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UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DCHT – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS CAMPUS XVI – IRECÊ CURSO: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

JAQSON ROSENDO DOS SANTOS

PLANEJAMENTO: A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO – LAPÃO – BA

Irecê / Bahia 2013

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JAQSON ROSENDO DOS SANTOS

PLANEJAMENTO: A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO – LAPÃO – BA

Monografia apresentada à Universidade do estado da Bahia – UNEB, como requisito parcial de avaliação do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, elaborada pelo aluno Jaqson Rosendo dos Santos, sob orientação da Profª Cinara Barbosa de Oliveira Moraes.

Irecê / Bahia 2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

JAQSON ROSENDO DOS SANTOS

PLANEJAMENTO: A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO – LAPÃO – BA

BANCA EXAMINADORA

Irecê, ____________ de Dezembro de 2013.

Conceito:_______________________

Banca Examinadora:

_____________________________________________ Profª. Helga Porto Miranda

_____________________________________________ Profª. Daniela Lopes Oliveira Dourado

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus a conclusão deste trabalho, pois ele foi um dos meus maiores orientadores nessa jornada. Com carinho, dedico à Profª Cinara Barbosa a conclusão desta etapa, pois com paciência me orientou para que tudo desse certo. Dedico aos meus professores esta monografia, pois com muito esmero me ensinaram a ser acadêmico respeitando os valores do próximo. Dedico este trabalho a minha mãe, Joana Rosendo, por acreditar na minha capacidade, e por ser a razão da minha vida. E ao meu pai por acreditar que os meus sonhos é a continuidade dos seus sonhos. A minha irmã, Mariana Angélica dedico com gratidão, pois sei do amor que sentes por mim. Esse foi o meu combustível para vencer. Dedico... Ao meu irmão, Luis Mário a minha felicidade em estar concluindo mais uma etapa. A minha amiga e irmã, Edcléia Lacerda, pela parceria durante os quatro anos de graduação. Ao meu Brother, Stácio Alves, por ter sido companheiro durante toda a jornada. A minha avó, Mariana Expreciosa (in memorian), por ter sido a primeira pessoa a ouvir o meu choro de felicidade por ter passado no vestibular, e por ter me dado forças mesmo quando não mais podia. Aos meus primos (as), por se fazerem presentes em minha vida, dando-me coragem para continuar. Aos meus afilhados (as), por serem presentes de Deus em minha vida. Aos meus padrinhos por terem se preocupado comigo durante os meus estudos. Aos meus tios e tias, por acreditarem que daria certo. Aos meus compadres e comadres, a confiança e o carinho que sempre tiveram por mim. Aos meus amigos de turma pela longa jornada que passamos juntos. Aos meus amigos que sempre me deram forças para seguir em frente. Ao Espírito Santo que pairou sobre a minha vida, e me fez vencedor!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus; A Manoel Soares dos Santos (in memoriam), por ter me ensinado a ser quem sou; Aos meus pais, Joana Rosendo e Luis Soares; Aos meus irmãos, Mariana Angélica e Luis Mário; Aos meus afilhados (as); Aos meus primos (as); Aos meus professores; Aos meus amigos Edcléia Lacerda, Ilnara Nunes, Stácio Alves, e aos demais da turma de Pedagogia; As pessoas as quais amei durante a minha jornada, e que com certeza continuarão sendo amadas por mim.

Obrigado a todos (as)!

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“O planejamento é um processo ininterrupto, processual, organizador da conquista prazerosa dos nossos desejos onde o esforço, a perseverança, a disciplina são armas de luta cotidiana para a mudança pedagógica.” (Madalena Freire)

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RESUMO

O presente estudo monográfico teve como objetivo compreender como o planejamento interfere na aprendizagem dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental I, na Escola Tiradentes de Tanquinho povoado de Lapão. Com a realização deste trabalho, pretendeu-se refletir como o planejamento interfere na aprendizagem dos alunos em sala de aula. Pesquisar o planejamento como recurso para interferir na aprendizagem. Entender como as práticas pedagógicas adequadas qualificam o ensino-aprendizagem. Os tópicos abordados no decorrer do texto trazem reflexões referentes à influência do planejamento nas relações de forma positiva e negativa, conhecer a concepção tradicional e construtivista e qual relação se estabelece entre ambas. Pretende-se fazer uma discussão sobre planejamento a partir dos pressupostos históricos da organização da escola em Comênius, e a educação jesuítica para a escola laica, direcionada para a discussão sobre o ato de planejar. Pretendeu-se refletir e discutir acerca dessa historicidade que atribui ao planejamento os resultados alcançados, e obtidos no campo educacional e social, a partir da busca pelo aperfeiçoamento da prática educativa. Na sequência será abordado o planejamento a partir das Leis de Diretrizes e Bases Nacionais, Leis 5.692/71 e 9.394/96 e a representação para a educação nesse novo cenário, pós-processo de constituição, além de discutir a prática de planejamento na perspectiva Tradicional, Tecnicista, Nova, Construtivista e Democrática e, para concluir, almejou-se refletir sobre a importância do planejamento para a edificação de um clima escolar favorável à construção de sujeitos autônomos para a transformação da sociedade. O trabalho se baseia na pesquisa de cunho Bibliográfico, pesquisa descritiva, embasada na perspectiva da abordagem qualitativa e, como técnica, utilizou-se a pesquisa participante. Assim, almejou-se com a pesquisa contribuir para que as mudanças de fato aconteçam e sejam significativas no espaço escolar, e dentro da sala de aula. Palavras-chave: Planejamento –Tradicionalismo – Construtivismo

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ABSTRACT

This monographic study aimed to understand how planning interferes with the learning of the classroom Elementary 4th grade I in Tiradentes School Tanquinho village of Lapp? Reflecting about the work we intend to understand how planning affects on student learning in the classroom. Search planning as a resource for learning interfere. Understanding how appropriate pedagogical practices qualify the teaching-learning. Topics covered throughout the text bring influence thinking on planning in the relations of positive and negative way, learn traditional and constructivist conception and what the relationship is established between them. In order to make a discussion about planning from the historical premises of the organization of the school in Comenius, and Jesuit education for secular school, directed to the discussion of the act of planning. It is intended to reflect, and discuss about this historicity that attaches to planning, the results achieved and obtained in the educational and social fields, from the search for improvement of educational practice. Following will be approached planning from the National Laws and Guidelines Bases, Laws 5.692/71 and 9.394/96 and representation for education in this new scenario, post- process of the constitution, and to discuss planning practice in traditional perspective, technicist, New, Democratic Constructivist and to conclude, we aim to reflect the importance of planning for the building of a school climate conducive to building autonomous subjects for the transformation of society. The work is based on research of die Library, descriptive research, based on the perspective of a qualitative approach, and how art was used participatory research. Thus, we aim with the research contribute to the changes actually happen and are significant within the school and within the classroom.

Keywords: Planning - Traditionalism - constructivism

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................10 I CAPÍTULO - OS PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS DO PLANEJAMENTO.....18 1.1. Comenius e a Didática Magna: a organização de planejamento..............................20 1.2. O planejamento na Ratio Studiorum, para a Escola Régia.......................................24 1.3. Escola Nova: o sentido do planejamento..................................................................29 1.4. A Pedagogia Tecnicista: seus fundamentos teóricos e suas implicações no planejamento pedagógico.........................................................................................32 II CAPÍTULO - PLANEJAMENTO A PARTIR DAS LEIS DE DIRETRIZES E BASES NACIONAIS....................................................................................................37 2.1. A LEI nº 5.692, de 11 de agosto de 1971.................................................................37 2.2. A LEI nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996...........................................................39 2.3. Representações do planejamento tradicional na escola............................................41 2.4. Escola Nova e o planejamento..................................................................................42 2.5. O planejamento na perspectiva Construtivista.........................................................45 2.6. O planejamento na Escola Democrática...................................................................45 III CAPÍTULO – A INTERFERÊNCIA DO PLANEJAMENTO NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO – LAPÃO – BA.....................................................................................49 3.1. A prática do planejamento na Escola Municipal de Tanquinho...............................49 3.2. Metodologia..............................................................................................................50 3.3. Análise dos planos de aula, e do PPP da Escola Municipal de Tanquinho..............51 3.4. Análise de Questionário aplicado às professoras do 4º ano, e à Coordenadora Pedagógica.......................................................................................................................53 Considerações Finas........................................................................................................55 Referências......................................................................................................................57 Apêndice..........................................................................................................................65 Anexos.............................................................................................................................66

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INTRODUÇÃO

Planejar é algo que perpassa o cotidiano, pois em tudo que se faz precede o ato de planejar. O planejamento difere o homem como ser racional dos outros animais que agem instintamente. Com essa referência racional do que seja planejar, a ideia de planejamento é estratégica nos dias de hoje, pois através do planejamento é possível organizar a racionalização das nossas intenções com meios para atingir um determinado fim. Qualquer ideia ou projeto a ser realizado, para ser concretizado deve passar pelo planejamento. O ato de planejar é uma ação de organização das ideias com relação àquilo que se quer concretizar. Vasconcellos aborda que “Planejar é antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a ser realizadas e agir de acordo com o previsto. Planejar não é, pois, apenas algo que se faz antes de agir, mas é também agir em função daquilo que se pensa.” (2002 pg.79). O desenvolvimento estratégico de ações a partir do planejamento surge em detrimento do pensar. O ato de pensar é o ápice que conduz a realização daquilo que se deseja concretizar. Isso implica dizer que a ação planejada é uma ação pensada antecipadamente para alcançar objetivos. Esses objetivos representam nossas intenções na vida pessoal, profissional e em todos os contextos da história humana. A reflexão acerca do ensino, e no que tangia ao planejamento atrelado à ação do professor em sala de aula era o que estava em discussão no processo de escrita da Carta Magna na sociedade da época. Segundo Comênio (1966) para manter as instituições de referência na sociedade era necessário estabelecer um modelo a ser seguido, e que este passasse por uma rigidez na sua execução. A saída para manter tais instituições era baseada no ensino. Este deveria ser capaz de transformar o indivíduo, contribuindo para sua formação humana, baseada em princípios morais e religiosos. O mesmo deveria honrar a sua fé, professando-a de forma verdadeira. Restando apenas o cumprimento das atividades sociais que era uma consequência do ensino. Essa forma de ensinar partia de uma ação estratégica, de um planejamento já elaborado para se atingir os desígnios esperados. Se complexa era ação formativa do homem, quiçá o seu desenvolvimento sem formação.

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Para ressaltar a ação de planejar no contexto educacional é necessário considerar a história, que envolve a educação e a sociedade, pois a partir dela se reconhece as mudanças e necessidades exigidas do planejamento. O planejamento traz uma organização própria no contexto educacional a partir do modelo de organização social. Planejamento e comportamento estão enraizados nesse processo e nessa perspectiva se espera do planejamento também um ato de controle das ações, dos valores e normas estabelecidas. De acordo com Bordignon (2011) o ano de 1932 é marcado pela luta dos professores que, organizados, buscaram contribuir com as reformulações do ensino e a abertura para o diálogo na sociedade. O diálogo fez com que houvesse o surgimento das mudanças no cenário educacional que nasceram de lutas em prol de uma educação nova. O desejo de renovar os modelos educativos existentes foi uma necessidade de efetivar de fato as práticas de ensino. Se feito um paralelo entre o período do século XIV/XV marco da educação jesuítica, e o ano de 1932, pode-se perceber segundo Souza (2003) que a descoberta para uma nova realidade no cenário educativo e no campo do acesso à informação se deu a partir da tomada de consciência. Esta foi uma forma de compreender que existiam saídas para se observar outros aspectos que se não analisados passariam despercebidos como, por exemplo, acesso a livros de propriedade da Igreja Católica. A abertura de tais obras ao domínio público proporcionou uma reflexão sobre o mundo de uma forma diferenciada. Tal reflexão surgiu da necessidade de conhecer o novo ou proporcionar mudanças indispensáveis para a sociedade, uma vez que essas estavam à disposição de todos e todas. A prática pedagógica, ligada diretamente a aprendizagem dos sujeitos, que tinha ligação direta com o planejamento, didática de ensino, passou a ser alvo de debates, pois seria então necessário rever questões antes não consideradas tão importantes. Dessa forma Bordignon (2011) afirma que no período do Manifesto dos Pioneiros a concepção acerca do planejamento obteve expressivas mudanças. Houve um avanço do modelo tecnicista para uma concepção política mais estruturada. Passou-se a acreditar em possibilidades de mudanças sociais, na abertura social para o diálogo acerca dos modelos vigentes na sociedade inclusive ao modelo educacional. De acordo com Libâneo (1994) o planejamento não se reduz apenas em um preenchimento de formulário para um domínio administrativo, é uma forma de prevenir

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os atos políticos pedagógicos, abrangendo assim os problemas sociais. Diante das questões abordadas anteriormente e com relação ao tema escolhido, almeja-se uma compreensão objetiva sobre a importância de um planejamento bem esquematizado, trazendo em si uma bagagem de orientação. Ansiando que a leitura desse trabalho sirva para os profissionais da educação repensar sua prática, e assim fazerem uma análise de si mesmos e como podem estar contribuindo no desenvolvimento de cidadãos que trazem um contexto crítico. Nessa perspectiva, Libâneo (1994) ressalva que o docente utiliza-se dos conhecimentos do processo de ensino, dos métodos específicos utilizados nas disciplinas, e ao mesmo tempo da sua própria experiência adquirida ao longo da sua profissão docente. A busca por um enriquecimento dos conhecimentos possíveis, através da reflexão que deve partir da proposta de educação formal, escolar e dos profissionais no intuito de que repense o planejamento de acordo com a sua realidade e a dos demais envolvidos, é um desejo coletivo que parte dos princípios daqueles que na prática vivenciaram as demandas do dia a dia quanto ao planejar por excelência, e pela necessidade de mudar o ensino. Segundo Libâneo (1994) é de suma importância uma preparação e coordenação da ação docente, na articulação da agilidade escolar e as dificuldades enfrentadas no contexto escolar. Para o autor, o planejamento não se reduz apenas em um preenchimento de formulário para um domínio administrativo, é uma forma de prevenir os atos políticos pedagógicos, abrangendo assim os problemas sociais. É então apresentado um contexto que está envolto a uma prática que não pode estar solta, mas interligada, preocupada com o ensino-aprendizagem dos sujeitos. O processo de ensino-aprendizagem precisa ser hábil, e preparar o aluno para a obtenção de aptidões, e agilidades, elementos tão necessários para a vida em todos os tempos. Devem ser orientados a aprimorar os seus valores, como respeitar regras e limites; ser responsáveis e comprometidos com os compromissos das relações com a escola, a família, e outros meios de convívio. Assim, ao atingir o amadurecimento como pessoa e sujeito social, espera-se que o mesmo possa agir com competência em todos os aspectos da sua vida.

