NASCIMENTO, T. R. C. Apostila de Semiótica. UNAERP, 2002.

1. O percurso Embora os pressupostos da semiótica greimasiana sejam bem conhecidos pelos estudiosos dessa teoria, optamos por resumi-los aqui, a partir das sugestões de Diana Luz Pessoa de Barros (1988 e 1990), para que o leitor, não tão familiarizado com esse tipo de abordagem tenha maior facilidade na leitura do texto. A utilização dos textos mencionados e não dos de Greimas, deve-se à clareza com que tais autores apresentam as proposições da semiótica greimasiana. Só existe sentido por e na diferença: esse é o princípio, reconhecido por F. Saussure e L. Hjelmslev, que constitui a base do desenvolvimento dos estudos estruturais (Giroud e Panier, 1982, p. 17). Embora muito tempo tenha se passado desde a lingüística que se limitava aos estudos da frase até a teoria semiótica postulada por Greimas, o princípio básico da “diferença” continua norteando os trabalhos semióticos. O grupo de Entrevernes propõe que pensemos a teoria semiótica como um jogo de desmontagem cujo objetivo final é responder à pergunta: Como o texto faz para dizer o que diz? (Giroud e Panier, 1982, p. 17). Ou seja, por meio de qual estrutura o sentido do texto se erige? Chegar a essa estrutura, por vezes, é tarefa árdua, pois muitos despistes podem nos levar a conjeturas equivocadas acerca da construção do sentido. É preciso desbastar o texto e fincar balizas que nos permitam dizer porque este elemento e não aquele deve ser considerado significante. Parte-se, portanto, do próprio texto. Contudo, para que essa análise imanente não se perca nos meandros da subjetividade, Greimas concebeu o percurso gerativo de sentido que é o resultado de vários estudos à busca de uma estruturação do plano de conteúdo. Ele vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto. No percurso, são estabelecidas três etapas: a primeira recebe o nome de nível fundamental e nele surge a significação como uma oposição semântica mínima (ex.: dominação vs. liberdade); a segunda denomina-se nível narrativo, em que se organiza a narrativa do ponto de vista de um sujeito, implicando sempre a sucessão, o encadeamento e a transformação de estados; no terceiro nível, o discursivo, observa-se o encadeamento de temas e figuras e os efeitos de sentido. Em todo texto, utilizam-se recursos discursivos variados para construir a ilusão de verdade; por exemplo, usa-se um narrador em primeira pessoa e consegue-se o efeito de subjetividade; indetermina-se um sujeito e cria-se o efeito de generalização (Barros, 1990, p. 11). Além desses recursos, ainda no nível discursivo, as oposições fundamentais - oposições semânticas observadas no nível fundamental -, assumidas como valores narrativos, desenvolvem-se sob a forma de temas, ou então, concretizam-se por meio de figuras.

2. Nível Fundamental

O nível fundamental começa a se organizar a partir de uma oposição semântica mínima, par de termos opostos e diferentes que mantêm entre si um traço comum, ou seja, pertencem a um mesmo eixo semântico. Por exemplo, o par /cheio/ versus /vazio/ pode constituir uma oposição semântica, pois ambos pertencem ao eixo semântico da espacialidade. Contudo, não é pertinente opormos /melancolia/ versus /negro/, já que o primeiro termo refere-se ao domínio dos sentimentos e o segundo, ao domínio da cor (Giroud e Panier, 1982, p. 156-157). Todavia, para que essa estrutura torne-se mais precisa e de mais fácil compreensão, faz-se necessário imputar-se-lhe um modelo lógico que a operacionalize no plano metodológico e interprete suas relações em oposições de contradição, contrariedade e complementariedade (Barros, 1988, p. 21). Quadro 1 - Quadrado semiótico

S1

S2

não-S2

não-S1

relação de contrariedade

relação de contradição

relação de complementariedade Sobre o quadrado semiótico acima, Barros (1988, p. 21) esclarece: Os termos da categoria elementar S1 e S2 mantêm entre si relação de oposição por contraste, no interior de um mesmo eixo semântico, e podem, cada um deles, projetar, por uma operação de negação, um novo termo, seu contraditório (nãoS1 e não-S2). Só é possível pensar em estrutura elementar quando S1 e S2 forem termos polares de uma mesma categoria semântica.

É importante ressaltar que, em tal modelo, a estrutura elementar pode ser compreendida na sua dinamicidade, pois, ao negar um conteúdo e afirmar outro, engendra a significação e torna-a passível de narrativização (Barros, 1988, p. 23). O sentido de um texto pode fundamentar-se em mais de uma oposição semântica. No entanto, uma deve ser considerada a principal e as demais secundárias. Cada um dos termos que formam os pares pode ser considerado /eufórico/, caso seu valor seja positivo, ou /disfórico/, se o valor for negativo. A qualificação semântica /euforia/ vs. /disforia/ não é determinada pelo crivo do leitor e sim pelo próprio texto (Fiorin, 1992, p. 20).

