz (‫ )المعز‬O que Honra 26. Al Mudhill (‫ )المذل‬O que Desonra 27. Al Sami' (‫ )السميع‬O que Tudo Ouve 28. Al Basir (‫ )البصير‬O que Tudo Vê 29. Al Hakam (‫ )الحكم‬O Juiz 30. Al 'Adl (‫ )العدل‬O Justo 31. Al Latif (‫ )اللطيف‬O Sutil 32. Al Khabir (‫ )الخبير‬O Ciente; O Desperto 33. Al Halim (‫ )الحليم‬O Clemente; O Delicado 34. Al 'Azim (‫ )العظيم‬O Magnificente; O Infinito 35. Al Ghafur (‫ )الغفور‬O que Tudo Perdoa 36. Al Shakur (‫ )الشكور‬O Apreciador 37. Al 'Ali (‫ )العلى‬O Mais Alto 38. Al Kabir (‫ )الكبير‬O Maior 39. Al Hafiz (‫ )الحفيظ‬O Preservador 40. Al Muqit (‫ )المقيت‬O que Sustenta 41. Al Hasib (‫ )الحسيب‬O que Reconhece Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião 42. Al Jalil (‫ )الجليل‬O Sublime 43. Al Karim (‫ )الكريم‬O Generoso 44. Al Raqib (‫ )الرقيب‬O Vigilante 45. Al Mujib (‫ )المجيب‬O que Responde 46. Al Wasi' (‫ )الواسع‬O que Tudo Abarca 47. Al Hakim (‫ )الحكيم‬O Sábio 48. Al Wadud (‫ )الودود‬O Amante 49. Al Majid (‫ )المجيد‬O Glorioso 50. Al Ba'ith (‫ )الباعث‬O que Ressuscita 51. Al Shahid (‫ )الشهيد‬A Testemunha 52. Al Haqq (‫ )الحق‬A Verdade, Aquele que é Real 53. Al Wakil (‫ )الوكيل‬O Confiável; O Depositário 54. Al Qawiyy (‫ )القوى‬O Mais Forte 55. Al Matin (‫ )المتين‬O Firme, o Leal 56. Al Wali (‫ )الولى‬O Amigo Protetor, O Patrono e Ajudante 57. Al Hamid (‫ )الحميد‬O Digno de Louvor 58. Al Muhsi (‫ )المحصى‬O Calculador, O Numerador de Tudo 59. Al Mubdi' (‫ )المبدئ‬O que Dá Origem; O Produtor; O Originador e Iniciador de Tudo 60. Al Mu'id (‫ )المعيد‬O Restaurador; Que Traz Tudo de Volta 61. Al Muhyi (‫ )المحيى‬o Doador da Vida 62. Al Mumit (‫ )المميت‬O Criador da Morte, O Destruidor 63. Al Hayy (‫ )الحي‬O Eterno Vivente 64. Al Qayyum (‫ )القيوم‬O Auto-Subsistente; O que a Tudo Sustém 65. Al Wajid (‫ )الواجد‬O que Encontra; O que Percebe; O Infalível 66. Al Majid (‫ )الماجد‬O Nobre; O Magnificente 67. Al Wahid (‫ )الواحد‬O Único; O Indivisível 68. Al Samad (‫ )الصمد‬O Eterno; O Impregnável 69. Al Qadir (‫ )القادر‬O Capaz 70. Al Muqtadir (‫ )المقتدر‬O Mais Poderoso; O Dominante; O que Tudo Determina 71. Al Muqaddim (‫ )المقدم‬O que Adianta; O que Apressa 72. Al Mu'akhkhir (‫ )المؤخر‬O que Atrasa; O que Retarda 73. Al Awwal (‫ )األول‬O Primeiro 74. Al Akhir (‫ )األخر‬O Último 75. Al Zahir (‫ )الظاهر‬O Manifesto 76. Al Batin (‫ )الباطن‬O Oculto 77. Al Wali (‫ )الوالي‬O que Governa; O Patrão 78. Al Muta'al (‫ )المتعالي‬O Mais Elevado 79. Al Barr (‫ )البر‬A Fonte da Bondade; O Mais Generoso e Correto 80. Al Tawwab (‫ )التواب‬O que Aceita o Arrependimento 81. Al Muntaqim (‫ )المنتقم‬O Vingador 82. Al 'Afuww (‫ )العفو‬O que Perdoa 83. Al Ra'uf (‫ )الرؤوف‬O Compassivo 84. Malik al Mulk (‫ )مالك) (الملك‬O Detentor de Toda A Majestade; O Eterno Detentor da Soberania 85. Dhu al Jalal wa al Ikram (‫ )ذو الجالل و اإلكرام‬O Senhor da Majestade e da Generosidade Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião 86. Al Muqsit (‫ )المقسط‬O Equitativo 87. Al Jami' (‫ )الجامع‬O que Reúne; o que Unifica 88. Al Ghani (‫ )الغنى‬O Auto-Suficiente; O Independente; O Possuidor de Todas as Riquezas 89. Al Mughni (‫ )المغنى‬O Enriquecedor; O Emancipador 90. Al Mani'(‫ )المانع‬O que Impede; O que Defende 91. Al Darr (‫ )الضار‬O que Causa Preocupações (This attribute can only be found in hadith. In the Quran this attribute is used exclusively for Satan in Sura 58 verse 10) 92. Al Nafi' (‫ )النافع‬O que Beneficia 93. Al Nur (‫ )النور‬A Luz 94. Al Hadi (‫ )الهادئ‬O Guia 95. Al Badi (‫ )البديع‬O Incomparável, O Originador 96. Al Baqi (‫ )الباقي‬O Perpétuo 97. Al Warith (‫ )الوارث‬O Herdeiro Supremo 98. Al Rashid (‫ )الرشيد‬O Guia para o Caminho Reto, O Professor Infalível, O Conhecedor 99. Al Sabur (‫ )الصبور‬O Paciente, O Eterno O dia do Julgamento Final Segundo as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-Qiyamah) é o momento em que cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas ações que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados diretamente para o Paraíso, enquanto que os pecadores devem permanecer algum tempo no Inferno antes de poderem também entrar no Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos mas de facto nunca o foram. Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final será antecedida por vários sinais, como o nascimento do sol no poente, o som de uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão o mundo não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda. A predestinação Os muçulmanos acreditam no qadar, uma palavra geralmente traduzida como predestinação, mas cujo sentido mais preciso é "medir" ou "decidir quantidade ou qualidade". Uma vez que para o islã Deus foi o criador de tudo, incluindo dos seres humanos, e sendo uma das suas características a onisciência, ele já sabia quando procedeu à criação as características de cada elemento da sua obra teria. Assim sendo, cada coisa que acontece a uma pessoa foi determinada por Deus. Esta crença não implica a rejeição do livre arbítrio, pois o ser humano foi criado por Deus com a faculdade da razão, pelo que pode escolher entre praticar ações positivas ou negativas. Os cinco pilares do islã

A peregrinação (Haj) a Meca é um dos "cinco pilares do islã" Os cinco pilares do islã são cinco deveres básicos de cada muçulmano: Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião     

A recitação e aceitação do credo (Chahada ou Shahada); Orar cinco vezes ao longo do dia (Salat ou Salah); Pagar esmola(Zakat ou Zakah); Observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam) Fazer a peregrinação a Meca (em árabe se diz Haj) se tiver condições financeiras.