Segundo Vasconcellos (1995), a atividade educativa desenvolvida pela escola repercute as suas ações na sociedade. O ato de ensinar por meio da transmissão de determinados assuntos, não garante que o sujeito internalize a aprendizagem como um processo de

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construção do conhecimento. Para tanto, é necessário envolver o sujeito no processo formativo, construindo com ele, no espaço de convivência, ações que de fato promovam uma aprendizagem autônoma. Sendo assim, esta escrita surge com uma necessidade de que seja pensada a importância do planejamento para construir um clima escolar favorável à construção de sujeitos autônomos para a transformação da sociedade. Valorar a educação é reconhecê-la como alternativa que conduz a mudança e evolução do sujeito.

O tema abordado Planejamento: a prática do planejamento na escola municipal de Tanquinho – Lapão – BA, nortear-se-á a partir do problema de como o planejamento interfere na aprendizagem dos alunos do 4º ano Fundamental I, na Escola Tiradentes de Tanquinho povoado de Lapão? O mesmo surgiu da experiência de estágio na referida instituição educacional, durante o estágio de observação em uma sala do 4º ano do Ensino Fundamental I, com 36 alunos. Essa turma apresentava níveis de aprendizado diferenciados, o que influenciou a divisão da mesma. Logo após retornar à escola para o estágio de regência presenciou-se uma divisão entre a turma observada. A separação aconteceu entre os alunos considerados avançados na aprendizagem e aqueles cujo desempenho não atingia as metas propostas pela professora na realização das atividades. Tendo que optar por uma das turmas ficou definido que seria escolhida a que apresentava maior nível de dificuldades, pois era a oportunidade de conhecer a docência nos desafios que ela se coloca para nós estagiários. A docência apresenta muitos desafios. Um deles constitui-se na ação de compreender o outro. Essa tarefa requer do sujeito ensinante e aprendente uma interdependência entre si. É necessário que haja trocas de experiências, ou seja, quem ensina deve para tanto buscar aprender com as dificuldades do sujeito e aperfeiçoar o uso das suas técnicas com o conhecimento apresentado ou construído. Nessa perspectiva, Libâneo (1994) ressalva que o docente utiliza-se dos conhecimentos do processo de ensino, dos métodos específicos utilizados nas disciplinas, e ao mesmo tempo da sua própria experiência adquirida ao longo da sua profissão docente. Esta é uma tarefa que faz do educador um ser em processo de formação. A formação docente deve ser continuada, é compreendida como processo. O processo de formação acontece através das técnicas utilizadas em sala, é um espaço de onde as experiências acontecem.

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A escolha metodológica da pesquisa se insere numa pesquisa de caráter bibliográfico. Segundo (GIL, 2002, p.44), “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A pesquisa bibliográfica permite que o investigador conheça as diversas possibilidades de se chegar aos fenômenos pesquisados, de forma ampla do que se poderia pesquisar normalmente por meio de outro método. Sua intenção é colocar o pesquisador em contato com o que já se produziu e se registrou a respeito do assunto pesquisado. Tais vantagens revelam o compromisso da qualidade da pesquisa. Foi desenvolvida também uma pesquisa descritiva, sendo necessário descrever as particularidades do grupo pesquisado. Tendo como meta compreender os sujeitos e suas particularidades durante o processo. Para Gil (2002) a análise descritiva permite ao pesquisador um olhar reflexivo sobre o espaço e sobre os sujeitos envolvidos. É uma oportunidade de conhecer os atores que contribuem para o desenvolvimento do trabalho. Segundo Rudio “A pesquisa descritiva deseja conhecer a sua natureza, sua composição, processos que o constituem ou nele se realizam. Para alcançar resultados válidos, a pesquisa necessita ser elaborada corretamente, submetendo-se às exigências do método.” (1986, p. 57). Diante disso a pesquisa foi realizada na Escola Tiradentes de Tanquinho Povoado de Lapão-Ba, possibilitando a ampliação do conhecimento quanto ao ato de educar. Este trabalho foi embasado na perspectiva da abordagem qualitativa, pois se usa a coleta de dados a partir do campo de observação e atuação. De acordo com Oliveira (2007) o termo pesquisa qualitativa pode ser interpretada de diversas formas, mas existe uma que melhor classifica o significado, usa-se a expressão abordagem qualificativa como forma de compreender a utilização de determinados procedimentos que necessitam de técnicas para envolver o objeto, compreendendo-o desde os seus processos históricos. Como técnica foi utilizada a pesquisa participante. De acordo com Gil (2002) é a partir desta que se compreendem os sujeitos, e suas relações sociais. É partindo desses estudos que se pode entender o sujeito, o seu espaço de convivência, e as condições de vida. Assim será observada a partir da relação entre os sujeitos no processo formativo como eles estabelecem entre si o diálogo. Foi utilizado também um estudo de caso para que se identificasse com mais propriedade os problemas decorrentes da ausência de diálogo em sala.

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A pesquisa está organizada em três capítulos. O primeiro discute: Os processos históricos do planejamento, bem como uma discussão sobre planejamento a partir dos pressupostos históricos da organização da escola em Comênius e a educação jesuítica para a escola laica direcionada para a discussão sobre o ato de planejar, além de tratar de questões sobre o planejamento e indisciplina em sala de aula. Nesse contexto, pode-se apresentar a estrutura educacional vivenciada pelos jesuítas. A princípio, parte-se da formação dada, para logo depois compreender como era a tarefa de planejar seguindo os princípios religiosos que influenciava o ensino. Dessa forma “A formação moral e religiosa era a primeira preocupação da Companhia. O futuro professor jesuíta devia se consagrar à formação da sua alma durante dois anos. Para este tipo de formação, os exercícios espirituais desempenhavam um papel muito importante”. (SOUSA, 2003.p.12) Quanto ao Planejamento, foi apresentada uma discussão acerca da responsabilidade da escola na formação educacional do aluno, e compreender que o planejamento é um auxiliador de extrema relevância nesse processo, pois o mesmo proporciona ao educando uma forma de se articular dentro da sala de aula, fazendo com que ele organize a aula abordando assim, a sua metodologia, o conteúdo a ser trabalhado, o objetivo que o mesmo almeja e todo o procedimento da aula. É interessante ressaltar que o professor precisa planejar as suas aulas de acordo com a sua realidade e do contexto dos alunos. É necessário que ele conheça, vivencie e procure adaptar-se à realidade dos indivíduos, os quais necessitam ter um ensino qualificado. Pois quando esse ensino qualificado não é utilizado pelo professor, o mesmo perde a oportunidade de desenvolver aulas que desperte nos alunos um interesse em aprender, pois o ensejo do planejamento bem estruturado é para dar esse suporte ao professor no desenvolvimento de atividade significativa. Vasconcellos pontua que: (...) Planejar significa antever uma forma possível e desejável. Se não há planejamento, corre-se o risco de se desperdiçarem oportunidades muito interessantes. Não dá para dar aula improvisando, em off e se não ficar boa, “regravar” (como nos programas de televisão). Não planejar pode implicar perder possibilidades de melhores caminhos, perder pontos de entrada significativos. (2002, pg. 149)

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Pensar sobre o planejamento implica refletir sobre a sua importância e a necessidade de que haja, a partir da sua utilização, transformações que beneficiem o contexto escolar ao qual estará sendo aplicado. Planejar perpassa por uma ação que deve ser bem elaborada. A ação de planejar deve para tanto ter o objetivo de envolver os alunos, a proposta deve vir com uma motivação para que haja participação em sala de aula. Segundo Aquino (1996), deve haver por parte do professor um propósito que busca vencer a hegemonia imposta pela escola, criando um espaço em que os alunos possam demonstrar a autonomia que cada um tem dentro de si. O segundo abordou o planejamento a partir das Leis de Diretrizes e Bases Nacionais, Leis 5.692/71 e 9.394/96 e a representação para a educação nesse novo cenário, pósprocesso de constituição, além de discutir a prática de planejamento na perspectiva Tradicional, Tecnicista, Nova, Construtivista e Democrática. Seguiram as reflexões acerca do planejamento no cenário educacional, e os resultados obtidos a partir dele numa ótica de intervenção para vencer a indisciplina em sala de aula.

Com base num planejamento dentro da concepção construtivista, Trindade (2012) aborda que a metodologia utilizada para desenvolver uma atividade construtivista consiste em uma interação professor e aluno, no aperfeiçoamento dos conhecimentos trabalhados promovendo uma participação e interação entre os envolvidos no processo. Percebe-se que dentro dos aspectos tradicionais há uma divergência com relação aos aspectos construtivista. Ambos promovem a educação do sujeito, porém as ações desenvolvidas são diferenciadas. A educação tradicional prepara o educando a partir de uma mecanização do conhecimento, apesar desse conhecimento não ser abstraído pelo sujeito.

O terceiro discute sobre a interferência do planejamento em sala de aula a partir da análise dos dados coletados com a pesquisa de campo na Escola Municipal Tiradentes de Tanquinho. Na oportunidade fez-se necessário abordar a forma como a escola tem lidado com o planejamento diante de tais demandas postas pela sociedade atual, visto que, ao esquematizar um plano para ser aplicada em sala de aula, a utilização de novos métodos que gerem estímulos aos alunos favorecem à aprendizagem dos mesmos.

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Todo e qualquer professor tem a capacidade de contribuir para a transformação dos sujeitos na sala de aula. É necessário que o mesmo rompa com o modelo de ensino posto como único e faça do exercício docente uma ação inovadora que conduza a mudança do planejamento, pois ele poderá trazer para a prática pedagógica uma relação de aprendizagem, o que favorecerá no processo de aprendizagem em sala de aula. Assim, cabe aos educadores compreender o processo histórico do planejamento e construir condições para sustentar uma relação de equilíbrio e é isso que esse trabalho pretende abordar as inerentes do planejamento.

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I CAPÍTULO

OS PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS DO PLANEJAMENTO

Esse capítulo apresenta uma discussão sobre planejamento a partir dos pressupostos históricos da organização da escola em Comênius, e a educação jesuítica para a escola laica, direcionada para a discussão sobre o ato de planejar. Pretende-se refletir e discutir acerca dessa historicidade que atribui ao planejamento, os resultados alcançados, e obtidos no campo educacional e social, a partir da busca pelo aperfeiçoamento da prática educativa. Discutir planejamento requer a compreensão de que o homem em seu processo de formação e adaptação no espaço de convivência sempre necessitou ter ações que o ajudassem em sua sobrevivência. Segundo Albuquerque (2010), as atribuições dadas aos esquemas como, por exemplo, capturar animais era uma ação pensada que partia do ato de planejar. Planejavam-se os instrumentos de caça, a partir do tamanho dos animais. Ações como essas mostram que já havia um planejamento estratégico ou apenas um planejamento que fosse capaz de chegar ao resultado final com êxito. O mesmo autor coloca que é importante que haja o planejamento daquilo que se vai realizar. E há uma compreensão de que sempre existiram sujeitos que esquematizaram as suas ações diárias, mas que em um dado momento outros já não estavam tão organizados quanto ao que fazer. Diante do contexto histórico, o sujeito que não planejava, não definia os seus sentidos de organização ou realização daquilo que se pensava como resultado. Para Gandin (1999,) quando se questiona sobre a importância do planejamento, logo é lembrado que quando se chega ao resultado final, sabendo-se que foram atingidas metas estabelecidas e cumpridas ao longo do percurso, é pelo simples fato de que o trabalho foi realizado com perfeição. A beleza com que se constrói um planejamento está atrelada a sua intenção, que é chegar com êxito, no momento certo, no espaço desejado. De acordo Padilha “Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas.” (2001, p.30). A

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ideia de planejamento está presente em todos os setores da sociedade e faz parte das suas instituições. São estes meios que se podem organizar melhor os projetos e ações que serão executadas em um determinado tempo e espaço. O resultado positivo será o fruto da organização. No caso da instituição educacional, o resultado positivo será a aprendizagem dos sujeitos.