Revendo Zilberberg, Barros (1988, p. 26) define a euforia como uma tensão que decresce à medida que cresce um relaxamento e a disforia, ao contrário, como aumento de tensão e diminuição de relaxamento. 3. Nível Narrativo

Sintaxe narrativa A sintaxe narrativa deve ser pensada como um espetáculo que simula o fazer do homem que transforma o mundo. Para entender a organização narrativa de um texto, é preciso, portanto, descrever o espetáculo, determinar seus participantes e o papel que representam na historiazinha simulada. (Barros, 1990, p.16).

A partir dessa visão, a semiótica propõe duas concepções complementares de narrativa: narrativa como mudança de estados e narrativa como sucessão de estabelecimentos e rupturas de contrato entre um destinador e um destinatário de que decorrem a comunicação e os conflitos entre sujeitos e a circulação de objetos. Nas palavras de Giroud e Panier (1982, p. 24): Dá-se o nome de análise narrativa à tarefa de detectar os estados e as transformações e representar rigorosamente as divergências, as diferenças dos estados e transformações manifestos sob o modo da sucessão.

Enunciado elementar Na sintaxe narrativa, a relação juntiva entre dois actantes, o sujeito e o objeto, é chamada enunciado elementar. Essa relação pode ser conjuntiva, quando o sujeito de estado está em conjunção com o objeto-valor, quando ele tem o objeto-valor, ou disjuntiva, quando o sujeito de estado está em disjunção com o objeto-valor, quando ele não tem o objeto-valor. Há duas formas de enunciado elementar que, no texto, estabelecem a distinção entre estado e transformação: enunciado de estado, em que o sujeito mantém uma relação juntiva - conjunção ou disjunção - com o objeto; enunciado de fazer, no qual a relação de um sujeito com o seu objeto-valor é transformada, ou seja, a relação entre esses actantes pode passar de um estado de conjunção para um estado de disjunção ou vice-versa. Programa narrativo Chamamos programa narrativo (PN) à sucessão de estados e transformações que se encadeiam a partir da relação S - O e de sua transformação. O PN comporta, portanto, várias

transformações articuladas e hierarquizadas. (Giroud e Panier, 1982, p. 26)

Assim, para que haja progressão na narrativa, é necessário que um enunciado de fazer reja um enunciado de estado. Tal estrutura hierárquica define o programa narrativo, do qual fazem parte quatro fases: manipulação, competência, perfórmance e sanção. Essas nem sempre aparecem nessa ordem e muitas vezes algumas não se manifestam no texto, ficando, apenas, pressupostas. Há vários tipos de programa narrativo, organizados a partir de alguns critérios (Barros, 1990, p. 22): a) natureza da função: quando a transformação resulta numa relação conjuntiva entre o sujeito e o objeto, temos um programa de aquisição de objetovalor; quando termina em disjunção, temos um programa de privação. b) complexidade e hierarquia dos programas: os programas considerados simples são aqueles constituídos apenas pelo programa de base; os programas complexos constituem-se de um programa principal ou de base e de vários programas secundários ou de uso. c) valor investido no objeto: são chamados modais os valores da ordem do dever, do querer, do saber e do poder, responsáveis por modalizar e/ou modificar a relação do S com os valores e os fazeres. Os valores descritivos são aqueles relacionados aos objetos de valor prático (casa, comida, roupa) e de valor mítico (projeção social, liberdade). d) relação entre os actantes narrativos e os atores que os manifestam no discurso: um único ator pode assumir o papel de sujeito do fazer e de sujeito de estado - programas reflexivos - ou pode haver diferentes atores assumindo papéis diferentes - programas transitivos. Combinados os itens a e d, temos que a natureza da função será ou de aquisição ou de privação. A relação actantes narrativos/atores manifestos no discurso ora será transitiva, ora reflexiva. Quando a aquisição for transitiva, denominar-se-á doação, quando reflexiva, será chamada apropriação. Já a privação, se for transitiva, receberá o nome de espoliação, se reflexiva, chamar-seá renúncia. Um programa narrativo sempre projeta um programa correlato, ou seja, quando um sujeito adquire um objeto valor é porque um outro sujeito foi dele privado (Barros, 1990, p. 23). No entanto, na maioria das narrativas em que há mais de um sujeito disputando o mesmo objeto, um dos programas é ressaltado, ficando o outro, pressuposto.