1. A profissão de fé (Chahada) A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a máxima sinceridade - através da qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Allah e Muhammad é seu servo e mensageiro"; os muçulmanos xiitas têm por costume acrescentar "e Ali ibn Abi Talib é amigo de Deus". Esta frase também é dita quando se chama à oração (azan). De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao islã é necessário proclamar três vezes a chahada perante duas testemunhas. A chahada (O testemunho): Achadu ala ilaha ila Allah. Achadu ana Mohammad Rassululah.(Testemunho que não há outra divindade senão Deus. Testemunho que Mohammad é seu profeta mensageiro) 2. A oração (Salat) A palavra salat deriva de salla que significa "santificar". Assim, o segundo pilar consiste na santificação e glorificação de Deus através da prática da oração, que deve ser efetuada cinco vezes por dia em períodos concretos. Esses períodos não correspondem a horas, mas a etapas do curso do Sol. A primeira oração deve ser realizada antes do sol nascer (fajr), a segunda ao meio-dia (zuhr), a terceira no momento médio entre o meio-dia e o pôr-do-sol (asr), a quarta ao pôr-do-sol (maghrib) e a última entre o pôr-do-sol e a meia-noite (icha). A oração pode ser efetuada individual ou coletivamente em qualquer local, desde que este esteja com ablução feita, isto é, deve estar com o corpo limpo, higienizado, pois o muçulmano nunca deve fazer suas orações de louvor a Deus sem estar com todo o corpo purificado. A oração é precedida de abluções, wudu, que consistem em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face, em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés. Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra (tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direção de Meca (qibla). 3. A contribuição de purificação (Zakat) O islã estabelece que cada muçulmano deve pagar anualmente uma certa quantia, calculada a partir dos seus rendimentos, que será distribuída pelos pobres ou por outros beneficiários definidos pelo Alcorão (prisioneiros, viajantes, endividados...). Esta contribuição é encarada como uma forma de purificação e de culto. A quantia corresponde a 2,5% do valor dos bens em dinheiro, ouro e prata, mas o valor pode variar se se tratar, por exemplo, de produtos agrícolas (neste caso a contribuição pode chegar a 10% da colheita agrícola). Quem tiver possibilidades pode ainda contribuir, de forma voluntária, com outras doações (sadaqa), mas é importante que o faça em segredo e sem ser movido pela vaidade. O anúncio destas doações somente poderá ser feito se isto contribuir para que outras pessoas sejam motivadas a fazer o mesmo (caso de personalidades e pessoas proeminentes da sociedade), e este ato deve ser sincero, mesmo Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião que em público. 4. O jejum no Mês do Ramadã (Saum) Durante o Ramadã (o nono mês do calendário islâmico) cada muçulmano adulto deve abster-se de alimento, de bebida, de fumar e de ter relações sexuais desde o nascer até ao pôr-do-sol. Os doentes, os idosos, os viajantes, as grávidas ou as mulheres lactantes estão dispensados do jejum. Em compensação estas pessoas devem alimentar um pobre por cada dia que faltaram ao jejum ou então realizá-lo noutra altura do ano. O jejum é interpretado como uma forma de purificação, de aprendizagem do auto-controlo e de desenvolvimento da empatia por aqueles que passam fome ou outras necessidades. O mês de Ramadã termina com o festival de Eid ul-Fitr, durante o qual os muçulmanos agradecem a Deus a força que lhes foi concedida para levar a cabo o jejum. As casas são decoradas e é hábito visitar os familiares. Este festival serve também para o perdão e a reconciliação entre as pessoas. 5. A peregrinação (Hajj) Este pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico. Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da Kaaba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa. Na última parte do Hajj os muçulmanos devem passar uma tarde na planície de Arafat, onde Muhammad disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de carneiros e bodes.

Visão Geral do Cristianismo: O cristianismo é uma religião monoteísta baseada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como estes se encontram recolhidos nos Evangelhos, parte integrante do Novo Testamento. Os cristãos acreditam que Jesus é o Messias e como tal referem-se a ele como Jesus Cristo. Com mais de 2,1 bilhões de adeptos ao redor do mundo, o cristianismo é hoje a maior religião mundial. É a religião predominante na Europa, América do Norte, América do Sul, Oceania e em grande parte de África. O cristianismo começou no século I como uma seita do judaísmo, partilhando por isso textos sagrados com esta religião, em concreto o Tanakh, que os cristãos denominam de Antigo Testamento. À semelhança do judaísmo e do islã, o cristianismo é considerado como uma religião abraâmica. Segundo o Novo Testamento, os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez "cristãos" em Antioquia (Atos 11:26). Divisões históricas: Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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No cristianismo existem numerosas tradições e denominações, que refletem diferenças doutrinais por vezes relacionadas com a cultura e os diferentes contextos locais em que estas se desenvolveram. Segundo estatísticas da World Christian Encyclopedia existem mais de 33.830 denominações cristãs. Desde a Reforma o cristianismo é dividido em três grandes ramos: 1. Catolicismo: composto pela Igreja Católica Apostólica e que hoje congrega o maior número de fiéis; 2. Ortodoxia: originária da primeira grande cisma cristã é constituída por duas grandes igrejas ortodoxas a grega e a russa - que apresentam algumas diferenças entre si, nomeadamente a língua usada na liturgia. Há ainda um terceiro ramo, a igreja de rito Copta, que surgiu no Norte de África; 3. Protestantismo: originária da segunda grande cisma cristã (Reforma Protestante) de Martin Lutero, no século XVI, e engloba grande número de movimentos e denominações distintas. Atualmente a Igreja Protestante (também chamada Igreja Evangélica) pode ser dividida em três vertentes: 3.1 Denominações Históricas: resultado direto da reforma protestante. Destacam-se nesta vertente os luteranos, anglicanos , presbiterianos, metodistas e batistas. 3.2 Denominações Pentecostais: originárias em movimento do início do século XX é baseando na crença na presença do Espírito Santo na vida do crente através de sinais, denominados por estes como dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas estranhas (glossolalia), curas, milagres, visões etc. Destacam-se nesta vertente a Assembléia de Deus a Igreja Cristã Maranata e a Igreja do Evangelho Quadrangular. 3.3 Denominações Neopentecostais: originárias na segunda metade do século XX de avanço das igrejas pentecostais, não configuram uma categoria homogênea. São consideradas seitas pelos Protestantes. Destacam-se nesta vertente a Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, e a Igreja Evangélica Cristo Vive. É o ramo que mais cresce no Brasil e no mundo. Além desses três ramos majoritários, ainda existem outros segmentos minoritários do Cristianismo. Em geral se enquadram em uma das seguintes categorias: 

Restauracionismo: são doutrinas surgidas após a Reforma Protestante cujas bases derrogam as de todas as outras tradições cristãs, basicamente tendo como ponto em comum apenas a crença em Jesus Cristo. A maioria deles não se considera propriamente "protestante" ou "evangélico". Nesta categoria estão enquadrados os Mórmons, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová, entre outras denominações. Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser cristãs, Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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também não se consideram parte do protestantismo. Seus adeptos creem que praticam o cristianismo primitivo e que não são fundamentalistas no sentido em que o termo é comumente usado. Aceitam a Jesus como criatura, de natureza divina, seu líder e resgatador, rejeitando, no entanto a crença na Trindade e ensinando que Cristo é o filho do único Deus Todo Poderoso, Jeová. Cristianismo primitivo: são as Igrejas cujas bases são anteriores ao estabelecimento do catolicismo e da ortodoxia. É o caso das igrejas não-calcedonianas e da Igreja Assíria do Oriente (Nestoriana). Cristianismo esotérico: é a parte mística do Cristianismo, e compreende as escolas cristãs de mistérios e sincretismo religioso. A este ramo pertence o Gnosticismo que é uma crença com raízes antecedentes ao próprio cristianismo e que tem características da ciência egípcia e da filosofia grega. O Rosacrucianismo também se enquadra nessa vertente sendo uma ciência oculta cristã que ressalta as boas ações por meio da fraternidade. Espiritismo Cristão: Os simplesmente Espíritas não acreditam que uma pessoa pode redimir "os pecados" de uma outra, contudo para a maior parte dos adeptos do espiritismo a obra de Allan Kardec constitui uma nova forma do cristianismo, são os espíritas-cristãos. Inclusive, um dos seus livros fundantes é denominado de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Esse livro apresenta uma reinterpretação de aspectos da filosofia e moral cristã.