O planejamento dentro da instituição educacional é o caminho para se compreender o sucesso que se pode obter com a estruturação do ensino, ou melhor, daquilo que se pretende trabalhar com os alunos. O êxito parte da forma à qual o planejamento é encarado. Esta ação está atrelada ao ato político-pedagógico que traz consigo não só o poder de reflexão sobre a estruturação do ensino, mas também as formas possíveis de melhorá-lo. O mesmo autor afirma que o ato de planejar deve passar pela reflexão acerca da atitude que se pretende tomar. A ação apresentada pelo autor pode ser compreendida por um ato de compromisso e perspectiva de mudança. No caso da educação, o planejamento surge como um mecanismo de suporte, sendo este, autor da transformação que está intimamente ligada à reflexão. Esta mesma reflexão deve estar presente quando se pretende compreender o cenário educacional no Brasil. O planejamento da Educação, no Brasil, tem sido entendido tanto como numa acepção macro – em nível sistêmico, governamental, etc., quanto na acepção micro – em nível escolar ou mesmo de sala de aula. No primeiro caso, há duas vertentes principais. (...) e são vários pesquisadores (Pedro Demo é um exemplo recente) que se ocupam em estudar, propor e divulgar planos (estratégicos, tácitos e operacionais) para dar conta dos problemas educacionais brasileiros. A segunda vertente macro denomino de acadêmica, não só pelos Na acepção micro, vamos identificar também duas vertentes, mas com um recorte diferente do anterior; tratam-se de dois enfoques distintos: uma vertente tecnicista e outra que denomino de participativa ou crítica. Ambas se ocupam do planejamento e da avaliação focados na escola e na sala de aula; [...] (XAVIER, 2000, p. 34-35).

O autor apresenta o planejamento educacional, revelando a sua importância não somente para a educação, como também, para outras instituições da sociedade. Retrata que o planejamento está para enfoques distintos e é trabalhando de acordo com o contexto da sala de aula e da forma a qual se pretende avaliar. De acordo com Libâneo, o Planejamento Escolar “é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a

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problemática do contexto social” (1992, p. 221) O autor apresenta a importância do planejamento e afirma que as estratégias contidas nele devem estar voltadas e em consonância com todos os atores da sociedade. Percebe-se que o professor deve buscar articular-se em sala para promover um estreitamento entre escola e comunidade. O planejamento escolar vem com a proposta de unir ambas as instituições.

Dessa forma, a preocupação pedagógica com o planejamento vai além do que as instituições que financiam a educação podem imaginar. Há um desejo de que o sujeito se aproprie do conhecimento, possa refletir de forma verdadeira o seu papel na sociedade, questionar-se de forma crítica acerca do papel da escola e da educação em sua formação. Assim, esta compreensão surge no momento que se sabe que o planejamento educacional está posto para todos, e pode atender as formas específicas como, por exemplo, o individual e coletivo, este mecanismo aponta a existência do respeito para com os sujeitos, e o tempo de sua aprendizagem.

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COMENIUS E A DIDÁTICA MAGNA: A ORGANIZAÇÃO DE PLANEJAMENTO

Comenius é considerado um dos grandes pensadores que marcaram história da educação no século XVII, precursor da ideia de uma educação democrática e de um planejamento pensado para o coletivo, defendia interesses de inclusão de todos os sujeitos da sociedade independente de serem considerados fracos ou forte economicamente, serem do sexo masculino ou feminino, providos de conhecimento, ou vistos como incapazes. A Didática Magna de Comenius surgiu com o ideal diferenciado, prega um educar “tudo a todos totalmente” (Omnes Omnia Omnimo). O significado destes termos, assim como a sua proposta educacional é o que faz a diferença, e leva a compreensão do seu legado, a consolidação de um planejamento que realmente estivesse voltado para a construção do conhecimento de todos os sujeitos. Para Comênio (1996) a forma a qual a sociedade havia sido constituída, levou-o a refletir e questionar-se sobre a educação, que deveria ser inclusiva, e estar preocupada com uma maneira nova de ensinar e promover conhecimento. Esta era uma atitude encontrada para mudar o cenário educacional que

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necessitava passar por transformações a partir de um planejamento inclusivo, e pensado dentro de uma perspectiva coletiva.

Para Comenius as instituições da sociedade deveriam se preocupar com a educação dos sujeitos que, necessitados de uma educação de qualidade e baseada em princípios de liberdade, não recebiam uma formação para a vida, pois estavam muito presos aos princípios religiosos, a uma formação apenas para os princípios da religião, sendo que os ideais de transformação estavam sendo esquecidos, pois não havia pessoas que discutissem as situações sociais de forma crítica, ou quiçá enxergavam esta realidade.

A Didática Magna suscitou nas escolas a ideia de criar o planejamento, um trabalho que seria basicamente voltado para o ensino inclusivo. Este ensino não deveria ficar somente entre entrelinhas, mas deveria abarcar de fato a todos, e de maneira especial, os que sempre foram vistos como incapazes como, os deficientes, e outros subordinados que tiveram seu processo de formação interrompido em diferentes tempos.

A Didática trazia um ideal de democratização e Comenius soube articular a ideia na perspectiva do planejamento, pois a mesma partiu das observações de uma sociedade que estava carente de mudanças, de novas propostas e assim de uma integração entre os sujeitos. Para Comênio (1966) algumas ações excludentes na escola e na sociedade resistiram ao longo do tempo, mas se transformaram a partir do ato de planejar para a modificação dos sujeitos. E em muitos casos essas ações permaneciam visíveis, porém faltavam meios que tentassem saná-las. Outro fator refletia a presença da mulher na sociedade, pois ela em muito foi negada, e paralela a isso as suas oportunidades também. O contexto excludente imposto pela sociedade abarcava em sua totalidade os indivíduos menos favorecidos que já sofriam por outras problemáticas sociais. Comenius, quando pensou na Didática, buscou refletir estas questões, pois a sua luta foi direcionada a tentativa de resolver parte do que considerou como injustiça imposta pelo sistema político numa única ideia, o planejamento inclusivo seria o caminho para se resolver muitas das problemáticas e danos causados à educação das pessoas que estava à margem da sociedade.

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Na sociedade pensada por Comenius, não deveria existir homens apenas de aparências. Eram necessários verdadeiros homens. No âmbito educacional “convém formar o homem, se ele deve ser homem”, (Comênio,1966, p.55). Esta era a ideia contida no ato de planejar. A formação recebida pelo homem, não deveria ser superficial. Era preciso uma reflexão profunda sobre a vida, os valores. A capacidade de mudar era inerente apenas do sujeito, mas este deveria para tanto querer ser transformado, pois de nada adiantaria. A mudança estava apenas para quem de fato quisesse assumir uma postura humana, uma reflexão para a vida. Que todos se formem com uma instrução não aparente, mas verdadeira, não superficial, mas sólida; ou seja, que o homem, enquanto animal racional, se habitue a deixar-se guiar, não pela razão dos outros, mas pela sua, e não apenas a ler nos livros e a entender, ou ainda a reter e a recitar de cor as opiniões dos outros, mas a penetrar por si mesmo até o âmago das próprias coisas e a tirar delas os conhecimentos genuínos e utilidade (Comênio, 1966, p.164)

Para Comenius, a formação pessoal de cada sujeito, era em particular de cada sujeito, mas esta formação deveria ser verdadeira e não bastante aparente. O desenvolvimento da personalidade devia ser algo levado para a vida, e esta bastava, quando adequada à realidade do sujeito. Assim diz Comenius “se, mesmo agora que morremos quase no instante em que nascemos, e o fim se anuncia desde o momento em que temos origem, nos perdemos em frivolidades, que aconteceria se tivéssemos a certeza de viver centenas ou milhares de anos?” (Comênio; 1966, p.192). O autor retrata o modelo de vida adotado pelo ser humano ao longo da sua existência, mas revela que a educação sem o planejamento devido foi suficiente para tornar homens limitados às suas subjetividades.

Ele mostra que mesmo não sabendo como será o futuro, e quiçá o dia da morte cada indivíduo já tem suas decisões muitas vezes baseadas em vaidades. Assim sendo, se o futuro fosse algo do conhecimento de cada ser humano, e se o tempo de vida que resta a cada um fosse da noção de todos, dado a entender quantos anos viveria, como imaginar as ações do ser humano sabendo-se disso? Estes eram os questionamentos e reflexões do autor da Didática Magna.

O modelo de escola pensado por Comenius deveria apresentar uma proposta baseada em um planejamento que refletisse uma formação não apenas de seres conhecedores, mas de verdadeiros sujeitos sociáveis. Havia uma preocupação em formar pessoas para a

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vida, que realmente refletissem sua condição enquanto ser humano, tendo como meta e princípios acolher a todos, sem distinção de qualquer indivíduo que fosse, ou idade que tivesse.

O direito a igualdade e acesso à escola deveriam ser iguais. E nesse espaço deveria haver liberdade para pensar, pois “(...) que o homem, enquanto animal racional habituese a deixar-se guiar, não pela razão dos outros, mas pela sua,(...)” (Comênio, 1966, p.164). No processo de formação, o sujeito deveria ser convidado a refletir sobre os seus próprios conceitos e decisões. Dessa forma, todos deveriam agir de acordo com os seus princípios em particular, e não simplesmente viver de acordo com os princípios dos outros.

Para Comenius o planejamento deveria estar dentro do Currículo construído em particular para o ensino infantil como uma ferramenta de pensar estrategicamente a formação de cada indivíduo, e nessa proposta está inclusa os atos perceptíveis de cada sujeito, a cognição e percepção do espaço, as descobertas quanto às limitações de cada um. Estes para Comenius eram elementos fundamentais que faziam parte do processo de aprendizagem, surgidos primeiramente a partir da ação do ver, ouvir, pensar e agir. Para ele desde cedo deveria haver “ocupação, de exercício e de instrução”. (Comênio,1966, p.192). Portanto, dava sentido e condição de que as crianças de 0 a 6 anos tivessem acesso à educação, e não fossem limitadas ao aprendizado.

A escola a partir da Didática Magna passou a ter uma organização diferenciada, pois a ideia de planejamento trouxe em sua proposta, ideais de mudanças que abrangeram desde a inclusão dos sujeitos, a inserção de um modelo de ensino que visasse à transformação de todos os indivíduos. O planejamento na educação seria uma alternativa de fazer com que uma sequência de planos fosse seguida, e que o professor se orientasse quanto ao que ele necessitasse trabalhar. Para Comenio (1966) o ato de planejar serviu para organizar o processo de aprendizagem de cada sujeito. Nesta perspectiva a escola seria o espaço reservados à aprendizagem, lugar em que se ensinaria a todos. Assim, o planejamento levaria em consideração todos os fatores inerentes ao ser em formação, fatores externos à escola que aparentemente não eram relevantes, mas em muito contribuiria para compreender as relações estabelecidas por cada um.

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1.2-

O PLANEJAMENTO NA RATIO STUDIORUM, PARA A ESCOLA RÉGIA.

A Ratio Studiorum tem origem da Companhia de Jesus. Esta era representada por Jesuítas, que mantinham no ensino ideias conservadoras que valiam para a formação de professores jesuítas, estruturação e organização da sala de aula no que se referia à disciplina.

A proposta inicial da Ratio na construção da educação brasileira, de acordo

com Ponce (1973) pregava que “Nenhuma das pessoas empregadas em serviços domésticos pela Companhia deverá saber ler e escrever, e elas não deverão ser instruídos nestes assuntos, a não ser com o consentimento do Geral da Ordem, porque para servir a Deus basta a simplicidade e a humildade”. Desta forma os trabalhos da Companhia teriam como ser mantidos, pois os servos humildes estariam a serviço das obras de Deus. Este pensamento partia dos jesuítas que acreditavam que para cada servo existia uma tarefa a ser cumprida. A educação que deveria ser de todos, passou a ser uma educação de classes, o modelo de ensino jesuítico atravessou todo o período colonial levando sua influência ao império e à república, “sem ter sofrido, em suas bases, qualquer modificação estrutural, mesmo quando a demanda social de educação começou a aumentar, atingindo as camadas mais baixas da população e obrigando a sociedade a ampliar a sua oferta escolar”. (ROMANELLI, 1987, p. 35). Dessa forma o modelo de ensino pregado pela Ratio ganhou resistência, foi criticado, mas em seu processo histórico esteve “à margem da vida, dedicada à conservação dos esquemas mentais clássicos e das convenções sociais estabelecidas”. (Mattos, 1958, p. 297). Os esquemas mentais se davam a partir das matérias trabalhadas, e a forma a qual se aprendia estava atrelada ao planejamento, ou seja, possíveis caminhos de organizar a formação dos sujeitos em sala. A educação na Ratio Studiorum foi marcada pela divisão de matérias necessárias a formação humana. Quanto ao horário de aplicação do planejamento Franca (1952) conta que a Ratio dispõe 5 horas de estudos por dia, ficando duas e meia pela manhã e as demais no tempo da tarde. O período de aprendizagem era distribuído entre o grego e o latim, a prosa e a poesia, e os vários exercícios escolares, falação, aula, arranjos, desafios etc. A ordem dos estudos poderia ser alterada em combinação com os conhecimentos locais. Contudo, o planejamento deveria ser executado sem que houvesse prejuízos no ensino. Sousa afirma que “Para isso, era necessário elaborar em detalhe as instruções relativas à sequencialização das disciplinas e ao método de estudos