A competência e a perfórmance Os critérios tipológicos de caracterização dos programas narrativos permitem definir dois tipos fundamentais de programa: a competência e a perfórmance (Barros, 1990, p. 24). O primeiro implica a doação de valores modais - querer, dever, poder e saber - ao sujeito de estado, e o segundo, a aquisição de valores descritivos que, por sua vez, podem ser práticos - casa, troféu, alimento ou míticos - liberdade, reconhecimento, honra dentre outros. Adquirir competência é uma condição para que a perfórmance ocorra. Isso equivale a dizer que o sujeito agente - aquele responsável pela transformação de um estado - deve estar capacitado para realizar a perfórmance. Em alguns textos, encontramos um sujeito provido de um querer-fazer, mas desprovido de um poder-fazer ou de um saber-fazer. Nesse caso, a aquisição de competência deve ser pensada como um objeto ao qual o sujeito está ou não conjunto. A esse objeto dá-se o nome de objeto qualificante. Todavia, a competencialização do sujeito não necessariamente deve ser um programa narrativo (PN) subordinado ao principal. Quando, por exemplo, a busca do saber é a temática em questão, podemos considerá-lo como um PN principal (Giroud e Panier, 1982, p. 28). À organização de programas simples ou complexos dá-se o nome de percurso narrativo. Esses programas relacionam-se por pressuposição, ou seja, um programa de perfórmance, por exemplo, pressupõe um programa de competencialização do sujeito - a esse tipo específico de programa chamamos percurso do sujeito. Depois de tornar-se competente, o sujeito parte, enfim, para a ação, para o fazer ser de que resultará uma mudança de estados. Ao fim dessa ação - perfórmance -, o sujeito encontrar-se-á conjunto (∩) ou disjunto (∪) de seu objeto-valor (Ov). No nível do percurso narrativo, os actantes sintáticos (sujeito de estado, sujeito do fazer e objeto) redefinem-se e tornam-se papéis actanciais (sujeito doador de valores modais, sujeito agente, opositor etc.) que, porém, não são fixos, mas variam de acordo com o progresso narrativo. Por exemplo, o oponente de agora pode, logo após, transformar-se em adjuvante. Além do percurso do sujeito, podemos encontrar, na organização narrativa, outros dois: o percurso do destinador-manipulador e o percurso do destinadorjulgador. O destinador-manipulador constitui-se um actante funcional que pode englobar vários papéis actanciais, dentre os quais, o de doador de valores modais. Nesse papel, irá determinar os valores que serão visados pelo sujeito e irá dotá-lo dos valores modais necessários à execução da ação. Enquanto o sujeito transforma estados, simula a ação do homem sobre o mundo, o destinador modifica o sujeito, ele faz-fazer e representa, assim, a ação do homem sobre o homem. (Barros, 1990, p. 28)

Todavia, para que a manipulação, de fato, ocorra, é necessário que o sistema de valores do destinatário-sujeito esteja em conformidade com o do destinador-manipulador. Se, por exemplo, o sujeito não se importar de ser chamado de mentiroso, a manipulação que, no caso, pode ser por provocação, não se estabelece. O manipulador, ao persuadir, deve levar em consideração os valores do sujeito para conseguir o que deseja. Só assim ele poderá fazer com que o sujeito creia no manipulador e nos valores impostos por ele e aceite ser manipulado. O percurso do destinador-manipulador compreende, portanto, duas etapas: a de atribuição de competência semântica - em que o destinador-manipulador fazcrer e o destinatário-sujeito se deixa por ele manipular -, e a de doação de competência modal, em que o destinador doa ao sujeito os valores modais do querer-fazer, do dever-fazer, do saber-fazer e do poder-fazer. Estabelecidas tais etapas, ocorre a manipulação, que pode ser dividida em quatro classes: tentação e intimidação, provocação e sedução. Tanto na tentação quanto na intimidação, o destinador-manipulador mostra poder e oferece ao sujeito objetos de valor cultural para conseguir o que pretende. No caso da tentação, os objetos postos em jogo têm sempre valor positivo prêmios, descontos, liberdade - e o sujeito, ao aceitar a manipulação, irá fazê-lo movido pelo querer-fazer. Na intimidação, ao contrário, os objetos adquirem valor negativo - castigo, exclusão, violência - e o sujeito aceita ser manipulado por meio do dever-fazer. Com relação à sedução e à provocação, o destinador-manipulador persuade pelo saber e mostra ao destinatário o que sabe de sua competência. Na sedução, afirma-se a competência do sujeito, ou seja, o manipulador constrói uma imagem positiva daquele, que passará a querer-fazer o que o destinador-manipulador deseja. Na provocação, a competência do sujeito é negada ou, em outros termos, constrói-se uma imagem desfavorável do sujeito, levando-o ao dever-fazer (Barros, 1988, p. 38-39). No terceiro percurso, o do destinador-julgador, ocorre a sanção do sujeito, que se organiza pelo encadeamento lógico de programas narrativos de dois tipos: o de sanção cognitiva (interpretação) e o de sanção pragmática (retribuição). Na sanção cognitiva, o sujeito é julgado pela verificação de suas ações e dos valores com que se relaciona. Para tanto, a interpretação deve basear-se na correlação plano da manifestação-plano da imanência. Quando a atividade interpretativa parte do plano da manifestação (parecer/não-parecer) em direção ao plano da imanência (ser/não-ser), denomina-se prospectiva; quando parte da imanência para a manifestação, é chamada inferencial (Giroud e Panier, 1982, p. 63). O destinador pode ou não acreditar no sujeito, isso depende da interpretação dos estados resultantes do fazer do sujeito, que podem ser definidos como verdadeiros (que parecem e são), falsos (que não parecem e não são), mentirosos (que parecem, mas não são) e secretos (que não parecem, mas são). O destinador-julgador verifica se a conduta do sujeito com relação aos valores que