Concepções religiosas e filosóficas O Cristianismo prega o amor a Deus e ao próximo como o seu fundamento espiritual. De facto estas atitudes não constituem dois mandamentos separados (1º a Deus e 2º ao próximo), mas sim um só em que nenhuma das partes pode ser excluída. A salvação espiritual é oferecida gratuitamente a quem deseja aceitá-la buscando a Deus na figura de seu filho Jesus e que a busca de Deus é uma experiência transformadora da natureza humana. Podemos considerar três períodos que definem a concepção e filosofia do Cristianismo: 1. Cristianismo primitivo: caracterizado por uma heterogeneidade de concepções; 2. Patrística: ocorrida no período entre os séculos II e VIII, com a transformação da nova religião em uma Igreja oficial do Império Romano fundada por Constantino e a formação de um clero institucionalizado, e cujo doutrinário expoente foi Santo Agostinho; 3. Escolástica: a partir do século VIII e cujo expoente foi São Tomás de Aquino, que afirmou que fé e razão podem ser conciliadas, sendo a razão um meio de entender a fé. A partir do protestantismo, é necessário fazer uma diferenciação entre a história e concepção da Igreja Católica e das diversas denominações evangélicas que se formaram. Formas de culto As formas de culto do cristianismo envolvem a oração, a leitura de passagens da Bíblia, o canto de hinos, a cerimônia da eucaristia (católicos e ortodoxos) e a audição de uma sermão dito pelo sacerdote ou ministro. A maioria das denominações cristãs considera o Domingo como dia dedicado ao culto (há que minorias consideram o Sábado) . É um dia dedicado ao descanso, no qual os cristãos reúnem-se para o culto, embora a devoção e oração individual em qualquer outro dia da semana sejam também valorizadas no cristianismo. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Os católicos e os ortodoxos interpretam as formas de culto (ou missa, para o catolicismo) cristãs em termos de sete sacramentos, considerados como graças divinas:       

Batismo Eucaristia Matrimônio Confirmação ou crisma Penitência Extrema unção ou Unção dos enfermos Ordem

Os protestantes não têm os sacramentos impostos pelo catolicismo, mas eles utilizam de passagens bíblicas para os cultos, como:  Batismo (para a maioria das denominações, apena em adultos);  Santa Ceia (não aceitando a eucaristia, voltando ao padrão bíblico "PÃO" E "VINHO", ambos aceitos apenas como símbolos)

Símbolos:

O símbolo mais reconhecido do cristianismo é sem dúvida a cruz, que pode apresentar uma grande variedade de formas de acordo com a denominação: crucifixo para os católicos, a cruz de oito braços para os ortodoxos e uma simples cruz para os protestantes evangélicos. Outro símbolo cristão, que remonta aos começos da religião. é o Ichthys ou peixe estilizado (a palavra Ichthys significa peixe em grego, sendo também um acrónimo de Iesus Christus Theou Yicus Soter, "Jesus Cristo filho de Deus Salvador"), hoje sempre visto no protestantismo. Outros símbolos do cristianismo primitivo, por vezes ainda utilizados, eram o Alfa e o Ômega (primeira e última letras do alfabeto grego, em referência ao facto de Cristo ser o princípio e o fim de todas as coisas), a âncora (representando a salvação da alma chegada ao bom porto) e o "Bom Pastor", a representação de Cristo como um pastor com as suas ovelhas. O cristianismo no mundo de hoje O cristianismo é atualmente a religião com maior número de adeptos, seguida do islã. Presente em todos 36 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião os continentes, apresenta tendências de desenvolvimento diferente em cada um deles. No início do século XX, a maioria dos cristãos estava concentrada na Europa; por volta da década de setenta do século XX, tinha diminuído consideravelmente o número de cristãos na Europa, sendo atualmente a América Latina e África os dois centros mundiais do cristianismo. O cristianismo chegou ao continente americano com as conquistas espanholas e portuguesas do século XVI. Os primeiros missionários católicos na América, preocupados com a conversão das populações, não se importaram com as culturas locais indígenas, que foram devastadas. No século XIX a independência dos países latino-americanos em relação a Espanha e Portugal, foi acompanhada de uma redução gradual da influência da Igreja Católica. Contudo, durante o século XX o catolicismo desempenhou um papel político na América Latina, detestável em movimentos como a Teologia da Libertação. Atualmente, o catolicismo perde terreno na América Latina a favor de movimentos protestantes de caráter pentecostal. Na África o cristianismo tem raízes mais antigas. Antes do surgimento do islã no século VII, o norte de África estava religiosamente integrado na esfera cristã. O islã e o cristianismo tiveram dificuldades em penetrar completamente na África Negra. Foi, sobretudo no século XIX, com o estabelecimento de missões protestantes (anglicanas e metodistas) em África, que o cristianismo penetrou no continente. Na segunda metade do século XX seria a vez do catolicismo. Hoje em dia, o catolicismo é a denominação com maior número de adeptos na maioria dos países africanos, com uma população de mais de 150 milhões de pessoas. No continente africano também surgiram igrejas cristãs independentes das tradições européias, que misturam elementos do cristianismo com elementos da cultura local, como o culto dos antepassados, a feitiçaria e a poligamia.

Distribuição mundial dos cristãos: amarelo = católicos; magenta = protestantes; ciano = ortodoxos. Catolicismo:

Religiões e Igrejas Cristãs Distintas: IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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A fundação do adventismo está associada a um período de efervescência religiosa nos Estados Unidos no final do século XVII e primeira metade do século XIX, no nordeste dos Estados Unidos. Deste modo, o surgimento das Sociedades Bíblicas, o não conformismo com o sistema religioso estabelecido, reuniões de reavivamento (revivals), o estilo evangelístico e proselitista de religião permitiram o surgimento do movimento baseado na interpretação das profecias de Daniel 7 e 8 por Guilherme Müller e outros líderes religiosos estabelecendo o fim do mundo e o retorno de Jesus Cristo para 1844. O adventismo divide raízes com a "New School Presbyterianism" (Nova escola do Presbiterianismo), Mormonismo e outras manifestações cristãs não-conformistas no que ficou conhecido como o "The Burned-Over District", (em Inglês, "a região tomada pelo fogo"). Pessoas de várias denominações religiosas aderiram a este movimento religioso, embora o mesmo não tivesse uma organização eclesiástica formal, e tivesse pessoas das mais diferentes vertentes protestantes. Após o que ficou conhecido como O Grande Desapontamento, o grupo se dispersou em outros menores. Alguns destes grupos permaneceram marcando datas posteriores para o retorno de Cristo. Depois de uma reavaliação dos estudos de Miller, um desses grupos menores formou a Igreja Adventista do Sétimo Dia, sendo também estabelecido o dom de profecia dado à sra. Ellen G. White. Os Adventistas não marcavam outras datas para a volta de Jesus à Terra, mas estudavam firmemente a Bíblia e descobriram que Sua volta está muito perto. Hoje, a Igreja Adventista do Sétimo Dia está presente em mais de 208 países, com mais de 16 milhões de membros.