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nos Colégios e Faculdades. No fundo, ele desejava uma Ratio Studiorum cuja missão seria a de ajudar aqueles que começavam a ensinar”. (2003, p.10). Esta era a proposta da Ratio. Os estudos ofertados pela Rátio Studiorum traziam em sua estrutura diversas áreas de conhecimento, pois não poderia faltar uma formação consistente. Esta formação era basicamente a pedagogia da Ratio, e deveria ter como cunho a preparação não somente de leigos, mas sujeitos que discutissem sobre diversos assuntos, com pessoas de diversas crenças, e posições sociais. Para Miranda (2009) a pedagogia da Ratio almejava que o educando, baseado em princípios de liberdade, fortalecesse a sua forma em particular de agir na sociedade. Esperava-se que ao máximo, e em harmonia com outros fatores cada indivíduo se pusesse em um nível hierárquico diferenciado. A discussão acerca dos valores deveria ser outra, e as formas as quais se manifestavam a fé, tinha que ser superior a dos demais. Essa formação de acordo com o autor preparava os leigos, embora muitos para serem Jesuítas, e logo depois de direcionados ao contato com o povo tinham preparação suficiente para conquistar pessoas para a fé. Os princípios da pedagogia jesuítica fomentava uma liberdade, baseada nos valores religiosos, que para o momento era superior a qualquer conhecimento que poderia ser dado. A formação que a Ratio oferecia durava um determinado período, e ofertava uma promoção durante o processo de aquisição do conhecimento até que os alunos, futuros professores estivessem preparados para o trabalho. De acordo com Franca (1952) já havia a construção do currículo na Ratio e, que o mesmo apresentava as suas classes ou níveis de conhecimento diferenciados. Para cada classe havia um período necessário para se compreender determinadas questões. Os períodos de formação variavam entre 1, 6 e 7anos. Estes chegavam a ser considerados pouco o muito tempo para aquisição do que era necessário aprender. Se percebida assimilação das informações passadas, cada aluno era promovido e subia de nível nos estudos, passando assim para a última ou penúltima classe de gramática ínfima gramática primi ordinis e ínfima gramática secundi ordinis, a depender do avanço de cada um. A formação da Ratio acontecia de forma diferenciada. Apesar de haver um Currículo que deveria ser seguido por um determinado período, os alunos eram acompanhados em níveis de assimilação do que aprendiam. Para Franca (1952) o discurso que era direcionado aos alunos era menos informativo do que formativo. Esperava-se com essa

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prática, que o aluno exercitasse o poder de compreensão sem tanto forçar a sua mente, mas que fizesse o uso da sua imaginação que estava sendo aguçada. Dessa forma, o juízo e a razão, seriam trabalhados sem tanto esforço. A escolha por este método ajudava os alunos e futuros professores a analisarem outros contextos, criticarem situações adversas da sociedade, adquirirem hábitos pelo estudo, pela descoberta e desejo de investigação, tudo partindo de uma apreciação bem particular. A Escola Régia constituiu-se como uma ação em demonstração ao poder do ministro Sebastião José de Carvalho Melo, Marquês de Pombal sobre a Capitania do Grão-Pará, assim considerada. Surgiu como uma alternativa de vencer o modelo escolar jesuítico, que tinha o seu planejamento voltado ao fortalecimento das ações religiosas, que em muito desestruturava a organização voltada aos interesses econômicos do rei de Portugal. De acordo com Burke (1992) a implantação das Aulas Régias previa quebrar um modelo educacional vigente que era estruturado em um planejamento que em muito favorecia a Igreja Católica, pois o mesmo apresentava-se dentro de um padrão considerado imutável. Era então necessário mostrar que este novo modelo educacional surgia para construir desconstruindo de forma diferenciada, mas com a obtenção de resultados.

Para começar, havia um planejamento que estruturava as disciplinas que deveriam ser trabalhadas por um único professor, este princípio baseava-se na aplicabilidade de um novo plano. Este desenvolveria habilidades diferenciadas, e faria com que o processo cultural passasse por uma renovação. Era preciso inicialmente mexer com a estrutura do que havia sido posto educacionalmente.

Todas as reformulações que surgiram como, por exemplo, no campo educacional no que se referia à forma a qual o planejamento jesuítico era desenvolvido, estavam intrinsecamente ligadas ao interesse econômico, referente principalmente ao domínio de território e mão de obra. Segundo Haje (1993) muitas foram às problemáticas surgidas com relação ao abuso de poder por parte dos governantes do Pará. Para tentar resolver tais situações por meio da Câmara da cidade, os paraenses reivindicaram a D. João V, mostrando-se contrários a todos os abusos provindos exclusivamente dos governantes da Capitania do Estado do Maranhão e Grão-Pará, já que ambas estavam sendo arbitrários para com a população resolveu nomear representantes, para assumirem de

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forma exclusiva determinadas capitanias que seriam formadas. Previa com essa forma centralizar o poder de alguns governantes e impedir que houvesse tantas intromissões acerca da administração no desenvolvimento tanto econômico, quanto educacional da Capitania do Grão-Pará.

A luta do Marquês de Pombal para implantar as Aulas Régias na Capitania do Pará, se deu a partir do momento que “O trabalho dos missionários católicos na Capitania paraense, foi orientada de modo a ser conseguida a conversão das almas e a libertação dos índios do cativeiro que os colonos lhes impunham” (CRUZ, 1960:126). A proposta da Capitania de Jesus, baseada em princípios de liberdade, e atrelada ao modelo de um planejamento que em muito contribuía para a formação de fieis, fez com que Pombal instituísse outro modelo de ensino que entrasse em vigor e que fosse capaz de enfraquecer o modelo de ensino dos jesuítas.

A tarefa de implantação do novo modelo de planejamento dentro das aulas régias e de outras medidas importantes, contava também com o apoio do Governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado irmão do Marquês de Pombal poderoso ministro detentor de uma autoridade inestimável. Para cumprir os mandos e as ordens do poderoso ministro, Mendonça Furtado determinou que era “para acabar de vez com o regime antigo e extinguir a lembrança das Missões” (CRUZ, 1960:127). Esta medida foi criada para poder implantar as aulas régias, pois novo planejamento começaria a vigorar, e dessa forma o poder estaria totalmente centralizado nas mãos do rei, sem intervenções da Igreja.

A implantação das Aulas Régias trouxe para o campo educacional resultados drásticos quanto à aplicação e desenvolvimento do novo modelo de planejamento. Os avanços não foram significativos, pois o ensino jesuítico que tinha em sua base professores com capacidade para ensinar, agora já não estaria presentes na Escola Régia, pois quem a comandava tratou de expulsar os padres e jesuítas que estavam a serviço da educação mesmo sendo de cunho religioso. Esse se constitui o momento do surgimento dos conflitos sociais. Tais conflitos perpetuaram-se entre a reforma pombalina que foi uma ação do estado na figura do rei, mesmo tendo elos coma Igreja. Para Azevedo a ramificação de tendências que, se não chegam a determinar a ruptura de unidade de pensamento, abrem o campo aos primeiros choques

28 entre as idéias antigas, corporificadas no ensino jesuítico, e a nova corrente de pensamento pedagógico, influenciada pelas idéias dos enciclopedistas franceses, vitoriosos, depois de 1789, na obra escolar da revolução (1996:532).

Para o autor essa foi à consequência resultante para o modelo de planejamento jesuítico enfraquecer. A questão em destaque era o poder que o rei tinha em instituir uma ordem mesmo que essa não viesse a agradar a população. Mesmo com a existência de elos mantidos entre a Igreja e o Estado a reforma pombalina continuaria em substituição ao ensino jesuítico. “O que sofreu o Brasil não foi uma reforma de ensino, mas a destruição pura e simples de todo o sistema colonial do ensino jesuítico.” (MIRANDA, 1975: 34). “Não foi um sistema ou tipo pedagógico que se transformou ou se extinguiu sem que essa destruição fosse acompanhada de medidas imediatas, bastante eficazes para lhe atenuar os efeitos ou reduzir a sua extensão...” (MIRANDA, 1975: 34). O autor considera a reforma não somente como um novo modelo de ensino e aplicação de um novo planejamento que se restaurou na metade do século, mas uma ação destrutiva a algo que estava dando certo. De acordo com Holanda Pelo Alvará de 28 de junho de 1759 o Rei de Portugal decretava toda uma reforma nos estudos de latim, grego e retórica, como também proibia que os padres jesuítas pertencentes à Companhia de Jesus se ocupasse do ofício de ensinar um desses estudos ou qualquer pessoa que pretendesse ensinar utilizando o método jesuítico. Acompanhava esse dispositivo, orientações que insistiam preferencialmente no ensino do latim, pois aqueles que aprendiam, aprendiam “um vivo desejo de passarem às ciências maiores” (1985:83).

Para o rei a reforma educacional, e a instauração do novo planejamento era o momento que estava surgindo na sociedade um ensino que de fato produziria retornos econômicos para o estado. A não permissividade para que os jesuítas ensinassem representou uma saída para que o estado não tivesse prejuízos por falta de mão de obra. Se a Igreja estava pregando a não obrigatoriedade do trabalho, o estado começaria a formar sujeitos para as ciências maiores. As ciências maiores representavam uma capacitação que abria ao indivíduo a oportunidade de servir ao estado.

Diante do novo contexto vivido pela educação, Cruz (1973) afirma que mesmo com tantas especulações acerca da reforma educacional, muito ainda necessitava ser transformado. A sociedade de Belém ainda esperava por mudanças significativas. Esperava-se pela estruturação não somente de um planejamento na educação, mas um

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planejamento que fosse pensado para estruturar uma sociedade que não estava avançando.

1.3 - ESCOLA NOVA: O SENTIDO DO PLANEJAMENTO

O novo modelo educacional que passa a ser instituído com transição do ensino tradicional para o desenvolvimento de um novo planejamento para a melhoria da educação é chamado de Escola Nova. Para Gadotti (2001) a Escola Nova é a representação de um dos mais reforçados movimentos de renovação do modelo educacional existente que surgiu logo após a criação da escola publica burguesa. Para o autor, seus ensinamentos e a prática exercida nela sugeria que a educação instigasse a mudança social a partir da utilização de novos mecanismos presentes no novo planejamento, assim visava transformar a sociedade, pois a mesma já estava em mudança. As décadas de 1920 e 1930 representaram para a sociedade o memento da aplicação de reformas a exemplo da Revolução de Outubro de 1930, momento da tecnificação do ensino / aprendizagem, modelo que surgiu com o intuito de transformar os ideais educativos e os princípios sociais tendo como base a Escola Nova Brasileira que trazia consigo uma nova visão acerca do planejamento. Ressalta-se a influência do professor Manoel Bergström Lourenço Filho à frente da Diretoria Geral da Instrução Pública do estado de São Paulo, e o controle exercido sobre o projeto de educação que visava o desenvolvimento que era previsto para acontecer em todos os campos principalmente o educacional. Segundo Habermas (1975) o processo de racionalização, corresponde uma organização do funcionamento das instituições e pode ser compreendido como um momento da ampliação de todos os setores sociais. O desenvolvimento se daria a partir da Industrialização do trabalho social, com a conseqüência de que os padrões de ação instrumental penetram também em outros domínios da vida (urbanização dos modos de viver, tecnicização dos transportes e da comunicação). Trata-se, em ambos os casos, da propagação do tipo de agir racional-com-respeito-a-fins: aqui ele se relaciona à organização dos meios, lá à escolha entre alternativas. A planificação pode finalmente ser concebida como um agir racional-com-respeito-afins, de segundo grau: ela se dirige para instalação, para o aperfeiçoamento ou para a ampliação do próprio sistema do agir racional-com-respeito-a-fins. “racionalização” progressiva está ligada

30 à institucionalização do progresso científico e técnico. (HABERMAS, 1975, p.303)

Ainda de acordo com Habermas (p.303-304), o processo denominado como “racionalização”, foi uma estratégia para manter sobre as instituições sociais um controle a partir da dominação pública. Esta dominação pública se deu a partir dos ideais que surgiram com o objetivo de exercitar de forma controladora o que aparentemente era considerado como racional baseado no respeito. Além disso, tinha os seus objetivos traçados baseados numa metodologia que ainda não havia sido compreendida, mas que de forma subversiva mostrava o seu interesse em transformar os campos sociais. Dessa forma, houve “uma dominação (sobre a natureza e sobre o homem), dominação metódica, científica, calculada e calculadora” (HABERMAS, 1975, p.304). Essa foi uma forma de mostrar os interesses que já haviam sido estabelecidos através da criação do projeto educacional. A proposta foi clara, pois o objeto material de dominação foi exclusivamente o homem, apesar de este ter a condição necessária para produzir a partir de uma razão técnica, e planejada.

Diferente deste contexto estava a produção fabril que impunha sobre o indivíduo a necessidade de dependência do trabalho. Nesse caso a relação é inversa, “Aqui é o trabalhador que deve se adaptar ao processo de trabalho, já que esse foi objetivado e organizado na forma parcelada". Igualmente, “o trabalhador ocupa seu posto na linha de montagem e executa determinada parcela do trabalho necessário para produzir determinados objetos”. O resultado torna-se, assim, uma consequência da forma como é organizado o processo. Deste modo, “o concurso das ações de diferentes sujeitos produz assim um resultado com o qual nenhum dos sujeitos se identifica e que, ao contrário, lhe é estranho” (SAVIANI, 1984, p.14-15). É uma questão que está intimamente ligada à subjetividade humana.