representa e com relação aos valores do conteúdo inicial estabelecido com o destinador-manipulador está em conformidade ou não. Na retribuição, há o reconhecimento do sujeito por parte do destinadorjulgador. Quando o sujeito cumpre os compromissos assumidos, é julgado positivamente e recompensado - caso do príncipe que mata o dragão e casa-se com a princesa. Porém, quando o sujeito não executa o contrato e é desmascarado, sofre julgamento negativo e punição - destino da maioria dos vilões. Na retribuição, reinstaura-se o equilíbrio narrativo. O destinador deve cumprir as obrigações assumidas com o sujeito, quando se efetuou a manipulação. O percurso do sujeito, o do destinador-manipulador e o do destinadorjulgador organizam, no esquema narrativo, um modelo hipotético que mostra a relação hierárquica que as unidades sintáticas da narrativa - esquema narrativo, percurso narrativo e programa narrativo - mantêm entre si. Semântica narrativa Modalização do ser e modalização do fazer No percurso gerativo, a semântica narrativa é a camada em que os elementos semânticos são selecionados e relacionados com os sujeitos (Barros, 1990, p. 42). É quando se investem determinados valores nos objetos. No primeiro caso, em que as determinações modais recaem sobre um enunciado de estado, temos uma modalização do ser. No segundo, em que as qualificações modais modificam as relações do S com o O, temos uma modalização do fazer. Nas palavras de Giroud e Panier (1982, p. 43): Pode-se descrever a realização como um fazer e estudar as relações do sujeito agente com sua própria ação (seu fazer). Do mesmo modo que o sujeito de estado deve se situar na sua relação com um objeto, o sujeito agente situar-se-á em sua relação com uma ação.

Para melhor compreendermos a modalização do fazer, consideremos os enunciados abaixo: O consumidor compra. O consumidor quer comprar. O consumidor não pode não comprar O consumidor deve comprar. Em todos eles há um mesmo sujeito agente (consumidor) e uma mesma perfórmance (comprar). No entanto, o significado das frases altera-se de acordo

com as relações que o sujeito mantém com seu próprio fazer. Ou seja, fazer algo impulsionado pelo dever não é o mesmo que fazê-lo movido pelo querer. Na modalização do fazer, há, ainda, que se distinguir dois aspectos: o fazerfazer, quando o destinador faz com que o destinatário-sujeito faça alguma coisa, e o ser-fazer, ou seja, a organização modal da competência do sujeito, em que se combinam dois tipos de modalidades: as virtualizantes, que instauram o sujeito pela atribuição do querer-fazer e as atualizantes, que o qualificam para a ação graças ao saber-fazer e o poder-fazer. Por exemplo, o consumidor decide consumir o chá emagrecedor X, caso ele comprove a eficácia de tal substância, o consumidor se torna sujeito agente virtual da ação que é manter a forma a qualquer custo. No entanto, se ele perceber que o chá não tem tais propriedades e resolver não mais comprá-lo, ele estará atualizando suas ações, tornando-se, por meio do saber-fazer, capaz de prever e programar as atuações necessárias para realizar um programa narrativo (Giroud e Panier, 1982, p. 50). Essas qualificações modais determinam o modo de agir do sujeito agente e sua capacidade para a ação (Giroud e Panier, 1982, p. 50). Embora esses valores possam aparecer um a um na narrativa, descreve-se o papel actancial do sujeito baseando-se na combinação das diferentes qualificações (e de sua respectiva negação) (Giroud e Panier, 1982, p. 51). Assim, pode haver um sujeito do quererfazer sem, entretanto, poder-fazer ou dever-fazer. Segundo Barros (1990, p. 45), examinam-se dois aspectos na modalização do ser: o da modalização veridictória, em que se combinam o plano da manifestação e o da imanência para se avaliar a relação do sujeito com o objeto e dizê-la verdadeira ou falsa, secreta ou mentirosa; e o da modalização pelo querer, dever, poder e saber relacionados aos valores investidos nos objetos. No plano da manifestação, haverá uma instância capaz de interpretar o estado do sujeito e essa interpretação basear-se-á na aparência, ou seja, na maneira como esse estado se deixa ver. No plano da imanência, a relação Sujeito - Objeto (S - O) é analisada como de fato é, independente dessa instância de interpretação (Giroud e Panier, 1982, p. 57). O sistema de avaliação funciona dentro do discurso: os valores /verdadeiro/ e /falso/ que se atribuem ao estado de um sujeito não dependem do juízo que fazemos de fora sobre a verdade dos elementos de um relato (definindo, a princípio, um estado como verdade, outro como falso); correspondem às relações dos elementos dentro do relato: o discurso constrói e dispõe sua própria verdade. E uma das tarefas da semiótica é dar conta de tal disposição. (Giroud e Panier, 1982, p. 61)