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Ocultismo e Religião Crenças Fundamentais: Os Adventistas do Sétimo Dia aceitam a Bíblia como seu único credo e mantêm crenças fundamentais como ensinam as Sagradas Escrituras. Estas crenças aqui expostas constituem a percepção e expressão que a Igreja sustém com respeito aos ensinos bíblicos. 1. Escrituras Sagradas. 2. A trindade. 3. Deus Pai. 4. Deus Filho. 5. Deus espírito Santo. 6. Deus é o Criador. 7 a Natureza do Homem. 8. O Grande Conflito. 9. Vida, Morte e Ressurreição de Cristo. 10. A Experiência da Salvação. 11. Crescimento em Cristo. 12. A Igreja. 13. O Remanescente e sua Missão. 14. A unidade no Corpo de Cristo. 15. O Batismo. 16. A Ceia do Senhor. 17. Dons e Ministérios Espirituais. 18. O Dom de Profecia. 19. A Lei de Deus. 20. O Sábado. 21. Mordomia. 22. Conduta Cristã. 23. Matrimônio e Família. 24. O ministério de Cristo no Santuário Celestial. 25. A Segunda Vinda de Cristo. 26. Morte e Ressurreição. 27. O milênio e o Fim do Pecado. 28. A Nova Terra.

Denominações do Adventismo Existem hoje diversas denominações religiosas que se enquadram no adventismo. As principais comunidades são: 1. Dominical Igreja Cristã do Advento 2. Sabáticas Igreja Adventista do Sétimo Dia Igreja Adventista da Promessa Igreja Adventista do Sétimo Dia Movimento de Reforma Igreja Adventista da Completa Reforma Igreja Adventista Brasileira Igreja Cristã Bíblica Adventista 3. Outras Conferência Geral da Igreja de Deus (Adventista) Igreja de Deus (7.º Dia) Igreja de Deus Mundial Igreja de Deus Israelita

ASSEMBLEIA DE DEUS A Assembleia de Deus chegou ao Brasil por intermédio dos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, que aportaram em Belém, capital do Estado do Pará, em 19 de novembro de 1910, vindos dos EUA. A princípio, frequentaram a Igreja Batista, denominação a que ambos pertenciam nos Estados Unidos. Eles traziam a doutrina do batismo no Espírito Santo, com a glossolalia — o falar em línguas estranhas — como a evidência inicial da manifestação para os adeptos do movimento. A manifestação do fenômeno já vinha ocorrendo em várias reuniões de oração nos EUA (e também de forma isolada em outros países), 39 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião principalmente naquelas que eram conduzidas por Charles Fox Parham, mas teve seu apogeu inicial através de um de seus principais discípulos, um pastor negro leigo, chamado William Joseph Seymour, na Rua Azusa, Los Angeles, em 1906. A nova doutrina trouxe muita divergência. Enquanto um grupo aderiu, outro rejeitou. Assim, em duas assembleias distintas, conforme relatam as atas das sessões, os adeptos do pentecostalismo foram desligados e, em 18 de junho de 1911, juntamente com os missionários estrangeiros, fundaram uma nova igreja e adotaram o nome de Missão de Fé Apostólica, que já era empregado pelo movimento de Los Angeles, mas sem qualquer vínculo administrativo com William Joseph Seymour. A partir de então, passaram a reunir-se na casa de Celina de Albuquerque. Mais tarde, em 18 de janeiro de 1918 a nova igreja, por sugestão de Gunnar Vingren, passou a chamar-se Assembleia de Deus, em virtude da fundação das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, em 1914, em Hot Springs, Arkansas, mas, outra vez, sem qualquer ligação institucional entre ambas as igrejas. A Assembleia de Deus no Brasil se expandiu pelo Estado do Pará, alcançou o Amazonas, propagou-se para o Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegou ao Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren, de Belém, PA, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim conhecido Ministério de Madureira, como veremos adiante. A influência sueca teve forte peso na formação assembleiana brasileira, em razão da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava, principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de Natal, RN, a Assembleia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo administrada exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja passou a ter maior colaboração das Assembleias de Deus dos EUA através dos missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a estruturação teológica da denominação. Organização Denominacional As Assembleias de Deus estão organizadas em forma de árvore, onde cada Ministério é constituído pela Igreja-Sede com suas respectivas filiadas, congregações e pontos de pregação. O sistema de administração é um misto entre o sistema episcopal e o sistema congregacional, onde os assuntos são previamente tratados pelo ministério, com forte influência da liderança pastoral, e depois são levados à Assembleia para serem votados. Os pastores das Assembleias de Deus podem estar ligados a convenções estaduais que, por sua vez, se vinculam a uma Convenção de caráter nacional. Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil A CGADB possui sede no Rio de Janeiro, se considera o tronco da denominação por ser a entidade que desde o princípio deu corpo organizacional à Igreja, e a quem pertence a patente do nome no país. A CGADB hoje conta com cerca de 3,5 milhões de membros em todo o Brasil (dados do ISER) e centenas de missionários espalhados pelo mundo. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião A CGADB é proprietária da Casa Publicadora das Assembleias de Deus — CPAD, com sede no Rio de Janeiro, que atende parcela significativa da comunidade evangélica brasileira. À CGADB também pertence a Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia — FAECAD, sediada no mesmo Estado, e que oferece os seguintes curso em nível superior: Administração, Comércio Exterior, Marketing, Teologia e Direito. A CGADB é constituída por várias convenções estaduais e regionais, além de vários ministérios. Alguns ministérios cresceram de tal forma que tornaram-se denominações de facto, com suas congregações sobrepondo as áreas de abrangência das convenções regionais. Dentre os grandes ministérios se destaca o Ministério do Belém, que possui cerca de 1000 igrejas concentradas no centro-sul e com sede no Bairro do Belenzinho na capital paulista, sendo atualmente (2007) presidida pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, que também lidera a CGADB. Na área política, 21 deputados federais são membros das Assembleias de Deus e a representam institucionalmente junto aos poderes públicos nos assuntos de interesse da denominação, supervisionados pelo Conselho Político Nacional das Assembleias de Deus no Brasil, com sede em Brasília, DF, que coordena todo o processo político da CGADB. Além disso, são cerca de 27 deputados estaduais, mais de cem prefeitos e cerca de 1000 vereadores, todos sob a chancela de igrejas ligadas à CGADB. Desde a década de 1980, por razões administrativas, a Assembleia de Deus brasileira tem passado por várias cisões que deram origem a diversas convenções e ministérios, com administração autônoma, em várias regiões do país. O mais expressivo dos ministérios independentes originários da CGADB é o Ministério de Madureira, cuja igreja já existia desde os idos da década de 1930, fundada pelo pastor Paulo Leivas Macalão e que, em 1958, serviu de base para a estruturação nacional do Ministério por ele presidido, até a sua morte, no final de 1982. Doutrina De acordo com o credo das Assembleias de Deus, entre as verdades fundamentais da denominação, estão a crença: 

Num só Deus eterno subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo;



Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, considerada a única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão;

 Na concepção virginal de Jesus Cristo, na sua morte vicária e expiatória, ressurreição corporal e ascensão para o céu; 

No pecado que distancia o homem de Deus, condição que só pode ser restaurada através do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.