A ideia da unificação do sistema de ensino a partir dos novos meios que conduzem ao planejamento é uma ação estratégica, pois pretendeu o desenvolvimento das novas propostas pedagógicas. Saviani argumenta que a [...] proliferação de propostas pedagógicas tais como o enfoque sistêmico, o micro-ensino, o tele-ensino, a instrução programada, as máquinas de ensinar etc. Daí, também, o parcelamento do trabalho pedagógico com a especialização de funções, postulando-se a introdução no sistema de ensino de técnicos dos mais diferentes matizes. Daí, enfim, a padronização do sistema de ensino a partir de

31 esquemas de planejamento previamente formulados aos quais devem se ajustar as diferentes modalidades de disciplinas e práticas pedagógicas. (1984, p.16)

De acordo com o autor se na “pedagogia tradicional” a ação educativa era de responsabilidade do professor que era, ao mesmo tempo, “o sujeito do processo, o elemento decisivo e decisório”. Agora a pedagogia tecnicista traria a ideia de planejamento, voltada para garantir a formação dos alunos, através dos trabalhos que seriam desenvolvidos. Dessa forma, “na pedagogia tecnicista, o elemento principal passa a ser a organização racional dos meios, ocupando professor e aluno posição secundária”. Esses, os professores, estavam “à condição de executores de um processo cuja concepção, planejamento, coordenação e controle ficam a cargo de especialistas supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais” (SAVIANI, 1984, p.16-17). Compreende-se que, o domínio e a preponderância não se reduziram apenas aos dispositivos de estado ou meramente ao nível econômico, é possível identificar que existiu um processo de disciplinarização necessário da população e envolvem as áreas do trabalho, espaços escolares, familiares, e até as formas mais simples de relações entre os indivíduos (VIEIRA; PEIXOTO; KHOURY, 2002, p.8). Pode-se garantir, afinal, o uso característico da técnica e da ciência como caminhos naturais e parciais em prol ao progresso material e social. A tecnificação do ato docente, neste caso, aparece como decorrência de um novo jeito de idealizar a educação.

Todas as transformações recomendadas para a educação durante a década de 1930 foram além do espaço escolar, notas que foram documentadas, datadas do início do século XX, e indicam que esferas sociais representados pelas autoridades públicas estavam atentadas com os rumos da educação, haja vista, tais propostas articulavam-se a respeito das questões da ordem urbana e a estruturação do trabalho fabril. Na expectativa de reformas e mudanças delegou-se à escola e à educação grande importância nos projetos de reforma e “saneamento social” (MATE, IBID).

A teoria e prática escolanovista tinha como objetivo por em prática as finalidades da reforma educacional, em que se priorizava a racionalização do ensino, instituindo-se um padrão único de horário, leis específicas de regulamentação de ensino, métodos e programas direcionados à educação. Dessa forma, podemos dizer que os “renovadores

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da educação” como, por exemplo, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Antonio de Almeida Júnior e Antonio Carneiro Leão construíram um discurso que conjugava “propostas e intervenções sociais que vinham ocorrendo solitariamente lançando, com isso, projetos pedagógicos de estatuto científico que lhes conferiam, assim, certa visibilidade” (Mate, 2002, p. 41). Por meio da realização de programas voltados às reformas educacionais, têm-se um ensino contendo normas e regras de funcionamento escolar, além de seleção e tradução de novas intenções da pedagogia surgidas no exterior. Têm-se ainda os reflexos da criação dos métodos pedagógicos e disciplinares que se configuram e são sustentados por novos conceitos científicos, oriundos do campo da Psicologia, finalmente, das orientações sistêmicas que surgiram em prol da educação. (Idem) Assim, os ensinamentos do “como se deve fazer”. Instruções, essas, que seriam realizadas por um "corpo de assistentes técnicos" propostos aos estudos acerca dos problemas que estão ligados ao aperfeiçoamento da educação e de seu controle objetivo sobre a sua finalidade, que proporcionariam o, aprender a aprender, a todos os alunos.

1.4 - A PEDAGOGIA TECNICISTA: SEUS FUNDAMENTOS TEÓRICOS E SUAS IMPLICAÇÕES NO PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO

Segundo Kuenzer e Machado (1982) a pedagogia tecnicista após décadas tem sua oficialização, no Brasil, logo no final dos anos 60, diante de um contexto da consolidação da fase em que se vivenciava o desenvolvimento econômico, como uma das saídas para a baixa dos resultados provindos do ensino e altos índices de evasão e repetência que de fato atalhavam do desenvolvimento da educação. Nesse momento, seguinte ao golpe militar de 1964, é vivenciado um processo de valorização das técnicas de industrialização que foram se desenvolvendo e fortalecendo a economia. Assim, houve a necessidade de formação dos operários / trabalhadores para suprirem as necessidades deste novo modelo que avançava, pois a busca por pessoas capacitadas para o desenvolvimento de determinadas funções vinha aumentando. Considerando as novas representações apresentadas acerca das relações sociais, pode-se compreender que são produtos, ou o resultado material e imaterial, quando se tem a ligação entre sujeito x sujeito, e como resultado a objeto imaterial. E sujeito x produção,

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e como resultado, objeto material. Dessa forma existe uma reprodução de ideias, fatos que por si justificam os meios e os fins. Para Kuenzer e Machado (1982), a escolha pela tecnologia educacional para representar as possibilidades existentes de se comprovar a eficiência de um sistema de ensino por meio da tecnologia, é algo extremamente peculiar do sistema empresarial. Este modelo organizacional configurou-se, então, em suas potencialidades e pode provar que, atreves deste, poderia haver um reordenamento do sistema educacional baseado nos princípios da racionalidade, eficácia e principalmente nos resultados. Para Kuenzer e Machado (1982) Os princípios citados acima são originados da Teoria Geral de Administração – e como sigla representativa tem a (TGA), processo este sistematizado por Frederick Taylor, que divulgou os encaminhamentos possíveis para se estruturar qualquer setor da sociedade, quanto aos aspectos, políticos, econômicos, sociais e pessoais. Essa estruturação corresponde o funcionamento e o processo de gerência dos fatos ligados ao planejamento e controle das ações que são executadas no âmbito empresarial. De acordo com (KUENZER; MACHADO, 1982, p. 39) o desenvolvimento de todo e qualquer sistema que esteja sendo executado deve ser garantido, pois é “pela maximização da utilização dos recursos de todos os tipos; (...) a produtividade máxima propiciada pela racionalização do trabalho e do controle sobre ele”. Esta é uma confirmação acerca da teoria de Taylor.

De acordo com o modelo organizacional pensado por Taylor, percebe-se que a educação segundo Schultz (1973) necessita ser compreendida e concebida a partir da Teoria do Capital Humano, pois este discute a educação como um mecanismo que exerce influência indispensável ao desenvolvimento econômico. De fato, concebe-se o aprimoramento de determinadas funções através da qualificação dos sujeitos que as ocupam. A necessidade de formação representa o indicativo de que se o operário for treinado, “educado” para tal, haverá retorno com a crescente produção. Segundo Saviani (2008, p. 383), a educação, nesse momento, era “concebida como um subsistema cujo funcionamento eficaz é essencial ao equilíbrio do sistema social de que faz parte”. O principal objetivo da educação era desenvolver nos indivíduos aptidões pelo trabalho. Almejava-se torná-los aptos e qualificados para desenvolverem determinadas funções às quais fossem direcionados, pois era através deste que haveria desenvolvimento econômico. Dessa forma estaria existindo um modelo de sociedade produtiva, que por

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meio da educação preparava as competências dos sujeitos. Para tanto, a reorganização do sistema de ensino contemplou:  a operacionalização dos objetivos, de modo a garantir a eficiência do processo educativo;  a ênfase à utilização de recursos audiovisuais no ensino e o desenvolvimento de componentes de instrução programada;  a avaliação somativa e periódica (visando a verificar/mensurar o atingimento dos objetivos previamente elaborados);  a separação entre os que planejam e os que executam o trabalho educativo, com a consequente fragmentação do processo pedagógico;  o planejamento e o controle do processo educativo pelos técnicos da educação/especialistas, de modo a assegurar a produtividade do processo. (SAVIANI, 2008, p. 383)

Dessa forma, o objeto central da pedagogia tecnicista era a disposição racional dos meios de organização, que estavam centrados no planejamento, este se concebia em um grau de importância acerca do processo pedagógico, que fora elaborado pelos especialistas. A postura de professor e aluno mediante o processo em que a abordagem educacional de valorização a tecnologia estava sendo aplicada e desenvolvida, sucumbiu às relações pessoais entre professor / aluno, relações estas que não poderiam enfraquecer. Contudo, através da tecnologia educacional inspirada por Taylor, houve um favorecimento à reprodução do conhecimento, a valorização da técnica, a repetição, fatores que garantiam pretendiam apenas garantir a assimilação dos conteúdos.

As dificuldades enfrentadas pela educação teve seu fundamento no método o qual estava sendo trabalhada. Com a valorização da neutralidade científica, não havia espaço para se interrogar as diferenças entre a educação e sociedade. Se existia uma verdade absoluta, não existia espaço para contradizer o que estava posto. A partir de então as reformas que surgiram para beneficiar o Ensino Superior (Lei 5540/68) e do Ensino Primário e Médio (Lei 5692/71 – que institui o Ensino de 1º e 2º graus), decorrentes dos acordos MEC-USAID de 1966 que foram representativas da influência da concepção tecnicista no contexto escolar. Pois, já havia um interesse de pensar a educação de forma mais abrangente. É um período histórico em que se pensa em fortalecer o ensino superior como garantia de fortalecer um projeto que principiasse o desenvolvimento. A mudança na Educação refletida a partir da reforma para o Ensino Superior teve como meta garantir “a eficiência, modernização e flexibilidade administrativa da universidade brasileira, tendo em vista a formação de recursos humanos de alto nível para o desenvolvimento do país” (GHIRALDELLI JR, 1990, p. 22). A reforma estabeleceu a

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possibilidade de se conseguir créditos no período de formação e o direito de se matricular por disciplinas. Este método previa a qualificação dos profissionais que estavam se formando, e em contra partida dificultava os estudos daqueles que há muito estudava ou estava ligado aos movimentos estudantis.

Quanto à organização

administrativa, esta foi dividida em setores para que houvesse um rendimento nos trabalhos. Quanto ao curso de pedagogia, sob a regulamentação do Parecer CFE n.º 252/69, passou a formar especialistas por meio das habilitações de: Magistério das Disciplinas Pedagógicas do Segundo Grau, Orientação Educacional, Supervisão Escolar, Administração e Inspeção Escolar, o que propiciou, dessa forma, a divisão do trabalho pedagógico ao fragmentar a formação do pedagogo em capacitações distintas uma da outra. Observa-se com clareza a intenção da reforma no que se refere ao ato de estreitar as relações, pois com o a departamentalização e a matrícula por disciplinas, haveria um distanciamento entre estudantes e professores dentro de um mesmo curso e espaço e nível superior. De acordo Brasil (2009) a reforma do Ensino de 1º e 2º Graus teve como objetivo adequar o educando a formação indispensável ao desenvolvimento de suas habilidades, e, além disso, qualificar para o trabalho e preparar para que este exerça bem a sua cidadania. Assim, houve a ampliação do tempo de estudo para oito anos, o que representou a aglutinação do curso primário e ginasial, extinguindo a separação entre a escola técnica, e o ensino profissionalizante. O problema a partir de então foi à qualidade com que era desenvolvido o ensino nessas instâncias, e os resultados que nem sempre foram satisfatórios. Diante de todo o contexto sofrido pelo ensino Kuenzer & Machado (1982) igualmente fizeram críticas à abordagem sistemática na educação, dentre as quais destacamos: a elaboração dos métodos e finalidades traçadas pelos especialistas da educação; a desconsideração das diferenças de classe entre os estudantes, ligado à crença de que é aceitável compensar as deficiências; os resultados contrários acerca do que se espera a partir da aplicação da avaliação e das falhas na própria estruturação do processo pedagógico, na medida em que as técnicas é que determinam os fins e só se ensina comportamentos que possam ser aceitos por determinadas realidades e que estejam previamente previstos no processo, enfim, o ato inadequado de tornar ocultas as relações entre educação e sociedade.

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Embora todas as problemáticas surgidas em um período em que a educação principiou um destaque em meio a tantas reformas, e permeou o progresso mesmo tendo ocorrido uma expansão acelerada dos resultados que em suas fases tornaram-se contrárias ao que realmente se esperava com os resultados. Houve, mesmo assim, a concretização de muitas metas traçadas para o desenvolvimento do ensino. Apesar de ter havido avanços na educação é perceptível que houve também os fracassos.

Paralelo ao ensino público ofertado pelo estado, cujo espaço era exclusivo para os filhos dos trabalhadores, e ofertado para a maioria da população residente nas periferias urbanas, a outra parte da população estava satisfeita, pois o estado baseou-se em outra ótica de status econômico e direcionou outras escolas para as camadas da população com maior poder aquisitivo. O que diferenciava essas ações era o modo como a organização pedagógica acontecia. O que determinou as reformas foi o planejamento que priorizou mudanças. Enquanto a maior parte das escolas públicas sob o controle do estado, cumpriu o Plano estabelecido pelas reformas, às instituições particulares lutaram em oposição ao ensino profissionalizante. Mantiveram-se pedagogicamente com um currículo baseado na valorização dos conhecimentos disciplinares, com proposições de certificações profissionais que possibilitassem a inclusão das disciplinas clássicas ao longo dos estudos.