A modalização do ser produz efeitos de sentido "afetivos" ou "passionais". A semiótica, ao analisar as estruturas narrativas, caminhou do exame dos enunciados de fazer (relação S - S) e de estado (relação S - O), passando pela manipulação e pelas relações intersubjetivas entre destinador e destinatário até chegar ao fazer persuasivo do destinador e ao fazer interpretativo do destinatário, ou seja, trilhou pelo caminho da modalização. Em princípio, examinaram-se as

modalidades que se aplicam ao fazer e os enunciados modais que regem enunciados do fazer (Barros, 1988, p. 61). Depois, passou-se aos estudos da modalização do ser. Desses estudos, surgiu a semiótica das paixões, que são efeitos de sentido de qualificações modais que modificam o sujeito de estado (Barros, 1988, p. 61). Partindo do aporte semiótico, muitos estudiosos se dedicaram às paixões. Dentre eles, destacamos os trabalhos de Algirdas Julien Greimas e de Jacques Fontanille, mais propriamente o livro, que escreveram em parceria, Semiótica das paixões (1993), em que são analisados, principalmente, a avareza e o ciúme. Nessa obra, as modalidades - suas relações e combinações sintagmáticas - são compreendidas como fulcro de todas as paixões. Em princípio e de maneira superficial, pode-se dizer que há dois tipos de paixões: as simples ou paixões de objetos, como o desejo e a ambição, e as complexas, como a frustração e o ciúme. Esse último tipo de paixão assim se caracteriza por várias organizações de modalidades engendrarem no discurso uma configuração patêmica e por exigirem que busquemos um percurso narrativo modal anterior. No caso do ciúme, por exemplo, várias outras paixões encontramse articuladas e o sujeito divide-se entre proteger o seu objeto-valor e combater o rival. As paixões simples não requerem o retorno a um percurso passional anterior. Por exemplo, o que diferencia o desejo da ambição é a intensidade do querer - modalidade que lhes serve de base. Assim como a ambição, também o anseio, a cupidez, a avidez e a curiosidade advém da modalidade /querer-ser/. Já a avareza, a mesquinhez, a usura e a sovinice decorrem de um /não-querer-não-ser/. O desprendimento, a generosidade, a liberalidade e a prodigalidade surgem, ao contrário, do /querer-não-ser/. E, por fim, baseadas no /não-querer-ser/ temos a repulsa, o medo, a aversão e o desinteresse. Ainda no que se refere às paixões complexas, é imprescindível lembrar que Greimas denomina espera o estado inicial de um percurso passional. A espera pode ser simples e fiduciária. No primeiro caso, o sujeito quer estar em conjunção ou disjunção com o objeto-valor, entretanto nada faz para obtê-lo, creditando a outro a responsabilidade de realizar seu desejo. Na espera fiduciária, o sujeito de estado mantém uma relação de confiança com o sujeito do fazer, atribuindo a esse um /dever-fazer/. Para o sujeito de estado, há o estabelecimento imaginário de um contrato de confiança por meio do qual crê que o sujeito do fazer irá transformar sua relação com o objeto. Se satisfeitas suas expectativas, da espera podem surgir a satisfação e a confiança; se não, a insatisfação e a decepção tomarão conta do sujeito de estado. Se a insatisfação e a decepção ainda persistirem, outros efeitos passionais podem surgir, como a mágoa e a resignação. Além disso, as duas primeiras paixões também podem conduzir ao sentimento de falta, definido pelo /querer-ser/ em conflito com o /saber-não-ser/ e com o /crer-não-ser/ e característico da crise de confiança (Barros, 1988, p.65). Do sentimento de falta - falta do objeto-valor

e/ou falta de confiança - e da tentativa de suprir a falta, surgem outras paixões. Caso perdurem, a insatisfação e a decepção pelo fato de a falta não ter sido liquidada, podem surgir também a amargura, a desilusão e a frustração. Da satisfação e da confiança, provêm a esperança e a felicidade. Insatisfação e decepção associadas à persistência da falta, resultam em paixões de cólera ou rancor (Barros, 1988, p.65). Como se pôde observar, as paixões complexas determinam vários estados passionais do sujeito, que se inicia num estado de espera e pode terminar numa paixão como o ódio. Com o desenvolvimento desses estudos, a sintaxe narrativa pode ser revista como uma sintaxe modal e à semântica narrativa, pode-se garantir o caráter passional (Barros, 1988, p.69). 4. Nível discursivo Sintaxe discursiva As narrativas, em síntese, não diferem muito umas das outras. O que as diferencia é a maneira como são contadas. Existem milhares de histórias de amor com final trágico. Mas, uma delas pode se passar na Alemanha pós-guerra; outra, no séc. XV; em outra ainda, um padre se apaixona por uma cortesã e assim por diante. No nível discursivo, o mais superficial e próximo da manifestação textual, o sujeito da enunciação transforma a narrativa em discurso por meio de algumas escolhas, como tempo e espaço, pessoa e figura - unidades de conteúdo que servem para dar corpo aos papéis actanciais e às funções que esses desempenham (Giroud e Panier, 1982, p. 111). Na análise discursiva, examinam-se certos elementos que foram deixados de lado pela análise narrativa, tais como as projeções da enunciação no enunciado, os recursos de persuasão utilizados pelo enunciador para manipular o enunciatário ou a cobertura figurativa dos conteúdos narrativos abstratos. É nas estruturas discursivas que a enunciação mais se revela e onde mais facilmente se apreendem os valores sobre os quais ou para os quais o texto foi construído. Analisar o discurso é, portanto, determinar as condições de produção do texto. (Barros, 1990, p. 54)