Arrebatamento dos membros da Igreja para a Nova Jerusalém em breve com a volta de Cristo.



Na necessidade de um novo nascimento pela fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para que o homem se torne digno do Reino dos Céus;

A denominação pratica o batismo em águas por imersão do corpo inteiro, uma só vez, em adultos, em nome da Trindade; a celebração, sistemática e continuada, da Santa Ceia; e o recebimento do batismo no Espírito Santo com a evidência inicial do falar em outras línguas, seguido dos dons do Espírito Santo. A exemplo da maioria dos cristãos, os assembleianos aguardam a segunda vinda premilenial de Cristo em duas fases distintas: a primeira, invisível ao mundo, para arrebatar a Igreja fiel da terra, antes da Grande Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Tribulação; e a segunda, visível e corporal com a Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo por mil anos, sendo portanto dispensacionalista. Ainda, nesse corolário de fé, os assembleianos esperam comparecer perante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa do Cristianismo, seguindo-se uma vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tormento para os infiéis. A liturgia do Culto Os cultos da Assembleia de Deus se caracterizam por orações, cânticos (músicas gospel e hinos evangélicos clássicos), testemunhos e pregações, onde muitas vezes ocorrem manifestações dos dons espirituais, como profecias e o culto em línguas. Possui dias e horários específicos, sendo o principal deles no Domingo (o culto público) por volta das 19:00hs, e o de Ensinamento Bíblico (a Escola Bíblica Dominical, com divisão de classes por idade aos Domingos por volta das 09:00hs. Os cultos e trabalhos tem duração média de 02:30hs, sendo divididos em:  Oração inicial - Normalmente um obreiro ou pastor faz uma oração pedindo a benção de Deus.  Cânticos iniciais - Utilizando-se da Harpa Cristã (um livreto de Hinos Evangélicos Clássicos), canta-se em média de 03 hinos, e também (nem todas), após o hinário, canta-se também outras músicas evangélicas.  Leitura trecho bíblico (Ou Palavra Introdutória) - Neste momento a leitura do trecho bíblico e inspirada pelo Espírito Santo, no qual o culto será direcionado como um todo com base nesse trecho.  Oportunidades de Cânticos por Grupos de Jovens, Crianças, Senhoras, Irmãs, Grupos e ministérios de Louvor, e Adolescentes.  Oportunidades de Testemunhos por Membros - Momento no qual os membros contam o que Deus mudou em suas vidas e vem fazendo atualmente por eles.  Leitura Bíblica e Pregação - na qual um pastor, um membro da igreja local, ou um pregador ou pastor convidado fará a pregação (sermão) explicando a passagem bíblica para toda a igreja.  Apelo - Convite aos que não são evangélicos a aceitarem a Jesus como seu único e suficiente Salvador.  Cântico de Encerramento.  Oração Final.  Benção Apostólica Obs: Nem todas os ministérios da Assembleia de Deus seguem esta liturgia. É importante lembrar que atualmente muitas Assembleias de Deus adotam linha litúrgica contextualizada de louvor e condução dos cultos, bem próximos das liturgias praticadas pelas Comunidades Evangélicas e Igrejas de Nova Vida em geral. Críticas A Assembleia de Deus sofre críticas, tanto por parte de outras denominações religiosas quanto por setores não-religiosos da sociedade civil. O rápido crescimento da igreja tem estimulado diversas produções intelectuais de pesquisadores dos fenômenos sociológicos e antropológicos contemporâneos; ao mesmo tempo que já gerou apaixonadas controvérsias e discussões, no campo puramente ideológico. O fenômeno do rápido acúmulo financeiro ligado aos líderes de alguma das principais denominações Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião também é alvo de críticas da sociedade, uma vez que a prática religiosa é isenta de taxação fiscal no Brasil e passível de se transformar em instrumento de crimes financeiros como evasão de divisas e lavagem de dinheiro. É importante observar que a Assembleia de Deus, como representante do pentecostalismo clássico, é crítica em relação aos métodos de arrecadação de ofertas, feitas por neopentecostais. Novos conceitos a respeito de usos e costumes Muitas igrejas Assembleias de Deus vêm experimentando, mais recentemente, grandes mudanças comportamentais concernente a usos e costumes. Em particular, algumas dessas igrejas já não mais impoem o uso de determinadas peças do vestuário feminino, consentindo que as mulheres usem calças compridas, decotes mais alongados ou mangas mais curtas, permitindo ainda o uso de jóias como brincos, cordões e pinturas, desde que mantido um razoável padrão de pudor. Quanto aos homens, diminuem as restrições ao uso de bigode, barba crescida ou cabelos mais alongados, bem como bermudas e lazer (como o futebol, que era considerado "abominável")substituindo-se o rigor da proibição pela recomendação de uma boa imagem pessoal ante a sociedade, nos padrões exigidos por algumas organizações corporativas. De igual modo, tendem a desaparecer do cenário assembleiano as folclóricas proibições ao uso da televisão e do rádio; enquanto algumas igrejas passam a orientar seus adeptos a lerem bons livros e fazerem uso adequado da internet, numa clara demonstração de que as posições radicais do passado estão sendo substituídas pelo respeito à liberdade de seus membros usufruírem dos benefícios que a tecnologia põe ao dispor da sociedade contemporânea.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: Trabalho de evangelização típico das Testemunhas de Jeová O movimento religioso conhecido por Testemunhas de Jeová assume-se como uma religião cristã não trinitária. Afirmam adorar exclusivamente a Jeová e consideram-se seguidores de Jesus Cristo. Possuem adeptos em 236 países e territórios autônomos, ascendendo a mais de seis milhões e novecentos mil praticantes, apesar de reunirem um número muito superior de simpatizantes. Creem que a sua religião é a restauração do verdadeiro cristianismo, mas rejeitam a classificação de serem fundamentalistas no sentido em que o termo é comumente usado. Afirmam basear todas as suas práticas e doutrinas no conteúdo da Bíblia. As Testemunhas de Jeová são bem conhecidas pela sua regularidade e grande persistência na obra de evangelização de casa em casa e nas ruas. Possuem um dos maiores parques gráficos do mundo visando a impressão e distribuição de centenas de milhões de exemplares da Bíblia e de publicações baseadas nela. Como parte da sua adoração a Deus, assistem semanalmente a reuniões congregacionais e a grandes eventos anuais, onde o estudo da Bíblia constitui a principal temática. São ainda conhecidas por recusarem muitas das doutrinas centrais das religiões ditas cristãs, pelo apego a fortes valores que afirmam ser baseados na Bíblia, nomeadamente quanto à neutralidade política, à moralidade sexual, à honestidade e à recusa em aceitar transfusões de sangue. Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião História e atividades básicas As Testemunhas de Jeová iniciaram suas atividades nos tempos modernos por meio de Charles Taze Russell, a partir da década de 70 do Século XIX. Russell e alguns amigos formaram um pequeno grupo de estudo não sectário da Bíblia, em Allegheny (hoje integrada na cidade de Pittsburgo, Pensilvânia), nos Estados Unidos da América. Com o fim de publicar as suas ideias sobre o que considerava ser a verdade bíblica em contraste com erros doutrinais que atribuía a outras denominações religiosas, Russell começou a publicar A Sentinela, que se assume como a mais distribuída revista religiosa do mundo, bem como a mais traduzida revista de qualquer gênero. As pessoas que recebiam a revista começaram a reunir-se em grupos para estudo da Bíblia. Assim, acabaram por tornar-se conhecidos por Estudantes da Bíblia ou, quando A Sentinela começou a ser traduzida em outras línguas, Estudantes Internacionais da Bíblia. Originalmente, a impressão de A Sentinela e tratados religiosos era feita quase que inteiramente por firmas comerciais. Mas, visando uma maior divulgação pela página impressa, Russell fundou a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião, sendo que esta associação religiosa é hoje conhecida como Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia. Estava deste modo formado o principal instrumento legal do grupo religioso que posteriormente viria a ficar conhecido por Testemunhas de Jeová, visando a realização da sua obra mundial de evangelização. Usualmente, ao se empregar a expressão Sociedade Torre de Vigia, pretende-se mencionar esta primeira Sociedade, ainda em funcionamento hoje em dia. A diretoria desta Sociedade veio a constituir o que se convencionou chamar Corpo Governante, ou seja, o grupo de homens responsáveis pelas atividades mundiais das Testemunhas de Jeová. Durante muitos anos, a expressão "a Sociedade", usada pelas Testemunhas, era uma referência direta a este Corpo Governante. Finalmente, a partir da década de 70 do Século XX, passou a existir uma clara distinção entre o Corpo Governante e as várias sociedades jurídicas que as Testemunhas usam em todo o mundo. Estas sociedades ou associações, incluindo a mais antiga delas, são encaradas como simples instrumentos legais para as suas atividades. Hoje, as Testemunhas de Jeová constituem um grupo mundial de milhões de membros, agrupados em células locais designadas por Congregações, unidas sob uma estrutura mundial que coordena todas as suas atividades. Apesar de possuírem o que chamam de organização e nela existirem homens que assumem responsabilidades locais ou mais abrangentes, as Testemunhas não formam distinção entre clero e leigos, tal como acontece com muitas denominações religiosas. Os seus responsáveis não possuem títulos honoríficos, não usam vestimenta ou símbolos distintivos, não se lhes impõe o celibato, não são assalariados e espera-se que sejam os primeiros a dar o exemplo de boa conduta e moral aos restantes membros da congregação. Apesar de duramente perseguidas e proscritas em muitos países, sendo alvo de críticas e várias controvérsias devido à sua singular interpretação da Bíblia e apego intransigente às suas doutrinas que, na sua maioria, diferem da teologia dita cristã, rejeitando assim qualquer envolvimento ecumênico, mantendo uma estrita neutralidade política e militar e defendendo uma conduta moral bastante rígida, as Testemunhas de Jeová continuam a experimentar um contínuo aumento entre as suas fileiras. Para isso contribui um zelo notável, que alguns consideram proselitismo agressivo, no que chamam "obra de pregação das Boas Novas do Reino". Este serviço realizado voluntariamente distingue-as e torna-as conhecidas mundialmente, sendo habitual observá-las nas suas regulares visitas às casas dos seus vizinhos e no contato direto com o público onde quer que haja pessoas. Preocupam-se também em divulgar os seus ensinos por publicarem milhares de milhões de páginas de informação em várias centenas de línguas, sem esquecer os que têm necessidades especiais, tal como os surdos ou cegos. Aos interessados oferecem 44 Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