II Capítulo

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PLANEJAMENTO A PARTIR DAS LEIS DE DIRETRIZES E BASES NACIONAIS

Este capítulo aborda o planejamento a partir das Leis de Diretrizes e Bases Nacionais, Leis 5.692/71 e 9.394/96 e a representação para a educação nesse novo cenário, pósprocesso de constituição, além de discutir a prática de planejamento na perspectiva Tradicional, Tecnicista, Nova, Construtivista e Democrática. Segue as reflexões acerca do planejamento no cenário educacional, e os resultados obtidos a partir dele numa ótica de intervenção para vencer a indisciplina em sala de aula. Os estudos serão baseados nas Leis nº 5.692/71 e 9.394/96, e em autores como Júnior (2007), Vasconcelos (2000), Paro (2008), Garcia (2005), e outros autores importantes nessa discussão. Segundo Aranha “A Constituição de 1946 reflete o processo de redemocratização do país, após a queda da ditadura de Vargas. Em oposição à Constituição outorgada de 1937, os “pioneiros da educação nova” retomam a luta pelos valores já definidos em 1934” (1996, p.204). Essa fase é marcada pelas discussões entre os representantes da escola pública e privada. O debate e posicionamento acerca da relevância do planejamento e postura adotada por cada instituição.

2.1 - A LEI nº 5.692, de 11 de agosto de 1971.

Tanto com relação ao tempo transcorrido, entre a publicação da lei anterior, quanto pelo desenvolvimento de instrumentos e técnicas mais adequadas, e modernas de planejamento, a Lei 5.692/71 abriu espaço para discutir o planejamento, este vem na introdução em suas letras. De acordo Júnior (2007) a partir da prerrogativa, de abertura para se discutir o planejamento, o Artigo 38 lembra que “os sistemas de ensino estimularão, mediante planejamento apropriado, o aperfeiçoamento e atualização constantes dos seus professores e especialistas de Educação”. No que tange ao estabelecimento e execução dos planos educacionais, presente no Parágrafo único do Artigo 53, fica claro que “o planejamento setorial da educação deverá atender às diretrizes e normas do Plano Geral

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do Governo, de modo que a programação a cargo dos órgãos da direção superior do MEC se integre harmonicamente nesse Plano Geral”. (grifos nossos). Analisando-se por uma concretude os aspectos tratados na nova lei 5.692/71 seu alcance determinou nos assuntos gerais da educação, uma demonstração que a mesma estava voltada para a renovação do planejamento, a partir da proposição das mudanças estabelecidas por ela. Dentre as diretrizes atuais, apresentadas pela Lei 5.692/71, que transformaram a organização do planejamento e das disciplinas temos a d) Inclusão obrigatória das disciplinas de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programas de Saúde no currículo plenos dos estabelecimentos escolares de 1º e 2º Graus – Art. 7º; e) Possibilidade de matrícula por disciplina, semestralidade e organização de classes com alunos de diferentes séries e níveis equivalentes de adiantamento em disciplinas determinadas – Art. 8º, §1º e 2º; g) Integração vertical entre o 1º e o 2º Graus, por meio de disciplinas, áreas de estudos e/ou atividades e as possíveis formas de relacionamento, ordenação e seqüência – Art. 5º; 18 e 21.

Vale ressaltar que, nas diretrizes atuais o planejamento é citado no Art. 5º; 18 e 21, quando descreve acerca da organização das disciplinas, a ordenação e sequência referindo-se a forma a qual o professor poderá trabalhar com seus alunos. Para Júnior (2007), muitas das ações relativas ao processo de planejamento já estavam previstas para seu uso e desenvolvimento, por exemplo, com o Decreto de 29 de janeiro de 1970 – Dispondo sobre planejamento de atividades escolares no ensino primário e médio e a Resolução SE nº 9, de 17 de fevereiro de 1970 – Baixando instruções sobre o planejamento das atividades escolares no ensino primário é médio. Um processo de orientação que contribuiria para a aplicabilidade e funcionalidade da reforma.

A partir da aplicabilidade do Art. 5º, e da resolução SE nº 9, de 17 de fevereiro de 1970 que orientava como o professor devia trabalhar em sala de aula, ficou claro que o planejamento estava sendo avaliado como um fator que exercia importância sobre a organização de sala de aula. Essa organização da sala de aula presumia a ideia de ordem, e de controle que deveria haver. Compreende-se que o planejamento, era uma estratégia para vencer a desordem em sala, a partir dessa organização que estava sendo pensada. Segundo Aranha (1996) a Lei nº 5.692/71 foi criticada, pois tinha um ensino fragmentado em ações reparadoras que visaram alfabetizar, porém de forma equivocada.

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Dessa forma o planejamento não era organizado e sua estrutura não contemplava o desenvolvimento do sujeito, no que se refere a sua formação. Essa foi uma problemática enfrentada pela lei 5.692, uma espécie de descrédito quanto ao seu funcionamento. De acordo com Demo (1997), a Lei 9.394 em seu Art. 14 em seu (inciso I), dizia que o professor poderia participar da construção do projeto pedagógico da escola com a nova reformulação. Entre as leis de Diretrizes e Bases de 1971e 1996, pode-se observar que o fato de a primeira lei ter o professor como observador, e o aluno comandando a sua aprendizagem numa perspectiva diferenciada de planejamento pode ser causadores da indisciplina, em contraposição a de 1996 que trouxe uma proposta diferenciada, a fim de buscar garantir a disciplina em sala de aula, pelo fato da proposta ser direcionada para o professor e aluno, para que o processo de aprendizagem fosse garantido.

2.2. A LEI nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

A partir da leitura de Demo (1997) compreende-se que a nova Lei n º 9.394/96 objetivava uma educação acessível a todos os sujeitos. Segundo o autor, a perspectiva da inclusão dos sujeitos no processo de ensino era um direito que deveria ser garantido, e um dever do estado assegurar a educação aos sujeitos. No Art. 15 da lei estão expostos que “(...) Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica, que os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público (...)”. Compreende-se então, que o processo de implantação da nova concepção de organização da educação e do planejamento, a partir da lei 9.394, podia ser vista por duas formas, uma que poderia dar certo e outra que diante de todo o processo já enfrentado pela educação, poderia vir a fracassar. De acordo com o Art. 14 (inciso I) existe uma abertura para que os professores participem e colaborem na construção da proposta pedagógica pensada pela escola. Assim, assegura o desenvolvimento da lei, no que se refere ao desenvolvimento da educação, e a organização do planejamento. Segundo Júnior (2007) a Lei 9.394/96 desencadeou interesse de produção no campo das inovações ,que beneficiassem a organização do sistema nacional de educação, ao tratar de temas, até então, divorciados dos textos legais vigentes. Nessa perspectiva, a lei evidenciou interesse em conduzir o modelo educacional, com a utilização de um

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novo planejamento. Este seria orientado pedagogicamente a partir dos princípios de flexibilidade, autonomia, participação, avaliação, financiamento, descentralização, competência, e demonstrava interesse em desenvolver outras áreas também, não apenas contribuir para a educação.

A nova lei trouxe consigo os princípios de garantia e obrigatoriedade do ensino para os sujeitos, presentes no (Art 2º) relata que “cada aluno tem o direito e o dever de cursar o 1º grau inteiro”. Em suas entrelinhas estava garantida a defesa do sujeito, proteção devida a sua dignidade. Faz-se necessário lembrar, que, o Art. 34 fala da jornada de trabalho a ser cumprida, e do período de ensino de 4 horas diárias em sala de aula, dessa forma o ponto forte era alcançar o aluno, pois este seria um dos maiores resultados a serem alcançados.

Segundo Júnior (2007) de acordo com a LDBN, 9394/96, nos artigos 12, 13 e 14 orienta como deve ser a prática do planejamento dentro do espaço escolar Artigo 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; (...) Artigo 13 – Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; (...) Artigo 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;

Observa-se que a participação coletiva na elaboração do planejamento é um ponto forte, evidenciado nos artigos da lei em destaque. As orientações pedagógicas para o planejamento são direcionadas para que haja uma máxima participação possível, na elaboração das ações educativas, o que já denota um processo de planejamento. Esse planejamento com caráter participativo tende a melhorar a relação professor / aluno, estes são os efeitos da participação dos estudantes enquanto comunidade escola no processo de aprendizagem. 2.3. REPRESENTAÇÕES DO PLANEJAMENTO TRADICIONAL NA ESCOLA

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Segundo Saviani (1988) a escola tradicional ou a pedagogia tradicional, esteve presente no contexto escolar, de forma hegemônica, uma ação de controle da educação, até final do século XIX. Sendo assim, esse modelo de ensino enfatizava em seu planejamento a técnica por meio da exibição dos conteúdos pelo professor, valorizando assim a exposição verbal e a método transmissor da informação. Esses conteúdos eram transmitidos ao aluno, e os mesmos tinham por obrigação, memorizar o que por vezes passava pelo processo de repetição. Saviani (1988) considera o método tradicional como intelectualista. Assim de acordo com o autor na pedagogia tradicional, os conteúdos eram pensados individualmente pelos professores, existia o planejamento, mas este era um direcionamento pessoal de cada professor, baseados geralmente em interesses que visavam apenas o controle, sem apresentarem nenhuma relação com o cotidiano dos sujeitos. Na escola considerada tradicional os interesses de aquisição da aprendizagem do aluno eram externos a aprendizagem do professor, pois os mesmo não construía o conhecimento em conjunto com os sujeitos. Diante dessa realidade, prevaleceu a transmissão de conhecimento, pois as metas da escola tradicional estavam centradas numa formação moral e intelectual. O trabalho de desenvolvimento do planejamento sem reflexos no processo formativo do aluno fez desta uma técnica que estava sendo baseada apenas na busca por resultados, e servia para estimular a memorização através aprendizagem que era por meio da imposição, e não como construção de conhecimento. Segundo Lourenço Filho (1978, p. 20-21) Ao crescer esse número não se deram logo sensíveis mudanças no espírito e na forma do trabalho escolar. Nos graus inferiores, continuaram os alunos a aprender os rudimentos da leitura, escrita e aritmética; nos demais, a memorizar lições de que muitas vezes não chegavam a compreender o conteúdo.

A ausência de compreensão dos conteúdos trabalhados em sala de aula são fatores que apontam a metodologia tradicional do ensino mediante o período de desenvolvimento do planejamento, a individualidade, via nesse, o caminho favorável ao desenvolvimento individual.

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De acordo com essa escola tradicional, os esforços de cada aluno é que dirão o grau de plenitude que serão alcançados por cada um. Contudo, não são consideradas as diferenças referentes à classe social, e a prática escolar já que esta a princípio não traz consigo nenhuma relação com o dia a dia do aluno, buscou apenas trabalhar a parir da memorização de tudo aquilo que precisava ser passado para o sujeito. Segundo (SANTA CATARINA, 1945, [n.p.]). Sobre tal aspecto, lembra Lourenço Filho (1978, p. 21): “Os procedimentos didáticos, que logravam êxito com certo número de crianças, de igual modo não serviam a outras”. Por todo o tempo em que se desenvolveu tal método, o planejamento não atingiu a todos, pois nem todos aprendiam da mesma forma, além da pedagogia tradicional não reconhecer as diferenças existentes no processo, não permitiu que houvesse uma evolução nas ideias dos alunos. Assim, o que sempre esteve posto foi uma proposta de limitação do sujeito no processo construção do conhecimento.

2.4. ESCOLA NOVA E O PLANEJAMENTO

Após a criação da Escola Nova (1930) pretendeu-se obter um significativo desenvolvimento na área da educação. O fato de organizar um projeto, baseado em ideais coletivos, no que tange a participação efetiva de todos os atores que compõem a educação é uma estratégia que visou à renovação do ato de ensinar. Portanto, constituise como a fase da estruturação de um novo planejamento voltado para o ensino. Segundo Carvalho “Coordenar um movimento de elaboração de uma cultura pedagógica nacional, incentivando a participação de professores e estudiosos de questões educacionais e subsidiar a prática docente dos professores pela mediação de hábitos de leitura informados por um trabalho de atualização e de crítica bibliográfica” (2001, p.75).