A enunciação e o efeito de proximidade e distanciamento De acordo com os efeitos de sentido que deseja produzir, o sujeito da enunciação escolhe a maneira mais adequada para projetar o discurso. Na tentativa de convencer o destinatário da veracidade do discurso, o sujeito da enunciação lança mão de alguns mecanismos discursivos que criam a ilusão de verdade. No discurso jornalístico, por exemplo, quando se deseja manter o efeito

de distanciamento, utiliza-se a terceira pessoa. O contrário ocorre, quando se faz uso da primeira pessoa - o caso de uma autobiografia. Da mesma forma, ao se determinar o espaço, a data e a pessoa no discurso obtém-se o efeito de realidade ou referente. Fingindo objetividade, o sujeito da enunciação consegue o efeito de distanciamento. À produção do discurso em terceira pessoa, no tempo do "então" e no espaço do "lá", dá-se o nome de debreagem enunciva - da qual resulta o enunciado - que se opõe à embreagem enunciativa - ou enunciação enunciada - que é o discurso produzido em primeira pessoa. Um bom exemplo de debreagem enunciva, encontramos nos textos científicos em que o autor procura distanciar-se do texto objeto para criar a ilusão de imparcialidade. Já os livros de ficção narrados em primeira pessoa - ou em terceira, porém com a visão de uma primeira pessoa -, fabricam o efeito de subjetividade, impregnando o texto de parcialidade. A delegação interna de voz é um dos recursos que consistem em atribuir a outrem a responsabilidade discursiva. Nos jornais, muitas vezes, usa-se a terceira pessoa com o intuito de livrar o sujeito da enunciação da responsabilidade discursiva e também com o intuito de criar a ilusão de verdade. O observador, um dos procedimentos utilizados nos textos em terceira pessoa com a finalidade de assumir o fio discursivo, difere do narrador, que conta a história. O observador se encarrega de determinar quais os pontos de vista que irão recair sobre o discurso e como o discurso irá se desenrolar (Barros, 1990, p. 58). No discurso, ele pode manifestar-se de maneira implícita ou explícita e a ele também são atribuídos diversos fazeres: cognitivo, receptivo e interpretativo (Barros, 1988, p. 86). No exame das projeções da enunciação, há ainda que se destacar dois procedimentos discursivos: a organização do saber e as relações possíveis entre os papéis do discurso e os papéis da narrativa. Ambos se referem à delegação de voz e participam da constituição do narrador e do observador. A construção da realidade Certas ilusões discursivas, como a de que o discurso copia o real, constituem um outro efeito básico produzido graças a procedimentos diversos. Um desses procedimentos, verificados na sintaxe do discurso, denomina-se debreagem interna. Caracteriza-se por ceder, no interior do texto, a palavra aos seus interlocutores, construindo-se, em discurso direto, a ilusão de situação "real" de diálogo. (Barros, 1990, p. 59). As aspas a indicar as palavras supostamente ditas por alguém, os travessões utilizados para mostrar a fala de tal personagem e assim por diante, são sinais dessa delegação de voz em que se pretende convencer o leitor de que fulano de tal está realmente dizendo tais e tais palavras. A ancoragem é outro recurso utilizado para causar o efeito de realidade. Quando localizamos uma história num espaço e num tempo e a ligamos a pessoas que o receptor reconhece como "reais", estamos fazendo uso desse recurso. O

espaço, o tempo e a pessoa são recobertos por traços sensoriais que os tornam, aos poucos, mais concretos. As fotografias colocadas ao lado dos comentários de alguém são ícones que têm por função servir de referente. É importante ressaltar que não só os textos verbais possuem esses efeitos e mecanismos, na pintura consegue-se o efeito de realidade com a perspectiva e a ocupação do espaço; no cinema, com a focalização e o posicionamento da câmera e no teatro, com os jogos de luz, utilização do palco etc. Concluindo, o importante não é reconhecer quais os mecanismos utilizados e sim o porquê de sua utilização. Enunciador versus enunciatário Enunciador e enunciatário são desdobramentos do sujeito da enunciação que cumprem os papéis actanciais de destinador e de destinatário do objeto-discurso. Dessa forma, o enunciador coloca-se como destinador manipulador, responsável pelos valores do discurso e capaz de levar o enunciatário, seu destinatário, a crer e a fazer. (Barros, 1988, p. 92)