Ocultismo e Religião estudos domiciliares e gratuitos da Bíblia tentando depois trazê-los até aos seus centros de reunião, conhecidos por Salões do Reino. As suas reuniões e Congressos, bem como a realização de cerimônias como casamentos e funerais, são sempre realizadas gratuitamente e nunca fazem coletas, nem se cobram dízimos. Aceitam contribuições voluntárias e anônimas para o financiamento da sua obra e dos seus locais de reunião. Mantêm ainda extensos programas de educação e de serviço voluntário em várias frentes. O seu nome distintivo Esta comunidade religiosa era conhecida inicialmente como Estudantes da Bíblia. Os seus membros foram também chamados, em sentido pejorativo, de "russellitas", "rutherfordistas", "auroristas do milênio" e "anti-infernistas". Em 1931, entenderam que deveriam fazer uma distinção entre a maioria dos membros que eram leais à Diretoria da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados e certos grupos dissidentes que também se intitulavam Estudantes da Bíblia. Além disso, consideraram que o termo Estudantes da Bíblia era demasiado vago para servir como designação distintiva. Assim, no domingo, 26 de Julho de 1931, no culminar do Congresso realizado em Columbus, Ohio, nos Estados Unidos da América, os presentes adotaram unanimemente uma resolução intitulada "Um Novo Nome" [15], apresentada por Joseph Rutherford, o segundo presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Nela foi proposto o nome descritivo e distintivo de "Testemunhas de Jeová". Para legitimar a escolha do nome usaram o texto bíblico de Isaías 43:10 que, conforme a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (NM), publicada pelas Testemunhas de Jeová cerca de vinte anos mais tarde, diz: "Vós sois as minhas testemunhas", é a pronunciação de Jeová, "sim, meu servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais fé em mim, e para que entendais que eu sou o Mesmo. Antes de mim não foi formado nenhum Deus e depois de mim continuou a não haver nenhum." Algumas vezes, as suas publicações usam a expressão "Testemunhas cristãs de Jeová", como forma de reforçar a sua crença em Jesus Cristo como o Filho de Deus e Salvador da humanidade e não apenas em Jeová Deus, seu Pai. Também afirmam que fazem parte de uma "grande nuvem de testemunhas" précristãs de Jeová. (Hebreus 11 a 12:1) Argumentam que o próprio Jesus Cristo é chamado de "testemunha fiel e verdadeira". (Revelação ou Apocalipse 3:14) Afirmam que, desde o início, terá existido apenas uma religião verdadeira, constituída por aqueles que a Bíblia menciona como fazendo a vontade de Jeová, e que todas as outras formas de adoração podem ser englobadas num império mundial de religião falsa. Consideram que uma das características principais que fazem com que qualquer grupo religioso, seja ele cristão ou não, seja incluído no conjunto da religião falsa é o desprezar ou simplesmente não reconhecer e divulgar o Nome de Deus, conforme apresentado na Bíblia pelo Tetragrama YHVH, e pronunciado consoante a forma mais popular na língua de cada país. As Testemunhas de Jeová têm orgulho em divulgar o Nome de Deus, preferindo em português a forma Jeová. Apesar de não considerarem incorreto o uso de Javé (Jahvé) ou Iavé, preferem a forma Jeová (em português) por ser o uso mais comum em grande número das traduções bíblicas modernas bem como em outras obras seculares e na conversação diária. Apesar de algumas pessoas, e até mesmo a imprensa ou determinadas obras literárias, designarem as Testemunhas de Jeová por "jeovistas" ou "jeovás", elas rejeitam estes termos considerando-os pejorativos e mesmo ofensivos contra o Deus que adoram, visto que consideram que o Nome Sagrado deve ser tratado com respeito e reverência. Fundamentação das suas doutrinas Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião Várias edições da Tradução do Novo Mundo, incluindo a versão Interlinear em Grego/Inglês A única autoridade reconhecida pelas Testemunhas de Jeová em termos teológicos é a Bíblia. Usam frequentemente a NM - Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, publicada pela Sociedade Torre de Vigia, embora usem diversas outras traduções da Bíblia, conforme pode ser visto por uma análise das suas publicações. Além disso, muitas Testemunhas ainda não possuem aquela versão no seu idioma, recorrendo assim às versões mais populares disponíveis no país onde moram. A interpretação do texto bíblico é feita segundo o entendimento aprovado pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová e publicado pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Confiam plenamente no seu Corpo Governante como "porta-voz" de Jeová Deus, para fornecer ensino e entendimento bíblico no tempo apropriado. No entanto, nem os que compõem o Corpo Governante nem qualquer outra Testemunha de Jeová afirmam ser inspirados por Deus, ao contrário do que creem ter acontecido com os escritores bíblicos cuja escrita terá sido guiada pelo Espírito Santo. Assim, as suas publicações podem e são sujeitas a alterações a nível doutrinal, talvez quando um estudo mais detalhado de determinado assunto conduz a um ajuste de pensamento. Divulgação das suas doutrinas As Testemunhas de Jeová procuram empenhar-se na divulgação mundial das suas crenças através de vários meios e, em especial, através da página impressa. Nas suas convenções anuais, são apresentados à comunidade novos livros, brochuras e outros artigos para divulgação doutrinária. Apesar de estarem presentes na Internet, atualmente não possuem quaisquer emissões de TV ou Rádio. No entanto, foram pioneiras no uso do cinema sincronizado com som e fizeram vasto uso de emissoras de rádio no passado, principalmente na década de 30 e 40 do Século XX, quando chegaram a montar as maiores redes radiofônicas da época. A sua mensagem é apresentada ao público, principalmente através de duas revistas:  