Esta foi a pretensão de trabalho estabelecido durante a reforma educacional que previa incentivar no processo de sua execução um trabalho participativo que contaria com a colaboração de professores, estudiosos das questões relacionadas à educação, para que estes pensassem em métodos pedagógicos eficazes para serem aplicados na execução do projeto. Fica claro que a

43 “Escola Nova” é um órgão destinado à livre exposição e crítica de assuntos educativos, sejam os de pura doutrina, sejam os de aplicação direta e imediata. Nessas condições, franqueia suas páginas a todos quantos, professores de oficio ou estudiosos dos vários aspectos do problema educativo, desejem colaborar a sério numa obra de coordenação da nascente cultura pedagógica nacional. “Escola Nova”, não terá noticiário, nem publicará homenagens, ou artigos literários de pura forma. Sua seção bibliográfica organizar-se-á de molde a constituir-se um repositório de informação retrospectiva e contemporânea da cultura pedagógica mundial, facilitando aos professores a organização e orientação de suas leituras. (Escola Nova, v. 1, n.1, 1930, p.1)

O novo modelo educacional mostrava-se preocupado acerca das problemáticas que o ensino vinha enfrentando. A alternativa encontrada foi abrir espaço para uma discussão que não deveria ser feita de forma individualizada. O ideal era fazer com que todos os profissionais contribuíssem para a construção de um novo planejamento participativo no qual poderia se expor as diversas realidades às quais eram enfrentadas por cada sujeito. Para a Escola Nova (1930) o ideal coletivo presente na nova reforma educacional visava não somente melhorar a prática de cada professor, mas informá-lo acerca de uma cultura pedagógica mundial que se instalava no Brasil, e aos poucos ia ganhando espaço. O fato de não limitar o conhecimento a partir da instauração da nova cultura pedagógica, fez dessa nova reforma, algo extremamente plausível para o momento no qual o cenário da educação necessitava de mudanças que fossem de fato significativas Na compreensão da finalidade a que deve servir, orientado segundo as normas da ciência, amparado por uma organização de assistência técnica, todo e qualquer professor paulista, até o mais humilde, terá a liberdade para sugerir e criar, será incentivado para o estudo científico da criança, para o conhecimento da nova psicologia e de suas surpreendentes aplicações.]. Onde tem estado uma escola sem alma queremos agora uma escola com alma. Onde se queria um títere, queremos um mestre animado pela inteligência. A inteligência baseado num saber, a inteligência que deve construir um Brasil novo. (LOURENÇO FILHO, 1930a, p. 3-4)

O novo modelo de profissional ressurgia com a reforma educacional. Havia uma nova proposição de trabalho, buscava-se organizar um cenário que havia perdido sua consistência, mas que aos poucos ia revelando a capacidade de inovação. O processo de reinventar a prática educativa com a nova reforma educacional pretendeu assegurar o melhoramento da prática pedagógica e a liberdade que todos os profissionais da sociedade inclusive os da educação deveriam ter no que diz respeito à organização, funcionamento e aquisição dos resultados dentro da instituição a qual ele representa.

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A Escola Nova impactou com ideais que já haviam sido instalados na sociedade. Inicialmente, repaginou um contexto histórico com a nova reforma educacional. Esta serviu para dar um novo sentido à escola, pois se ela havia perdido os seus princípios, agora teria a oportunidade de passar por mudanças significativas em prol da construção de uma nova sociedade.

Para Carvalho (2001, p.77) este é considerado o momento em que se conduzia à implantação das ações reformistas que “abrangeram a reformulação técnico administrativa dos órgãos subordinados à Diretoria e a decretação da autonomia didática do professor”. É a partir desse novo contexto “que se articula a estratégia editorial da revista Escola Nova, como órgão prestador de serviço, cuja natureza se evidencia como de assistência técnica” (Idem, p.77). O professor a partir desse novo ideal educacional ganhou visibilidade e liberdade para pensar e articular o seu planejamento que se reconfigurava nesse novo momento histórico. Seria disponibilizado o acompanhamento para esses profissionais e estes teriam acesso às orientações que poderiam encontrar na revista Escola Novo. Dessa forma Um dos pontos capitais do programa da atual administração do ensino é o de dar, ao srs. professores, ampla autonomia didática, dentro das normas compatíveis, com a boa regularidade do serviço e adoção de técnicas que se baseiem num conhecimento objetivo da criança e compreensão da finalidade social a que devem tender as escolas.(Informações, Escola Nova, v.1, n.1, out. 1930, p.66)

Os professores seriam acompanhados na construção dos seus planejamentos, ficando estes, a espera de aprovação. Os professores pensavam os seus projetos para o ano seguinte, sabendo-se que os mesmos só seriam aplicados se tivessem sido aprovados pela Diretoria a qual orienta sobre o trabalho, técnicas e regras que deveriam ser seguidas. Vejamos: “Nesse sentido, venho solicitar-vos redijais em colaboração com os srs. professores desse estabelecimento, um projeto de programa de ensino, para ali ser adotado, no próximo ano, desde que aprovado por esta Diretoria” (Informações, Escola Nova, v.1, n.1, out. 1930, p.66). Já existia um ideal de planejamento pré-elaborado, o que representa organização no sistema de ensino. 2.5. O PLANEJAMENTO NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA

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Em contraposição, a Escola Tradicional Mizukami (1986) afirma que no processo de ensino deve ocorrer erros por parte do aluno no processo de pesquisa sendo que o mesmo possa desmistificar resultados prontos, criar, inovar e aperfeiçoar técnicas existentes. Fazendo com que a haja uma construção do conhecimento. Baseado em um planejamento dentro da concepção construtivista, Trindade (2012) aborda que a metodologia utilizada para desenvolver uma atividade construtivista consiste em uma interação professor e aluno, no aperfeiçoamento dos conhecimentos trabalhados promovendo uma participação e interação entre os envolvidos no processo. Percebe-se que dentro dos aspectos tradicionais há uma divergência com relação aos aspectos construtivista. Ambos promovem a educação do sujeito, porém as ações desenvolvidas são diferenciadas. A educação tradicional prepara o educando a partir de uma mecanização do conhecimento, apesar desse conhecimento não ser abstraído pelo sujeito. O rigor com o qual o ensino é pensado permite ver a indisciplina, mas isso não significa que a mesma não existe. A educação construtivista permite que o conhecimento, oposto a ideia tradicional, seja construído a partir de ações livres, criativas e conscientes.

2.6. O PLANEJAMENTO NA ESCOLA DEMOCRÁTICA

Do ponto de vista da gestão democrática o planejamento escolar caracteriza-se pela sua construção baseado no diálogo, na interação, e flexibilidade entre os seus autores. Dessa forma o planejamento escolar é também um processo reflexivo. Entretanto, a reflexão que é exigida no planejamento reflete também a necessidade de que aconteça na escola mudanças imprescindíveis ao seu desenvolvimento. A existência de várias situações distintas faz necessitar uma análise como, por exemplo, estrutural, cultural, pedagógica, política e social. Dessa forma, é necessário buscar alcançar o que no planejamento é posto como meta a ser cumprida. Na escola democrática todos os atores são importantes para a construção do planejamento. Todos colaboram com ideias, sugestões, é assim que o êxito alcançado, pois existem visões diferenciadas em um único campo de trabalho que necessitam ser analisadas. A análise acerca das diversas realidades em um só espaço escolar faz

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melhorar as condições postas pela própria convivência. Nesse aspecto, observa-se que as singularidades são respeitadas, e o compromisso com o sujeito vem como ponto essencial favorecendo a dinâmica organizacional da instituição escolar. O planejamento na escola democrática deixa transparecer o seu processo teórico metodológico o qual exerce interferência sobre a realidade. Dessa forma, o planejamento é indispensável à ação pedagógica e ao fazer pedagógico. Vasconcelos (2000, p.63) determina o planejamento “enquanto construção - transformação de representações é uma mediação teórico metodológica para a ação, que, em função de tal mediação, passa a ser consciente e intencional”. Esse processo de mediação do planejamento em sua elaboração é um fator de extrema importância para a sua fase de aplicabilidade, pois quanto mais mediada for a ação, mais resultados poderão ser obtidos. A abertura para a construção de um planejamento mediado perpassa pelo diálogo na gestão educacional, pois essa pode ter como fim o desenvolvimento pedagógico e contribuir para a democracia na educação. A valorização das relações internas, em sala de aula, ou em outros setores da escola é o ápice para construção do respeito entre os diferentes sujeitos que compõem a instituição. Assim, temos a gestão, os professores, estudantes, a família e os demais colaboradores.

A gestão escolar voltada para a mudança social possibilita romper com uma gestão fechada, não dialógica e acima de tudo baseada numa ótica empresarial capitalista. A gestão democrática é diferenciada, pois possibilita a idealização das suas ações pedagógicas sobcondição coletiva. De acordo com Paro é possível afirmar que, para dar conta de seu papel, ela [a educação] precisa ser, pelo menos, duplamente democrática. Por um lado, porque ela se situa no campo das relações sociais onde [...] torna-se ilegítimo o tipo de relação que não seja cooperação entre os envolvidos. Por outro, porque [...] a característica essencial da gestão é a mediação para a concretização de fins; sendo seu fim a educação e tendo esta um necessário componente democrático, é preciso que exista a coerência entre o objetivo e a mediação que lhe possibilita a realização, posto que fins democráticos não podem ser alcançados de forma autoritária. (2001, p. 52)

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A valorização da participação efetiva de todos os sujeitos da escola é um ponto positivo, pois a mesma rompe com o padrão autoritário que existia em outras gestões. A gestão democrática valoriza a participação de toda a comunidade, por compreender que o seu funcionamento acontece com a colaboração de todos. De acordo com Paro (2008) é preciso mexer com toda a estrutura escolar, com os procedimentos administrativos, estruturação curricular, e o mais necessário, desenvolver mecanismos escolares que aumentem a autonomia do aluno e o funcionamento da escola através da colaboração de toda a comunidade escolar. É necessário que o professor reconheça que está lidando com a formação humana de diversos sujeitos, e para tanto saiba lidar com as questões pertinentes a aplicabilidade do planejamento, pois o mesmo é estruturado para atingir de forma positiva o ser humano. Frente à realidade vivida por cada indivíduo, o professor deve aprender a lidar com as subjetividades e saber lidar com os seus próprios problemas, fracassos, descobertas como diz Paulo Freire [...] Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e solidário, não é falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando que aprendemos a falar com eles. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que em certas condições precise de falar a ele. [...] Até quando, necessariamente, fala contra posições ou concepções do outro, fala com ele como sujeito da escuta de sua fala crítica e não como objeto de seu discurso. O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário ao aluno, em uma fala com ele. (1996, p. 127-128; grifos no original)

O desenvolvimento da democracia é um processo que perpassa pelo viés da organização coletiva. Dessa forma no espaço escolar democrático o planejamento é estabelecido a partir das relações interpessoais de escuta, espaço para falar, valorização das parcerias, construção de espaços para trocas de aprendizagem e experiências entre professores e educandos. A luta para que a proposta democrática se efetive na sociedade brota da existência dos espaços autoritários presentes na sociedade mesmo em dias atuais. Assim, o exercício democrático implica envolver todos os sujeitos da escola e ainda, de forma coletiva visa vencer as problemáticas que permeiam a gestão democrática para que a mesma não

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tenha tendências a vir a tornar-se autoritária. O fortalecimento da escola democrática provém da ação efetiva que visa à educação para todos.

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III CAPÍTULO

A INTERFERÊNCIA DO PLANEJAMENTO NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO – LAPÃO – BA

Nesse capítulo, refletiu-se sobre a importância do planejamento para a construção da aprendizagem, buscando compreender a interferência do planejamento na aprendizagem dos alunos da Escola Municipal de Tanquinho – Lapão - BA. Partir da análise de dados, e da reflexão acerca dos resultados sobre a prática do planejamento, espera-se contribuir para que as mudanças de fato aconteçam e sejam significativas no espaço escolar e dentro da sala de aula. Dessa forma, valorar a educação, é reconhecê-la como alternativa que conduz a transformação e evolução dos indivíduos. 3.1 – A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO NA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO

O tema abordado foi norteado inicialmente a partir do problema de como o planejamento interfere na aprendizagem dos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental I, na Escola Tiradentes de Tanquinho povoado de Lapão? O mesmo surgiu da experiência de estágio nessa instituição, durante o estágio de observação na referida turma, esta apresentava níveis de aprendizado diferenciados, o que influenciou a divisão da mesma. Logo após retornar à escola para o estágio de regência presenciou-se uma divisão entre a turma observada. A separação aconteceu entre os alunos considerados avançados na aprendizagem e aqueles cujo desempenho não atingia as metas propostas pela professora na realização das atividades. Tendo que optar por uma das turmas ficou definido que seria escolhida a que apresentava maior nível de dificuldades, pois era a oportunidade de conhecer a docência nos desafios que ela se coloca para nós estagiários. A docência apresenta muitos desafios. Um deles constitui-se na ação de compreender o outro. Essa tarefa requer do sujeito ensinante e aprendente uma interdependência entre si. É necessário que haja trocas de experiências, ou seja, quem ensina deve para tanto buscar aprender com as dificuldades do sujeito e aperfeiçoar o uso das suas técnicas com o conhecimento apresentado ou construído. Nessa perspectiva Libâneo (1994)

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ressalva que o docente utiliza-se dos conhecimentos do processo de ensino, dos métodos específicos utilizados nas disciplinas e, ao mesmo tempo, da sua própria experiência adquirida ao longo da sua profissão docente. Esta é uma tarefa que faz do educador um ser em processo de formação. A formação docente deve ser continuada, é compreendida como processo. O processo de formação acontece através das técnicas, utilizadas em sala, é um espaço de onde as experiências acontecem.

3.2 – METODOLOGIA

A escolha metodológica da pesquisa se insere numa pesquisa de caráter bibliográfico. Segundo (GIL, 2002, p.44), “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica está no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente (idem, p.45). Sua intenção é colocar o pesquisador em contato com o que já se produziu e se registrou a respeito do assunto pesquisado. Tais vantagens revelam o compromisso da qualidade da pesquisa.