Além do exame dos mecanismos anteriormente apontados, a semiótica também procura estabelecer as relações argumentativas existentes entre enunciador (fazer persuasivo) e enunciatário (fazer interpretativo). Para tanto, dois aspectos principais da manipulação são examinados: o contrato que se estabelece entre enunciador e enunciatário e os meios utilizados na persuasão e na interpretação. Um discurso pode ser dito falso ou mentiroso se internamente for incoerente, como no caso de textos em que o sujeito da ação emite sua opinião e utiliza-se de argumentos pouco válidos ou contraditórios para embasá-la. Ou, então, se for confrontado com outros textos do contexto em que se insere e o enunciatário reconhecê-lo como falso. Para conseguir a eficácia da manipulação, o enunciador leva em conta os dados sócio-culturais do enunciatário, pois é através deles que esse último interpreta o discurso, podendo, ou não, nele acreditar. Essa interpretação-crença do enunciatário depende tanto da aceitação do contrato fiduciário estabelecido pelo enunciador quanto dos recursos persuasivos responsáveis pela veridicção do discurso (Barros, 1988, p. 94). O discurso bem elaborado constrói suas verdades. O enunciador não produz discursos verdadeiros ou falsos, mas cria efeitos de verdade ou falsidade, por isso, emprega-se o termo veridicção, já que um discurso será verdadeiro se for interpretado como verdadeiro. (Barros, 1990, p. 64) O enunciador lança mão de vários procedimentos para, de alguma maneira, influenciar o enunciatário. Dentre eles, podemos destacar principalmente três: o recurso de implicitar ou de explicitar conteúdos; a pragmática de certos atos lingüísticos (ilocucionais), para atingir determinados fins (perlocucionais); a

argumentação, em sentido restrito, já que os dois são também recursos argumentativos lato sensu (Barros, 1988, p. 99) Semântica discursiva Os valores assumidos pelo sujeito da narrativa são, no nível do discurso, disseminados sob a forma de percursos temáticos e recebem investimentos figurativos. A disseminação dos temas e a figurativização deles são tarefas do sujeito da enunciação. Assim procedendo, o sujeito da enunciação assegura, graças aos percursos temáticos e figurativos, a coerência semântica do discurso e cria, com a concretização figurativa do conteúdo, efeitos de sentido sobretudo de realidade. (Barros, 1990, p. 68) Segundo Giroud e Panier (1982, p. 141), num texto, as figuras podem estabelecer entre si relações de semelhança e oposição. Entre elas, podem-se constatar alguns elementos comuns. Eles citam como exemplo as figuras lexemáticas esperança e temor que têm em comum o fato de serem sentimentos e de estarem ambas orientadas para o futuro. O que as diferencia é o fato de uma ser eufórica (esperança) e a outra, disfórica (temor). Retêm-se, pois, os elementos considerados pertinentes. A análise dessas figuras realiza-se por meio de um "itinerário sêmico" ou semema que, por sua vez, pode ser decomposto em um conjunto de traços sêmicos ou semas (1982, p. 142). Os semas, por sua vez, podem ser divididos em exteroceptivos (semas) e interoceptivos (classemas). Articulados, tais semas dão origem às duas dimensões fundamentais da linguagem: a figurativa e a abstrata (Barros, 1988, p.113). Nas línguas naturais, figuras sensoriais como /áspero vs. liso/, /dentro vs. fora/, /agudo vs. grave/, estímulos exteriores, transformam-se em semas exteroceptivos. Esses advêm de estímulos externos, do mundo natural e, nas línguas naturais, são os responsáveis por sua dimensão figurativa. Em contrapartida, os interoceptivos provêm de estímulos internos e garantem a dimensão abstrata da língua, imprimindo uma organização ao mundo natural. Duas funções são atribuídas aos semas interoceptivos ou classemas: a classificatória, em que as figuras e os sememas podem ser organizados em classes de /humanos/, /animados/, dentre outros; e a de denominador comum, que visa estabelecer compatibilidades e incompatibilidades entre figuras sêmicas. Relacionada à dimensão abstrata da linguagem, a tematização é o ato de formular os valores de modo abstrato e organizá-los em percurso (Barros, 1990, p. 68). Ou seja, os temas, assim como as figuras lexemáticas, também devem ser decompostos. Em princípio, devem-se considerar que à estruturação narrativa subjacente correspondem determinados percursos temáticos. Depois, para seguir no exame dos procedimentos de tematização, deve se observar quais as relações estabelecidas entre temas e figuras. Dessa forma, Os discursos temáticos em que se realizam um ou mais percursos temáticos de uma configuração, têm por objetivo, em lugar de “representar o mundo” ou de causar efeito,

classificar e organizar a realidade significante, estabelecendo relações e dependências temáticas. Constituem, portanto, também eles, uma dimensão segunda, metalingüística, em relação aos discursos figurativos (Barros, 1988, p.116).