A Sentinela - Anunciando o Reino de Jeová. Despertai!

Hoje possuem um dos maiores parques gráficos do mundo, com capacidade para imprimir centenas de milhões de exemplares de publicações a cada ano, sendo que algumas das suas edições estão entre as mais distribuídas mundialmente. Apenas nos últimos 30 anos do Século XX, imprimiram-se mais de vinte mil milhões (vinte biliões) de livros, folhetos, brochuras e revistas. Os títulos publicados são traduzidos individualmente em dezenas ou mesmo centenas de idiomas e apresentados em versões diferentes, tal como edições com caracteres de grandes dimensões ou em braille para os que possuem deficiências visuais, DVD's com língua de sinais, gravações áudio entre outros. Lançam ainda documentários e filmes sobre diversos temas, discos com temas apenas musicais ou cantados, CD-ROM's com a Bíblia e o conteúdo eletrônicos da maioria das suas publicações dos últimos 35 anos e mantêm um web site oficial com informações em 314 idiomas. Até Setembro de 2007, o número total de línguas em que as publicações das Testemunhas de Jeová eram editadas alcançava os 437 idiomas. As Testemunhas de Jeová encaram a sua religião como um modo de vida, sendo que todos os outros interesses, incluindo o emprego e a família, giram em torno da adoração exclusiva que prestam a Jeová, o seu Deus. Assim, não importam o que façam, incluindo a seleção de diversão ou de vestuário, de carreira na escola ou na profissão ou mesmo a escolha de cônjuge, o comportamento e interação com a comunidade, nos negócios ou em lazer, tudo isso é influenciado pela decisão que tomaram de dedicar a sua vida incondicionalmente a Jeová. A Bíblia é encarada como um verdadeiro manual de aplicação prática e obrigatória em todos os campos da vida. Pretendem aplicar seriamente a seguinte injunção Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião bíblica: 

1 Coríntios 10:31 "Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei todas as coisas para a glória de Deus." (Versão NM)

Afirmado-se cristãs, observam o exemplo de Jesus procurando imitá-lo, conforme a seguinte instrução:  1 Pedro 2:21 "Fostes chamados para este proceder, porque até mesmo Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos." (versão NM) Estudo pessoal da Bíblia Todas as Testemunhas de Jeová são incentivadas a serem diligentes estudantes da Bíblia e das publicações que afirmam basear-se nela, bem como a apresentar um elevado grau de compromisso com a sua religião. Creem que todas elas, sejam homens ou mulheres, são ministros de Deus, ordenados no dia do seu batismo pessoal por imersão completa em água. Este passo não é permitido a crianças incapazes de tomar decisões, nem é imposto a adultos. Usualmente, alguém que se reúne com as Testemunhas necessita de vários meses, ou mesmo anos, para ser aprovada para o batismo e só depois de expressar convictamente o seu desejo de se tornar uma Testemunha de Jeová. Além do seu estudo pessoal da Bíblia, espera-se que assistam a reuniões congregacionais, usualmente três vezes por semana, em locais conhecidos por Salões do Reino ou em casas particulares, para instrução coletiva e encorajamento mútuo. Outras reuniões de maiores dimensões ocorrem, usualmente, três vezes por ano, em Salões de Assembléias mantidos por elas ou em instalações públicas alugadas, como estádios desportivos ou auditórios municipais. Todas as Testemunhas, alistadas nos seus relatórios anuais, são também proclamadores ativos da mensagem que consideram urgente transmitir. Participam regularmente em atividades formais organizadas localmente para contatar os vizinhos mas também aproveitam ocasiões informais para falar com conhecidos ou simplesmente com aqueles com quem se cruzam ao longo do dia. As Testemunhas de Jeová encontram-se entre as organizações que usam amplamente o serviço voluntário e, pertencendo a uma religião que se afirma cristã, encaram o amor ao próximo como um sinal identificador do cristianismo genuíno. Todos os seus membros são voluntários, usando as suas habilidades, tempo, esforço e recursos financeiros em projetos específicos promovidos pela organização a que pertencem. Conceito sobre outras religiões As Testemunhas de Jeová creem que praticam a religião verdadeira (ou seja, o primitivo Cristianismo), e por fazer isso, serão salvas como grupo, o que não significa que toda Testemunha individual seja salva. Ensinam que, para alguém poder ser salvo, a pessoa tem de obter conhecimento sobre a vontade de Deus (João 17:3), conforme expressa na Bíblia, e pôr em prática aquilo que aprende, mantendo a sua integridade até o fim (Mateus 24:13). Já por muitos anos, as suas publicações têm expresso a opinião que todas as outras religiões são falsas, particularmente as religiões da cristandade, ou seja aquelas que professam ser cristãs. A todas as religiões acusam de permissividade moral, envolvimento na política e nos conflitos mundiais, divulgação de Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião ensinos que consideram pagãos e anti-bíblicos, ostentação material, conduta imprópria ou destaque pessoal dos seus líderes e que, por essas razões, todas elas serão destruídas. Creem que isso acontecerá às mãos dos governos políticos do mundo que abolirão a religião e que, sem se aperceberem, apenas estarão a executar o julgamento de Deus.

Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é uma igreja de fundamentação cristã, com características restauracionistas e cujos membros são conhecidos popularmente como mórmons. O nome oficial da igreja se refere a Jesus Cristo como seu líder e a conversão dos fiéis, ou santos, à igreja, na última dispensação — de onde surge a referência aos últimos dias. O termo santos é a mesma denominação usada na época que Jesus Cristo veio a Palestina (veja Atos 9:13, 9:32,9:41 e 26:10). Mórmon O termo mórmon, geralmente usado para referir-se aos membros da Igreja, deriva do nome do profeta Mórmon, que é um dos autores e compiladores das escrituras que formaram O Livro de Mórmon, Outro Testamento de Jesus Cristo. Apesar de os termos mórmon e mormonismo serem aceitos pela própria Igreja, a denominação oficial recomendada para os fiéis é santos dos últimos dias, ou o acrônimo em português "SUD" e em inglês LDS (Latter-day Saints). No Brasil atualmente existem quase 1 milhão de membros. (928.926 membros da Igreja em 31 Dezembro 2006). A sua sede fica situada no estado de Utah (o qual foi fundado pelos mórmon), nos Estados Unidos da América, na cidade de Salt Lake City. Está presente em mais de 160 países e hoje possui quase treze milhões de seguidores, dos quais mais de metade estão fora dos Estados Unidos (dados oficiais de Abril de 2007). A Igreja mantém registros cuidadosos de seus membros, incluindo informações sobre a sua árvore genealógica; estas informações são importantes devido à crença na possibilidade da salvação dos antepassados, através do batismo vicário feito pelos seus descendentes. A salvação só poderá ser alcançada se os antepassados aceitarem o Evangelho no "mundo espiritual", lugar onde o espírito dos mortos aguardam a ressurreição. Os Santos dos Últimos Dias fazem parte de um movimento religioso restauracionista iniciado no século XIX nos Estados Unidos da América e liderado inicialmente por Joseph Smith Jr, definido pelos seus seguidores como primeiro Profeta desta época. História Joseph Smith, aos catorze anos de idade, após querer saber a qual igreja da sua época se filiar, retirou-se para ler a Bíblia em seu quarto quando leu em Tiago 1:5 "E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peçaa a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada." Refletindo sobre o que lera, Joseph retirou-se em oração e afirmou ter recebido uma visão na manhã de primavera de 1820, num bosque próximo à sua casa, na qual Deus e Jesus Cristo lhe ordenaram que não se filiasse a nenhuma das igrejas existentes, mas que restaurasse a verdadeira Igreja. Esta visão é conhecida como a Primeira Visão. A tradição da Igreja diz que Joseph Smith recebeu do anjo Morôni a informação sobre o local onde estavam enterradas uma coleção de placas de ouro gravadas, que continham um registro da comunicação de Deus com os antigos habitantes das Américas e que também continha a plenitude do evangelho eterno. Mais tarde este registro nas placas seria traduzido por Joseph Smith Jr pelo dom e poder de Deus, dando Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião origem ao chamado Livro de Mórmon, que constitui a base de fé da Igreja. O termo mórmon, geralmente usado para referir-se aos Santos dos Últimos Dias, deriva do nome do profeta Mórmon, que teria sido um dos autores e compiladores das escrituras que formaram o Livro. Em 1830 foi fundada a Igreja, que rapidamente cresceu, gerando uma série de violentas e sangrentas perseguições e assassinatos que culminaram no assassinato a sangue frio de Joseph Smith e seu irmão Hyrum Smith em 1844. Não tendo fim a religião por morte de seu líder, como pensavam os conspiradores, seu assassinato acabou dando maior força aos seus seguidores. Hoje, por causa dos missionários, que em geral são jovens entre 19 e 26 anos, é a religião cristã que mais cresce no mundo. Os jovens mórmons acima de 19 anos são incentivados pela liderança da Igreja a servir uma missão de tempo integral, deixando seus lares por dois anos, trabalho este voluntário, levando a mensagem do evangelho restaurado a diversos países do mundo.

Seguem algumas de suas crenças básicas:             

Deus é nosso Pai Celestial. Ele nos ama e deseja que voltemos a Ele. Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é nosso Salvador. Ele nos redime da morte proporcionando a Ressurreição. Ele nos salva do pecado quando nos arrependemos. Que Deus e Jesus Cristo são dois Seres separados e ressurretos. Por meio da Expiação de Jesus Cristo, podemos voltar a viver com Deus se guardarmos Seus mandamentos. O Espírito Santo nos ajuda a reconhecer a verdade. Os primeiros princípios e ordenanças do evangelho são fé em Jesus Cristo, arrependimento, batismo, e recebimento do dom do Espírito Santo. A Igreja de Jesus Cristo restaurada à Terra. A autoridade do sacerdócio de Deus existe hoje em Sua Igreja, da mesma forma que na Igreja original. A Bíblia e o Livro de Mórmon são a Palavra de Deus. Deus revela Sua vontade aos profetas hoje em dia, da mesma forma que o fazia antigamente. Nossa vida tem um propósito sagrado. As famílias podem ficar juntas para sempre. Por meio do serviço aos outros, podemos experimentar a alegria e ficar mais perto de Deus.

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Ocultismo e Religião

Joseph Smith Jr. resumiu a doutrina da Igreja em treze pontos fundamentais conhecidos como Regras de Fé, a saber: 1. Cremos em Deus, o Pai Eterno, e em Seu Filho Jesus Cristo e no Espírito Santo. 2. Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios pecados e não pela transgressão de Adão. 3. Cremos que por meio do sacrifício expiatório de Cristo, toda a humanidade pode ser salva pela obediência às leis e às ordenanças do Evangelho. 4. Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evangelho são: a fé no Senhor Jesus Cristo; o arrependimento; batismo por imersão para a remissão dos pecados; a imposição das mãos para o dom do Espírito Santo. 5. Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, pela profecia e pela imposição das mãos por quem possua autoridade, para pregar o Evangelho e administrar as sua ordenanças. 6. Cremos na mesma organização que existia na igreja Primitiva, isto é: apóstolos, profetas, pastores, mestres, evangelistas, etc. 7. Cremos no dom das línguas, da profecia, da revelação, das visões, da cura, da interpretação das línguas, etc. 8. Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, por quanto seja traduzida corretamente; cremos também ser o Livro de Mórmon a palavra de Deus. 9. Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que Ele revela agora, e cremos que Ele revelará ainda muitas coisas grandes e importantes relativas ao Reino de Deus. 10. Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das doze tribos, que Sião (a Nova Jerusalém) será edificada no continente americano, que Cristo reinará pessoalmente sobre a terra e que a terra será renovada e receberá a sua glória paradisíaca. 11. Pretendemos o privilégio de adorar o Deus Todo-Poderoso segundo os ditames da nossa consciência, e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde e o que quiserem. 12. Cremos na submissão aos reis, aos presidentes, aos governantes e aos magistrados, na Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião obediência, honra e manutenção da lei. 13. Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens: na realidade podemos dizer que seguimos à admoestação do apóstolo Paulo: crer em todas as coisas, confiamos em todas as coisas, temos suportado muitas coisas e confiamos na capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável,de boa fama ou louvável, nós a procuraremos.

Referências: 1. 2. 3. 4. 5.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hinduismo http://www.britannica.com/ebc/article-9376934 http://www.hindu.org/ BAREAU, André - O Buda: Vida e Ensinamentos. Lisboa:Editorial Presença, 1997. http://pt.wikipedia.org/wiki/Budismo Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville Rua Otto Boehm, 972, Bairro Glória, Joinville/SC. Telefones: (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]

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Ocultismo e Religião 6. http://www.uniaobudista.pt/homepage.php 7. http://www.arresala.org.br/ 8. http://www.adventista.org.br/ 9. http://www.assembleia.org.br/ 10. http://watchtower.org/t/index.html 11. Http://www.lds.org

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Apostila de Ocultismo e Religião-Profº Jorge.pdf

... (0XX47) 3422-6666 www.mente.com.br [email protected]. 1. OCULTISMO E RELIGIÃO. Professor: Jorge Schemes. jorgeschemes@yahoo.com.br.

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