Foi desenvolvida também uma pesquisa descritiva, para colher dados para a escrita monográfica, sendo necessário descrever as particularidades do grupo pesquisado. Tendo como meta compreender os sujeitos e suas particularidades durante o processo. Para Gil (2002) a análise descritiva permite ao pesquisador um olhar reflexivo sobre o espaço e sobre os sujeitos envolvidos. É uma oportunidade de conhecer os atores que contribuem para o desenvolvimento do trabalho. Segundo Rudio “A pesquisa descritiva deseja conhecer a sua natureza, sua composição, processos que o constituem ou nele se realizam. Para alcançar resultados válidos, a pesquisa necessita ser elaborada corretamente, submetendo-se às exigências do método.” (1986, p. 57). Diante disso a pesquisa foi realizada na Escola Tiradentes de Tanquinho Povoado de Lapão-Ba possibilitou a ampliação do conhecimento quanto ao ato de educar. Este trabalho foi embasado na perspectiva da abordagem qualitativa, pois se usou a coleta de dados a partir do campo de observação e atuação. De acordo com Oliveira

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(2007) o termo pesquisa qualitativa pode ser interpretada de diversas formas, mas existe uma que melhor classifica o significado, usa-se a expressão abordagem qualificativa como forma de compreender a utilização de determinados procedimentos que necessitam de técnicas para envolver o objeto, compreendendo-o desde os seus processos históricos. Como técnica será utilizada a pesquisa participante. De acordo com Gil (2002) é a partir desta que se compreendem os sujeitos, e suas relações sociais. É partindo desses estudos que se pode entender o sujeito, o seu espaço de convivência, e as condições de vida.

3.3 – ANÁLISES DOS PLANOS DE AULA, E DO PPP DA ESCOLA MUNICIPAL DE TANQUINHO

A partir da análise das atividades acompanhadas na turma do 4º ano matutino, da Prof.ª Jussiane, nos dias 03, 04,05/12, foi observado que o Planejamento continua sendo construído a partir da concepção tradicional, observação feita a partir da aplicação de um SIMULADO de matemática. O modelo tradicional de ensino, que neste trabalho não está sendo descartado, mas reanalisado a partir do momento que se prioriza e da ênfase ao conteúdo, sem que não haja nenhuma reflexão dos alunos sobre o que estão fazendo. Está sendo analisado a partir do anseio de que haja uma abertura para a discussão acerca da autonomia dos sujeitos, da parceria com os professores para o desenvolvimento do planejamento, e dos resultados que corresponde à aprendizagem através de uma ação educativa eficaz. Compreende-se com a pesquisa, que até que o SIMULADO que foi aplicado venha favorecer um bom desempenho ao nível de aprendizagem dos alunos daquela turma, em especial, muita reflexão já tenha sido perdida por não ter havido como prioridade a compreensão matemática, e simplesmente, o cumprimento de metas que devem ser obtidas com a realização dos planos. Assim, cumprem-se as metas do planejamento, que são específicas para a Secretaria de Educação, com o uso de métodos tradicionais segundo a observação feita nesta pesquisa. Apesar de haver, também, uma ação construtivista dentro do planejamento, ainda não houve um desapego do método tradicional de ensino, que neste trabalho não visa ser descartado, mas reanalisado.

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A análise dos planos foi feita a partir da aplicação do SIMULADO / 2013 – 4º ano, em que as questões de matemática não deram possibilidades para que os alunos refletissem o processo de como chegar às respostas. A partir da discussão dessa pesquisa, compreende-se que seria importante que houvesse uma contextualização nas questões para que os alunos refletissem o contexto daquilo que estavam fazendo. As questões do SIMULADO, a partir dos estudos feitos para este trabalho, são apresentadas dentro da prática tradicional de conceber avaliação. Este modelo não é descartado na pesquisa, mas entende-se que é imprescindível que os professores compreendam que o planejamento tem uma capacidade de intervenção importante no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Portanto, como está especificado no PPP, o planejamento deve favorecer a reflexão e consequentemente o alcance dos resultados desejáveis. Constatou-se durante a observação em que o simulado foi aplicado, que houve aqueles que marcaram as alternativas sem a tentativa de chegar à resposta. Sobre essa situação, Sant’anna (1995, p.27) afirma que a “avaliação só será eficiente e eficaz se ocorrer de forma interativa entre professor e aluno, ambos caminhando na mesma direção, em busca dos mesmos objetivos”. Dessa forma, alguns dos alunos apenas cumpriram a presença em sala, mas não se esforçaram por fazer os cálculos, e além desse problema não acertaram o preenchimento do gabarito o que implicou na nota. A partir da observação identificou-se que a reprodução do cálculo sem a contextualização que permeia o direcionamento da pergunta não favorece a aprendizagem dos alunos, mas é uma meta estabelecida pela Secretaria da Educação e deve ser cumprida. Percebe-se com a pesquisa, a interferência do planejamento e o modelo de avaliação que está sendo usado na Escola Municipal de Lapão, tendo como objetivo favorecer a aprendizagem dos alunos. A questão acima referir-se à forma pela qual se pretende contribuir com a aprendizagem do aluno, em sala de aula, a partir do desenvolvimento do planejamento. De acordo com o PPP da escola, é necessário que se estabeleça um princípio reflexivo por parte de quem irá executar o plano de aula, pois dessa forma não só o plano que é fruto do planejamento será bem executado, como favorecerá o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Só que nem tudo aquilo que está exposto no Projeto Político Pedagógico vem sendo seguido na prática.

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Para compreender a relação estabelecida entre a Secretaria de Educação e a Escola Municipal Tiradentes de Tanquinho, quanto ao planejamento anual programado para o Ensino Fundamental I, foi necessário entrevistar as professoras responsáveis pelas turmas do 4º ano, Prof.ª Estelina, e de forma exclusiva a responsável pela sala observada, Prof.ª Jussiane, e a Coordenadora Pedagógica Cleide Batista, como o objetivo de saber como está sendo articulado o planejamento na Escola Municipal de Tanquinho. 3.4 – ANÁLISE DE QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS PROFESSORAS DO 4º ANO E À COORDENADORA PEDAGÓGICA. Quando perguntado se o livro didático é utilizado nas aulas, e se ele é o único apoio pedagógico, ou se há acompanhamento pedagógico no processo de elaboração do planejamento. Elas refletem, e Jussiane responde: - Deveria ser, mas os alunos não trazem. Sendo assim, utilizamos textos geralmente impressos. Além das orientações didáticas que são mínimas, temos que buscar alternativas na Internet, pois não temos uma ajuda pedagógica consistente. Não há sugestões da Secretaria de Educação, o que eles indicam já vem como proposição de trabalho nos livros didáticos. O livro é bom, mas não está adequado à realidade do aluno. Na sequência foi perguntado quanto às estratégias acerca do planejamento, se existem, se já houve mudança de plano de aula. A Coordenadora Cleide Batista argumenta sobre a sua função e relata: - Sou uma profissional que tem buscado inovar na escola. As orientações que são passadas pela Secretaria compõem o básico, e nós vamos ao longo do ano complementando com outras coisas. Quanto aos planos de aula é comum sofrer mudanças, temos que aprender a criar estratégias. Profª Estelina complementa: - Nós criamos as estratégias, pois não temos um bom acompanhamento pedagógico que nos oriente a inovar em sala de aula. Dessa forma, temos que ter o plano B, esse sempre é utilizado. Segundo Gandin, “a primeira coisa que nos vem à mente quando perguntamos sobre a finalidade do planejamento é a eficiência”, que segundo ele é “a execução perfeita de uma tarefa que se realiza” (2005, p. 17). Assim, faz-se interessante ressaltar que quando se planeja de forma autônoma, os resultados são visíveis, pois há a intenção de que aconteça como previsto, principalmente se é alguma coisa que verdadeiramente tenha que ser feita. É por isso que Gandin aponta que além da eficiência, “o planejamento visa

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também à eficácia” (2005, p. 17) A autonomia dada ao sujeito para que desenvolva em parceria com o professor o planejamento, é uma ação que se ressignifica pelo ato educativo. Dessa forma O professor que deseja realizar uma boa atuação docente sabe que deve participar, elaborar e organizar planos em diferentes níveis de complexidade para atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no processo ensino aprendizagem, ele deve estimular a participação do aluno, a fim de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o permitam suas possibilidades e necessidades. O planejamento, neste caso, envolve a previsão de resultados desejáveis, assim como também os meios necessários para alcançá-los. A responsabilidade do mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade de seu planejamento (TURRA et alii, 1995, p. 18-19)

O planejamento tem uma capacidade de intervenção de grande relevância no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Faz-se importante compreender que as mudanças acontecem quando os alunos conhecem, participam e colaboram com as ações que são significativas ao controle de sala. Quando há uma participação efetiva acerca dos planos pedagógicos que envolvem todo o quadro de profissionais da instituição educativa, ai acontece de forma efetiva à interação entre, professor, aluno e escola. Para Luck (2002) a partir do momento em que ocorre a tomada de decisões, se obtém o futuro que se almeja. A autora relata que em todo o trabalho pedagógico deve haver um compromisso em fazer cumprir as metas, estabelecidas. Dessa forma, deve haver apenas uma tomada de decisões para que se tenha a transformação esperada da educação.

A pesquisa revela-se importante para que se compreenda o planejamento e a interferência do mesmo sobre a aprendizagem e faz com que a formação do professor seja refletida através da prática que deve ser renovada. A renovação da prática acontece, quando se anseia por mudanças. Então, é necessário que os educadores reflitam a sua prática, compreendam que é por meio da aplicação e mediação do planejamento que pode se adquirir resultados quanto ao aprendizado dos alunos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando as discussões abordadas nesse trabalho, percebeu-se a relevância da experiência adquirida e a importância dos estudos feitos sobre o planejamento e como o mesmo auxilia na sala de aula, como mecanismo que pode favorecer a aprendizagem dos alunos. Assim, baseado nos estudos históricos sobre planejamento, pode-se destacar o quanto é importante para o professor repensar o planejamento, de acordo com a sua realidade. Durante o processo de construção desse trabalho, compreendeu-se a interferência do planejamento no desenvolvimento da aprendizagem, pois se percebeu que a partir da prática do planejamento é que o professor (a) busca interferir diante das diversas situações de aprendizagem que no decorrer do trabalho educativo ele deve não por obrigatoriedade ser capaz de identificar, mas como mecanismo em prol de melhorar a sua prática docente e contribuir para o desenvolvimento do sujeito. Dessa forma, deve procurar ser reflexivo em compreender o aluno e as favoráveis que contribuem para esses problemas que podem se tornar comuns no contexto escolar se não for feita quando necessário uma intervenção condizente.

Observou-se durante a pesquisa sobre o contexto histórico do planejamento, que o mesmo favorece o desenvolvimento da aprendizagem em seu processo de aplicação. Para tanto, é necessário que o professor inove a sua prática educativa para que haja um bom aproveitamento do interesse e participação dos alunos. Outro ponto relevante na pesquisa foi a contextualização histórica das leis, que, possibilitou compreender que a ação inovadora é um aspecto relevante para a atividade pedagógica do educador, e por isso passou a ser amparada. Dessa forma, busca-se desenvolver a aprendizagem dos alunos através da utilização de um planejamento que parta da reflexão sócio-histórica de cada sujeito e dos subsídios oferecidos pela lei em determinados momentos. Para tanto, é preciso que o docente compreenda cada processo e vivencie em sala de aula uma experiência que seja única no que se refere ao conhecimento que deve ter sobre o seu aluno e a historicidade que o cerca.

É sabido, que, quando o professor não pensa o planejamento de acordo com o contexto escolar e dos sujeitos, ele pode estar deixando de realizar uma ação pedagógica eficaz que seja promotora de uma relação de interesses mútuos dos alunos para com a escola.

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Assim, é a partir de uma relação de harmonia que se promove aprendizado. O trabalho pedagógico que não é pensado em harmonia com o conjunto não permite que se percebida influência que o planejamento exerce sobre a aprendizagem. Então, quando o professor não traz uma proposta reflexiva baseada no todo e não somente nas partes em individual, e quando não permite que os sujeitos tenham autonomia para pensar, vemos que surge um planejamento que não permite que haja o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos. Dessa forma, faz-se necessário que se priorize na prática do planejamento, a autonomia do sujeito, assim estará garantida a aprendizagem dos alunos.

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65

APÊNDICE

UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DCHT – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS CAMPUS XVI – IRECÊ CURSO: LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA ORIENTADORA: PROFª CINARA BARBOSA

APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO OBJETIVO: Observar e analisar a interferência do planejamento aprendizagem dos alunos da Escola Municipal de Tanquinho – Lapão – BA

na

A) O livro didático é utilizado? Ele é o único apoio pedagógico? Há acompanhamento pedagógico no processo de elaboração do planejamento? B) Quanto às estratégias acerca do planejamento, existem? Já houve mudança de plano de aula?

66

ANEXOS

1) Projeto Político Pedagógico (PPP). Escola Municipal Tiradentes de Tanquinho. Lapão – Ba, 2007. 2) SIMULADO / 2013 – 4º ano. Escola Municipal Tiradentes de Tanquinho. Lapão – Ba, 2007. Questões do SIMULADO 2013: Marcar X; 2º) Calcula-se o resultado de 425+1342: ( ) 5.592 ( ) 4.592 ( ) 2.767 ( )1. 767

3º) O produto de 268 por 9 é: ( ) 1812 ( ) 1842 ( ) 2342 ( ) 2412

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