Vale frisar, ainda, que não há discursos puramente temáticos, nem mesmo os científicos, que, vez ou outra, são obrigados a utilizar figuras. Num texto de Botânica, por exemplo, podemos nos deparar com expressões como mata ciliar, que, por analogia aos cílios, designa a mata que margeia os rios. Já a figurativização dá-se em duas etapas: a figuração, que é a instalação das figuras quando se passa do tema à figura e a iconização, que é o revestimento figurativo exaustivo final, isto é, a última etapa da figurativização, com o objetivo de produzir ilusão referencial. De uma maneira ou outra, lembra Barros (1988, p. 117), retoma-se aqui o caráter exteroceptivo dos semas, já que, enquanto figuras do conteúdo determinadas por traços sensoriais, particularizam e concretizam os discursos abstratos. Contudo, é importante ressaltar que a figurativização é efetuada pelo sujeito da enunciação, responsável pelas escolhas de que resultam os efeitos de realidade do discurso. A reiteração dos temas e a recorrência das figuras no discurso denomina-se isotopia. A isotopia assegura, graças à idéia de recorrência, a linha sintagmática do discurso e sua coerência semântica. (Barros, 1990, p.74)

Há, no entanto, que se distinguir dois tipos de isotopias: a temática e a figurativa. A primeira decorre da reiteração de temas, da redundância de semas traços semânticos nulos - e classemas - traços sêmicos advindos da contextualização das figuras. A segunda se caracteriza pela repetição de traços figurativos e pela relação de vários conjuntos figurativos no interior de um texto. Certas isotopias podem aparecer num texto graças a um elemento chamado desencadeador de isotopias. Esse elemento não se integra facilmente em uma linha isotópica já reconhecida e leva, dessa forma, à descoberta de novas leituras. Os fatores de coerência do texto situam-se em níveis diferentes de descrição e explicação do discurso. A coerência narrativa localiza-se no nível das estruturas narrativas; a coerência argumentativa e a coerência das isotopias, no nível das estruturas discursivas. A coesão interfrástica coloca-se fora do percurso gerativo do sentido, no nível das estruturas textuais (...). Examinadas as estruturas narrativas e discursivas passa-se então ao estudo das estruturas fundamentais do texto, primeira etapa do percurso de geração de sentido de um discurso, tal como o propõe a semiótica. (Barros, 1990, p.77).

Nesse nível, determina-se o mínimo de sentido a partir do qual o discurso se constrói. Para tanto, reduz-se a rede de relações que formam a estrutura a uma única relação, a de oposição ou diferença entre dois termos, num mesmo eixo semântico que os engloba. Exemplificando: quando se diz que um texto fala de

egoísmo ou de solidão, está-se determinando o mínimo de sentido sobre o qual ele se ergue. O conteúdo fundamental de um texto apresenta-se sob a forma não apenas das relações acima apontadas, mas de relações orientadas, que podem ser eufóricas ou disfóricas dependendo da categoria tímica que ora se determina.

BIBLIOGRAFIA BARROS, Diana L. P. de. Teoria do discurso: fundamentos semióticos. São Paulo: Atual, 1988. BARROS, Diana L. P. de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática, 1990. FIORIN, J. L. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 1992. FONTANILLE, J., ZILBERBERG, C. Tension et significacion. Liège: Mardaga, 1998. GIROUD, Jean-Claude, PANIER, Louis. Analisis semiotico de los textos: Introducción, teoría, prática. Madrid: Cristiandad, 1982. GREIMAS & FONTANILLE. Semiótica das paixões. São Paulo: Ática, 1993. METZ, C. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 1977. CARONTINI & PERAYA. O projeto semiótico: elementos de semiótica geral. São Paulo: Cultrix, 1979. COURTÉS, J. Sentiments d’estime et de mésestime: du lexique à la sémantique. Degrés, Bruxelles, n. 6/7, p. 1 - 15, 1984. FONTANILLE, J. Le désespoir. Documents, Paris, n. 16, p. 3 - 32, 1980. _____. Le tumulte modal de la macro-syntaxe a la micro-syntaxe passionelle, Actes Semiótiques: Bulletin XI. n. 39, p. 13 - 31,1986. GREIMAS, A.J. e COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, s/d. HARKOT-de-LA-TAILLE, Elizabeth. Ensaio semiótico sobre a vergonha. São Paulo: FFLCH - USP, 1996. (Tese de Doutorado, 201 p.) LOPES, E. Fundamentos da lingüística contemporânea. São Paulo, Cultrix, 1991 - 1995. _____. Metáfora: da retórica à semiótica. 1a ed. . São Paulo: Atual, 1986. PLATÃO e FIORIN, Para entender o texto. São Paulo, Ática, 1990.

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